Na cronologia histórica o monoteísmo não determina um final à existência de deuses solares. Nenhuma crença ou nova verdade pode apagar todas as verdades anteriores ou as substituir para sempre. Muito menos em se tratando da humanidade e seus períodos de evolução cíclica de consciência.
O monoteísmo egípcio já aparecera antes do monoteísmo hebreu com Amenophis IV, o fundador do culto a Aton, chamado também de Amenhotep IV ou Akhenaton, sem que os altos sacerdotes egípcios propagadores do monoteísmo, entendessem que o banimento dos deuses criadores, substituídos pela gestão de um único e absoluto deus solar, seria para sempre. Sabiam que não seria simplesmente dessa maneira porque eram iniciados nos verdadeiros mistérios e conhecedores das funções dos deuses.
Moisés ao implantar o monoteísmo hebreu e tentar estabelecer uma religião racial única e especialmente revelada para seu povo falhou nessa intenção, por três principais e incontornáveis motivos. O primeiro, foi de precisar estabelecer leis morais e sociais; o segundo, foi de precisar construir uma arca e montar uma tenda para Deus; e o terceiro, foi de precisar introduzir um culto de magia. Houve, nesses eventos, não só a inserção dos hábitos sócio-religiosos da milenar cultura egípcia, como de práticas de sacrifícios e imolações animais já antes utilizadas em rituais de povos politeístas. Não existiu, portanto, a originalidade absoluta de um credo monoteísta judeu como pretendido, mas sim casuísmos. A bem da verdade, o Egito sempre esteve presente na alma de Moisés e dos hebreus e jamais deles se apartou, não importando o fato da troca de um panteão de deuses para uma só e absoluta divindade.
Entretanto, o monoteísmo criaria raízes e grassaria por todo o oriente médio e mais tarde fundamentaria a própria religião cristã espalhando-se pelo mundo.
Na versão esotérica da criação, os deuses solares estiveram e estão sempre presentes na Terra. O politeísmo, na realidade, nunca foi descartado das hostes criadoras de todos os reinos. A máxima budista de que não há um Deus, - mas deuses criadores, - desapareceria diante das pregações religiosas monoteístas, embora os fundamentos das existências do universo e de nosso sistema solar sempre evocaram um Onipotente, no que concordam os budistas com esse pensamento brahamânico.
Ou seja, há o Imanifesto e Impronunciável, o Ininteligível Brahman. Abaixo Dele há a trindade Brahma-Vishnu-Shiva e abaixo da trindade, ao alcance de nossas humanas compreensões, desfilam os deuses criadores e mantenedores de nosso sistema solar.
Há suficientes argumentos sobre a existência de muitas hierarquias de seres superiores, que são exatamente os deuses solares dos antigos, e, por aparente incoerência, são os introdutores dos monoteísmos egípcio e judeu. Não há como fugir dessa verdade e não me incomoda, em absoluto, a crença cristã monoteísta, porém a aceito com conceitos acima das considerações religiosas. A trindade cósmica de Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo, ou dos três Logos dos antigos gnósticos, vem em si mesma impregnada da necessidade de um trabalho colaborador de gerações politeístas. É bem diferente a explicação gnóstica sobre a trindade, daquela esposada pelas religiões cristãs. Nos cultos Ofitas, a trindade se desdobra em quatro, na tetraktys, com Sophia procedendo de Sigé-Bythos-Ennoia, o que a concepção indu mostra-nos algo parecido. No induísmo, o Brahman Supremo, Incognoscível e Incorpóreo, gera uma emanação temporal que faz nascer o Brahmâ masculino e imanifesto que vai resultar em três Logos ou Deuses Absolutos. Mas do terceiro Logos imediatamente emana Anima Mundi, a Alma Universal, e em seguida diversos deuses hierárquicos vêm atuar a fim de levar adiante todo o Grande Plano da Criação para o sistema solar.
A Bíblia por si só é um livro polêmico de onde não se conseguem provas inequívocas de suas narrativas. Porém, qual das grandes e significativas religiões mundiais conseguiu realmente provar suas inteiras origens senão basear-se muito mais em crenças e crônicas do que em provas materiais? E pareceria mesmo incongruência ter-se de apelar unicamente às provas materiais a fim de se reconhecer a legitimidade de uma religião.
Se uma religião possui um livro sagrado com o credo de fé e os preceitos morais conducentes aos bons atos para agregação positiva do ser humano em sociedades, as demais provas materiais sobre seus fundadores tornam-se secundárias. Se os céticos não se satisfazem com a fé e nem com os livros sagrados, pior para eles. Mesmo dez mil provas materiais nunca os convencerão, pois o ceticismo é fundamentalmente intolerante.
As ciências se por um lado ajudam no reconhecimento de fatos religiosos, por outro lado vêm aumentar o ceticismo e o ateísmo. Os laboratoristas céticos jamais se deixam dobrar diante de provas arqueológicas que contrariem suas doutrinas científicas materialistas, e a elas adicionam sempre hipóteses dúbias logo transformadas em teorias a compendiar teses contrárias. Sob essas manobras, a história das religiões e a validade dos feitos de seus grandes homens deixam de ser possibilidades reais, vindo cair no patamar das lendas no imaginário crente. E fica valendo somente a história oficial montada por autoridades céticas com auxílio de fragmentos arqueológicos que lhes interessem.
Nada é perfeito nesse mundo, muito menos são as religiões. A história já demonstrou o quanto o homem foi capaz de destruir, fosse ele religioso ou não. Mas não conseguiu demolir a certeza no invisível que os povos possuem em suas crenças desde um passado remoto. O homem biológico é sempre o mesmo. As crenças não fazem seu conteúdo de massa e ossos ser diferente. Mas é possível reconhecer no verdadeiro religioso atitudes instintivas e gestos espontâneos que o ateu não possui. Somente isso já serviria para demonstrar que a religião atua de fato de dentro para fora, embora o cérebro seja o elemento de contato entre a fé e a realidade concreta.
Assim, dentro do ceticismo moderno cada vez mais estimulado pelas instituições acadêmicas, as grandes verdades milenares guardadas e mantidas pelas religiões anteriores ao cristianismo, notadamente orientais, vão sendo desmerecidas e ridicularizadas pelos adoradores da tecnologia. Os homens voltados unicamente para o materialismo já edificaram um pedestal de barro e ali depositaram seu deus único e verdadeiro - as ciências num todo, - destituindo o Deus Onipotente e seus prepostos. E resolveram fechar seus ouvidos aos esotéricos que demonstram que a linguagem oculta e simbológica dos mestres da sabedoria milenar oriental, pode ser na atualidade perfeitamente decodificada para auxiliar nas interpretações do que as ciências somente agora descobriram. E também orientar para a aceitação de determinados caminhos que ajudem a deslindar outros enigmas científicos.
A linguagem científica é naturalmente técnica, especializada e complexa. A física, a química e a matemática estão presentes em quase todas as teses e descobertas. O deleite dos homens ateus das ciências é justamente esse: pertencer a uma casta fechada, elitista e destacada; falar uma linguagem própria seletiva, codificada, ininteligível ao populacho e inacessível ainda aos neófitos, e trabalhar teorias e experimentos sob uma égide humano-dêitica implementadora do progresso mundial. Portanto, eles são as ciências!
Nesses termos, a conciliação é impossível. A ambiciosa mente científica não entende os objetivos mentais e espirituais dos sábios das religiões esotéricas. Antes, desdenham-nos, pois reafirmam que não fosse o dedicado trabalho cético, investigativo e experimental o mundo hoje estaria milênios atrasado, e as conquistas humanas que só as ciências permitiram alcançar não teriam acontecido. Porém, a sabedoria das ciências materiais avança do cérebro para fora e se limita a um mundo turbulento tridimensional, ao passo que a ciência esotérica perpassa a alma humana, avançando intimamente e em paz ao infinito.
Considerando o lado esotérico da sabedoria do mundo, pode-se afirmar que as ciências humanas avançaram extraordinariamente num curtíssimo espaço de tempo, comparativamente ao imenso passado ancestral, porque os deuses assim quiseram. Os deuses fizeram os homens redescobrir as ciências ao invés de os homens por si mesmos as terem descoberto. Há um organismo diretor emanando dia e noite sobre a Terra e sobre os homens. Todos os avanços das áreas humanas seguem um cronograma implícito nos caminhos da evolução. Deus assim quer; O Logos assim garantiu, e as hierarquias do conhecimento e sabedoria fazem-no funcionar através das pobres e orgulhosas criaturas humanas. Se os homens de ciências realmente soubessem que são meros instrumentos da vontade de Deus, ficariam imensamente envergonhados pelo ceticismo. Mais ainda, por entregar os produtos de suas pesquisas aos monopólios internacionais que dominam e escravizam povos.
Quando o grande sábio e inventor croata Nikola Tesla afirmou que há abundante e inextinguível energia livre no planeta, facilmente manipulável para uso gratuito de todas as pessoas, o fizeram calar-se. Aquele fantástico cérebro disse em sua autobiografia que desde a infância ouvia vozes e comunicações mentais, que costumava ter visões, e em ocasiões de ampliação de consciência ficava doente, sendo obrigado a descansar e recuperar-se. Declarava que seu conhecimento científico lhe era transmitido por extraterrestres.
E pelas experiências científicas de Tesla caberia aqui a pergunta: seriam os extraterrestres os deuses solares da criação? Acho que sim, porém nem todos!
De Rayom Ra
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"O deleite dos homens ateus das ciências é justamente esse: pertencer a uma casta fechada, elitista e destacada; falar uma linguagem própria seletiva, codificada, ininteligível ao populacho e inacessível ainda aos neófitos, e trabalhar teorias e experimentos sob uma égide humano-dêitica implementadora do progresso mundial."
ResponderExcluirEles repetem os mesmos erros da Ekklesia (Igreja), que pretende ser uma "comunidade de escolhidos": a única diferença sendo que para eles "o conhecimento de deus" é tão somente "o conhecimento materialista da natureza".
Porisso quando um cientista se diz espiritualista, mesmo sendo um Alfred Russel Wallace, co-criador da teoria-mor do materialismo (embora não seja ela em si, materialista), é rapidamente renegado ao ostracismo histórico... Mas ninguém pode "esquecer" que a tal teoria se chama, em realidade, teoria de Darwin-Wallace.
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De resto a explicação do início do texto está excelente, vai me ajudar numa coisa que estava escrevendo por aqui :)
Abs
raph