quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Rosinha

 Siga o link para a história completa de Rosinha;https://arcadeouro.blogspot.com/2016/03/rosinha_3.html

Rosinha penetrara os caminhos do jardim parando diante de Áurea.

- Conte-me uma história alegre e bonita, Áurea! A roseira então começou: “Era uma vez uma rosa. Quando ainda botão, ardia em aspirações de logo abrir-se, mostrar sua formosura ao mundo, ser visitada por abelhas e beija-flores. Queria ver o sol, receber a saudação matinal e os sussurrantes galanteios da brisa. Queria e desejava contemplar do alto de seu fino caule as plantas rasteiras, pender-se e balançar-se em ostentação, abrir largos sorrisos de superioridade. Sonhava com a mão do jardineiro enlevado e satisfeito acariciando-lhe as pétalas, a orgulhar-se dela – a mais bela dentre todas!

E veio o dia em que a irresistível pressão da natureza excitou-a fazendo-a irromper de botão a rosa. E na medida em que suas pétalas cresciam se abrindo, ela procurava olhar para o céu, ver o sol, sentir as carícias do vento, sobrepor-se às plantas inferiores. Porém, sua visão embaçou e seu corpo inteiro foi arremessado com violência, quase sendo arrancado do pé. Naquele exato instante, em que nem ainda respirava direito o ar do mundo, um temporal de chuva e vento desabava e escurecia o céu. Raios e relâmpagos riscavam o espaço; trovões ribombavam assustadoramente; o furioso vento uivava carregando coisas com seus impetuosos açoites, e a custo ela conseguia manter-se presa ao pé. Naquela agitação, pode ver que era a única rosa que se abrira na roseira.

A noite veio e a tempestade diminuiu, porém chovia ainda e ventava. Ela só, tremendo e se angustiando, aguentava temerosamente aquele castigo sem ter ninguém com quem conversar ou amparar-se. Nem coragem reunia a fim de olhar para baixo em direção aos capins e plantas rasteiras, temendo uma vertigem e desfalecimento. Pela madrugada esfriou horrivelmente, ela trepidava e se encolhia, vendo, afinal, em certo momento de maior desespero, como embaixo as plantas rasteiras e os capins se acolhiam e se amparavam. E ela estava só e abandonada, ninguém se apiedava dela! Quem dera tivesse ali um amigo ou companheira para juntos suportar as intempéries. Sofria horrores, nem um minuto sequer de sua vida conhecera a alegria. Tolo orgulho, de que lhe servira se de nada lhe valia agora! Tivesse antes se despetalada, fosse lançada ao solo, se misturasse ao capim que pelo menos era unido e servido de alimento para um bicho!

Mas como não há mal que sempre dure e nem bem que nunca acabe, a noite terminou e novo dia veio raiando. O céu mostrava-se agora de poucas nuvens - finas e insignificantes - deixando-se trespassar pela luz arroxeada, começando a ganhar tons róseos e belos. Ao ver o atraente dia que se anunciava, o desejo de viver com volúpia, e os sonhos sonhados, retornaram à sua imaginação. Veria o sol, sentiria a carícia da brisa da manhã, saberia realmente o que é a beleza de viver e se mostraria a todos!

Mal esses desejos começaram a ser acalentados e se preparava para receber os primeiros raios solares, uma mão firme segurou-a e afiada faca ceifou-a do pé. Uma dor súbita a entorpeceu e a enristou, e um grito abafado congelou-se. A mão trouxe-a, juntando-a a três palmas e ramos ciprestes. Imensa tristeza veio acompanhá-la, porém agora procurava se consolar por estar junto de outros. Um papel celofane os enleou, um barbante os amarrou e foram levados num só molho. Após curta viagem, em que nada viu, pode perceber, afinal, gente de todos os tipos, vestindo roupas escuras, chorando desesperadamente e dentro do cemitério iam seguindo ao enterro. A atmosfera de opressão e os uivos de dor feriam sua sensibilidade, ao mesmo tempo sentia sua própria vida ir aos poucos escoando. O sofrimento das pessoas a compungia e mesmo estando colada às palmas e ramos ciprestes não desejava consolar nem ser consolada, porque morria também.

O ataúde foi descido sob gritos e desmaios e a rosa e seus acompanhantes, despidos do celofane, viram-se arrojados para o túmulo, chocando-se à tampa da madeira, quase desfalecendo ao impacto. A rosa que já morria, foi de repente impedida de ver aqueles rostos tristes ou curiosos, ficando inteiramente abafada e sufocada sob a escuridão do túmulo que era lacrado. Inconformada de ter nascido para um fim tão inglório e injusto, ela soluçava. Logo o último suspiro arrancou-lhe a alma do frágil e sofrido caule e viu-se transportada para outro mundo, outra dimensão. Uma alva e fina mão, bela e formosa, segurou-a graciosamente e um nariz perfeito cheirou-a. A rosa olhou-se e viu que estava inteira, suas pétalas mostravam-se vivas e cheias de cintilações. Uma alegria invadiu-a e constatou não ter morrido. Ao seu consentimento telepático, a mesma mão retirou-a do caule sem qualquer dor, elevando-a com graça e poesia, prendendo-a cuidadosamente aos cabelos da linda moça que sorria, aquela há pouco deixada morta no ataúde. Era a ressurreição de ambas e o início de nova vida, sob as vistas e atenção dos anjos que ali as recebiam!”

-Puxa, Áurea, que história triste. Eu pedi uma alegre e bonita!

“Não, Rosinha, a história é bela. Não reparou como o sofrimento da vida quebrantou o orgulho da vaidosa flor? Não percebeu como, ao final, morrendo inglória e injustamente, segundo ela, veio a soluçar? As dores da vida purificam dos erros e os pungentes soluços fazem externar a sabedoria humilde da alma”

[ Extraído da obra Rosinha, por Rayom Ra, disponível por inteira em on line ou para downloads no site Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd]
[ Os textos do Arca de Ouro, de autoria de Rayom Ra, podem ser reproduzidos parcial ou totalmente, desde que citada a origem ]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Elucidário de Oração de Força Eu Sou

* APRESENTAÇÃO *

Este elucidário foi por muito tempo utilizado no Grupo Esotérico de que participei. Foi manufaturado no formato de um manual a fim de que o estudassem para melhor entendimento da penetração da Oração e seus efeitos.

Entidades espirituais, no papel de guias e protetores, que no Grupo se manifestavam, sugeriam aos iniciados e participantes que a invocassem com regularidade para seus fortalecimentos em meio às lidas da vida e embates nos planos do espaço.

Foi-nos utilíssima ferramenta que muito nos auxiliou, juntamente com outros apelos e práticas orientados para o Grupo. Não é milagrosa, nem convulsiona as energias do praticante de uma hora para outra, transformando-o em mago da palavra e do pensamento, e nem substitui todo o conjunto de exercícios e disciplinas que elegemos para edificarmos escudos de forças ao redor de nossas auras. Mas tem um grande valor no seu momento de invocação, vindo adicionar parcela de energia e força, trazendo-nos autoconfiança.

Optamos por incluir no manual textos elucidativos dos Mestres Ascensos Djwhal Kuhl e Maha Chohan, deixando, como antes, a poesia Enigma da Luz bem como a poderosa e inestimável “Invocação Maior”, enviada dos planos superiores pelo Mestre Djwhal Khul, que deve ser invocada diariamente, se possível, da mesma maneira que orientamos para a Oração de Força Eu Sou.

A Oração de Força Eu Sou é poderosa e reconfortante, sendo invocada pelas pessoas que a tem em grande apreço e infalível companheira.

As afirmações que repercutem na alma de acordo com a intenção e postura mental-devocional, desempenham especiais destaques nos níveis que a compõe. E nestes níveis, destacamos três principais aspectos:

  1. Devocional – Quem invoca a Oração reconhece na Onipotente Presença todos os poderes, oferecendo-Lhe, em entrega, seus esforços e retidão ideal. Ao mesmo tempo, deposita-Lhe suas conquistas, fruto da prática de virtudes.

2. Polarizador - Enquanto reconhece, oferece e deposita, a pessoa abre seu coração para as respostas da Divindade presente nela própria, imantando-se dessa maneira, de Sua Presença.

  3. Esotérico – Há, basicamente, atributos de amor-sabedoria na intenção das virtudes, e estes atributos são peculiares e inerentes aos ensinamentos esotéricos de todos os tempos.

Evidente que a Oração de Força Eu Sou não é só depositária de quem julga ter conquistado os atributos e os poderes ali mencionados. Vimos através dela, afirmar essa condição em momentos de júbilo e desprendimento devocional como realidades e aspirações. As afirmações da retidão no uso de pensamento, palavra e ação, devem ser colocadas, em muitos casos, com o sentimento de, por exemplo: “...a partir deste momento, não mais critico, não mais firo, etc”, procurando-se não mais ceder às pressões do eu inferior.

A vida nos oferece, diariamente, momentos e oportunidades para renovarmos nossas atitudes rumo ao aperfeiçoamento. Assim, a Oração de Força Eu Sou atende a esses reclamos do Eu Superior, indistintamente. Neste modesto elucidário, procuramos demonstrar tanto quanto possível, de maneira resumida, alguns aspectos da sabedoria espiritual esotérica que se acham contidos na Oração, a fim de que possam todos ter melhor visão daquilo que realmente invocam e ofertam. Buscamos trazer à Luz das consciências, pensamentos que poderão ser úteis, na medida em que se façam reflexões da temática.

Sobretudo - fique bem claro – que a par e independente do estudo reflexivo que se possa fazer da Oração, pratiquem-na, regularmente, com a principal finalidade de auferir sempre de seus benefícios, por que a vibração sincera e devocional do coração, onde também habita o poderoso Eu Sou, atravessa todas as camadas que emolduram ao ego comunicando-se instantaneamente com a Presença Divina que cada um possui em legítimo legado do Pai.
///

* ENIGMA DA LUZ *

Seria iridescente raio,
Descobrindo invisível e infinito espaço,
Vindo, sabe-se lá de qual altura,
Que em serpenteante chama se transformasse,
De longa, longuíssima ardente cauda,
A penetrar os negros labirintos da mente,
enregelados,
Onde nem Teseu ousaria andar?

Seria, talvez, espectral imagem,
De extasiante vida angelical,
Qual pequeno sol, contido e arrefecido
para não queimar,
E mesmo assim pleno,
A pousar, como repousasse por instante,
E jorrar, como faz a manhã abençoada?

Ou seria, ainda, a outra – A Misteriosa Presença,
A crescer do seu Divino Habitat,
E, surpreendente, tocar, sacudir e tomar,
Fazendo tremer, num frêmito suave e colossal,
A petrificada humana parte, sua sombra,
Dizendo em profundo e retumbante silêncio,
Desperta, Eu Sou Luz!?
Por Rayom Ra

///

* INVOCAÇÃO MAIOR *

Da Presença Sublime em nossos corações,
Ó Cristo, ó Redentor,
Recebe a Chama Ardente de nosso grande amor!

Da Presença real que coroa as nossas mentes,
Ó, Cristo, ó, Potentado,
Acolhe a Luz nascente e o poder despertado!

Do tímido embrião da nossa inteligência,
Ó, Redentor, ó, Santo,
Fabrica o teu bordão, manda tecer teu manto!

Porque queremos fechar para sempre as portas ao mal,
Ó, Cristo, ó, nosso Irmão,
Mostra-nos tua face e estende-nos a mão!

Que a Luz, o Amor e o Poder do Pai,
Se manifestem por teu intermédio,
Sobre nós, em nós e por nós,
Eternizando o Plano sobre a Terra!
Amem!

///

* ORAÇÃO DE FORÇA EU SOU *

“DIANTE DE VOSSA MAJESTOSA E ONIPOTENTE PRESENÇA, ANIMADO(A) NA FÉ, FORTALECIDO(A) EM MINHA PRÓPRIA PRESENÇA DIVINA EU SOU, QUE É TÃO MINHA QUANTO VOSSA - VENHO PROSTRAR-ME AO VOSSO PODER INFINITO.


ANDANTE EU SOU. CONQUISTADOR(A) EU SOU. PRESENTE EM VÓS EU SOU. LIBERTO(A) JÁ SOU DO MEDO E DA IGNORÂNCIA. JÁ NÃO TEMO O DESCONHECIDO, A SOMBRA E O PORVIR.


EM MINHA MÃO DIREITA CARREGO A CANDEIA QUE ILUMINA A MINHA TRILHA, DESNUDANDO, ANTE MEUS OLHOS ATENTOS, AS FORMAS TURVAS E SOTURNAS QUE ILUDEM AOS INCAUTOS. AGORA EU SEI - ELAS NADA REPRESENTAM!

EM MINHA MÃO ESQUERDA CARREGO O QUE ME RESTA DE MEU FARDO DO PASSADO, QUE O TEMPO SE INCUMBIRÁ DE DISSOLVÊ-LO, LIBERTANDO-ME PARA SEMPRE. É MINHA HERANÇA, SÃO OS MEUS DÉBITOS!


EM MEU CORAÇÃO CARREGO ACESA A CHAMA IMORREDOURA DA VIDA - SUSTENTÁCULO MAGNÍFICO DE VOSSA PRESENÇA ETERNA EM MIM, MEU VERDADEIRO TEMPLO!


EM MINHA MENTE CARREGO O PODER RENOVADOR DO PENSAMENTO DINÂMICO, QUE SE FORTIFICA A CADA DIA, PROVANDO-ME A CADA INSTANTE QUE EU SOU AQUILO QUE QUERO E DESEJO SER. EIS O FIAT - O CRIADOR EM MIM!


MEUS PÉS SÃO FORTES, MEUS PASSOS RITIMADOS, MINHA VONTADE INABALÁVEL. PEDRA ALGUMA ME FAZ TOMBAR. NENHUM ESPINHO ME CORTA A CARNE SEM QUE EU NÃO POSSA EXTIRPÁ-LO! EU SOU FELIZ E SAUDÁVEL. EU SOU AMOR E ABUNDÂNCIA!

JAMAIS ME CURVO AO DESÂNIMO. SUSTENTO HOJE E SEMPRE VOSSA DIVINA LUZ. ELA ME ALENTA DIA E NOITE E JAMAIS SE APAGARÁ!


CREIO E NÃO DUVIDO QUE VÓS LEDES A TODOS OS MEUS PENSAMENTOS, ASSISTÍS A TODAS AS MINHAS DIFICULDADES E AFASTAIS DO MEU CAMINHO TUDO O QUE NÃO DEVO ENCONTRAR. SOMENTE ME DEFRONTO COM AQUILO QUE ME PERMITÍS DEFRONTAR. E COMIGO SOIS EM TODOS OS INSTANTES E MINHA VIDA, ASSIM COMO É UM IMENSO E LUMINOSO SOL NUM PEQUENÍSIMO E IRRADIANTE RAIO DE SUA PRÓPRIA LUZ!


NÃO MAIS CRITICO, NÃO MAIS FIRO. MINHA PALAVRA NÃO É MAIS ÁCIDA. MEU VERBO NÃO É AFIADO COMO O VERBO INIMIGO. SEI SILENCIAR. SOU AMIGO(A), SOU SINCERO(A) EM TUDO O QUE PENSO, FALO E REALIZO. MEU CORAÇÃO É BRANDO. MEUS SENTIMENTOS SÃO DOCES COMO O FAVO DO MEL. NÃO ME DEIXO ILUDIR PELA MALÍCIA ALHEIA. NÃO DEIXO PISAREM O MEU CORAÇÃO. SOU FIÉL DEPOSITÁRIO(A) DA LUZ E DA SABEDORIA QUE ME CONFERISTES. NÃO ME DESPOJAREI JAMAIS DESTAS JÓIAS INESTIMÁVEIS E INSUBSTITUÍVEIS.


AOS MEUS COMPANHEIROS DE JORNADA RESPEITO E ADMIRO. SIRVO-OS EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS POSSÍVEIS. DOU-LHES A MINHA LEALDADE E DE MINHA LUZ, POIS ELES SÃO PARTE DE VÓS COMO EU TAMBÉM SOU. SOMOS, PORTANTO, IRMÃOS!


À MINHA FAMÍLIA - FRUTO DO SANGUE HERDADO OU TRANSMITIDO - DOU TODO O CONFORTO E AMPARO MATERIAIS QUE MINHA CONDIÇÃO ME PERMITE. SOU, POR CONSEGUINTE, VOSSO(A) FILHO(A) DILETO(A), CUMPRIDOR(A) DE MEUS DEVERES DA TERRA E DO ESPÍRITO. ASSIM ME OUTORGAIS O DIREITO DE POSSUIR, USAR E SERVIR, DANDO CURSO PERENE, NA FORMA E NA APLICAÇÃO CORRETA DA LEI, DESTE MANANCIAL INESGOTÁVEL DE VIDA E MATÉRIA QUE PROVÉM DE VÓS.


POR TUDO ISTO, POR ME TERDES CONCEDIDO VIDA E CONSCIÊNCIA E PELO QUE AINDA HAVEREI DE POSSUIR MUITAS GRAÇAS VOS ENVIO. ASSIM SEJA!”


///

* ELUCIDÁRIO *

I. “Diante de Vossa Majestosa e Onipotente Presença, animado(a) na Fé, fortalecido(a) em minha própria Presença Divina Eu Sou, que é tão minha quanto Vossa – venho prostrar-me ao Vosso Poder Infinito”
.
A. “Diante de Vossa Majestosa e Onipotente Presença”.

Evidente que Deus é a Onipotente Presença, Onipresente, Oniabarcante e Todo-Poderoso. Assim não há dúvida a Quem é dirigida esta prostração de fé e devoção. No entanto, quem somos nós, ainda, para vermos Deus face a face? Por isso nos prostramos e aguardamos que, por um veículo nosso, Deus manifeste Sua Presença em nós.

O conhecedor sabe que possui em si este veículo, através do qual Deus fala-lhe, facultando-lhe captar as respostas e a sabedoria de todas as situações, além de transmitir-lhe força espiritual. Este veículo chama-se Eu Superior e Deus nele atua desde a sua chamada “Mônada” ou Espírito Puro.

B. “animado(a) na Fé, fortalecido(a) em minha própria Presença Divina Eu Sou que é tão minha quanto Vossa – venho prostrar-me ao Vosso Poder Infinito”.

A Presença Divina Eu Sou é o próprio Eu Superior, ou Alma Espiritual. Fortalecido neste veículo, quer dizer: em contato com, sintonizado, canalizando alguma força Dele. Um dia, quando plenamente nossa personalidade (eu inferior) crescer em virtudes (ou decrescer em vontade egocêntrica), como dizia São Francisco de Assis: “morrendo cada dia um pouco”, estaremos mais pertos de atingir a estatura dos Grandes Seres que passaram pelo mundo, por que estaremos muito mais conscientes do contato de Deus conosco pela Mônada, e através da Presença. Porém, essa estatura se atingirá aos poucos, mesmo que já se tenha feito o contato direto e permanente com a Presença – a meta mais imediata. Por isso, precisamos nos fortalecer Nela para crescer conscientes de Sua existência e poderes.

C. “que é tão minha quanto Vossa”.

Ou seja, a Presença Divina vem de Deus e é a Consciência Superior na qual viveremos um dia plenamente despertos, ainda que encarnados em personalidades. Entendamos o que nos diz o Mestre Djwhal Kuhl acerca deste assunto, em “Aprendendo com os Mestres”, editado pela FEEU:

“PRESENÇA DIVINA E PODEROSA PRESENÇA EU SOU"


"'1. PRESENÇA DIVINA (Eu Sou)
– Quando Deus Pai-Mãe concedeu a forma individualizada à Sua criatura, Ele outorgou-lhe um Ser Angélico, Guardião para essa individualidade. Esse Guardião traz em si potencialmente a Perfeição e a Sabedoria. Porém, a criatura feita à imagem e semelhança do Pai Criador, recebeu d’Ele o livre-arbítrio para vivenciar todas as experiências que lhe aprazem. E esse anjo Guardião, embora sempre presente, pois Ele acompanha esse filho de Deus desde sua primeira encarnação, está impossibilitado de influenciar o Seu protegido sem que haja a permissão deste. O Anjo Guardião é a Presença Divina. Ela pode estar bem próxima do homem ou afastada, flutuando no espaço, porém sempre ligada à Sua criatura pelo cordão de prata.

O corpo causal da Presença Divina traz em si todas as virtudes; torná-las atuantes depende simplesmente da vontade e exercício de cada um. Cada virtude que o homem consegue praticar e torná-la uma manifestação em sua vida qualifica no corpo causal da sua Presença Divina a luminosidade com a cor representativa para os humanos daquela virtude.

A Presença Divina leva até o coração o cordão prateado que sustenta o seu protegido e fica ancorado junto à Chama Crística ou o Poderoso Eu Sou. Esse cordão prateado também é o conduto para as virtudes já desenvolvidas no homem e acumuladas no corpo causal da Presença Divina. Essa é uma das razões por que sugerimos aos discípulos exercícios para buscar na Presença as virtudes, através das respectivas cores, e irradiar do coração a Cura, o Amor, a Verdade, etc. Através das projeções visualizadas dessas cores, conseguireis vos suprir e auxiliar os vossos irmãos carentes, porém lembramos-vos da necessidade do comando desse trabalho ao Vosso Mestre Interno.


2. PODEROSA PRESENÇA EU SOU
Em primeiro lugar senti em vossos corações o significado dessa expressão através do seguinte esclarecimento:
- Notamos, em algumas emanações de vida, uma interpretação errada para a expressão divina Eu Sou. O Eu Sou é um mantra sagrado, não podendo jamais ser confundido com o eu-personalidade. Quando nós e todos os demais Mestres Excelsos (Ascensos) colocamos que o homem deve dar o comando de sua vida e atos ao Poderoso Eu Sou, estamos nos reportamos à necessidade da entrega da vontade do homem ao Deus Pai, esse Beneplácito e Venerável Pai que vive imanente em seu coração, assim como é Onipresente em todos e Onisciente em tudo.

Esse esclarecimento se faz necessário pela má interpretação feita por alguns homens dessa expressão que gera nesses indivíduos um sentimento e uma enganosa auto-suficiência.
Garantimos-vos, que se atuardes dessa forma orgulhosa e meramente humana, ireis continuar a somar grandes frustrações e infelicidades às vossas vidas, já que estareis sendo comandados pelo pequeno eu personalidade e não pelo Eu Divino que é todo Sabedoria.

O EU é o Pai Criador. Ao criar a Sua criatura, o Seu Filho, o Cristo Cósmico, a Inteligência Ativa, Ele, o Pai, doou de Si Mesmo a Chispa Sagrada. E todas as demais criaturas humanas ou individualidades receberam e continuarão a receber essa doação da energia divina, projeção do Pai através do Cristo, que vai gerar energia de vida aos seus corpos até o momento de sua passagem. Essa Centelha Divina é a Poderosa Presença Eu Sou, o Cristo Interno, o Mestre Interno, ou o Homem Dourado. Trabalhar no sentido de ativar essa pequenina Chispa de Luz no coração é dever de todo homem encarnado. Essa iluminação granjeará ao seu possuidor maior compreensão para todo o intricado mistério da Vida. Atuando sob o comando do Cristo Interno, o homem encontrará o equilíbrio tão necessário para sua vida material. Todos os véus da ilusão e da ignorância serão descerrados para aquele homem que atingiu essa difícil meta.

3. O PORQUÊ DA EXPRESSÃO EU SOU
- Nas escrituras antigas encontrareis a palavra EU, que fala dessa Consciência Divina que está em tudo e a todos permeia. Veio o Bem-Amado Mestre Jesus, que compreendeu pela Sua Auto-Iluminação que o Pai estava presente n’Ele, e através d’Ele atuava. Compreendeu também, o Bem-Amado Mestre que o Pai está presente em todos os homens. E começou a ensinar aos seus seguidores, usando a expressão Eu Sou colocando a seguinte explicação: “Não sou eu que faço, mas o Pai através de mim. Eu Sou a ressurreição e a Vida".
Servidores, o Bem-Amado Mestre Jesus já tinha se alçado aos píncaros da Compreensão Iluminada e fazia essa afirmação com convicção, por que o Cristo estava desperto e atuante em seu coração. Ele, o amado Jesus, estava sob o comando do Poderoso Eu Sou, que é o Espírito Santo em ação através da inteligência do homem cristificado.

A expressão Eu Sou passou a designar para todos nós a Presença do Cristo, ou O Consolador, o Pai ou qualquer outra denominação que queirais usar para identificá-Lo ou adorá-Lo como a Poderosa Presença Eu Sou. Poderosa por que essa Luz é de um Poder incalculável para a pálida inteligência do homem e só poderão aquilatá-La aqueles que A atingiram. Essa iluminação, através do despertar do Cristo, é a vossa auto-realização e ninguém poderá vos concedê-La. Esse é o dever de todo o homem encarnado. Quando atingirdes esse Centro Sagrado, podereis afirmar com convicção: - Saí da noite escura da ignorância para o dia radioso da Bem Aventurança. Todas essas explicações serão realmente entendidas quando as vivenciardes como experiências em vosso interior”'.

D. “venho prostrar-me ao Vosso Poder Infinito”.

Prostrar-se, prosternar-se espiritualmente em intenção mental, em humilde e respeitoso reconhecimento e não, neste caso, lançar-se ao solo.

II. “Andante Eu Sou. Conquistador(a) Eu Sou. Presente em Vós Eu Sou. Liberto(a) já Sou do medo e da ignorância. Já não temo o desconhecido, a sombra e o porvir”.

Há no ser humano muitos mistérios. Alguns deles, entretanto, já vêm sendo revelados nestes tempos em que vivemos. Nessa linha, sabemos que a cabeça e o coração do homem são dois santuários. Na cabeça há dois centros receptadores de Luz que desce de nossa Presença Divina. A Presença Divina, conforme dissemos, não é algo separado do homem, mas ligada a ele interna e externamente. Cada um de nós tem na sua Presença a fonte inspiradora e reveladora que busca ensinar como nos elevarmos em consciência para a verdadeira realidade.

Reproduzamos o que nos diz o Mestre Ascenso Maha Chohan ao descrever como se dá a ligação da Presença Divina com a personalidade:

“(...) O ser inferior, o humano, recebe sua vida e consciência, sua luz e inteligência, seu verdadeiro ser, desta Presença Divina, por meio da torrente de pura luz branca, eletrônica, que desce do coração da Presença, fluindo, através da cabeça da forma física, para fixar-se em seu coração.

Esta torrente da vida e luz chama-se ‘“Cordão de Prata”’ (no Antigo Testamento encontramos referência em Eclesiastes 12,6). Este cordão penetra no vértice do crânio do corpo físico (onde se localiza a parte mole da cabeça da criança). Todos poderão constatar que colocando a mão no alto da cabeça, sentirão aí um calor adicional. No centro do crânio o calor é mais pronunciado do que dos lados. O Fogo da Vida penetra no corpo físico pelo centro do cérebro e flui até a glândula pineal (epífise) que ali está situada, dividindo-se em duas partes: uma delas desce pelo lado detrás do cérebro até a medula oblonga, na base do mesmo, de onde é emanada toda a vida, a essência de Luz que percorre a espinha dorsal e o sistema nervoso do corpo: outra parte desce por detrás da garganta onde vivifica o centro que distribui força e poder ao corpo (no lugar em que está fixada a língua). Vedes, portanto, que os homens deveriam conservar-se como nos primórdios tempos, quando toda substância e energia obedeciam à palavra falada (o Verbo) da ordem divina dada pelo Amor! Vós já ouvistes dizer que o homem, por falta de obediência às Leis da Pureza e Harmonia, “’ganharam o pão com o suor de seu rosto...”’

Esta torrente de Vida (de luz eletrônica) continua descendo até penetrar no coração, enraizando-se ali e dando ao mesmo o ritmo e a força que o fazem pulsar. Ela está ancorada no pequeníssimo ponto focal da Chama Trina [(A Chama Trina é um foco de Luz localizado no coração físico de todo ser humano e formada pelo azul (Poder) dourado (Sabedoria) e rosa (Amor)] e é o equilíbrio perfeito dos atributos de Deus-Natureza; Amor, Sabedoria e Força-Poder. Esta pequena Chama contem em si, igualmente, a Imagem da Perfeição da Individualizada Presença Eu Sou. Esta imagem vem a ser o modelo divino para cada emanação de vida. Algum dia, todo ser deverá atingir esta Perfeição (Deus-Consciência)...” (Santíssima Trindade – FEEU).

Portanto, quando Cristo dizia: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai a não ser por Mim”, ele certamente se referia ao fato da necessidade da Presença Eu Sou atuar e crescer como Ser Crístico, que verdadeiramente é, para alcançarmos cada vez mais os poderes de Deus. E a propósito de Cristo, sabemos que se manifesta desde o segundo aspecto do Deus de nosso sistema solar, chamado de Logos, como imanta Sua Presença em todos os reinos da natureza, em cada espécie, estando imanente e transcendente dentro de cada ser evolucionante, ou Individualidade, através da Vontade, Sabedoria e Inteligência da Mônada ou Espírito Puro.

A. “Andante Eu Sou. Conquistador(a) Eu Sou. Presente em Vós Eu Sou”.

Fala-se aqui da Presença Eu Sou. Embotada no coração do homem, desde suas primeiras e rudes vidas, a Presença sempre esteve em si, conquistando pouco a pouco valores que iluminam a alma, preparando-o, através de suas muitas personalidades que encarnou, para ele próprio, conscientemente, buscar a libertação – ato último de sua peregrinação de aprendiz no cenário terreno. “Presente em Vós Eu Sou”, isto é, sempre Nele e jamais deixando de estar ligada ao Pai. Dir-se-ia, talvez: “Vós sempre presente, Ó, Imanente Eu Sou!”.

B. “Liberto(a) já sou do medo e da ignorância. Já não temo o desconhecido, a sombra e o porvir”.

O medo tem várias faces. Ele se oculta, se disfarça e ataca em momentos de invigilância, mas é, principalmente, alimentado pela ignorância. O eu-personalidade tem de orientar-se, estudar, meditar e agir. “Orai e vigiai”, é a máxima do Mestre que se enquadra com perfeição neste exemplo.

III. ‘Em minha mão direita carrego a candeia que ilumina a minha trilha, desnudando, ante meus olhos atentos, as formas turvas e soturnas que iludem aos incautos. Agora eu sei – elas nada representam!”

A. “Em minha mão direita carrego a candeia que ilumina a minha trilha, desnudando, ante meus olhos atentos, as formas turvas e soturnas que iludem aos incautos”.

Ao contrário da Luz, as trevas nada constroem. Deus cria, constrói, estabelece a meta e faz evoluir. As trevas, ainda que emanadas de Deus como naturais existências pela falta da Luz ou por declinações Dela, por si mesmas não conseguem resultados positivos. São o oposto de um plano criterioso: estabilizam-se, opõem-se ou se colocam na polaridade invertida, estando destituídas do dinamismo criador, características da natureza evolucionária. Se o homem nada fizesse para sua própria evolução, ainda assim o maravilhoso universo cósmico de Deus existiria com o mesmo esplendor e oposições naturais, pois o universo é impessoal e não depende da pequena vontade do homem. As trevas, portanto, existem por natural oposição à luz, por se colocarem na polaridade oposta.

Jesus já usava a metáfora da candeia para explicar sobre a luz e a escuridão, como em Mateus V-14,15 – “Vós sois a luz do mundo (...) nem se acende a candeia e se a coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa”.

O ser humano é positivo e negativo. Isto se evidencia pela dualidade de membros e órgãos. Fundamentalmente, o lado direito é polaridade positiva e o lado esquerdo polaridade negativa. Porém, cada meridiano do corpo precisa ter também seus opostos formando corredores de energia com ambas as polaridades dentro das leis universais integradoras. Vejamos alguns exemplos:

Braço e perna direitos: Na frente, polaridade positiva (+).
Atrás, polaridade negativa (-).
Braço e perna esquerdos: Na frente, polaridade negativa (-).
Atrás, polaridade positiva (+).
Hemisfério cerebral direito: polaridade positiva (+).
Hemisfério cerebral esquerdo: polaridade negativa (-).
Da mesma forma: olhos, rins, pulmões, etc., lado direito positivo, lado esquerdo negativo.

No próprio sangue humano existem glóbulos que realizam funções positivas e negativas, bem como hormônios, enzimas e outros elementos. É o ser bi-polar como o universo das causas fenomênicas. Deste modo, ao se acender a candeia enfatiza-se o ato da iluminação, que é positivo. No sentido oculto, Jesus se dirigia ao iniciado que acendeu a luz interna na mente, que “dá luz a todos da casa”, a todos os seus corpos espirituais, e espraia-se por quem o cerca. Ao estudarmos aspectos do carma individual, observamos nas linhas da mão direita sinais de transformações, ou seja, de qualidades já definidas, que são determinações presentes para vencer situações. São os aspectos positivos (ou o ativo da alma) que atuam ou devam atuar em momentos eletivos. Acresce que a candeia na mão do iniciado em assuntos esotéricos indica conquistas por sabedoria e ações.

Ao desnudar as formas turvas e soturnas que iludem aos incautos, realiza-se o conhecimento e afastam-se as trevas da ignorância, não se permitindo mais enredar-se na teia da ilusão – não sem lutas!

B. “Agora eu sei – elas nada representam!”

Não há dois poderes absolutos! Enquanto as trevas grassam em redor do homem vacilante, ele se envolve nas formas da ilusão e se desnorteia. Depois, ao nortear-se, vence-as, e prova serem elas absolutament6e impotentes diante da Luz! É a reafirmação do que foi dito no último parágrafo do item II.

IV. “Em minha mão esquerda carrego o que me resta de meu fardo do passado, que o tempo se incumbirá de dissolvê-lo, libertando-me para sempre. É minha herança, são os meus débitos!”

Se a mão direita indica as realizações do presente, a esquerda indica a herança cármica. Carma, do sânscrito Karman, significa ação, adstrita à lei de causa e efeito. É lei universal. E se temos débitos na balança reguladora, precisaremos adquirir créditos para o reequilíbrio. A mão esquerda, portanto, nesse aspecto, é passiva, assentadora dos atos passados, Para o peregrino que avança, tendo vencido principais etapas, é o que resta do fardo cármico de pretéritas vidas. Para tantos outros homens, não interessados em encurtar seus caminhos rumo à libertação do jugo material, são ainda páginas de um grosso livro.

V. “Em meu coração carrego acesa a Chama Imorredoura da Vida – sustentáculo magnífico de Vossa Presença Eterna em mim. Meu verdadeiro Templo”.

Já comentamos da Chama em nosso coração – a Centelha Divina – e da imagem perfeita da Presença Eu Sou. As afirmações acima reforçam essa realidade.

VI. “Em minha mente carrego o Poder Renovador do pensamento dinâmico, que se fortifica a cada dia, provando-me a cada instante que Eu Sou aquilo que quero e desejo ser. Eis o Fiat – O Criador em mim!”

O universo é o macrocosmo, o homem é a miniatura denominada microcosmo. Há, portanto, poderes do Criador no ser humano, como há no fantástico e profundo universo. A mente é uma prova disto. Ela cria e renova através do pensamento. E tanto mais o homem lute para se aproximar da Fonte Verdadeira - o Pai – maior será o seu poder de pensamento dinâmico renovador. Jesus disse: “aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas”. João XIV-12. E se “Eu Sou aquilo que quero e desejo ser”, Sou, portanto a Poderosa Presença que cria. Logo, o Criador - o Fiat do universo - é também Presença em mim!

VII. “Meus pés são fortes, meus passos ritimados, minha vontade inabalável. Pedra alguma me faz tombar. Nenhum espinho me corta a carne sem que eu não possa extirpá-lo! Eu Sou feliz e saudável. Eu Sou amor e abundância!”.

Buda, há 2500 anos, já orientava sobre a sabedoria de se trilhar o caminho do meio. Evidentemente ele se referia ao caminho dos opostos em relação ao mundo e ao caminho das energias positivas e negativas que precisam ser despertas nos corpos sutis do aspirante para um perfeito equilíbrio de forças. Em nenhuma circunstância devemos distanciar um extremo do outro sem que, depois, a natureza não venha buscar a compensação. É o equilíbrio que se manifesta justamente pela ação dos contrários. O homem que percorre as trilhas do caminho do meio deve observar sempre o equilíbrio, não se distanciando de seu ideal e não desprendendo os olhos da Luz norteadora.

A. “Meus pés são fortes, meus passos ritimados, minha vontade inabalável!!

Ao fortalecer os pés, isto é, caminhando com o saber, ritimando os passos, usando esse saber constante e equilibradamente, com vontade inabalável, não permitindo que nenhuma intempérie ou adversidade provocada pelo retorno cármico jamais o abale, e não abandonando o caminho, fatalmente ele atingirá a meta bem antes (milhares de anos) do previsto para a humanidade, tornando-se livre e liberto do carma.

B. “Pedra alguma me faz tombar. Nenhum espinho me corta a carne sem que eu não possa extirpá-lo! Eu Sou feliz e saudável. Eu Sou amor e abundância!”.

É a reafirmação das palavras acima, com o brilho adicional da ação corajosa. Nesta fase, para o já conhecedor, dificuldade alguma realmente o abala; ele transformou sua vida e adquiriu mais poderes sobre o eu inferior. Como resultado, o Eu Sou fala-lhe mais e atesta-lhe a verdade. Mas não é por isto que ainda deixará de encontrar abrolhos e espinhos. Entretanto, aos espinhos extirpará sem permitir que as feridas fiquem abertas. Ele as cicatrizará pelo exercício do perdão e amor.

C. “Eu Sou amor e abundância!”

É o que sente em seu íntimo. A cada tempo da caminhada, tendo vencido obstáculos impostos pelos erros do passado e pelas provas antepostas pelos seus mentores espirituais, o aspirante crescerá em amor e isso se transforma em abundância por que, se continua a doá-lo, o amor nunca cessa. É como uma fonte de água límpida que brota perenemente, e correndo por um leito vai recebendo de outras fontes e crescendo mais intensamente. A abundância nos atos amorosos, como a água bendita, inundará sua vida e todas as coisas em derredor se modificarão. Isto não é uma promessa, é uma realidade sentida por aspirantes e iniciados de todos os escalões da espiritualidade.

VIII. “Jamais me curvo ao desânimo. Sustento hoje e sempre Vossa Divina Luz. Ela me alenta dia e noite e jamais se apagará!”.

A. “Jamais me curvo ao desânimo”.

O tópico está em direta relação com o anterior que exemplifica sobre os pés fortes, o rítimo e a inabalável vontade. Vontade – ressalte-se – é o primeiro grande atributo da Chama de Deus – a Mônada – denominada também o Espírito Puro. A Mônada é a silenciosa vigilante, a vida primeva, nossa verdadeira existência como consciência.

B. “Sustento hoje e sempre Vossa Divina Luz. Ela me alenta dia e noite e jamais se apagará”.

Volta a Oração referir-se à Centelha Divina localizada no terceiro ventrículo do coração que no devoto conhecedor é cada vez mais ativa. Ela é, de fato, o alento e a verdadeira vida que jamais se apagará.

IX. “Creio e não duvido que Vós ledes a todos os meus pensamentos, assistis a todas as minhas dificuldades e afastais do meu caminho tudo o que não devo encontrar. Somente me defronto com aquilo que me permitis defrontar. E comigo sois em todos os instantes de minha vida, assim como é um imenso e luminoso Sol num pequeníssimo e irradiante raio de sua própria luz!”

Toda esta oferta de fé e sabedoria é dirigida à Presença Divina – a luminosa e irradiante Vida de Deus, ligada à Chama Crística do coração. É um corolário arrematado pela metáfora do Sol. A Presença Divina é realmente portadora de formidável radiência; daí também associá-la a um sol.

X. “Não mais critico, não mais firo. Minha palavra não é mais ácida. Meu verbo não é afiado como o verbo inimigo. Sei silenciar. Sou amigo(a), Sou sincero(a) em tudo quanto penso, falo e realizo. Meu coração é brando. Meus sentimentos são doces como o favo do mel. Não me deixo iludir pela malícia alheia. Não deixo pisarem o meu coração. Sou fiel depositário(a) da Luz e da Sabedoria que me conferistes. Não me despojarei jamais destas jóias inestimáveis e insubstituíveis!”

A. “Não mais critico, não mais firo. Minha palavra não é mais ácida. Meu verbo não é afiado como o verbo inimigo. Sei silenciar. Sou amigo(a), Sou sincero(a) em tudo quanto penso, falo e realizo. Meu coração é brando. Meus sentimentos são doces como o favo do mel. Não me deixo iludir pela malícia alheia. Não deixo pisarem o meu coração”.

Há realmente a necessidade de buscar aprimorar-se nas virtudes quando se entra no caminho da espiritualidade. O estudante do esoterismo, ou de qualquer outra escola do conhecimento espiritual, sabe o valor da palavra. Tão importante é a palavra, que as escolas esotéricas sugerem a seus estudantes treinarem o silêncio, a fim de se fortalecerem no Verbo. Se conseguirmos ver nosso irmão do mundo nunca como inimigo, em qualquer situação, então nosso verbo também não será afiado na crítica e nem a palavra será ácida. Mas se tivermos inimigos gratuitos e ainda assim nosso verbo não ferir, teremos realmente caminhado com proveito na árdua trilha. Notemos que, esotericamente, Verbo é o instrumento de criar pelo som vocalizado, e a palavra é a expressão ou linguagem articulada do Verbo. Um mantra é um som vocalizado com força para criar. É o Verbo no homem. A Bíblia diz em João I: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

Amizade, sinceridade, pensamento positivo, ação, sentimento doce; todos esses atributos devem já emoldurar o ego, ou estarem sendo trabalhados para permitir-se alcançar a verdadeira Luz. A Luz de nossa Presença Divina é suave e sutil. Tendo essa natureza, ela não consegue se manifestar em toda a sua glória em veículos rudes e grosseiros. Ela precisa encontrar corações harmoniosos e mentes receptivas para poder doar-se.

O estudante sabe que a luz do coração conduz à Sabedoria. Entretanto, a união ideal faz-se entre coração e mente, resultando na luz de Cristo que é amor-sabedoria. Por isso a afirmação: “não me deixo iludir pela malícia alheia, não deixo pisarem o meu coração”. Era o que Jesus fazia ao deparar-se com os hipócritas. “Raça de víboras”, dizia, sem permitir-lhes prejudicá-lo.

B. “Sou fiel depositário(a) da Luz e da Sabedoria que me conferistes. Não me despojarei jamais destas jóias inestimáveis e insubstituíveis!”

Conforme comentado na letra A, a Luz ao manifestar-se pelo Cristo Interno no coração traz consigo Sabedoria. Luz e Sabedoria Intuitiva são aliadas, e na alma são jóias inestimáveis e insubstituíveis. O conhecedor tendo-as experimentado, mesmo na fase inicial de sua identidade consciente com a Presença, não pode cometer atos que prejudiquem suas permanências. Ele sabe que há perigos na invigilância, que acarretariam o retorno da Presença ao seu plano de existência e com Ela os valores manifestados.

XI. “Aos meus companheiros de jornada, sirvo-os em todas as circunstâncias possíveis. Dou-lhes a minha lealdade e de minha luz, pois eles são parte de Vós como eu também Sou. Somos, portanto, irmãos!”.

A. “Aos meus companheiros de jornada, sirvo-os em todas as circunstâncias possíveis”

Como unidades de consciência estamos no orbe terrestre de passagem. Somos habitantes temporários e aqui vivemos em busca de experiências. Neste particular, somos companheiros de jornada. O conhecedor aprendeu que deve servir ao próximo em todas as circunstâncias possíveis, mas sem se prejudicar, nem prejudicar aos seus e à sua própria evolução. Pois cada um tem o seu carma pessoal junto daqueles com quem convive. Essa é uma lição muito difícil de cumprir se de fato se ama o próximo. Pessoas há que em seus processos evolucionários detêm fortemente o sentimento e o impulso de servir, que muitas vezes as levam ao sacrifício extremo por um amigo, parente e por estranhos. Porém, esses atos desprendidos e notáveis algumas vezes trazem-lhes prejuízos físicos, morais e financeiros. Isso, o conhecedor precisa saber como compensar, agindo com cautela, consultando sempre seu mestre interno antes de adentrar em situações imprevisíveis, a fim de não cometer erros. O ensinamento básico é servir em todas as circunstâncias possíveis, como diz a Oração. Ademais, nada nos obriga a sacrifícios extremos, e o auxílio estendido a alguém é uma oportunidade que temos de doar-nos e não uma obrigação imposta pelo carma. Muitos, no entanto, acham que auxílio e caridade é a busca febril por ajudar as pessoas necessitadas ou carentes a qualquer preço. Momentos para auxílios sempre nos aparecem, e se estivermos inclinados a fazer ou com possibilidades faremos, caso contrário novas oportunidades não faltarão.

Sucessivas vidas vão desbastando as grosseiras arestas do eu inferior. Depois, por veículos vários, vem o trabalho intenso e árduo da lapidação deste pequeno eu a fim de poder proporcionar ao Eu Superior manifestar a verdadeira consciência. Muitos fatores concorrem para que as experiências se realizem, a saber: renascimentos em determinados grupos étnicos, raças e nações; aprendizados múltiplos, diferentes culturas, etc. E, não obstante, são meros fatores – todos relativos. Não sabemos, em próxima vida, qual raça ou país nos abrigará devido ao carma. Portanto, muita calma e visão abrangente do mundo.

B. “Dou-lhes a minha lealdade e de minha luz”

Consoante o segmento anterior, no serviço ao próximo, o conhecedor mantêm a lealdade espiritual com que entende o propósito do Plano de Evolução do Criador. Os cuidados já aludidos anteriormente precisam, no entanto, ser observados para não incorrer-se em perigos e sofrer traições.

C. “Pois eles são parte de Vós como eu também Sou. Somos, portanto, irmãos!”.

Todo o ser humano, em qualquer quadrante do planeta, é nosso irmão. Deus onipotente é nosso Criador. Hoje, porém, devido à grande maioria destes irmãos estarem nessa jornada sem fazer arder a Chama Sagrada do coração, a qual, um dia, ardia-lhes com glória no passado primevo (antes que descêssemos à matéria), parecem-nos desligados dos propósitos de Deus. Estando a Chama encoberta por véus grosseiros tecidos pelas paixões terrenas, hibernada, por assim dizer e impedida de proporcionar-lhes claro saber e sentir, eles lutam entre si como adversários ou inimigos. Necessitarão, um dia, carregar também a candeia que lhes iluminará a trilha. “Não obstante, o conhecedor reconhece-os irmãos em que situação se encontrem”.

XII. “À minha família – fruto do sangue herdado ou transmitido – dou o conforto e amparos materiais que minha condição me permite”.

Como se diz: “a família é a célula-mater da sociedade”. No aspecto espiritual ela é o amparo dos homens e a oportunidade de almas para reativar suas relações de amor ou apagar antigos e mútuos débitos, consertando-se o que a paixão e o desamor houveram destruído no passado. A par disto, numa família harmoniosa fluem vibrações salutares que auxiliam a todos na evolução. Falamos do ideal na família, por que hoje a sociedade defronta-se com sérios problemas devido aos negativos reflexos vindos do berço familiar. Há maiores chances de um indivíduo exercer papel equilibrado na sociedade se, em casa, ele teve raízes fortalecidas na educação e nos bons exemplos.

O fator econômico tem também peso específico e é preponderante no todo familiar. E nisto pesa, e muito na balança cármica de uma nação, as injustiças na distribuição de rendas. Não sabem os homens de mando político e financeiro o que colherão em seus carmas pelo uso indevido e pessoal do dinheiro que deveria ser um bem de todos. E o homem sobrevive pelos ganhos de seu trabalho, da mesma forma que toda a sua família. Então a prioridade em assuntos materiais é o trabalho. Assim o conhecedor ampara a família aplicadamente, tanto quanto sua condição lhe permite, não deixando faltar-lhe o essencial, cercando-a de todo o conforto possível.

XIII. “Sou, por conseguinte, vosso(a) filho(a) dileto(a), cumpridor(a) de meus deveres da terra e do espírito. Assim me outorgais o direito de possuir, usar e servir, dando curso perene, na forma e na aplicação correta da Lei, deste manancial inesgotável de Vida e matéria que provém de vós!”.

Este segmento tem relação com o tópico XII. Então vejamos: falamos da família e dos deveres com ela. O conhecedor sabe dos efeitos da máxima de Jesus: “Buscai nos céus e tudo lhe será dado por acréscimo”. Se ele busca realmente, nada lhe faltará. Claro que as soluções não lhe virão às mãos gratuitamente. Ele precisará, como os seus irmãos do mundo, ir à luta para encontrar o que lhe sirva, mas carrega em si a certeza de que jamais estará abandonado e sua busca acabará abençoada. E tanto mais obtenha em termos de ganhos, deverá possuir, usar e servir desapegando-se da ilusão destes mesmos ganhos. A usura é prejudicial à sua vida e progresso espiritual e ele procurará ser generoso com os que menos possuem.

Sob o aspecto espiritual, tendo evoluído e adquirido saber e força, ele atenderá aos menos favorecidos, servindo-os com amor-sabedoria. Desta maneira, em ambos os aspectos – o material e o espiritual – o conhecedor viverá na forma e na aplicação correta da Lei (universal). Por conseguinte, estando firme no caminho é um filho dileto.

XIV. “Por tudo isto, por me terdes concedido Vida e Consciência e pelo que ainda haverei de possuir, muitas graças vos envio. Assim Seja!”.

Aqui a gratidão. Deus concedeu-nos Vida e Consciência com as quais temos a capacidade de compreender coisas separadas e em conjuntos, porém mais ainda haveremos de possuir.

O mundo é uma escola. Nas lições por que passamos graduamo-nos pouco a pouco. Vida após vida estamos aprendendo e nos preparando para o futuro. O mundo de Deus é imenso. Na realidade, existem sete grandes mundos ou planos de existência que nos separam de nosso objetivo nesse sistema solar. O mundo material é o de maiores provas e sofrimento, mas tão logo a Presença Divina passe a nos guiar, com nosso consentimento, nossas dores diminuirão e as feridas cicatrizar-se-ão. Para muitos estudantes e praticantes da espiritualidade isso já acontece, por isto ensinam e pregam com a experiência vivida. Mas sabemos que toda a humanidade, daqui a milênios, obterá a redenção. Então, terá sido alcançado o objetivo no mundo material ou físico. Entretanto, os que se adiantam não desejam esperar. Suas almas anseiam pela liberdade, querem sentir e viver a verdadeira vida, aquela sem injustiças ou sofrimentos acerbos. Por isso caminham na vanguarda e abrem veredas aos irmãos que vêm atrás.

Vida e Consciência, tanto maior seja a vivência de uma e o alargamento qualitativo da outra, mais se aproximarão e se fusionarão numa só forma, num ser iluminado por sua Mônada – o Puro Espírito. Daí a reafirmação: “pelo que ainda haverei de possuir, muitas graças Vos envio.
Assim Seja!”.
De Rayom Ra
[Leia Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads completos]
[ Os textos de Arca de Ouro, de autoria de Rayom Ra, podem ser reproduzidos parcial ou totalmente, desde que citada a origem ]