quinta-feira, 29 de junho de 2017

Âkâza, Aether e Éter

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 AKÂZA, AKÂSA OU AKÂSHA – Espaço, éter, o céu luminoso. A sutil, supersensível essência espiritual que inunda e penetra todo o espaço. A substância primordial erroneamente identificada como o Éter, posto que seja respeitante ao Éter tanto quanto o Espírito é respeitante à Matéria, ou o Atma seja respeitante ao Kâmarûpa. Na realidade, é o Espaço Universal em que está imanente a Ideação eterna do Universo em seus sempre modificadores aspectos sobre os planos da matéria e objetividade, e do qual procede o Logos, o pensamento expressado. Por esta razão, declaram os Pûranas que Akâsa tem um só atributo – o som – uma vez que o som não é mais que o símbolo decifrado do Logos, ou seja, o Verbo, a Linguagem em sentido místico.

  Em mesmo sacrifício (o Jyotichtoma, Agnichtoma) chama-se o Deus Akâza. Nestes mistérios pertencentes ao sacrifício, Akâza é o Deva onipotente que a tudo dirige e desempenha o papel de Sadasya, o superintendente dos efeitos mágicos das cerimônias religiosas. A antiguidade tinha seu próprio hotri designado (sacerdote), que levava seu nome. Akâza é o agente indispensável de toda kritya (operação mágica) religiosa ou profana. A expressão excitar a Brahmâ significa despertar o poder que jaz latente ao fundo de toda a operação mágica, pois os sacrifícios védicos não são em realidade outra coisa que cerimônias mágicas.

  Esse poder é o Akâza que sob outro aspecto é o Kundalini – eletricidade oculta, o alkahest dos alquimistas em certo sentido, ou o dissolvente universal, a mesma anima mundi em plano superior, como a Luz astral no inferior. Neste ato de sacrifício, o sacerdote está penetrado do espírito de Brahmâ e durante aquele tempo é Brahmâ mesmo. (Isis Sem Véu).

  - Akâza é a substância viva primordial, correspondente à concepção de alguma forma do Éter Cósmico que penetra o sistema solar. Toda coisa é, por assim dizer, Âkâza condensado, fazendo-se isso visível pela mudança de seu estado super etérico em uma forma concentrada e tangível, e toda coisa da Natureza pode resultar outra vez em Âkâza, fazendo-se invisível, mudando para repulsão o poder de atração que mantinha unidos os seus átomos; porém, há uma propensão nos átomos que se constituíram em uma forma a ter outra vez a união da ordem anterior e reproduzir a mesma forma. E uma forma pode, por ela mesma, fazendo a aplicação desta lei, ser aparentemente destruída e logo reproduzir-se. Esta tendência se acha no caráter da forma conservada na Luz Astral. – (Franz Hartmann).

  - Âkâza é o nome do primeiro Tattva (Âkâza-Tattva), o éter sonorífero. È um Tattva importantíssimo; todos os restantes derivam dele, vivem e obram nele. Todas as formas e ideias do Universo vivem nele. Não há coisa vivente no mundo que não seja precedida ou seguida de Âkâza. Esse é aquele estado do qual podemos esperar que seguisse imediatamente toda outra substância e todo outro Tattva, ou mais estritamente, no qual toda coisa existe, porém não se vê – (Rama Prasad).
  AETHER – Entre os antigos era a divina substância aluminífera que impregna todo o Universo, a vestidura da Deidade Suprema, Zeus-Zen, o Júpiter. No esoterismo, o Aether é o terceiro Princípio do Setenário Kósmico, sendo o mundo material o inferior, seguindo-se depois a Luz Astral, o Éter e o Âkâza, que é o Superior. [Aether é o elevado Princípio da Entidade Deífica adorada pelos gregos e latinos com o nome de Pai Onipotente, Aether e Grande Aether em seu agregado coletivo, em sua potência e aspecto imponderável. O Proto-gigante Aether alento da alma universal, o quinto Elemento, a síntese dos outros quatros; é o Âkâza dos indus. O Aether, tal como era conhecido dos filósofos antigos, muito antes de Moisés, como todos os seus mistérios e ocultas propriedades e contendo e si mesmo os gérmens da Criação Universal, é o Caos primitivo.

  O Aether Superior (o Âkâza) é o Aditi dos indus, a Celestial Virgem e Mãe de todas as formas e seres existentes, de cujo seio, tão pronto quanto foram incubados pelo Espírito Divino, foram chamados à existência a Matéria e a Vida, a Força e a Ação. Em esoterismo o Aether é a verdadeira quintessência de toda possível energia, o Agente Universal (composto de vários agentes), ao qual se devem todas as manifestações da energia nos mundos material, psíquico e espiritual. Do Aether, em seu mais elevado aspecto sintético, uma vez antropomorfizado, nasceu a primeira ideia de uma Deidade criadora universal.] (Doutr. Secr., passim)

  ÉTER OU ÉTHER – Os estudantes são muito propensos a confundir o Éter com o Âkâza e com a Luz Astral. Não é uma coisa nem outra no sentido em que a ciência física descreve o Éter. O Éter é um agente material, se bem que até agora nenhum aparato físico conseguiu descobri-lo; ao passo que o Âkâza é um agente distintamente espiritual, idêntico em certo sentido a Anima Mundi e a Luz Astral; é o sétimo e mais elevado Princípio da atmosfera terrestre, tão impossível de descobri-lo como ao Âkâza e ao verdadeiro Éter, por ser algo que está completamente em outro plano. O sétimo Princípio da atmosfera terrestre, ou seja, a Luz Astral, como se a denominam, é só o segundo da escala cósmica.

  A Escala de Forças, Princípios e Planos Cósmicos, de Emanações (no plano metafísico) e Evoluções (no físico), é a Serpente Cósmica que morde sua própria cauda, a Serpente que reflete a Serpente superior que por sua vez está refletida pela inferior. O Caduceu explica esse mistério e ao quádruplo dodecaedro sobre cujo modelo disse Platão que o universo foi construído pelo Logos manifestado – sintetizado pelo Primeiro-Nascido imanifesto – e dá geometricamente a chave da Cosmogonia e seu reflexo microcósmico, ou seja, nossa Terra.

  O Éter, verdadeiro Proteu hipotético, uma das ficções representativas da ciência moderna, é um dos princípios inferiores do que chamamos Substância Primordial (Âkâza em sânscrito), um dos sonhos da antiguidade, que agora vem a ser de novo o sonho da ciência de nossos dias. É a mais atrevida das sobreviventes especulações dos filósofos antigos. Segundo o Dicionário de Webster, o Éter é um meio hipotético de grande elasticidade e extrema sutileza que se supõe enche todo o espaço, sem excetuar o interior dos corpos sólidos, e ser o meio de transmissão da luz e do calor. Para os ocultistas, sem dúvida, tanto o Éter quanto a Substância Primordial não são coisas hipotéticas, mas verdadeiras realidades. Crê-se, de ordinário, que o Âkâza, o mesmo que a Luz Astral dos cabalistas é o Éter, confundindo-se este com o hipotético Éter da ciência. É um erro grave. O Âkâza não é o Éter admitido como hipótese por Newton, nem é tão pouco o Éter dos ocultistas; é muito mais. O Âkâza é a síntese do Éter, é o Éter Superior. O Éter é o revestimento, o uno dos aspectos de Âkâza, é sua forma ou corpo mais grosseiro; ocupa toda a vacuidade do Espaço (melhor dizendo, todo o conteúdo do Espaço), e sua propriedade característica é o som (a Palavra).

  O Éter é o quinto dos sete Princípios ou elementos cósmicos, que por sua vez tem sete estados, aspectos ou Princípios. Este elemento semi material será visível no ar no fim da quarta Ronda e se manifestará plenamente na quinta. O Éter, o mesmo que Âkâza tem por origem o Elemento único. O Éter dos físicos, Éter inferior, é somente uma de suas subdivisões em nosso plano – a Luz Astral dos cabalistas – com todos os seus efeitos, tanto bons quanto maus. O Éter positivo, fenomênico, sempre ativo é uma força-substância, apesar de que o Onipresente e Onipenetrante Aether seja o noúmeno do primeiro, ou seja, o Âkâza. (Doutr. Secr.)

  Fonte: Glosario Teosófico – H.P. Blavatski
  Tradução Espanhol/Português – Rayom Ra

                                                                              Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br


 



quarta-feira, 28 de junho de 2017

Espírito e Matéria

  ESPAÇO – O Espaço que os pseudo sábios, em sua ignorância, têm proclamado como sendo uma ideia abstrata e um vazio, é, em realidade, o Contentor e o Corpo do universo com seus sete Princípios. É um corpo de extensão ilimitada, cujos princípios, segundo a fraseologia oculta – sendo cada um deles a sua vez setenário – manifestam em nosso mundo fenomênico somente a mais grosseira fábrica de suas subdivisões. O Espaço, o Caos, como também o chamam, não é nem o vazio sem limites, nem a plenitude condicionada, senão ambas as coisas a sua vez. Sendo no plano da abstração absoluta a sempre incognoscível Deidade, que é vazia só para as mentes finitas, mas para as mentes de percepção mayávica é o Plenum divino, o Absoluto Contentor de tudo quando existe, tanto manifestado quanto imanifesto e, portanto, é Aquele Todo Absoluto.

  O Espaço sempre foi e sempre será a eterna Causa de tudo, a Deidade incompreensível, cujas invisíveis vestiduras são a raiz mística de toda matéria e do universo. É a única coisa eterna que podemos facilmente imaginar, imóvel em sua abstração e não influenciada pela presença nem pela ausência nela de um universo objetivo. Carece de dimensões em todos os sentidos sendo existente por si mesma.

  O Espaço, e Aquele que em si mesmo está contido sem contemporâneos eternos, infinitos ou sem dimensões, constituindo, ambos, a única excelsa Realidade, são a origem de tudo quanto existe.

  O Espírito é a primeira diferenciação Daquilo, a Causa sem causa do Espírito e da Matéria. O Espaço considerado como uma unidade substancial, a fonte viva da Vida é como a desconhecida Causa sem causa, o mais antigo dogma do ocultismo. Assim são a Força e a Matéria, como Potências do Espaço, inseparáveis e reveladoras desconhecidas do Desconhecido. Parabrahman é como uma realidade [única] sem outro; é o Kosmos que a tudo contém, ou seja, o Espaço Infinito no mais alto sentido espiritual.

  Segundo os ensinamentos esotéricos, o Espaço e o Tempo são uma só coisa; são inomináveis por que são o incognoscível Aquele, que só pode ser percebido pelos seus sete Raios (que são as sete Criações, os sete Mundos, as sete Leis, etc), e ainda no Vishnu Purâna se insiste na identidade de Vishnu com o Tempo e o Espaço.

  ESPÍRITO – A falta de mútuo acordo entre os escritores acerca do emprego desta palavra tem dado origem a uma tremenda confusão. Geralmente o fazem sinônimo de alma, e os lexicógrafos apoiam o seu uso. Nos ensinamentos teosóficos, a voz Espírito se aplica unicamente ao que pertence diretamente à Consciência universal, que é sua emanação homogênea e pura. Assim, a Mente Superior do homem, ou seja, seu Ego (Manas), quando está unido de modo indissolúvel com Buddhi, é um Espirito; ao passo que o termo Alma humana ou até animal (o Manas Inferior, que obra como instinto nos animais), se aplica somente ao Kama-Manas e se qualifica como alma vivente. Esta é a Nephesh, em hebreu, o alento de vida. O Espírito é informe e imaterial e quando está individualizado é a mais elevada substância espiritual – Suddasattva, a essência divina de que está formado o corpo dos mais elevados Dhyânis [seres angélicos] que se manifestam.

  Por conseguinte, os teósofos rechaçam a denominação de Espiritus para aqueles fantasmas que aparecem nas materializações fenomênicas dos espiritistas, e dão a ditos fantasmas o nome de cascões e vários outros. Em breves palavras, o Espírito não é uma entidade no sentido de ter forma, posto que, como declara a filosofia búdica: por onde vai uma forma há uma causa de dor e sofrimento. Porém, a cada espírito individual – entendendo-se que esta individualidade dura somente todo o ciclo manvantárico de vida – se pode descrevê-lo como um centro de consciência, um centro autosenciente e autoconsciente; um estado e não um indivíduo condicionado.

  Isto explica porque há tanta riqueza de palavras em sânscrito para expressar os diferentes estados de Ser, Seres e Entidades, com a particularidade de que cada denominação indica a diferença filosófica, o plano a que pertence tal unidade, e seu grau de espiritualidade ou de materialidade. Infelizmente estes termos são quase intraduzíveis para nossas línguas ocidentais.

  [O Espírito (Âtman) é uno com o Absoluto, como radiação sua – (Chave da Teosofia). Não se deve confundir com a Alma. A Matéria é o veículo para a manifestação da Alma neste plano de existência e a Alma é o veículo, em um plano mais elevado, para a manifestação do Espírito, e os três formam uma trindade sintetizada pela Vida que os impregna a todos. (Doutr. Secr., I,80).
  São Paulo estabelece também claramente a distinção entre Alma e Espírito nas seguintes passagens: E o Deus de paz os santifique em todo para que vosso espírito e alma e corpo seja guardado inteiro... (I Tesalon., V, 23); Porque a palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que toda espada de dois fios, e alcança até partir a alma e ainda o espírito... (Hebr., V,12).
  Esta distinção, muitos psicólogos que em nossos dias debocham de católicos, parece terem-na relegado por completo. A palavra Espírito – diz F. Hartmann – é usada muito indistintamente, o que pode dar origem a uma grande confusão. Em seu verdadeiro significado Espírito é uma unidade, um poder vivente universal, a origem de toda a vida; porém, as palavras espírito e espíritus são empregadas assim mesmo com muita frequência para significar coisas invisíveis, porém, apesar disso, substancialmente são: as formas, figuras e essências elementais e elementares, sombras, espectros, aparições, anjos e diabos. Espírito significa vontade consciente e, nesse aspecto, toda coisa é a expressão de seu próprio espírito que reside em seu interior; porém, o espírito sem organização nem substância não tem individualidade, sendo como um sopro. Somente após se ter organizado, o espírito, como ser substancial dentro de uma forma vivente, pode existir como ser individual. (F. Hartmann).]

  MATÉRIA – Espírito e Matéria são dois polos ou aspectos sob os quais o Logos se manifesta. Como Ser absoluto que é a Divindade Suprema é por sua vez Espírito e Matéria. A Matéria é a Mãe do mundo, assim como o Espírito é o Pai. A vida do Logos aparece como Espírito; seu Mâyâ, como Matéria. (A. Besant, Sabedoria Antiga, 364). Em outros termos: a natureza inferior do Logos, a material, é origem ou matriz de todos os seres, enquanto sua natureza superior, a espiritual, é o Elemento vital que os anima e os sustém: Todos os seres que vêm à existência, sejam animados ou inanimados, são produto da união da Matéria com o Espírito. (Bhagavad-Gitã, XIII, 26).

  A Matéria, portanto, é eterna, incriada e indestrutível, ao passo que suas formas que constituem o mundo de Mâyâ, ou da Ilusão, são criadas, transitórias e cambiáveis; não são permanentes nem têm verdadeira realidade. Em um universo manifestado não há matéria morta. A Matéria é viva e assim podemos afirmar que não há força sem matéria nem matéria sem força; uma e outra estão unidas em indissolúvel casamento. Acha-se em movimento contínuo, tomando forma sob cada estremecimento ou vibração de vida e se adaptando a cada transformação ou movimento. (Sabedoria Antiga, 55, 142).

  A atividade essencial da Matéria consiste na sua natureza receptiva. Ao receber impulsos de vida se organiza em formas, e estas se mantêm graças a tais impulsos, ao passo que se desagregam quando cessa dita influência. (Id. 366). A Matéria é também o fator indispensável, a base ou veículo necessário, uma condição sine qua non para a manifestação das forças ou agentes físicos (luz, calor, eletricidade, etc) no plano físico. (Doutr. Secr., I, 536).

  A Matéria oferece diversos graus de densidade segundo seja o plano ou subplano a que corresponda. Seu grau de vitalidade é assim mesmo muito diverso. Desse modo, a matéria do plano mental é muito mais sutil que a do plano astral, e esta, por sua vez, é muito mais que a do plano físico. Por esta razão uma atravessa e penetra facilmente a outra. No plano físico vemos diferentes estados de matéria: sólido, líquido e gasoso, entretanto, investigando mais profundamente, encontramos um quarto estado, o etéreo, que por sua vez existe em quatro estados perfeitamente definidos como os de sólido, líquido e gasoso. (Sabed. Ant., 57-58).

  Segundo a filosofia Sânkhya, Prakriti ou Pradhâna é a Matéria primária, caótica, ou imanifesta, raiz da Matéria e causa material do universo. Opostamente a Purucha (Espírito), que é simples, Prakriti é uma substância composta, constituída pelos três gunas (modos ou qualidades), denominados respectivamente sattva, rajas e tamas, que não são meros acidentes da Matéria, mas que são de sua mesma natureza e entram em sua composição, como os ingredientes que integram um produto. Os três gunas se acham universalmente difundidos na natureza material; existem em todas as criaturas determinando o caráter ou condição individual pela proporção em que se acham reunidos em cada um dos seres.

  Prakriti é um Princípio ilimitado, universal, a matéria cósmica que se apresenta como uma massa sutil, informe, sem diferenciação alguma. Porém, graças a sua incessante atividade e sua potência produtora é a causa material dos diferentes desenvolvimentos, manifestações, formas ou produtos da Matéria. Assim, pois, a Matéria se apresenta em dois estados distintos:

  1º. Matéria indiferenciada, imanifesta, caótica, informe, raiz ou essência da Matéria (Mulaprakriti), eterna causa material do universo físico.
 
2º. Matéria diferenciada ou manifestada, que constitui as inumeráveis formas ou diferenciações materiais acidentais ou transitórias da massa de Matéria caótica ou indiferenciada, formas que, depois de uma existência mais ampla, ou mais breve, destroem-se, desvanecendo-se no oceano de matéria informe ou caótica de onde procederam. Prakriti é inconsciente, e toda a sua atividade é empregada exclusivamente em favor e proveito de Purucha, para sua experiência, e assim conduzi-lo ao conhecimento de si mesma. A associação de Espírito e Matéria comparou-se com a aliança entre um paralítico (o consciente e o par inativo Purucha) e um cego (o inconsciente, porém ativo Prakriti). Se o cego leva em suas costas ao guia paralítico, podem os dois juntos chegar ao final de suas peregrinações. Não se confunda a Matéria com a Substância.

  Os teósofos usam esta palavra – substância – num sentido dual, qualificando a substância como perceptível e imperceptível e fazendo uma distinção entre a substância material, psíquica e espiritual, em substância ideal (isto é, existente nos planos superiores) e em substância real. Algumas vezes, substância é sinônimo de matéria. Para evitar confusão, a palavra matéria deveria aplicar-se ao agregado de objetos de possíveis percepções, e a palavra substância aos noúmenos. (Doutr. Secr., I. 350). Assim, chamaremos Matéria a que corresponde aos planos ou modos inferiores a Anupâdaka, reservando o termo substância para os planos Adi e Anupâdaka. (M. Treviño, Metaquímica.)

  Prakriti, a Natureza em geral; a Natureza em contraposição a Purucha – a natureza espiritual e o Espírito, que juntos são os dois aspectos primitivos da Deidade única desconhecida. (Doutr. Secr., I, 82). Prakriti significa a Natureza ou o mundo material, a Matéria primordial e elemental, a causa ou essência material de todas as coisas; a Matéria no seu mais lato sentido da palavra, desde o mais denso e grosseiro – o mineral – até o mais sutil e etéreo – o éter, a mente, o intelecto – e significa também a natureza espiritual, que não são mais que os primitivos aspectos da Divindade Una e desconhecida. (Doutr. Secr., I, 82). Purucha e Prakriti (Espírito e Matéria) em sua origem são a mesma coisa; porém ao chegarem ao plano de diferenciação, cada um começa seu progresso evolucionário em direção oposta entre si. Assim, Brahma, por sua vez, é essencialmente Espírito e Matéria. (Id., I, 267, 453) Prakriti é dual na metafísica religiosa, porém, segundo as doutrinas esotéricas, é setenária, como todo o universo. (I,39). Prakriti, ou Natureza (a Raiz do todo), é incriada, não é uma produção, mas um produtor. Segundo o Sánkhya-Kârikâ, III, as produções (attvas, formas ou princípios) de Prakriti, chamadas também os sete Prakritis ou Natureza de Prakriti, são: Mahat (ou Mahâ-Budhi), Ahamkâra e os cinco Tanmâtras (I, 227,400).

  Cada partícula ou átomo de Prakriti contem Jiva (vida divina), e é o corpo de Jiva que contem; assim como cada Jiva, por sua vez, é o corpo do Espírito Supremo, posto que Parabrahman impregna a cada Jiva, o mesmo que a cada partícula de Matéria. (I, 569). A rigor, Prakriti e Pradhâna não são vozes sinônimas, pois há alguma diferença entre ambas. Prakriti é um aspecto de Pradhâna; esta última (Prakriti sutil) é a base original, a causa material, sem princípio nem fim, causa não desenvolvida, não evolucionada, a Matéria imanifesta, não modificada, a primeira forma de Prakriti; conquanto esta última não é efeito manifestado, ou seja a Matéria manifestada, a Natureza material visível e invisível. (I, 595, 636).

  Os produtos de Prakriti são, conforme se tem dito, Buddhi, Ahamkâra e outros princípios que, por desempenharem funções tão nobre e elevadas surpreendem a alguns ao vê-los figurar entre os produtos materiais; porém isso resulta muito lógico se considerar-se que Buddhi, o primeiro e mais espiritual, por assim dizer-se, de todos eles, é limitado, ativo, sujeito a câmbios e modificações e distinto em cada indivíduo, diferenciando-se nisso de Purucha (Espírito) que é imperecedouro, imutável e passivo ou mero espectador das operações da Natureza. Prakriti, conforme dito antes, é inconsciente, entretanto adquire uma consciência aparente, uma tinta de consciência, digamos assim, graças a sua união com Purucha que, de igual modo, quando nos parece incolor um cristal vermelho, no qual se reflete um objeto de igual cor.

   Purucha, homem, homem celeste, Espirito; o mesmo que Narâyana sob outro aspecto. O Eu Espiritual. [Na filosofia Sânkhya se designa com este nome ao Espírito em contra posição à Matéria (Prakriti ou Pradhâna)]. É um Princípio elemental, primordial, simples, puro, espiritual, consciente, eterno, incriado, não produtor, imutável, inativo, mero testemunha ou espectador das operações de Prakriti, e que, a maneira de um espelho cósmico, nele se reflete e se revela todo o universo, ou seja, todas as modificações que se operam em Prakriti no curso da evolução. (Schultz).

  Segundo a filosofia secreta, Purucha e Prakriti são os dois primitivos aspectos da Divindade Una e desconhecida. (Doutr. Secr. I,82); Em sua origem são a mesma coisa, porém ao chegarem ao plano de diferenciação, cada um deles evoluciona para uma direção oposta, caindo o Espírito gradualmente na Matéria e ascendendo esta a sua condição original, a de uma pura substância espiritual. Ambos são inseparáveis e não obstante sempre estão separados. Do mesmo que no plano físico dois polos iguais se repelem um ao outro, enquanto dois polos contrários atraem-se mutuamente, assim estão Espírito e Matéria entre si; são os dois polos da mesma substância homogênea, O Princípio radical do Universo. (Doutr. Secr. I, 267,268).

  Em sua condição livre, Purucha se encontra tão distinto de tudo quanto conhecemos e tão acima do alcance de nossa limitada compreensão, que somente pode ser definido por meio de negações, v.gr. não é isso nem aquilo, não é tal nem qual modo. Sem dúvida que se pode afirmar que é Pensamento abstrato, sem objeto, e a Luz que ilumina a vida espiritual. É também o Espírito de Vida que anima a Matéria (Prakriti), e por seu contato imprime-lhe atividade, da qual se originam as sucessivas modificações que ela experimenta e que vão repercutir sobre o mesmo Purucha. A diferença em relação a Prakriti é que é simples, não composto e, portanto, está absolutamente livre dos modos ou qualidades (gunas) que caracteriza a Matéria. Purucha é o sétimo princípio, o Atman, o sujeito, o verdadeiro Eu, e daí que segundo a filosofia Sânkhya, são incontáveis os números de Puruchas, pois cada corpo, cada ser da criação tem seu Purucha particular ou individual.

  Da união de Purucha com Prakriti (ou seja, do Espírito com a Matéria) recebem sua origem todos os seres animados e inanimados. Purucha, como foi dito antes, é inativo, porém toda a atividade de Prakriti se emprega exclusivamente em favor e proveito seu, posto que, apresentando objetos de sensação e conhecimento ao Espírito, este acumula a experiência, chegando assim ao conhecimento de Si mesmo, por conseguinte, à liberação. Opostamente a Purucha múltiplo da filosofia Sânkhya, que, como nos expressamos antes, é ele o Eu, o Espírito individual de cada ser, há o Purucha único da filosofia Yoga, que é Izvara, Deus o Senhor Supremo de nosso universo. Além dos significados de Espírito, Espírito divino, Espírito do universo ou Alma do mundo, Espírito radical ou primordial, detém a palavra Purucha muitas outras acepções: Homem, Homem celeste; varão; Ser ou Princípio masculino; causa ou potência criadora ou geratriz, Criador, Princípio vivificador ou animador; Ser, Princípio, Causa; pessoa, indivíduo, ser humano, herói, servidor, amigo, etc.

  Mûlaprakriti, literalmente: raiz da Natureza (Prakriti) ou da Matéria. A raiz Parabrâhmica, o Princípio deífico abstrato feminino: a substância indiferenciada, Akasa. A matéria cósmica indiferenciada, matéria primordial, essência ou raiz da matéria, eterna causa material e substância imanifesta de todo ser; ou seja, a massa imensa de matéria informe, caótica ou indiferenciada, da qual surgem todas as formas ou manifestações materiais do universo visível ou manifestado, do mesmo modo que da informe massa de barro saem todas as figuras e vasilhas que o oleiro fabrica. Os alquimistas ocidentais lhe dão o nome de Terra de Adão e os vedantinos, de Parabraham; se bem que, a rigor, Mûlaprakriti é somente o véu deitado sobre Parabraham.

Fonte: Glosario Teosófico - H.P. Blavatsky
Tradução Espanhol/Português - Rayom Ra 

                                                                                    Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br



quarta-feira, 7 de junho de 2017

Os Laços Energéticos

  Os laços energéticos são uma espécie de fios ou pequenos tubos de energia que se criam entre as pessoas, pelos quais são mandadas informações ou energia.

  Esses laços vão de chakra a chakra unindo todos os nossos chakras às pessoas com quem nos relacionamos e, principalmente, unindo os chakras dos corações. Por exemplo: é possível que nos venha à mente a imagem de uma pessoa que ao cabo de instantes nos chame ao telefone. Isso é devido aos laços energéticos já formados, uma vez que a outra pessoa começa a pensar em nós antes de nos chamar, e essa informação nos chega através dos laços que temos com ela. Assim, captamos sua imagem de forma inconsciente, porém de algum modo sentimos que algo sucede com aquela pessoa, que em seguida nos chama.

  Quanto mais tempo conheçamos uma pessoa e mais íntimas se tornem as nossas mútuas relações mais fortes serão os laços que nos unirão. Ou seja, são laços que estarão intensamente conectados entre nossos chakras e de tal forma que serão capazes de transmitir entre a outra pessoa e nós muita informação e energia. Existindo no outro extremo dos laços uma pessoa que nos queira bem ela nos enviará bons pensamentos e belas energias. Se, opostamente, haja uma pessoa que nos odeie, que esteja todos os dias a pensar mal de nós, pelos laços criados esses maus pensamentos e as más energias nos alcançarão. Tanto é assim que podemos até chegar a adoecer.

FIGURA 1

TRABALHO COM OS LAÇOS

  Durante nossas vidas podemos estar diante de muitas circunstâncias em que nos seja necessário fazermos algo com nossos laços energéticos. Por exemplo: se rompemos com nossa companheira e não nos tenha restado muitos amigos. Ou se haja alguém em nosso trabalho que nos inveje e queira nosso posto na empresa. Ou haja um vizinho que se encante com nossa companheira e queira tirá-la de nós. Enfim, sem que sejamos más pessoas é possível nos encontrarmos em situações em que tenhamos de fazer algo com nossos laços energéticos. Temos duas alternativas:

  COLOCAR UM FILTRO – Essa alternativa consiste em criar um filtro energético e colocá-lo num laço [um a cada vez] programando-o para que filtre todos os pensamentos negativos e/ou energias de baixa vibração que possam nos chegar. Desse modo, já não nos afetará a energia negativa que nos envia o colega de trabalho que vemos todos os dias.

  CORTAR OS LAÇOS – Essa alternativa consiste em cortar os laços que nos unem com essa pessoa. Isso supõe cortar as relações e fará com que nos distanciemos dessa pessoa, incluindo não voltarmos a nos ver. Outro exemplo: no caso em que rompemos com nossa companheira e terminemos muito mal com ela e não queiramos mais voltar a vê-la, essa alternativa pode nos ajudar em muito.

FIGURA 2

COLOCAR UM FILTRO

  Esse é um pequeno exemplo dos passos a seguir para você colocar um filtro energético em cada um de seus laços

 Sente-se comodamente em postura habitual de meditação. Faça por uns momentos respirações conscientes; relaxe e serene a mente. Quando estiver tranquilo, visualize o Canal Central (1) e realize a conexão céu-terra. Imagine que ao inspirar a energia do céu e da terra ela vai chegando ao chakra do coração. O chakra se vai preenchendo de energia e uma vez pleno começa a expandir energia para todo o corpo. Continue na inspiração e absorção da energia até que esteja [se sentindo ou imaginando] completamente luminoso. Chegando a esse ponto, imagine como a luz atravessa as barreiras da pele, e sua aura começa a ser preenchida de luz
   
  Estando a aura completamente luminosa, comece a fazer contato [mental] com a pessoa na qual você vai colocar um primeiro filtro. Lembre-se de que no fundo aquela pessoa é um Ser de luz maravilhosa e o que acontece agora com você se constitui em uma parcela de sua evolução, não significando nada de pessoal. Perdoe aquela pessoa, porém não deixe que as ações dela venham a você em seu prejuízo. Visualize seus chakras e os chakras da pessoa. Visualize os laços entre os chakras, sinta a conexão que há entre a pessoa e você.

  Agora, aproximadamente entre a metade do caminho entre você e a pessoa, crie um filtro energético de um metro de espessura num dos laços. Faça mentalmente uma afirmação positiva do tipo: “este filtro energético filtrará as energias de baixa vibração e não as deixará passar, porém deixará passar as energias de alta vibração”. A fim de reforçar mais o filtro energético você pode fazer uso dos símbolos do Reiki, especialmente o Cho-Ku-Reiperô, também se os sentir de outros. É também preferível que o filtro seja de cor violeta. Repita esta operação sobre os laços que se criaram mutuamente entre os chakras, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º, com especial inciso no chakra do coração.

  É possível que você tenha que repetir mais vezes esta meditação ou que, de vez em quando, tenha que renovar os filtros. Se houver alguém que lhe esteja mandando muita carga negativa seria conveniente fazê-lo diariamente. Os efeitos desta meditação começam a ser notados ao cabo de poucos dias.

FIGURA 3 


CORTAR OS LAÇOS

  Com esta pequena meditação a seguir será possível fazer o trabalho de cortar os laços energéticos.

  Sente-se comodamente em postura habitual de meditação. Faça por uns momentos respirações conscientes; relaxe e serene a mente. Quando estiver tranquilo, visualize o Canal Central e realize a conexão céu-terra. Imagine que ao inspirar a energia do céu e da terra ela vai chegando ao chakra do coração. O chakra se vai preenchendo de energia e uma vez pleno começa a expandir a energia para todo o corpo. Continue na inspiração e absorção da energia até que esteja (se sentindo ou imaginando) completamente luminoso. Chegando a esse ponto, imagine como a luz atravessa as barreiras da pele, e sua aura começa a ser preenchida de luz
   
  Estando a aura completamente luminosa, comece a fazer contato [mental] com a pessoa na qual você vai cortar os laços. Lembre-se que no fundo aquela pessoa é um Ser de luz maravilhosa e o que acontece agora com você se constitui em uma parcela de sua evolução, não significando nada de pessoal. Perdoe aquela pessoa, porém não deixe que as ações dela venham a você em seu prejuízo. Visualize seus chakras e os chakras da pessoa. Visualize os laços entre os chakras, sinta a conexão que há entre a pessoa e você.

  Agora, imagine umas tesouras energéticas e vá cortando os laços com a pessoa. Faça de um a um e cada vez que fizer um corte acrescente uma pequena afirmação positiva do estilo: “corto este laço com (citar o nome da pessoa)”. Repita esta operação entre os laços que se criaram entre os chakras, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º, com especial inciso no chakra do coração.

  Quando um laço energético é cortado sucede que se produz um pequeno rasgo na aura, tanto na sua quanto na da pessoa com quem rompe o laço. Por isso é necessário que depois de cortar laços faça um pouco de Reiki para a outra pessoa a fim de reparar a sua aura, e também faça Reiki para você mesmo a fim de reparar sua aura. (2)

  Necessário depois de cortar os laços com uma pessoa que passe a seguinte ordem: “não te permito que voltes a agarrar-te a mim”. Desse modo, não será possível para a outra pessoa voltar a criar e reconectar os laços com você.

  Feito isso despeça a pessoa desejando-lhe o melhor em seu caminho.

  É possível que você tenha que repetir mais vezes esta meditação, sobretudo se os laços que unem você com aquela pessoa sejam muito fortes. Os efeitos desta meditação começam a ser notados ao cabo de poucos dias.

  Tanto quanto coloquemos filtros como cortemos os laços, temos de nos assegurar que de nossa parte não permanece qualquer negatividade em direção àquela pessoa. Que realmente a tenhamos perdoado e desejemos continuar nosso caminho sem que isso nos venha mais afetar, uma vez que o perdão nos liberta e desfaz os nodos que por ventura tenhamos criado em nosso chakra do coração. Por mais que coloquemos filtros ou cortemos os laços com uma pessoa, se não tivermos curado nossa parte naquela relação seguiremos sofrendo e enlaçados na mesma situação ou à pessoa. A libertação do sofrimento sempre começa em nós mesmos.

  Agora que você detém esta informação é necessário que faça bom uso dela. Então, não comece a colocar filtros e a romper laços a torto e a direito. Utilize estas técnicas somente com quem realmente você creia ser necessário este tipo de medidas. 

  Viver pode significar sofrer durante um tempo, nos equivocarmos, sentirmos. Se nos protegermos excessivamente das pessoas e situações vamos acabar isolados do mundo e isso não é vida. Isolarmos-nos do mundo não nos vai ajudar em nossa evolução.

Notas do Tradutor: (1) Não tendo vivência no Reiki propriamente, entendemos, não obstante, esotericamente, que o autor deste magnífico e desvelador texto, ao referir-se ao “Canal Central” queira significar o sistema interior e central de Nadis onde os principais chakras se prendem ao corpo etérico, conforme basicamente mostrado na figura 1.

(2) Para quem não esteja afeito com as técnicas do Reiki, sugerimos que o reimplante das perdas de matéria no corpo etérico e astral, após a realização dos cortes, possa também ser feito mediante a visualização da pessoa em quem os cortes se deram, com a consequente invocação da chama violeta, da chama branca e da chama rosa. Essas chamas aliviam possíveis desconfortos e repõem a matéria consumida. Do mesmo modo o  autoprocedimento em relação ao operador.

Fonte:http://www.centrobaruch.com/single-post/2016/07/06/LAZOS-ENERG%C3%89TICOS-como-limpiar-o-cortar-estos-lazos

Tradução Espanhol/Português: Rayom Ra

                                                                                   Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br