segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Astro Intruso - Ramatis (Parte I)

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O ASTRO INTRUSO

RAMATIS

E O NOVO CICLO EVOLUTIVO DA TERRA

PSICOGRAFADO POR HUR-THAN DE SHIDHA


Í N D I C E S

PARTE I
1. PREFÁCIO
2. CAPÍTULO 1 – SOBRE A TERRA
3. CAPÍTULO 2 – SOBRE O ASTRO INTRUSO

PARTE II

4. CAPÍTULO 3 – AS CONSEQUÊNCIAS DA PASSAGEM DO ASTRO INTRUSO
5. CAPÍTULO 4 – A TERRA APÓS A PASSAGEM DO ASTRO INTRUSO

PARTE III

6. CAPÍTULO 5 – A TERRA ATUAL


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   PERGUNTA: Quantos homens ficam na Terra após o cataclismo?

  RAMATIS:  No  momento  do  cataclismo  e  nas  semanas  seguintes  serão  poucas  centenas  de  milhares.  Porém,  com  a  falta  de  medicamentos  e  de  socorro,  após  um  mês  ficam  aproximadamente  140  mil  habitantes  em  todo  o  planeta¹,  distribuídos  por  várias  regiões  e  nos três maiores continentes que formam a nova Terra. Esta será a população mínima para o reinício da civilização. Na maioria índios e moradores dos campos longe ou não do mar.
[Extraído do Capítulo 4: “A Terra Após a Passagem do Astro Intruso”]

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PREFÁCIO

O AVISO DOS CORVOS

  O planeta Terra foi construído pela espiritualidade, dentro dos desígnios divinos da evolução. Sua finalidade é, e sempre será até a sua extinção, a de abrigar um plano de provas e de expiações.

  A Terra não está programada para ser o paraíso que muitos imaginam ou desejam para ela. Mesmo porque a evolução espiritual em seus  estágios  mais  avançados  não  comporta a vida na matéria. Assim, os  homens  devem  desvincular  a  idéia  de  evolução  material  do  conceito  de  evolução  espiritual.  No atual ciclo percebe-se claramente que, apesar  dos  ganhos  tecnológicos, faz-se  pouco  uso  deles  através  do  enfoque  espiritual,  e  os  erros  do  passado longínquo são repetidos de modo crescente. Numa prova de que os homens se deixam  cegar  pelas  ilusões  materiais,  em  detrimento  da  realidade  de  seus  respectivos  espíritos.

  A continuidade desse estágio de equívocos renovados provoca, então, a mudança do rumo estabelecido para muitos que aqui se encontram encarnados, definindo uma quase estagnação espiritual, agravada por estímulos grosseiros daqueles que ignoram Deus. E isso exige a intervenção da espiritualidade para que os objetivos primordiais do planeta sejam retomados.

  O astro  intruso  surge  para  fechar  um  ciclo  evolutivo  e  iniciar  outro,  que  na  Terra  denominam  de  Nova  Era,  sem  suporem,  entretanto,  que  ela  não  está  delimitada  por  datas estabelecidas pelos homens, mas por acontecimentos determinados por Deus para o bem da humanidade. No  presente  século  os  homens  testemunharão  fatos  que    alguns  anos  eram  tidos  como  praticamente  impossíveis,  ou  passíveis  de  acontecerem  somente  no  futuro  de  longuíssimo    prazo.

  A aproximação do    astro    intruso,    juntamente    com    o    superaquecimento  planetário,  resultado  da  ação  nefasta  dos  homens  sobre  a  Natureza,  instigam a força do elemento água, que suporta a grande carga energética do orbe. O mar  avançará,  os  ventos  serão  mais  fortes,  os  ciclones  e  tornados  mais  comuns,  mesmo  em  áreas  onde  eles  não  existiam  na  história  recente.  O  clima  será  fortemente 
afetado  em  todo  o  globo,  com  inversões  climáticas  significativas  de  calor  para  frio  e  vice-versa. O  magnetismo  do  planeta  se  enfraquecerá,  e  a  proteção  da  camada  de  ozônio  será  menor.  A Terra  está  doente  porque  os  homens  com  suas  imperfeições  morais e espirituais desfiguraram a obra divina.

  Urge, dessa  forma,  o  compromisso  de  cada  homem  com  a  própria  evolução  espiritual. Tenham a consciência de que precisam buscar a luz divina irreversivelmente.

  Os anos finais do atual ciclo serão cantados pelos corvos. Eles aparecerão por todo o planeta inicialmente  de  forma  discreta,  e,  depois,  em  reprodução  crescente,  devido  ao  desequilíbrio  ecológico,  o  que  chamará  a  atenção  dos  homens.  Em  várias  partes,  eles  serão  vistos  em  grande  número  como  sinais  da  destruição,  o  que  realmente  ocorrerá  com  o  final  do  atual  ciclo.  E,  em  outras,  eles  serão  vistos  como  o  reinício  dos  acontecimentos e de tempos melhores, o que também é pertinente com o nascimento do novo ciclo de Saint-Germain.

  Na Índia, o corvo com seu grasnido é apontado como mensageiro da morte, mas, na China, é entendido como uma ave que traz luz ao mundo. Tudo dependerá do enfoque que   cada   um   quer   dar   à   próxima   mudança   de   ciclo,   mas   os   dois   sentidos   se   complementam.

  Portanto, conclamo a todos que reflitam sobre suas respectivas condições espirituais no  planeta.  Curem-se  enquanto  é  tempo,  pois  esse  é  um  trabalho  que  cabe  a  cada  homem realizar por si mesmo. Concedam ao próprio espírito a chance de uma vida de luz, mesmo com as dificuldades que se aproximam.

CAPÍTULO 1
SOBRE A TERRA

  PERGUNTA:  Quando  se  pergunta  a  alguém  o  porquê  dos  espíritos  encarnarem,  a  resposta  é  sempre  a  mesma:  “para  que  resgatem  seus  carmas  de  vidas  passadas”.  Mas  o  que  leva  o  espírito  a  ter  essa  sequência  de  encarnações?  “Pelas  faltas  que  vêm  cometendo  através  dessas diversas encarnações”. Mas o que originou a primeira encarnação?

  RAMATÍS:  Quando  uma  criança  nasce  na  Terra  ela  não  é  colocada  ao  relento  na  rua,  desprotegida  e  sem  ter  a  mínima  noção  sobre  seu  estado,  apesar  de  que  isso  muitas  vezes  acontece. O normal é ela ser colocada em um berço, a partir do qual poderá referenciar suas primeiras noções de distância, e de tempo quando sente fome e adormece.
 
  O mesmo ocorre quando o espírito é criado por Deus. Ele não é deixado à deriva no Universo  infinito,  da  mesma  maneira  que  um  recém  nascido  não  deve  ser  abandonado  na  rua. O espírito é colocado em seu primeiro berço, a matéria, onde poderá ter suas primeiras noções de limite e de distância, vindo futuramente a entender sobre o que é o infinito. Da mesma maneira que sua compreensão a respeito do tempo na vida física lhe concederá no futuro o conceito do que vem a ser espaço atemporal e eternidade. Também à medida que desenvolve seu raciocínio passa a não se contentar em ficar limitado  ao  campo  denso,  imaginando  além  do  que  é  muitas  vezes  considerado  possível,  tornando-se criativo e transcendendo as fronteiras materiais, ingressando assim na esfera da mente abstrata.

  Dessa  forma,  o  espírito  vai  aos  poucos  entendendo  sobre  si  mesmo,  sobre  o  Universo  e  sobre  Deus.  E,  gradualmente,  sobre  o  seu  próprio  potencial  junto  à  criação  divina, na construção de seu microcosmo.

  Portanto, a primeira encarnação é a colocação de um espírito recém nascido em seu primeiro berço. Onde, por ser ainda imaturo, cometerá inúmeras faltas, precisando retornar a outros berços, creches e escolas pelas reencarnações até que aprenda.
 
  O caminho natural daí em diante atravessa diversas escolas, da mesma forma como uma criança na Terra ingressa no maternal, no primário, e posteriormente na universidade. E cada plano material, através dos incontáveis planetas existentes para esse fim, constitui-se numa  escola  a  ser  frequentada.  A Terra é  uma  escola,  Marte  é  outra  um  pouco  mais  avançada  com  vida  espiritual,  assim  como  a  vida  pulsa  em  bilhões  de  planetas  em  todo  o  Universo  “conhecido”  pelo  homem,  onde  espíritos  frequentam  cursos  pertinentes  aos  seus  estágios  mentais.  E  cada  planeta,  conforme  o  estado  evolutivo  que  se  apresenta,  possui  ciclos  que  correspondem  numa  escola  aos  anos  letivos.  Tais  ciclos  diferem  de  um  planeta  para outro, em função das necessidades cármicas de seus habitantes.

  PERGUNTA: No caso da Terra, como se dividem esses ciclos?

  RAMATÍS:  Cada  ciclo  possui  13.332  anos,  sendo  iniciado  pela  passagem  periódica  do  astro  intruso quando este tangencia a órbita planetária, como veremos mais adiante. Atualmente a Terra está iniciando o terceiro milênio da Era Cristã, porém no curso do último milênio do atual ciclo que chega ao fim, o 13º.

  PERGUNTA: Gostaria  de  uma  explicação  sua  mais  detalhada  sobre  a  questão  entre  evolução  material, evolução espiritual, e ciclos da Terra.

  RAMATÍS: É preciso um enfoque amplo dessa questão. Vamos exemplificar: imaginem uma sociedade  religiosa  composta  de  dezenas  de  membros  fundadores,  que  consagram  suas  vidas  ao  estudo  no  local  e  à  administração  daquela  casa.  Aos  poucos  esses  membros  irão  desencarnando, sendo substituídos por outros que ali estão, enquanto que simultaneamente a  sociedade  incorpora  novos  membros  com  menor  conhecimento,  ainda  em  aprendizado  inicial.

  É um processo dinâmico de crescimento natural. Os novos diretores podem ou não manter  o  status  deixado  pelos  antigos  que  desencarnaram,  ou  mesmo  melhorar  o  que  herdaram.  Isso  não  impede,  entretanto,  que  as  gerações  futuras  que  administrarem  a  sociedade  sejam  mais  relapsas,  cometendo  equívocos  sérios,  ou  descuidando  de  várias  questões como a manutenção física da casa. A dedicação que antes era observada pode não ter continuidade, fazendo com que a sociedade perca em termos de qualidade de ensino e de aprendizado,  em  aparência  física,  e  até  seja  extinta.  Tudo  vai  depender  das  motivações  entre  seus  membros,  do  conhecimento,  da  sabedoria,  e  o  livre-arbítrio  é  a  chave  de  tudo.
 
  Normas  podem  ser  alteradas  e  novas  regras  estabelecidas.  Dessa  forma,  a  sociedade  pode  passar  por  inúmeras  fases  favoráveis  ou  desfavoráveis,  dependendo  daqueles  que  dela  participam.  Seus  membros,  entretanto,  como  espíritos,  nunca  deixarão  de  evolver  e  de  aprender, mesmo que seja através do erro.

  Fato  similar  ocorre  na  Terra.  Cada  ciclo  incorpora  na  humanidade  novos  espíritos  ainda em aprendizado primário, os quais substituem outros que deixaram o orbe, seja indo para  encarnações  no  astro  intruso  ou  para  planos  mais  evoluídos. 

  Essa  nova  geração, juntamente com os que permaneceram na Terra, vindos do ciclo anterior, terá como missão reconstruir  o  planeta.  Em  termos  materiais  esse  novo  ciclo  poderá  ter  mais  ou  menos  progresso  do  que  o  anterior,  apesar  da  tendência  global  desde  o  início  da  Terra  ser  de  evolução  material,  embora  nem  sempre  contínua,  mas  alternada.  Vide  como  viviam  os  homens  das  cavernas  e  como  vivem  os  atuais seres  humanos.  Entretanto,  essa  evolução  material  é  lenta,  se  considerarmos  que  ela  teve  início    bilhões  de  anos,  e  continuará  alternando  rapidez  e  lentidão  até  que  a  Terra  chegue  ao  fim,  situação  esta  que  a  própria  ciência já previu com o fim do Sistema Solar. Essas  alternâncias  na  evolução  material,  no  entanto,  não  impedem  que  os  espíritos  encarnados em cada ciclo continuem evolvendo, sempre.

  Notem, por conseguinte, que cada ciclo é diferente dos demais, e a rotatividade dos espíritos  encarnados,  com  sua  disposição  para  a  pesquisa  e  o  estudo  na  matéria  é  que  determina  as  conquistas  tecnológicas.  Por  essa  razão,  inúmeros  espíritos  de  luz  encarnam  no decorrer dos ciclos para levar ensinamentos científicos e religiosos, de modo a alavancar a  dinâmica  do  desenvolvimento  no  orbe.  Se  não  fosse  assim,  o  progresso  tecnológico  poderia ser bem mais lento em determinados ciclos.

  E,  da  mesma  forma  que  uma  instituição  religiosa  vai  ser  sempre  uma  instituição  religiosa,  mesmo  que  apresente  melhorias,  a  Terra  será  sempre  uma  escola  para  espíritos  em  aprendizado.  Por essa  razão,  não  esperem  que  o  planeta  se  torne  um  paradigma  da  espiritualidade, sem sofrimentos e sem provações, pois esta não é a sua função estabelecida pelos engenheiros siderais. Ela pode apresentar inúmeras melhorias, mas não deixará de ser uma escola.

  PERGUNTA: A Terra  então  seria  uma  espécie  de  escola  primária,  enquanto  outros  planetas  poderiam ser classificados de cursos médios e universidades?

  RAMATÍS:  Não  existem  termos  precisos  na  linguagem  da  Terra  quanto  a  essa  classificação,  basta  apenas  repetir  o  que  disse  Jesus,  que  “a  casa  de  meu  Pai  tem  muitas  moradas”.

  Existem  planetas  que  são  equivalentes  a  cursos  maternais,  e  outros  a  universidades.  Isso  demonstra que inúmeros deles estão em estágio inferior ao da Terra. Da mesma forma que alguns  orbes  desenvolvem  intensa  vida  voltada  para  estudos  científicos,  onde  encarnam  espíritos sintonizados com essa área, e que depois migram para planetas em evolução onde poderão  contribuir  para  o  desenvolvimento  local.  É  absolutamente  intensa  a  dinâmica  da  vida espiritual no Universo.

  A  vida  também  obedece  a  várias  modalidades,  desde  aquela  em  planetas  bastante  grosseiros  em  termos  de  constituição  física,  e  outros  até  mesmo  de evolução  material  praticamente   estagnada,   como   no   caso   do   astro   intruso.   Verificam-se   ainda   orbes   semi-materiais, com a leveza da consistência etérea predominando, e oferecendo uma quase vida espiritual plena. Estes últimos apresentam grande progresso espiritual. Se pudessem ter acesso fácil a esses orbes mais evoluídos, entenderiam o porquê da Terra não se constituir em morada ideal, sendo apenas um estágio transitório.

  PERGUNTA:  Poderia  explicar  com  mais  detalhes  a  questão  de  certos  ciclos  poderem  ser  melhores  do  que  outros  posteriores  em  termos  de  evolução?  A  evolução  não  é  contínua?  Como algo mais recente pode ter sido pior?

  RAMATÍS:  Vamos  comparar  cada  ciclo  da  evolução  espiritual  da  Terra  a  um  ano  letivo,  quando  bons  alunos,  através  do  livre-arbítrio,  esforçam-se  para  aprender  os  ensinamentos  que  lhes  são  ministrados  através  das  missões  e  das  provações.  Dessa  forma,  podemos  ter  anos letivos formados por alunos extremamente esforçados, que atingem o mérito de passar para  escolas  mais  adiantadas,  do  mesmo  modo  que  alguém  sai  do  curso  médio  para  a 
universidade. Enquanto em outros anos letivos os alunos recém chegados à escola são mais relapsos,  pouco  aprendendo,  a  ponto  de  repetirem  o  ano  ou  até  mesmo  terem  de  deixá-la  pelo  mau  aproveitamento.  Isso  demonstra  que  a  escola  pode  ter  um  ano  letivo  de  grande  progresso, e outros subsequentes de menos progresso. Em termos de evolução espiritual o progresso sempre existirá, os espíritos estão sempre evolvendo, porém um ano letivo pode ter alunos melhores do que outros.

  Na  história  da  Terra,  houve  alguns  ciclos  em  que  a  humanidade  obteve  ganhos  materiais e espirituais equilibrados em fase de elevado desenvolvimento, a ponto da maior parte  dela  ser  promovida  a  cursos  mais  adiantados  em  outros  orbes.  Isso  não  impediu,  entretanto,  que  alguns  ciclos  posteriores,  como  o  atual,  apresentassem  situação  aquém  em  termos de qualidade, porque tudo depende do livre-arbítrio daqueles que estão ingressando na escola.

  PERGUNTA: Entretanto, desde a sua criação a Terra apresentou grande progresso material?

  RAMATÍS:  Sim,  porque  a  cada  ciclo  a  espiritualidade  realiza  pequenos  acréscimos  na  renovação  da  escola,  da  mesma  forma  como  os  proprietários  de  uma  escola  investem  em  melhoria,  novas  salas  de  aula  e  contratação  de  professores  mais  capacitados,  ou  mesmo  implementam novos cursos.

  PERGUNTA: Entendo então que não se deve confundir evolução espiritual da humanidade com evolução espiritual de cada indivíduo?

  RAMATIS:  Um  grupo  de  espíritos  que  forma  a  humanidade  de  um  ciclo  pode  apresentar  grande evolução espiritual naquele ciclo, sendo posteriormente transferido para orbes mais elevados. Outro grupo que ingresse no ciclo seguinte pode apresentar evolução, porém não o suficiente para abandonar a Terra, permanecendo nela também no ciclo posterior. O que difere  entre  os  dois  grupos  é  a  capacidade  de  aprendizado.  Todos  evoluíram,  porém  em  velocidades diferentes. Por essa razão, podemos ter grande número de “alunos repetentes”, ou  mesmo  transferidos  para  o  astro  intruso,  fazendo  com  que  um  determinado  ciclo  seja  similar  a  um  ano  letivo  de  pouco  progresso,  como  que,  em  sentido  figurado,  prejudicado  por  constantes  greves  de  professores,  feriados  em  excesso,  alunos  mais  relapsos  e  outras 
situações inusitadas. Houve evolução e progresso? Sim, porém em escala menor do que em anos letivos anteriores.

  É  o  mesmo  que  acontece  com  as  encarnações.  Alguns  espíritos  atingem  grande  progresso em várias encarnações seguidas, e subitamente, numa nova encarnação, deixam-se  levar  por  questões  que  lhes  atrasam  a  vida  espiritual  adquirindo  novos  carmas.  Eles  deixaram  de  evoluir?  Não,  mas  aquela  encarnação  foi  pior  do  que  as  anteriores,  que  lhes  renderam maior progresso. É como se fosse um tempo pouco aproveitado, ou subotimizado.

  PERGUNTA: Isso em parte explica o porquê da Terra se conservar sempre como um plano de provas e de expiações?

  RAMATÍS:  Sim,  porque  a  cada  ciclo,  novas  levas  de  espíritos  são  transferidos  para  o  orbe  terrestre  com  a  finalidade  de  prosseguirem  em  seus  estágios  probatórios.  A  Terra  reúne  condições  para  que  eles  tenham  as  chances  necessárias  de  aprendizado,  que  incluem  inúmeras  provações  como  as  que  vocês  estão  habituados  a  ver.  Por conseguinte, a Terra  ergue-se como uma importante escola à disposição da espiritualidade, visando aprimorar a evolução daqueles que nela encarnam. Ela é um orbe de passagem, um estágio transitório, da  mesma  forma  que  vocês  passam  por  escolas,  cursos,  universidades.  A  Terra  foi  construída para esse fim.

  PERGUNTA:  E  em  tais  levas  de  espíritos  que  migram  para  a  Terra  podem  existir  alguns  que  repitam faltas graves, é isso?

  RAMATÍS:  Voltamos  novamente  ao  exemplo  das  encarnações  de  um  espírito.  Quando  lhe  é  dada  a  chance,  ele  aproveita  a  oportunidade  em  si,  mas  não  significa  que  irá  aproveitar  devidamente  o  tempo  dessa  encarnação  modificando-se  como  deveria.  Com  toda  certeza,  irá evolver, porém, poderá deixar graves lacunas,  ou  adquirir  novos  carmas,  que  lhe  farão  passar provações mais severas em futuros corpos densos.

  O mesmo ocorre com essas levas de espíritos que são trazidas para a Terra. Por um lado  eles  trazem  também  códigos  genéticos  que  contribuem  para  a  formação  mais  aprimorada do DNA local, sendo uma forma de interação dinâmica das várias civilizações que  constituem  o  Universo.  Mas,  por  outro  lado,  muitos  fraquejam  na  realização  de  suas  missões, trazendo ainda para o planeta angústias, guerras, e outras situações de sofrimento.

  Muitos   que   estagiaram   no   astro   intruso,   por   exemplo,   e   ali   passaram   por   grandes   sofrimentos,  pedem  novas  chances  no  orbe  terrestre,  mas,  quando  encarnados,  voltam  a  cometer faltas antigas que os levaram no ciclo anterior para aquele planeta higienizador.

  PERGUNTA: Um ponto interessante é que fica subtendido que a Terra não possuiu apenas uma humanidade, mas várias?

  RAMATÍS: Cada ciclo tem  uma  humanidade  diferente  das  demais,  apenas  com  alguns  representantes da humanidade anterior, os quais são aqueles que “repetiram o ano escolar”. Tudo se renova: hábitos, idiomas, religiões, modismos, entre outros itens.

  PERGUNTA:  Resumindo,  então  significa  que  a  Terra  pode  ser  bem  melhor,  e  até  promovida  numa  espécie  de  “classificação  de  qualidade”,  porém  não  deixa  de  ser  um  planeta  de  carmas   e   de   expiações.   E o   motivo   é   que   ela   serve   aos   princípios   didáticos   da   espiritualidade,  no  sentido  de  se  promover  a  evolução  dos  espíritos  em  aprendizado  primário?

  RAMATÍS:  Para  atingir  estágios  mais  elevados,  os  espíritos  precisam  emigrar  para  outros  orbes de dimensão diferente, não ficando mais na Terra. Entretanto, se aqui permanecem é porque  ainda  não  conseguiram  transmutar  em  seus  duplo etéricos  as  imperfeições  mais  graves  trazidas  de  encarnações  anteriores,  na  própria  Terra  ou  em  outros  planetas. Tampouco  obtido  sucesso  em  equilibrar  as  funções  básicas  de  seus  corpos  mental  e  emocional. 

  Ao  conseguirem  isso,  estarão  aptos  a  evolverem  em  orbes  mais  sutis  de  outra  dimensão, deixando a Terra, que ficará em suas histórias como uma escola primária que os auxiliou a ingressar em cursos mais avançados. Quando isso acontece, seus kamarupas, ou corpos  dos  desejos,  que  se  constituem  em  registros  akáshicos  das  várias  encarnações  vividas, já terão sido apagados no que diz respeito aos carmas mais pesados. Não havendo, portanto,  a  necessidade  da  presença  em  um  planeta  como  a  Terra,  sujeito  aos  desastres  naturais,  e  às  doenças  do  corpo  denso,  transmitidas  por  duplo etéricos  ainda  pleno  de  patologias espirituais.

  PERGUNTA:  Muitos  acreditam  que,  um  dia,  a  Terra  se  tornará  um  orbe  com  vida  espiritual  similar a de outros planetas do Sistema Solar. Qual o seu comentário sobre essa assertiva?

  RAMATÍS: Quando vocês na Terra acabam de frequentar uma escola primária o que fazem? Derrubam a escola e constroem no lugar uma outra escola com propósitos mais avançados? Fariam  uma  grande  faxina  e  obras  para  que  a  escola  fosse  transformada  em  curso  mais  avançado de interesse apenas daqueles que estão terminando o primário? 

  A adoção de uma dessas  posturas  estaria  impossibilitando  que  outros  alunos  continuassem  a  frequentar  o  curso  primário,  ou  viessem  no  futuro  a  frequentá-lo,  visto  que  a  escola  foi  demolida,  ou  transformada para atender somente aos interesses dos que já terminaram aquele curso. Por essa  razão    existem  escolas  mais  avançadas  prontas,  como  universidades,  para  que  possam ser transferidos para elas.

  O  mesmo  acontece  com  a  Terra.  O  astro  intruso  não  vem  destruir  a  escola  para  transformá-la numa escola do interesse exclusivo de alguns, mas para higienizá-la e torná-la  mais  apropriada  para  os  alunos  repetentes,  e  para  os  que  vêm  de  outros  lugares  para  frequentá-la. Aqueles que terminaram seus cursos são levados para escolas mais avançadas, enquanto outros, que precisam de grandes reformas, seguem com o astro intruso.

  A  Terra,  assim  como  disse  antes,  foi  criada  para  ser  uma  escola  a  serviço  da  espiritualidade, e atender às necessidades cármicas de muitos espíritos que se encontram em evolução na esfera do Universo onde ela se localiza.  Os  homens  devem  entender  que  eles  não  são  proprietários  da  Terra,  eles  estão  de  passagem por ela. Da mesma forma que alguém que termina um curso não passa a viver na escola como residente, ou a leva nas costas para outro lugar, mas sim os ensinamentos ali adquiridos.

  Em geral, os homens  prendem-se  em  demasia  à  matéria,  esquecendo  que  existem  outros  planos  superiores  numa  escala  infinita,  onde  poderão  realmente  realizar  os  seus  sonhos de paz junto a Deus.

  PERGUNTA: Desculpe a insistência, mas então a Terra no próximo ciclo não será uma escola. Mais aprimorada?

  RAMATÍS: Será claro que sim, sofrerá importantes reformas que a tornarão uma escola com mais  recursos,  tal  qual  um  educandário  que  inaugura  laboratórios,  centros  de  informática, teatro  de  grande  capacidade  para  conferências,  e  outros  benefícios  que  permitem  aos 
antigos  e  novos  alunos  melhor  aprenderem  e  desenvolverem  suas  respectivas  habilidades.
 
  Entretanto, inúmeras imperfeições humanas continuarão existindo, principalmente entre os novos  alunos  originários  de  escolas  mais  distantes,  e  entre  alguns  que  desembarcarem  do  astro intruso.

  Quando  o  astro  intruso  passou  pela  última  vez,    13  mil  anos,  também  realizou  forte  procedimento  higienizador  no  planeta,  e  muitos  benefícios  foram  implantados  pela  espiritualidade e por aqueles que migraram para a Terra trazendo novos conhecimentos. Os quais  formaram  a  nova  humanidade,  a  atual.  Então  lhes  pergunto,  qual  o  resultado?  Basta  ver o que acontece hoje no planeta para verificar que o livre-arbítrio não foi bem utilizado.

  O  que  significa  que  não  basta  erguer  uma  escola  altamente  equipada  se  parte  dos  alunos,  por  conta  própria,  por  meio  de  um  livre-arbítrio  desequilibrado,  resolve  destruí-la  em  verdadeiros atos de vandalismo. E foi o que fizeram e estão fazendo, principalmente com a Natureza.

  Da mesma forma que no final do último ciclo, falava-se de uma Terra promissora no futuro após a passagem do astro intruso. Acreditava-se que o atual ciclo seria pleno de paz e de realizações espirituais. Houve evolução? Sim, porque mesmo que a matéria perecível seja danificada, o espírito sempre evolve, mesmo que aprendendo com o erro.

  PERGUNTA: E por que a espiritualidade não detecta isso antes deles reencarnarem?

  RAMATÍS: Porque todos merecem novas chances quando pedem, e a Terra se configura como uma  escola  apropriada  para  esses  casos.  A  espiritualidade  não  pode  prejulgar  os  atos  daqueles  que  vão  encarnar,  e  abandoná-los  sem  que  tenham  novas  oportunidades.    pensaram  se  todos  antes  de  encarnar  fossem  prejulgados?  O  aprendizado  não  ocorreria,  não  seriam  dadas  chances  às  manifestações  do  livre-arbítrio.  Se  fosse  desse  último  modo  onde  estaria  a  caridade  para  os  espíritos  novos  e  o  perdão  para  os  faltosos?  O  que  mostra  que Deus tem uma infinita fé em seus filhos, mas a recíproca nem sempre é verdadeira.

  Impedir  essa  sequência  natural  dos  fatos  seria  também  o  mesmo  que  proibir  que  crianças  analfabetas  ingressassem  na  escola,  alegando-se  que  elas  nunca  conseguiriam  aprender  por  não  saberem  ler.  Seria  não  somente  uma  contradição,  mas  ainda  um  ato  egoísta  e  sem  propósito,  pois  não  se  estaria  concedendo  as  oportunidades  de  crescimento  que elas tanto precisam, na escola adequada. E a Terra é a escola adequada para os espíritos primários em evolução que migram de vários outros orbes.

  PERGUNTA:  Então  desejar  a  Terra  em  outra  dimensão  seria  o  mesmo  que  fechar  a  escola  primária, impedindo o ingresso de novos alunos, e transformando-a num curso superior que apenas poucos se beneficiariam, por se acharem com esse direito?

  RAMATÍS:  Desejar  a  transformação  da  Terra  em  plano  de  luz,  para  depois  imaginar  o  reencarne nela, é despontar certo egoísmo, tendo em vista estar esquecendo dos irmãos de outros  orbes  que  dela  precisam  para  continuar  seus  processos  evolutivos.  E  egoísmo  significa  imperfeição,  com  a  qual  não  estariam  preparados  para  encarnarem  em  planetas  mais sutis de outra dimensão espiritual. Quem deseja viver em planos de luz não pensa na matéria,  mas  em  evolver  espiritualmente,  e,  pelo  mérito,  atingir  altos  páramos  do  éter,  onde não se vive mais a ilusão dos ambientes densos.

  PERGUNTA: Por que tantos avisos quanto à chegada do astro intruso?

  RAMATÍS:  Porque  ainda    tempo  para  que  muitos  reflitam  sobre  seus  atuais  momentos  do  espírito e vençam suas imperfeições, não sintonizando mais com aquele orbe higienizador.

  Trata-se  de  um  processo  muito  difícil  para  cada  um,  mas  que  precisa  ser  realizado,  pois  ainda    tempo.  Caso  contrário,  não  haveria  a  necessidade  de  avisos  sobre  a  chegada  daquele corpo celeste.

CAPÍTULO 2
SOBRE O ASTRO INTRUSO

  PERGUNTA: Pode nos descrever o astro intruso e sua função primordial?

  RAMATIS:  Muito  se  tem  comentado,  no  âmbito  dos  estudos  espiritualistas,  sobre  o  astro  intruso que se aproxima da Terra. Por apresentar  uma  força  magnética  extremamente  rudimentar  e  grosseira,  ele,  à  medida  que  vai  passando  ao  largo  de  planetas  habitados  situados  em  sua  trajetória,  atrai  para  sua  esfera  espíritos  sintonizados  com  vibrações  inferiores.  Espíritos esses  que  não  conseguiram  atingir  o  desenvolvimento  necessário  ao  processo  evolutivo,  e  cujo  renascer  em planetas ainda primários se faz categórico. Esse mecanismo de atração concedeu ao astro a denominação de “planeta chupão”, sendo que outros nomes como “planeta inferior”, “planeta higienizador”, ou “globo etéreo”, também são aplicados. Mas o importante é entender o real sentido de sua existência.

  A princípio,  o  conceito  de  astro  é  um  corpo  celeste,  que  pode  ser  uma  estrela,  um  planeta, um satélite ou um cometa. Independentemente de sua forma, ou dele ter ou não luz própria.  Mas,  por  outro  lado,  o  nome  planeta  é  mencionado,  até  intuitivamente,  por  razão  específica.

  O astro intruso, se visto sob o prisma limitado do Sistema Solar, assemelha-se a um enorme cometa,  que  atravessa  o  espaço  sem  estar  circunscrito  à  fronteira  hipotética  da  região.  Entretanto, trata-se  de  um  planeta,  se  referenciado  a  partir  de  Sol  Cósmico,  centro  na Via Láctea onde se processam os comandos mentais dos espíritos de luz, que plasmam o desenvolvimento  de  novos  sistemas  solares,  protoplanetas  e  condições  evolutivas  diversas  também para a Galáxia.

  E justamente  pela  órbita  desse  planeta  corresponder  a  6.666  anos  terrestres,  em  elevadíssima velocidade de escape, sua trajetória inclui inúmeros sistemas solares. Em seu caminho, ele  vai  absorvendo  entidades  espirituais  não  apenas  da  Terra,  como  ainda  de  outros  planetas  similares,  abrigando-as  em sua  estrutura  energética  etérea  3.200  vezes  maior que a aura terrestre. Assim como ele existem outros astros intrusos que percorrem a Via Láctea com as mesmas funções.

  Dessa forma, seu trabalho cósmico apresenta aspecto duplo. Não apenas o de servir de morada  evolutiva  de  inúmeros  espíritos,  como  o  de  transportá-los  de  volta  a  seus  planetas  de  origem  quando  alcançam  a  devida  evolução.  Além do  que,  muitos  desses  espíritos ainda não preparados para o retorno, porém já com certo grau de evolução que não os permita permanecer no astro, serão distribuídos por diversos planetas, de outros sistemas solares, para que lá continuem suas jornadas.

  O que  implica  ser  o  astro  intruso  um  importante  instrumento  de  estágio  evolutivo,  mas  também  de  fluxos  migratórios,  assumindo  o  aspecto  de  enorme  ônibus  cósmico,  destinado   ao   transporte   de   espíritos   em   evolução.   Cujas entradas   e   saídas   serão   determinadas  pelas  sintonias  vibracionais  que  apresentam,  por  ocasião  da  passagem  desse  imenso veículo pelos diversos planetas constituídos em sua órbita.

  PERGUNTA: Podemos saber quando o astro intruso tangenciará a órbita terrestre?
 
  RAMATÍS: Revelações sobre datas apocalípticas sempre geraram na Terra grandes tumultos. Fatos passados  demonstram  que  simples  passagens  de  século,  ou  datas  estipuladas  por  mentes  confusas,  que  lideravam  seitas,  levaram  muitos  ao  desespero  e  até  ao  suicídio.  O astro  intruso  é  o  dínamo  do  apocalipse,  causando  o  cataclismo  que  destruirá  quase  que  a  totalidade da civilização terrena.

  Assim, a chegada do astro intruso deverá ser descoberta pelos próprios homens, que ficarão envolvidos  por  dúvidas  e  pela  incredulidade.  Se revelássemos  a  data,  a  chegada  seria  confirmada  com  anterioridade  inoportuna,  provocando  especulações  de  curtíssimo  prazo, agravando a situação já negativa do planeta. O caos se estabeleceria muito antes da passagem do  astro,  e  a  dor  se  espalharia  com  uma  antecedência  desnecessária  e  mesmo  cruel. O que posso lhes dizer é que não tão cedo para que possam vê-lo encarnados como estão hoje,  mas  também  não  tão  longe  de  modo  que  ainda  tenham  tempo  de  inúmeras  encarnações  regeneradoras.  O tempo  urge.  Quanto mais  cedo  começarem  suas  reformas  morais melhor.

  PERGUNTA: Esse Sol Cósmico do astro intruso situa-se exatamente no centro da Via Láctea?

  RAMATÍS: Não exatamente no centro, e também não é o único. Existem vários na galáxia que se constituem  em  verdadeiros  polos  administrativos  regidos  pela  espiritualidade.  Apenas cada região refere-se ao seu sol como Grande Sol Central.

  PERGUNTA: O movimento de expansão do Universo contribui para o afastamento progressivo entre a Terra e o astro intruso?

  RAMATÍS:  A  dinâmica  do  Universo,  em  expansão,  produz  alternâncias  cinéticas,  gerando  encontros do astro intruso com a Terra em órbitas tangenciadas, mas também desencontros a  cada  período  de  6.666  anos,  sendo  que  sua  ação  sobre  o  planeta  ocorre  com  maior  intensidade  nos  momentos  de  aproximação  como  o  atual.  É preciso  lembrar,  no  entanto,  que esses encontros já ocorreram inúmeras vezes nos quase cinco bilhões de anos da Terra, promovendo as correções energéticas e físicas necessárias ao progresso do planeta.

  Assim, o que vocês chamam de final dos tempos nada mais é do que o encerramento de um ciclo, e o início de outro, que renova as chances da evolução espiritual. A Terra já atravessou vários apocalipses, e  muitos  dos  que  se  encontram  hoje  encarnados  no  planeta  vivenciaram  tais  eventos no passado.

  PERGUNTA: Então o astro intruso nem sempre tangencia a órbita da Terra a cada 6.666 anos?

  RAMATÍS: Não,   pois   devido   à   dinâmica   cósmica,   pelo   movimento   expansionista   do   Universo,  os  encontros  com  a  Terra  em  termos  de  aproximação  máxima  ocorrem  a  cada  13.332 anos, o que corresponde a duas órbitas de 6.666 anos.

  PERGUNTA: Por essa razão não existem registros científicos sobre a sua existência?

  RAMATÍS: Quando o astro intruso tangencia a órbita da Terra causa o cataclismo, e quando passa afastado o faz numa época em que a humanidade ainda está em reconstrução, carente de aparelhos que registrem a sua trajetória.

  PERGUNTA: Isso quer dizer que fica difícil provar a existência do astro intruso?

  RAMATÍS: Torna-se difícil,  no  caso,  construir  sistemas  de  consistências,  ou  mesmo  um  teorema  de  existência  aceitável,  pois  mesmo  a  prova  da  possibilidade  que  deriva  de  inscrições antigas originárias de vários povos não é conclusiva para a maioria. A procura é por provas  materiais,  mas  elas  não  existem.  O astro  intruso  acaba  se  tornando  verdadeiro  axioma,  cuja  existência    é  comprovada  quando  ele  surge  no  Céu  e  ocorrem  os  cataclismos.

  PERGUNTA: Por que os homens são tão céticos quanto à possibilidade de novo cataclismo por meio da  passagem  de  um  corpo  celeste,  considerando  que  anotações  de  povos  antigos    falavam do dilúvio e de um enorme cometa que causa o desastre?

  RAMATÍS: A  idéia  do  cataclismo  ou  do  Apocalipse  está  muito  associada  às  concepções  religiosas antigas e místicas ligadas à Bíblia e a outras profecias. E os cientistas estão mais voltados para fatos concretos que eles possam testar, do que em aceitar incondicionalmente premissas que tiveram origem há mais de 2.000 anos. Acrescenta-se a isso o fato do astro intruso ter órbita de longa duração, não sendo passível de estudo por parte dos cientistas da Terra.

  Cria-se, dessa forma, um impasse, em que o universo de dados sobre o astro intruso restringe-se às informações dos povos antigos e às mensagens da espiritualidade nos dias de hoje.  E ambas  são  vistas  com  ceticismo  pela  maioria.  São formadas  então  hipóteses  carentes  de  qualquer  confirmação,  ficando  a  pauta  sobre  o  astro  fragmentada  em  diversas  correntes,  o  que  impossibilita  uma  área  de  conhecimento  com  limites  estabelecidos  pela  razão científica.

  Ademais, os  cientistas  sabem  sim  que  um  dia  a  Terra  enfrentará  novo  cataclismo,  porém  não  associam  o  fato  ao  astro  intruso,  mas  a  um  cometa.  E também  não  sabem  quando isso pode acontecer, pois se trata estatisticamente de um processo ponto, um evento praticamente impossível de ser previsto nessas circunstâncias.

  PERGUNTA: Não seria  um  tanto  pretensioso,  e  mesmo  contraditório,  afirmar  que  o  astro  intruso, com sua órbita de 6.666 anos atravessa inúmeros sistemas solares? Sua velocidade permite isso?

  RAMATÍS: Deve-se  ter  em  mente  que,  ao  contrário  da  Terra  e  dos  planetas  vizinhos  que  apresentam  translação  em  relação  ao  Sol,  o  astro  intruso  é  um  planeta  galáctico,  não  pertencente ao Sistema Solar. Daí o nome de intruso. Sua órbita é elíptica em relação ao seu sol na Via Láctea. Porém de desenho orbital com aparência hiperbólica no que tange à sua passagem pelo Sistema Solar. O que implica velocidade vinculada à sua trajetória galáctica, e não  à  trajetória  restrita  ao  Sistema  Solar.  Possui velocidade  orbital  muito  acima  da  velocidade   da   Terra   de   30   quilômetros por   segundo,   assumindo   ainda   velocidade  muitíssimo  superior  à  mínima  de  escape  da  Via  Láctea,  que  está  em  torno  de  110  quilômetros por segundo. Quando passar pela Terra sua velocidade vai superar em muito os 150 quilômetros por segundo¹, causando forte impacto. Sua passagem mais parece a de um cometa fora  dos  padrões  conhecidos.  Por isso  também  é  tão  difícil  ele  ser  localizado  quando muito afastado da Terra. O astro intruso destoa daquilo que os cientistas conhecem como ortodoxo no Universo.
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 Ramatis não deixou clara a velocidade do astro intruso, apenas fixou um parâmetro de referência para demonstrar que é uma velocidade extremamente elevada que foge à compreensão humana. Sua negativa em dar mais detalhes se deveu ao fato de que a revelação da velocidade exata e detalhes do movimento poderiam causar ceticismo. Apenas deixou entender que  a  passagem  física  do  astro  pela  Terra  será  com  enorme rapidez,  pois  uma  passagem  por  demais  demorada  causaria  danos irreparáveis ao planeta. O que mais atua nesse período é a força do campo magnético vinculado à aura gigante do astro intruso, a qual faz com que ele em sua totalidade seja 3.200 vezes maior do que a Terra. Foi mencionado, mas não explicado por Ramatis, o movimento quântico do astro nas partes de sua órbita intersistemas solares, devido inclusive a forças gravitacionais distantes que fogem à nossa compreensão.
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  PERGUNTA:  Poderia  explicar  melhor  essa  questão  sobre  a  órbita  elíptica  e  sua  aparência  hiperbólica?

  RAMATÍS: A órbita do astro intruso é elíptica, sendo a sua trajetória a de uma curva fechada, não  aberta  como  uma  hipérbole  que  caracteriza  a  órbita  de  cometas.  Entretanto,  por  ser  muito  extensa,    a  impressão  de  ser  hiperbólica  quando  ele  passa  pela  Terra.  Convém  acrescentar  também  que  o  astro  em  momento  algum  abandona  sua  órbita  original  quando  atravessa  sistemas  solares,  descartando-se  assim  a  existência  de  velocidade  tangencial  nessas  fases.  Ele  não  se  desloca  para  fora  de  sua  órbita,  o  que  o  faria  assumir  nova  velocidade  a  partir  daquele  ponto.  Inexistem  velocidades  diferenciadas  dentro  de  um  mesmo sistema solar. Alteração de velocidade¹ ocorre somente nos segmentos intersistemas solares,  quando  a  ação  da  gravidade  dos  sóis  regionais  inexiste,  e  a  aceleração  se  faz  por  conta do Sol Central que referencia o astro intruso.

  PERGUNTA:  O  astro  intruso  sendo  um  planeta  que  circula  em  torno  de  seu  sol  tem  órbita  também em torno do Sol de nosso Sistema?

  RAMATÍS:  Essa  é  uma  característica  do  astro  intruso  que,  por  ter  uma  órbita  elíptica  extremamente  alongada,  torna-se  um  planeta  que
e  circunda  vários  sóis,  não  pertencendo,  entretanto, aos respectivos campos gravitacionais deles.
 
  PERGUNTA: Então a passagem do astro intruso pelo Sistema Solar será relativamente rápida?

  RAMATÍS: A partir do ingresso pelos cinturões de asteroides, que os homens acreditam ser a fronteira do Sistema Solar, até a chegada a Terra, o tempo decorrido será de pouco menos de seis meses. Quando de sua passagem pela Terra se apresentará com a aparência de uma enorme  bola  de  fogo,  que  os  homens  atônitos  confundirão  inicialmente  como  uma  Lua  excessivamente  brilhante,  depois  com  um  segundo  Sol,  e  finalmente  pensarão  ser  um  cometa caindo do Céu.

  PERGUNTA:  Sendo  o  astro  intruso  de  consistência  denso etérea,  ele  poderá  em  algum  momento  ser  visto  previamente  pelos  cientistas,  ou  mesmo  a  olho  nu  antes  de  sua  aproximação máxima da Terra?

  RAMATIS:  A  capacidade  dos  homens  recolherem  detalhes  a  respeito  do  astro  depende  de  instrumentos que denunciem a existência de forte magnetismo de cunho etéreo, o que ainda não  é  possível  para  os  cientistas  da  Terra.  Em  termos  densos,  sua  aproximação  passará  despercebida por muito tempo. Atravessará a Nuvem de Oort e o Cinturão de Clipe sendo confundido  inicialmente  como  sendo  um  cometa,  ou  planeta  desconhecido  do  Sistema  Solar.  Embora de tamanho similar ao da Terra, ele será ofuscado momentaneamente pelo Sol. 

  Aproximando-se  do  planeta  poderá  ser  visto  posteriormente  a  olho nu  como  uma  imensa   estrela.   Entretanto,   quando   tangenciar   a   órbita   terrestre,   apresentará   forte   capacidade   refletora,   dada   a   sua   consistência   químico física,   fazendo   com   que   seja   observado no Céu como uma espécie de segundo Sol ou como um cometa flamejante.
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¹  Ramatis  revelou  que  o  ser  humano  está  longe  de  conhecer  o  que  se  passa  no  Universo,  e  comentou  que  existe  matéria  que  se  desloca  no  espaço  à  velocidade  extremamente  elevada,  até  mesmo  com  velocidade  chegando  próxima  da  velocidade  da  luz.  Isso  parece  convergir  para  a  velocidade  de  veículos  interplanetários,  ou  mesmo  de  corpos  celestes  desconhecidos.
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  PERGUNTA:  Por  favor,  explique  melhor  esse  caso.  Se  a  parte  densa  do  astro  intruso  é  plenamente visível, por que então a dificuldade dela ser vista pelos cientistas, mesmo com a utilização  de  instrumentos  de  longo  alcance? Desprezando-se  o  que  diz  respeito  ao  magnetismo de cunho etéreo.

  RAMATÍS: É preciso imaginar para entender o porquê. Vamos simular uma situação na qual alguém  observa  o  Universo  a  partir  da  Terra  com  limitada  tecnologia  como  a  que  se  verifica atualmente. Por outro lado, observador secundário estuda o Universo de um planeta fora do Sistema Solar, porém com instrumentos altamente aprimorados.

  Naturalmente o    primeiro    caso    apresenta    limitações,    principalmente    se    considerarmos  que  os  homens  na  Terra  não  conseguem  saber  mesmo  inúmeros  fatos  que  ocorrem  ao  seu  redor.    no  segundo  exemplo,  o  observador  pode  ter  maior  acuidade  em  seu   trabalho,   inclusive   avaliar   o   que   se   passa   no   Sistema   Solar,   em   termos   de   movimentação dos corpos celestes.

  Com  os  equipamentos  que  são  e  serão  utilizados  na  Terra,  os  cientistas  estão  sujeitos  a  diversos  erros,  não  somente  sobre  os  fenômenos  observados,  mas  também  relacionados à presença de corpos celestes. Por exemplo, a existência das concentrações de asteroides no Cinturão de Kuiper, além de Netuno, ainda promove certa confusão quanto à discriminação entre asteróides, cometas e planetas.

  Considere-se também que a descoberta do Cinturão, em 1992, forneceu informações sobre a questão das migrações planetárias. E, apesar dele estar inserido no processo cinético do Sistema Solar, somente foi descoberto em 1992, o que demonstra estarem os homens engatinhando em termos de Universo.

  Dessa  forma,  interpretações  equivocadas  são  frequentes.  Se  alguém  da  Terra  conseguir alcançar, por telescópio, a trajetória do astro intruso ainda fora do Sistema Solar, poderá  deduzir,  em  primeira  análise,  que  se  trata  de  um  enorme  cometa,  dado  seu  brilho,  velocidade e por não conhecer sua órbita exata. O mais provável é ajuizar como sendo um cometa  de  longa  duração.  Mas,  para  quem  está  em  posição  privilegiada,  fora  do  Sistema  Solar e tendo a visão plena da órbita do astro intruso, verificará que se trata de um planeta que circula em torno do Grande Sol Central, desconhecido dos homens.

  PERGUNTA:  Quer  dizer  então  que  o  astro  intruso  somente  será  identificado  quando  estiver  adentrado no Sistema Solar?

  RAMATÍS:  Os  cientistas  da  Terra  não  possuem  instrumentos  para  calcular  a  órbita  do  astro,  tendo em vista que ela apresenta forma elíptica que transcende, em muito, o Sistema Solar. Não   sendo   possível   determinar   o   sol   que   a   referencia,   e   cujo   semi-eixo   maior   é   desconhecido.  As   primeiras   visualizações   do   astro   causarão   especulações,   gerando   relatórios  confusos,  classificados  de  prematuros  e  provisórios,  não  havendo  consenso  quanto à origem do astro e sua órbita completa. Pois é impossível aos homens o cálculo da excentricidade  que  determina  a  forma  da  elipse,  pois  seus  eixos  maior  e  menor  não  são  conhecidos. Os cientistas habituaram-se a estudar e a conviver de perto com corpos celestes que se formam e navegam no próprio Sistema Solar. Algo galáctico dessa magnitude ainda
é uma incógnita perturbadora.

  PERGUNTA:  Mas,  considerando-se  o  desenvolvimento  tecnológico,  até  o  aparecimento  do  astro  intruso  não  será  possível  os  cientistas  contarem  com  novos  equipamentos  que  o  identifiquem?

  RAMATÍS:  Vamos  lembrar  a  questão  relacionada  com  o  nascimento  de  um  espírito.  Logo  após ser criado esse espírito, sem memória porque não tem história, está no Universo que é eterno  e  infinito.  Em  representação  matemática  ele  é  um  simples  ponto  no  infinito  e  a  probabilidade  de  se  identificar  um  ponto  no  infinito  é  zero.  Ou  seja,  ele  existe,  mas  como  um ser desprovido de noção sobre si mesmo. A encarnação surge então para retirá-lo desse estado de torpor.

  A partir da vida na matéria, a primeira, ele começa a traçar suas referências iniciais na vida material temporal. E pelas várias encarnações conhecendo os limites da matéria ele passa a ter a noção de infinito. Tendo a noção de tempo, ele compreende sobre a eternidade, assim  como  através  da  mente  concreta  ele  poderá  saber  o  que  é  mente  abstrata. 

  E  surge  a  velha história de que ele deixa de ser um simples ponto no Universo como referência não percebida, para ter dois pontos referenciais, um na espiritualidade após ser criado e outro na matéria,  sua  primeira  encarnação.  E  com  dois  pontos  ele  forma  a  sua  primeira  reta  da  conscientização, começando a estruturar a geometria de seu microcosmo.

  Por  outro  lado,  vamos  lembrar  a  trajetória  de  um  corpo  através  do  Universo.  Ele  pode  ter  determinada  velocidade  num  espaço  definido.  Porém,  se  visto  sob  o  prisma  do  infinito,  sua  velocidade  será  zero.  Pois  por  mais  que  ele  se  movimente  no  infinito  será  entendido   como   um   ponto   estático,   imperceptível,   com   probabilidade   zero   de   ser   identificado.  É  como  se  ele  não  se  movimentasse  e  nem  existisse,  desaparecendo  na  grandeza do incomensurável.

É isso que os homens precisam olhar com mais cuidado. Pois tendem a projetar as limitações da matéria, sua referência primária, entendendo-a não como simples referência, mas  como  paradigma,  fazendo  trajeto  inverso  que  os  conduz  à  ilusão.  Paradigmas  são  o  infinito  e  a  eternidade.  E  por  essa  razão  mesmo  que  os  homens  tenham  futuramente  tecnologia mais avançada, ainda ficarão à deriva quanto a eventos como o do astro intruso, cujos   objetivos   seguem   diretrizes   ainda   não   compreendidas   pela   humanidade.   E   a   explicação  é  simples:  falta  aos  homens  a  consciência  cósmica,  aquela  que  lhes  permite  entender o valor crístico de cada ser. Quando resolverem parar de olhar só para o exterior, e passarem a vê-lo apenas como etapa inicial para que se preocupem com o que acontece em seus espíritos, como os tormentos que afloram em seus íntimos, e tentarem corrigi-los numa luta  incansável  pelo  aprimoramento  espiritual,  então  se  elegem,  voluntariamente,  para  jornadas evolutivas onde não encontrem mais
astros intrusos.

  Enquanto isso não acontece, não  adianta  aprimorarem  tecnologias,  pois  o  mais  importante  de  tudo,  a  compreensão  íntima,  ainda  não  existe.  E  o  astro  continuará passando  e  voltando  para  aqueles  que  não  sabem identificá-lo, mesmo que contem com a ilusão de aprimoradas tecnologias.

  PERGUNTA:  Em  termos  físicos,  portanto,  as  consequências  do  astro  intruso  somente  serão  conhecidas quando ele já estiver atuando fortemente sobre a Terra?

  RAMATÍS:  Um  acontecimento  celeste  gera  informações  de  diversas  naturezas,  as  quais,  entretanto, nem sempre são absorvidas em sua totalidade pelos cientistas. Não apenas pela carência  de  compreensão  sobre  elas,  mas  também  pelos  ruídos  que  envolvem  uma  análise  desprovida de conhecimento e de equipamentos adequados. Essas dificuldades geram erros, e quanto maiores forem as dificuldades, maiores serão os erros. No caso do astro intruso, a probabilidade  de  ocorrência  de  erros  encontra-se  em  torno  dos  97%.  Os  homens  se  verão  frente  a  um  evento  até  então  considerado  praticamente  impossível  de  ocorrer,  rotulado  de  inédito,  e  que  lhes  inundará  de  novas  informações  e  de  dúvidas  que  não  poderão  ser  processadas  devidamente  e  a  tempo.  As  hipóteses  podem  ser  construídas  perante  fatos  inéditos, mas os eventos reais somente serão conhecidos a partir do momento que comecem a se manifestar. Sem chances de reação.

  Vamos  ainda  descrever  as  informações  emitidas  naturalmente  pelo  astro  intruso  como  sendo  informações  públicas,  pois  se encontram  à  disposição  de  todos  para  serem  descobertas  e  analisadas.  Enquanto  cada  cientista,  cada  habitante  da  Terra,  possuirá  opiniões  próprias,  que  geram  informações  privadas,  de  caráter  estritamente  pessoal.  A  grande maioria da população entenderá a chegada do astro como sendo uma farsa, enquanto outros  a  compreenderão  como  mais  um  dos  muitos  perigos  que  circundam  o  planeta,  mas  que será desviado em tempo. Entenderão que ainda não será desta vez que a Terra terá de enfrentar o cataclismo. O  que  torna  a  expectativa  sobre  o  astro  um  rol  de  equívocos.  E,  quando  o  menos  provável  para  os  terrestres  ocorrer,  ou  seja,  o  inevitável,  então  a  humanidade  despertará,  porém tarde.

  PERGUNTA: Algumas correntes espiritualistas afirmam  que    estamos  no  final  dos  tempos.  Pode nos esclarecer se isso tem fundamento?

  RAMATIS: Intuitivamente sentem que os tempos atuais estão no fim. Essa informação está no espírito dos homens que já viveram o cataclismo na Terra. E quando digo que já viveram, não  são  apenas  aqueles  que  se  encontravam  encarnados, mas  também  desencarnados no  plano  etéreo,  e  testemunharam  o  horror  para  muitos  que  representa  a  hora  da  verdade. A tristeza  de  ver  tantos  caindo  nas  próprias  armadilhas  que  armaram  no  decorrer  de  suas  existências  no  planeta.  Outro  aspecto  que  cabe  mencionar  é  que  a  órbita  do  astro  intruso  forma  em  sua  trajetória  uma  elipse  não  apenas  em  termos  de  formato,  mas  também  uma  elipse energética marcada pelas vibrações que dele emanam.

  PERGUNTA: Falava-se muito da chegada do astro intruso à órbita da Terra no final do Século XX. Isso não aconteceu, o que houve em relação à profecia?

  RAMATIS: O  astro  intruso  é  um  corpo  celeste  que  existe    bilhões  de  anos  realizando o mesmo  trabalho  de  higienização  espiritual  em  diversos  planetas  tangenciados  por  ele.  Em  torno  da  Terra,  sua  órbita  está  plasmada  numa  elipse  energética  que  poderia  ser  seguida  facilmente  por  um  veículo  espacial  munido  de  equipamentos  apropriados  que  os  homens  não conhecem. É como se fosse uma grande artéria, onde no lugar do sangue corre a energia que ele plasmou  em  toda  a  sua  existência.  E  à  medida  que  se  aproxima  da  Terra,  mesmo  ainda  distante em termos de tempo do planeta, essa energia se torna mais forte naquele segmento da órbita no qual ele se encontra, influenciando sobremaneira os acontecimentos quanto aos homens e à natureza.

  Dessa  forma,  desde  a  década  de  50  que  as  vibrações  do  astro  intruso   estão  chegando  ao  planeta,  aumentando  ano  a  ano.  A  previsão  sobre  a  chegada  dele  no  final  do  Século XX dizia respeito ao início do estágio mais forte da carga magnética que ele impõe. Por  isso,  ocorrem  e  ocorrerão  tantos  desastres  naturais,  guerras,  conflitos  armados  e  violência  generalizada  durante  o  século  XXI  e  na  primeira  metade  do  século  XXII  com  fortes  desastres  naturais.  Nosso  século  atual  marca  o  grande  início  da  Batalha  do  Armagedom. A vibração etérea do astro intruso já está na Terra.

  PERGUNTA:  Suas  previsões  anteriores  apontavam a  influência  do  astro  intruso  chegando  na  segunda metade do último século. Então era essa a sua referência?

  RAMATIS: Quem  estuda  o  Apocalipse,  ou  se  interessa  por  ele,  desenvolve,  em  geral,  uma  idéia  errada  do  que  significa  o  final  dos  tempos.  As  pessoas  pensam  que,  em  um  determinado dia, o mundo acaba, com um acontecimento surpresa. Não é assim.

  O  Apocalipse  se  desenvolve  gradualmente  através  de  um  período  que  é  curtíssimo  para  a  espiritualidade,  porém  de  certo  modo longo  para  os  homens.  Nada  ocorre  de  surpresa,  pois  Deus  seria  insensível  se  não  permitisse  aos  homens  serem  avisados  sobre  o  que vai ocorrer na Terra. Eles são alertados justamente para que reflitam sobre seus atos e se modifiquem para enfrentar o inevitável. Os homens já deveriam transmutar seus espíritos para  enfrentar  a  morte  do  corpo  denso  de  modo  tranquilo,  e  não  o  fazem. 

  No  Apocalipse, Deus avisa que a humanidade precisa estar preparada. Os  avisos  chegam  com  muita  antecedência,  em  geral  de  150  a  200  anos  antes,  quando   a   violência   se   generaliza   no   planeta,   e   os   fenômenos   naturais   atípicos   se   multiplicam,  causando  severos  danos.  A  partir  de  então  a  vida  se  torna  mais  difícil,  como  numa última chance para que os homens se modifiquem. O Apocalipse, assim, se manifesta como uma doença terminal de longa duração, a qual permite ao enfermo pensar sobre o que praticou na vida. No caso, a humanidade está doente.

  PERGUNTA: No caso, então, o processo seria para dar tempo de curar o espírito?

  RAMATIS: Quando   alguém   contrai   uma   patologia   bacteriana   na   Terra   necessita   de   antibiótico. Mas não significa que ao tomar a primeira dose estará curado. Dependendo do problema,  ele  poderá  precisar  do  medicamento  por  5  a  15  dias,  por  exemplo,  e  mesmo  assim,  depois  de  terminado  o  tratamento,  algumas  características  da  doença  ainda  se  manifestam, apesar dela já não existir mais.

  O  mesmo  ocorre  com  a  doença  do  espírito.  Durante  séculos  um  espírito  adquire  carmas  negativos  em  suas  várias  encarnações,  e  não  será  de  uma  hora  para  outra  que  conseguirá resgatar toda essa dívida. Dessa forma, o tempo de aviso até a chegada do astro intruso corresponde ao tratamento que esse espírito precisa ministrar a si mesmo para curar suas  imperfeições.  Entretanto,  dada  a  situação  da  maioria,  poucos  terão  chances  de  reencarnar e completar o processo da cura.

  PERGUNTA: Isso significa que o Apocalipse é o retrato em andamento de uma doença?

  RAMATIS: Na  realidade    muito  a  humanidade  está  doente.  Porém  não  se  cuidava  nem  tomava os remédios necessários, e isso agravou o quadro. A fase que antecede a chegada do astro  intruso  é  o  momento  em  que  a  doença  se  instala  na  sua  forma  mais  cruel,  advindo  então o colapso total com o dia do cataclismo.

  PERGUNTA? : Quer dizer que, até a chegada do astro intruso, o planeta enfrentará enorme carga probatória?

  RAMATIS: Para que os homens meditem sobre o que raramente meditam. Sobre eles mesmos, e os tipos de conduta que adotam na vida. E mais do que nunca a vigilância será necessária. Porque de tempos em tempos ocorrerão breves períodos de tranquilidade, que farão muitos pensarem  equivocadamente  que  o  mal  se  afastou  da  vida.  E  qualquer  descuido  trará  problemas  futuros.  Entra-se  numa  fase  na  Terra  que  os  homens  deverão  cuidar  da  própria  evolução  de  maneira  irreversível,  não  podendo  mais  baixar  a  guarda  como  fazem    séculos.

  PERGUNTA: No Sistema Solar, apenas a Terra será afetada?

  RAMATIS: Dizer que só a Terra será afetada seria o mesmo que afirmar que a programação da  espiritualidade  no  que  concerne  à  região  está  vinculada  aos  desígnios  da  Terra.  Outros  planetas  do  Sistema  Solar,  onde  existe  vida  espiritual,  também  receberão  algum  tipo  de  influência corretiva, a exemplo do que ocorre com planetas cujas órbitas são tangenciadas pelo  astro  intruso,  em  outros  sistemas  solares.  Porém  não  de  forma  tão  drástica  quanto  a  Terra.

  A  humanidade  tem  por  hábito  colocar  seu  planeta  como  centro  do  Universo,  esquecendo que somente na Via Láctea existem mais de cem milhões de sistemas solares e que a cada minuto mais de 25 mil são criados apenas no restrito plano universal que vocês estão habituados a visualizar. Apesar de inúmeros também serem destruídos.

  PERGUNTA:  Considerando   que   maiores   informações   sobre   o   astro   intruso   ainda   são   necessárias, caberiam outras abordagens sobre o assunto? São possíveis novas revelações?
 
  RAMATIS: O  dever  dos  habitantes  dos  planos  de  luz  é  colaborar  com  a  evolução  dos  espíritos, trazendo-os ao caminho da razão plena que conduz ao Pai Celestial. Sendo assim, os  ensinamentos  e  revelações  precisam  ser  aplicados  parcimoniosamente,  com  o  intuito 
primordial  de  elucidarem  as  dúvidas.  Caso  contrário,  afirmariam  valores  confusos,  para  mentes  ainda  incrédulas,  dificultando  o  aprendizado,  e  mantendo  a  ignorância  de  muitos  que não se atreveriam a prosseguir na busca do saber, por temor ou acomodação. Como  diz  Kardec  no  “Evangelho  Segundo  o  Espiritismo”,  capítulo  24,  item  5,  “a  providência  revela  as  verdades  de  forma  gradual”.  E  lembra  que  Jesus  está  com  a  razão  quando  afirmou  que  não    nada  de  oculto  que  não  deva  ser  revelado,  e  que  um  dia  tudo  será  descoberto.  Mas  o  que  o  homem  não  compreender  na  Terra  lhe  será  transmitido  em  mundos mais avançados e quando estiver mais purificado.

  Dessa  forma,  podem  ser  retiradas  dessas  assertivas  duas  fortes  constatações.  A  primeira,  que  os  ensinamentos  devem  ser  ministrados  conforme  o  grau  evolutivo  de  cada  homem,  conforme  o  plano  em  que  se  encontra.  Pois  seria  inadmissível,  por  exemplo,  ensinar Medicina a uma criança que está ingressando no curso de alfabetização. Segundo, o aspecto da humildade de Kardec, que assim demonstra ser a sua própria obra  incapaz  de  revelar  tudo  o  que  os  homens  precisam  saber.  Qualificando-a  como  um  instrumento aplicável ao estágio evolutivo da Terra, deixando revelações mais complexas a ser ministradas em esferas superiores à medida que o espírito evolui fora do planeta. Pois, seria  mesmo  uma  contradição  dizer  que  tudo  pode  ser  assimilado  na  Terra.  Fato  que  classificaria o orbe local equivocadamente como paradigma da didática divina.

  PERGUNTA: Mas, retornando ao assunto “astro intruso”, ele se apresenta como mero veículo de transporte astral, ou como plano reencarnatório? Pode nos falar novamente sobre isso?

  RAMATIS: Os  homens  costumam  adotar  posturas  inflexíveis  sobre  assuntos  relacionados  à  espiritualidade,   esquecendo   que   Deus   é   a   expressão   máxima   do   dinamismo   e   da   flexibilidade  virtuosa.  Basta  que  entendam  Sua  capacidade  infinita  de  perdoar,  e  Sua  habilidade eterna de criar.

  O astro intruso tem múltiplas funções, conforme a programação da espiritualidade, no  sentido  de  atender  à  evolução  daqueles  que  ali  se  encontram,  bem  como  acatar  as  emergências  verificadas  em  sua  trajetória.  E  uma  delas  é  a  de  recolher,  migrar  e  alocar  espíritos em desenvolvimento primário. Assim,  como    mencionei  antes,  as  funções  mais  claras  para  os  homens  são  duas.

  Por um lado, recolher entidades em planetas onde elas obstruem o desenvolvimento local, deixando-as  em  outros  que  lhes  convêm  no  processo  evolutivo.  E,  ademais,  também  lhes  conceder o suporte reencarnatório no próprio astro, quando isso se fizer mister. Tarefas que implicam a questão antes abordada sobre a flexibilidade divina. O plano reencarnatório   do   astro   é   extremamente   grosseiro,   onde   imperam   a   ignorância   e   o   sofrimento  em  níveis  assustadoramente  inferiores.  E  as  provações  são  de  tamanha  escala,  que  várias  entidades  espirituais  rapidamente  alcançam  consciência  maior  de  seus  estados,  solicitando clemência e novas chances.

  E  como  Deus  não  é  inflexível,  tampouco  tirano,  permite  que  sejam  deixados  em  diversos planetas com melhor nível evolutivo na trajetória do astro. Da mesma forma que, para outros irmãos, o astro servirá apenas de ônibus astral, conduzindo-os de um planeta a outro. Tudo conforme a necessidade de cada espírito que ali se encontra. Pois, como disse, o  dever  da  espiritualidade  de  luz  é  patrocinar  a  evolução  de  todos,  porém  caso  a  caso,  conforme a necessidade de cada um.

  PERGUNTA: Basta  pedir  para  deixar  o  astro  e  o  espírito  migra  para  o  planeta  mais  próximo  que lhe convém?

  RAMATIS: A  autorização  para  deixar  o  astro  intruso  decorre  do  aprendizado  que  o  espírito  alcançou  ali,  sem  subterfúgios.  No  plano  espiritual  a  verdade  é  clara,  nada  fica  escondido  perante  a  luz.  Assim,  cada  espírito  revela  em  sua  essência  o  aprendizado  que  obteve,  sem  mentiras. E fica por conta do livre-arbítrio o seu comportamento posterior.

  PERGUNTA:  Portanto,  parece  ser  o  astro  intruso  um  instrumento  evolutivo  a  serviço  da  flexibilidade patrocinada pelos planos de luz?
 
  RAMATIS:  Exatamente.  Os  homens  precisam  adotar  uma  postura  menos  rígida  quanto  aos  seus  pontos  de  vista,    incluindo  as  comunicações  que  recebem  do  Astral.  A  rigidez  de  muitos  conceitos  e  interpretações  conduz  ao  fanatismo  e  às  intransigências,  qualificações  que  não  coadunam  com  a  sabedoria  divina.  É  preciso  lembrar  que  evolução  é  dinamismo.
 
  Inflexibilidade  é  estática  que  despreza  o  bom  senso.  E  os  seres  de  luz  são  extremamente  flexíveis  em  suas  abordagens,  atendendo  ao  bom  senso  que  cada  momento  exige.  Pois  é  assim que Deus age em relação a seus filhos.

  PERGUNTA: A   passagem   do   astro   intruso   é   um   acontecimento   certo   de   ocorrer   periodicamente?

  RAMATIS: É um evento determinístico, pois o astro configura-se como o “Grande Ajustador” que promove o carma planetário.

  PERGUNTA: A  migração  dessa  forma,  conduzida  pelo  astro  intruso,  pode  promover  o  transporte de espíritos do orbe terrestre para outros planetas?

  RAMATIS: Sim, pois depende da necessidade evolutiva de cada espírito, que pode ser retirado da  Terra  e  transportado  para  outro  planeta,  de  constituição  vibratória  ainda  primária.  Da  mesma  maneira  que  se  a  sua  condição  assim  exigir,  inicia  um  ciclo  reencarnatório  no  ambiente  degenerante  do  próprio  astro,  até  que,  com  os  ensinamentos  recebidos  com  as  provações,  se  encontre  em  condições  de  desembarcar  em  planeta  de  aura  mais  leve,  podendo ser inclusive a própria Terra.

  PERGUNTA: Por que a necessidade de um astro denso para realizar todo esse transporte?

  RAMATIS: O trato com espíritos ainda passíveis de grandes passos na evolução precisa ser realizado em ambientes que eles compreendam, o material. Assim, o astro intruso funciona como dínamo único de eventos múltiplos nas grandes transmutações planetárias. Ele surge como um bólido que através do cataclismo concede nova face à natureza local, higieniza a aura planetária absorvendo plasmas negativos e entidades afins, para que sigam em seu orbe com propósitos reencarnatórios ou de transporte, deixando sobreviventes e desencarnados em torno do planeta atingido para que construam a nova humanidade. Além de desembarcar outros que já cumpriram fases cármicas em seus ambientes materiais e umbrais espirituais hostis. Portanto, por meio dele várias situações se processam, para que seja dada a partida do novo ciclo evolutivo daquele planeta atingido.

  PERGUNTA: É possível descrever-nos o plano reencarnatório do astro intruso?

  RAMATIS: A ambiência é por demais sombria, remontando por analogia ao pretérito remoto da Terra. A sociabilidade inexiste, pois as relações são angustiantes, marcadas pela violência e por sofrimentos em vertentes contínuas. A própria fauna, embora não tão rica quanto à da Terra, apresenta-se fértil em agressivos animais selvagens e outros repulsivos. Nem vale a pena narrar em detalhes outros aspectos das trevas que ali vigoram.

  Deve-se apenas acrescentar que, por ser um plano etéreo grosseiro, para onde são atraídas entidades ignorantes de vários planetas, a evolução física praticamente inexiste. Ela não se processa em termos coletivos, de modo que o planeta evolva material e espiritualmente como vem ocorrendo com a Terra. O processo evolutivo é limitado pela individualidade de cada espírito ali presente. Pois, cansado de sofrer, o espírito começa a entender com mais clareza o que significou o seu passado em mundos anteriores, e o que o levou a habitar o astro intruso, vindo a solicitar novas chances em planetas mais evoluídos.

  PERGUNTA: Poderia ser mais explícito quanto ao que denomina de processos evolutivos coletivo e individual?

  RAMATIS: Um planeta como a Terra, destinado à evolução espiritual, apresenta importantes progressos materiais coletivos como vem ocorrendo, mas não tem necessariamente a contrapartida em cada homem no desenvolvimento do espírito. Esta condição, por sua vez, é determinada pelo livre-arbítrio individual, no esforço da construção de uma índole voltada para Deus, constituindo-se em mérito particular.

  No astro intruso, o progresso material coletivo é anulado pela intensa absorção de espíritos ignorantes originários de vários planetas em ondas regulares, os quais não possuem a capacidade de contribuírem para a evolução física local. Que assim situa-se em patamar bastante rígido, à mercê das vibrações caóticas das hordas migratórias.

  Esse estado permanente de trevas torna a vida insuportável. Os espíritos ali encarnados atravessam terríveis tormentos e fases marcantes de sofrimentos. De modo que os breves momentos de conscientização ocorram nos períodos interencarnatórios, quando recordam de vidas anteriores em outros planetas, comparando as sequências evolutivas em cada um dos orbes. Isso é necessário a fim de perceberem o ambiente de trevas do astro intruso, advindo o pedido de clemência, para que sejam transportados para outros planetas que apresentem condições de evolução mais aprazíveis.

  Sendo assim, o astro intruso representa verdadeiro tratamento de choque, no sentido de despertar espíritos ignorantes, mostrando seus estágios evolutivos impróprios, incentivando-os à busca pela reforma espiritual, o que dá início ao processo evolutivo individual mais intenso patrocinado pelo livre-arbítrio.

  PERGUNTA: Mas cientistas e sábios que ali estão não colaboram para a evolução do orbe, tirando-o da condição de ambiente estagnado?

  RAMATIS: Não teriam condições pela falta crônica de infraestrutura. E, justamente ao encarnarem, sofrem por se sentirem inúteis em um local onde presenciam tantas incoerências e absurdos. Mesmo momentaneamente desmemoriados pela nova encarnação, percebem intuitivamente que muito poderia ser melhorado. Mas são obrigados a viver nos limites terríveis impostos pelas condições primaríssimas do astro.

  Nesse estado de sofrimento é que eles começam a entender que a verdadeira sabedoria não está na vida material, mas na condição do espírito evoluído de fazer algo pelo próprio progresso e pelos seus semelhantes, começando a serem despertos os sensos de amor e de caridade.

  PERGUNTA: A contínua absorção de energias negativas também não colabora para o processo de estagnação material do astro?

  RAMATIS: É o contrário da Terra onde o progresso material não é atrelado à evolução espiritual. Os homens apegam-se à tecnologia de ponta como reveladora da evolução do planeta, esquecendo da saúde do espírito. No astro intruso, a atração dos espíritos ignorantes é acompanhada da imantação da enorme carga negativa que envolve a Terra, bem como as originárias de outros planetas, cujas órbitas são tangenciadas por ele. Isso implica resgatar o caos dos outros para implantá-lo no próprio orbe.

  E as derivadas do progresso material resultam em valores insignificantes, de caráter estagnante. O importante ali não é o progresso material, mas a evolução do espírito angustiado por viver em plano tão atrasado. Em suma, as condições do astro estimulam o desapego à matéria e a maior observância ao estado do espírito, que já traz em sua história conhecimento mais evoluído quanto ao trato com as coisas densas.

  PERGUNTA: Não havendo progresso material, então mesmo que espíritos altamente inteligentes tivessem idéias brilhantes nada poderiam fazer?

  RAMATIS: Existe uma espécie de comensalismo entre cada espírito e o astro intruso, pois o espírito beneficia-se com sua presença no astro em termos de evolução, mas o astro não obtém qualquer ganho ou prejuízo com a presença de um espírito em sua crosta.

  Vejam o que acontece hoje com o homem na Terra. Embora na parte física já esteja provado que a vida é dinâmica, a grande maioria da humanidade ainda não entendeu que a evolução espiritual baseia-se no mesmo princípio, e não na Lei da Estática e da passividade, tão antiquadas quanto as ideias científicas primitivas na Terra.

  No ambiente do astro intruso tudo isso ficará mais evidente para cada espírito, apesar de que os momentos de aprendizado sejam obviamente diferenciados.

  PERGUNTA: O astro intruso assemelha-se então ao que os homens denominam de inferno?

  RAMATIS: Insere-se na flexibilidade à disposição da espiritualidade de luz, na educação de entidades rebeldes, que não atingem a necessária maturidade evolutiva. Ao invés de ser o érebo que os homens imaginam, constitui-se, no seu aspecto de morada reencarnatória, em sistema prisionário cujas grades e grilhões são as mazelas e imperfeições desenvolvidas pelos próprios detentos. E como toda provação, o estágio nesse plano não se distingue como castigo, mas na melhor forma de manifestar a didática divina, com uso da linguagem que tais espíritos sofredores entendem. Não conseguiriam despertar a razão se fosse de outro modo.

  PERGUNTA: Todos os espíritos terrestres que forem atraídos pelo astro intruso encarnarão nele, mesmo por curto período?

  RAMATIS: Inúmeros espíritos que se encontram encarnados na Terra, ou mesmo desencarnados ao redor dela, encontram-se em verdadeiro estado de alienação espiritual, descuidando-se sobremaneira de suas evoluções. Adotam comportamentos voltados para vícios e outras imperfeições, que não se traduzem efetivamente como atitudes agressivas contra terceiros, mas contra eles mesmos. Sendo assim, em alguns casos a encarnação no
astro intruso seria demasiadamente pesada para eles. E a solução é a permanência por certo período no âmbito etéreo do astro, sofrendo com as vibrações negativas, entretanto sem a necessidade de encarnar. Até que desembarquem em algum planeta mais condizente com seus estados ainda imperfeitos. É o caso em que o astro intruso funciona como um grande ônibus cósmico.

  PERGUNTA: Tendo cumprido o estágio encarnatório no astro, os espíritos que o deixarem poderão retornar novamente para sua esfera?

  RAMATIS: Considerem o equivalente na Terra, quando alguém que esteve preso retorna ao cárcere, após praticar novas faltas. Lembrem-se do que lhes disse sobre flexibilidade. Da mesma forma que Deus é indulgente quanto àqueles que desejam evoluir, também se mantém coerente no respeito ao livre-arbítrio de outros, que retornam à senda da imperfeição. Espíritos reincidentes podem, assim, regressar à esfera do astro intruso, quantas vezes for necessário, para que despertem a razão sobre seus estados evolutivos rudimentares.

  PERGUNTA: No momento em que passar nas proximidades da Terra, o astro intruso, além de imantar os espíritos rebeldes, atrairá algum tipo de matéria terrestre?

  RAMATIS: Vamos lembrar do que acontece no caso de órbitas binárias entre estrelas densas, quando durante milhões de anos a massa de uma atrai a da outra formando um corpo maior. Não é o caso entre o astro intruso e a Terra. Porém, será verificado um processo similar de acreção, quando energias e plasmas negativos da Terra, e ao seu redor na crosta etérea, forem atraídos para o astro. Pois plasma negativo é matéria. Entendendo ainda que o plasma, ou massa, negativo a ser transferido da Terra será difundido na forma de energia em umbrais espirituais do astro, bem como em seus ambientes reencarnatórios, como energia causadora de infortúnios e de tormentos, em emissões anisotrópicas, dependendo do plano onde serão necessárias aos estados probatórios.

  Considerando-se que essas energias se traduzem em provações, e que provações nada mais são do que ensinamentos divinos, então as cargas eletromagnéticas destes obedecem ao espalhamento por meios diversos, conforme as possibilidades de aprendizado de cada um que estiver no astro. Pois mesmo em um ambiente confuso, como o do astro intruso, Deus permite a didática individual para seus filhos, apesar da homogeneidade das vibrações negativas locais.

  PERGUNTA: Desde a Antiguidade fala-se na existência do astro intruso, conhecido por outros nomes como “Nibiru”, “Marduk” e “Absinto”. Tratava-se de simples profecia?

  RAMATIS: Profecias em parte fundamentam-se na lógica que desperta uma sequência de efeitos ordenados, assim como na habilidade de se compreender, ou perceber, passado, presente e futuro como o eterno agora, que incorpora as contínuas manifestações do logos, ativadoras da memória existencial de cada espírito.

  No caso do astro intruso, ele já passou nas proximidades da Terra em outras ocasiões, quando o planeta ainda se encontrava em seus processos embrionários ou primários. Momentos em que espíritos conscientes de seus estados, e solicitando novas chances, foram transferidos do astro intruso para o orbe terrestre, porém conservando nas respectivas memórias etéreas a passagem pelo astro que os transportou.

  Essa informação, latente nos espíritos imigrantes, passou a ser difundida entre as civilizações antigas por intermédio de manifestações mediúnicas, corroboradas pelas intuições daqueles que viveram as experiências probatórias em estágio no astro. Apesar de que, é bom frisar, naquele período da humanidade o mediunismo fosse encarado como contundente manifestação de sábios curandeiros.

  PERGUNTA: Então, aqueles que viveram no ambiente do astro intruso conservam esse período na memória espiritual, e depois revelam alguns fatos pertinentes, como intuições recebidas que na prática são sutis recordações dessa passagem?

  RAMATIS: É o que ocorre, mas não somente com aqueles que encarnaram no astro, ou que foram levados por ele no transporte cósmico. Também os que ficaram na Terra e passaram pela experiência do apocalipse conservam o fato latente em suas memórias. Ele se revela por ocasião do desenvolvimento mediúnico de alguns, e por sonhos com maremotos e cataclismos, eventos assustadores tidos como simples pesadelos.

  PERGUNTA: Os espíritos que desembarcarem no plasma da Terra, vindos do astro intruso, são, dessa forma, extraterrestres?

  RAMATIS: A imaginação costuma orientar os homens para seres extraterrestres que se apresentam com pele verde, longas antenas partindo das têmporas, entre outras características físicas grotescas ou grosseiras aos seres humanos. São caricaturas de aparência monstruosa, que amedrontam como grandes insetos. Dificilmente um extraterrestre é desenhado como uma figura humana.

  Extraterrestre significa alguém não oriundo da Terra, da mesma forma que o não originário de Marte é extramarciano. Existem inúmeros planetas habitados no plano físico integralmente por espíritos que emigraram de diversos orbes, fato bastante comum nos programas evolutivos que se processam no Universo. A própria função do astro intruso estabelece, como já foi mencionado, a distribuição de espíritos por planetas hospedeiros, onde serão estrangeiros em estágios probatórios.

  Sob o ponto de vista dos encarnados na Terra, quem nasce fisicamente no planeta é um ser terrestre, embora, sob o ângulo da espiritualidade, possa ter vindo de outra galáxia sendo extraterrestre.

  PERGUNTA: E quanto aos seres extraterrestres encarnados em outros planetas, recebem também alguma influência do astro intruso?

  RAMATIS: Seja qual for a forma que tiverem em suas moradas físicas, as quais são adaptadas às exigências do meio ambiente local, ou mônada, estarão sujeitos às influências que os habitantes da Terra também sofrerão, desde que alinhados na órbita do astro. Isso porque os corpos densos podem registrar modificações, dependendo do estágio material em que os espíritos se encontram, mas estes últimos trazem na essência a eterna presença de Deus. E essa assertiva é que apresenta todos os seres do Universo como passíveis da regra simples da interseção energética, que lhes desperta a evolução.

  O foco comum a todos é Deus. As disjunções ficam por conta das disparidades evolutivas de cada um, as quais podem ou não sintonizar com as imantações do astro intruso. Por conseguinte, todos estão naturalmente à disposição dos programas evolutivos, pois, caso contrário, estaria sendo estabelecido o paradoxo entre Deus e evolução.

  PERGUNTA: Existindo outros astros intrusos, com as mesmas funções que conhecemos deste que se aproxima da Terra, suas órbitas podem ser intergalácticas?

 RAMATIS: Tudo é possível no Universo conforme os desígnios divinos. O que parece impossível ou intransponível para o homem, dadas as suas limitações físicas e etéreas evolutivas, muitas vezes são eventos e fenômenos programados há milênios, nos projetos de desenvolvimento espiritual. Retorno então a falar de flexibilidade. Não existem regras rígidas na criação divina, a não ser a do amor supremo e eterno, no que tange às responsabilidades dos atos e das consequências. Deus não é apenas um grande arquiteto na construção de moradas para seus filhos, mas um exímio matemático que geometriza a perfeição na interligação universal. E essa interligação também assume o aspecto de interação, embora os espíritos que se encontram em evolução não percebam a dinâmica que a envolve. Deus lhes fala por vários meios, mas eles não ouvem. Deus lhes mostra caminhos ricos em alternativas construtivas, mas eles não veem. Deus manifesta-se em cada um, mas eles não sentem.

  Então, surge a necessidade de inúmeros instrumentos, sendo os astros intrusos um exemplo de essência grosseira, para que muitos espíritos possam através deles evolver e aprender como interagir com o Pai Celestial. E as órbitas desses astros desenham elipses intra ou intergalácticas, dependendo da programação estabelecida a evolução cósmica

  PERGUNTA: Muita curiosidade cerca a questão que envolve o astro intruso. Como isso pode afetar os homens?

  RAMATIS: Um dos maiores desvios que lesam a humanidade é a curiosidade sem objeto definido. Procura-se saber sobre os acontecimentos com a finalidade primordial de comentá-los e de levá-los adiante, no anseio de se falar sobre um assunto que se firma como mera notícia sensacionalista e superficial, causando perplexidades e animando egos.

  Muitos que ouvem e falam sobre o astro esquecem do mais importante, que é a preocupação de entender o seu significado no âmbito do planeta. E quando se aborda o planeta, deve-se incluir aí não somente a estrutura física terrestre, como também a dinâmica que reveste os seres que nela vivem. Da mesma forma que grandes comentários são também levantados quanto à influência da passagem do astro sobre o eixo da Terra.

  Porém, esquecem os homens de tentarem compreender suas posições particulares, individuais, quanto à atuação do astro no que diz respeito às suas vidas. A passagem do astro é éterofísica, mas sua aproximação é de simbolismo ímpar para a evolução espiritual.

  PERGUNTA: A curiosidade então deve ser substituída pela meditação a respeito da ação do astro?

  RAMATIS: A questão das consequências físicas não é o objeto maior. Vamos pensar um pouco a respeito. Os homens preocupam-se sobremaneira com cataclismos e desastres globais, que podem anteceder o final dos tempos, gerando número considerável de vítimas. Entretanto, esquecem que estão sempre posicionados frente ao cataclismo individual que é a morte do corpo denso, inevitável para todos os encarnados. A maior preocupação, o que em geral não ocorre, deveria ser com o influxo de seus atos ainda em vida, e os frutos precitos que deles podem advir.

  Portanto, ao se inteirar sobre o astro intruso, e suas funções no âmbito da espiritualidade, devem, antes de mais nada, refletir sobre as próprias imperfeições, pois estas é que os tornam passíveis de serem imantados pelo grande globo de provas. Seja para processos reencarnatórios, seja para conduzi-los a moradas inferiores em planetas primários.

  PERGUNTA: Essa questão de espíritos saírem de um determinado planeta para cumprirem provas em outro menos evoluído não contraria a irreversibilidade da evolução espiritual?

  RAMATIS: A prova de que não contraria é a própria existência do astro intruso, onde encarnam espíritos que preferiram ficar à esquerda do Cristo, por força do livre-arbítrio mal utilizado. Assim, um espírito pode obter nova chance em um planeta, adquirir carmas graves, e ser obrigado a voltar para um orbe inferior para receber ensinamentos mais objetivos. É o mesmo que ocorre na Terra quando um presidiário, após cumprir sua pena, comete novos crimes e volta para a prisão. Ele deixou de evoluir como espírito? Não, mas tornou sua evolução lenta e sofrida.

  PERGUNTA: A passagem do astro causará sérios danos à Terra?

  RAMATIS: Por ser essencialmente um orbe acumulado de vibrações embrutecidas, contendo plasmas que sintonizam a desordem e o caos, a influência sobre a Terra abrangerá também a formação de desastres naturais em larga escala, os quais serão antecedidos por acontecimentos marcados pela violência entre os homens. Desencarnes em massa, principalmente de espíritos rebeldes, é o caminho para que estes sejam imantados para o astro, onde iniciarão suas jornadas cármicas.

  PERGUNTA: O caminho dos que vão migrar para o astro intruso passa então pelo desencarne?

  RAMATIS: A estrutura éterodensa do astro imantará seres ignorantes desencarnados que já estavam ao redor da aura terrestre, bem como aqueles espíritos atrasados que deixarão seus corpos densos durante o período caótico que se espalhará no planeta. Não ocorrerão atrações físicas produzindo desaparecimentos misteriosos de indivíduos encarnados, ou mesmo a atração de corpos densos para o céu. Isso é pura fantasia.

  PERGUNTA: Algumas profecias sobre o final dos tempos apresentam homens sendo arremetidos fisicamente ao espaço. O que seria isso então?

  RAMATIS: Tais cenas nada mais são do que as consequências dos fortes maremotos e turbilhões que afetarão a maior parte do planeta. Os homens não serão arremetidos fisicamente ao espaço, na direção do céu, mas arrastados pela força das águas e dos ventos devastadores na própria Terra.

  PERGUNTA: Muitos homens, em tom sarcástico, costumam afirmar que “não estarei mais aqui, por isso não me incomodo”, quando este ou aquele desastre natural ocorrer, conforme previsões da ciência para grandes mudanças climáticas ou explosões no sistema solar. Podem falar o mesmo sobre o astro intruso?

  RAMATIS: Quando a ciência prevê o fim do Sistema Solar, ou grandes mudanças na estrutura da Terra, com o avanço significativo do mar, por exemplo, faz projeções para tantos milhares de anos à frente, que desperta entre os encarnados esse tipo de observação mordaz.

  No caso da passagem do astro intruso, os homens terão de aceitar a realidade de que eles poderão estar aqui sim, sejam encarnados ou desencarnados, pois, tais afirmações jocosas envolvem mentes materialistas que não veem além da crosta densa terrena, descuidando-se
da transcendência espiritual.

  Portanto, todos os encarnados e desencarnados que tiverem decretado o próprio juízo final, pelas imprudências e imperfeições que desenvolveram no planeta, estarão sintonizados com o astro, independentemente do fato de estarem encarnados ou não. A única diferença é que os encarnados que migrarem serão conduzidos de volta ao mundo etéreo pelos processos de elevada violência, que sacudirão o planeta pela aproximação do astro. A rigor, o presente cotidiano da Terra, com o aumento da violência urbana, guerras, epidemias e desequilíbrios naturais, já é pequena amostra do porvir dos próximos anos, quando o astro estará cada vez mais perto e suas vibrações negativas mais intensas.

  Considere-se, ainda, o fato de que inúmeros irmãos embrutecidos que desencarnaram recentemente na Terra, não terão nova chance no planeta tão cedo, estando já prontos a ingressar na esfera magnética do astro que os conduzirá embora. Portanto, afirmações sarcásticas quanto ao fenômeno devem ser substituídas pela percepção que revela a realidade evolutiva de cada um, encarnado ou não. Nunca a autocrítica foi tão necessária na história recente da Terra.

  PERGUNTA: Pode nos falar mais sobre a influência do astro sobre espíritos encarnados e desencarnados na Terra?

  RAMATIS: No contexto global, todos os que se encontram encarnados na Terra, ou mesmo os desencarnados em planos espirituais sintonizados com o plasma denso, serão atingidos de alguma forma, isso é inevitável. Mas o nível de influência sobre cada espírito decorre de seu estado evolutivo. A força da atração será maior sobre aqueles que apresentam, em seus registros vibratórios, sintonia adequada com as energias que emanam do astro, configurando alta correlação positiva em termos de hipótese matemática, que fornecerá os indícios sobre aqueles que de fato serão afastados do planeta. Entendam que apresento a medida de correlação como raciocínio, sobre as grandes matrizes associativas dos princípios mentais de cada espírito, em relação às energias contidas no astro e por ele emanadas.

  Baixas correlações positivas, entretanto, não se estabelecem como suficientes para forte atração, tendo em vista que não existem seres perfeitos além de Deus. E justamente aí está o princípio que rege a regra de emigração. Que, antes de ser uma fronteira numérica, indicando a transferência daqueles que estão acima de determinada correlação energética com o astro, preocupa-se, também, com outra medida psíquica, a inclinação moral de cada espírito.

  Dessa forma, o processo de atração, além de estar vinculado à sintonia em termos de forte associação, ou correlação, é pertinente à tendência de comportamento de cada espírito. Ou seja, a tangente, ou inclinação, que orienta a conduta individual numa análise psicométrica. Por esse motivo, o astro intruso não apenas age sobre a inclinação do corpo físico da Terra, determinando o novo eixo, mas também identifica a inclinação moral de cada espírito, formando o conjunto natural daqueles que deverão emigrar do planeta.

  PERGUNTA: Ficou explicada a forte correlação positiva entre vibrações individuais e as emanadas do astro, como um fator primordial de atração. Isso significa dizer que aqueles que apresentam correlação negativa estariam imunes à atração?

  RAMATIS: Em termos de raciocínio matemático sim, pois significa que suas respostas comportamentais são, fundamentalmente, contrárias aos estímulos grosseiros e imperfeitos. Para a grande maioria dos influxos contraproducentes percebidos, a reação desses espíritos é adversa, no senso de repelir, pela evolução moral já conquistada, valores que não se coadunam mais com suas mentes voltadas para Deus. Nessa categoria estão espíritos evoluídos que não se encontram mais presos à crosta terrestre.

  É importante compreender que numa relação de determinação associativa, como a correlação vibracional com o astro, valores altamente positivos indicam interação e sintonia, enquanto inexistência de correlação assumindo valor zero, ou mesmo abaixo de zero, demonstra predisposição de rejeição à negatividade emitida pelo astro. Cada um pode, assim, estar positivo para aceitar as vibrações do astro intruso, dando resposta afirmativa, ou, por outro lado, estar negativo para elas, rejeitando-as. Lembre-se de que se alguém se torna negativo para o negativo, tem como produto carga magnética de sinal positivo que anula a imperfeição. Mas, quem se apresenta positivo para a emanação negativa do astro demonstra aceitá-la, pois também está produzindo energia de sinal negativo. E então será atraído. Esse é o raciocínio matemático.

  PERGUNTA: Suas afirmações anteriores seriam de que os homens desvinculam-se voluntariamente dos efeitos da passagem do astro?

  RAMATIS: O escopo da passagem do astro não é apenas o planeta Terra em si, mas principalmente os homens e os espíritos que nele se encontram, e que não souberam construir em seus próprios íntimos a edificação espiritual de que tanto necessitavam. Perderam mais uma oportunidade em suas vidas cósmicas. Problema que só pode ser corrigido pela habitual paciência divina, que conjuga perdão e renovação em sua essência.

  PERGUNTA: Muitos espíritos desencarnados possivelmente serão testemunhas da partida de entes queridos no astro intruso? Isso os perturbará?

  RAMATIS: Da mesma forma que a morte do corpo físico separa entes queridos, o fenômeno de atração do astro intruso também provocará eventos similares. E, assim como a separação pela morte do corpo físico é momentânea, pois o mundo espiritual promove reencontros nos caminhos da evolução, o mesmo ocorrerá entre aqueles que partirem e os que permanecerem na Terra.

  Os homens que ainda se encontram encarnados sofrem com a sensação de imobilismo e de impotência frente à grandeza do Universo. Por estarem limitados pela matéria não possuem o senso de expansão do ser, que na prática é a capacidade de exercitar as múltiplas funções da mente. E imaginam que separações dessa natureza representam o adeus definitivo entre entes queridos. Se assim fosse, estaríamos admitindo que Deus separa irmãos de forma cruel e fria, deixando-os ao sabor da eterna saudade e sofrimento.

  Mas o Pai promove essas separações momentâneas justamente para que ocorram uniões definitivas, quando, após aprendizados obtidos em várias moradas, os espíritos passem a vibrar nas mesmas sintonias mentais descobrindo a luz que os envolve. Ocorrem, então, os reencontros que estabelecem a plena felicidade de famílias espirituais e de chamas gêmeas de sintonia espiritual similar.

  PERGUNTA: É possível a presença de obreiros de luz trabalhando no astro intruso?

  RAMATIS: Deus é onipresente. Mesmo nas trevas Ele se manifesta à espera de ser descoberto, o que depende daqueles que ali vivem. E não poderia ser diferente quanto ao astro intruso. Em primeiro lugar, Sua luz brilha em todos os que se encontram naquele orbe. Depois, nos que se prontificam a instruir os que ali habitam. Caso contrário, teríamos um cárcere sem guardas, ou um hospital sem médicos e enfermeiros, ou uma escola sem professores. Os espíritos ignorantes estariam condenados à eternidade das provações, por não encontrarem quem lhes mostrasse o caminho da redenção, vivendo no círculo sem fim do sofrimento.

  Deus não é um Pai que abandona Seus filhos à própria sorte. Dessa forma, a presença de espíritos de luz, em dedicado esforço energético, é primordial para que sejam executados os programas evolutivos dos que migram ou reencarnam no astro.     

  PERGUNTA: Aqueles que trabalham como instrutores no astro intruso são obreiros permanentes do local?

  RAMATIS: Alguns poucos sim, mas essa permanência não é eterna, e a grande maioria é regularmente substituída. São trabalhadores abnegados que chamo de “Peregrinos do Sacrifício”, dispostos a auxiliar no processo educacional daqueles que ali passam suas terríveis provações.

  A cada passagem por planetas onde o astro atua alguns novos colaboradores se juntam aos demais, voluntariamente, para tarefa tão difícil. Quando o astro intruso, que na realidade é um planeta, passa pela posição mais próxima de seu Sol Central, o periélio, recebe carga eletromagnética para que os espíritos de luz que ali trabalham se fortaleçam energeticamente.

  PERGUNTA: A expressão evangélica “ranger de dentes” seria referência sibilina do estado dos seres encarnados no astro intruso?

  RAMATIS: Espíritos que são atraídos para o astro intruso já passaram por fases de exercício do poder, bem como por ciclos de avançado desenvolvimento intelectual em planetas diversos, onde construíram significativo nível de conhecimento, que não foi utilizado apropriadamente, conforme os propósitos do amor e da caridade.

  Ao reencarnar, na esfera grosseira do astro, conservam em suas mentes espirituais todo o conhecimento adquirido, transmitido intuitivamente para a mente do corpo denso, a nova consciência encarnada. Sem que, entretanto, possa ocorrer sua utilização prática, dadas as condições altamente impróprias do orbe local. Em outras palavras, o espírito encarnado sente-se naturalmente capaz de conviver com a modernidade material, como a atual da Terra, mas só encontra no astro o anacronismo generalizado. Como se um engenheiro fosse obrigado a voltar para o banco de alfabetização. E esse contraste absurdo atinge o espírito frontalmente no ego, fazendo com que o orgulho se torne um polo de irritação e de padecimento. É o calvário da razão, razão essa que ele não soube utilizar no pretérito.

  E a expressão “ranger de dentes” decorre de sentimentos inferiores, notadamente aqueles provenientes da dor e da ira. Apresenta-se como resposta do espírito contaminado pelas imperfeições da mente, no irromper do descontentamento com o próprio ser. O aparente rancor voltado para terceiros, na realidade é uma forma embrutecida de expressar a impotência frente às vibrações negativas, manifestando a fraqueza consequente da prática de gestos equivocados. Assim, “ranger de dentes” é muito mais uma forma simbólica, que se adapta plenamente ao plano reencarnatório do astro intruso.

  PERGUNTA: Perguntando de novo, o fato do espírito descer tanto em termos materiais então não significa involução espiritual?

  RAMATIS: Conquistas espirituais são perenes, apenas os espíritos muitas vezes têm memória curta em relação ao que aprendem, deixando de aplicar seus conhecimentos na seara da evolução. A migração para o astro intruso representa uma involução material, como um curso de reciclagem para aqueles que esquecem do aprendizado adquirido. Tal estágio reacende o combustível divino apagado, o qual foi conquistado com a existência e esquecido, mas nunca deixou de estar presente naquele espírito.

  PERGUNTA: Isso é uma afirmação de que a reciclagem é fundamental para espíritos em evolução?

  RAMATIS: A reciclagem é o reforço do aprendizado e pode ser prescrita de forma dolorosa em casos da rebeldia de certas entidades espirituais. No entanto, todos os espíritos, sem exceção, encontram-se em processo evolutivo contínuo. A curva da evolução é representada por cálculo matemático integral, caso contrário Deus estaria impedindo seus próprios filhos de crescer na eternidade infinita do conhecimento. Apenas uns são
verdadeiros autodidatas, aprendendo e reaprendendo pela razão e pela autocrítica, sendo humildes no ouvir, e sábios em admitir não saber. São aqueles que não cansam de estudar e repetem as máximas divinas para que estas não caiam no esquecimento. E assim reciclam-se pelo próprio mérito, descartando o sofrimento.

  PERGUNTA: Há possibilidade de estabelecer um tempo médio de permanência de espíritos no astro intruso, entre o embarque e o desembarque?

  RAMATIS: A permanência de espíritos no astro intruso decorre das necessidades evolutivas de cada um que ali vive, não havendo um prazo exato, como condenações que ocorrem na Terra, impondo-se ao réu certo número de anos de aprisionamento. Mais uma vez recordo a flexibilidade que rege o bom senso dos desígnios divinos. O importante das provações não é a nota que o discípulo obteve com elas, tampouco o número de anos que as marcaram, mas o aprendizado obtido e reforçado no espírito.

  Aqueles que embarcarem no astro poderão, nas passagens seguintes por outros planetas, serem alocados nesses orbes, por já terem adquirido o conhecimento necessário sobre suas imperfeições, pedindo por socorro e novas chances em planetas mais evoluídos.

  Da mesma forma que outros espíritos são meramente transportados por esse ônibus do infortúnio, mas que se transforma com o tempo em cárcere da salvação, despertando mentes obscuras para seus estados reais de desespero e desamor.

  Quanto àqueles que embarcarem a partir da Terra, só retornarão ao planeta após nova passagem do astro intruso dentro da órbita programada, ou seja, 6.666 anos. Antes disso não será possível, dadas as condições terríveis que cercam seus espíritos. Poderão desembarcar antes em outros planetas, conforme a flexibilidade que mencionei, mas não na Terra.

  PERGUNTA: Mesmo passando longe da órbita da Terra será possível o transporte desses espíritos para o nosso planeta?

  RAMATIS: Quando o astro intruso passa longe da órbita terrestre ele tem a função de simples ônibus cósmico, trazendo de volta aqueles espíritos que já podem retornar, ou conduzindo aqueles que se apresentam como voluntários para o trabalho de assistência naquele orbe.

  PERGUNTA:  O  renascer  no  astro  intruso  representa  simbolicamente  o  renascer  de  espíritos  trevosos?

  RAMATIS: Percebam o que ocorre nas encarnações e reencarnações vivenciadas na Terra. O renascer  é  a  didática  para  que  o  espírito  aprenda  com  as  provações,  e  eleve-se  pelo  esquecimento que anima o perdão e incentiva a evolução. Apenas as provações não atingem seus  propósitos  quando  aqueles  que  deveriam  ser  beneficiados  entregam-se,  pelo  livre-arbítrio, à revolta contra a pertinência divina. E abraçar a antítese de Deus é colocar-se ao serviço das trevas, simbolicamente ao lado esquerdo de Jesus.

  O  ingresso  reencarnatório  no  astro  intruso,  assim,  tem  seu  significado  próprio.  Por  analogia  não  corresponde  ao  renascer  que  capacita  o  processo  evolutivo  baseado  no  desenvolvimento da matéria, como ocorre na Terra, mas numa espécie de renascer cósmico, que conduz o espírito revoltado ao estado primaríssimo da matéria, dando ênfase ao etéreo.

  Ele passará a entender que sua principal referência não é mais aquele mundo físico arcaico, vibrante  da  obsolescência  que  o  perturba,  mas  as  imperfeições  que  traz  no  ser,  e  que  precisam  ser  transmutadas.  É  como  se  um  espírito  velho  morresse  para  o  passado  sem  perder os ensinamentos recebidos, tornando-se novo pela percepção das faltas à medida que vive na matéria estacionada. Tal qual uma reencarnação cósmica. O que também significa dizer  ser  o  astro  intruso  uma  fonte  renovatória  para  o  despertar  de  princípios  morais  por  meio do sofrimento

  PERGUNTA: É possível o astro intruso destruir completamente a Terra?

  RAMATIS: Para os homens que estão na Terra, a vida é um enorme risco calculado, sujeita a diversas intempéries, que se constituem, na verdade, como frutos das imperfeições dos próprios homens. E esse senso de heteronomia faz com que as leis que regulam o Universo tornem-se desconhecidas, sendo vistas como sutis ameaças destrutivas ao planeta.

  Os homens vivem na Terra como contando com a sorte, frente às chuvas de meteoros e outros eventos espaciais. Por isso, nem pensam muito quanto à possibilidade do planeta ser atingido no curto prazo por choques de galáxias, explosões de estrelas, ou passagens de astros.

  A humanidade está mesmo longe de conhecer os fundamentos básicos do Universo, bem como as leis que o regem, inseridas na programação da espiritualidade construtora, conforme a orientação divina. Quanto ao astro intruso, deverá causar danos profundos no planeta, mas não destruí-lo, pois assim foi programado para a Terra. Sua ação, como já foi visto, provocará desastres naturais de consequências irreversíveis, quando maremotos farão os oceanos se apoderarem de áreas que hoje se constituem em solo seguro, erupções vulcânicas, além da eclosão de inúmeros ciclones e terremotos, acompanhados de fortes chuvas e inundações. Porém, não exatamente em todo o planeta, mas na maior parte dele.

  PERGUNTA: A absorção pelo astro intruso das entidades negativas se dará exatamente quando de sua passagem ao largo do planeta?

  RAMATIS: A ação destrutiva do astro ocorre à medida que ele se aproxima da Terra, lançando sobre ela seu magnetismo avassalador. Isso causa nesse período o crescente fortalecimento das negatividades no planeta, com os desastres naturais e da maior violência entre os homens, em larga escala, como as guerras e os atentados terroristas, ou em aspecto localizado como as agressões e os assassinatos, até mesmo intrafamiliares. Bem como o recrudescimento de atos vinculados aos excessos, como o uso de drogas, o paroxismo sexual atrelado a práticas desvinculadas de amor verdadeiro, a extrema corrupção, os processos obsessivos de toda ordem e as fortes desconfianças recíprocas, reforçando ciúmes e inveja, acrescentando-se o aparecimento de epidemias de origens desconhecidas e a transmissão para os homens de vírus e de bactérias que antes atacavam apenas os animais.

  O auge dessas negatividades ocorre quando o astro estiver mais próximo do planeta. Porém, a atração dos seres que para ele migrarão se verifica em três etapas básicas. A primeira, na aproximação do astro, quando eles são alocados nas profundezas dos umbrais em torno da Terra, como imobilizados em solitárias e em estado de torpor, aguardando a chegada do astro para serem levados. A segunda, no exato momento da passagem do astro, que conduzirá as entidades espirituais que estão desencarnando naquele momento, bem como as que se encontram meio à confusão que se estabelecerá nos planos espirituais inferiores. Finalmente, a terceira etapa vem logo após a passagem do astro, e se refere aos espíritos que desencarnarão em momentos posteriores aos cataclismos, por ainda terem por pouquíssimos dias ou horas certa função no planeta.

  Suas idas serão através de canal impulsor, que estimula a atração pela onda mental. É como se eles mesmos percebessem estar atrasados no embarque do astro e o perseguissem no desejo de se vincular à negatividade que ele proporciona e que os atrai. Sem que saibam o que estão realmente escolhendo, em processo que se assemelha a uma grande ratoeira densoetérea.

  PERGUNTA: Apenas os espíritos serão levados, ou também as cargas as energéticas que os cercam?

  RAMATIS: Espíritos que não cuidaram de transmutar suas imperfeições estão em tal situação negativa, que levam em suas constituições todo o aparato que construíram em suas passagens pela Terra. Em verdadeiras bagagens que mais se aproximam de lixo etéreo, vibrando forte magnetismo caótico e sentimentos de dor e de angústia, bem como energias formadas de larvas, de miasmas, e de espectros diversos de animais peçonhentos, trabalhos de magia negra e outras raízes malignas que cultivaram. Incluem-se aí as vibrações de seus kamarupas.

 Todo esse lixo cármico então é conduzido para o astro, ampliando lá o grande depósito de detritos cósmicos, que reforçará os estágios probatórios de todos que ali se encontram. Isso demonstra que os espíritos atraídos para o astro edificam suas próprias provações, vindo ao encontro da afirmativa de que não é Deus que os castiga, mas apenas os deixa conviver com as próprias obras, permitindo-lhes que as sintam no íntimo. Por essa razão, o astro intruso também é denominado de planeta higienizador, pois não só conduz os espíritos, mas também a sujeira etérea que fabricaram. Como disse Jesus, “a cada um segundo as suas obras”.

  PERGUNTA: Os espíritos desencarnados que continuarem em torno da Terra após a passagem do astro intruso serão conduzidos às colônias espaciais como, por exemplo, o Nosso Lar ou Mahadom?

  RAMATIS: Inúmeros espíritos que continuarem em torno do planeta serão convidados a ser auxiliados nos centros hospitalares das colônias fraternas do espaço. Tudo vai depender do livre-arbítrio deles.

  Pela experiência que temos de outros cataclismos, tanto na Terra quanto em outros planetas, muitos recusarão ajuda, aturdidos pelos graves acontecimentos que os fizeram desencarnar. E, desse modo, permanecerão na erraticidade em torno da Terra. Será um bardo confuso e sofrido. Mas isso não impedirá que os grupos de socorro continuem oferecendo-lhes o auxílio do qual tanto necessitarão.

  PERGUNTA: Em relação à inclinação atual da Terra, como isso ocorreu? Deve-se à carga negativa que a envolve?

  RAMATIS: A forma e a substância da Terra em termos de estrutura física e de vida, tiveram início com as fortes cargas magnéticas de fohat que deram partida aos contornos atuais, impregnados com a consistência mantenedora do prâna e a dinâmica renovadora do kundalini. O que consiste, na prática, na trilogia hindu de Brahma, Vishnu e Shiva, respectivamente estereótipos do criador, do mantenedor e do renovador por meio da destruição transmutadora. E, no pretérito da Terra, as civilizações primitivas, inclusive as iniciáticas como a atlante, à medida que evoluíam material e culturalmente, não proporcionavam a contrapartida do progresso espiritual, tornando-se passíveis de consistentes mudanças de rumo para que retomassem o caminho no sentido da evolução, exigindo simbolicamente a força do “sopro de Shiva”, o transmutador.

  Por outro lado, a cada passagem do astro intruso, em sua órbita de 6.666 anos, dependendo do grau evolutivo do planeta, a presença dele pode ser mais ou menos influente. Se a Terra se encontrasse em processo natural de acomodação energética, com os homens momentaneamente pouco ou não sintonizados com a vibração negativa do astro, apenas pequenos problemas geológicos poderiam ocorrer durante sua passagem, tendo em
vista que o elo magnético, o plasma negativo, se torna mais tênue e enfraquecido, apesar do astro ser ainda destruidor devido à sua velocidade. Mas ao passo que as imperfeições afloram, gerando pesadas cargas negativas como as que se verificaram na Atlântida, por exemplo, a sintonia com a passagem do astro intruso assume aspectos demasiadamente fortes, produzindo um cordão magnético de elevada vibração na sua passagem, que movimenta o planeta, expurgando naturalmente culturas e espíritos atrasados por intermédio de substanciais inversões geomagnéticas, que alteram a inclinação da Terra.

  Situação que historicamente estabeleceu não apenas o desaparecimento da Atlântida, contaminada pelo mau uso do saber, mas também criando inúmeros mistérios aos olhos dos homens, como amostras de minas de sal nas montanhas, indícios de culturas semelhantes em continentes distantes, oásis em meio a desertos áridos, fósseis marinhos em áreas distantes do oceano, o lago Titicaca com suas águas levemente salgadas a quase 4.000 metros de altitude na América Latina, entre outros. Fatos que provam ter ocorrido importante modificação geográfica no planeta como um todo, a partir da desagregação de solos e de alterações em oceanos.

  Vamos denominar, então, a inclinação da Terra como fruto de uma “ação de Shiva”, a qual depende do grau de vibração que parte dos homens encarnados. Boas vibrações são mantidas, pela intensidade do prâna imantador e conservador de Vishnu, sofrendo apenas pequenas alterações na correção de rumo, em procedimentos criativos individuais ou coletivos, a partir de um estereótipo de “Shiva pacífico” que transmuta para o progresso
tranquilo.

  Porém, a existência de intensas vibrações negativas exige ação drástica pelo enfoque de “Shiva furioso” na simbologia indiana, pela transmutação cármica pelo fogo serpentino intenso do kundalini. Incendiar a matéria para renovar o espírito, fazendo dos ensinamentos adquiridos até então a fênix dos que permanecem no planeta e não acompanham o astro. E essa nova mudança do eixo da Terra deve trazer à tona regiões submersas nos oceanos, mudando drasticamente o desenho do mapa geográfico do planeta, para a formação de civilizações mais evoluídas e voltadas para Deus.

  Sendo assim, todas as vezes que o planeta estiver carregado de vibrações negativas em larga escala, e isso sempre se verifica em ciclos em que houve pouco aprendizado, estará pesando e inclinando por ocasião da passagem do astro intruso. E a ação do astro intruso ocorrerá tantas vezes quanto for necessário para a construção de civilizações mais
evoluídas e de maior aprendizado¹.

  PERGUNTA: Seria um procedimento niilista?

  RAMATIS: Não, porque não ocorre a destruição de tudo o que existe, que seria entendido como pleno de carência de significação, para a construção do novo absoluto. É preciso deixar bem claro que o que é destruído, em parte, é a matéria, mantendo-se o espírito e todo seu complexo de aprendizado adquirido. Apenas esse aprendizado deverá ser mais bem trabalhado em novas condições físicas, na Terra que terá novo eixo e novas moradas, ou no astro intruso com seus planos embrutecidos de fortes provações.

  PERGUNTA: Sua explicação deixa implícito que o astro já passou pela Terra antes, e ainda passará outras vezes, mas em algum momento poderia não causar os danos tão severos como os agora previstos?

  RAMATIS: Exato. Mas é utopia acreditar que isso será uma constante. Os danos causados pelo astro estão na mesma proporção das vibrações negativas acumuladas e que circulam pela Terra. Pois não é somente a simples presença do astro que promove a destruição em massa, mas também as vibrações geradas pelos próprios homens, atraindo as forças do Apocalipse distribuídas pelo eletromagnetismo do astro.

  Portanto, se os homens construíssem uma civilização de sólidos preceitos morais e espirituais, poderiam quebrar a sintonia quando o astro passasse pela Terra em outras ocasiões, sendo mantido o eixo do planeta sem alterações e sem desastres geográficos de monta. E aí o astro teria uma função de transporte, de ônibus cósmico, trazendo para o plano terrestre espíritos que desembarcarão no planeta. Incluindo aí muitos dos que partirão agora, e que já terão aprendido o suficiente com as provações em reencarnações no astro. Mas repito, isso é mera utopia, pois a Terra continuará também recebendo inúmeros espíritos em evolução vindos de orbes inferiores.
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¹ Shiva é um dos deuses da tríade hinduísta, mais comumente retratado no seu aspecto “dancing Shiva”. Nessa roupagem, ele se apresenta dentro de uma roda de fogo encimada por Yama, deidada ligada à Roda de Samsara (morte e reencarnação), trazendo em suas mãos um tambor, uma flor de lótus e dançando com a naja que representa a energia do kundalini. É a única deidade que possui dois consortes: Parvati e Kali. Ele dança com Parvati em processos que envolvam a prosperidade, curas ligadas à regeneração de órgãos e de tecidos e todos os processos de transmutação menos pesados.

  Quando se apresenta um processo de transmutação mais pesado, como por exemplo, em casos de doenças sérias, Shiva terá Kali como parceira em sua dança. Parvati vibra na cor verde e Kali no preto. (Nota de Rosa de Galles).
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PERGUNTA: Mas se a passagem do astro é física, não seria contraditório dizer que sua presença, nas condições de alta velocidade galáctica, não criaria problemas para o eixo do planeta? Mesmo em estado de pureza espiritual a Terra não é um alvo fácil?

  RAMATIS: O aspecto cíclico do astro intruso estabelece que existem fases que ele não tangencia a órbita da Terra, não provocando danos. Mas quando o faz, encontra uma Terra carregada de plasmas negativos em final dos tempos. Isso ocorre dentro da programação estabelecida, que vai de um cataclismo a outro. O tempo de 13.332 anos é o suficiente para a humanidade promover o ápice da desordem e do caos, e a espiritualidade já conhece essa história muito bem. O quadro se repete, levantando o pano para a grande escola da evolução, que promove renovadas chances para espíritos de inúmeras origens.

  Entretanto, se os homens, em um esforço fora do comum resolvessem em conjunto trabalhar para suas respectivas melhorias, transmutando a Terra de modo a torná-la um exemplo de plano virtuoso, formariam uma aura planetária extremamente leve, tornando-a praticamente etérea e desvinculada de forças materiais negativas quando na passagem do astro intruso. A influência seria primordialmente vibratória em termos espirituais, com menos danos materiais do que normalmente ocorre. Também se isso sempre acontecesse, a Terra deixaria de ser um planeta de expiação, perdendo suas funções de escola de evolução. Ou seja, a Terra deixaria de ser Terra. Alguns ciclos apresentam grande progresso, outros não, mas as vibrações negativas estão presentes no planeta devido às grandes ondas migratórias que chegam de orbes considerados inferiores.

  PERGUNTA: Então se todos os homens, “milagrosamente”, chegassem ao mesmo tempo ao consenso sobre a necessidade de transmutar suas imperfeições, e se tornassem amorosos, pacíficos e evoluídos não necessitariam mais da Terra?

  RAMATIS: Teriam de deixá-la. O astro intruso em sua passagem espalharia tal carga eletromagnética negativa em termos espirituais no planeta, que causaria nos habitantes um desconforto absurdo e absoluto, fazendo com que simplesmente desencarnassem por não conseguirem conjugar seus levíssimos estados energéticos com a intensa vibração do astro envolvendo o planeta. Apenas poucos abnegados permaneceriam na Terra, dando prosseguimento à reconstrução da humanidade. Os demais seriam transferidos para planos espirituais mais elevados, e a nova humanidade da Terra, formada por levas migratórias de outros planos inferiores. Mas é importante reafirmar, isso é pura utopia, pois por melhor que seja um ciclo, a regeneração daquela humanidade não é completa.

  PERGUNTA: Esse ciclo de 13.332 anos é programado?

  RAMATIS: Tudo é planejado pela espiritualidade, conforme a experiência sobre planetas de expiação como a Terra. Pois os avanços tecnológicos não são usados pelos homens para o seu bem estar ou a frutificação da paz e da evolução do espírito. Pelo seu mau uso, a tecnologia torna-se egesta, pois não atende aos princípios evolutivos que lhe cabem. O devenir então é a retirada das conquistas materiais humanas, da mesma forma que se retira de uma criança um brinquedo perigoso.

  O caso dos artefatos atômicos com fins bélicos é um exemplo. O avanço
tecnológico vai sendo utilizado pelo homem como ponta da indústria militar, e cada vez armas mais destruidoras são fabricadas. As experiências realizadas colocam não somente o plano denso do planeta em perigo, como trazem graves problemas para o campo etéreo.

  Com a continuação, os homens fariam o papel do astro intruso de um modo muito mais catastrófico, pois destruiriam por completo a Terra, não restando sobreviventes após a onda de radiação e de destruição química. Os desastres naturais provocados pelo astro intruso ainda permitem que sobreviventes reconstruam a nova humanidade.

  PERGUNTA: A carga negativa assim se transforma em matéria no campo etéreo do planeta?

  RAMATIS: Os plasmas negativos gerados pelos homens comportam matéria mais sutil do que aquela que vocês conhecem no plano denso, a qual permanece em torno do planeta agindo de modo a renovar o caos e a edificar os umbrais inferiores. Cada vez que uma explosão nuclear acontece, o campo etéreo da Terra sofre a contrapartida dessa mesma explosão, do mesmo modo que assassinatos, guerras e outros acontecimentos deploráveis geram plasmas que contaminam o campo etéreo. Tudo isso será recolhido pelo astro intruso quando de sua passagem.

  PERGUNTA: Vamos sonhar. Se o astro intruso passasse pela Terra nos momentos de paz no planeta, sem alterar o eixo e sem causar distúrbios graves, no modelo utópico antes mencionado, estaria enquadrado teoricamente no aspecto mantenedor de Vishnu?

  RAMATIS: Brahma cria pela sua suprema força eletromagnética do pensamento, e Visnhu mantém o que foi criado. Essa é a simbologia para facilitar nossa explicação.

  Evidentemente que se o que foi criado é bem empregado, pacificamente e com amor pelos que o utilizam, então permanece através dos tempos. As transmutações são também pacíficas, correspondendo assim à ação de “Shiva pacífico”, que medita e cria para melhorar. É o caso de alguém que constrói uma casa em pleno “ato de Brahma”, mantêm a casa limpa e tranquila pelo ato de Vishnu, e regularmente faz obras de melhoria pelo “ato de Shiva pacífico”.

  Entretanto, se alguém constrói uma casa pelo “ato de Brahma”, porém aqueles que vão nela residir brigam pela posse exclusiva da casa e a destroem aos poucos pela falta de manutenção, ignoram o “ato de Vishnu”. Então, despertam o “ato de Shiva furioso”, que através do fogo kundalínico destrói a casa para que as brigas cessem. E, em seu lugar seja construída nova morada com outros habitantes, ou mesmo com os antigos mais sábios, após terem perdido momentaneamente o local onde viviam.

  Com a Terra não é diferente. Deus a criou com as belezas naturais que todos conhecem. No entanto, os homens, com suas imperfeições, não a souberam mantê-la, gerando a destruição transmutadora em consonância com o astro intruso. O que não aconteceria se tivessem mantido no planeta o ambiente de paz e de entendimento, transmutado apenas pelas iniciativas renovadoras e criativas, de mentes espiritualmente evoluídas e científicas. O que demonstra ser Shiva o espelho das próprias condições humanas. Pacífico se os homens assim o forem, e furiosamente destruidor se for esse o comportamento humano. Em outras palavras, os homens colhem o que plantam.

  PERGUNTA: Causam certa apreensão suas afirmações sobre o destino dos habitantes da Terra, bem como daqueles que vivem nas esferas espirituais em torno dela. Afinal, o astro intruso deixará no planeta uma herança de dor e de destruição. Não existirão bem-aventurados que escaparão desse desastre?

  RAMATIS: Aproximadamente dois terços da população encarnada e desencarnada da Terra seguirão com o astro intruso. Entre o um terço restante a grande maioria permanecerá nos planos terrestre denso e espiritual, inicialmente pouco mais de 140 mil pessoas [no plano denso terreno], para que replantem as raízes da civilização no planeta. Apenas poucos migrarão para outros planetas mais adiantados, onde receberão os frutos de seus esforços transmutadores na Terra, sendo conduzidos por veículos etéreos tipo vimanas, não pelo astro intruso. Entre o um terço restante a grande maioria permanecerá nos

  PERGUNTA:  Esse  tipo  de  classificação  não  pode  criar  nos  homens  a  falsa  impressão  de  estarem salvos da ação do astro desde que sejam religiosos fervorosos?

  RAMATIS:   Os   homens   sempre   caíram   nesse   tipo   de   erro.   Como   que   ao   aderirem   a   determinada  religião,  praticarem  certos  rituais,  atravessarem  as  portas  de  um  templo,  ou  sintonizarem  portais  etéreos  estão  salvos  de  suas  imperfeições.  Aliás,  tendem  ainda  a  se  declararem  salvos  pelo  próprio  juízo,  condenando  às  profundezas  do  inferno  aqueles  que  não  pensam  como  eles,  ou  mesmo  seus  inimigos.  Isso  acontece  porque  acreditam  que  os  remédios do espírito funcionam de forma similar aos remédios da matéria, bastando tomar um simples comprimido para a dor desaparecer.

  Ainda não entenderam que os remédios do espírito partem do interior de cada um, e que as provações se constituem em coadjuvantes externos para que se descubra, no íntimo, a força da transmutação. De nada adianta alguém praticar  uma  religião,  e  continuar  simultaneamente  praticando  as  imperfeições  de  sempre. 

  O astro intruso não pergunta sobre credos, tampouco pede documentos que comprovem que alguém  pertença  a  essa  ou  aquela  religião.  Ele  simplesmente  imanta  a  realidade  de  cada  espírito.  Se  essa  realidade  sintoniza  com  o  astro,  então  não  adiantam  cores,  roupas,  bandeiras, credos e orações de última hora.

  PERGUNTA: Não serão admitidos arrependimentos de última hora?
                                                             
  RAMATIS: Qualquer que seja o momento, Deus recebe de braços abertos todos aqueles que, reconhecendo os erros, esforçam-se para buscar a verdade e adequar o espírito à evolução para o bem. Arrependimentos de última hora, entretanto, estão mais vinculados ao medo e ao pânico do que à transmutação. É o mesmo caso do homem que só lembra de Deus e reza quando  está  em  perigo.  Pouco  adianta  alguém  se  dizer  arrependido  e  logo  após  o  cataclismo, com o advento da bonança, na Terra ou no espaço etéreo, voltar a cometer todas
as  imperfeições  anteriores.  O  esquecimento  do  arrependimento  é  fatal. 

  Dessa  forma,  não  será  o  arrependimento  na  hora  do  cataclismo  que  assume  o  caráter  salvífico,  mas  o  nível  vibratório do  espírito  de  cada  um,  em  desassociação  com  as  vibrações  do  astro  intruso.  Mesmo  porque  ao  desencarnarem,  os  espíritos  serão  atraídos  para  o  astro  por  sentirem-se  melhor naquele ambiente, condizente com seus desejos viciosos.

  PERGUNTA: É natural que muitos questionem quem são os candidatos ao astro intruso. E até apontem nomes. O que dizer no caso?

  RAMATIS: O homem estabelece um conceito equivocado sobre si mesmo porque analisa mais o  comportamento  alheio,  de  modo  severamente  crítico.  A  negação  dos  atos  do  próximo,  entretanto,  não  lhe  abstrai  a  responsabilidade  de  suas  próprias  ações,  que  podem  ser  tão  imperfeitas quanto aquelas que ele censura nos outros. Quantas vezes a possível alteridade que  condena  uns,  na  realidade  é  um  espelho  do  próprio  reprovador  que  julga  o  próximo  como  a  si  mesmo,  sem  perceber.  Vide  o  exemplo  da  Inquisição,  quando  déspotas  e  promotores  das  trevas  matavam  em  nome  da  defesa  do  Cristo. 

  Portanto,  ao  invés  de  se  preocupar  com  a  relação  dos  infratores,  possíveis  ocupantes  da  nau  dos  infortúnios,  procurem ver se suas ações não os levam também à condição de eleitos para o astro intruso. Esse é o primeiro passo para apagarem seus nomes da lista de participantes de uma viagem dolorosa.

  PERGUNTA:  Existe  assim  a  possibilidade  de  espíritos  de  outros  planetas  migrarem  para  a  Terra após a passagem do astro intruso?

  RAMATIS: A exemplo do que ocorreu em outras épocas, serão verificadas ondas migratórias para  a  Terra,  inclusive  de  alguns  que  partiram  do  planeta    milênios  e  agora  voltam  conduzidos pelo próprio astro. Outros fluxos migratórios partirão de determinados planetas em direção à Terra, tal qual aconteceu com os retirantes de Sirius e de Capela.

  PERGUNTA:  Esses  retirantes  são  seres  expulsos  de  seus  orbes  por  mau  comportamento,  em  outras palavras é isso?

  RAMATIS:  Não  apresentam  condições  de  permanecer  em  planetas  mais  evoluídos  por  ainda  conservarem  imperfeições  que  transtornam  as  sociedades  locais.  Serão  transferidos  para  a  Terra  com  o  intuito  de  contribuir  para  o  desenvolvimento  material  do  planeta,  tendo  em  vista  trazerem  informações  sobre  tecnologias  avançadas  que  proporcionarão  ao  plano  terrestre  maior  qualidade  de  vida,  assim  como  poderão  cumprir  seus  carmas  em  ambiente  apropriado.  Outros  migram  de  ambientes  menos  desenvolvidos  que  a  Terra,  encarnando 
nela como uma etapa evolutiva.

  PERGUNTA: Isso não se reflete no DNA dos novos homens sobre a Terra?

  RAMATIS: Os mecanismos da hereditariedade comportarão novas informações trazidas pelos exilados  ou  novos  alunos,  que  ao  se  unir  àqueles  que  aqui  ficaram  produzirão  seres  mais  capacitados intelectualmente. Os códigos genéticos contarão com dados que antes não eram conhecidos na Terra, favorecendo o progresso do planeta na construção de uma sociedade mais evoluída do que a anterior, uma nova raça.

  PERGUNTA:  A  aproximação  do  astro  intruso  gera  muitas  discussões,  principalmente  no  que  tange à veracidade de sua existência.

  RAMATIS:  Durante  séculos  inúmeros  homens,  que  se  intitulavam  apóstolos  da  verdade,  anunciaram  o  final  dos  tempos  marcando  datas.  A  eles  somaram-se  outros  que  previam  o  desabamento  do  Céu  nas  passagens  dos  séculos  e  nos  eclipses,  tornando  o  tema  um  conjunto  de  verdadeiros  espetáculos  circenses,  marcados  por  linhas  até  cômicas,  que  produzem  incredulidade.  Apocalipse  revela-se  uma  palavra  praticamente  mitológica  nos  dias atuais, caindo no lugar comum da vulgaridade como tema fugaz.

  Certos  homens  sustentam  que  a  Terra  ainda  tem  verdadeira  eternidade  pela  frente,  ou  não  se  importam  com  o  fim  do  Sistema  Solar,  previsto  para  daqui  a  milhões  de  anos.  Acreditam apenas no Apocalipse do longo prazo, desconhecendo a existência de inúmeros apocalipses na história do planeta. Sendo  assim,  devido  ao  livre-arbítrio  os  homens  têm  o  direito  de  acreditar  no  que  desejam.  Podem  acreditar  ou  não  em  Deus,  podem  aceitar  ou  não  a  vida  após  a  morte,  e  podem credenciar ou não a existência do astro intruso.Tudo é questão de lógica associada à fé.  Pois  se  temos  proposições  que  podem  ser  vistas,  por  uns,  como  verdadeiras,  e,  por  outros como falsas, então estamos em face de contingências, cujas soluções reais dependem do  raciocínio  que  vai  buscar  valores  no  passado,  associando  suas  ramificações  com  acontecimentos presentes. Profecias já falavam,na Antiguidade, sobre a passagem do astro, suas  consequências  e  retorno.  E  essas  consequências  encontram-se  espalhadas  no  planeta,  como as minas de sal marinho em montanhas, como mencionei antes.

  Kardec  no  livro  “A  Gênese”,  capítulo  IX,  item  13,    havia  registrado  que  se  deve  lançar  no  rol  das  hipóteses  quiméricas  a  possibilidade  de  encontro  da  Terra  com  outro  planeta. Mas a realidade é que isso é possível, tanto sob o prisma físico quanto etéreo. Mas nem tudo podia ser revelado a Kardec naquela época, pois se fizesse certas afirmações seria tido como louco, e o espiritismo visto como mais uma farsa.

  Tudo é possível no Universo, desde que seja a vontade de Deus. Vejam o exemplo do  choque  direto  entre  galáxias,  o  que  é  facilmente  provado  por  telescópios  terrestres.  E  não  se  trata  apenas  de  encontro  de  planetas,  mas  encontro  de  galáxias,  algo  ainda  mais  monumental.  O  choque  se  manifesta  pela  integração  das  galáxias,  sendo  denominado  de  canibalismo galáctico.

  PERGUNTA: Acreditar no astro intruso é questão de fé? Mas isso não pode ser perigoso?

  RAMATIS: A  humanidade  registra  acontecimentos  dolorosos,  verdadeiras  catástrofes  morais  de  tempos  em  tempos,  em  uma  regularidade  assustadora.  Não    uma  única  geração  na  Terra que tenha vivido sua existência em plena paz. As lutas entre os primeiros homens na busca  de  alimentos  ou  pelas  fêmeas,  depois  guerras  e  revoluções,  que  se  sucedem  como  agendadas,   enquanto   os   conflitos   individuais   como   assassinatos   crescem   de   forma   implacável.

  O  grande  problema  é  que,  além  da  violência  recrudescer,  ela  também  utiliza  instrumentos cada vez mais destruidores, em um aprimoramento tecnológico macabro. E a divisão  do  rebanho,  entre  homens  de  bem  e  homens  a  serviço  do  mal  se  solidifica.  O  mal  gera  ganhos  tangíveis  de  curto  prazo,  aparentemente  atrativos.  E  o  bem  produz  valores  tangíveis  e  intangíveis  a  médio  e  longo  prazos,  mas  cujas  expressões  divinas  nem  sempre  são  compreendidas  pelos  olhos  materiais  dos  homens.  Tal  situação  faz  com  que  a  humanidade  prenda-se  gradualmente  à  matéria,  em  crescente  resposta  aos  estímulos  que  recebe,  descartando  os  valores  referenciais  que  deveriam  levá-la  à  compreensão  sobre  a  espiritualidade. E isso não pode prosseguir, para o bem dos próprios homens.

  A Terra foi criada como uma grande escola para a evolução espiritual. Se os homens a deturpam, tornando provações motivos de vingança e o ceticismo, causa de novos erros, então    a  necessidade  de  intervenção  nessa  escola,  para  que  aqueles  que  realmente  desejam  estudar  e  aprender  prossigam.  E  essa  intervenção  é  o  astro  intruso,  pois  ele  não  atinge  o  livre-arbítrio  dos  homens,  apenas  gera  as energias  para  que  uma  nova  divisão  de  rebanho  se  processe,  entre  aqueles  que  permanecerão  na  escola  e  aqueles  que  serão  jubilados pela própria vontade. A fé, nesse caso, não é quanto à existência do astro, mas está relacionada à justiça divina.

  PERGUNTA: A necessidade da intervenção com o astro intruso está ligada, assim, à evolução do mal?

  RESPOSTA:  Da  mesma  maneira  que  espíritos  evolvem  diretamente  para  o  bem,  também  evolvem para o bem por meio do mal. A pergunta tem fundamento. A diferença entre um caminho   e   outro   é   que   o   primeiro   baseia-se   em   conceitos   perenes   que   trazem   a   autorrealização crescente, enquanto o segundo se manifesta por vias e fluxos de sofrimento, desembocando em esferas do caos. Ao optar pelo mal, o espírito automaticamente associa-se a entidades inferiores ignorantes e a elementais demoníacos, que sintonizam com aquele estado  negativo,  e  quando  esse  espírito  descobre  seu  erro,  e  deseja  sair  do  umbral  que  construiu  para  seu  próprio  ser,  em  alguns  casos  necessita  até  do  auxílio  de  entidades  angelicais.  Mas  quando  o  envolvimento  é  severo,  cercado  por  grandes  falanges  do  mal,  o  desprendimento deve contar com o concurso de arcanjos de maior força.

  Mas é preciso que o espírito deseje transmutar pelo seu livre-arbítrio. E  o  que  acontece  atualmente  na  Terra  é  a  crescente  aplicação  do  mal  no  cotidiano  dos homens, resultado da ambição e do egoísmo temperados pela falta de amor ao próximo.

  E os próprios homens insistem no erro, não desejando abandonar tal condição depreciadora, que  os  conduz  a  grandes  sofrimentos,  levando-os  a  acusações  sistemáticas  a  Deus  e  queixando-se  contra  a  falta  de  sorte.  O  amor  passou  a  ser  visto  como  fraqueza  de  sonhadores.  Predomina,  dessa  forma,  a  liberdade irracional,  enquanto  nas  amizades  e  nas  relações   afetivas   subjazem   os   interesses   hipócritas,   dissimulados   em   falsos   acordos   saldunes, sem controle e sem desejos individuais de transmutação. Isso continua de forma ilimitada,  interferindo  no  crescimento  de  muitos,  que  suportam  o  altruísmo  e  a  elevação  moral  debaixo  de  grande  sofrimento.  O  astro  intruso  é  um  divisor  de  águas,  que  termina  com  a  ascensão  de  uma  sociedade  contaminada  pela  violência  e  pela  falta  de  amor,  geradoras de doenças físicas e psíquicas. E aqueles que evoluíram para o mal vão entender o  resultado  de  suas  escolhas,  pelos  frutos  amargos  que  colherem  no  astro  intruso.  Vão  experimentar  o  próprio  remédio  que  aplicaram  a  terceiros  na  Terra. 

  Essa  evolução,  por  meio do negativo pelo qual optaram, servirá então para lhes mostrar o que o mal representa, concedendo-lhes o saber para que aprendam a sublimar o bem.

  PERGUNTA: Em escala maior, os apocalipses seriam novas chances concedidas à humanidade, da mesma forma que as encarnações são chances concedidas a cada homem? 

  RAMATIS:  Esse  raciocínio  é  correto.  Em  “A  Gênese”,  capítulo  XVIII,  item  13,  Kardec  aborda  que  a  humanidade  passa  por  dois  tipos  de  progresso.  O  primeiro,  que  se  estende  como  épocas  consecutivas,  de  modo  lento,  tal  qual  uma  corrente  de  água.  O  segundo,  por  movimentos   relativamente   bruscos,   semelhantes   a   uma   torrente   que   rompe   diques,   “tragando  em  breves  instantes  as  instituições  do  passado,  sobrevindo  uma  nova  ordem.  Surge, então, um mundo novo das ruínas do antigo, onde tudo estará mudado”. 

  No  primeiro  caso,  está  a  trajetória  individual,  onde  cada  homem  tem  sucessivas  reencarnações  no  planeta,  com  o  nascer,  o  morrer  e  o  renascer.    o  segundo,  é  o  carma  coletivo da humanidade, atingida por “movimentos relativamente bruscos”, tendo em vista que ela é abalada, mas não destruída. Daí o “relativamente brusco”, e não o “absolutamente brusco”.  Isso  significa  que  do  mesmo  modo  que  o  homem  nasce,  morre  e  renasce  para  evoluir,  a  humanidade  nasce,  morre  e  renasce  em  sua  senda  do  progresso.  É  a  renovação  dos julgamentos, conforme fica claro no capítulo XVII, item 64, do mesmo livro. Pois Deus não promove apenas um julgamento da humanidade, mas vários. Se ele promovesse apenas um  julgamento,  seria  o  mesmo  por  analogia,  que  dar  apenas  uma  chance  encarnatória  a  cada homem. E Deus, em sua perfeição, não apresenta soluções diferentes para um mesmo caso.  Dentro  de  sua  flexibilidade  extremamente  dinâmica,  Ele  sabe  as  respostas  precisas  para cada evento.

  PERGUNTA:  Em  sentido  figurado  o  astro  intruso  se  apresenta  como  efeito  de  um  grande  julgamento?

  RAMATIS:   As   leis   de   Deus   fundamentam-se   no   princípio   básico   das   causas   e   das   consequências. Quem pratica o mal recebe o mal, e quem exercita o bem acolhe o bem. É simples. Tão pragmático que Jesus sintetizou tudo numa única frase, “amar Deus acima de tudo  e  o  próximo  como  a  ti  mesmo”.  Uma  frase  que  se  coloca  acima  de  todos  os  livros  existentes na Terra, acima de códigos e de legislações. Palavras simples e curtas que jamais poderão  ser  derrubadas,  pois  trazem  a  solidez  do  amor  perene  e  infinito,  simbolizando  a  razão plena que os homens buscarão pela eternidade, a qual nunca será alcançada, mas que servirá como estímulo da vida. Portanto,  o  astro  intruso  deve  ser  visto  não  como  um  julgamento,  mas  como  um  tribunal,  onde  os  réus  aplicam  as  próprias  sentenças  conforme  suas  respectivas  sintonias  energéticas.

  PERGUNTA: E como se processam essas sintonias?

  RAMATIS: Cada um que for atraído pelo astro será imantado pelo que plasmou na vida terrena. Assim, assassinos estarão sintonizados com outros que já estão no astro intruso e manifestam por pensamento idéias e acontecimentos semelhantes, de vingança e de crueldade, da mesma forma que seres ligados ao vício das drogas serão atraídos por suas partes similares. E corruptos visualizam grandes pilhas de dinheiro já plasmadas pelos que lá se encontram, obsediados pela ambição mórbida que cultivaram. Outros que conservam em seus pensamentos a erotomania, verão cenas sexuais acontecendo no campo etéreo do astro. E, orgulhosos desejosos de poder, terão visões megalomaníacas, condizentes com seus impulsos asquerosos. Enquanto homens de espírito bélico focalizarão falanges militares, cercando o orbe do astro intruso em formações rígidas e movimentos agressivos.

  Para cada imperfeição grotesca o astro emana cenas de igual teor, que formam os campos de sintonia plasmados pelos que já se encontram lá, consequentemente ativando o magnetismo de atração.

  PERGUNTA: Mas não foi dito antes que o astro tem um plano material extremamente primário? Onde cabem então coisas como dinheiro, organizações militares e outros?

  RAMATIS: Tais imagens não ficam no plano denso do astro onde se processam as encarnações, mas no plano etéreo. É o que acontece hoje na Terra, onde tais imagens circulam no meio do inconsciente coletivo, atraindo desejos, instintos e vocações para tais imperfeições. Com a passagem do astro intruso, essas imperfeições vibradas na Terra serão deslocadas para ele, em seu campo etéreo, sendo fortalecidas pelos outros plasmas que já existiam anteriormente absorvidos de outros planetas. São formas- pensamento.

  PERGUNTA: Existirão espíritos ansiosos pela chegada do astro intruso, desejando habitá-lo, mesmo sabendo de suas condições?

  RAMATIS: Sim, pois alguns que já conhecem o que o astro intruso representa, em termos de sofrimentos, estão vendo sua aproximação como um local ideal para as práticas com as quais já se acostumaram, envolvendo maldades e torturas mentais obsessivas. Por analogia, é o mesmo que o viciado em drogas faz, mesmo sabendo do mal que isso representa para ele mesmo. É uma espécie de autoflagelação, que gera um prazer mórbido.

  PERGUNTA: As encarnações sucessivas não seriam um meio dos espíritos recalcitrantes resgatarem seus carmas, sem a necessidade de irem para o astro intruso?

  RAMATIS: Inúmeros espíritos que se encontram na Terra já tiveram chances em outros orbes, já passaram por fases no astro intruso, e continuam reincidindo no erro, apesar das provações que viveram na matéria, e em umbrais inferiores do plano etéreo.

  São espíritos que se revoltam com as provações e desprezam os aprendizados. A medida que o planeta evolve, em termos de tecnologia, eles se utilizam desses meios para também aprimorarem suas ações danosas sobre a sociedade, envolvendo-se com o crime e a corrupção, plantando maledicências, cultivando a inveja e o egoísmo, descartando a caridade, e ignorando o amor. As sucessivas reencarnações já não se constituem no remédio de que precisam, pois as utilizam para plantar novos carmas. Assim, devem ser conduzidos ao astro intruso para novas jornadas de provas intensas e regeneradoras.

  PERGUNTA: O que significa para a Terra em termos espirituais?

  RAMATIS: Imagine a situação em que um aluno é aprovado em determinada série escolar, passando para a série seguinte. Ele evolve em seu conhecimento, porém na nova série continuará necessitando de novos ensinamentos. É o que acontecerá com a Terra. A nova fase pode superar a anterior em termos energéticos positivos, porém continuará necessitando do progresso espiritual, que deverá ser, a exemplo do que sempre houve, patrocinada pela individualidade dos homens.

  Deixem de se preocupar primordialmente com a evolução da Terra e preocupem-se com a evolução de cada homem. Pois isso é o que determina a evolução do planeta, o somatório das individualidades transmutadas.

  PERGUNTA: Então o processo evolutivo do planeta continua?

  RAMATIS: Quando um ser humano é colocado na escola atravessa diversas fases até chegar à universidade, frequentando posteriormente o mestrado, o doutorado e o pós-doutorado. Mas, nem por isso na fase adulta deixará de frequentar cursos e seminários para ampliar o saber, pois o conhecimento é infinito. O mesmo acontece com espíritos que encarnam na Terra, onde existe limite para a evolução deles, dadas as condições da mônada local. A Terra não é paradigma, volto a dizer. Marte e Júpiter podem ser mais evoluídos espiritualmente do que a Terra, mas também não são paradigmas. Todos esses planetas fazem parte da cadeia evolutiva, da mesma forma que a sequência curso maternal até o pós-doutorado representa para o aprendizado dos homens. São escolas de diferentes graus à disposição dos ensinamentos da espiritualidade.

  O problema da Terra é que suas limitações a condicionam a uma espécie de curso básico dos espíritos, pois essa é a programação estabelecida para ela há bilhões de anos. O curso pode melhorar a cada era, porém nunca deixará de ser básico. E isso ocorre porque inúmeros espíritos, de outros orbes, precisam frequentar seus estágios na Terra para evoluir.
 
  A continuidade do curso em cada era, entretanto, com o desentendimento crescente entre os homens, exige a intervenção da espiritualidade de luz por meio do astro intruso, para renovar as condições didáticas, porque, caso contrário, os homens ao invés de desenvolver virtudes acabam por aprender novos vícios, amortecendo sobremaneira seu progresso. Tal qual o furtador de carteiras, que após ficar preso junto a criminosos terríveis, acaba saindo da cadeia versado em assalto a bancos. Por isso o astro intruso surge para higienizar o planeta, renovando o curso primário que a Terra representa.

  PERGUNTA: As pessoas de bem poderiam adquirir carmas à medida que o mal prosseguisse?

  RAMATIS: A tendência das pessoas de bem é não se envolver com as nuances do mal em qualquer hipótese, no que tange à ação direta. Mas com os acontecimentos que se verificam no planeta, marcados pela maldade e pelas injustiças, elas ficam revoltadas, desejando mal aos agressores e adquirindo carmas mentais. Assim, de alguma forma a humanidade fica contaminada pelos sentimentos negativos, retardando a evolução dela e do orbe como um todo.

  PERGUNTA: A Terra, desse modo, será sempre o que ela foi, apenas tendo suas eras melhoradas por força da evolução natural, mas nunca deixando de ser o “curso básico”?

  RAMATIS: Cada escola ou universidade na Terra tem programação didática anual, que se não for aprovada pode ser modificada no ano letivo seguinte. Isso é evolução? É, porém o ensino continua a cada ano restrito às matérias pertinentes ao estágio mental dos alunos, em consonância com o currículo de cada curso. Assim é o caso da Terra, cujos instrumentos evolutivos podem ser alterados pela espiritualidade, mas os alunos que frequentarão o curso encontram-se numa faixa mental e vibratória própria desse plano. Uns estudarão e aprenderão mais do que outros, pelo próprio esforço e livre-arbítrio. Os que atravessarem bem o curso são aprovados para outra escola, mais evoluídos, onde estarão aptos a matérias mais técnicas. Os que pouco estudaram repetem o curso na era seguinte. Os revoltados e displicentes são transferidos para o astro intruso. Apenas no próximo ciclo com o aprimoramento do DNA alguns alunos poderão ser mais aplicados, tudo depende do livre-arbítrio.

  PERGUNTA: Como a renovação da Terra em termos físicos, pode contribuir para a melhoria do aprendizado?

  RAMATIS: Uma escola primária construída no meio de uma selva, sem energia elétrica, e sem professores preparados e reciclados não deixa de ser uma escola primária. Por outro lado, uma escola primária localizada num grande centro urbano, com recursos elétricos, computadores instalados, biblioteca e professores com curso de mestrado também é uma escola primária. A diferença entre ambas são os recursos físicos disponíveis ao ensino e ao aprendizado. Claro que as condições da segunda escola são melhores, e assim também acontecerá a cada ciclo evolutivo da Terra, que poderá ser melhor do que o anterior, pois a ambiência estará renovada e aprimorada, sem que a Terra, entretanto, deixe a sua condição de educandário de espíritos em evolução.

  A nova humanidade será composta de homens mais sábios e mais sensatos do que os anteriores, aptos a desenvolver em menor tempo as conquistas tecnológicas que a atual civilização alcançou. Isso permitirá que o planeta se torne também um educandário mais aparelhado, com melhores equipamentos, professores mais capacitados e alunos demonstrando maior interesse. Isso, no entanto, não exime o planeta dos alunos relapsos, dos egoístas, dos invejosos, dos criminosos, dos tiranos e outros. O que significa que a Terra passará de educandário com poucos recursos, professores e alunos carentes de saber, para a condição de educandário com instalações melhores e professores e alunos mais treinados. E, ao final do novo ciclo, dentro de alguns milênios, o astro intruso ressurge para promover nova fase evolutiva.

  PERGUNTA: Isso implica que o mal contamina a sociedade de tal modo que ela precisa ser destruída?

  RAMATIS: Vamos lembrar daquele antigo exemplo utilizado pelos budistas sobre a sopa e a mosca. Uma tigela de sopa pode alimentar inúmeras pessoas famintas, mas se uma mosca cair nessa sopa, espalhando bactérias perniciosas, a sopa deixa de ter a sua função. Ao invés de alimentar ela provocará doenças e, possivelmente, a desnutrição.

  O mesmo ocorre com a humanidade. A cada ciclo os espíritos trevosos e recalcitrantes espalham-se pela sociedade, trazendo péssimos exemplos que tendem a destruir o caráter e provocar vícios. E os homens, quando contaminados, pois aceitaram essa condição pelo livre-arbítrio, devem passar pela higienização do astro intruso, que estimula pelo fogo a força do elemento água, através dos oceanos, para retirar do orbe terrestre o material impuro. Para que surja nova sociedade, mais evoluída e capaz de dar continuidade ao progresso planetário, pois assim renovam-se as chances. Mas, lembrando ainda, que o fogo é o único elemento renovador que se encontra nos demais, mantendo seu núcleo transmutador presente também no elemento água.

  PERGUNTA: A visão escatológica para a Terra, desse modo, apresenta um teor de renovados apocalipses?

  RAMATIS: O Apocalipse para a Terra não tem apenas o aspecto de fim dos tempos, mas principalmente a finalidade de renovação. É a idéia precisa da ação transmutadora de Shiva.

  Após higienizado pelo astro intruso, o planeta se apresenta como um solo fértil para a colheita espiritual, considerando que plasmas negativos originários das imperfeições humanas são imantados pelo astro. E este reaparece a cada final de ciclo para promover a consumação de uma era e a alvorada de outra.

  PERGUNTA: A Terra, desse modo, nunca será mesmo paradigma?

  RAMATIS: Repito tantas vezes quantas for necessário que os homens habituaram a ver a matéria não como uma referência evolutiva inicial, mas como paradigma. Dizer que a Terra um dia entrará na era da paz e do amor eterno, é o mesmo que dizer que a matéria é o lar definitivo dos espíritos. Isso contraria toda a didática divina. Aqueles que assim pensam
ainda não se conscientizaram de que planetas não são moradas definitivas, e nunca serão, pois são matérias embrutecidas. Mesmo aqueles orbes mais sutis, de vida espiritual mais elevada como Marte, não são moradas definitivas.

  Alimentar a idéia de que a vida em planetas forma o futuro espiritual é vislumbrar miragens etéreas. Os homens ainda estão muito apegados à matéria e precisam de base densa para viver, necessitando de solo para pisar, ou de construções para morar. Ainda não compreenderam o que significa a espiritualidade e seus planos abstratos longe das ilusões materiais. Os espíritos evoluídos vivem da contemplação do amor divino e se alimentam energeticamente de luz, em moradas etéreas que são construídas pela mente fortalecida. Mente cada vez mais independente do plano material, pois o espírito iluminado não tem lar específico. Ele é livre, e seu lar é o próprio Universo.

  PERGUNTA: Pode explicar o porquê de um planeta mais adiantado espiritualmente como Marte estar tão próximo de outro bem mais atrasado, a Terra?

  RAMATIS: A Terra foi edificada para ser um planeta de provações. Isso não impede que em suas proximidades estejam planetas onde vivam civilizações iluminadas pela evolução espiritual. Tal conceito de proximidade é necessário para que haja equilíbrio no Sistema Solar. Caso contrário, o estado de espaço local seria conturbado por sequências de astros com vibrações negativas. Da mesma forma que uma cidade deve ter uma escola primária, um curso técnico, assim por diante. Já pensaram se as cidades tivessem apenas cursos primários?

  PERGUNTA: Em relação à Marte, foi mencionado anteriormente em um de seus livros que o homem de Marte, embora mais evoluído do que o cidadão terrícola, também ainda é um aluno em aprendizado.

  RAMATIS: Pois quanto mais o espírito necessita da matéria, menos evoluído ele é. Por essa razão, conclamo-lhes a serem desapegados das coisas materiais, para que possam sair desse círculo vicioso que os prende a planetas de expiação. E a resposta vem da grandeza da alma, de onde poderão espelhar em seus espíritos a força da transmutação, entendendo que a matéria não é futuro, mas ilusão que um dia se extinguirá.

  PERGUNTA: isso faz sentido, considerando também que todo o Sistema Solar, e consequentemente a Terra e Marte, caminham para a destruição, não sendo eternos.

  RAMATIS: O próprio movimento dos astros demonstra que nunca o homem poderá contar com a Terra como morada perene. Chegará o momento de sua extinção. E, quando isso ocorrer, outros planetas similares com as mesmas funções estarão sendo utilizados para os programas evolutivos, como já ocorre, pois a didática divina não cessa de operar.

  Os homens têm grande dificuldade de desenvolver a percepção temporal. Falam de forma esperançosa em uma Terra de luz no futuro eterno e esquecem do que aprenderam nos bancos escolares, com a ciência demonstrando que um dia ela chegará ao fim. Do mesmo modo que em algum momento o astro intruso que tangencia a Terra acabará, sendo então utilizados outros astros similares em outras órbitas. Tudo é dinâmico.

  PERGUNTA: Pode esclarecer mais o porquê de falar da matéria como ilusão?

  RAMATIS: A matéria é perecível em qualquer circunstância. Sob o enfoque de onde ela se encontra instalada um dia chegará ao fenecimento, não sendo mais vista. Por outro lado, sob o prisma de quem a vê, ela se tornará passado, devido à dinâmica que envolve a evolução dos espíritos. Dessa forma, a matéria é uma imagem efêmera no contexto da eternidade, tornando-se um ponto finito que sempre será deixado para trás. Portanto, é uma ilusão. O que não ocorre com o espírito, que além de ser eterno, está sempre presente.

  PERGUNTA: Aproveitando esse mesmo assunto, na verdade então nada é eterno além de Deus e dos espíritos?

  RAMATIS: Heráclito de Éfeso soube abrir discussão sobre o conceito do eterno movimento, mostrando que a permanência é uma mera ilusão. A dinâmica rege a vida em todos os seus segmentos, pois nada é estático. E mesmo a dinâmica da evolução pode ser permanente, mas no sentido da existência contínua, não discreta. Deus e os espíritos são eternos, porém na permanência da dinâmica continuidade. Os eventos que circundam os espíritos são ilusões momentâneas, que instantaneamente se tornam pretérito nos espaços materiais temporais, e se fazem conhecimento adquirido nos espaços atemporais. E, estando ou não encarnado o espírito estará sempre incorporando conhecimento, pois, se encarnado, vive simultaneamente nas duas esferas, a temporal da Terra, perecível, e a atemporal de sua natureza etérea, o eterno. O difícil é organizar o conhecimento adquirido em bases autodidatas abalizado pelo livre-arbítrio, e assimilá-lo como ensinamento que sustente a evolução. Caso consiga, entretanto, o espírito transforma suas ilusões vividas em realidades presentes da criação, permitindo-lhe construir em seu íntimo o Universo subjetivo ou microcosmo.

  PERGUNTA: É possível nos dar uma visão desse microcosmo?

  RAMATIS: Como descrever algo subjetivo? Podemos tentar partindo de certas premissas já conhecidas dos homens. Se alguém ousasse retratar a Terra exatamente como ela é, precisaria fazer um carbono preciso dela, fato que levaria bilhões de anos, num objetivo que nunca seria atingido, dada a dinâmica que tudo envolve. Assim, para representar a Terra com todas as suas nuances, fato impraticável devido à complexidade, é melhor retratá-la por meio de uma pintura ou fotografia com menos parâmetros, que são as cores e formas envolvidas sob o ponto de vista do autor.

  Em outras palavras, a melhor representação de um sistema é aquela que o retrata de modo mais aproximado possível da realidade, entretanto com o número mínimo de parâmetros que não se percam na complexidade.

  Vejam o exemplo de Deus. Sendo único, representado pela unidade, consegue modelar o infinito e a eternidade simplesmente com a sua própria presença. O que revela seu poder supremo e irretocável. O um que está apto a explicar o todo.

  Os homens nunca atingirão esse estágio, por maior que sejam suas respectivas evoluções espirituais. No entanto, quanto mais evoluído for o espírito, e maior o seu conhecimento, mais ele conseguirá construir com pouco, pois saberá as doses exatas para erguer as grandes obras. E para chegar a esse conhecimento, o espírito precisa não apenas estudar e ser disciplinado em seus objetivos, mas também meditar, raciocinar, entender sobre o amor-próprio, a autoestima e desenvolver a simplicidade por meio da humildade.

É pela simplicidade que o conhecimento é mais bem utilizado, sendo apresentado de forma elegante, isento dos labirintos da complexidade. E entendendo sobre o amor-próprio, o espírito compreenderá também sobre consequências, pois estará se capacitando a amar o próximo. Querem maior simplicidade do que a divina? Modelar o todo com a unidade, e ainda manter-se humilde para não se impor ao livre-arbítrio de seus filhos?

  Assim, quanto mais conhecimento o espírito obtém de Deus, mais simples ele deverá ser na aplicação desse conhecimento. Tanto no exercício da humildade, quanto no erguer de seu universo. Pois saberá canalizar o muito através do pouco, conduzindo a leveza da existência que ele despertou pela inteligência, de modo a arquitetar sabiamente no infinito.

  PERGUNTA: Isso mostra que o homem leva o Universo no ser, sustentado pelo infinito e pela eternidade.

  RAMATIS: Os homens, em sua grande maioria, ainda não compreenderam que eles são uma forma representativa da imagem de Deus. Cada homem é um retrato simbólico de Deus. Se entendessem isso se respeitariam mais, aprendendo sobre o amor recíproco, desenvolveriam suas próprias capacidades ilimitadas de criar pela sabedoria da simplicidade, trocando o saber de forma amorosa e gratificante.

  PERGUNTA: E então formariam a grandeza de seus respectivos universos?

  RAMATIS: Não somente a grandeza como a estabilidade deles. Percebam que Deus é antes de tudo estável. Mas um universo construído por meio de mudanças constantes, alternando valores positivos que se tornam subitamente negativos, pela incapacidade da prática do amor e da caridade, torna-se um campo sem estabilidade. Tal fato expande a complexidade ao invés de reduzi-la, gerando os mecanismos do caos e da ignorância. E o astro intruso é essencialmente o instrumento normalizador desse aspecto confuso da humanidade.

  PERGUNTA: Avisos já preparam os homens para a passagem do astro intruso. Mas sempre avisos trazem inquietação e receios. Existem algum plano da espiritualidade para uma assistência mais concreta aos homens, como uma grande preparação espiritual?

  RAMATIS: Sim, dentro de algumas décadas, várias entidades de elevada espiritualidade devem encarnar no planeta num mesmo ano para iniciar a preparação. Não são muitos, pois nem chegam a dois mil, mas será o suficiente para orientar diversos homens para um desencarne mais tranquilo, por ocasião do cataclismo. Aproximadamente 20 anos antes da passagem do astro a Terra experimentará inúmeros desastres naturais de forma quase que contínua¹, devido à aproximação mais iminente daquele orbe.
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¹ Ramatis revelou que os desastres naturais vão ocorrer frequentemente no planeta durante o presente século até a chegada do astro intruso, porém em um forte crescendo a partir da segunda década, tornando-se muito mais intensos cerca de 20 anos antes do cataclismo.
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  O gráfico acima [imagens protegidas não passíveis de reprodução] mostra o ciclo de renovação da humanidade, com os cataclismos sendo apresentados pelas esferas negras com quatro pontas, que representam a ação dos elementos da natureza. Eles ocorrem precisamente a cada13.332 anos quando da passagem do astro intruso tangenciando a órbita da Terra e mudando a inclinação do planeta. A Terra está sempre em progresso, conforme a sua curva matemática da evolução, porém nunca deixará de ser um planeta de expiação, pois sua existência tem esse objetivo, de promover ensinamentos a espíritos na faixa vibratória desse campo magnético para o qual ela foi criada.

  Assim, por exemplo, cada período de 13.332 anos terá menos guerras que o anterior, mas elas não deixarão de existir em função da mentalidade espiritual dos homens, a qual é ainda pouco evoluída.
 
  O gráfico demonstra como se processa a ação do astro intruso sobre a Terra, mesmo quando afastado do planeta. À medida que ele se aproxima, seu magnetismo aumenta, provocando inúmeros problemas naturais, bem como interferindo na vida dos homens, que se tornam mais agressivos dando vazão às imperfeições espirituais. 

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