sexta-feira, 29 de julho de 2022

O Eterno Giro do Presente - I

  Olá! Não sou psicólogo ou psiquiatra nem quereria tê-lo sido. Por muitos anos fui unicamente um dócil paciente de mim mesmo, sem nunca me ter perfilado ao conhecimento dessa matrix “mente-alma-sexo-desejos-frustrações-anima/animus, etc”, de alçada acadêmica por Freud e Jung, dentre outros conhecidos pesquisadores.

  Esses dois cavalheiros – além de outros – foram pesquisadores da psique humana. E pelas muitas contribuições a esse complexo arcabouço, hoje assim montado e assim mantido, atribui-se a Freud o epíteto de pai da psicanálise. Para pai da psicologia – a origem – os votos foram sem aparentes dissidências para o acadêmico Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) filósofo, médico e psicólogo alemão.

  Freud batizaria as suas observações sobre os estudos da psique de seus pacientes, por psicanálise, enquanto Jung batizaria as suas, por psicologia analítica. A psicanálise tornar-se-ia então uma das ferramentas freudianas mais usadas para as perspectivas do abre-te-sésamo do ser – desse gênero homo cada vez mais envolto por muitos véus.

  A psicanálise freudiana observa, nem sempre de modo claro, elementos objetivos e subjetivos de um paciente em suas esferas mentais e emocionais. Busca também por outras fontes íntimas pelo reenvio de um quantum da consciência do próprio paciente aos seus primórdios natalinos. E foi através de intrincada simbologia observada em sonhos, atitudes inconscientes, manias, idiossincrasias, distúrbios mentais e emocionais e mais coisas, com que a psicanálise de Freud e a psicologia analítica de Jung se construíram, associando-se também com extensa mitologia em direção a possíveis âmagos. Com o uso desse método, passaria a ser tecnicamente possível o descobrimento do fio de Ariadne que levaria para fora dos negros labirintos onde anima ou animus se internam, e a algo mais que ainda secretamente voltam a se internar. Nessa linha, em sentido inverso ao nascimento na carne, a consciência de anima ou animus, de volta ao útero, redescobre alguns dos arquétipos que antes já estavam presentes nela própria, abrindo-se janelas para nova visão interior do ser.

O ETERNO PRESENTE 

  Comumente não notamos que o presente em termos de convenções humanas é sempre fugidio. Passado e futuro nos parecem mais palpáveis e definíveis dentro de nossas percepções e projeções mentais, mas não o presente. Mal começamos a falar sobre algo e nossas palavras já se foram para um passado imediato. E ao longo das horas e dias a noção de tempo presente sobre um assunto vai se tornando cada vez mais distante rumo ao passado em velocidade retilínea uniforme. Todos os dias, segundo a segundo, minuto a minuto, reconstruimos em nós, inconscientemente, a simbologia do tempo, a fim de nela buscarmos nos basear para vivermos eventos ou ajustá-los. Embora pouco nos importemos, admitimos, porém, que os fatos acontecidos na linha do tempo - ou no tempo linear -  conforme nos ensinaram desde o primeiro período escolar, se alojaram sempre da mesma forma na face da Terra, independentes de fusos horários, graus, distâncias e épocas. Ou modernamente com ou sem paradoxos dimensionais temporais. Portanto: para nós aqui neste mundo onde colocamos nossos pés para nos deslocarmos de um ponto a outro, o presente é o presente, o futuro é o futuro e o passado é o passado.

  E a despeito desse nosso convencimento simplório, percebemos, porém, que o tempo decorre e incorre diretamente aqui no planeta de modo inflexível e enigmático – e vem realizando isso impunemente por toda a eternidade, dentro, claro, de uma esfera espaço-tempo de nosso sistema heliocêntrico. Que o digam a biologia de nossos corpos densos, as nossas forças físicas, emocionais, mentais e espirituais – finalmente o nosso envelhecimento – e se possível diga-o também nossa pós-morte! E a nada disso podemos de fato, por nós próprios como cocriadores – nuamente – reprimir, espremer, obstar, redimensionar ou retardar nem alterar o sincronismo da Terra com as demais esferas planetárias conhecidas. E caberia a seguinte indagação um tanto cabalística, um tanto esotérica ou talvez de aceitação espírito-cardecista dos mais conformados: e por que abusadamente mudaríamos isso à nossa inteira mercê, já que tudo vem funcionando assim há incontáveis eons, graças a Ieve-Sabaoth, se temos tantas coisas mais importantes a fazermos no cotidiano hoje?

  Em síntese: o tempo aqui na Terra, naquilo que nos interessa diretamente, independe por completo de nossas existências: o tempo simplesmente nos ignora e nada em nós consegue impedir seu ritmo uniforme e soberana cronologia – naquilo que de fato ele é. Somos unicamente objetos terrenos a rolar diante do tempo, vida após vida. E quanto a nos dizerem que o tempo é subjetivo isso nos soa simplesmente como pedido de perdão por não saberem. Pois o tempo é tudo: é passado, futuro e eterno presente para nosso completo desespero – às vezes... Mas se alguém inferir que os portais quânticos, uma vez transpostos podem conduzir a um paradoxo temporal, diremos simplesmente que por lá uma “super equação” sustenta a atemporalidade do “ser” e do “não ser”, mas nós humanos a permanecermos por aqui como agora, estamos sempre embasados no três em um ou Suprema Trindade!

  No prolixo espetáculo da vida terrena, apontado para os segredos velados, ali está o homem no eterno presente da simbólica Roda do Destino, que os orientais chamam a Roda do Samsara. Sofridas e intermináveis guerras, epidemias pós mortandades, doenças contraídas pela desordem no mundo, vírus letais plantados por cientistas alienados aos valores humanos, extermínios étnicos e tantas outras aberrações constatadas, forçam acumulados carmas de egos infratores a passar por dolorosos expurgos. Principalmente pós guerras fratricidas. Esses profundos efeitos negativos colhidos do panorama da vida física planetária, além de produzirem novas impressões na psique de populações inteiras, persistem após o desenlace da vida física. Almas recém desencarnadas incursas em pesados débitos cármicos, se juntarão às outras almas em idênticas condições psicológicas e ver-se-ão todas conduzidas para regiões lúgubres do Klipoth. E uma vez no lugar de destino continuarão a conviver com suas muitas mazelas com maior sensibilidade, visto estarem agora desabrigadas de seus equipamentos carnais.

  Consequentemente, sob estupor, almas penosas da triste romaria conviverão com suas sombrias imagens, enquanto outras almas, em profundos estados depressivos, permanecerão durante muito tempo inconsoláveis com dores morais. E não conseguindo apagar as imagens refletidas por suas mentes ao curso dos punidores desfiles, almas assim prisioneiras em números de muitos milhões, amontoadas em imensas crateras, cavernas e grutas nos infernos de todas as nações da Terra, impossibilitadas de se libertar do degredo a que foram submetidas, evocarão desde mea-culpa chorando copiosamente, a lamentos de injustiças ou mesmo desprezarão aquela situação, mas isso de nada adiantará. As dores morais são as mais infiltrantes porquanto são energias em permanentes pressões nas consciências. 

  Após milhões de almas terem novamente retornado às suas reencarnações com as memórias subjetivas apagadas, alguns blocos de sensações eventualmente persistirão aquartelados no subconsciente, provocando sintomas somatizados e estados hipocondríacos que precisarão ser tratados através de processos espirituais de limpezas psíquicas. Pesadas cargas energéticas com que aquelas consciências se houveram em seus expurgos no Klipoth ou inferno espiritual, podem esgotar-se após dezenas, centenas de anos ou em milênios, dependendo da gravidade e extensões dos malignos atos. Mas como explicado anteriormente, havendo a possibilidade da interrupção de seus expurgos no inferno das almas, o processo continuará na Terra em próximas reencarnações.

  A sabedoria e a complacência dos mentores espirituais podem oferecer essas oportunidades – na razão do possível – para pessoal aceleração do processo de dreno e libertação daqueles intensos sofrimentos do ser. Pois apesar dos necessários expurgos verificados nos infernos do Klipoth, a purificação na carne a partir de um determinado estágio em diante se torna mais rápida pelas pungentes dores que se alastram no organismo humano, decorrentes de metástases impossíveis de serem detidas ou por outras complicações que naturalmente surgem. Esses são alguns dos motivos pelos quais muitas pessoas chegam novamente à vida terrena sob muitas dores físicas e morais, e condições de permanentes doenças ou cânceres incuráveis que lhes tragam a saúde e as forças, e com profundas depressões. Ou quando apresentam quadros piores, como nos casos teratológicos que nos assustam ou causam terror. Entretanto, como dissemos, esses drásticos e deprimentes estados doentios serão de grande valia aos encarnados para mais rápidas purificações de suas almas.

  A Roda do Samsara serve portanto a um modelo tibetano simbólico de um mapa cármico para toda a humanidade. Mostra num de seus círculos concêntricos 12 setores ou casas chamadas – nidanas – que traduzem níveis de consciência em períodos de vivências terrenas individuais e coletivas. Essa simbólica roda mística passa a ideia de girar com os seus quatro círculos em ordem e sentido consecutivos.  Dentre outras coisas simboliza também almas humanas em situações gerais de causas e efeitos entre uma e outra reencarnação. O tempo é o elemento chave a mostrar seus momentos na roda em direta relação com os princípios de vida ali subentendidos. Aquele que se emancipa de seu inteiro carma pessoal se emancipa também da Roda do Samsara e de suas consequentes alternâncias.

* * *

  Ações especialmente em favor da humanidade acontecem pela Hierarquia Espiritual ao cumprimento das metas evolutivas pré-estabelecidas ou quando necessariamente a Hierarquia se volta para atenções emergenciais aos reinos em geral. Isso vem se dando em momentos críticos de destruições planetárias menores ou de grandes montas. Nessas ocasiões é sempre o homem indisciplinado a figura central responsável pelas deflagrações dos fenômenos destrutivos. Suas desmedidas ambições, egocentrismos, crimes e desrespeitosas práticas antinaturais por todo o planeta geram as instabilidades das leis harmônicas e com isso ocasionam o caos. 

  Esse mesmo dispositivo de auxilio foi inicialmente inserido nos hábitos de civilizações e grupos de crenças em distante passado, quando templos foram erguidos e forças foram invocadas para trazer a sabedoria aos homens. A isso acorreram sábios da Hierarquia encarnando-se para o trabalho e procedimentos espirituais que foram sendo adequados através dos ciclos das futuras civilizações por todo o globo terrestre. Mas na medida em que as civilizações desobedientemente alternavam o bem com o mal, uma grande disputa por hegemonia de forças e valores cada vez mais se materializava, criando indesejável clima. Então chegava o momento das forças brancas espirituais abandonar suas atividades terrenas em amor e verdades e de novo adentrar num ocaso. E as civilizações passavam a conviver com o caos, como atualmente acontece nestes tempos globais.

  Mas enquanto tivesse existido a representatividade sacerdotal sem corrupções, fanatismos ou adernamentos negativos, os lídimos conceitos da sabedoria provinda do astral e forças superiores, investiam sacerdotes com autoridade e poderes e eles obedeciam da sábia voz que lhes chegava cada vez mais perceptível. Curas físicas e espirituais então passavam acontecer com perfeita condução, e esse precioso auxílio se estendia na forma de uma egrégora curativa para a psique coletiva. Naqueles antigos enfoques a consciência dos pacientes era levada aos planos superiores e lá trabalhada para as curas ou reconduzida a encarnações pretéritas para dissoluções de longínquos traumas adquiridos por toda a sorte de males. Quando os pacientes voltavam aos domínios das suas atuais personalidades muitos estavam curados de seus problemas.

  Aceitem isso os especialistas da estacionária psicologia materialista da atualidade, pois o antigo Egito dos gloriosos faraós-adeptos, iniciados nos profundos mistérios, foi um desses grandes e mais recentes momentos do conhecimento da alma humana e seus enigmas.

  Não alimentamos a esperança de que os donos da psicologia materialista se rendam de imediato a um full de azes de outros jogadores tranquilos e conscientes, sabedores da importância de urgentes mudanças nesse atual modelo oficial de terapia da alma e de seus segmentos acadêmicos. Pois isso forçosamente advirá após completa reorganização de nossas sociedades e banimentos de sistemas viciados, onde necessárias reformas, novas visões e novos métodos de administração e trabalho serão trazidos pela iluminação espiritual. Porém, nunca isso acontecerá imperfeitamente através de orgulhosas autoridades intelectuais com os monitoramentos atuais. Também as religiões da atualidade, em seus breves futuros até ao termo final de suas existências, se verão ante a escolha da requalificação de suas teses e princípios dogmáticos ou inevitavelmente sairão de cena.

  Esperemos somente mais um pouco, já estamos quase chegando lá, a uma revolução mundial científica sócio-cultural, que sem dúvida virá in totum após a grande tribulação. Nada permanecerá em pé que não seja a cristalina verdade. A varredura será completa.

Rayom Ra

http://arcadeouro.blogspot.com

Veja Parte II: https://arcadeouro.blogspot.com/2022/08/o-eterno-giro-do-presente-ii.html

sábado, 2 de julho de 2022

Abordagens Esotéricas

CONHECIMENTO ESOTÉRICO 

CAPÍTULO I 

                  PRIMEIRAS ABORDAGENS                   

  1. Que é esoterismo?

  R. A definição de esoterismo é correlata com a etimologia da palavra grega “esoterikos”, significando interno, oculto. Desde a antiguidade sacerdotes religiosos ocultavam os segredos relativos ao homem e a natureza e desenvolviam artes mágicas. Quando aqueles conhecimentos eram necessariamente anotados, eles se utilizavam de linguagem codificada, de impossível decifração sem as chaves. Também lançaram mão de simbolismos e alegorias. Com tudo isso conseguiram resguardar conhecimentos que se perpetuariam pelas idades.

  As antigas escolas esotéricas trabalharam por milênios nas mais variadas formas, mas com o advento do cristianismo a Igreja começou a persegui-las, conseguindo em muitas ocasiões descobrir e identificar seus membros secretos, condenando alguns à morte e outros a passarem por severas punições.

  O esoterismo, como aqui abordado, não é em si uma filosofia nem é propriamente o produto de determinadas escolas com pensamento ocultista exclusivo, e muito menos é uma religião. É um caminho sensível que percorrido com atenção, estudos e fazendo-se uso da intuição, vem descortinar conhecimentos cada vez mais amplos e profundos, diferentemente dos caminhos comumente percorridos por homens do raciocínio unicamente objetivo ou de ideais unicamente religiosos. Visto isso podemos então definir esoterismo de uma forma sucinta e geral como “a ciência do oculto”. E como o esoterismo também adentra nos estudo das leis da natureza concreta podemos igualmente caracterizá-lo como ciência de dupla abordagem, pois tanto vem respaldar-se nas leis cósmicas aplicadas aos valores subjetivos ou ocultos bem como nas leis reguladoras dos fenômenos e situações humanamente visíveis, ocorridas no mundo material.

  2. Como o conhecimento esotérico se manteve até os dias atuais?

    R. O verdadeiro conhecimento esotérico foi e é basicamente respaldado pela prática. A teoria, por si só, não é suficiente para levar o estudante a uma condição que transite do verdadeiro conhecedor ao sábio. A teoria nasceu e decorre de tudo quanto aconteceu e acontece na prática, e não o oposto. Pela prática, ao longo de recuados séculos e milênios, muito do conhecimento esotérico manteve-se conservado. Entretanto, com o desaparecimento de civilizações – algumas que a história nem chegou a registrar e outras que somente foram conhecidas por fragmentos arqueológicos – as riquezas esotéricas de antigas tradições, com algumas particulares exceções, ficaram perdidas para a humanidade. Em consequência, o que veio a ser posteriormente manipulado pela tradição de núcleos étnicos dos continentes foi somente pequenas porções daquelas riquezas. 

  3. A sabedoria oculta dos dias atuais não pode então ser considerada legítima? 

R. O conceito de sabedoria oculta do passado merece ser analisado por especial enfoque. Desejamos inicialmente afirmar que o conhecimento esotérico que foi perdido pelo homem em eras passadas, pôde ser parcialmente resgatado em determinadas situações. Há nas dimensões espirituais os registros de tudo quanto o homem desenvolveu do conhecimento esotérico através das idades, bem como das ciências ditas humanas. Deste ângulo nada verdadeiramente se perdeu.                                    

  Entretanto somente em ocasiões foram concedidas permissões para que sucessivas partes do conhecimento guardado nestes arquivos fossem trazidas novamente a Terra para o atendimento das necessidades humanas. Essas permissões aconteceram quando grandes civilizações floresciam para o mundo terreno e magos e iniciados nas ciências ocultas tiveram a incumbência de trabalhar e administrar o conhecimento esotérico para aqueles novos ciclos, utilizando-se de partes do antigo acervo, vindo porém reelaborar os seus anteriores aspectos exotéricos e esotéricos. Aqueles mestres do conhecimento então reviveram velhas alegorias e vasta simbologia, vestindo-as com os novos elementos culturais e valores psicológicos, reajustando-os e incorporando-os às idiossincrasias da época nas diferentes civilizações.

  Por outro lado os diversos ramos da ciência concreta do presente já desvendam enigmas da natureza bem como da fisiologia humana e do próprio mecanismo do pensamento. Os descobrimentos resultantes de febris pesquisas com o auxílio de moderna tecnologia no campo da eletrônica, e cibernética, acontecem com grande velocidade e aproximam níveis do conhecimento acadêmico a alguns princípios esotéricos do passado. Em alguns casos – especificamente nas estruturas da matéria física e suas funções orgânicas disciplinares e comunicantes, vistas pela cibernética, principalmente na natureza, em humanos e nos animais – ultrapassam aspectos do introdutório conhecimento esotérico milenar. Nessa ótica, podemos então afirmar que certos princípios preliminares do esoterismo prático das tradições, hoje mediante experimentos da ciência humana tornam-se princípios exotéricos.

  4. Que são princípios exotéricos?

 R. São níveis preliminares do conhecimento oculto esotérico, ou seja, do conhecimento da natureza natural física, emocional, mental e psicológica do homem e dos reinos da natureza, levados ao povo em níveis menores, e quando necessário com alegorias e simbolismos. Neste particular o conhecimento doutrinário das religiões mundiais é na sua maior parte trabalhado nesses paradigmas a fim de produzir para os devotos pontos de fáceis referências ou ancoradouros que lhes permitam exercitar a sua fé. Nesta linha muitas histórias de líderes ou mártires religiosos que nos pseudo eventos terrenos envolvem situações extraordinariamente inverossímeis, não foram, contudo, nas suas narrativas, totalmente irreais, estando encobertos com inteligentes disfarces de muitas verdades ocultas ou esotéricas.

  5. Como entender melhor esta última afirmação?

 R. No velho testamento, no segundo capítulo do Êxodo, temos a história do nascimento de Moisés. Segundo o relato, Moisés, quando recém-nascido, foi posto num pequeno cesto e colocado sobre as águas do rio Nilo por sua verdadeira mãe, e resgatado destas mesmas águas pela filha do faraó, a qual o protegeu, dando-o a sua verdadeira mãe para cria-lo. Também sobre Baco, nascido no Egito é contada a história segundo a qual ele seria filho de uma ninfa com o deus Júpiter, e teria realizado semelhantes e prodigiosos feitos na idade adulta, como fizera Moisés.

  Já na Índia, Krishna, tal como acontecido com Jesus de Nazaré milênios depois, teria sido escondido entre pastores e vaqueiros quando recém-nascido, a fim de não ser assassinado pelo rei Kansa, matador de inocentes. Herodes, no tempo de Jesus, foi também o rei a quem se atribui a ordem de mandar matar inocentes, com o objetivo de tirar a vida daquele ao qual ainda não conhecia e que seria o Salvador dos homens. Os pais de Jesus, como conta o Novo Testamento, tiveram de fugir com ele para o Egito a fim de o salvarem da morte. 

  Ainda no Velho Testamento, no primeiro capítulo do Gênesis, é contado que Deus criou o mundo e a natureza em seis dias, descansando no sétimo dia. Os esotéricos sabem que a criação do mundo levou incontável tempo para se consumar, mas este tempo da criação foi dividido em sete períodos. Estas poucas alegorias servem para demonstrar ao estudante atento e observador que por detrás de relatos místicos, alguns incongruentes, existe o verdadeiro fio da meada que os formuladores da linguagem religiosa conseguiram ocultar. Nas tradições religiosas sempre existiram aspectos públicos ou exotéricos calcados nos ocultos, reservados ou esotéricos.

  6. Por que o conhecimento oculto ou esotérico precisou ser resguardado através dos tempos?

  R. A evolução humana na Terra segue a diretriz estabelecida pelo Criador segundo a qual é necessário ao homem obter conhecimentos de sua natureza a cada reencarnação. É notório certas almas avançarem mais que outras, e isto, ao cabo de certo tempo, e de acordo com a maturidade alcançada por aplicação própria, vem conduzi-las a posições de vanguarda nas raças.

  Nesta linha de bom aproveitamento chegará o momento em que o homem no seu cogitar não mais se satisfará tão somente com os valores terrenos, lhe sobrevindo à necessidade íntima de conhecer-se melhor e a Quem o criou. Esses aspectos do conhecimento são mais sutis que os comumente manipulados no dia a dia, mas por sua natureza tornam-se mais poderosos nos seus resultados quando corretamente aplicados. Haverá para o homem no estágio de neófito do conhecimento esotérico, a necessidade do aprendizado meticuloso e do submeter-se a muitas disciplinas a fim de aprender o uso dual das energias que permeiam todas as formas de vida. Ademais, deve o homem conhecedor firmar o compromisso de não revelar de maneira clara e insensata às pessoas ainda não preparadas, daquilo que aprendeu. Essa norma, no passado, sempre foi muito rigorosa na sua observação, pois além de tratar de não expor desnecessariamente a vida alheia aos efeitos contrários do mau uso do ocultismo zela também pela sua própria vida. 

  7. Como entender mais claramente estes fatos?

                                                                                                                     
  R. As ciências ocultas oferecem reais perigo a quem se lança para desvendá-las nos estágios mais avançados. Aqueles estágios, evidentemente, serão somente alcançados por sacerdotes ou iniciados que entregam suas vidas a intensas e febris pesquisas, ao trabalho meditativo diário e às profundas experiências com a matéria dos mundos ou dimensões. Alguns destes estudiosos podem ser encontrados nas ruas ou nos seus trabalhos, no dia-a-dia de suas atividades, e nada de especial neles será notado pelas pessoas de vida comum que pudesse diferenciá-los da massa humana. Entretanto, há nessas almas uma íntima determinação férrea de cada vez mais avançar no conhecimento e realizar-se na sabedoria oculta a fim de atingir níveis de maior perfeição do espírito. Nas suas práticas esotéricas estabelecem metas e se submetem conscientemente aos riscos que tais práticas avançadas possam produzir.

  Outros nascem e renascem em países onde a vida asceta é facilmente encontrada em templos das religiões budistas, taoistas, bramânicas, muçulmanas etc., e voltam a submeter-se aos cansativos rituais, às orações diárias e práticas meditativas. Vivem somente com o pensamento de alcançar objetivos espiritualmente maiores, satisfazendo-se com o atendimento mínimo de suas necessidades físicas, a nada aspirando da vida material. Estes dois exemplos demonstram o uso do livre arbítrio diante de situações cármicas possíveis.

  A prática do esoterismo para o homem moderno, contudo, quando bem orientada e seguida criteriosamente pelo estudante nos estágios menores e médios, não oferecerá risco drástico à sua integridade física e mental, desde que já não possua moléstias irreversíveis. Mesmo porque larguíssimo percentual de postulantes no planeta não reúne ainda condições satisfatórias e seguras para alcançar o nível de um verdadeiro Dharmakâya, que lhes exigiria o domínio perfeito de todas as suas inclinações egocêntricas, desde as mais sutis até às praticamente imperceptíveis.  

  Entretanto, a condição básica para o sucesso do estudante do esoterismo que possua a alma suficientemente vivida nos ciclos evolutivos dos milênios, e aspire de fato trabalhar suas qualidades morais, intelectuais e fraternais, é estar disposto ao serviço desinteressado ao próximo. Estes fatores, quando bem colocados e ajustados ao cotidiano do estudante moderno, certamente o levarão a conquistas mais proveitosas em sua vida, e o ajudarão a compreender certas situações que antes não compreendia por nelas estar agora inserido positivamente. Algumas qualidades como, por exemplo, observação, compreensão, pensamento universalista, perdão, não ofensa, não agressão, honestidade, respeito ao próximo, silêncio, paciência, não luxúria e cautela, devem fazer parte do cartel mental do estudante que esteja a buscar níveis do conhecimento verdadeiro, além de outras que se desdobrarão e se ampliarão à medida que o estudante vá evoluindo na senda da espiritualidade.

  Ao homem preso ainda ao convencional da vida terrena, possuidor de princípios nem sempre razoáveis, impressionável, especulador, volúvel, sensual, orgulhoso, discriminador, ambicioso, violento ou fanático, não é sensato nem plausível ensinar-lhe as práticas do conhecimento esotérico. É necessário antes resguardar-se de não “lançar pérolas aos porcos!”, como citou Jesus na sua memorável parábola, pois a lei cármica prevê que faltosos antes de tudo precisarão redimir-se de suas faltas. E “porcos” nesta acepção são os homens de pensamentos e auras sujas e impróprias ainda para o conhecimento esotérico.

 8. Decorridos tantos milênios e tendo vivido tantas e diversas situações, a humanidade não deveria estar mais adequada a receber e praticar ensinamentos esotéricos mais avançados?

  R.  A natureza é vasta e múltipla nas suas espécies. Há a necessidade de situações diversas para que haja o equilíbrio de suas leis. Neste quadro, os reinos interagem e coparticipam da evolução. O homem é o principal agente transformador da natureza. Mesmo com a interferência humana as mudanças nos reinos se processam em considerável lentidão, sob a harmonia e ritmo que o Criador determina.

  A humanidade sendo o quarto reino da natureza, não foge ao seu ritmo na decorrência dos ciclos da evolução do planeta Terra. Excetuando-se a era denominada Era de Aquário em que começamos a entrar, onde certos valores mentais e certas condições da matéria passam por rápidas transformações, a vida humana evoluiu por milênios nos padrões que o homem pôde vivenciar.

  Assim, qualquer transformação rápida que por ventura pudesse ocorrer nos processos do aprendizado mental da humanidade, nas eras e ciclos passados, certamente traria profundas e prematuras mudanças ao comportamento dos reinos e espécies, que se revelariam perniciosas ou antinaturais para o conjunto vida. Não obstante, nos dias atuais, parte da humanidade já vivenciou suficientes lições e mesmo sem a iniciação esotérica vem alcançando status desejável para as metas evolutivas futuras estabelecidas pelo Criador.

  9. Por que a sabedoria esotérica é necessária ao homem?

  R. O homem evolui em consciência através dos ciclos. Os primeiros habitantes humanos da Terra, ao contrário do que supõe a história mundial, não foram os homens das cavernas. Eles representavam ramos decadentes de civilizações mais avançadas que tinham surgido anteriormente no planeta.

  O homem, segundo ensina o esoterismo, possui basicamente constituição sétupla, sendo o seu corpo físico o sétimo na ordem do superior para o inferior. Esta constituição de corpos ou veículos de manifestação tem a ver com a matéria conformadora dos mundos superiores ao físico. O conhecimento deste princípio da fisiologia dos corpos é básico e fundamental para que o homem comece a entender de sua origem inteligente e divina, e consequentemente de seu verdadeiro papel aqui na Terra. Mas torna-se difícil explicar ao homem ainda não suficientemente evoluído estas verdades ocultas, se sua percepção ainda se encontra fortemente arraigada aos sentidos físicos.

  Nem é possível estabelecer paradigmas para fins de comparações, se o cérebro humano não possua, ainda, mais do que o treino básico experienciado em situações vividas pelo instinto, e seu intelecto esteja em fase de adequação, porquanto somente no continuado uso da ciência humana que o homem virá obter melhor conteúdo. Nesses esforços paradigmáticos é esperado que a consciência humana acumule um mínimo de qualidade e desenvolva lúcidas cogitações em sua íntima esfera psicológica, onde seu ego forçosamente esteja inserido.

  O esoterismo é a luz da verdade e a verdade a todos pertence, pois somos de origem divina. Portanto nunca houve fatores elitistas ou discriminatórios provocados por escolha divina a fim de que somente parte da humanidade avançasse no conhecimento e sabedoria espirituais ao abraçar as ciências ocultas. Na verdade a escolha por um sacerdócio espiritual esotérico que alguns milhões fizeram no passado, aconteceu num momento evolutivo que lhes permitiu aprender com maior profundidade sobre a vida e obra do Criador e sobre as suas próprias vidas pessoais.

  O conhecimento exotérico esteve do mesmo modo disponível para muitos milhões, e foi motivo de exagerada devoção, crendices tolas e fanatismos idólatras, que produziram males, aberrações e crimes, malgrado o esforço dos iniciados para esclarecer os erros de interpretação.

  No futuro cairão por terra as censuras e os cuidados por vezes exagerados que os estudantes do esoterismo atualmente têm, que no passado também tiveram, para proteger e preservar os segredos da criação, pois há a projeção de que em ciclos futuros uma parcela maior da humanidade, por diversos caminhos, alcançará certa maturidade libertando-se de dogmas aprisionantes. Essa maturidade se demonstrará pela livre escolha de seu aprendizado, e o esoterismo será visto e respeitado como ciência da vida num plano de experimentos e realizações mais elevadas, claras e de muitos modos seguras, comparativamente com o que hoje não realiza a alta ciência acadêmica com sua perigosa tecnologia em algumas áreas.

  10. Que outras definições podemos formular do esoterismo?

  R. O esoterismo é uma ciência tão ampla e abrangente que poderíamos dar inúmeras definições que nunca traduziriam exatamente o que seja. Isto ocorre porque no esoterismo são encontrados princípios importantes aplicados à organização da Vida, que são causas e efeitos globais, e por seu intermédio tentamos explicar a ideia existente nos acontecimentos e fenômenos tangíveis e não tangíveis. O relativismo de suas definições já se demonstra no fato de que acontecimentos naturais da vida são em grande parte subjetivos, acusados na maioria das vezes somente através da intuição. Nada é tão absolutamente concreto que não determine dúvidas e reflexões sobre sua existência também imaterial, e nada é tão comprovadamente invisível que não produza algum aspecto tangível de que natureza for.

 Isto acontece porque os sete mundos que permeiam o sistema solar são interdependentes. Mas, segundo concepções, a matéria do universo é uma só diferenciada nos mundos ou dimensões por seus diversos estados ou padrões vibratórios. Assim o que podemos fazer é somente tentar trazer outras definições do esoterismo com base na subjetividade implícita nas próprias formas objetivas do universo. Diríamos então em três definições, que:

  1. Esoterismo é a ciência do Criador que encerra em Si todos os acontecimentos e fenômenos subjetivos e objetivos, abstratos e concretos, implícitos e explícitos na construção do universo, em dimensões exatas, naquilo que entendemos como tempo passado, tempo presente e tempo futuro, e tudo, simultaneamente, acontecendo neste exato momento.

  2. Esoterismo é a essência de toda ação do Pensamento de Deus através de Suas expressões e relações de Vida e Consciência.

  3. Esoterismo se torna uma ciência exata unicamente quando nela reconhecemos o verdadeiro Pensamento Criador como Inteligente Vida materializada num planeta, num sistema solar, numa constelação, numa galáxia e em todos os possíveis sistemas vivos e pulsantes, construídos com energia e força cósmicas em simultâneas existências objetivas e subjetivas.

  Portanto, as três grandes emanações de Deus por nós conhecidas substanciam as três definições aqui formuladas sobre o esoterismo. 

   CAPÍTULO II

       CORPOS DO HOMEM E SUAS RELAÇÕES

  1. De que maneira o esoterismo explica o fato de o homem não possuir somente corpo e alma como dois únicos aspectos de sua vida? 

  R. O esoterismo não nega o fato de o homem possuir corpo e alma, porém amplia esta afirmação evocada pela igreja. É compreensível que no passado a igreja ensinasse para melhor entendimento dos religiosos que o homem, em sendo corpo e alma, trouxesse consigo uma origem terrena e outra divina. Esta ideia, entretanto, já começa mudar em certa medida porquanto pensadores e filósofos da própria igreja, aprendendo dos conceitos da moderna e arejada psicologia sobre os diversos níveis da alma, retransmitam ao seu público noções mais elásticas e variadas da versatilidade do sistema humano sob uma égide de vida e aparência.

  É impossível fugir da realidade subjacente de que a sensibilidade humana não pode ter origem no cérebro de um corpo sólido como o físico e que todas as suas qualidades e defeitos terminam quando este corpo se desintegra. O intelecto humano já evoluiu o suficiente a ponto de entender o substrato do pensamento como algo acima do cérebro físico, e as sensações – embora num contexto de causas universais – tenham ao mesmo tempo vida caracteristicamente idiossincrática individual. A alma sendo algo imaterial (sob o sentido da visão e intelecto comum) não pode ser unicamente um corpo etéreo que flutua e voa aos páramos do Onipotente quando deixa a Terra após bem cumprida missão. Nem tão pouco precisa ser uma forma densa e pesada, embora mais leve do que o corpo físico, que envolta no pecado viverá a eternidade nas profundezas do inferno. Estas alusões que ainda permanecem somente contribuem para o entendimento errôneo do religioso sobre uma realidade espiritual.

  2. Como então entender a fisiologia do homem?

  R. O homem é na verdade, em ultérrima definição, uma unidade de consciência ou centelha divina, chamada mônada. A mônada é o verdadeiro espírito puro, nascido do Criador, que mergulha nas dimensões ou mundos para experienciar e tornar-se mais consciente do universo em que se manifesta. Para esta finalidade precisará possuir corpos ou veículos de manifestação e assim conhecer as diversas situações dos mundos de nosso sistema solar. São sete os mundos; sete também são as qualidades da matéria e sete são os corpos básicos do homem. Desta maneira, cada corpo utilizado pela mônada deverá estar revestido pela matéria de um respectivo mundo. Neste pensamento temos então o seguinte:

MUNDOS OU PLANOS       MUNDOS OU PLANOS            CORPOS DO HOMEM

   1. ADI                                  MUNDO DIVINO                       “DOMÍNIO DE DEUS”

  2. ANUPADAKA                  MONÁDICO                               MÔNADA OU ESPÍRITO PURO

   3. ATMA                             MUNDO ESPIRITUAL               ATMICO OU ESPIRITUA

   4. BUDDHI                          MUNDO INTUICIONAL             BÚDICO OU INTUICIONA

   5. MANAS                          MUNDO MENTAL                      MANAS OU MENTAL

   6. KAMA                             MUNDO EMOCIONAL              ASTRAL OU EMOCIONAL

   7. STHULA                          MUNDO FÍSICO                          1. ETÉRICO OU VITAL

                                                                                                     2. FÍSICO OU DENSO

  3. Que é alma?

  R. Alma é a energia cósmica universal que potencializada na endogenia espiritual do homem em formação manifesta-se nele em crescente vida psíquica, levando-o etapa após etapa a caminhos experienciais, sob o determinismo de leis evolutivas. De maneira geral e sucinta o esotérico reconhece três princípios básicos que se manifestam no cosmos que, em dimensão menor, vêm formar os aspectos estruturais do ser ou ente humano. Estes princípios estão na própria existência de Deus, e no homem são denominados espírito, alma e personalidade. Portanto, a alma é um dos princípios que já existia no pensamento arquetípico do Criador em estado germinal antes mesmo de o homem vir á existência.

  4. De que forma espírito, alma e personalidade se relacionam?

  R. Nos parâmetros terrenos o termo homem significa o representante mais evoluído do reino animal. O homem é o animal bípede que desenvolve o raciocínio e o manifesta pela razão. A criatura de Deus não é somente o homem terreno, mas também sua alma e seu espírito. Estes aspectos: o humano ou terreno, a alma ou superior e o espírito ou divino, compõem uma totalidade do ser, que por falta de melhor significado é chamado na sua generalidade de homem.

  Neste segmento devemos entender que o homem, como analisado, não é o ser terreno separado da alma e do espírito por uma invisível cortina. O espírito puro ou mônada, desde que veio à existência emanado do Criador, busca por experiências que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas com a ajuda da alma e do ser terreno (o aspecto personalidade). Entretanto os três são decorrências de uma só ideação nascida na Mente de Deus, (o Pensamento Original), sob o desdobramento de três grandes princípios cósmicos: Primeiro, Segundo e Terceiro Logos (ou Pai, Filho e Espírito Santo) contidos num outro princípio universal denominado Vida Una.

  Quanto à forma como espírito, alma e personalidade se relacionam, há segmentos que se revestem da matéria de cada mundo ou plano de existência e que se interligam pela vibração energia-vida com os respectivos estados de consciência de cada individualidade.

  5. Que é personalidade?

  R. O termo personalidade origina-se do latim persona, que quer dizer máscara. Em realidade, a personalidade que todos possuímos é uma forma vibrante apresentada pela alma ao mundo objetivo. A personalidade é um reflexo imperfeito da alma. Mas a personalidade é também um aspecto da alma na vida terrena, limitada pela matéria em seus diversos graus de existência. A alma vibrante em seu mundo mais acima detém na memória todas as experiências adquiridas pelas muitas personalidades que encarnou. A alma por ideação e por um processo de transposição faz fluir sua energia e consciência para os corpos que compõem a manifestação da personalidade; portanto a personalidade é um aspecto da alma organizada para as necessidades terrenas e espirituais da vida humana. Nos ensinamentos esotéricos, a alma, como existência em seu próprio mundo, é também chamada de ego superior ao passo que a personalidade é chamada de ego inferior.

  6. A alma então tem dupla forma?

  R. A alma possui um só conteúdo. A elasticidade em existir tanto como personalidade quanto ser ela mesma no seu próprio mundo, é uma condição de sua existência para aquilo que a mônada necessita experienciar. Entretanto, a personalidade nas lidas do mundo físico desenvolve a ideia ou sensação de estar separada de sua origem. A complexidade de fatores que convergem para formar e modelar uma personalidade terrena provém desde os primórdios da edificação, caracterização e substanciação dos corpos do homem. No princípio da existência primitiva e tendo pouca bagagem terrena, os valores mentais do homem ainda não são suficientes para que ele se manifeste senhor de seu mundo sendo, desta maneira, guiado pelo ser instintivo assente em seu próprio mental, herdado principalmente de suas experiências elementais e do reino animal.

  A alma, desde sua manifestação leva o homem através de seus corpos mental, emocional, etérico e físico a experienciar e realizar. Este estímulo pouco a pouco produz no homem um alargamento de suas possibilidades mentais e emocionais, o que o faz crescer, por muitos milhares de anos, em conhecimento, obrigando-o a preocupar-se muito mais com o efeito produzido pelos seus corpos no mundo físico do que propriamente com a sua causa original e pura.

  7. Como entender o ego superior sendo a alma?

  R. De maneira tal que possamos diferenciar a sua ação como personalidade chamada de ego inferior. Ego inferior evoca o entendimento de uma presença caracterizada por valores particulares, pois ego é o “eu” pessoal. O ego superior reside no seu próprio mundo, o plano mental, no qual detém as rédeas do ego inferior ou personalidade. O ego superior é de certo modo o mentor e o coletor de todas as experiências vividas pelo ego inferior nas suas múltiplas vidas no mundo terreno, e os registros de seus bons valores conquistados são armazenados no corpo causal onde o ego superior é a própria alma. Entretanto, ego superior evoca muito mais do que estar no corpo causal ou ser a própria alma causal, pois acima desses princípios manifestados, o ego superior alcança o estado de alma espiritual em planos mais ainda elevados onde a mônada ou espírito puro detém maior presença.

  8. Como a personalidade se organiza?

  R. A personalidade constitui-se basicamente dos corpos físico, etérico, astral e mental. Estes corpos, conforme já vistos, são organizados pelos átomos das matérias de seus respectivos mundos de existência. Temos assim o corpo físico feito de matéria física densa, o corpo etérico feito de matéria física etérica, o corpo astral feito de matéria astral e o corpo mental feito de matéria mental.

  9. Que é o corpo físico?

  R. O corpo físico sendo o sétimo corpo ou revestimento externo da manifestação alma humana no planeta Terra é composto de sólidos, líquidos e gases. É o mais denso dos corpos do homem. Sob a ótica da ciência material, o corpo físico organiza-se fundamentalmente sob dois principais níveis, que são:

  1. O sistema elétrico do cérebro, medula espinhal, nervos e órgãos sensoriais.

  2. O sistema químico dos vários hormônios e dos órgãos produtores de hormônios, além de carne, músculos e ossos. Nestes dois níveis é possível destacar:

  a. O sistema simpático que regula a ação inconsciente dos movimentos autônomos vegetativos dos órgãos, constituindo o sistema nervoso orgânico.

  b. O sistema cérebro espinhal que regula a ação consciente, constituindo-se no sistema central (cordões nervosos). O sistema nervoso periférico (nervos) também regula o consciente.

  Esta organização funcional estabelecida pela ciência acadêmica seria perfeita para o corpo físico humano se o entendêssemos como uma máquina desligada. O corpo físico humano não tem volição própria, ou seja, ele não é autônomo quanto ao seu funcionamento. O cérebro físico sozinho não conseguiria mantê-lo coeso trabalhando como uma unidade sem a ação diretiva da mente. A mente não se origina do cérebro físico. Assim a mente precede a todos os movimentos e ações do cérebro físico, quer sob os níveis inconscientes, subconscientes ou conscientes. Sem esta presença diretora o corpo físico sequer nasceria organizado. Até mesmo os reflexos instintivos e condicionados originam-se na mente e não propriamente no cérebro. Portanto, o corpo físico em si mesmo na personalidade é a sombra da alma, ao passo que a personalidade, na sua expressão de quatro corpos, condicionada a um sistema organizado, é o imperfeito reflexo da alma. A própria personalidade na sua totalidade de quatro corpos é também chamada de a sombra da alma.

  10. Que é o corpo etérico?

  R. Corpo etérico é o veículo constituído dos quatro éteres fundamentais que interpenetram o espaço encontrado na região entre o mundo denso e o mundo astral. Esta região é chamada de mundo etérico. O corpo etérico é um tipo de condensador do corpo físico, pois além de atuar com os seus quatro éteres para a qualificação dos órgãos físicos, detém e repassa, principalmente, a energia prânica ao corpo físico.

  O corpo etérico é também chamado de corpo vital por ser justamente o elemento que nutre os órgãos físicos de energia a fim de que realize funções. A energia prânica por ele dispensada possui um magnetismo natural que produz a coesão das células em todos os órgãos. Outra denominação do corpo etérico é de corpo prânico ou veículo do prâna.

  11. De que maneira acontece a atuação do corpo etérico sobre o corpo físico?

   R. O corpo etérico é nutrido pela energia prânica e atuado pelas variações prânicas cósmicas; estas últimas provindas do sol, da própria Terra, de outros astros e sistemas solares. A energia prânica além de penetrar o corpo etérico pelo sistema de chacras daquele corpo, notadamente o esplênico, o penetra também através de seu sistema respiratório e indiretamente pelas cotas de prâna contidas nos alimentos. Chackras, por oportuno, são discos que se localizam na superfície do corpo etérico realizando nele as funções de assimilação e distribuição de energias. Estão ligados aos órgãos etéricos por meio de canais chamados nadis, atuando, principalmente, no sistema glandular. O corpo etérico é, em algumas instâncias, semelhante ao corpo físico. Na realidade, a forma do corpo físico é uma réplica materializada do corpo etérico; assim, por correspondência direta, os órgãos físicos assimilam as energias provindas dos órgãos etéricos, vitalizando-se.

  12. Qual é a principal razão da existência do corpo etérico?

   R. O corpo etérico é uma forma naturalmente criada para que o corpo humano possa atuar na vida física de maneira inteligente e coordenada. Ele é o resultado de um condicionamento do modelo cósmico, protótipo do homem perfeito. O mundo etérico produz também os moldes de todas as formas de vida que surgem no mundo físico. O éter cósmico que a tudo interpenetra vem suprir o mundo físico com quatro éteres planetários, a fim de que todas as formas de vida da Terra cresçam e evoluam na Consciência do Criador. Como o homem tem a necessidade de possuir um veículo mais apurado e responsivo para a sua manifestação na Terra, o corpo etérico, sendo a matriz do corpo físico, detêm na sua fisiologia todas as possibilidades orgânicas e energéticas que suprirão ao veículo físico de potencialidades.

  13. Onde se localizam os chackras do corpo etérico?

   R. Chackras sendo discos, rodas ou centros de atração, se localizam na superfície do corpo etérico a fim de captar energia solar e cósmica e as distribuir para a vitalização dos órgãos físicos e do organismo em geral. Estas são as funções mais comuns dos chackras para a maioria dos seres humanos, embora haja outras condições no plano evolutivo cuja participação dos chackras seja de capital importância na captação e distribuição de energia.

  Os chackras centrais no corpo etérico formam um sistema importante com sete discos, ficando a aproximadamente 6 a 12 mm de distância do corpo físico, podendo alcançar de 5 a 15 cm de diâmetro. São os seguintes estes chackras e suas localizações:

                                                                                                                       

          SÂNSCRITO                          PORTUGUÊS        LOCALIZAÇÃO APROXIMADA

        1. SAHSRARA                          CORONÁRIO               ALTO DA CABEÇA                       

        2. AJNA                                     FRONTAL                    ENTRE OS SUPERCÍLIOS        

        3. VISHUDA                               LARÍNGEO                          GARGANTA

        4. ANAHATA                             CARDÍACO                          CORAÇÃO

        5. SVASTHISTHANA                 ESPLÊNICO                          BAÇO

        6. MANIPURA                           UMBILICAL                 UMBIGO E PLEXO SOLAR

        7. MULADARA                          BÁSICO                          BASE DA COLUNA

  14. Que mais se pode dizer das energias que adentram o corpo etérico?

  R. Conforme dito anteriormente a energia prânica sendo a mais substancial em termos de resultados físicos, pode adentrar o corpo etérico tanto diretamente pelos chackras, como também pela respiração, pele e alimentos. O processo de armazenamento prânico, contudo, através da respiração vem conduzido pelo hábito respiratório inconsciente. Quando o homem inspira, o ar lhe penetra os pulmões via condutos nasais, garganta e traqueias. Entretanto, junto com o ar atmosférico vem o elemento prânico que, se separando do ar, vai aos pulmões etéricos. Daí realizarem-se as funções pulmonares físicas e etéricas de incineração dos restos alimentares que navegam pelo sangue, e a vitalização das células do corpo no sistema sanguíneo.

  Quando a energia prânica solar chega ao corpo através principalmente do chackra esplênico ela é conduzida a cada região orgânica onde os outros seis chackras realizam respectivas funções vitais. Esta condução se realiza por intermédio de segmentos chamados nadis, que são canais de ligação espalhados por todo o sistema principal de chackras. Assim, os órgãos e glândulas endócrinas do corpo etérico recebem os glóbulos energéticos da atmosfera carregados de prâna.

  Os alimentos, da mesma forma, possuindo concentração prânica nas suas células virão contribuir tanto para ativar o processo digestivo como para fortalecer as células orgânicas do corpo etérico. E como o corpo etérico retransmite ao corpo físico as quantidades de energia, este trabalho determina, ao final de tudo, o processo de saúde de ambos os corpos.

  15. Se o corpo etérico não tiver boa saúde o corpo físico também não terá?

   R. Sim. O corpo etérico é bastante sensível aos elementos presentes na natureza. Certos gases de origem química, vapores etílicos, o cigarro, a mastigação do tabaco, alimentação imprópria e carregada nos temperos, uso vicioso de drogas, medicamentos muito fortes ou absorvidos em excesso e outros hábitos antinaturais, são nocivos à saúde do corpo etérico e o adoecem. O corpo etérico é basicamente o condensador do físico e quando ele falha o equipamento carnal também falha. Há entre o corpo físico e o etérico uma relação tão estreita de trocas que quando um produz a causa, o imediato efeito repercute no outro.

  Acresce que é através do corpo etérico que as dosagens de resgates cármico virão se materializar no corpo físico e, portanto, já no seu nascimento o corpo etérico poderá vir com certas funções cerebrais, orgânicas, glandulares e estruturais interrompidas ou prejudicadas. Assim as disfunções ou más formações genéticas originadas pelo carma individual comprometem o cérebro, o sistema orgânico, a formação óssea do esqueleto, a massa carnal e muscular ou a sensível rede nervosa do aparelho físico.

  Por outro lado, hábitos viciosos mentais e alimentares, excessivas práticas sexuais ou de má condução moral, o continuado esforço físico sem o necessário repouso, o dormir demasiado, a insônia de fundo nervoso sem o adequado tratamento espiritual, a irritação permanente, as atitudes de doentia intolerância, causadoras de males pessoais e a terceiros, são também agentes contributivos de ações e reações que se repercutem negativamente na saúde de ambos os corpos aqui tratados.

  16. Que é o corpo astral?

   R. Corpo astral é o chamado corpo das sensações ou corpo das emoções. É o terceiro corpo no homem contado de baixo para cima, ou seja, tomando-se o corpo físico como o primeiro. Nos tempos atuais podemos considerar que o corpo astral encontra-se bastante trabalhado por grande parte da humanidade. Na verdade, um percentual bastante alto de seres humanos no planeta vibra preponderantemente na tônica astral.

  Na época da civilização atlante os valores do corpo mental concreto não tinham maior desenvolvimento, comparativamente ao homem moderno. O mundo astral era o grande celeiro de energias de que os atlantes se utilizavam tanto para os recursos diários como para suas atividades espirituais. Era mais fácil atingir o plano astral com a vidência e receber conscientemente suas energias do que hoje. Na realidade a vidência era-lhes natural e a saída em corpo astral não lhes requeria esforços. Embora atualmente estes fatores não estejam tão facilitados como na época da civilização atlante, o corpo astral é ainda predominante na formação da personalidade humana.

  O homem passa por intensas provações emocionais e sentimentais através das muitas vibrações deste corpo a despeito de seu desenvolvimento mental. Isto o coloca com certa frequência em situações em que a deflagração do automatismo emocional necessita ser contraposta e superada pela ação da mente racional.

  17. Como entender esta última afirmativa?

   R. As emoções sediadas no corpo astral são comumente estimuladas por fatores externos que despertam os reflexos condicionados no ego. Fatos acontecidos nas relações da vida humana, pensamentos deprimentes remoídos e acalentados, tensões diárias, desejos insatisfeitos, etc., vêm muitas vezes causar imediatas reações emocionais ou sentimentais nas estruturas psicológicas do ego.

   Há no ego humano uma estreita relação entre o processo instintivo mental e as emoções. O pensamento muitas vezes atua como um interruptor que sendo acionado pelo consciente ou subconsciente provoca as reações que alcançam os níveis mais sensíveis do ego não suficientemente trabalhados ou não contidos em suas respostas. Estas reações, no entanto, não param senão ao alcançar e envolver rapidamente subníveis astrais e etéricos dos corpos espirituais onde existem vários tipos de patogenias que já torturam ao psiquismo humano. Além dessas, no homem invigilante quanto a sua espiritualidade, encontram-se corriqueiramente novas formas de energia em seu arsenal psíquico prontas a eclodir a qualquer momento, que mais ainda virão tortura-lo.

  Muitas patogenias já vêm embrionárias no código genético do ego a cada encarnação do ser humano e ao correr do seu crescimento físico vão sendo ativadas. A continuidade descontrolada do processo mental-emocional provoca agravamento no potencial de energia negativa armazenada na sua psique, vindo essas energias de baixo teor vibratório externar-se em doenças que alcançam o corpo físico Daí estarão drenando a sua saúde orgânica e mental, suas reservas emocionais, e por extensão suas finanças. [Ver nossa obra, Noções Gerais do Carma:

https://arcadeouro.blogspot.com/2021/05/nocoes-gerais-do-carma-r.html

 18. De que maneira acontece a transferência das emoções do corpo astral para o corpo físico, provocando doenças?

  R. O corpo astral em sendo o gerador e o depositário das emoções humanas provoca muitos resultados no corpo físico, justamente por ser este último a referência final da consciência externa do ego. Todos os males adquiridos pelo ser humano acabam de todas as formas por alojar-se no seu corpo físico quer por contração de vírus, bactérias, micróbios, amebas, etc., quer pelo produto das desarmonias mentais ou emocionais. Todas as formas de vida geram ou são geradas por diferentes tipos de energia e nisto incluem-se os pensamentos e as emoções. O corpo astral ao vibrar ódio, por exemplo, retransmite pelo seu cérebro ondas de energia negativa que virão se espalhar por sua sensível rede nervosa e seu sistema de chackras, notadamente o cardíaco e o umbilical. Há então pequenas ou maiores convulsões da energia naquelas áreas afetadas, lembrando minúsculos e continuados abalos sísmicos de terremotos. Quase de imediato estas convulsões se projetam pelos condutos ou nadis em direção ao corpo etérico e daí vão produzir resultados no corpo físico denso. Como consequência, a aura energética que exsuda dos corpos astral e etérico, torna-se mais eletrificada e escurecida como uma tempestade riscada de pequenos relâmpagos.

  As reações tornando-se tempestuosas virão atuar nas funções do metabolismo glandular dos corpos etérico e físico, ocasionando alterações nos níveis da pressão arterial, no ritmo cardíaco e nas principais funções dos órgãos do corpo humano. Assim, podem acarretar problemas de arritmia cardíaca, hipertensão, infartos, aneurismas, alterações na produção de glicogênio, agravamento da diabete, gastrites, etc.

  19. Todas as reações emocionais intempestivas vêm causar algum tipo de doença?

  R. Evidentemente que os exemplos anteriores foram trazidos de um quadro geral, onde somente algumas disfunções e alterações dos sistemas orgânicos vêm ocorrer ou agravar-se pela intensificação da descarga emocional do corpo astral sobre o corpo físico. Cada caso é algo aparte. Muitas pessoas vivem hipertensas por toda a vida sem que venham morrer da consequência desta anomalia. Outras têm uma vida emocional intensa e agitada e somente em poucas ocasiões necessitaram de um tratamento adequado buscando reequilibrar as relações mente-emoções. Porém muitas se abatem moral e fisicamente pela intensidade das frequentes descargas emocionais sobre o aparelho físico. O mal estar, as disfunções orgânicas e as doenças generalizadas surgem ou se agravam sobre a linha de menor resistência dos organismos de cada pessoa.

  Há diversos tipos psicológicos de personalidades humanas; uns são mais sensíveis e impressionáveis e desenvolvem diversas patogenias, algumas destas trazidas de um carma que não conseguem dele libertar-se há algumas encarnações. Outros, nem tanto; absorvem com maior facilidade os impactos do emocional e minimizam os seus efeitos perniciosos ao corpo carnal. Entretanto, qualquer dos vários tipos psicológicos da vasta lista de peculiares personalidades terrenas, necessita, antes de tudo, cristificar-se e aprender a eliminar os pensamentos que conduzem a acionar as fortes reações emocionais.                                                                                                                                                                                            
20. Qual é a forma estrutural do corpo astral?

   R. O corpo astral vem conformar-se, segundo a idéia original do Criador de formular veículos universalmente semelhantes, a fim de que o espírito humano tenha melhores condições de neles habitar. Esta idéia universal e cósmica em nosso sistema solar, que em nosso planeta seguiu os mesmos princípios da formação dos corpos do homem milenar, persiste no homem do século vinte e um. Entretanto, os corpos tomados pela centelha divina ou espírito para a sua manifestação são construídos de acordo com o tipo de matéria respectiva a cada plano ou mundo e de acordo com a sua necessária moldagem às condições ambientais daqueles mundos.

  Assim o corpo físico, por exemplo, ao possuir maior materialidade na sua constituição, atende às necessidades humanas para o mundo das formas densas e concretas. Já o corpo astral, sendo mais sutil e delicado, é feito de matéria de natureza superior para atender as necessidades do homem naquele plano. E consoante ao modelo elaborado pelo Criador, o corpo astral vêm possuir, cérebro, órgãos vitais e sistemas orgânicos como os do corpo físico humano, além de um sistema principal de chackras que se interliga por meio de cordões ou filamentos chamados nadis.

  21. As sensações são prejudiciais para a saúde e espiritualidade?

   R. Temos de considerar algumas circunstâncias a que o homem se ache circunscrito no seu mundo de atividades e o estado evolutivo que a humanidade alcançou neste momento.

  As profissões modernas para serem bem realizadas exigem, cada vez mais, do homem do século vinte e um, constantes aperfeiçoamentos técnicos, adequações e cursos mais especializados. Esta situação a cada ano vai se tornando mais global, pois o momento do planeta Terra provoca a necessidade de maior proximidade entre os povos nos relacionamentos comerciais. Esta situação mercantilista, que vem acirrar a competição internacional, vem também provocar intensa ebulição no seio das nações pela busca de maior produção e diversidades de produtos. Tanto a competição interna quanto a externa, em que os países se acham mergulhados, rivalizam-se em seus métodos e, em muitas circunstâncias, dependem uma da outra.

  Neste roldão de acontecimentos da economia mundial está o homem na exata posição central de gerador dos fatos e, simultaneamente, de coletor de toda a resultante. Em consequência da febril atividade, ele é exigido a altíssimo dispêndio de energia mental, emocional e física. E o preço desta quase irracionalidade o conduz a não conseguir ainda equilibrar os gastos de energia relativos às necessidades do trabalho com a recomposição através do descanso e lazer, a fim de alcançar harmonia e bem estar pessoal.                                                                                                            

 Por outro lado, diversos outros problemas de adaptação aos novos valores destes turbulentos tempos vêm também somar-se à sua instabilidade. Assim, as sensações provocadas pelo seu descontrole emocional, face aos problemas pessoais e vida atribulada, aceleram-lhe o surgimento das desarmonias e doenças que lhe vêm à tona, liberadas pelo seu carma individual. Como resultado, muitas pessoas passam a sofrer de insônia, estresse, fadiga, enxaqueca, hipertensão, gastrite, infarto e de outras doenças mais graves. Desta maneira, e sob este ângulo, o homem encontra-se confinado às sensações produzidas pelos estímulos internos e externos que lhe causam prejuízos à saúde.

  Quanto aos prejuízos à sua espiritualidade, nem todos podem a estes fatos computar, pois milhões não agem de acordo com os ditames de uma consciência superior. E muitos, em decorrência de fanatizadas atividades mentais, tornam-se insensíveis ao chamamento de suas almas para a prática da espiritualidade, distanciando-se assim de um caminho que certamente os levaria mais rápido ao autoconhecimento.

  22. Que outros fatores do corpo astral produzem sensações perniciosas ao corpo físico?

  R. As emoções externadas do corpo astral podem emitir gama variada de vibrações que farão o ego identificar-se com os objetos de sua atenção. As sensações sempre habitaram no homem desde os primórdios da existência terrena na era pré-histórica. O ego humano, naqueles longínquos tempos, não estava ainda estruturado como está hoje na maioria das pessoas, devido a que os seus veículos físico, etérico, astral e mental careciam completamente de treino. Esta melhor configuração estrutural do ego veio ser obtida mais tarde – no correr dos milênios de eras e ciclos – à medida que novos valores emocionais e mentais puderam ser trabalhados.

  Entretanto, ainda no período em que o instinto comandava a quase totalidade das ações, este fator se mesclava a uma gama sempre crescente de novas sensações provinda do corpo astral. Muitas raças e etnias descambaram para a violência e guerras, exacerbando estes valores e os recrudescendo nos atos de crueza e selvajaria para com os inimigos e prisioneiros de guerra.

  Em tempos mais recentes estas sensações que o clima de violência e morte provoca, vieram se manifestar tanto nas guerras além-fronteiras quanto nas disputas domésticas das nações, tribos ou grupamentos étnicos. Em todos os continentes, diversas formas de organização da vida provocaram com muita frequência a erupção do ódio, vingança e sádico prazer de torturar e matar através dos rituais escabrosos de extermínio. Todo este vasto leque de inferiores sensações resume-se, tão somente, no fator da irracionalidade bestial que o homem guarda em sua alma ainda não liberta do instinto animal.                                                                                                                           

  Quem hoje vê o homem do século vinte e um não consegue aquilatar quanto destas sensações malignas e tantas outras adquiridas pelos séculos já ultrapassados, encontram-se ainda guardadas em seu íntimo prontas a eclodir no primeiro momento propício. E todo este arsenal psíquico não permanece sem produzir um resultado íntimo desastroso porquanto, à medida que as diversas situações do mundo provocam no ego liberações de cotas desta energia mal qualificada, elas vêm conduzir aos órgãos do corpo físico efeitos corrosivos diversos, tumores cancerígenos e muitas doenças incuráveis.

  23. Como impedir que a energia mal qualificada no ego produza doenças ao corpo físico?

 R. As sensações, porquanto residentes no corpo astral são inevitáveis ao ego, quer sejam fortes e destemperadas quer menos intensas e ao severo controle da vontade. As sensações neste caso, nada mais são do que projeções da energia negativa ou mal qualificada que resiste ao tempo nas muitas reencarnações do ego-alma.

  Há também vários níveis no corpo mental do homem em que a energia mal qualificada reside tanto em latência quanto ativada. Quando fatores externos provocam estímulos ao ego, a energia mental pode vibrar como sensações fortes associando-se àquelas afins do corpo astral. Este quadro é muito comum em milhões de pessoas, sendo impossível deter a projeção das sensações tão somente pela intenção.

  Também nem sempre é possível deter-se as doenças graves, produto da energia mal qualificada que se instalou nas células do corpo etérico e que vêm se materializar no corpo físico. Entretanto, por um trabalho mental de espiritualização e atitudes humanitárias é possível desativar certos núcleos da energia negativa que corroem células, substituindo a energia negativa pela positiva.

  Desta maneira, os pensamentos otimistas e perseverantes no bem motivarão sempre boas ações que conseguirão em muitos casos mudar o foco da ação negativa, curando certas doenças.

  24. Existem sensações positivas no corpo astral?

   R. As sensações, como explicado, são formas de energia. Quando a energia é mal qualificada, ela produz sensações distorcidas. Todavia quanto mais vá o ego evoluindo no cumprimento de seu papel de incorporar a inteligência do Criador, as sensações de seu corpo astral tornam-se mais e mais sutis, trazendo o ego para níveis de harmonia interior.

  As sensações de espontânea alegria pela felicidade alheia, ou a vibração de amor a um necessitado são, nestes exemplos, incomparavelmente benéficas ao ego na sua totalidade. A permanente e consciente presença da energia amor no ego o fortalece e o isenta de muitos males trazendo-lhe uma vivente sensação de liberdade e alívio pelo dever cumprido. Esta presença é a energia cristificada que em futuro próximo virá libertar definitivamente ao homem disciplinado de seu carma terreno.

  25. A purificação do corpo astral se faz somente nesses procedimentos padrões?

   R. O corpo astral sedia no ego todas as formas de emoções, sensações, gostos, atrações, repulsas, etc., que dão a cada personalidade um tipo pessoal e de muitos modos característico. O ser instintivo, que na maioria das vezes impulsiona o homem para ações e reações diversas, está instalado no seu corpo mental. Este importante componente da estrutura ego-personalidade, comunica-se instantaneamente com as emoções e sensações em certos níveis inferiores do corpo astral.

  O selvagem habitante das regiões mais interiores ou recônditas dos continentes ou ilhas do planeta, o brutamontes que se utiliza covardemente de sua força física para agredir aos mais fracos, o cruel assassino, o homem ou mulher escravos de hábitos viciosos ou licenciosos e toda uma gama de indivíduos deste quilate, são basicamente comandados por instintivas reações. Pessoas assim que por motivos diversos da vida humana não busquem ou não consigam buscar a redenção no espírito necessitarão ainda de muitas reencarnações a fim de se depurarem das fortes e agrilhoantes sensações aneladas ao instinto.

  Num outro quadro mais retocado temos os homens de vários escalões da sociedade moderna, muitos com educação universitária e intelectos sofisticados, que não obstante se acham mergulhados em reações altamente instintivas a lhes deflagrar toda a sorte de pensamentos inferiores aos quais se dobram e os servem. Estes fatos sempre foram extremamente comuns em pessoas de todos os milênios e continuam a ser em enorme percentual no século vinte e um, o que vem sempre revelar a necessidade de urgentes providências para a cristificação. Apesar dos milênios já decorridos, a maioria dos homens remidos ou em remissão não aprendeu a dominar o seu lado negativo por quaisquer outros métodos que não fosse pela interiorização e renovação de seus hábitos aprisionantes mais comuns ou daqueles notadamente perniciosos para sua saúde mental e espiritual. Com isso atraiu sempre para si, vida após vida, doenças, misérias e infelicidade.

  A cristificação é unicamente uma forma atual a significar a mesma necessidade humana de sempre para reatar íntimas e lídimas relações com a alma, pois a origem do homem começou nos páramos superiores espirituais onde houve e há a perfeita harmonia em cada uma de suas esferas. E a energia crística para este evento é intemporal, ineludível, abrangente e única nessa dimensão de espaço tempo em que nos encontramos mergulhados, não importando os nomes que lhe foram atribuídos através dos milênios por essa ou aquela religião, por quaisquer crenças ou movimentos instalados no planeta, sob um comando superior, conhecedor de todas as necessidades humanas.

  Evidentemente o corpo astral precisa ser mais bem trabalhado e constantemente purificado de suas energias negativas, notadamente por aquelas pessoas que se lançam a realizar atos caritativos, filantrópicos ou que pretendam acumular conhecimentos ocultos da sabedoria espiritual.

  26. Por quais outros modos é possível purificar o corpo astral?

   R. Não há outro modo de a isto alcançar senão pela conscientização de uma sistemática disciplina mental orientada e dirigida para uma vida espiritualizada. À primeira vista esta tentativa pode parecer fácil àquele que se entusiasma ante a perspectiva de modificar radicalmente sua vida para superiores patamares. É necessário, no entanto, a partir da adoção desta disciplina, realizar práticas de certos procedimentos e exercitar a firme perseverança no objetivo, uma vez que tais medidas agora em vias de enfrentamento à estreiteza espiritual do ego terreno atrairão forte resistência de certos núcleos de energia emocional. Esses núcleos aquartelados no ego e instados pelo ser instintivo a agir contra a invasão de energias superiores, adquiriram determinados poderes psíquicos sobre a vontade enfraquecida da personalidade submissa que aceitou, passivamente, a dualidade de valores de um mundo mergulhado no caos da materialidade.

  Hábitos egocêntricos e alienação aos princípios superiores serão os primeiros adversários a serem vencidos para o ingresso a uma redentora vida espiritualizada. Seguindo imediatamente a esses, virão os vícios escravizadores de todas as espécies que não irão querer ceder as suas exigências.  

  As reações mais comuns – irascíveis, violentas ou de críticas incontroláveis, por exemplo, dentre muitas outras – são na realidade energias negativas guardadas no íntimo que subsistem por muitas vidas e por muito tempo, vindo se constituir em adversárias aquarteladas que lutam para não perder os seus domínios. As reações instintivas de que natureza for, encontram sempre o celeiro onde os núcleos de energias negativas em nosso corpo astral ali se encontram instalados, provocando as explosões emocionais quando o gatilho da invigilância é acionado para disparar instantaneamente em direção a um alvo qualquer.

  Unicamente pelo surgimento da energia cristificada no íntimo fruto de atos e pensamentos conscientemente dirigidos aos valores espirituais, que os fortes liames instintivos deixarão de encontrar guarida para livres manifestações automáticas. Sob a constante ação da nova energia cristificada e harmonizadora, a escudar o ser em processo de renovação, decorrerá o paciente controle sempre crescente de antigas reações negativas que antes alimentavam livremente os poderes dissonantes acumulados no ego.

  O esoterismo ensina vários métodos para escapar do nefasto domínio das energias astrais negativas que imprimem fortes sensações ao ego. Esses métodos incluem técnicas respiratórias, práticas mentais, a eliminação de vícios como o uso do tabaco, do álcool, da ingestão de certos alimentos prejudiciais à saúde, além de incentivar a adoção continuada de outros recursos purificadores dos compulsivos hábitos nefastos à saúde. Antes de tudo, é bom relembrar, é basicamente necessária a mudança de atitude perante o mundo, o que é feita pela intenção de compreender a todas as situações alheias e sempre que possível tentar auxiliar. As atitudes e os pensamentos egocêntricos e críticos devem ceder lugar às atitudes, palavras e pensamentos de compreensão. E não bastando somente isso, deve o neófito buscar o estudo continuado e sistemático dos ensinamentos de reconhecidas escolas da tradição esotérica ou espiritualista, onde os exercícios e rituais para o desenvolvimento do autocontrole e incorporações de adicionais forças espirituais estejam presentes, fazendo parte do processo de aprendizagem

  27. Que é corpo mental?

   R. Corpo mental é o veículo de expressão do pensamento manifestado pelo ego. É o quarto corpo componente da personalidade. A personalidade, no simbolismo esotérico aplicado ao homem, é chamada de o quaternário. Este quaternário é formado pelos corpos físico denso, etérico, astral e mental.

  O corpo mental é constituído de matéria do próprio mundo mental como são os demais corpos da personalidade, respectivamente aos seus mundos. Assim, por exemplo, o corpo físico possui três elementos básicos na sua estrutura, que são os sólidos, líquidos e gases. O corpo etérico possui quatro outros elementos chamados éteres. Deste modo, o corpo físico-etérico possui ao todo sete elementos na sua formação. O corpo astral detém sete variações da matéria astral e o corpo mental sete outras variações da matéria de seu próprio mundo.

  O corpo mental, entretanto, possui duas divisões básicas na sua contextura. A primeira delas encontra-se nos quatro subplanos inferiores do mundo mental e dão formação ao corpo mental concreto. As três outras divisões estão no mundo mental superior e dão formação ao corpo mental abstrato.

  28. Como atua o corpo mental concreto?

  R. O corpo mental concreto atua e influi diretamente na personalidade ou ego inferior. Ele é o responsável por toda a gama de pensamentos e criações intelectuais que podem formular realizações.

  Todos os corpos do homem emitem continuamente radiações a um determinado alcance, constituindo, na totalidade, sua aura energética. O corpo mental emite também radiação e ela será mais brilhante e luminosa quanto mais claro e evoluído for o pensamento de seu possuidor. À medida que a personalidade centralize sua atenção neste corpo, ele reunirá maiores possibilidades de materializar seus objetivos.

  O corpo mental concreto demonstra ao vidente, por sua aparência, em qual faixa vibratória o ego estará vivendo, sendo esta faixa vibratória elemento indicadora do grau intelectual da personalidade. Tanto é assim que os pensamentos influenciam diretamente as emoções e sensações do corpo astral. Deste modo toda e qualquer intenção consciente da personalidade virá se manifestar inicialmente através do mecanismo do pensamento.

  Um marceneiro, por exemplo, ao projetar a construção de uma cadeira irá de antemão imaginá-la. As linhas de força do desejo assente no corpo astral e aquelas linhas da intenção enfocada pelo mental se unirão para a realização do projeto. O objeto obterá então no corpo mental um formato inicial ao mesmo tempo em que o desejo unirá as correntes astrais e mentais. Daí funcionará a habilidade de um profissional e seu treino específico para a organização e concretização da ideia. Do mesmo modo acontecerá com uma realização literária, com projetos de engenharia, obras de arte, etc.                                                                                                                      

  29. O que é possível dizer das ações do corpo mental concreto e algo de suas estruturas?

   R. O corpo mental concreto sedia as realizações objetivas da personalidade ou ego na vida material. Há milhões de indivíduos no mundo terreno cujos padrões do pensamento se identificam no mesmo nível. Pessoas de padrão mental mediano, por exemplo, realizam tarefas práticas e desenvolvem conhecimentos técnicos nas várias profissões mundiais. Desempenham-se também de tarefas disciplinadoras de menores níveis de escolaridade e de outras que não exijam imaginação filosófica ou proposições científicas, mas que sejam de ações objetivas e concretas. Conseguirão da mesma forma dedicar-se ao pequeno comércio com relativo sucesso. O padrão mental destes exemplos pode variar entre o segundo e terceiro subplanos do mundo mental concreto.

  No quarto subplano estão assentes os mecanismos do ser instintivo bem como toda a sorte de pensamentos profundamente egocêntricos. Este subplano não está isento das vibrações de pensamentos malévolos, criminosos e de todas as formas destrutivos.

  No primeiro subplano encontramos a sede dos pensamentos das maiores realizações intelectuais da humanidade. Aqui residem valores de homens de visão empreendedora, cientistas, pesquisadores, artistas, literatos, religiosos, filósofos e etc.

  30. A realização de algo concreto não se inicia no plano dos desejos astrais?

    R. Isto pode ocorrer de maneira subliminar, mas que não venha a ser suficiente de per si para externar os efeitos de um planejamento. É verdade que certos desejos “irresistíveis” atraem o homem para realizações que, em muitas instâncias, o fazem agir mecanicamente. Estes elementos de domínio automático, entretanto, atingem ao homem que não conseguiu ainda uma sintonia adequada entre emoções e pensamentos. Nestes casos, o fator mente aparenta estar temporariamente subjugado aos fortes estímulos das sensações.

  O corpo mental é de todas as formas o gerador dos pensamentos humanos, muito embora o homem instintivo e apaixonado realize, em algumas ocasiões, atos que nos pareçam totalmente irracionais pela falta do exercício da reflexão.

  Há no corpo mental mecanismos que acionam o fator instinto que irão imprimir fortes sensações no corpo astral, construindo pela continuidade dessas ações uma ponte mental-astral dos chamados reflexos condicionados. O forte desejo inferior quando domina o homem pouco evoluído ou prisioneiro das ilusões astrais, tem inicio na percepção mental. Ambas as matérias, astral e mental, nestes casos, estarão de tal sorte amalgamadas que rapidamente agirão como se fossem uma só. Aquilo que move um homem deste tipo é energia de baixa qualidade, imediatamente responsiva tanto aos estímulos mentais inferiores quanto aos aprisionadores desejos que o dominam. Por outro lado, desejos e pensamentos superiores também se combinam para a realização de um bom projeto sem que um arraste ao outro de maneira supressora.

  31. Como entender melhor esses acontecimentos entre subplanos destes dois mundos?

  R. A ponte mental-astral no homem da atualidade é basicamente responsiva a tudo quanto ele julgue de necessidades íntimas. Noventa e nove por cento dos homens terrenos não se encontram emancipados de seus carmas, vivendo em constantes trânsitos entre o racional e o desejo emocional e vice-versa, o que efetivamente estremecem os pilares de seus projetos íntimos de vida e em alguns exemplos fazem os projetos ruir.                                                                                                                                       
Entretanto não há como estabelecer metas evolutivas para bilhões de pessoas sem a presença intrínseca do móvel do desejo. Somente o desejo estimula o ser humano a conquistar. Isso acontece porque o ego ou personalidade luta sempre para se autocompensar.

  Os valores alternam-se na avaliação humana de acordo com vários fatores e com aqueles adstritos aos ciclos de mudanças no pensamento. As energias que circulam pelos corpos constitutivos do ego são a cada tempo ou ciclos preestabelecidos, estimuladas a desenvolver novas e reais possibilidades de avanços. As civilizações mais adiantadas sempre produziram nas suas raças ou ramos étnicos, egos de maior capacidade mental. Assim reuniram melhores condições para o desenvolvimento de valores mais dinâmicos ou superiores. Isto incluiu sempre o desejo de avançar, o que nos homens de imperfeita visão veio também estimular, historicamente falando, o orgulho racial, sentimentos de superioridade e intenção de domínio sobre os povos vizinhos.

  Nos capítulos das conquistas humanas dos anais da história, o pensamento e o desejo sempre marcharam juntos. Mesmo na atualidade em que a tecnologia avança com maior rapidez em países de maior poder financeiro, essa fórmula continua a produzir resultados. E essa união indissolúvel, através dos milênios, reforçou uma herança genética nas raças-raízes cujos fatores condicionantes impulsionaram os egos a mover-se e realizar.

  32. Como entender a relação homem x fatores evolutivos?

   R. Aos olhos do vidente treinado ou sob o exame do observador esotérico intuitivo, esta relação homem x fatores-evolutivos é instantaneamente compreendida.

  O mundo avança para patamares superiores. Este andamento compreende e aplica-se sistematicamente a todos os reinos da natureza, ao homem em si, ao planeta Terra e também ao nosso sistema solar. E segundo também entendemos por uma visão extremamente análoga, é o andamento intrínseco aos milhões de sistemas solares do infinito cosmos.

  Há um plano diretor do Logos ou Deus de nosso sistema solar, denominado O Grande Plano da Criação, que inclui e prevê os avanços da Vida em todas as suas possíveis concepções. O Plano, emanando Dele próprio, inclui e condiciona Sua Própria Vida e Consciência a diversos fatores evolutivos que ainda não podemos compreender, e contém em Sua Consciência todas as outras vidas que em miríades de formas constituem este imenso sistema solar.

  Sabem esotéricos que para a Vida se manifestar objetivamente o Logos precisou partir de um inicio. O inicio compreende a criação dos sete mundos que deram formação ao sistema solar. Trilhões de anos terrestres já se passaram desde a criação do sistema solar e outros trilhões de anos estarão por vir até que se complete outro giro deste Grande Plano da Criação. No tempo já ultrapassado neste espaço-tempo, grande número de egos atravessou diversos estágios evolutivos, libertando-se de seus carmas e partindo para outras situações de maior amplitude de consciência.

  No grande evento do Logos, milhões de anos decorrem a fim de que – por exemplo – a energia-vida do reino mineral de um determinado ciclo atinja experiências que a conduzam a evoluir para o reino vegetal. Do mesmo modo acontece com o reino vegetal em evolução para o reino animal. E este último, após igualmente cumprir longo e intenso estágio evolutivo, virá também migrar sua energia-vida para o reino humano.

  Na passagem das espécies animais para o reino humano, contudo, a partir daí, novo e importante ciclo evolutivo terá inicio, compreendendo outros milhões de anos terrestres para serem percorridos. Nesta fase, o animal-homem evoluirá para a condição de homem-animal, já possuindo as sementes que o farão ego. Outros milhões de anos passarão até que o animal-homem chegue a desenvolver e treinar os seus quatro corpos inferiores e realmente vir alcançar os rudimentos de uma personalidade completa.

  As diferenças no processo evolutivo do homem prendem-se ao próprio desenvolvimento das famílias, grupamentos étnicos, ramos e troncos raciais. Neste panorama, muitos egos em inicial formação virão se destacar em seus núcleos e nações, escapando antecipadamente daquele estágio cármico, pulando para outros ramos raciais que lhes favoreçam avançar mais. Neste andamento, os corpos que já constituem um ego deverão mostrar acentuadas diferenças nas suas linhas de energia e auras pessoais, diferenciando um indivíduo do outro segundo seus particulares esforços nas muitas encarnações pelas quais tenham passado.

  33. Em relação à última afirmativa, como classificar os fatores evolutivos?

   R. Não há propriamente um padrão classificatório rígido do momento evolutivo do homem segundo estudos de seu corpo mental. Há sim índices diversos alcançados que variam em relação aos seus corpos. Aos olhos do vidente uma aura mental primária poderá mostrar maior amplitude geométrica e menor firmeza de seus matizes. Em alguns casos, ao mostrar matizes bem delineadas como o azul, o amarelo e o branco, evidenciará claramente certas qualidades no homem de mediana evolução. Por outro lado, a aura do corpo astral precisará possuir cores rosa, verde, lilás e azul para demonstrar a existência de qualidades espirituais, sentimentos de amor universal e o indicativo para a realização de curas.

  Por outro lado, de maneira geral, o homem pouco evoluído apresentará uma aura em tons mais densos nas cores carmim, cinza ou roxo, mescladas com pequenas manchas vermelhas na sua extensão. Este fato indicará uma pessoa sujeita a ataques de ira e ódio, demonstrando assim com maior evidência, reações tempestuosas e pensamentos destrutivos. Cores vibrantes e com certo teor translúcido geralmente indicam aquisições de qualidades superiores, ao passo que cores densas, fortes e opacas, conforme o exemplo anterior, demonstram justamente a falta de melhores qualidades humanas e espirituais.

  A aura do corpo astral numa pessoa comum neste estágio evolutivo alcançado por nossa humanidade tem alcance geométrico normalmente maior do que aquela do corpo mental. Esta particularidade prende-se ao fato de as emoções e desejos moverem o homem com maior intensidade. Portanto, a maior polarização dos desejos e emoções no corpo astral produz assim o alargamento geométrico de sua aura. Este fato, no entanto, pode ressaltar valores quantitativos em detrimento de valores qualitativos, o que não é incomum. Assim, uma aura de certa medida geométrica mais ampla nem sempre virá retratar o caráter íntegro de seu possuidor.

  O corpo etérico produz também uma aura chamada física ou etéreo-física. Ela será tanto mais nítida e translúcida quanto for a presença do corpo etérico com relação as suas linhas de energia e força. Se, por outro lado, a pessoa não tiver boa saúde ou portar doenças graves, a aura etérica será de fraca energia e apresentará pontos vulneráveis.

  Quando o ego está próximo de atingir a perfeição os seus corpos etérico, astral e mental se mostrarão sem máculas e totalmente luminosos.

  34. Que outras características importantes é possível destacar nos corpos da personalidade?

  R. A personalidade por ser constituída de quatro corpos, é chamada simbolicamente de o quadrado. Entretanto, apesar de possuir os quatro corpos já analisados, a personalidade é basicamente originada por um conjunto de três elementos denominado a tríade inferior. A tríade inferior é a união de dois átomos chamados permanentes com uma terceira unidade ou célula, chamada unidade mental. Através deles o espírito se comunica por correntes de energia trazendo intrinsicamente suas qualidades de inteligência, amor-sabedoria e vontade.

  Os dois átomos permanentes da tríade residem, respectivamente, no corpo etérico e corpo astral. A unidade mental, sendo o terceiro elemento constitutivo da tríade, reside no corpo mental concreto.

  Tanto os átomos permanentes quanto a unidade mental são responsáveis por atrair os outros átomos de seus mundos a fim de edificarem os corpos de manifestação da personalidade e mantê-los em atuação. Esses componentes da tríade inferior permanecem nos corpos da personalidade durante uma encarnação, retirando-se gradualmente à medida que os corpos deixam de existir.

  35. Como se explicam esses acontecimentos por último mencionados?

  R. A tríade inferior organiza os corpos da personalidade a cada reencarnação do ego-alma. Todos os valores positivos ou negativos desenvolvidos pelo homem, como por exemplo: amor, ódio, paixão, aversão, compreensão, cordialidade, inteligência, etc., permanecem na memória da tríade. Desta maneira aquilo que cada indivíduo vivenciou ao longo de sua recente encarnação virá no devido tempo polarizar-se nos seus corpos. Ou seja, os trilhões de átomos que constituirão os novos corpos de manifestação do ego reencarnante, formando células, anexarão as mesmas energias que voltarão a fazer parte daqueles veículos. Formarão assim as fileiras de sua herança que somente ele deve vivenciar sob o imperativo da lei cármica.

  O carma, contudo, precisa ser dosado e equilibrado a fim de que o ego possa tanto resgatar os delitos e erros praticados quanto assimilar novos e positivos valores. Nunca se espera que o ego venha tão somente assimilar valores negativos. Tendências positivas e negativas assentes na memória do ego serão avaliadas pelos mestres e senhores do carma, em quantidades assimiláveis para uma encarnação, constituindo-se assim na bagagem individual da personalidade.

  Quando ocorre a morte do corpo físico, o átomo permanente que polariza os corpos físico e etérico se retira, permanecendo em atividade o átomo astral e a unidade mental. Ao cabo de algum tempo, quando a vida astral do ego termina, o átomo permanente do corpo dos desejos também se retira e o corpo que o abrigava se desfaz. Após também viver um tempo no mundo mental concreto – se houver desenvolvido valores para essa transmigração – a unidade mental irá gradualmente se retirando e este último corpo se desintegrará.

  Neste processo, o ego comum terminará definitivamente aquele tempo depurativo e de possíveis ações fraternais no mundo espiritual, segundo seus méritos, voltando a manifestar-se no plano físico terreno como ego-alma. Nesta linha evolucionária a memória de todos os acontecimentos positivos acumulados pela tríade inferior através de seus átomos, ao longo de passadas encarnações, continuará a sua existência no seu chamado corpo causal, agora em nova reencarnação, para aquisição de novos e significativos valores.

  36. Estas transmigrações acontecem com todos os egos?

   R. As transmigrações para mundos superiores ao físico acontecem invariavelmente com todos os egos e seres vivos em geral. Entretanto, somente alcançam conscientemente os mundos mais altos aqueles egos que atingiram nível evolutivo compatível.

  Neste quadro geral devemos considerar os valores conquistados. Egos de pouca evolução não permanecerão nos subplanos inferiores do astral mais do que alguns pares de anos. Menos ainda permanecerão nos subplanos mais baixos do mental, logo necessitando de oportunidades para reencarnar.

  A fim de que o ego permaneça nos mundos elevados por mais tempo, precisará estar liberto de muitas paixões que nas vidas terrenas seduzem e aprisionam o homem. Conquistando esta condição, o ego permanecerá menos tempo no mundo astral e mais tempo no mundo mental concreto. Da mesma maneira acontecerá na transmigração do mundo mental concreto para o mental abstrato onde ele permanecerá um tempo de acordo com a evolução atingida.

  37. Que é corpo mental abstrato?

   R. É a divisão do corpo mental que ocupa os três subplanos superiores do mundo mental. O mental abstrato está relacionado mais diretamente à alma do que à personalidade. É chamado também de corpo mental superior.

  38. Qual é a função do corpo mental abstrato?

   R. O corpo mental abstrato é sede de um dos átomos permanentes constitutivos da tríade superior. Estes átomos permanentes dão base e organização aos corpos superiores fundamentados pela mônada ou espírito, a exemplo da tríade inferior que organiza e constitui a personalidade. O corpo mental abstrato inspira as realizações superiores, transferindo para o corpo mental concreto a dinâmica das ideias. Esta dinâmica aciona a intenção de uma sintonia com os moldes construtores do mundo mental concreto. Estes moldes localizados no mundo mental concreto são conhecidos como arquétipos do pensamento. O corpo mental abstrato oferece também estímulos que proporcionam ao ego inferior desenvolver formas que voltam a inspirar o corpo mental concreto e ao próprio mental abstrato. Este fato objetiva principalmente aos egos de certa média evolutiva, estabelecer conscientemente uma ponte de comunicação permanente, chamado de antakarana, ligando o ego inferior à alma.

39. De que maneira este fato acontece?

  R. Sabem os esotéricos que a imaginação necessita de estímulos para ser desenvolvida. Os estímulos que auxiliam a este desenvolvimento detêm nomes como: inspiração, intuição, premonição, intenção, vontade, etc., e vêm estribados pela iniciativa da alma no seu próprio mundo, atingindo o ego inferior por meio de certos artifícios. Tanto a impressionabilidade do desejo astral quanto o pensamento expressionista do corpo mental concreto, unem-se para desenvolver projetos mediante o auxílio de técnicas esotéricas ou acadêmicas. Assim nascem obras nos mais variados ramos das artes, ofícios e ciências ditas humanas.

  Este esforço inspirado pela alma dinamiza o corpo mental concreto no seu subplano mais elevado, abrindo “janelas” através das quais a matéria do mundo mental abstrato possa ser apropriada e transformada em pequenas proporções. Então os surtos de criatividade trabalhados no mental concreto, virão pouco a pouco se plasmar na matéria mental superior, conduzindo a personalidade a elevar-se cada vez mais e absorver ideias abstratas. Quando a personalidade estiver suficientemente treinada na imaginação abstrata, poderá então ser orientada a desenvolver conscientemente elementos de energia e força que a conectarão diretamente com a alma.

  40. Qual é o proveito desta ligação direta?

  R. O proveito verifica-se no abrir caminhos e veredas para o mestrado consciente do ego, rumo à sua libertação final e definitiva dos diversos aspectos do carma humano. O homem, para tornar-se livre e liberto das prisões cármicas dos mundos inferiores, necessitará tornar-se mestre em todos eles mediante esforços e realizações pessoais.

  41. Que é corpo causal?

  R. É o corpo no qual se registram os valores adquiridos pela alma, através das várias personalidades que ela encarnou.

  O corpo causal será tanto mais amplo quantas sejam as qualidades que o compõe. A partir deste corpo é possível à alma condicionar situações em que a personalidade necessitará vivenciar em futuras reencarnações. Porém nem todas as experiências vividas pela personalidade são profícuas. Há ocasiões em que as mesmas situações precisarão ser repassadas em novas vidas, adaptadas às personalidades que a alma novamente reencarnará. Podemos assim dizer, em outras palavras, que o corpo causal é o corpo da alma.                                                                                                                        
42. Em que região se localiza o corpo causal?

 R. O corpo causal está inserido nos mecanismos do ego-alma em dimensão do mundo mental abstrato, mais precisamente no seu primeiro subplano contado de baixo para cima.

  Tanto o corpo causal quanto a alma em si mesma, inter-relacionam com o átomo permanente do corpo mental abstrato. Em última análise, corpo causal e corpo mental abstrato são veículos com diversas funções a partir da força organizadora do átomo mental permanente.

  43. De que maneira a personalidade poderá não repassar valores qualitativos ao corpo causal?

  R. A personalidade ou ego inferior, como dito anteriormente, é a expressão objetiva da alma para os mundos inferiores. A reencarnação traz sempre uma necessidade cármica para aquilo que a circunscreve, tanto para o resgate de débitos quanto para a aquisição de novos valores.

  A personalidade em sendo a projeção imperfeita da alma traz em seu conteúdo, como impulso inato ou estímulo subjacente, a mensagem da própria alma para o que ela, a personalidade, precisa realizar naquela encarnação. Neste processo a personalidade é instada a empreender esforços no sentido de superar-se e às dificuldades inerentes à vida.

  Os mundos inferiores onde a personalidade se organiza, estabelecem forças duais e opostas estribadas em elementos positivos e negativos. O campo de experiência para onde a alma mergulha através da personalidade, necessita ser vivenciado a fim de que a alma, ao final, detenha o conhecimento e a experiência. A própria composição da personalidade, quando ainda em formação, revela o homem rude dando tratos à matéria concreta de diversas maneiras. A personalidade, portanto, precisa ser lapidada como a um diamante bruto, a fim de adquirir brilho e mostrar-se magnífica.

  Mas o trabalho da personalidade é dualísta, pois da mesma maneira que venha lapidar a forma densa nas suas atividades da vida material, por reflexo e ambivalência, lapida-se também intimamente. Para tanto, há a necessidade de abrir caminhos pessoais através de situações em que se manifestem valores iguais ou contrários. Ou seja, o turbilhão de forças que move os interesses e poderes materiais do mundo, afeta diretamente massas e indivíduos isoladamente. Fatores cármicos mundiais, nacionais, grupais e familiares podem contribuir para atrelar o homem à matéria, desviando-o da conduta preestabelecida pela alma, e o levando a seguidas derrotas sob o ponto de vista de sua trajetória aos caminhos espirituais. 

  44. Como entender melhor estes últimos argumentos?

   R. Nos tempos atuais, as modernas e regulamentadas profissões conduzem o homem a cada vez mais desenvolver elementos intelectuais ligados às tecnologias práticas e específicas que se aplicam na prestação de serviços às sociedades em todas as nações do mundo. A organização político-administrativa das nações imprime suas ações governamentais a fim de proteger, orientar e incentivar as empresas de âmbitos privados ou do Estado, no sentido de que produzam bens e valores mediante o aparelhamento melhor possível das infraestruturas industriais modernas segundo as condições humanas e capacidade de seus cidadãos. Mesmo as nações ou povos menos favorecidos com recursos tecnológicos, possuindo treinamentos inadequados devido às estruturas obsoletas e insuficientes com que convivem, dominadas ou não por governos totalitários ou tiranos, revelam, contudo, de uma forma ou de outra, um sentido de vida produtiva em favor da coletividade.  

  Este impulso é inato ao ser humano, muito embora o homem venha também revelar uma busca última daquilo que não consegue resolver ou entender na sua vida material, torturada por problemas financeiros, sociológicos, alimentares, com péssimas ou desumanas condições de moradia, cercado por doenças físicas e muitas outras carências, que o levam a transferir suas aspirações para pedidos de socorro a crenças e iniciações religiosas.

  Independente de tudo cada indivíduo de uma organização gregária ou de uma sociedade estruturada por qualquer cunho político-administrativo, necessita desempenhar o seu papel. Se, entretanto, o homem reluta em realizar o que lhe seja lícito e responsável, vindo praticar atos criminosos e lesivos à sociedade, estará manipulando com valores negativos e também os incorporando ao seu íntimo. Tanto quanto se entregue aos caminhos tortuosos, produzindo males, terá deixado de seguir o que a alma determinou. Estará assim acumulando mal carma que as leis da evolução em futuro o obrigarão resgatar – não levando em conta o quanto já venha resgatando – retardando assim sua trajetória progressiva e atraindo maior sofrimento e estagnação na sua vida humana.

  45. A alma não tem poderes para refrear a desobediência da personalidade?

   R. Pelas leis da evolução o homem tem relativo livre arbítrio, circunscrito principalmente aos ditames do Grande Plano da Criação. Este livre arbítrio perde seu poder pleno da ação e direitos à medida que o homem infringe as leis da natureza, ficando sujeito aos fatores corretivos que lhes são aplicados.

  O homem pode ingressar sistematicamente no mal e fazer parte das falanges negras que em diversas circunstâncias trabalham destrutivamente em qualquer lugar da Terra. Nestes casos, a alma precisará agir de forma inversa, procurando estabelecer situações que obriguem a personalidade a retomar os caminhos anteriormente traçados. Porém nem sempre a alma consegue ter sucesso imediato nas suas tentativas, pois a personalidade poderá adquirir sabedoria no mal e isolar-se da ação tutelar da alma. Isto pode durar algumas encarnações.

  As leis da evolução, não obstante, continuarão a atuar na natureza e forçosamente conduzirão à personalidade empedernida a uma longa corrente de sofrimentos. Ocorrendo este fato, a alma poderá de novo reatar contato e reassumir o comando da personalidade cansada de sofrer, trazendo-a para as encarnações depurativas no uso e manipulação de seu carma, preparando-a para o reingresso aos caminhos da libertação.

  46. Que é tríade superior?

   R. É o conjunto dos três átomos permanentes que organizam os corpos utilizados pela mônada para sua manifestação nos mundos superiores. Assim, nesta formação, temos o átomo de atma que dá origem ao corpo átmico, o átomo de buddhi que dá origem ao corpo búdico e o átomo de manas que dá origem ao corpo manásico ou mental abstrato.

   47. O quê de importância a tríade superior realiza?

   R. A tríade superior, como o esoterismo interpreta, é uma real existência na elevada situação de uma vida humana, cuja descrição traduz implicitudes arquetípicas em níveis causais bem como infere, por simbolismos esotéricos, uma outra realidade de energia e força. Tanto o triângulo quanto o quadrado há milênios vêm sendo trabalhados de muitas maneiras pela humanidade, sem que a grande massa da população terrena realmente se aperceba da sua principal mensagem.

  A tríade – na sua realidade acima da observância das massas – detém no conjunto de três átomos permanentes a incumbência da anexação dos atributos da vontade, do amor-sabedoria e inteligência da mônada a fim de incorporar estes aspectos plenos à individualidade homem superior. O poder da mônada nos três mundos superiores é incomparavelmente maior e mais sutil do que nos mundos inferiores, onde vive a personalidade, devido à potência indescritível das energias que a mônada diretamente emprega e manipula naqueles elevados níveis.

  A tríade superior constitui com os corpos mental abstrato, búdico e átmico, a alma espiritual (o reflexo da mônada) ou o homem divino, como é também conhecida a individualidade ali vivente, e totalmente desvinculada de ligações cármicas dos mundos inferiores.

  48. Qual é a relação simbólica entre o triângulo e o quadrado?

  R. O quadrado, conforme ressaltado anteriormente, representa com seus quatro corpos inferiores à personalidade. A cifra quatro induz a analisarmos o equilíbrio dos pares de opostos. São também os quatro elementos, ar-terra-fogo-água, que consubstanciam não só a matéria densa concreta como participam, respectivamente, das naturezas dos mundos das matérias etérica, astral e mental. Isto quer dizer que estes quatro elementos básicos, terão qualidades mais sutis nos mundos onde as matérias são superiores a do mundo físico concreto.

  O quadrado é a prisão do homem na sua própria natureza. É a matéria inferior dos corpos que iludem, cativam e escravizam o homem de vontade ainda não desperta. Por isso se diz que o quatro é a base sólida das formas materiais normalmente dimensionadas pelas relações de comprimento, altura, largura e profundidade, conhecidas universalmente.

  Já o triângulo é a trindade no homem correlata à trindade em Deus. No esoterismo aplicado à organização dos corpos do homem, a trindade é revelada pelos corpos átmico, búdico e manas superior (abstrato), que incorporam em seus mundos a energia da trindade divina.

  Enquanto o quadrado revela o mundo das formas sólidas, o triângulo vem revelar o mundo espiritual. Se relacionarmos os aspectos destes dois conteúdos simbólicos com suas numerologias produziremos a cifra sete que representa os sete mundos da evolução, os sete corpos básicos do homem, as sete cores do espectro solar, os sete dias da semana, os sete planetas principais, etc.

  Na antiguidade era hábito construírem-se prédios com base quadrada ou retangular, encimados por telhados de frontispícios triangulares, demonstrando-se com isso, dentre outras coisas, que o triângulo é o mais elevado elemento, conotando nas formas geométricas um sentido hierarquizado da criação.

  49. Por meio de quais instrumentos os átomos das tríades se ligam e se inter-relacionam?

   R. De Atma até o corpo etérico, desce um segmento linear que vem anexando um átomo permanente de cada corpo espiritual, por onde é possível a inter-relação das tríades. Este elemento de ligação é chamado pelos orientais de fio sutratma. De modo mais inteligível: a tríade superior é formada por Atma-Buddhi-Manas.

  No simbolismo oriental, o fio sutratma é também chamado de cordão de pérolas por capturar e deter os átomos que fundamentam a organização dos corpos da individualidade bem como da personalidade. Entretanto, devemos ter sempre em mente que todos os corpos de manifestação do homem, na sua totalidade, são impermanentes e perduram somente enquanto a mônada busca pelas necessárias experiências. Tão logo a mônada tenha completado sua missão no Grande Plano da Criação se desfará de todos os seus veículos, passando a viver em seu próprio esplendor e glória com outros objetivos imediatos.

  50. De que outra maneira é possível simbolizar a formação do homem desde sua origem?

  R. O esoterismo é uma ciência que produz interpretações e simbolismos corretamente postulados. Todavia, nas diversas filosofias esotéricas e correntes do ocultismo há interpretações que se tornam mais elásticas ou concisas.

  De acordo com o conhecimento de algumas correntes do ocultismo oriental, podemos interpretar a conjuntura mônada-homem da seguinte maneira, conforme revela o mestre Djwal Khul.

                        O homem é 3 x 3, ou seja:

                    1. A mônada ou espírito puro é:

                     Vontade – amor – inteligência ativa.

                    2. A alma ou ego superior é:

                    vontade espiritual – intuição – mente abstrata,

                    Relacionada com os corpos atma – buddhi – manas superior.

                    3. A personalidade ou ego inferior é:

                   corpo mental – corpo emocional – corpos físico/etérico,

           relacionados com manas inferior –corpo astral – físico denso.                                 

Resumindo: o homem é mônada – alma – personalidade, com três aspectos cada. 

                                                                CAPÍTULO III

    MUNDOS DE EXISTÊNCIA

  1. Que são mundos?

  R. Mundos, dimensões ou planos de existência são campos vibratórios de grande amplitude no sistema solar, estabelecidos pelo Logos, onde a Vida vem ancorar-se para realizar as suas transformações segundo o Grande Plano da Criação.

  2. Como entender a ideia traduzida pelos termos “campos vibratórios,” a significar mundos?

  R. Torna-se difícil, de todas as formas, atender à necessidade da clara semântica linguística para definir qualquer situação que escape aos paradigmas ordinariamente conhecidos pelo cérebro físico. Esta e outras referências semelhantes, utilizadas no esoterismo, tendem sempre a ligar-se ao pensamento abstrato, cuja fiel tradução, apesar de tudo, o pensamento concreto não consegue aproximar.

  A ciência oficial humana e as obras ficcionistas mostradas nas telas do cinema e televisão, já conseguem captar uma ideia do que seja energia, força, vibração, radiação; os raios, as tempestades cósmicas, etc., através de efeitos técnicos. Autores de obras científicas, por seu turno, costumam ilustrar seus compêndios com diagramas e lâminas para trazer à visualização algo do que tratam quando abordam elementos não perceptíveis ao sentido comum da visão. Certos núcleos de segmentos científicos, por exemplo, montam equipamentos que geram imagens virtuais para mostrar aos estudantes e interessados o que buscam ensinar com suas teses.

  Vê-se, portanto, como a utilização única ou isolada da palavra é restringente e confunde o entendimento do homem. Esta dificuldade aumenta quando ele tenta compreender os fenômenos acontecidos na matéria pelos elementos dinâmicos e invisíveis de energia e força.

  Assim pela ótica esotérica podemos exemplificar os espaços que chamamos de mundos, dimensões ou planos como faixas ou campos vibratórios, onde energia e força estão ali contidas em respectivos e diferentes padrões – alguns sutilíssimos – comparativamente a tudo o que seja terreno, e onde energia e força possuem certas condições adstritas e peculiares àquelas regiões.

  3. De que outra maneira é possível compreender o que sejam mundos? 

  R. O Criador ao manifestar sua intenção em criar o sistema solar, o fez através de seus três elevados atributos conhecidos no esoterismo como o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Logos. A ideia da criação já veio implícita no pensamento do Logos ao dimensionar todo o espaço onde o grande círculo de existência se estabeleceria. A ideia, na sua original concepção, já trazia embrionária a matriz do sistema solar em que sete grandes faixas existiriam integradas, embora com diferentes padrões vibratórios de seus átomos. Portanto, o sistema solar é a totalidade das faixas ou campos vibratórios que constituem o grande laboratório de experiências da Vida.

  A ideia global do sistema solar, materializada e diversificada em mundos, é tornada possível pela manifestação do terceiro aspecto do Logos, ao utilizar e transformar a matéria universal chamada Akâza pelos orientais, conhecida naquelas condições de caos como matéria pregenética ou matéria não ordenada.

  Akâza no ocidente é basicamente o éter, sendo, pois, a matéria-raiz de todas as formas dos sete mundos de existência. E como toda a matéria condensada é constituída de átomos, e os átomos após a ação do Logos passaram a vibrar em diferentes padrões, eles vêm conduzir as múltiplas variações de energia e força que inundam os sete mundos.

  O estudante esotérico faria bem em esforçar-se no sentido de acionar o pensamento abstrato a fim de tentar deter um vislumbre intraduzível na concepção concreta do que sejam essas regiões. Pois o intelecto somente pode utilizar-se de figuras metafóricas, e exemplos analógicos conhecidos, para tentar decodificar as sínteses abstratas.

  4. Quantos e quais são os mundos de existência?

  R. São sete os mundos criados para o nosso sistema solar, mas foram cinco os trazidos à objetiva manifestação pelo Logos Solar. Os dois primeiros mundos, Adi e Anupadaka já existiam quando o Logos adentrou o espaço escolhido para construir os cinco outros mundos e o próprio sistema solar.

  5. De que é constituído o mundo físico?

  R. Basicamente das matérias sólidas, líquidas e gasosas. Registra-se também no mundo físico o campo vibratório etérico, composto basicamente da combinação de quatro éteres terrestres, chamados: éter vital, éter refletor, éter luminoso e éter químico.

  6. Por que foi necessária a existência do mundo físico com matéria essencialmente concreta?

  R. O Logos ao conceber o sistema solar o fez através de sete grandes impulsos. Nosso sistema solar não é o único no universo. Há muitos bilhões de outros sistemas solares, cada um existindo segundo uma necessidade da criação. O Criador de nosso sistema solar é o Deus da totalidade da Vida e Consciência neste sistema, portanto Ele é o Deus da existência objetiva e subjetiva deste pequeno universo (quase infinito para nós) contido na galáxia Via Láctea.                                                                                     

 Sabem os esotéricos que a mutabilidade dos aspectos da Vida é uma constante em todos os sistemas solares. Os sistemas solares nascem, se transformam e desaparecem no incomensurável universo do Todo-Poderoso e cada um deles representa um degrau a mais na evolução das diversas formas da Vida. O Deus de nosso sistema solar, portanto, ao manifestar a Vida, já trazia na Mente todo um planejamento do processo evolutivo deste novo campo de experiências.

  A Vida até onde sabemos é proveniente de uma só origem, porém diferentes “quantum” dela necessitam pluralizar-se para melhor poder auferir do conhecimento de suas próprias existências. Desta maneira a matéria original foi trabalhada para constituir diferentes mundos que pudessem alojar convenientemente as miríades de formas ou pequenas vidas, segundo suas inatas necessidades.

  A matéria física densa é um ancoradouro ou bloqueio final da monumental energia-força criadora que o Logos projetou para construir os mundos. Detém, pois – esta matéria sólida – que conhecemos, o limite do sexto alento e a paralisante densificação do sétimo alento, guardando nos seus interstícios os milhões de segredos da Inteligência Criadora.

  A geração da energia e força que o homem precisará empregar no seu processo evolutivo, prevê e faculta o descobrimento de muitos aspectos destes segredos, que no conjunto dos sete mundos traduzem níveis do pensamento criador.

  Portanto, a matéria física densificada é o manancial disponível ao homem para iniciar seu trabalho de libertação do espírito prisioneiro na forma. E somente assim, pelo próprio esforço, o homem será capaz de conhecer a superior vontade e o propósito do Criador em construir e expandir mundos para as vidas habitarem e se desenvolverem em processos evolutivos.

  7. Em que se baseia a afirmação de o mundo físico denso ser inferior aos demais mundos em nosso sistema solar?

 R. Na realidade esta afirmação não traz conotação de qualidade senão de posição. Os esotéricos afirmam que no universo não há “alto” nem “baixo” e a ciência oficial postula que todo ponto tomado da Terra para estabelecer uma relação com o cosmos, depende da posição relativa do observador.

  O Logos ao atuar na matéria universal, virginal e pregenética, a fim de construir o sistema solar, condicionou-a a sete diferentes padrões vibratórios segundo Sua vontade. Deste modo os sete mundos do sistema solar foram então edificados, não segundo sete tipos de matéria, porque a matéria é única e universal, porém com sete variações de vibrações atômicas. Cada mundo detém uma posição no sistema solar condicionado por um tipo de padrão vibratório de seus átomos. Adstritas a este “quantum” de matéria de cada mundo e ao tipo específico de suas vibrações, há as respectivas oitavas e os subtons que se sobrepõem configurando os subplanos.

  A matéria do mundo físico, embora seja a mais densa e concreta em todos os seus padrões vibratórios, é inferior somente na posição relativa ocupada no espaço multidimensional, inicialmente tomado e depois transformado pelo Logos para a construção do sistema solar. A matéria física, por meio de seus padrões vibratórios de energia concentrada, detém todas as disposições análogas à matéria dos mundos superiores, numa análise de valores, pois é da mesma origem. E se adi é o mundo mais elevado nas escalas de nosso sistema solar ele – adi – não se manteria nessa condição adrede estabelecida, e nem os demais mundos deste sistema solar assim estariam, não fosse pela ancoragem final da energia e força manobradas pelo Logos e suas hierarquias construtoras. Nessas condições os potenciais de matéria-energia alocados nesse mundo concreto com toda a sua imensa gama de variações para reinos e espécies foram extensamente calculados pela engenharia sideral.

  Por outro lado, a alma do universo está simultaneamente presente em todos os mundos, o que nos dá base para a afirmação de que o sistema solar é integrado e interrelacionado em todo o seu gênesis e diversidades de aspectos com a inteligência cósmica. E quando nos referimos à qualidade superior da matéria, procuramos unicamente destacar os altos níveis vibratórios dos átomos naquele espaço. A matéria, quanto seja por isto mais sutil, facultará melhores condições para a consciência exercitar os seus superiores propósitos. A matéria física densa, devido ao menor padrão vibratório de seus átomos, reveste-se, aparentemente, de maior dificuldade para as aquisições dos valores pela consciência.

   Entretanto esta consideração enganosa é por demais necessária ao mundo físico denso, em razão do estado letárgico e temporário em que a própria consciência da Vida mergulhou. Em consequência o quantum da Vida aqui aprisionado e multiplicado em miríades de formas e espécies, necessitará de lentas, porém consistentes experiências para libertar-se da solidez da matéria e de novo ascender. Em outras palavras: o mundo físico denso, do ponto de vista da edificação do sistema solar, é o mais inferior num propósito de inversão, mas não o menos importante num plano de hierarquização. 

  8. Como entender que seres de outros mundos possuam mais luz e melhor qualidade de energia do que os habitantes da Terra, se ainda se revestem de corpos de matéria?

  R. Evidentemente este fator não se explica pelo revestimento externo de seus corpos de manifestação, porém pelo nível de consciência alcançado. Tanto a matéria figurada como estática conformadora da crosta terrestre, representando o reino mineral, como a dos demais reinos com suas outras características, são revestimentos que acobertam o espírito em algumas proporções.

  O planeta Terra tomado em todas as suas sete dimensões, é um ser vivo, um “super espírito” ou “super consciência” que recebe, abriga e impulsiona as múltiplas formas de vida a evoluir. Este “super espírito,” apesar de sua macro vida comparativamente ao homem terreno, também evolui em consciência. O orbe terrestre é o seu corpo físico denso, e os outros mundos que o envolvem proporcionam-lhe a matéria que constitui os seus respectivos corpos superiores da mesma maneira que proporcionam às múltiplas vidas ali existentes.

  Os seres que externam melhor qualidade de luz adquiriram-na pelo caminho interno, ou seja, pela gradual libertação de suas consciências das prisões da matéria. Ao terem conhecido os caminhos externos que a matéria produz, e tendo experienciado de seus efeitos, aprenderam que o caminho oposto e interior era o conducente à libertação. A matéria, muito embora detenha a inteligência do Deus Etéreo Criador e estando penetrada do espírito transformador do Logos Solar, de muitas maneiras obstrui a luz que nela própria é latente. É claro que uma rocha não se transformará um dia num espírito, mas é fato para os esotéricos que ela é constituída de átomos agregados em células, e uma vez as células se desagreguem por qualquer fenômeno externo que enfraqueçam o coeficiente magnético nela atuante, paralisando suas funções, ela virá liberar certo grau de luminosa energia etérica.

  Portanto todos os estados da matéria dos diversos mundos proporcionam naturais condições para a edificação de corpos aos espíritos, segundo a compatibilidade da luz de que são portadores. E à medida que a vontade do espírito cada vez mais canalize a vontade do Criador, espírito e matéria, em qualquer dos mundos, operam com novos e superiores estados de consciência.

  É evidente, porém, que as consciências que alcançaram maior intensidade de luz necessitam de corpos da matéria que lhes seja mais adequada aos seus propósitos superiores. As exceções ficam por conta de situações cármicas em que espíritos evoluídos necessitem novamente migrar para mundos de matéria mais densa e opaca a fim de resgatar débitos, obter pessoais e valiosas experiências, ou para encarnações missionárias sacrificiais.

  9. De que maneira o mundo físico denso veio à existência?

  R. Conforme anteriormente explicado, dos sete mundos constitutivos do sistema solar, cinco vieram à existência através dos sete impulsos originados pelo Logos ou Deus Criador. Cada impulso produziu um mundo. O sexto impulso materializou o mundo etérico e o sétimo serviu para agregar, por qualidade, todos os proto-elementos que haviam sido criados, originando os elementos químicos que a ciência oficial hoje conhece e pesquisa. O mundo físico denso veio à existência materializando-se aos poucos a partir das matrizes etéricas, construídas no sexto impulso.

  10. Que é o mundo etérico?

  R. Mundo etérico é uma região que envolve e interpenetra ao orbe terrestre, composta, principalmente, do éter inferior nas suas quatro variações de éteres planetários e de grande quantidade de prâna. A partir dos éteres e com a presença do magnetismo prânico, todas as formas físicas são moldadas segundo o gênesis originado no Criador. O mundo etérico está relacionado a fatos e acontecimentos estabelecidos com padrões energéticos físicos dos reinos e das espécies. Devido a sua posição estratégica, o mundo etérico atua na intermediação entre o mundo físico denso e os demais mundos.

  11. O mundo etérico estabelece limites com o mundo físico denso?

  R. Os limites são naturais pelas diferenças entre os padrões vibratórios na formação da matéria dos dois mundos. Em eras passadas a civilização chamada hiperbórea, desenvolveu protótipos da espécie humana no mundo etérico, que era então o mundo de maior grau de densidade. Desta civilização surgiria, posteriormente, a civilização do continente lemuriano. Embora os lemurianos tenham sido os primeiros seres humanos das raças terrenas a pisar a Terra, havia, ao início de sua civilização, perfeita integração com o mundo etérico, do qual operavam os instrutores espirituais.

  Naquele período, os lemurianos eram vistos andando livremente pelas regiões da Terra em corpos constituídos entre matéria física e matéria etérica. Com o passar do tempo, contudo, as formas físicas foram se tornando mais densas e devido a isto as contrapartes etéricas desapareceram da visão comum.                                                      

  12. Existem habitantes no mundo etérico?

  R. Sim, de várias categorias. Os seres elementais representam parte destes habitantes, possuindo corpos constituídos por matéria dos quatro elementos. Neste particular, há diversas famílias destes habitantes chamados de espíritos da natureza, tais como, gnomos da terra, ondinas das águas, salamandras do fogo e silfos do ar.                                                                                                                                

  Existem ainda seres e habitantes deste mundo que possuem simultaneamente revestimentos veiculares (ou de seus corpos de manifestação), de matéria etérica e astral, e que participam tanto da vida de um como de outro mundo.

  13. Qual a importância do mundo etérico?

   R. O mundo etérico é essencial para a existência do mundo físico. É o envoltório que além de atuar como verdadeiro condensador da matéria física densa é elo com os demais mundos, através do éter. Todas as transformações processadas no mundo físico repercutem no mundo etérico e vice-versa, e de tal sorte e intensidade que se torna difícil identificar a sua verdadeira origem.

  Todos os mundos ou planos de existência detêm um subplano constituído pelo éter universal, daí a ligação direta com o mundo etérico.

  14. Que é éter inferior?

    R. Éter inferior é o éter cósmico ou akaza um degrau abaixo. Nesta condição o éter foi utilizado pelo Logos para construir todas as formas do sistema solar. Nas cercanias do orbe terreno o akaza vem constituir-se no mundo etérico, desdobrando-se nos quatro éteres planetários.

  Os quatro éteres: vital, luminoso, químico e refletor atuam nos quatro reinos reunindo possibilidades para materializar a ideação do Logos em condições planetárias.

  15. Como entender melhor esta última referência?

   R. A ideia e pensamento criadores já estão plasmados no éter cósmico para toda a consecução do Grande Plano da Criação. Os acontecimentos em nosso sistema solar seguem uma sucessão cíclica a fim de que tudo possa acontecer segundo a cronologia anteriormente prevista.  Entretanto para que ciclos ou efemérides venham realmente se suceder conforme o planejamento original é necessário que todas as formas de vida, com todos os tipos de sensibilidade e diferentes graus de consciência, estejam aparelhadas com os elementos necessários.

  Estes elementos também registram, na sutilíssima contextura espiritual e psicológica das vidas humanas, todas as possibilidades presentes, as futuras ou algo do pensamento primevo do Logos nas decorrências dos princípios mecânicos do tempo. Dessa mesma forma, num contexto maior e mais amplo, acontece também no Akasa ou éter universal que revela tudo o que já tenha sucedido na existência do cosmos ou que venha a existir. Assim, os quatro éteres inferiores que envolvem e interpenetram a matéria planetária, atuam também canalizando os incessantes fluxos de vida do Criador, plasmando suas mensagens na matéria física em diferentes condições, possibilitando com isso a inter-relação permanente de todas as vidas com a Grande Vida do Criador.

  Nessa mesma linha tanto os corpos materiais do homem quanto dos representantes das vidas de todos os reinos, que detêm estes elementos organizadores mesmo em estados rudimentares, absorvem simultaneamente as mensagens fluidas do Criador por meio de Anima Mundi ou Alma do Mundo, enquanto essa mesma consciência, Anima Mundi, em seus variados graus as percebe e com elas trabalha em toda a natureza da Terra.

  16. Quais são esses elementos?

   R. São chamados genericamente de forças sutis, estando relacionados diretamente às possibilidades plasmáticas dos quatro éteres constitutivos do mundo etérico.                                 

  No éter luminoso provocam a formação dos sentidos físicos em homens e animais. Nos reinos mineral e vegetal atuam dotando às vidas envoltas pelas capas da matéria, das possibilidades que, em futuro, nos reinos mais adiantados, resultarão em sentidos.

  No éter vital plasmam os átomos com as possibilidades da fertilização e reprodução das espécies.

  No éter químico provocam condições para assimilação da matéria nutritiva e preparam o processo de excreção dos restos alimentares.

  No éter refletor possibilitam os registros akásicos, denominados a memória da natureza, onde é possível ler-se todos os fatos e acontecimentos processados na Terra como no cosmos.

  Estas forças sutis são tanto o elemento prânico, diversificado nos seus cinco tipos específicos, quanto os tattvas que dão formação aos rudimentos dos órgãos das espécies mais simples ou à complexidade do organismo humano.

  17. Que é mundo astral?

   R. Mundo astral ou emocional é definido como o mundo dos desejos e emoções. O mundo astral, no atual ciclo de evolução planetária, desempenha papel de maior polarizador de energia da humanidade. A quase totalidade dos habitantes terrenos vibra, preponderantemente, na matéria astral. Desejos, emoções e sensações acabam formando no mundo astral um grande e tempestuoso oceano que gravita constantemente em torno da humanidade.

  18. Que tipo de moradores habita o mundo astral?

   R. Os mais diversos e isto inclui seres verdadeiros e irreais. Há no mundo astral e em cada um dos demais mundos criados pelo Logos, sete subplanos. Cada subplano é um mundo a parte. O mundo astral interpenetra o mundo físico, determinando com isso grande atração às almas encarnadas. Entretanto, o mundo astral possui duas divisões básicas no que respeita a atração exercida à vida que se desenvolve no plano físico terreno, transformando-se em astral superior e astral inferior. O quinto subplano do mundo astral é correlato com o plano físico terreno propriamente dito, onde residem ou virão residir as almas pouco evoluídas espiritualmente. Do quarto subplano para baixo, encontram-se os moradores ainda de menor evolução, que estão presos a todos os tipos de paixões. Nos últimos subplanos, encontram-se seres elementais criados principalmente pelo pensamento desregrado do homem, sendo estes subplanos referidos na antiga mitologia como o inferno de Hades.

Já no sexto e sétimo subplanos acham-se as almas cujas evoluções espirituais estão acima da média da humanidade, existindo dentre estes, guias e protetores, iniciados e instrutores da sabedoria oculta. Estes dois subplanos são considerados o astral superior.

 19. Como são, especificamente, estes habitantes do mundo astral e onde permanecem?                                                                                                                                  

  R. No sexto e sétimo subplanos, contados de baixo para cima, os habitantes do mundo astral possuem corpos de matéria luminosa, volátil e facilmente cambiável para outras formas de igual clareza. Estes subplanos abrigam desde pequenos grupamentos às numerosas famílias ou grandes etnias. Há mosteiros em que se encontram monges de religiões esotéricas, onde são realizados rituais, missas, encontros, reuniões, aulas, cursos, etc. Há hospitais que tratam de doentes recentemente egressos do mundo físico, clínicas de repouso, escolas, jardins, parques, retiros, bibliotecas e toda a sorte de locais para diversas necessidades ou lazer de seus habitantes.

  Nos hospitais e clínicas, as almas que cumpriram corretamente suas missões no mundo terreno, vêm curar suas doenças. Nos belos e inspiradores retiros outras almas vêm recuperar as forças, meditar ou reciclar seus aprendizados, preparando-se espiritualmente para o desempenho de novos papéis em próxima interpolação na vida física planetária. Há aqueles cujas vidas terrenas decorreram em profissões ou atividades cujo conhecimento adquirido pode ainda servir aos irmãos viventes em corpos físicos ou no mundo astral. Dentre estes podemos destacar médicos, pesquisadores da natureza, cientistas, sacerdotes iniciados na medicina oculta e milenar, terapeutas e muitos outros.

  Nestes subplanos do astral encontram-se também aqueles cujas vidas foram dedicadas ao estudo e práticas esotéricas, à magia branca, aos tratamentos em correntes de cura, às terapias diversas espirituais, ao desenvolvimento e trabalho mediúnicos, às doutrinas espiritualistas bem como às realizações de rituais de alta magia com resultados favoráveis à vida planetária. Estes e tantos outros servidores da humanidade são convidados a se submeter ao comando e disciplina de mentores altamente qualificados, a fim de aperfeiçoar suas práticas e aplicá-las em prol dos irmãos terrenos. Muitas outras situações são coordenadas por mentores e novas ideias de serviços ao planeta colocadas em prática.

  Por outro lado, as almas que detém auras obscurecidas por fortes paixões, apegos, ódios ou sentimentos inferiores e desagregantes, não encontrarão nestes subplanos campo para exercerem estes desvios. Viverão na maior parte do tempo reclusos em colônias ou regiões isoladas a fim de se depurarem destes males e não causar problemas aos semelhantes.

  Há no astral os malignos que formaram grupos terroristas, criminosos, inimigos da sociedade, que não aceitam integrar-se às disciplinas e terapias corretivas ou recuperadoras, e pululam pelos espaços dos diversos subplanos em busca de inspirar suas tortuosas atividades aos encarnados, ou mesmo de realizá-las. Os conhecedores de magia negra conseguem migrar para os outros planos ou para próximo da Terra a fim de continuar a exercer seu trabalho de oposição à luz.

  No inferno de Hades vivem as formas elementais dos mais variados tipos, criadas da energia gerada pelos seres terrenos que já partiram. Estas formas ainda guardam alguma consciência de seus criadores ou dos ambientes em que eles viveram, tendo pertencido a humanos, subumanos ou animais. Precisam permanecer nestes ambientes até esgotarem-se as energias inferiores de que foram constituídas, para finalmente se desintegrarem completamente.

  20. Qual a importância do mundo astral?

   R. O mundo astral acusa o nível vivente da humanidade segundo suas inclinações emocionais ou desejos. Não haveria como restituir à Vida a energia propulsora do arco evolutivo no atual estágio da vida humana, não fosse pela ação plasmática do desejo produzido na matéria astral. Não bastaria somente a intenção do Logos em estar impregnada nos átomos da matéria para determinar à alma terrena levantar-se e galgar os caminhos que conduzem ao superior.  É necessário, pois, outra vida, uma chama interna a acender-se, a fim de avivar os desejos do corpo astral manifestado.

  Mesmo nas inúteis realizações ambiciosas e conquistas vãs, é necessário existir o desejo, por constituir-se no combustível que o ego terreno precisa possuir a fim de lançar-se num objetivo, numa aventura ou numa ilusão. A matéria astral produz o desejo inconsciente de mover-se e buscar, quer nas múltiplas formas dos reinos planetários quer na vida primitiva autóctone, ou nas febris atividades dos homens de negócios.

  21. Que é mundo mental?

   R. É o mundo do pensamento. O mundo mental representa o portal que permite às almas passar de um estágio evolutivo para outro.

  Desde a individualização do animal evoluído para a condição de animal-homem, inicia-se o processo de desenvolvimento mental do homem. O homem somente pode ser considerado um ego quando já trabalhe o seu cogitar nos níveis intelectuais. Antes disto será ainda um ego terreno em formação, armazenando valores mentais e estando dominado pelas sensações e desejos de seu corpo astral.

  O mundo mental possui duas divisões básicas na sua formação, quais sejam, o mundo concreto, formado dos quatro subplanos inferiores e o mundo abstrato, formado dos três subplanos superiores.

  22. Que é mundo mental concreto?

  R. É a parte do mundo mental que abrange as realizações intelectuais do ego terreno no seu mundo da personalidade. No mundo mental concreto há moldes e matrizes que estabelecem formas tanto para o mundo astral como para o etérico-físico, chamadas arquétipos. Estes arquétipos, originalmente formas ou matrizes para diversos e múltiplos fins, quando em atividade produzem o equilíbrio do planeta no seu aspecto físico como também do homem no seu processo evolutivo.

  23. Como entender melhor esta relação?

    R. Todas as coisas existentes nos mundos físico, astral e mental obedecem às diretrizes do Grande Plano da Criação, elaborado pelo Logos ou Deus de nosso sistema solar. O Logos, entretanto, ao colocar em execução este Plano no que respeita às formas, deixou tudo preparado para uma sucessão de acontecimentos na medida em que as etapas fossem se sucedendo. Muitos acontecimentos do porvir já estão devidamente encadeados em estado hibernal. Outros, já em execução, determinam o momento atual da vida física do planeta Terra, de acordo com a necessidade dos reinos e humanidade. Outras relações de energia e força, não menos importantes que reinos e espécies, não alcançadas hoje pela visão e pensamento humano, incluem-se neste planejamento.

  Portanto a arquitetura geometrizada do planeta, no que concerne à sua forma esférica, às montanhas, aos rios, aos mares, aos oceanos, aos continentes, à vegetação, aos corpos animais, humanos e etc., são materializações dos arquétipos encontrados no mundo mental concreto.

  24. Que outras relações as matrizes, moldes ou arquétipos, estabelecem do mundo mental para o mundo físico ou para o mundo astral?

   R. No homem, por exemplo, vêm trabalhar sua energia mental através da formação de pensamentos direcionados para novos ideais de vida. A mente do homem em si é um arquétipo e o Criador modela sobre ela seu pensamento renovador e evolutivo à medida que os ciclos de peregrinação humana se sucedem.

  Já no mundo astral os arquétipos delineiam grandes campos de energia vibrante onde almas possam se abastecer e prosseguir em suas caminhadas evolutivas. Há toda uma formação de outra natureza a exemplo da natureza terrena onde as almas recentemente desencarnadas voltam aos seus habitat que deixaram antes de reencarnar. Tempos depois essas almas que bem cumpriram suas obrigações no mundo físico e obraram com valores positivos serão transladados para regiões do mundo mental onde ali viverão novas experiências enquanto aguardam para de novo reencarnar.

  25. De que modo estas ideias renovadoras do Criador alcançam o homem polarizado nos hábitos milenares do mundo mental concreto?

   R. As ideias são de muitas maneiras formas de energias que se precipitam da Inteligência do Criador, e que, ao construir arquétipos para o pensamento concreto são acionados em tempo certo e propício. Mas as ideias precisam ser especialmente modeladas para serem assimiladas pelo pensamento humano em suas principais características, em seus aspectos culturais, na economia e gastos suportados pelas nações. E quando devidamente decodificadas para o pensamento humano, colocadas em discussão ou em prática nas sociedades, podem resultar em súbitos surtos de acontecimentos progressistas.

  Nesses casos acontecem, por exemplo, o surgimento de formas arquitetônicas mais inteligentes ou arrojadas, nova tecnologia de edificações baseada em materiais modernos ou mais econômicos, mudanças na condução política dos povos, descobertas revolucionarias da ciência que venham sepultar antigos e ortodoxos conceitos, surgimentos de escritores com pensamentos concisos e mais poderosos na sua expressão, na revolução de costumes, etc.

  Homens de mentes mais avançadas, artistas de visões plasmáticas e intuitivas – realmente talentosos e de conteúdo – homens de negócios com visão futurista, políticos e governantes com ideais absolutamente humanitários e superiores, sanitaristas e tantos outros, são então instados a agir através de seus mecanismos e instrumentos de trabalho.

  Sendo pessoas sensíveis e suficientemente corajosas para exporem-se e aos seus ideais, formarão vanguarda do novo pensamento no que evidentemente seja concernente às suas atividades. Logo seguidores constituirão blocos que darão suporte a esse renovador pensamento ou descoberta.  As ideias antes vistas com desconfianças passam então a ganhar desdobramentos e conotações mais interessantes pelos vanguardeiros e ao cabo de certo tempo – em muitos casos após décadas – em que líderes dessas vanguardas terão sido duramente criticados por conservadores renitentes, os novos conceitos passam a ser aceitos parcial ou completamente, principalmente por novas gerações não afinizadas com os velhos e superados conceitos até então vigentes. O povo segue os pensadores poderosos, mas isto requer sempre que as ideias sejam realmente assumidas e demonstradas. Por isso muitos pensadores precisarão cair na graça e confiança de homens dos diversos níveis mentais das sociedades, a fim de que a energia do seu pensamento ganhe corpo e alma.

  26. Que é mundo mental abstrato?

  R. É a divisão que abrange os três subplanos mais elevados do mundo mental. Enquanto o mundo mental concreto compreende os quatro subplanos inferiores, e no que concerne às realizações humanas liga-se à personalidade, o mundo mental abstrato neste segmento está ligado mais diretamente à alma.

  Na realidade a alma estabelece sua ação inclusiva no corpo causal, situado no mundo mental abstrato, enquanto os mundos buddhi e atma ligam-se respectivamente ao astral e etérico-físico.

  É necessário que se ressalte sobre a natureza de cada mundo e de suas influências no processo evolutivo da Vida manifestada no planeta Terra. Torna-se evidente ao esotérico cada planeta de nosso sistema solar, por onde a Vida se desenvolve, possuir certas particularidades. Neste momento há maior convergência da Vida sobre nosso planeta do que noutros planetas que constituem a cadeia planetária da qual a Terra participa. A Terra é agora foco principal de atenção do Logos, o que não acontece com os seis outros planetas de sua cadeia que tiveram ou ainda terão os seus momentos de enfoque.

  Não devemos imaginar que os mundos existam unicamente para proporcionar morada e experiências ao homem. Ou que todas as formas de vida desenvolvidas nos reinos inferiores ao humano vivam tão somente em função do homem. Os mundos possuem seus tipos específicos de vibrações da matéria universal, acolhem a consciência das múltiplas vidas e lhes proporcionam as formas com que se manifestarão em seu campo de experiências.

  A matéria de cada mundo provoca às vidas determinada gama de reações e dificuldades que precisarão ser reconhecidas e superadas. Assim se estabelece naturalmente o conhecimento e o campo do conhecimento. Ao cabo de milhões de anos a Vida (a totalidade da manifestação tomada como a Consciência da Criação), pluralizada em milhões de pequenas vidas, virá se transferir de morada. Ao passar para outro mundo um novo ciclo de experiências e conhecimento se iniciará. 

  O mundo mental abstrato vem proporcionar aos egos já formados a condição de emergir de suas prisões da matéria inferior para a libertação do carma de suas existências.                                                                                                                         

  27. Como entender melhor o que seja a libertação?

  R. Entendemos que a consciência do Logos interpenetra as formas de vida de todos os reinos durante toda a existência através de anima mundi. O homem já existia no pensamento da mônada e veio existir objetivamente quando o sistema solar foi criado. Para que o homem cumpra o papel que lhe é destinado pela mônada é necessário que colha experiências em todos os mundos e reinos, alcançando gradativamente status de ego-personalidade, ego-alma, alma espiritual (reflexo da mônada), e novamente mônada.

  Mas até que venha evoluir plenamente de personalidade para alma, estará preso a um carma onde as conotações duais de bem e mal, certo e errado, positivo e negativo, etc., o estarão limitando. Ao alcançar os domínios superiores, terá escapado destas limitações e conhecido toda a profundidade da alma nele próprio vivente. Terá assim cumprido um longo período de duro trabalho para aquisição do conhecimento, experiência e sabedoria. O mundo mental abstrato representa o marco ou região limítrofe entre estes dois estados de consciência.

  28. O quê proporciona o mundo mental abstrato?

  R. Transmite através de sua matéria o pensamento dos ideais evolutivos que se modelam em arquétipos no mundo mental concreto. O mundo mental abstrato reage aos fluxos provindos dos mundos da vontade e intuição, dinamizando as energias a um ritmo menor e de melhor apropriação para os mundos inferiores. Ao contrário do que acontece nos mundos inferiores não há nos mundos superiores tipos de matéria de natureza tão distintas como, por exemplo, a astralina e a etérica-física. De acordo com os fluxos que se precipitam de atma e buddhi, a matéria do mundo mental abstrato por ser extremamente volátil, consegue vibrar os seus átomos a padrões muito acima de sua normal condição bem como inspira ao pensamento concreto.

  29. Que é mundo buddhi?

  R. É conhecido como o mundo da intuição. A energia do mundo búdico, por sua condição magnética e agregadora, imprime em todo o sistema solar a idéia da unidade divina. Em nosso planeta a energia amor-sabedoria através do mundo buddhi estimula aos egos em desenvolvimento a intenção do conhecimento através da prática do amor impessoal. Veicula-se tanto à alma no mundo mental quanto à matéria astral, relativamente às emoções e sentimentos humanos.

  30. De que maneira isto acontece?

  R. A projeção da energia búdica ao polarizar-se na alma, precipita-se através da ponte buddhi-manas e desta diretamente ao corpo astral. Mas o efeito ardente da energia amor-sabedoria é mais intenso quando se liga diretamente de buddhi à personalidade, o que não acontece com certa frequência. Sempre que a alma polariza os fluxos energéticos especiais de buddhi, a personalidade os recebe de forma mais adaptada ao carma suportado. Quando, entretanto, a personalidade está em vias de libertar-se do jugo cármico, este processo é permanente e propicia aos veículos do ego inferior a experiência da iluminação. 

  31. Que é mundo atma? 

  R. É o mundo de onde emana a vontade espiritual do Logos. É conhecido como mundo espiritual. Por sua esfera de influência a vontade do Logos se propaga de atma a todos os planetas de nosso universo e também a outros sistemas solares. A convergência do aspecto vontade do Criador, ao penetrar a todos os mundos do sistema solar, vem realizar sua síntese no mundo físico nas transformações de sua matéria.

  32. Como entender esta última afirmativa se a inércia está incorporada à própria matéria?

  R. O Logos quando trabalhou a matéria do sistema solar despertou nela não só a qualidade da inércia como também do movimento e ritmo. Mas devido ao fato de o mundo físico denso ser o depositário da maior solidez da matéria universal, este propósito veio oferecer às vidas aqui mergulhadas condições de lentas e graduais experiências, de acordo com o ritmo também lento da percepção consciente das vidas. Portanto, não existe inércia absoluta nas formas densas do mundo físico, pelo fato das três principais qualidades da matéria estar presentes nas suas estruturas atômicas e moleculares.

  Assim a vontade original do Logos, ao mergulhar e penetrar a todos os mundos, veio também atingir a matéria física densa por ser ela depositária dos aspectos emanados do próprio Logos no princípio da criação. E como a matéria física densa é o reduto último da matéria original transformada, a partir dela a vontade do Logos promove o caminho de retorno das miríades de vidas que criou.

  33. Que é mundo anupadaka?

  R. É o mundo chamado monádico ou residencial das mônadas. Deste mundo as mônadas ou espíritos puros atuam criando condições especiais a fim de que as vidas estejam estruturalmente organizadas para realizar as viagens de ida e volta através dos mundos criados pelo Logos.

  34. Que acontece com as mônadas no mundo anupadaka?

  R. O mundo anupadaka propicia às mônadas trabalhar próximo ao laboratório do Logos que é o mundo adi. As mônadas e o Logos são portadores da Idéia da Criação. As mônadas também conhecidas como espíritos puros atuam ativamente na realização do Grande Plano da Criação.

  35. Que é mundo adi?

  R. É a dimensão onde o Logos atuou e ainda atua para a realização do Grande Plano da Criação.                                                                                                                          

  36. Quais as características principais de adi?

  R. Pouco poderíamos comentar de adi pelo fato de ser o mundo onde o Deus do Sistema Solar trabalha. As palavras jamais serão fiéis para ilustrar ou definir situações superiores que venhamos captar. Grandes Seres, tendo já concluído seu tempo de evolução nos mundos do sistema solar, ao alcançarem adi vêm assumir outras identidades por possuir entendimento amplo e mais completo do espírito planetário e do esquema de que nosso sistema solar é parte.

  Em adi outros luminares também trabalham sob a orientação do Senhor do Mundo. O que poderíamos, entretanto, afirmar é que a matéria de adi é pura energia na mais alta concepção e, através de adi, o pensamento integrado de outros sistemas solares vem penetrar o nosso sistema solar.

Rayom Ra

                                                 http://arcadeouro.blogspot.com