segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Mundo da Luz Divina - Extratos da Gnosis

       A gnose é sabedoria. Se no idioma sânscrito a raiz ‘“Vid” significa saber, nos estudos gnósticos esse mesmo saber dos indus vai por outra raiz semântica - Jñana ou Jñanam - que vem migrando para Gnâna, Gñana, Gnyaña, Jhâna, Dnyan, Djnâna, Djñâna, etc, como nos diz HPB. E como sempre, a sabedoria oculta veio originariamente do oriente, onde no Médio Oriente fez pausa e parada, desenvolvendo valores e significados que se tornariam melhor compreendidos para o ocidente. Os essênios que usavam a sabedoria também chamada de Gnose, haviam-na trazido do modelo budista original, quando ainda os seguidores dos ensinamentos do Gautama não haviam, provavelmente, se organizado em mosteiros, religiões e filosofias. Jesus foi um gnóstico, Sophia – a sabedoria, a presença feminina do Espírito Santo, atuava-lhe tanto quanto a presença masculina, e também Cristo - todos nos papéis de instrutores para o novo ciclo do despertar da consciência da humanidade.

       A Gnose antiga dos gregos era tratada filosoficamente para o aprendizado geral, embora seus mistérios e rituais fossem ensinados e praticados antes e pós-Cristo, e tivesse existido por longo tempo um corredor entre gregos e egípcios por onde os sábios mistérios transitavam. Célebres filósofos como Platão, Aristóteles e outros dissecavam a “Gnosis” em sentido de abstrações, pois a tinham também contatada no Egito onde Platão se teria iniciado e talvez o próprio Aristóteles. A Gnose da sabedoria essênia, baseava-se em elementos práticos e objetivos, nas forças da natureza, em rituais e missas, em materializações, terapêutica, conhecimento de plantas medicinais, em meditações, iniciações, preceitos e outras coisas que não revelavam para os não iniciados e onde Jesus aprendeu, praticou e ensinou.

Movimento dos Essênios
       O que aqui apresentamos, sob o título de o Mundo da Luz Divina, são extratos de documentos da antiga Gnosis grega, cujas autorias nem sempre são muito definidas, onde as revelações sobre os mundos superiores e inferiores são feitas numa linguagem primitiva, com metáforas e figuras gramaticais da época, que procuramos traduzir o mais fielmente possível. O conhecimento, todavia, dos mundos, não se alterou desde então, pois os reinos superiores e inferiores sempre existiram desde que nosso planeta começou a ser habitado por uma humanidade que se diversificou em raças. Portanto, acreditem ou não as réplicas existem, tanto quanto o superior e o inferior, e ousamos inferir:

       “A garantia de que a inalienável Verdade permanecerá para sempre Suprema, não importando qual o ciclo alcançado pela consciência humana, é confirmada todos os dias pelo simples fato de que ninguém A pronuncia e nem A proclama como sua, sem que caia no mais perfeito e absoluto ridículo”.

       Assim, ilações intelectuais estão num nível. A Verdade está noutro nível. Muitos que a rebuscam inutilmente nos labirintos da mente concreta e inferior, cobrem-se com brilhoso e falso verniz, próprio da vaidade e presunção humanas. E neste exercício horizontal, cada vez mais se afastam da Verdade. 

                                                       O MUNDO DA LUZ DIVINA
                                                            (Extratos da Gnosis)

       Glória, bênção, glorificação, exaltação, honraria e seja sempre – Ó Grande elevado e glorificado Deus, o Sublime Deus da Luz! – O Deus da Verdade, cujo poder se estende a tudo e sem fim; a pura Radiência e a Grande Luz que jamais se apaga. A Graça, o Perdão, e o Rei da Compaixão, o que doa a todos que creem; Aquele que eleva os bons; o Poderoso, o Sábio, o Conhecedor, o que Vê e tem poderes sobre todas as coisas; o Senhor de tudo o que existe acima, no meio e abaixo dos mundos de luz. A Grande Face da Glória, o Invisível, o Infinito que não tem igual, o Único com sua coroa e que não compartilha de seus decretos!

       Aquele que nele acredita não se confunde, e aquele que glorifica seu nome na verdade não cairá em ruína e quem nele põe sua verdadeira fé nunca será humilhado!

       O Grande Senhor de todos os reis. Nada havia antes dele existir e nada haverá se ele não fosse. Ele não está submetido aos princípios da morte, e a destruição representa nada para Ele. Sua luz ilumina, sua radiência se estende a todos os mundos e os reis que o representam brilham em sua radiência e na Grande Luz que sobre eles repousa!

       Ele dá bênçãos e glórias que permanecem nos corações daqueles que vivem nas nuvens de Luz. Eles devocionam, glorificam, confessam e sentem o Deus da grandiosidade; o sublime Rei da Luz, a luz da radiência e da glória que não tem limites, número ou medida; que é plena de brilho, de vida, de verdade, de amor, de tolerância, de visão, de faces da beleza, de bondade, de tolerância, de compreensão, de percepção, de revelação e de todos os nomes da glória!

       O Grande e Sublime Deus cuja força ninguém mensura ou limita; ninguém mede seu poder ou o poder de seus mundos! Ele é o sublime Deus da Luz, abençoado com todas as bênçãos desde o começo da eternidade. O Primeiro desde o início de tudo; o Criador das formas; Aquele que dá beleza a todas as coisas, que está protegido e oculto em sua sabedoria e é imanifesto. Ele é o sublime Rei da Luz, o Senhor de todos os mundos radiantes; Supremo sobre todas as formas de luz e Deus de todos os deuses - o Rei dos reis e o Grande Senhor de todos os reis! Radiência que é imutável, Luz inextinguível, Beleza, Esplendor e Glória em quem nada falta. Vida acima de todas as vidas, Radiência acima de toda radiência. Luz acima de toda luz em quem não existem imperfeições nem deficiências!

       Ele é a Luz onde não há trevas, a Vida Única em Quem não há morte, Bondade Única em Quem não há malícia, Doçura em Quem não há confusão nem cólera, Compreensão em Quem não há veneno e nem amargura! Ele que está no alto norte, forte belo e glorioso, a origem de todos os seres luminosos e Pai de todos. Ele que abençoa todos os mundos e repousa em todos os perfeitos e naqueles que creem, em cujas bocas Seu nome é sempre exaltado!

       O Pai da cidade da vida que vive nas moradas da realeza. Ele que é sua radiência, que ascende e ilumina, que não tem fim, medida e número. Ele que se rejubila em sua alegria, liberto da tristeza, e todo o seu reinado assim se rejubila. Ele, que é de tal forma a imagem, o adorno e a glória em quem não existe beleza que se compare. Ele, a verdade que vive no mais alto; Senhor da Grandiosidade, Senhor de todos os poderes. Ninguém pode mensurar e descrever seus poderes e os poderes de seus mundos e moradas onde habita e aos seres e reis que lá estão!

       Aquele sublime Rei da Luz está seguro em sua morada que é a mais alta de todos os mundos, como a Terra é bem maior do que todos os seus habitantes. Ele excede a todos como o céu às montanhas e brilha em todos como o sol de si mesmo emana e brilha mais que todos, como a lua brilha mais que as estrelas. Ele detém as qualidades íntegras. Poderosas realezas estão nele, seus poderes e grandezas não têm limites, e nem ele pode ser contido por números ou cálculos!

       As cintilações de sua coroa iluminam ao redor e raios de radiência, de luz de glória excedem de sua face e dentre as folhas de sua coroa. Todas as vidas de luz e reis, todos os seres lá permanecem em oração e bênçãos e abençoam o sublime Rei da Luz!

       Cinco poderosas e fortes qualidades emanam dele. A primeira é a luz que emana dos seres luminosos. A segunda é a fragrância que paira sobre eles. A terceira é a doçura de sua voz que os faz alegres. A quarta é a elocução de sua boca pela qual ele os penetra e os faz trabalhar. A quinta é a beleza de seu ser pela qual eles crescem como frutos sob o sol!

       A benção, graça e majestade do sublime Rei da Luz florescem e dimanam e não podem ser contidas. Ninguém pode possuí-las para si ou compreende-las, exceto a vida que está neles, nos seres luminosos e mensageiros que diante dele permanecem. Nenhum dos seres sabe o seu nome; os reis que lá permanecem dizem uns aos outros: “Qual é o nome da Grande Luz?” E dizem: “Não há nenhum nome como o Dele e não há nenhum nome que possa significar o seu nome real; não há ninguém que possa compreender sua real natureza!”

       Adorado, exaltado e poderoso ele permanece sobre todos os deuses. O único que existiu desde o início das eras - Rei desde o começo de tudo. Firmemente estabelecido é o trono do grande e único exaltado que não pode ser tirado de seu lugar por toda a eternidade. Nenhum carpinteiro humano constrói o trono abaixo dele, nenhum mestre construtor em barro constrói casas de seu Lar. Ele é Rei cujo reinado permanecerá para sempre e nunca terminará! O mundo em que o Rei da Luz permanece não pode nunca morrer (...)

       Os anjos da radiência o regozijam com a verdade, com a comunhão e a fé que ele lhes deu. São gentis, sábios, amantes; não têm malícias, falsidades ou mentiras. Eles se vestem com roupas radiantes e estão envoltos por uma cobertura de luz. Eles se sentam e moram juntos sem ofenderem-se uns aos outros e sem pecar um contra o outro. Eles são honrados em seus firmamentos e se protegem mutuamente como as pestanas protegem os olhos. Seus pensamentos são abertos e conhecem o Primeiro e o Último.

       Mesmo estando a milhares e milhares de milhas de distância uns dos outros, ainda assim são iluminados pela radiência do outro. Um é perfumado pela fragrância do outro; um administra a verdade do outro e se entendem pelo pensamento. Eles escaparam de todo o tipo de morte e a dissolução da morte não é decretada para eles. Não há morte para eles; não ficam velhos, suas forças não decaem e não são vitimados por dores e enfermidades!

       Suas vestes não ficam negras e nem suas coberturas. Suas coroas de ramos não murcham, não se desintegram e não perdem as suas folhas. Os córregos dos mundos de luz são plenos de claras águas mais brancas que o leite; são frescas e saborosas. E seu aroma é mais forte do que o mais aromático vinho!(...)

      Aqueles seres de luz são de naturezas diversas e mergulham nas terras, lugares, rios, árvores, moradas, e os anjos com a radiência, a luz e o brilho neles permanecem (...). Suas formas são luminosas, brilhantes e suas fisionomias (ou aparências) são claras, brilhando como puro berilo. Todos os dias, força e voz, elocução e vitória são cultivados pelo Rei de todos os mundos de luz e a eles enviados (...).

       Os rostos e aparências dos seres luminosos, anjos, mensageiros, semelhanças, terras, moradas, fortalezas, edifícios, rios e árvores bem como a radiência que neles permanece são criados pelo Rei da Luz (...). Aquele lugar é o lugar da vida, da verdade, da paz, da seguridade, da alegria que cada um guarda e no qual cada um põe sua fé. O Rei se rejubila com as crianças de luz e eles se satisfazem nele. Seus prédios e moradas são construídos de radiência e luz (...).

       Sua radiência é mais maravilhosa do que a do sol e da luz; seu esplendor é maior que o deste mundo. Há neste mundo mescla de radiência, mas naquele mundo a radiência é de tal intensidade que não há turvações. A radiência deste mundo é calcada sobre a imagem da radiência daquele mundo, porém somente como conchas e pequenas pedras que se assemelham à pérolas. Sua Terra não tem pilares, seu firmamento não gira sobre rodas, as sete estrelas não se acabam e o Cinco e o Doze não controlam seus destinos (os cinco planetas sem incluir o sol e a lua e os doze signos do zodíaco) (...).

       Feliz daquele que conhece o Rei da Luz e feliz é aquele a quem ele fala no seu conhecimento (...) Feliz é aquele que aprende de sua sabedoria e é liberto dos erros e confusões deste mundo. Seu nome, Vida de excelência; Grande é Sua Glória, plena é Sua Luz!

                       (Gnosis – A Selection of Gnostic Texts – Werner Foerster). Tradução por Rayom Ra

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[ Os textos do Arca de Ouro, por Rayom Ra, podem ser reproduzidos parcial ou totalmente, desde que citadas as origens ]

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Construção de Shamballa



                                         Deserto de Gobi - Possível Caminho para Shamballa
                                                                 Crédito: Revista Sofá na Sala                        

       “Amados discípulos, ponderai como era desinteressante o Amor daquelas trinta emanações de vida oriundas de Vênus, que se propuseram abandonar seu planeta, onde só existe Felicidade, Harmonia e Perfeição, e aceitar uma encarnação através da Mãe Terra, crescer nesta atmosfera, neste ambiente de vibração densa junto a esta humanidade que se encontrava tão profundamente submersa em trevas ao ponto de a Lei Cósmica, ante essa materialidade, preferir a dissolução do planeta. Os venusianos aceitaram a todo e qualquer sacrifício para preparar uma moradia adequada ao seu Bem-Amado Senhor Sanat Kumara, quando Ele descesse a Terra.

       A cidade de Shamballa, originalmente fora erguida no planeta Vênus com todo o seu requintado esplendor, com maravilhas que estão acima de qualquer descrição humana. Em um dos mais belos palácios, morava a lindíssima Vênus, a Bem-Amada de Sanat Kumara, assim como a Bem-Amada Meta e outros Kumaras. Deste palácio, Vênus governava as atividades religiosas de Sua Estrela. Os trinta Seres que se encarnaram na Terra tiveram de impregnar suas consciências e seus corpos etéricos com a mesma imagem da Shamballa que existia em Vênus.

       Após atravessarem os corpos densos de suas mães da Terra e despertarem em corpos de crianças, trazendo características de raças e carmas nacionais, mais tarde foram ainda envolvidos pelo “véu do esquecimento”. Entretanto, ao atingirem a idade adulta, foi-lhes necessário apresentar, por meio da capacidade da recordação ou da intuição, o esquema, o plano daquela cidade.

       Empolgados pelo mesmo interesse, começaram a obra, após terem, em primeiro lugar, escolhido o local adequado para a construção da cidade maravilhosa que estava destinada a ser a pátria provisória de Seu Senhor. A próxima realização consistia em arranjar o material que deveria ser usado e facultar ao espírito a fiel visão do projeto, dar-lhe a forma por meio de suas mãos, trabalhando o mármore e a pedra.

       Suas atividades não eram diferentes das que vós, amados discípulos, exerceis hoje. Não havia a visibilidade do vaivém dos seres angélicos, das “Nuvens de Glórias Celestiais!” Apenas uma coisa existia: manter sempre presente no espírito dos construtores da cidade a visão (a visualização) a ser realizada. Aquela terra a oeste da Ásia, que foi escolhida para a edificação da cidade de Shamballa, é hoje um vasto deserto, conhecido pelo nome de “Deserto de Gobi”. Mas naquela época era um grande lago em cujo centro existia encantadora ilha verdejante denominada “Ilha Branca”. Neste local, foi construída a cidade de Shamballa, para existir por tempo indeterminado.

       Nem sempre os “arquitetos desta metrópole” nasciam nas imediações do mar de Gobi. Alguns atravessavam mares e continentes, impulsionados por uma força magnética que eles acreditavam ser um sonho, na esperança de encontrar corações harmônicos, ou com afinidades espirituais. Ali se sentiam como estranhos, por serem de diferentes raças e famílias. Contudo, intimamente, eram unidos pelo mesmo ideal. Na crença comum da visão e na união de suas forças, assumiram a execução da enorme tarefa.

       Muitas vezes foram assaltados por hordas selvagens, por vândalos desenfreados que descendo as colinas arrasaram as obras, apesar de suas muralhas-fortalezas, destruindo os futuros templos que num constante zelo e dedicação estavam sendo erguidos, estragando plantações, abatendo frondosas árvores, calcando aos pés mudas e flores que ladeavam as belas e amplas ruas, exterminando totalmente a vida, inclusive a dos próprios seres que trabalhavam abnegadamente e com o maior carinho, para dar corpo ao plano secular da visualizada Shamballa.

        E estes seres ao reencarnarem novamente, encontravam a ruína de seus sonhos. Todavia, embora só lhes restando o modelo da obra, persistentemente recomeçavam tudo. Todos labutavam sofrendo com o decorrer do tempo, visto que pesava sobre eles um período cósmico pré-determinado. Além disso, a Lei Cósmica não permitia desperdício de energia para a Terra do que resultava ser urgentemente necessária a vinda de Sanat Kumara, estivesse ou não tudo preparado para a sua chegada. Porém a cidade foi concluída.”

                         
                                                      ***
                        Montanhas na Ásia Central entre Rússia-China-Mongólia-Cazaquistão
                                                   Possíveis Localizações de Shamballa
                                                             Crédito - Revista Sofá na Sala  

       Shamballa! Vós, Grande Centro Espiritual da Iluminação de Todos os Tempos! Nós nos inclinamos com profundo respeito perante Vossa Presença e nos aproximamos de Vossa Santidade, de Vossa irradiante aura em humilde gratidão pelo privilégio de poder saber que Vós existis! Só porque Vós Sois, nosso planeta ainda hoje existe! De Vosso coração todo santificado, de Vossos suntuosos pórticos vieram todos os mensageiros que trouxera a Luz aos filhos da Terra! Em Vossos centros santificados viveu nosso Senhor e Rei, o Bem-Amado Sanat Kumara, o “Venerável dos Dias!”

       Hoje, ainda, irradiante de amor celestial, de puríssimo amor divino, sobre as areias do deserto de Gobi vibra a cidade sagrada de Shamballa, com suas cúpulas e seus zimbórios que irradiam a Luz das mais elevadas esferas. A vista interna consegue reconhecer nitidamente a auréola brilhante das cores que se parecem a um arco-íris cósmico, na mais elevada atmosfera, expandindo-se amplamente, em todas as direções.

       Quando, silenciosamente, o nosso discípulo se aproxima dessa cidade se apercebe da Presença do Amor e, instantaneamente, sente-se envolvido por ele. Seus sentimentos de gratidão aumentam e tornam-se uma força vibrante que faz com que seu humilde coração avance no campo espiritual, toma-lhe o pressentimento da alegria que o influencia e penetra amplamente nas esferas de Shamballa. Quando os olhos espirituais se acostumarem na intensidade das Luzes internas e na protetora coroa de Luz, o coração da cidade sagrada não será, por mais tempo, oculto aos peregrinos.

       Tivemos o privilégio de contemplar o trono do Senhor do Mundo, na cidade de Shamballa, porém no plano etérico. Enxergâmo-la exatamente como era há milhões de anos, quando foi construída pela substância física, no mundo das três dimensões. Um mar azul profundo, de puríssimo fogo, circunda a cidade, da qual a magnífica ponte, toda esculpida de mármore, forma o único acesso. Artísticos arcos cobrem este mar e ligam a “Cidade da Ponte” ao “Continente da Ponte”, ao “continente etérico". Na cidade, Templos cobertos por cúpulas de ouro, proporcionam, em conjunto, a gigantesca impressão de uma flor de lótus branca, fosforescente e suspensa na atmosfera.

       Veem-se inúmeros peregrinos se dirigindo para esta cidade com a missão de mensageiros que desempenham ordens recebidas. Alguns levam missivas ao Rei, outros esperam Dele um decreto, uma ordem que os autorize a servir mais amplamente os seus irmãos. Do Templo de Shamballa vêm todos os Mensageiros Divinos que auxiliam a humanidade. Anualmente, antes do término do ciclo de doze meses (do dia 15 de novembro até 14 de dezembro), estes mensageiros e discípulos voltam para Shamballa e entregam a “colheita” de seus serviços prestados à Vida durante o decorrer do ano.

       Maravilhosos Seres saem desta cidade, ao encontro dos peregrinos. Suas auras irradiam tanta Luz que não é possível descrevê-las. Somos informados de que eles trazem estas irradiações e bênçãos do Sol da “cidade do ouro” e as elevam até os extremos da Terra. As recordações começaram a despertar lentas e pouco perceptíveis em nossa consciência, através do véu do esquecimento, durante o tempo em que observávamos o vaivém dos mensageiros de Luz: lembranças dos tempos em que nós também praticávamos aquelas atividades antes de usarmos corpos carnais.

       Nosso Mestre-Guia observava nosso interesse. Pacientemente, esperou por uns momentos e comunicou-nos sua disposição de acompanhar-nos ao Templo do Rei. Ao pormos os pés na ponte, experimentamos maravilhosa irradiação, fortíssima para nós, vinda do mar de fogo azul. Grande força de vontade foi necessária para mantermos nosso controle sobre esta energia. Ao mesmo tempo, compreendemos que essa capacidade de suportá-la seria o nosso passaporte para o encontro com o Rei.

       Sanat Kumara, Senhor do Amor! Nossos pensamentos dirigidos a Ele plenificaram nossas consciências. Por Ele, nossos corações encheram-se de amor. Todos os pensamentos individuais desapareceram durante esta silenciosa adoração. Seguimos avante por uma lindíssima alameda que conduzia ao centro da Ilha, no qual estavam localizados vários chafarizes, cuja água tinha colorações maravilhosas como as do arco-íris. Já nos encontramos de imediato frente ao Templo principal, a sagrada residência do Senhor do Mundo, Sanat Kumara. Há muitos séculos foi Ele a cabeça da Hierarquia Cósmica para o planeta Terra, e a máxima autoridade da evolução para todos os povos.

       O majestoso templo estava situado sobre uma elevação. Subimos por uma magnífica escadaria de mármore, intercalada, de doze em doze degraus, por terraços gramados com enormes repuxos de águas cristalinas que também refletiam sob a luz do Sol as belíssimas nuances do arco-íris. Os lindos gramados eram orlados por canteiros repletos de florzinhas multicores. Tudo respirava irradiação de paz e beleza. Enfim encontramo-nos diante do imponente Portal do Templo, o qual possuía impressionante altura. O Portal era obra construída com muito esmero, com filigranas de ouro entrelaçadas que refletiam a luz do Sol espiritual, como gigantesco espelho.

       Em um dos lados existia um floreio de ouro. Cada visitante encontrava ali sua flor predileta que surgia como por encanto! Não havia exceção para nós sobre esse gracioso costume: encantados e felizes cada um adornou-se com a flor de sua preferência e continuamos a percorrer o átrio. Sobre uma mesa ornamental avistamos uma salva de ouro de tamanho incomum. Continha um celestial elixir, bebida esta oferecida a qualquer visitante, em uma taça de cristal. Todos recebiam este símbolo como hospitalidade celestial capaz de refrigera e revigorar, e, em alegre expectativa, fomo ao encontro da audiência com nosso Rei.

       Após algum tempo abriram-se as magníficas portas da sala de audiência. Seguimos nosso Mestre em sua nobre Presença. Entramos com o olhar baixo e permanecemos aos pés do Trono. A Presença do Amor penetrava cada átomo de nosso ser. Sua consoladora paz envolvia-nos. Elevamos nossos olhos e Nele fixamos o olhar! Frente a nós, sorrindo, cheio de amor e misericórdia, Ele incorporava aquilo que nós, algum dia, deveremos ter. Silenciosamente aceitamos a misericórdia de Sua Presença. Reconhecemos que Ele veio ao mundo para que fosse permitido a nós vermos Nele a imagem de Deus, (*) e igual a Ele manifestar em nós a Vontade Daquele que criou em nós Seus filhos à Sua semelhança. (The Bridge To Freedom – USA/FEEU Brasil)

       (*) Além do que emotivamente externou a mensageira, Santa Kumara veio também à Terra no papel de Ministro do Logos, em cumprimento a um planejamento adrede do Grande Plano da Criação de todo o Sistema Solar. O Logos Criador tem Sete Principais Ministros que incorporam suas ordens em processo indescritível, ao mesmo tempo em que cada um representa um dos poderosos raios de energia e força que perpassa todos os átomos de vida da natureza em todos os planetas que fazem parte do grande campo de experiências do sistema solar, onde a vida evolui. Antes de vir para a Terra, mesmo Sanat Kumara teve de passar por provas de amor e vontade, por isso foi-lhe permitido ver a situação do planeta naquele momento, há mais ou menos 18 milhões de anos, a fim de que decidisse por ele mesmo aceitar ou não a missão. Tocado pelo grande amor que já o possuía, ele meditou sobre a situação do planeta e no avanço que viria a ter na Hierarquia Cósmica e resolveu se transferir para a Terra.
       Vênus, de onde Sanat Kumara, seus Kumaras e obreiros vieram, pertence à outra cadeia planetária constituída de sete planetas, como a Terra pertence a sua. Entretanto, a cadeia de Vênus está adiantada em relação à cadeia da Terra em uma ronda, o que representa, em média, alguns bilhões de anos terrestres. A cadeia de Vênus atua nos esquemas do Logos como uma espécie de pólo negativo em relação à cadeia da Terra, estando, assim, ambas as cadeias interligadas nos prolongamentos das leis cósmicas que regem os princípios evolucionários fundamentais. (Rayom Ra)

Rayom Ra

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Recordar é Reviver - II - Jesus Oculto (a)

       Jesus não era um homem comum, porém alguém muito especial. Não porque fosse ungido pelo Espírito Santo no Jordão, o que já seria algo extraordinário, porém por trazer com ele a missão de um Avatar, que quer dizer um enviado, uma encarnação divina, para uma revolução mundial. Os judeus ortodoxos aguardavam e ainda aguardam pelo grande enviado segundo suas crenças, para novamente reunir as doze tribos de Israel e comandar o povo eleito - eles mesmos. Não aceitaram a mensagem de Jesus, suas revelações e profecias, pois aquele aguardado seria, talvez, um guerreiro e não um homem com outras idéias revolucionárias de simultânea paz e guerra, e com a palavra de ordem e obediência aos ensinamentos professados.

       A idéia de divindade entre os primitivos cristãos não foi a mesma dos religiosos séculos depois, quando a religião transformaria as vidas de muitos povos e encobriria muitos fatos de Jesus. Desde os essênios,(1) - uma comunidade originária dos próprios judeus que se desenvolveria em torno da Galiléia, vivendo nas matas e nos arredores do Monte Carmelo na Palestina, com leis sociais próprias, vida asceta e meditativa, dados ao conhecimento de plantas e ervas medicinais, portadora de muitos mistérios – até aos grupos de outros discípulos além dos doze conhecidos, a infância de Jesus e seu desaparecimento dos 12 aos 30 anos de idade, nada é dito como realmente teria acontecido. Esses fatos e consequente hiato, no entanto, detem entre os ocultistas muitas explicações que foram guardadas e transmitidas aos iniciados, não tornadas públicas a fim de se protegerem contra as investidas do clero depois que a religião oficializara a bíblia, estabelecera seus dogmas e se espalhara pelo mundo vindo perseguir aqueles que discordassem de seus ensinamentos.

       (1) ”Essênios, palavra helenizada que vem do hebreu Asa, ‘sanador’. Os essênios constituem uma misteriosa seita de judeus, que, segundo Plínio, havia vivido nas cercanias do Mar Morto durante milhares de séculos. Alguns supunham que eram fariseus extremados, e outros, provavelmente a opinião verdadeira, descendentes dos Benim-Nabim da Bíblia (profetas), e opinam que eram ‘Kenitas e Nazaritas’. Tinham muitas idéias e práticas budistas, e é digno de se notar que os sacerdotes da Grande Mãe, em Efeso, Diana-Bhavani, com muitos peitos, eram também designados com esses nomes. Eusébio e mais tarde De Quincey, declararam que eram o mesmo que os cristãos primitivos, o que é mais provável. O título de ‘irmão’, usado na igreja primitiva, era essênio. Constituíam uma fraternidade, ou um Koinobion (cenóbio), ou comunidade parecida com a dos primeiros convertidos. De todas as seitas judias – diz o abade Fleury – a dos essênios era a mais singular. Viviam isolados das grandes cidades, seu bens eram comuns, e seu alimento muito especial. Dedicavam muito tempo à oração e à meditação. Levavam uma vida muito contemplativa e tão perfeita que muitos padres da igreja os tinham como cristãos.” (H.P.B.)

       Constata-se que Jesus não morreu na cruz, tendo sido salvo da morte por seus amigos que detinham influência junto ao governo romano, principalmente José de Arimathéia, respeitado homem de negócios, e secretamente iniciado essênio, com a influente ajuda de Nicodemos, outro iniciado essênio. Esse fato, admitido por esotéricos e ocultistas de muitas escolas tradicionais, gera raiva e imprecações de religiosos cristãos, que não aceitam outras inserções no capítulo da crucificação, atendo-se unicamente ao que exatamente está descrito nos evangelhos. Sobre isso temos o seguinte:

       (...) “Nicodemos gritou:
       ‘Precisamos imediatamente retirar o corpo com seus ossos inteiros, ele pode ainda ser salvo! ‘ - então se conscientizando de que deveria ser mais cauteloso, prosseguiu em cochichos:- ‘salvo da infâmia de ser enterrado’.

       Ele convenceu José (de Arimathéia) deixar de lado seus pessoais interesses a fim de salvar o amigo, indo imediatamente até Pilatos, persuadindo-o a permitir-lhe retirá-lo da cruz, naquela mesma noite, colocando-o no sepulcro encavado na pedra próximo dali, pertencente a ele mesmo, José de Arimathéia. Eu compreendi o que isso significava, e permaneci com João tomando conta da cruz, prevenindo que os soldados não quebrassem os ossos de Jesus. Não é permitido nenhum corpo permanecer na cruz pela noite, e dia seguinte, sendo domingo, eles o tirariam dali pela manhã e o enterrariam. O conselho judeu já tinha deliberado com Pilatos que os soldados quebrassem os ossos do crucificado, a fim de que fosse, após, enterrado.

       Pouco depois de José e Nicodemos terem iniciado suas sagradas missões, o mensageiro chegou e trouxe ordem para o centurião descer o corpo e enterrá-lo. Eu fiquei muito agitado por essa informação, pois sabia que se ele não fosse retirado com todo o cuidado não sobreviveria e menos chances ainda ele teria se seus ossos fossem quebrados. Mesmo João estava abatido, não pelos planos se frustrarem, pois ele não os conhecia, mas se sentia imensamente triste somente em pensar de ver o corpo de seu amigo maltratado, pois acreditava que Jesus estivesse morto. Tão logo o mensageiro chegou, apressei-me em sua direção esperando que José já tivesse estado com Pilatos, mas isto em realidade não tinha acontecido.
       ‘Pilatos o envia?’ Inquiri-o. Ele respondeu:
       ‘Eu não venho de parte de Pilatos, mas da Secretaria que atua pelo Governador em importantes acontecimentos como este’

       O centurião percebendo minha ansiedade ficou a me observar, então me dirigi a ele delicadamente:
       ‘Você notou que este homem que foi crucificado é uma pessoa incomum, por isso não o maltratem, pois neste momento um homem rico do povo está com Pilatos oferecendo-lhe dinheiro para resgatar o corpo a fim de que tenha um enterro decente’.

       Queridos irmãos, aqui lhes informo que Pilatos frequentemente vendia corpos de crucificados a seus amigos a fim de que eles os pudessem enterrar. O centurião foi amigável comigo, pois ele entendia que de tudo ali acontecido Jesus fora inocente. Quando os dois ladrões receberam golpes dos soldados com pesadas clavas e seus ossos se tinham quebrado, o centurião foi até a cruz de Jesus, dizendo aos soldados:
       ‘Não quebrem seus ossos por que ele está morto!’

       Neste instante, um homem apressado foi visto vindo do Castelo de Antonia em direção ao Calvário. Ele parou diante do centurião transmitindo-lhe a ordem de que deveria se apresentar imediatamente a Pilatos. O centurião então questionou o mensageiro sobre o que Pilatos queria dele a essa hora da noite. O mensageiro respondeu que Pilatos queria saber se Jesus de fato estava morto.
       ‘Sim, ele está – disse o centurião – contudo não tenhamos quebrado seus ossos’

       A fim de melhor certificar-se um dos soldados enfiou sua lança no corpo de tal forma que passasse sobre o quadril para dentro. O corpo não convulsionou e isso forneceu ao centurião o sinal de que realmente estava morto e ele saiu rapidamente para fazer o relatório. Porém, do insignificante ferimento brotaram sangue e água. Mediante a isto João esperançou-se e minha expectativa revigorou-se. Pois mesmo João sabia pelo conhecimento adquirido em nossa irmandade que do ferimento de um corpo morto flui unicamente um filete de sangue, porém agora fluíam água e sangue; e senti-me muito ansioso ao ver José e Nicodemos retornarem.

       Mulheres galiléias foram vistas se aproximando vindo em retorno de Betânia trazendo com elas Maria, a mãe de Jesus, que estivera aos cuidados dos “amigos essênios”. Dentre elas estava Maria, a irmã de Lázaro, que amara Jesus e chorava alto. Antes que ela viesse a derramar toda a sua amargura, e João permanecesse atento observando o ferimento no flanco de Jesus, José e Nicodemos chegaram apressadamente. José tinha convencido Pilatos por sua dignidade, e Pilatos tendo recebido a informação sobre a morte do crucificado, doou o corpo a José sem tomar qualquer pagamento. Pois Pilatos tinha grande respeito por José e secretamente se arrependia da execução.

       Quando Nicodemos viu que do ferimento fluíam água e sangue seus olhos mostraram animação e nova esperança, e falou corajosamente antevendo o que aconteceria. Ele trouxe José para o lado onde eu me encontrava, a alguma distância de João, e falou em tom baixo e apressado:

       'Queridos irmãos, estejam esperançados e vamos trabalhar. Jesus não está morto, parece estar porque suas forças se esgotaram. Enquanto José estava com Pilatos eu apressei-me para nossa colônia e colhi as ervas que são usadas para esses casos. Mas os aconselho a não deixarem João saber que pretendemos reanimar o corpo de Jesus; temo que ele não consiga conter sua alegria e seria realmente perigoso que o povo viesse saber disto, pois nossos inimigos nos matariam e a ele. ’

       Após isto, se apressaram em direção à cruz e seguindo as prescrições da arte medicinal, eles lentamente desataram as amarras, retiraram os cravos de suas mãos e cuidadosamente o deitaram no chão. Então Nicodemos espalhou poderosas misturas e ungüentos em longos pedaços de byssus (fazendas de linho) que tinha trazido com ele e cujo uso era somente conhecido em nossa ordem. Essas coisas aplicadas no corpo de Jesus seriam para prevenir e manter o corpo são até o fim da festa quando ele pretendia embalsamá-lo. As misturas e ungüentos detinham elementos de cura sendo usados por nossa irmandade essênia, conhecedora das regras da ciência médica que eliminavam os efeitos do estado de desmaio parecido com a morte. E enquanto José e Nicodemos se arcavam sobre a face de Jesus e suas lágrimas caiam sobre ele, sopravam-no e aqueciam suas têmporas.

       José estava ainda descrente, mas Nicodemos o encorajava a intensificar seus esforços. Nicodemos esfregava bálsamo em ambas as mãos, mas pensava que seria melhor não envolver o ferimento do flanco, pois considerava que o fluxo de sangue e água beneficiaria a respiração renovando a vida. Na sua tristeza e dor, João não acreditava absolutamente no retorno à vida de seu amigo e não tinha esperanças de vê-lo novamente diante do “Scheol”.

       O corpo então jazia no sepulcro encavado na rocha, pertencente a José. Eles defumaram a gruta com aloés e outras ervas estimulantes, e quando o corpo foi depositado no musgo, ainda rijo e inanimado, eles colocaram uma grande pedra na entrada da gruta, a fim de que os vapores permanecessem com maior proveito no seu interior. Isto feito, João e alguns outros, foram para Betânia confortar a mãe de Jesus.

       (...) E perto da manhã, a terra começou de novo a tremer e o ar tornou-se opressivo. As rochas balançavam e rachavam; chamas vermelhas crepitavam das fendas iluminando a névoa do amanhecer. Aquela tinha sido uma noite aterrorizante. Bestas horrorizadas pelo terremoto vieram uivando e correndo para todos os lados; a pequena lamparina na caverna lançava, através da estreita abertura, sombras moventes na terrível noite.

       (...) Trinta horas tinham se passado desde a presumida morte de Jesus. E quando o irmão ouviu um ligeiro ruído na gruta, levantando-se para ver o que acontecia, sentiu um estranho odor no ar, característico de quando a terra se prepara para vomitar fogo. E o jovem viu com indescritível alegria que os lábios de Jesus se moviam e o corpo respirava. Ele apressou-se em assisti-lo, ouvindo suaves sons em seu peito; a face assumia a aparência de vida, e os olhos se abriam observando atônitos ao noviço de nossa ordem. Isto acontecia no momento em que eu saia do conselho com os irmãos do primeiro grau em companhia de José que tinha sido chamado para consulta em como estender-se ajuda.

       Nicodemos, que era um experiente fisiologista, disse na estrada, que a peculiar atmosfera preparada no ar pela revolução dos elementos, fora benéfica a Jesus e jamais acreditara que ele estivesse morto. E falou que o sangue e a água que brotaram de seu ferimento foram os sinais inequívocos de que a vida não se extinguira. Assim conversando, chegamos à gruta seguindo a José e Nicodemos. Contávamos vinte e quatro irmãos do primeiro grau. Ao entrarmos, percebemos a roupa branca do noviço que ajoelhado no chão de musgo apoiava em seu peito a cabeça do revivido Jesus. E como reconhecesse seus irmãos essênios, os olhos de Jesus cintilaram de alegria, suas faces tingiram-se com a luz vermelha e sentando-se perguntou:
       ‘Onde estou?’

       Então José abraçou-o, apoiando-o entre seus braços, contando-lhe tudo o que acontecera e como tinha sido salvo da morte por um profundo sono, que os soldados no Calvário tinham entendido que fosse de morte. Jesus admirou-se, e sentindo-se ele próprio, agradeceu a Deus e chorou no peito de José. Nicodemos estimulou seu amigo para que comesse alguma coisa, então ele comeu algumas tâmaras e um pouco de pão passado no mel. E deu-lhe um pouco de vinho para que bebesse, após o quê Jesus se sentiu de tal forma fortalecido que se levantou sozinho. Então se conscientizou de seus ferimentos das mãos e do flanco, porém o bálsamo que Nicodemos houvera passado tinha dado tamanho resultado que começava a produzir as curas. Tendo removido as peças de linho do corpo e o envoltório de sua cabeça, José falou:
       ‘Este lugar não é adequado para permanecermos por mais tempo; os inimigos podem descobrir nosso segredo e nos denunciar.

       Porém, Jesus não estava ainda o suficiente fortalecido para andar muito, por isso foi conduzido a uma casa de nossa ordem perto do Calvário, no jardim, também pertencente a nossa irmandade. Outro jovem irmão de nossa ordem fora designado a assistir o noviço que permanecera no sepulcro em vigília a Jesus, a fim de remover cada traço do tecido, das ervas e dos compostos que tinham sido usados. Quando Jesus chegou à casa da irmandade sentiu-se muito fraco e os ferimentos começaram a causar-lhe dores. Ele estava muito emocionado, pois considerava tudo um milagre.
       ‘ Deus levantou-me – disse – a fim de que possa provar em mim o que eu ensinei. Mostrarei a meus discípulos que realmente eu vivo’

       Pouco depois de os dois jovens terem sido enviados a fim de colocar em ordem o sepulcro, voltaram rapidamente com a mensagem de que os amigos de Jesus logo viriam encontrá-lo. Então eles relataram que enquanto se ocupavam na gruta haviam escutado ruídos como de muitas pessoas chegando e se postando em torno da cerca que circunda o jardim. E quando se retiravam, chegou uma mulher vinda pela estrada de Jerusalém, demonstrando grande temor pela visão que tivera de a pedra da gruta ter rolado para fora. Ela pensara que algo teria acontecido com o corpo e apressou-se para Belém. Porém, logo outras mulheres vieram de Jerusalém e se postaram diante da gruta. E grandemente ansiosas entraram na gruta e uma delas procurando no local onde o corpo estivera, viu o irmão e terrificada apontou-o para suas amigas. Quando o outro irmão também surgiu as mulheres se prostraram julgando-os anjos. Então os irmãos falaram-lhes segundo o que tinham sido instruídos pelo primeiro grau, dizendo às mulheres:
       'Jesus vive. Não o procurem aqui. Digam aos seus discípulos para procurá-lo na Galiléia’. E o outro lhes disse para reunirem os discípulos encaminhando-os ao lugar indicado. Isto foi determinado pela sabedoria de José, pois eles não deveriam procurar Jesus em Jerusalém para sua própria segurança. Os irmãos se retiraram da gruta pela entrada dos fundos, notando que algumas mulheres se apressavam em direção da estrada para Betânia, ao passo que eles rapidamente se deslocavam para a casa a fim de nos informar o que se passara.

       Em seguida, os amigos essênios tentaram persuadir Jesus a permanecer escondido para sua segurança, e recuperar as forças. Porém, Jesus sentia grande desejo de provar aos seus amigos que estava vivo e pelo desejo de se sentir recuperado e fortalecido pediu roupas, recebendo imediatamente as vestes essênias de trabalhador, tais como a irmandade usava em seus trabalhos, que se assemelhavam às de um jardineiro.

       (...) Animado pelo desejo de rever àqueles que amava e proclamar que vivia, ele não acatou o conselho da irmandade em permanecer escondido, deixando a casa, tomando a trilha que atravessava o jardim em direção da rocha onde ficava o sepulcro. Quando Maria o viu julgou-o um jardineiro, mas Jesus a reconheceu, rejubilando-se em seu amor, falando-lhe. Apesar, ela não o reconheceu, pois ele tinha a aparência combalida pelo sofrimento, porém ao exclamar: ‘Oh, Maria!’ ela o reconheceu e quis beijar seus pés e em seguida abraçá-lo. Mas Jesus sentia dores em suas mãos e flanco, temendo os efeitos de um emocionado abraço e precavidamente deu uns passos para trás, dizendo:
       ‘Não me toques. Eu ainda vivo, mas dentro em pouco irei para meu Pai nos céus, pois meu corpo está fraco e logo se dissolverá a fim de que minha morte venha a se cumprir’.

       (...) E Jesus andou lentamente ao longo do muro, alcançando o pequeno portão que abria para o Vale do Monte Gihon, de onde ouvia a conversa de algumas mulheres do outro lado.. Ele parou e as mulheres julgaram ter visto uma aparição. Mas ele falou-lhes para demonstrar que era ele mesmo. E como os jovens na gruta lhes haviam falado que deveriam encontrá-lo na Galiléia, uma delas se lembrando, disse:
       ‘Senhor, devemos obedecer às ordens dos anjos e vê-lo novamente na Galiléia?’

       Esta pergunta deixou-o atônito, pois ele não sabia que a irmandade tinha informado aos noviços sobre aquela parte do país. Após considerar por um momento ele respondeu:
       ‘Sim, informe meus amigos e diga-lhes que vou para a Galiléia e lá eles me verão!’.

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       Esta é a reprodução traduzida por nós de um trecho do livro “The Crucification of Jesus by an Eye Witness” – An Ancient Alexandrian Manuscript -. “A Crucificação de Jesus por Uma Testemunha Ocular” – Um Antigo Manuscrito Alexandrino.

       Jesus, conforme dito mais adiante neste documento, teria morrido pouco tempo depois, amparado pela comunidade essênia, após sua crucificação e ressuscitamento. No entanto, há outros relatos também dignos de considerações, sobre a vida oculta de Jesus, antes e pós-crucificação, que pretendemos apresentar mais adiante.

Rayom Ra.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Terceiro Ato de Tomé - Extratos da Gnosis

                      
       

       O “Evangelho de Tomé” já é largamente conhecido por religiosos e pesquisadores de antigos documentos.         É considerado “apócrifo”, e essa palavra vem sendo, ao cabo dos séculos, utilizada por historiadores no sentido de “obscuro”, “não confiável”, ao passo que para religiosos o termo é usualmente aplicado no sentido de “falso”, “não sagrado”. Mesmo se tratando de mais um evangelho não teve reconhecida ainda a sua autenticidade, não fazendo parte do cânon bíblico de 39 livros formadores da “estrutura reta, da régua certa de medir”. Já para ocultistas gnósticos, “apócrifo” provindo do grego, detém sentido diferente ao comumente atribuído, significando “oculto”, “resguardado”, “procedente”.

       O que aqui apresentamos é uma versão gnóstica que não têm a ver com o “Evangelho de Tomé” acima citado, encontrado nas grutas próximas da cidade de Nag Hammadi em 1945, Alto Egito, em idioma copta. Assim, da coletânea gnóstica, selecionamos "O Terceiro Ato de Tomé", em que o apóstolo, quando na Índia, enfrenta um dragão e relembramos que as revelações atuais da Nova Era, através da Fraternidade Branca Universal, nos têm trazido muitos subsídios acerca da raça draconiana, avançada mentalmente.

       Embora naquela raça haja corpos de dragões e de homens-dragões, não são todos dragões na conhecida forma, ou híbridos, mas seres que podem se apresentar com aparências humanas, sendo muitíssimo inteligentes e não originários da Terra, operantes não somente no plano físico, mas, principalmente, nos planos e inter-planos do astral e mental. Usam de todos os artifícios e tecnologia desconhecida pela ciência material terrena, com a finalidade de dominar a mente humana, conduzindo-a para as transgressões dos bons valores, o que vêm rapidamente acontecendo a incontáveis milhões, talvez bilhões de pessoas prisioneiras, hipnotizadas em suas teias. Fazem de tudo para permanecer no anonimato, engendrando estratégias de descredito sobre suas existências junto às populações mundiais, lançando mão, principalmente, de servidores encarnados com programas céticos pré-elaborados.

       Interessante notar-se que ante as atuais revelações sobre os mestres das sombras, magos negros e alienígenas dominadores, algumas passagens dos evangelhos dos apóstolos ficam mais claras, pois Jesus pregando sempre sobre o Deus a quem seguia, antepõe-se ao deus de seus inúmeros perseguidores, como em: Mateus. 23:13. “Ai, de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando.’’ Em Mateus 23:33 ‘Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?’ ” Sabe-se também que a raça reptiliana trabalha nas sombras com os mesmos projetos e propósitos de dominações levados a termo pelos draconianos.

       As lutas entre os defensores da Terra e invasores alien não são recentes. Na verdade, vêm de milhões de anos com eras e ciclos muito agudos, como acontece nesse momento, tendo sido de todas as maneiras dissimuladas e escondidas as suas provas, embora a bíblia seja testemunha dessas verdades não interpretadas pelos religiosos numa linha real. Mas não vamos nos ater a isso especificamente, por que estaremos somente voltados a um documento ignorado ainda pelos historiadores que pouco ou nada conhecem da sabedoria oculta gnóstica.
 
        Vejamos então "O Terceiro Ato de Tomé", com tradução de nossa autoria:

       “E o apóstolo se dirigiu para onde o Senhor tinha ordenado. Como se aproximasse da segunda milha e tivesse se desviado um pouco da estrada, ele viu estirado o cadáver de um jovem de boa aparência, e perguntou:
       - Senhor, foi por essa razão que me conduziste até aqui para que eu pudesse passar por esse teste? Então seja feita a tua vontade! ’. E começou a orar e clamar: ‘Senhor, Juiz dos vivos e dos mortos (Atos 10:42), dos vivos que permanecem vivos e daqueles que permanecem mortos, Senhor de tudo e Pai, mas Pai não das almas que estão nos corpos, mas dos que partiram; pois daqueles que ainda estão na corrupção és o Senhor e Juiz’. Vem agora que te chamo e mostra tua majestade a este que jaz aqui’. E se voltando para aqueles que o seguiam disse-lhes: ‘Este fato não aconteceu ao acaso, mas pela ativa ação do inimigo que o idealizou de tal modo que possa usar isto para realizar seu ataque contra nós. Vede que ele não usou nenhuma outra forma nem operou através de qualquer outro animal, porém daquele que o obedece. ’

       Tendo ele dito isto, um grande dragão surgiu de dentro da caverna, arremetendo sua cabeça e batendo a cauda no chão, dizendo em voz alta ao apostolo:
       - Eu direi perante tu as razões pelas quais eu matei este homem, uma vez que tu aqui vieste com o propósito de provar que meu ato é errado.
       O apóstolo então disse:
       - Sim, fala!
       - Uma bela mulher vive naquele lado oposto. Como ela passasse por mim e eu a visse, a desejei, a segui e a observei. Então encontrei este jovem beijando-a, pois mantinhas relações íntimas com ela e fazia coisas ignominiosas. É fácil para mim expor-te diretamente estas coisas, por que sei que és gêmeo de Cristo e sempre desprezas nossa raça. E não querendo terrificá-la não o matei naquela hora; vigiei-o, porém, e quando pela noite ele voltou, ataquei-o e o matei; especialmente porque ele teve a insolência de fazer aquilo no dia do Senhor.
       O apóstolo o examinou e o inquiriu:
       - Dize-me a ancestralidade e a linhagem a que tu pertences?
       Ele respondeu:
       - Eu sou um réptil de uma raça rastejante, a peste de uma pestilência. Eu sou o filho daquele que feriu e derrotou os quatro irmãos remanescentes. Eu sou o filho daquele que senta no trono sobre tudo que está sob os poderes celestes; eu sou o filho daquele que toma de quem empresta; eu sou o filho daquele que produz o círculo. E sou do sangue daquele que está além do Oceano, cuja cauda se estende à sua boca. Eu sou aquele que entrou no Paraíso através da muralha e falou com Eva, segundo meu pai houvera ordenado falar (Gen.3 I ff). Eu sou aquele que acendeu em Caim o desejo de matar seu irmão (Gen. 4:5-8) e por minha causa, abrolhos e cardos cresceram na terra (Gen. 3:18). Eu sou aquele que arremessou os anjos dos céus e os confinou para suas lascívias com mulheres (Gen. 6:I f.), de tal forma que os filhos nascidos na terra descendessem deles e eu pudesse realizar meus intentos através deles. Eu sou aquele que endureceu o coração do faraó a fim de que ele assassinasse as crianças de Israel e os escravizasse em jugo cruel (Exod. I:10-15). Eu sou aquele que desviou a massa no deserto quando eles edificaram o bezerro de ouro (Exod.32:1-4). Eu sou aquele que inflamou Herodes (Mat. 2:16. Luc.23:6-11) e induziu Caiaphas a mentir perante Pilatos; pois estas coisas se me ajustavam. Eu sou aquele que inflamou Judas e o comprou a fim de que ele pudesse conduzir Cristo para a morte (Mat. 26: 14-16, 47-40). Eu sou aquele que habita e domina o abismo de Tartarus; mas o Filho de Deus afligiu-me com injustiça contra minha vontade e retirou-se de mim. Eu sou do sangue daquele que virá do Leste, a quem é dada autoridade a fazer o que desejar na terra.

       E quando aquele dragão houvera dito aquelas coisas que toda a multidão tinha ouvido, o apóstolo elevou a voz bem alta dizendo:
       - Cala-te agora, tu o maior desavergonhado, e tem vergonha, tu que estás completamente morto; pois é chegada a tua própria destruição. E não ouses falar daquilo que engendras através daqueles que de ti se tornaram subjugados. Eu te ordeno em nome de Jesus, que até agora tem lutado contra vós, através de seus próprios homens, sugar, retirar e remover teu veneno injetado neste homem.
       Porém, o dragão disse:
       - O momento de nosso fim não é ainda chegado como tu dizes. Por que tu me compeles a retirar o que tenha injetado neste homem e morrer antes do tempo? Pois somente meu pai, quando ele retirar e sugar o que lançou sobre o mundo, somente então terá chegado o seu final.
       O apóstolo ordenou:
       - Então mostra agora a natureza de teu pai!

       E o dragão se aproximou, colocando sua boca no ferimento do jovem e dele sugou o fel. Em pouco tempo a pele do jovem que estava apurpurada ficou branca, mas o dragão inchou. E quando o dragão tinha sugado todo o fel para dentro dele mesmo, o jovem se levantou e ficou ereto, apressando-se a se lançar aos pés do apóstolo. Porém, o dragão inchou completamente, estourou e morreu; tendo seu veneno e fel se derramado no chão. E no lugar onde o veneno se derramara uma grande fenda se abriu, sendo o dragão ali engolido.
       Após isso, o apóstolo disse ao rei e seu irmão:
       - Mandai buscar operários para que aplanem este lugar, fazei fundações e aqui construí casas para que sirvam de residências a estrangeiros.

       Entretanto, o jovem disse ao apóstolo em meio a muitas lágrimas:
      - O que eu fiz-te de errado? Pois tu és um homem de duas formas e o que desejas tu o consegues, não és impedido por ninguém pelo que vejo. Eu vi aquele homem que permanecia ao teu lado e dizia-te: “Eu tenho muitos prodígios a mostrar por teu intermédio e grandes feitos a realizar através de ti, pelo que serás recompensado. E tu realizarás o que muitos viverão, e descansarão na eterna luz como as crianças de Deus. Traze então a vida”, ele disse, e falando-te sobre mim: “deste jovem abatido pelo inimigo, sê durante todo o tempo o seu protetor”.
       É bom que tu tenhas vindo aqui, e é bom que tu devas estar com ele novamente, porque ele nunca se separa de ti. Porém, eu fiquei livre da ansiedade e vergonha. E a luz brilhou em mim muito além da ansiedade noturna e descansei da fadiga do dia. Permaneci separado daquele que me impeliu a fazer estas coisas; eu pequei contra aquele que me ensinou o oposto. E deixei aquele visitante da noite que por sua própria vontade impelia-me ao pecado, vindo encontrar aquele que brilha para ser meu companheiro. Deixei aquele que dissimula e obscurece os fatos de tal maneira que os envoltos neles não conseguem entender o que estão fazendo, não podendo se arrepender de seus atos, nem desistir de realizá-los cessando as suas práticas. Assim encontrei aquele cujos atos são luz e suas práticas são a verdade, que realizados por qualquer um não trazem arrependimentos. E tenho permanecido livre dele cuja mentira persiste, aquele que é também precedido pelo véu das trevas; a ignomínia o segue como também a imodéstia e a intemperança. E encontrei aquele que me mostrou as boas coisas para nelas eu permanecer, o filho da verdade, o companheiro da concórdia, aquele que clareia o caminho através da densa névoa, que ilumina sua própria criação, que cura suas feridas e supera seus inimigos. Porém, rogo-te, homem de Deus, que me deixes de novo contemplá-lo, ver esse que agora de mim se esconde, para que também eu possa ouvir sua voz, prodígio que não consigo descrever, pois não é de natureza deste instrumento físico.”

       O apóstolo respondeu:
       - Se tu te libertaste a ti mesmo dessas coisas das quais tens obtido conhecimento, como de fato tens dito, e se tu sabes quem é aquele que realiza essas coisas em ti e tu aprendes e te tornas obediente a ele a quem agora desejas com intenso amor, tu o verás e estarás com ele pela eternidade, descansarás em sua morada de descanso e viverás em seu júbilo. Mas se tu te tornares indiferente a ele e novamente voltares às tuas antigas práticas, desprezando a beleza e a face luminosa que agora te foi mostrada, esquecendo-te da radiência de sua luz, a que agora tu aspiras, então tu serás despojado não somente desta nova vida, mas também daquela que viria e voltarás àquele que tu disseste ter largado, e nunca mais verás àquele que tu disseste ter encontrado’

       Tendo o apóstolo dito essas coisas, veio para o interior da cidade e segurando a mão do jovem falou-lhe:
       - O que tu viste, criança, é somente um pouco das muitas coisas que Deus tem. Pois Ele não nos anuncia boas novas acerca das coisas visíveis, porém nos promete coisas maiores ainda do que essas. Enquanto estivermos vivendo em corpos, não conseguiremos dizer ou expressar o que Ele dará às nossas almas. Se dissermos que nos dá luz, isto é algo que vemos e temos. Sendo riqueza que existe ou surge no mundo, então assim a reconhecemos, mas não necessitamos dela, pois é dito: ‘Com dificuldade um homem rico entrará no reino dos céus’ (Mat. 19:23). Se falarmos de ricas vestes, com as quais os indulgentes desta vida se vestem, é reconhecido e dito: ‘Aqueles que usam coisas finas estão nas casas de reis.’ E de suntuosos banquetes, recebemos ordens de que devemos evitá-los, para não ficarmos envoltos em deboches, intoxicações e ansiedades sobre a vida terrena (Lucas 21:34) – Ele disse o que seja isso, como assim está: ‘Não andeis ansiosos por vossa vida, quanto haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir’ (Mat. 6:25). Se falarmos de transitória dignidade, um julgamento está também definido quanto a isso. Falamos, contudo, do mundo superior, de Deus e anjos do vigilante e sagrado, de alimento ambrosial e de beber do verdadeiro vinho, das vestes permanentes que não ficam velhas, do que os olhos não veem e os ouvidos não ouvem, que, contudo, não terão crescimentos nos corações de homens pecadores, e do que Deus preparou para aqueles que O amam (I Cor. 2:9). Dessas coisas nós falamos e sobre essas coisas pregamos as boas novas.
         Acredites Nele por ti próprio para que possas viver. Confies Nele, porquanto assim feito tu jamais morrerás. Pois Ele não é persuadido por presentes que tu possas ofertar, nem Ele necessita de sacrifícios que tu devas a Ele fazer. Ao invés disto, olha-O e Ele não irá ignorar-te. Volta-te a Ele e não ficarás desamparado. Pois Sua excelência e beleza se revelarão de tal forma que O amarás e tais coisas plenas em ti não te permitirão jamais Dele te apartares.

       Quando terminou de dizer estas coisas, grande multidão acercou-se do jovem. E quando, em seguida, o apóstolo viu que eles se precipitavam a fim de vê-lo a ele mesmo, buscando lugares altos, disse-lhes:
       - Vós homens que viestes à assembléia de Cristo e pretendeis acreditar em Jesus, tomai um exemplo disto e observai que se vós não subirdes não me vereis. O menor, e vós, não podeis ver-me a mim que sou como vós. Se, contudo, vós não podeis ver-me sendo eu como vós, a menos que subis um pouco mais do chão, também não podereis verdes Aquele que mora no Alto e que está agora nas alturas, a menos que vós cresçais de vossas antigas condutas e práticas infrutíferas, das luxúrias que não têm fim, do apego da riqueza que é deixada aqui, da posse material que se acumula, das roupas que apodrecem, da beleza que envelhece e se acaba. Sim, e mesmo do corpo inteiro no qual todas essas coisas se encontram armazenadas, que fica velho e se torna poeira, retomando a sua própria natureza. Para todas estas coisas o corpo permanece. Ao invés disto, acrediteis em Nosso Senhor Jesus Cristo, a Quem proclamamos, e de tal sorte que a confiança esteja Nele e vós possais terdes vida Nele por toda a eternidade e Ele venha tornar-se de vós o companheiro de viagem nesta terra de vagantes, sendo Ele o vosso paraíso neste tormentoso mar. E Ele será para vós a fonte que transborda nesta terra sedenta, um lar pleno de alimentos em lugar da fome, um descanso para vossas almas e um médico para vossos corpos.

       Quando aqueles da multidão reunida ouviram estas palavras, choraram e perguntaram ao apóstolo: ‘Homem de Deus, ao Deus que tu proclamas ousamos não dizer que a Ele pertencemos, por que os atos de nossas vidas estão alheios a Ele e não O satisfazemos. Mas se Ele estiver entristecido e em compaixão por nós, e nos resgatar ignorando nossas antigas práticas, libertando-nos das coisas más que fizemos quando em erro, não considerando aquilo contra nós nem se mantendo defensivo por nossos antigos erros, nos tornaremos Seus servos e assim seremos até o fim. ’
       O apóstolo respondeu:
       - Ele não vos condenará nem haverá de penalizar-vos por vossos pecados cometidos quando em erro, mas virá resgatar-vos dos enganos que cometesteis por ignorância."

Rayom Ra.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Recordar é Reviver - I - Lobsang Rampa

INICIAÇÃO FINAL

       Depois de ter assistido, em alguns lamastérios, ao embalsamento de meia dúzia de pessoas, o abade superior de Chakpori mandou chamar-me; ‘Meu amigo, por ordem expressa de O Mais Poderoso, chegou a hora de ser iniciado como abade. A seu pedido, pode – como o Mingyar Dundup – continuar a ser tratado com o título de Lama.” Assim, como Encarnação Reconhecida, ia ser-me conferido o grau com que tinha deixado a Terra havia uns seiscentos anos. A Roda da Vida descrevera um círculo completo.

       Algum tempo mais tarde, um lama idoso veio ao meu quarto e disse-me que tinha de submeter-me à cerimônia da Pequena Morte. “Porque, meu filho, até ter passado os portões da morte e voltado não pode saber com certeza absoluta que não há de fato morte. Os seus estudos em viagens astrais têm-no levado longe, mas este levá-lo-á mais longe ainda, para além dos reinos da vida, para os confins do passado em nosso país.

       O treino preparatório foi duro e prolongado. A minha vida esteve estritamente controlada durante três meses. Rações especiais de ervas de gostos horríveis davam um tempero desagradável às minhas refeições. Tive de jurar manter os meus pensamentos “só no que há de mais puro e sagrado”. Como se num lamastério a escolha fosse muito grande. Até a tsampa e o chá tinham de ser tomados em menores quantidades. Rígida austeridade, disciplina estrita, e longas, longas horas de meditação.

       Por fim, três meses decorridos, os astrólogos declaravam que chegara o momento, que os portentos eram favoráveis. Jejuei durante vinte e quatro horas até me sentir tão vazio como um tambor. Depois, fui conduzido através daquelas escadarias e corredores escondidos nos subterrâneos de Potala. Embrenhávamo-nos pelas entranhas da terra, enquanto outros alumiavam o caminho com tochas flamejantes. Chegamos por fim ao término desse corredor. Defrontávamos rocha sólida, mas, quando nos aproximamos, um penedo enorme deslizou e abriu caminho. Outro corredor abria-se à nossa frente – um corredor estreito e escuro, com um cheiro de ar estagnado, especiarias, incenso. Alguns metros mais adiante, tivemos de parar uns momentos em frente de uma pesada porta chapeada de ouro, que se abriu lentamente com um chiar de protesto que ecoava e recoava através do espaço imenso.

       Ali se apagaram as tochas e acenderam-se lamparinas de manteiga. Entramos num templo escondido, escavado na rocha pela ação vulcânica do passado. Esses corredores e passagens tinham em tempo sido os condutos da lava derretida a caminho da boca fumegante de um vulcão ativo. Agora, homens insignificantes palmilhavam o mesmo caminho e pensavam que eram deuses. Ali era o Templo da Sabedoria Secreta.

       Conduziram-me três abades; o resto da procissão tinha desaparecido no escuro, como as memórias fugazes de um sonho. Três abades, idosos, dessecados pelos anos, que esperavam alegremente a chamada aos Campos Celestes. Três velhos, talvez os maiores metafísicos de todo o mundo, prontos a submeterem-me à prova final da iniciação. Cada um portava na sua mão direita uma lamparina de manteiga e, na esquerda, um grosso pau de incenso fumegante. O frio era intenso; um frio estranho que não parecia deste mundo. O silêncio era profundo: os sons velados que podiam ouvir-se apenas serviam para sublinhar o silêncio. As nossas botas de feltro não faziam qualquer ruído: era como se fôssemos fantasmas. Os hábitos cor de açafrão dos abades faziam um vago farfalhar. Com grande horror senti-me cheio de comichões e de pequenos choques que me percorriam o corpo. As minhas mãos resplandeciam. Os abades, reparei, resplandeciam igualmente. O atrito de nossos hábitos no ar sequíssimo tinha gerado uma carga elétrica estática. Um abade entregou-me uma pequena vareta de ouro e sussurrou: “Segure isto com a mão esquerda e vá fazendo contato ao longo da parede que o desconforto passa”.

       Uma a uma, as lamparinas de manteiga iluminaram-se, acesas por mãos invisíveis. À medida que a luz amarela ia aumentando, vi as figuras gigantescas, cobertas de ouro, e algumas meio enterradas em pilhas de gemas brutas. No meio da penumbra distinguia-se um Buda, tão grande que a iluminação não lhe passava da cintura. Outras formas surgiram enfumadas: imagens de demônios, representações de lascívias, e as formas das provações que o homem tem de passar antes de atingir o estado espiritual puro.

       Aproximávamo-nos de uma parede onde estava pintada uma Roda da Vida com uns cinco metros de diâmetro. A luz bruxuleante parecia girar e fazer os sentidos girarem com ela. Continuamos o nosso caminho e eu julgava ir a todo o momento bater com a cabeça de encontro às rochas. O abade que me havia conduzido desaparecera e o que eu julgara ser uma sombra mais escura era uma porta escondida. Esta dava para outro corredor que descia cada vez mais – um carreiro estreito, íngreme, coleante, onde a luz fraquíssima das lamparinas dos abades parecia simplesmente intensificar a escuridão.

       Fomos tateando o nosso caminho, aos tropeções, escorregando às vezes. O ar era pesado e opressivo e parecia que todo o peso da terra estava em cima de nossos ombros. Uma última curva e abriu-se à nossa frente uma caverna na rocha que brilhava como ouro: veios de ouro, pedras de ouro! Uma camada de rocha, uma camada de ouro, uma camada de rocha – e assim por diante. No alto, lá muito no alto, o ouro brilhava como as estrelas num céu noturno, conforme os veios captavam e refletiam a luz tremeluzente das lamparinas.

       No centro da caverna havia uma casa negra, brilhante, que parecia feita de ébano polido. As paredes estavam cobertas de símbolos estranhos – de diagramas como os que vira nas paredes do túnel do lago. Caminhamos na direção desta casa e entramos. Lá dentro havia caixões de pedra preta com esculturas curiosas. Nenhum destes caixões tinha tampa. Espreitei, e ao ver o conteúdo, suspendi a respiração e quase desmaiei. “Meu filho, olhe para eles. Eram deuses na nossa terra nos dias anteriores à chegada das montanhas. Caminharam pelo nosso país quando os mares banhavam as suas costas e quando as estrelas no céu eram diferentes. Olhe, por que só os iniciados os podem ver.”

       Olhei outra vez, fascinado e aterrado. Essas figuras de ouro, nuas, jaziam à nossa frente. Dois homens e uma mulher. Cada linha, cada marca, era fielmente reproduzida pelo ouro. Mas o tamanho! Ah, a mulher tinha pelo menos três metros e meio e o maior dos homens não tinha com certeza menos de cinco metros. As cabeças eram grandes e ligeiramente cônicas no alto. As mandíbulas eram estreitas, com bocas pequenas de lábios delgados. Os narizes eram longos e finos e os olhos encovados. Não pareciam mortos, apenas adormecidos. Num dos lados de uma tampa de caixão estava gravado um mapa do céu – mas que estranhas as estrelas pareciam! Os meus estudos de astrologia tinham-me familiarizado com o céu noturno, mas aquele era um céu muito diferente.

       O abade mais velho voltou-se para mim e disse: “Está prestes a ser iniciado, a ver o passado e a conhecer o futuro. O esforço será enorme. Muitos morrem durante o processo e alguns falham. Mas nenhum sai daqui vivo, a não ser que passe na prova. Está preparado?” Respondi afirmativamente. Levaram-me até uma laje de pedra entre dois caixões e ali, por ordem deles, sentei-me na posição de lótus: as pernas cruzadas, a espinha ereta, as palmas das mãos viradas para cima.

       Acenderam quatro paus de incenso, um para cada caixão e um para a minha laje. Cada um dos abades pegou na sua lamparina e abandonou a sala. Quando a pesada porta negra se fechou, fiquei só com aqueles corpos antiquíssimos. O tempo foi passando enquanto eu meditava sobre a laje. A lamparina que trouxera bruxuleou e apagou-se. Durante alguns momentos o pavio brilhou vermelho, com um ligeiro cheiro de pano queimado, e por fim se extinguiu. Estendi-me na laje e fiz os exercícios especiais de respiração que aprendera ao longo de muitos anos. O silencio e a escuridão eram opressivos, tratava-se na verdade do silêncio do sepulcro.

       De repente meu corpo tornou-se rígido, cataléptico. Os membros adormeceram e adquiriram a temperatura do gelo. Tive a sensação de morrer naquele túmulo antiqüíssimo a mais de cento e trinta metros de profundidade. Um estremecimento percorreu-me o corpo com a impressão inaudível de um roçar e estalar estranho, como de couro velho que se desdobra. Gradualmente o túmulo começou a iluminar-se com uma luz azul estranha, como o luar num caminho de montanha. Senti outro estremecimento e um erguer e um tombar. Durante um momento podia imaginar-me mais uma vez um papagaio que se balançava na ponta de uma corda. Foi nesse movimento que tomei consciência de estar flutuando acima de meu corpo carnal. Essa consciência foi acompanhada de movimento. Como uma nuvem de fumo velejei à frente de um vento que não sentia. Acima de minha cabeça via uma auréola dourada. Do meio de meu corpo descia um cordão de um azul prateado, que pulsava com vida e brilhava de vitalidade. Olhei para baixo, para o meu corpo estendido, que repousava como um cadáver no meio de cadáveres. As pequenas diferenças entre meu corpo e os daquelas figuras gigantescas, no entanto, foram se tornando pouco a pouco aparentes.

       O estudo era absorvente. Meditei na vaidade insignificante dos homens de hoje e tentei imaginar que explicações apresentariam os materialistas para as presenças dessas figuras imensas. Meditei..., mas tornei-me então consciente de que algo me começava a perturbar os pensamentos. Pareceu-me não estar só. Pedaços de conversas chegavam até mim juntamente com fragmentos de pensamentos inexpressivos. Imagens isoladas começavam a iluminar-me a visão mental. De muito longe, alguém parecia tanger um sino enorme. O som foi aproximando-se até parecer explodir dentro de minha cabeça. O meu corpo astral era agitado e impelido como uma folha num vendaval. Dores agudíssimas fustigavam-me a consciência. Senti-me só, abandonado, isolado no meio de um universo que se desmoronava. Um nevoeiro negro desceu sobre mim, e com ele uma calma que não era deste mundo.

       Lentamente, esse negrume imenso que me envolvia foi desaparecendo. De algum ponto chegava-me o ruído do mar, o chocalhar de seixos sob o impacto das ondas. Cheirava o ar salgado, o perfume acre das algas ao sol. A cena parecia-me familiar. Deitei-me preguiçosamente de costas na areia aquecida pelo sol, descansando os olhos nas frondes das palmeiras. Mas uma parte de mim ia me dizendo que nunca vira o mar, e que nunca sequer ouvira falar de palmeiras! De um bosquete próximo chegavam-me os sons de risos, de vozes que cresciam, enquanto um grupo feliz de gente bronzeada me apareceu diante dos olhos. Gigantes todos eles. Olhei para mim mesmo e verifiquei que eu também era um gigante. Das minhas percepções astrais recebi as seguintes impressões: há uma imensidão enorme de anos a Terra girava mais perto do Sol, no sentido oposto ao do seu movimento atual; os dias eram mais curtos e mais quentes, vastas civilizações nasceram, e os homens sabiam mais do que hoje. Das profundezas do espaço infindo um planeta desgarrado passou perto demais da Terra, atirando-a assim para fora de sua órbita, para entrar noutra mais distante do Sol, onde começou a girar no sentido oposto.

       Vendavais levantaram-se e as águas encapeladas, sob forças gravitacionais diferentes, cresceram sobre a Terra, inundaram o mundo todo; terremotos violentíssimos fizeram estremecer todo o planeta; as terras mergulharam debaixo dos mares, enquanto outras se erguiam em outros pontos. A terra quente e agradável que fora o Tibet deixou de ser um paraíso à beira-mar para se elevar a uns quatro mil metros de altitude; à volta do país ergueram-se vastas montanhas que lançavam lavas fumegantes à distâncias; na terra brechas se abriram na superfície e uma flora e fauna de idades passadas continuaram a florescer; mas tudo isso é excessivo para ser descrito num livro só, e algumas das minhas percepções atrais são demasiadamente “sagradas e privadas” para poderem ser impressas.

       Algum tempo mais tarde as visões começaram a desvanecer-se. Gradualmente, a minha consciência, tanto astral como física, abandou-me. Mais tarde ainda comecei a ficar desagradavelmente cônscio de sentir frio – o frio que faz sobre uma laje na escuridão gelada de um túmulo. O meu cérebro sentia dedos tateantes de pensamentos. “Está voltando para nós. Aqui estamos!” Minutos passados e uma luminosidade vaga aproximou-se. Lamparinas de manteiga. Os três velhos abades. “Passou a prova, meu filho. Aqui jazeu durante três dias. Agora viu, morreu e tornou a viver”.

       Pus-me de pé, inteiriçado, a cambalear de fraqueza e fome. Abandonei aquela câmara inesquecível e arrastei os pés através dos corredores gelados, quase desmaiando de fome e estarrecido por tudo o que vira e experimentara. Comi e bebi o que queria, e naquela noite, quando me deitei para dormir, sabia que em breve teria de deixar o Tibet, partir para países estranhos conforme fora previsto.

                                                   [A Terceira Visão – Lobsang Rampa ]
Rayom Ra.

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