domingo, 31 de agosto de 2014

Conheça Alguns Truques Para Eliminar os Agrotóxicos de Frutas e Verduras


   
                                                        Por: ELIOENAI PAES

  Retirar a casca, lavar com bicarbonato ou limar a folhagem externa podem ajudam a diminuir as toxinas dos vegetais

  Se para plantas, verduras e legumes o agrotóxico serve de proteção, para os humanos, é veneno. Muitas doenças, como câncer de fígado, de cérebro, leucemias e alguns tipos de tumores podem estar relacionados com o consumo dessas substâncias. Isso porque o organismo não dá conta de metabolizar o excesso do efeito tóxico causado por elementos como os metais tóxicos, que caem na corrente circulatória. 

           Cenário: BRASIL CONSOME 14 AGROTÓXICOS PROIBIDOS NO MUNDO
                                                      [Ver Apêndice Abaixo]

  “O fígado humano tem o poder de identificar as toxinas e transformá-las em não tóxicas. O problema é a quantidade. Consome-se tanto agrotóxico que o fígado fica sobrecarregado e não dá conta de metabolizar e anular o efeito tóxico. Com isso, as toxinas adentram as células e aumenta-se a incidência de câncer”, explica o nutrólogo Roberto Navarro.
 

             Ranking: VEJA OS ALIMENTOS COM MAIOR TEOR DE AGROTÓXICOS

                                                          São os Seguintes:

  Pimentão (9l.8%), Morango (63.4%), Pepino (57.4%), Alface (54.2%), Cenoura (49.6%), Abacaxi (32.8%), Beterraba (32.6%), Mamão (30.4%), Tomate (16.3%), Laranja (12.2%), Maçã (8.9%), Arroz (7.4%), Feijão (6.5%), Repolho (6.3%), Manga (4.0%), Cebola (3.1%).

  Mas o que fazer para, no dia a dia, se proteger dos agrotóxicos? A melhor forma, todos sabem, é consumir produtos orgânicos. O problema está no preço, que pode ser o triplo do que se paga pelo alimento cultivado com agrotóxico. Por isso, alguns truques simples ajudam a cortar boa parte dos agrotóxicos contidos nas frutas, verduras e legumes.

                                                      Veja Abaixo Como Fazer: 

  ALFACE, COUVE E REPOLHO – descartar as folhas externas e lavar as outras por 3 minutos em água corrente, e deixar na solução de bicarbonato de sódio.

  PIMENTÃO E MORANGO –  são os campeões de agrotóxicos. “A quantidade de agrotóxicos que eles vão carregar depende de quanto tempo levam para amadurecer. Quanto mais tempo, mais pulverizações”, explica Navarro. Embora uma parte das toxinas penetre a polpa dos alimentos, é possível diminuir bem a incidência ao lavá-los e deixá-los de molho por meia hora em uma solução de 1 litro de água para 1 colher de bicarbonato de sódio. Depois disso, lavar bem novamente e consumir. O bicarbonato de sódio é eficiente para retirar o agrotóxico contido na casca.

  PEPINO, MAÇÃ, MANGA E MAMÃO – como boa parte dos agrotóxicos está na casca, se a pessoa descasca, já se livra bem deles. O problema, no entanto, é que as fibras da maçã – que são saudáveis – estão na casca. “Lavar bem em água corrente, com uma esponja ou escovinha, ajuda bastante. Se quiser usar detergente, que seja neutro”, diz Navarro. Esses alimentos também podem ser deixados na solução de bicarbonato de sódio.

  Navarro explica que aquelas frutas ou verduras que têm a casca bonita, com aspecto brilhante, sofreram ação de uma cera bactericida e fungicida, que também é um agrotóxico. “Tem que lavar bem com uma escovinha ou esponja, e depois deixar também no bicarbonato de sódio e lavar bem novamente em seguida”.

  ALFACE, COUVE, REPOLHO E CEBOLA– As folhas externas são as que contêm mais agrotóxicos. “É bom tirar ao menos uma ou duas camadas, tanto das folhas como da cebola. Em seguida é preciso lavar bem em água corrente por dois ou três minutos e deixar por meia hora na solução de bicarbonato de sódio. Depois disso, é bom lavar novamente – o bicarbonato não deve ser ingerido”, explica Navarro. O nutrólogo explica que, com esse truque, é possível eliminar praticamente todo o agrotóxico dessas folhas.

  Mas não se assuste com a nova cor que as folhas ganharão: provavelmente elas ficarão um pouco amareladas, fato que, segundo Navarro, não interfere no sabor.

  ABACAXI E LARANJA– Navarro explica que o agrotóxico dessas frutas normalmente fica na casca. “A pessoa vai descascar e pronto. Não tem problema”.

  BATATA – Boa parte dos agrotóxicos entra na polpa, então não há nada que se possa fazer em relação a isso. Para aquele agrotóxico que se concentrou na casca, descascar a batata já elimina. “Passar uma escovinha também”, explica Navarro.

  TOMATE – O nutrólogo explica que o melhor é optar por tomates bem maduros. “Aquele que não está muito maduro ainda, que o agricultor colhe para poder vender e não estragar, contém maior quantidade de agrotóxicos. O maduro não, o agrotóxico vai saindo um pouco”, explica.   Embora a maior parte das toxinas se concentre na polpa, Navarro recomenda também colocar o tomate no bicarbonato de sódio ou retirar a casca, pois essa atitude ajuda a eliminar as toxinas contidas ali.

  CENOURA E BETERRABA – lavar bem em água corrente com uma esponja. A maior parte dos agrotóxicos fica na casca e a esponja já retira, segundo Navarro. “Pode colocar no bicarbonato de sódio também”, acrescenta.

  ARROZ E FEIJÃO – A recomendação é lavar bem em água corrente e não usar o bicarbonato de sódio, já que ele vai interferir no cozimento. “A quantidade de agrotóxicos no arroz e feijão não é tão grande e parte deles serão perdidos na água”, explica o médico.

                                Bicarbonato de Sódio Não Deve Ser Consumido

  Navarro acrescenta que o bicarbonato de sódio foi considerado uma das melhores substâncias para remover agrotóxicos de alimentos, segundo um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Mas é preciso ter atenção para não ingerir esse composto, daí a importância em lavar novamente os alimentos depois de deixá-los de molho na substância de 1 litro de água com 1 colher de sopa de bicarbonato. “O bicarbonato em excesso é alcalino, pode causar náuseas e vômitos."

                                                          ===============

                                                APÊNDICES À MESMA PÁGINA

  ESPECIALISTA INDICA QUE PELO MENOS 30% DE 20 ALIMENTOS NÃO PODERIA ESTAR NA MESA DO BRASILEIRO.

  Os indicadores que apontam o pujante agronegócio como a galinha dos ovos de ouro da economia não incluem um dado relevante para a saúde: o Brasil é maior importador de agrotóxicos do planeta. Consome pelo menos 14 tipos de venenos proibidos no mundo, dos quais quatro, pelos riscos à saúde humana, foram banidos no ano passado, embora pesquisadores suspeitem que ainda estejam em uso na agricultura.

  MAIS: PESQUISADORES ALERTAM PARA EXPANSÃO DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS NO BRASIL  
                                                      [Ver na página original]

  Em 2013 foram consumidos um bilhão de litros de agrotóxicos no País – uma cota per capita de 5 litros por habitante e movimento de cerca de R$ 8 bilhões no ascendente mercado dos venenos.

      ASSISTA: AGROTÓXICOS AFETAM A SAÚDE DE 12 MILHÕES NA ARGENTINA
                                                     [Ver na página original]

  Dos agrotóxicos banidos, pelo menos um, o Endosulfan, prejudicial aos sistemas reprodutivo e endócrino, aparece em 44% das 62 amostras de leite materno analisadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) no município de Lucas do Rio Verde, cidade que vive o paradoxo de ícone do agronegócio e campeã nacional das contaminações por agrotóxicos. Lá se despeja anualmente, em média, 136 litros de venenos por habitante.

  Na pesquisa coordenada pelo médico professor da UFMT Wanderlei Pignati, os agrotóxicos aparecem em todas as 62 amostras do leite materno de mães que pariram entre 2007 e 2010, onde se destacam, além do Endosulfan, outros dois venenos ainda não banidos, o Deltametrina, com 37%, e o DDE, versão modificada do potente DDT, com 100% dos casos. Em Lucas do Rio Verde, aparecem ainda pelo menos outros três produtos banidos, o Paraquat, que provocou um surto de intoxicação aguda em crianças e idosos na cidade, em 2007, o Metamidofóis, e o Glifosato, este, presente em 70 das 79 amostras de sangue e urina de professores da área rural junto com outro veneno ainda não proibido, o Piretroides.

                       VEJA TAMBÉM: AGROTÓXICO CONTAMINA LEITE MATERNO
                                                        [Ver na página original]

  Na lista dos proibidos em outros países estão ainda em uso no Brasil estão o Tricolfon, Cihexatina, Abamectina, Acefato, Carbofuran, Forato, Fosmete, Lactofen, Parationa Metílica e Thiram.

                                                      CHUVA DE LIXO TÓXICO

 “São lixos tóxicos na União Europeia e nos Estados Unidos. O Brasil lamentavelmente os aceita”, diz a toxicologista Márcia Sarpa de Campos Mello, da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional e Ambiental do Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde. Conforme aponta a pesquisa feita em Lucas do Rio Verde, os agrotóxicos cancerígenos aparecem no corpo humano pela ingestão de água, pelo ar, pelo manuseio dos produtos e até pelos alimentos contaminados.

         Mais: Estudante morre após tomar agrotóxico vendido como emagrecedor 
                                                  [Ver na página original]

  Venenos como o Glifosato são despejados por pulverização aérea ou com o uso de trator, contaminam solo, lençóis freáticos, hortas, áreas urbanas e depois sobem para atmosfera. Com as precipitações pluviométricas, retornam em forma de “chuva de agrotóxico”, fenômeno que ocorre em todas as regiões agrícolas mato-grossenses estudadas. Os efeitos no organismo humano são confirmados por pesquisas também em outros municípios e regiões do país.

  O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo a pesquisadora do Inca, mostrou níveis fortes de contaminação em produtos como o arroz, alface, mamão, pepino, uva e pimentão, este, o vilão, em 90% das amostras coletadas. Mas estão também em praticamente toda a cadeia alimentar, como soja, leite e carne, que ainda não foram incluídas nas análises.

  O professor Pignati diz que os resultados preliminares apontam que pelo menos 30% dos 20 alimentos até agora analisados não poderiam sequer estar na mesa do brasileiro. Experiências de laboratórios feitas em animais demonstram que os agrotóxicos proibidos na União Europeia e Estados Unidos são associados ao câncer e a outras doenças de fundo neurológico, hepático, respiratórios, renais e má formação genética.

                                                         CANCER EM ALTA

  A pesquisadora do Inca lembra que os agrotóxicos podem não ser o vilão, mas fazem parte do conjunto de fatores que implicam no aumento de câncer no Brasil cuja estimativa, que era de 518 mil novos casos no período 2012/2013, foi elevada para 576 mil casos em 2014 e 2015. Entre os tipos de câncer, os mais suscetíveis aos efeitos de agrotóxicos no sistema hormonal são os de mama e de próstata. No mesmo período, segundo Márcia, o Inca avaliou que o câncer de mama aumentou de 52.680 casos para 57.129.

  Na mesma pesquisa sobre o leite materno, a equipe de Pignati chegou a um dado alarmante, discrepante de qualquer padrão: num espaço de dez anos, os casos de câncer por 10 mil habitantes, em Lucas do Rio Verde, saltaram de três para 40. Os problemas de malformação por mil nascidos saltaram de cinco para 20. Os dados, naturalmente, reforçam as suspeitas sobre o papel dos agrotóxicos.

  Pingati afirma que os grandes produtores desdenham da proibição dos venenos aqui usados largamente, com uma irresponsável ironia: “Eles dizem que não exportam seus produtos para a União Europeia ou Estados Unidos, e sim para mercados africanos e asiáticos.”

  Apesar dos resultados alarmantes das pesquisas em Lucas do Rio Verde, o governo mato-grossense deu um passo atrás na prevenção, flexibilizando por decreto, no ano passado, a legislação que limitava a pulverização por trator a 300 metros de rios, nascentes, córregos e residências. “O novo decreto é um retrocesso. O limite agora é de 90 metros”, lamenta o professor.

  “Não há um único brasileiro que não esteja consumindo agrotóxico. Viramos mercado de escoamento do veneno recusado pelo resto do mundo”, diz o médico Guilherme Franco Netto, assessor de saúde ambiental da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Na sexta-feira, diante da probabilidade de agravamento do cenário com o afrouxamento legal, a Fiocruz emitiu um documento chamado de “carta aberta”, em que convoca outras instituições de pesquisa e os movimentos sociais do campo ligados à agricultura familiar para uma ofensiva contra o poder (econômico e político) do agronegócio e seu forte lobby em toda a estrutura do governo federal.

                                                         REAÇÃO DA CIÊNCIA

  A primeira trincheira dessa batalha mira justamente o Palácio do Planalto e um decreto assinado, no final do ano passado, pela presidente Dilma Rousseff. Regulamentado por portaria, a medida é inspirada numa lei específica e dá exclusividade ao Ministério da Agricultura _ histórico reduto da influente bancada ruralista no Congresso _ para declarar estado de emergência fitossanitária ou zoossanitária diante do surgimento de doenças ou pragas que possam afetar a agropecuária e sua economia.

  Essa decisão, até então era tripartite, com a participação do Ministério da Saúde, através da Anvisa, e do Ministério do Meio Ambiente, pelo Ibama. O decreto foi publicado em 28 de outubro. Três dias depois, o Ministério da Agricultura editou portaria declarando estado de emergência diante do surgimento de uma lagarta nas plantações, a Helicoverpa armigera, permitindo, então, para o combate, a importação de Benzoato de Emamectina, agrotóxico que a multinacional Syngenta havia tentado, sem sucesso, registrar em 2007, mas que foi proibido pela Anvisa por conter substâncias tóxicas ao sistema neurológico.

  Na carta, assinada por todo o conselho deliberativo, a Fiocruz denuncia “a tendência de supressão da função reguladora do Estado”, a pressão dos conglomerados que produzem os agroquímicos, alerta para os inequívocos “riscos, perigos e danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos” e diz que com prerrogativa exclusiva à Agricultura, a população está desprotegida.

  A entidade denunciou também os constantes ataques diretos dos representantes do agronegócio às instituições e seus pesquisadores, mas afirma que com continuará zelando pela prevenção e proteção da saúde da população. A entidade pede a “revogação imediata” da lei e do decreto presidencial e, depois de colocar-se à disposição do governo para discutir um marco regulatório para os agrotóxicos, fez um alerta dramático:

  “A Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre essas inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida.”

  Para colocar um contraponto às alegações da bancada ruralista no Congresso, que foca seu lobby sob o argumento de que não há nexo comprovado de contaminação humana pelo uso de veneno nos alimentos e no ambiente, a Fiocruz anunciou, em entrevista ao iG, a criação de um grupo de trabalho que, ao longo dos próximos dois anos e meio, deverá desenvolver a mais profunda pesquisa já realizada no país sobre os efeitos dos agrotóxicos – e de suas inseparáveis parceiras, as sementes transgênicas – na saúde pública.

  O cenário que se desenha no coração do poder, em Brasília, deve ampliar o abismo entre os ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento, de um lado, e da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, de outro. Reflexo da heterogênea coalizão de governo, esta será também uma guerra ideológica em torno do modelo agropecuário. “Não se trata de esquerdismo desvairado e nem de implicância com o agronegócio. Defendemos sua importância para o país, mas não podemos apenas assistir à expansão aguda do consumo de agrotóxicos e seus riscos com a exponencial curva ascendente nos últimos seis anos”, diz Guilherme Franco Netto. A queda de braços é, na verdade, para reduzir danos do modelo agrícola de exportação e aumentar o plantio sem agrotóxicos.

                                                        CASO DE POLÍCIA

  “A ciência coloca os parâmetros que já foram seguidos em outros países. O problema é que a regulação dos agrotóxicos está subordinada a um conjunto de interesses políticos e econômicos. A saúde e o ambiente perderam suas prerrogativas”, afirma o pesquisador Luiz Cláudio Meirelles, da Fiocruz. Até novembro de 2012, durante 11 anos, ele foi o organizador gerente de toxicologia da Anvisa, setor responsável por analisar e validar os agrotóxicos que podem ser usados no mercado.

  Meirelles foi exonerado uma semana depois de denunciar complexas falcatruas, com fraude, falsificação e suspeitas de corrupção em processos para liberação de seis agrotóxicos. Num deles, um funcionário do mesmo setor, afastado por ele no mesmo instante em que o caso foi comunicado ao Ministério Público Federal, chegou a falsificar sua assinatura.

  “Meirelles tinha a função de banir os agrotóxicos nocivos à saúde e acabou sendo banido do setor de toxicologia”, diz sua colega do Inca, Márcia Sarpa de Campos Mello. A denúncia resultou em dois inquéritos, um na Polícia Federal, que apura suposto favorecimento a empresas e suspeitas de corrupção, e outro cível, no MPF. Nesse, uma das linhas a serem esclarecidas são as razões que levaram o órgão a afastar Meirelles.

  As investigações estão longe de terminar, mas forçaram já a Anvisa – pressionada pelas suspeitas –, a executar a maior devassa já feita em seu setor de toxicologia, passando um pente fino em 796 processos de liberação avaliados desde 2008. A PF e o MPF, por sua vez, estão debruçados no órgão regulador que funciona como o coração do agronegócio e do mercado de venenos.

  FONTE: IG – SEÇÃO: ALIMENTAÇÃO E BEM ESTAR
“CONHEÇA ALGUNS TRUQUES PARA ELIMINAR OS AGROTÓXICOS DE FRUTAS E VERDURAS.”Publicado no IG, Domingo, 31 de Agosto de 2014 - http://www.ig.com.br/

Rayom Ra
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Como Controlar Colesterol e Triglicerídios Sem Remédios



                                                Especial por THAIS MANARINI
                
  Em muitos casos, uma dieta saudável basta para manter os dois em níveis seguros.

  Colesterol: é possível controlá-lo sem remédios.

  Apesar de serem vistos como vilões, o colesterol e os triglicérides são dois tipos de gorduras essenciais para o organismo.

  O primeiro é necessário para a produção de novas células, sais biliares, vitamina D e de hormônios esteróides – como testosterona e progesterona. Já o segundo tem como principal função regular a reserva de energia.

  O problema é que em excesso ambos trazem prejuízos à saúde.

  De acordo com a nutricionista Joana Lucyk, da Clínica Saúde Ativa, de Brasília (DF), a primeira medida para barrar a evolução dessa dupla é modificar a dieta. “Essa é a forma preferencial de tratamento”, afirma.

 Veja 20 alimentos que reduzem o colesterol: [clicar fotos no artigo original].

  São os seguintes:
 
  1. Peixes ricos em ômega 3 - (salmão, atum, bacalhau, etc): essa substância auxilia no controle e na redução do colesterol e dos triglicérides.
  2. Soja e derivados - rica em vitamina E. Aumenta o nível do HDL (o colesterol bom).
  3. Tomate - ajuda prevenir contra o câncer de próstata; reduz o colesterol.
  4. Chia - rica em fibras e Ômega 3, ajuda reduzir o colesterol.
  5.  Laranja, limão e outras frutas cítricas - ricas em fibras solúveis e altas doses de vitamina C. Ajuda reduzir o colesterol.
  6.  Nozes em geral - reduzem o colesterol; ricas em gorduras e no sangue reduzem o LDL (o colesterol ruim).
  7. Morango e frutas vermelhas - antioxidantes, inibem o colesterol ruim o LDL.
  8. Quinua - fibras e saponina. Ajuda a reduzir o colesterol produzido no fígado.
  9. Óleos vegetais de canola e girassol - ricos em fitoesteróis, substâncias que barram a gordura direta. 
  10. Linhaça - contem Ômega 3 e ácido linoléico; ajuda no controle do colesterol alto e glicose no sangue.
  11. Quiabo - contem fibras solúveis. Ajudam contra o colesterol alto no sangue.
  12. Alho - contem saponina que ajuda contra o colesterol ruim.
  13. Beringela (contem principalmente na casca) antocianina que ajuda na redução do colesterol e triglicérides. 
  14. Uva e suco de uva - contem o milagroso revesratrol.
  15. Cebola - anti-inflamatório; impedem a formação de coágulos no sangue.
 16. Maçã - contem fibras solúveis e altas doses de flavonoides e antioxidantes contra o colesterol no sangue.
  17. Feijão - rico em fibras solúveis: reduz o colesterol total e o LDL. 
  18. Cevada e outros grãos integrais - contem fibras, selênio, beta glucagon, contra o LDL.
  19. Abacate - contem ácido oléico, contra o LDL e ajuda o HDL no sangue.
  20. Aveia - contem fibra contra o LDL. 3gramas de aveia pode reduzir 20% do colesterol total.

  A psicopedagoga Márcia Cristina da Silva Neves Luciano, 42 anos, de São Paulo, SP, é uma das que conseguiu reduzir as taxas de colesterol e triglicérides, que estavam no limite, só com a mudança de hábitos. “Optei por não tomar remédios. Por isso, passei a controlar a dieta fazer exercícios, como caminhada e Pilates”, diz.

  Um dos principais desafios enfrentados por Márcia foi diminuir o consumo de massas – ela é fã confessa de pãezinhos e bolos. Para tornar o pecado mais saudável, ela trocou o pão francês tradicional por um feito com farinha integral e aveia. Nos pratos preparados em casa, também substituiu a farinha de trigo por sua versão integral. Com a ajuda de uma nutricionista ensinou a substituir o óleo de soja pelo azeite nas preparações, assim como a aumentar o consumo de frutas e legumes.


  O café-da-manhã, que antes era feito às pressas, hoje é um momento sagrado para Márcia. “Aprendi que preciso fazer essa refeição em casa, tranquilamente. Assim não ataco a cesta de pães e as guloseimas servidas no trabalho pela manhã”, observa. Com esses pequenos ajustes, a psicopedagoga conseguiu, em aproximadamente 90 dias, fazer os índices de colesterol e triglicérides voltarem ao normal. Para seguir seu exemplo, aprenda mais sobre as duas substâncias e descubra quais alimentos são aliados na empreitada.

  Colesterol

  Enquanto uma parte dessa gordura é produzida pelo fígado, a outra chega por meio da alimentação. No sangue, ela circula ligada a proteínas, formando partículas – as que mais se destacam são a LDL e HDL. “A principal diferença entre elas é que a LDL carrega o colesterol para os tecidos do organismo, enquanto a HDL o despacha para o fígado, onde acontece sua eliminação sobre a forma de sais biliares”, conta a nutricionista Fernanda Serpa, membro da diretoria do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional (CBNF).

  É daí que vem a má fama da LDL: quando aparece em grandes quantidades, ele contribui para a formação de placas de gordura (ateromas). Essas, por sua vez, podem obstruir a circulação de um órgão importante, como o coração, levando a eventos como o infarto. Segundo Joana, há casos em que a genética do paciente leva a desequilíbrios nos níveis de colesterol. Nos outros, a alimentação costuma ser o grande gatilho para o surgimento do problema.


  Portanto, para não ter surpresas desagradáveis ao se submeter ao exame de sangue (que deve ser realizado anualmente), é bom ficar de olho naquilo que coloca no prato. Alimentos de origem animal, por exemplo, são campeões em colesterol. Por outro lado, há aqueles que são verdadeiros aliados, pois ajudam a reduzir as taxas dessa substância no sangue. Veja as orientações:

  Não exagere em...

   Carnes e embutidos pedem consumo moderado.
  Carnes, especialmente as gordurosas, vísceras (fígado, miolo, miúdos), embutidos, peles de aves e asa de frango.

  Laticínios (leite integral, queijos amarelos, creme de leite, molhos gordurosos)Frutos do mar (camarão, lula, etc.)

  Manteiga (bolos prontos, tortas, massa folheada, biscoitos amanteigados).

  Banha de porco. Sorvete, biscoitos recheados, leite condensado, chocolate (o branco é o pior) fast food e salgados (principalmente os folheados).

  Inclua na dieta

  Aveia: ela contém uma fibra que auxilia na redução do colesterol LDL. Segundo a diretora da Nutconsult, estudos demonstraram que pacientes que consumiam 3 gramas dessa fibra conseguiram uma redução de 8 a 23% no colesterol total. Para consumir esse valor, é preciso comer cerca de duas colheres de sopa cheias de farelo de aveia. “É no farelo que encontramos a maior concentração dessa fibra”, explica Fernanda.


  Soja: a agência reguladora de alimentos e medicamentos FDA (Food and Drug Administration) sugere o consumo de 25 gramas de proteína de soja ao dia para evitar o aparecimento de doenças do coração, já que auxilia na redução dos níveis de LDL e colesterol total.

  Fitoesteróis: essas substâncias são encontradas nos vegetais (como semente de girassol) e também barram a absorção de gordura da dieta, o que favorece a redução do colesterol. “É preciso consumir 1,6 gramas de fitoesteróis diariamente para observar uma diminuição de 8 a 15% nas taxas de colesterol”, informa Fernanda. Como eles não são tão abundantes assim nos vegetais, a indústria alimentícia decidiu isolá-los. Sendo assim, podem ser encontrados em produtos como margarinas e iogurtes.

  Antioxidantes: eles (e aqui se destacam os flavonóides) podem inibir a oxidação das partículas LDL, diminuindo seu poder de obstrução de vasos sanguíneos. Os flavonóides são encontrados principalmente em vegetais verde-escuros, frutas (como cereja, amora, uva, morango, jabuticaba e maçã), grãos (linhaça, soja, etc), sementes, castanhas, condimentos e ervas (cúrcuma, orégano, cravo e alecrim) e também em bebidas, como vinho, suco de uva e chás.

  Triglicérides

  A nutricionista de Brasília comenta que o consumo elevado de carboidratos simples e refinados e bebidas alcoólicas pode fazer as taxas de triglicérides irem às alturas. Quando isso acontece, além de complicações cardiovasculares e diabetes, a pessoa fica mais sujeita a desenvolver pancreatite e sofrer redução dos níveis de HDL, aquela partícula considerada benéfica por facilitar a eliminação do colesterol pelo organismo.

  A boa notícia é que ao adotar uma dieta uma dieta equilibrada, os efeitos positivos sobre os níveis de triglicérides não demoram a aparecer. “A resposta à modificação alimentar é muito mais rápida e fácil nesses casos do que naqueles de colesterol elevado”, compara Fernanda Serpa.

  Aprenda como montar o cardápio:

  • Não exagere no açúcar: dependendo do caso, vale substitui-lo por adoçantes.

  • Limite a quantidade de carboidratos: não consuma em uma mesma refeição arroz, macarrão, batata e farofa. “Opte por apenas uma fonte de carboidrato e, se possível, em sua versão integral”, sugere a diretora da Nutconsult, do Rio de Janeiro.

  • Controle a ingestão de doces em geral, como refrigerantes, sucos em caixa já adoçados, sobremesas, balas, etc.

  Inclua na dieta:

  Alimentos ricos em ômega 3. Fernanda conta que essa substância auxilia no controle e redução dos triglicérides e, por isso, deve fazer parte da alimentação. Para obtê-la, basta apostar em peixes, como cavala, sardinha, salmão, atum, bacalhau e arenque.

  A recomendação, segundo a nutricionista, é de 180 gramas do alimento durante a semana. “Pode-se optar também por cápsulas contendo óleo de peixe. Mas, nesse caso, é importante procurar por um nutricionista ou médico para prescrição do suplemento”, observa.

  Mão na massa

  Muitas pessoas têm dúvidas de como incluir os alimentos citados no dia-a-dia. Por isso, Fernanda Serpa, diretora da Nutconsult Consultoria Nutricional, preparou algumas dicas práticas.

  Prefira o farelo de aveia, pois é nele que está concentrada a maior parte da fibra solúvel responsável pelos efeitos redutores da absorção da gordura da dieta. A dose? Duas colheres de sopa ao dia podem ser usadas em cima de frutas (como a banana picada), da salada de frutas ou com feijão (substituindo a farinha). Outra alternativa é misturar o farelo a vitaminas.

  A soja pode ser utilizada como proteína texturizada de soja (PTS). Assim, é possível usá-la no lugar da carne moída, depois de hidratada e refogada, ou em conjunto com a carne bovina para fazer a carne moída.

  Aumentar o consumo de vegetais é fundamental para combater o colesterol alto.

 A quantidade de peixe recomendada é de 180 gramas por semana, o que corresponde a três porções pequenas ou duas porções grandes de peixe (sardinha, anchova, arenque, salmão, atum, etc).

  Os fitosteróis são encontrados em margarinas e iogurtes enriquecidos. Nesses casos, a recomendação é de 20 gramas de margarina (1 colher de sopa) ou um pote de iogurte.

  Os antioxidantes devem ser adquiridos por meio do consumo de quatro frutas ao dia e de vegetais e legumes no almoço e jantar (várias cores para adquirir diferentes fitoquímicos). Além disso, vale apostar em chá verde, suco de uva integral e farelo de linhaça.

 
                    Por IG SÃO PAULO  - Especial por THAIS MANARINI
                                            Editado na Internet em 25-08-2014.
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