MÓDULO II
Este
é um trabalho de reedição ao qual estamos chamando de “Luzes no Caminho”. É um
Programa construído sobre comunicações esotéricas de textos já editados e agora
coordenados em blocos. A finalidade é de facilitar ao leitor na busca de conhecimentos,
na inspiração ao serviço, nas suas reflexões bem como nas práticas de
exercícios para benefícios de suas áreas humanas física, emocional,
psicológica, mental e espiritual.
LUZES NO CAMINHO [35]
O PROBLEMA DO SEXO [III]
TRATADO SOBRE OS SETE RAIOS VOL.1
PSICOLOGIA ESOTÉRICA
2. O Sexo na Nova Era
Fazer uma profecia é sempre uma coisa
perigosa, mas enunciar uma previsão das tendências gerais em presença é muitas
vezes possível.
No decorrer dos próximos duzentos anos as
velhas influências sob as quais temos vivido irão, gradualmente, desaparecendo
e novas potências irão fazer sentir a sua presença. Dizem-nos que três coisas
caracterizarão a Era de Aquário e que elas dependerão da influência de três
planetas que governam os três decanatos do signo. Primeiramente, teremos a
atividade de Saturno que estabelecerá a bifurcação dos caminhos e oferecerá as
oportunidades àqueles que forem capazes de as realizar. Teremos, portanto, um
período de disciplina e um ciclo em que se tomarão decisões e por meios dessas
decisões discriminativas a humanidade conhecerá os seus direitos da
primogenitura. Esta influência é agora
fortemente sentida.
Depois, mais tarde, teremos a influência de
Mercúrio no segundo decanato, afluindo luz, uma iluminação mental e espiritual
que permitirá uma interpretação mais exata do ensino da Loja dos Mensageiros. O
trabalho no primeiro decanato permitirá a muitos fazer estas escolhas e
esforços que os tornarão capazes de transferir as energias dos centros
inferiores para os centros superiores e de dirigirem o foco de suas atenções
para cima do diafragma. O trabalho do segundo decanato permitirá àqueles que
estiverem preparados fundir a personalidade com a alma, e assim, como já
indiquei, a luz brilhará e o Cristo nascerá neles.
Durante o terceiro decanato veremos inaugurar
a Fraternidade e Vênus fará o controle pelo amor inteligente. Será realçada a
unidade de grupo e não o indivíduo, e o altruísmo e a cooperação tomarão
firmemente o lugar da separatividade e da competição.
Em nenhum setor da vida se sentirão tão
fortemente estas mudanças como na atitude que tomará o homem respeitante ao
sexo e ao reajustamento das relações do casamento. Esta nova atitude desenvolver-se-á
gradualmente e seguirá o lento desenvolvimento da ciência da psicologia.
Na medida em que o homem compreenda a sua
tríplice natureza e penetre na natureza da sua consciência e no profundo de seu
próprio subconsciente, se fará gradual e automaticamente uma mudança na atitude
dos homens a respeito das mulheres e estas a respeito de seu destino. Esta
mudança necessária não será o resultado de medidas legais ou de decisões
tomadas pelos representantes do povo para enfrentar os desastres do presente;
essas mudanças aparecerão lentamente, como resultado do interesse inteligente
das três próximas gerações. Os jovens que encarnarem agora e aqueles que vierem
durante o século próximo mostrarão melhor preparação para enfrentarem o
problema do sexo porque podem ver mais claramente do que os da geração
precedente e pensarão em termos mais amplos do que correntemente. Serão mais
conscientes de grupo, menos individualistas e menos egoístas; interessar-se-ão
mais com as novas ideias do que com velhas teologias e serão mais livres de
preconceitos e menos intolerantes do que a maioria dos homens bem intencionados
de hoje.
A psicologia começa justamente a entrar na
sua própria esfera e a compreender a sua função; dentro de cem anos, porém,
será a ciência dominante e os novos métodos da educação, baseados na psicologia
científica, serão completamente refundidos em métodos modernos. A ênfase no
futuro será concentrada na determinação do propósito da vida do homem. Isto
será realizado graças ao conhecimento do seu raio, pela análise do seu
equipamento (e em que a sua vocação psicológica é o débil primeiro passo) pelo
estudo de seu horóscopo quando apresentado numa base perfeita do controle da
mente e também no treino da sua memória para a aquisição de informações.
Será dada grande atenção aos processos para
se poder integrar a personalidade, fortificar e purificar as qualidades de sua
vida, tudo o que tenha em vista torná-lo consciente e útil ao seu grupo. Este é
o fator importante. A síntese, a pureza física, a descentralização e o bem do
grupo serão as notas-chaves do ensino a ministrar. Ensinar-se-á o controle
emocional e do pensamento reto e quando alcançados adquirir-se-á
automaticamente a consciência das realidades espirituais e a vida se
subordinará ao propósito de grupo.
As relações humanas serão inteligentemente
dirigidas e as relações entre ambos os sexos inspirar-se-ão não apenas no amor
e no desejo, mas ainda na compreensão inteligente do verdadeiro significado do
casamento. O que antecede pode aplicar-se à maioria inteligente e bem
intencionada que terá desenvolvido os seus padrões no decorrer das próximas
décadas, de modo que personificarão os sonhos e ideias dos visionários mais
avançados de hoje. O irrefletido, o preguiçoso e o estúpido terão, não
obstante, vantagens, mas a evolução progredirá a largas passadas e a ordem se
restabelecerá.
Não posso predizer as leis que se promulgarão
para controlar as pessoas neste tão difícil problema do sexo, nem quais serão
as leis sobre o casamento dado que não faz parte de meu propósito vaticinar;
resta-me esperar e ver como os legisladores das nações irão tratar o problema.
Não estou interessado em especular.
Mas o que posso e considerarei aqui para vós
são as premissas básicas que se encontram subjacentes aos melhores pensamentos
do futuro no assunto do sexo e do casamento. Estas premissas são três; quando
forem compreendidas, captadas e se integrarem nas ideias da época formarão a
base de todos os reconhecidos padrões de vida lógica com detalhes, o seu modo,
onde e quando atuarão e que por si mesmos serão aplicados.
1. A relação entre os sexos e a forma de
encarar o casamento serão considerados como uma parte da vida e ao serviço ao
bem do grupo; este conceito não poderá ser o resultado de leis reguladoras do
casamento, mas como consequência da educação sobre as relações de grupo, do
serviço e da lei do amor compreendido praticamente e não apenas o aspecto
sentimental. Os homens e mulheres quando se compreenderem como células dum
organismo vital, as suas atividades e perspectivas serão coloridas por esta
realização. Será considerado como um fato da natureza e como um produto de
passados ciclos evolutivos e não como uma teoria e uma esperança como é hoje o
caso. Estudar-se-á o que é melhor para o grupo e o que é necessário para
promover a eficiência de uma unidade do grupo. Os homens viverão cada vez mais
no mundo das ideias e da compreensão e menos no mundo dos desejos desenfreados
e do instinto animal. O amor entre os homens e mulheres será cada vez mais
sincero do que é hoje e não será meramente emocional, e assentarão também na
inteligência.
À medida que o impulso criador se elevar do
centro sacro para o centro da garganta o homem viverá menos intensamente os
seus impulsos físicos sexuais e mais fortemente sua expressão criadora. A sua
vida no plano físico seguirá um curso normal longo, mas é necessário que os
homens compreendam como hoje satisfaz a sua natureza sexual que é anormal e
irregular e que é preciso chegar a uma sensata normalização. O desejo ardente
do prazer egoísta e a satisfação do impulso animal são instintivamente justos
quando regulados, mas é um agravo devastador quando unicamente se prostitui
pelo prazer, devendo ser substituídos pela decisão mútua das duas partes em
causa. Esta decisão satisfará a necessidade natural de maneira correta e
regular. Hoje geralmente sacrifica-se uma parte, seja por indevida abstinência
ou por um pudor inconveniente.
2. A segunda premissa é baseada no grau
evolutivo alcançado e para o seu reto cumprimento é necessária a verdadeira
integração da personalidade. Esta regra poderia ser expressa como segue: o verdadeiro
casamento e justa relação sexual deveria compreender a união dos três aspectos
da natureza do homem; deveria haver um encontro nos três níveis da consciência,
ao mesmo tempo – o físico, o emocional e o mental. Para que um homem e uma
mulher sejam verdadeiramente felizes devem ser complementares nos três aspectos
da sua natureza e existir a união simultânea nesses três aspectos. Isso é raro
e pouco frequente encontrar um caso! Não é necessário insistir nesse ponto
porque esta verdade é evidente e foi muitas vezes repetida. Mais trade e num
futuro não muito afastado, veremos casamentos que se basearão no
desenvolvimento da personalidade integrada e só se encontrarão no casamento
sagrado aqueles que tenham alcançado o mesmo ponto no trabalho de transferir os
centros inferiores para os centros superiores; um casamento será considerado
indesejável e as partes díspares quando um dos cônjuges viva uma vida de
personalidade purificada centrada acima do diafragma e a outra parte a vida dum
animal inteligente centrado abaixo do diafragma. Finalmente, muitos poucos
escolherão os seus cônjuges entre aqueles nos quais Cristo tenha nascido e
expressem a vida crística. Mas esse tempo ainda não chegou salvo em muitas
raras exceções.
3. O terceiro princípio governante será o
desejo de proporcionar corpos sãos, bons e belos para a vinda de egos. Isto não
é possível hoje no nosso mal regulado sistema de coabitação. A maioria das
crianças que nasce agora forma-se acidentalmente ou não são desejadas. Algumas,
naturalmente, são desejadas, mas mesmo nesses casos foram-no por razões de
herança, transmissão de bens para perpetuar a linhagem, ou ainda para
materializar uma ambição insatisfeita. Chegará o dia em que os nascimentos
serão desejados e controlados e quando ele chegar os discípulos e iniciados
encarnarão mais rapidamente. Então terá lugar uma correta preparação antes de
qualquer impulso sexual e as almas serão atraídas para os seus pais, segunda a
qualidade ou o desejo destes, da pureza dos seus motivos e do seu trabalho
preparatório.
Quando estes três motivos forem
cuidadosamente estudados e quando os homens e mulheres moldarem as suas
relações no plano físico nas suas responsabilidades de grupo, na união
simultânea dos três planos e ofereçam a oportunidade para a vinda de almas,
então, na verdade, veremos restabelecido o aspecto espiritual do casamento.
Veremos a vinda da boa-vontade nesta era tornar-se característica predominante
com o desaparecimento do propósito egoísta e do instinto animal.
3. Algumas Sugestões
para o Presente Ciclo
Ocupei-me da análise da situação do presente
e indiquei o futuro ideal que é impossível ainda realizar. Isto está certo, mas
deixa um vazio na nossa mente que deve ser preenchido. A questão que se põe
presentemente pode-se formular nos seguintes termos:
Dada a exatidão da minha exposição sobre as
graves condições atuais, pela possibilidade de uma maior aproximação do ideal
apresentada num futuro distante, é possível no nosso tempo encontrar o caminho
que leve aos ajustamentos necessários na questão do sexo? Sem dúvida que é, e
formulo a minha resposta da seguinte forma:
Quando forem repetidamente apresentados à
mente do público alguns postulados (quatro em número) produzir-se-ão sobre a
educação da opinião pública tais efeitos que conduzirão às atividades
necessárias. Mas o primeiro passo está na educação do público e na sua
compreensão das quatro leis essenciais. A correção das condições atuais virá
como uma manifestação do seio da própria humanidade e não como regulamento
imposto do exterior. A preparação da consciência pública deve, portanto, ir
avançando constantemente e assim assentarão as bases das mudanças posteriores.
Desejava recordar-lhes que as três próximas
gerações (compreendendo a juventude atual) atrairão à encarnação um grupo de
indivíduos que se apresentarão melhor preparados, que tirarão a humanidade do
atual impasse. É preciso recordar esse fato que se esquece frequentemente.
Sempre houve em todas as épocas da história da humanidade seres capazes de
resolver os problemas que surgem e que são enviados precisamente para esse fim.
Em última análise, esse problema do sexo é
temporário e embora poucos acreditem deriva dum erro fundamental – o de se ter
prostituído as faculdades dadas por Deus, utilizando-as para fins egoístas, em
vez de serem consagradas para o propósito divino. O homem deixou-se arrastar
por sua natureza instintiva animal e só numa clara compreensão da verdadeira
natureza do seu problema terá suficiente força para conduzi-lo na Nova Era, no
mundo da intuição e na reta ação. O homem tem que aprender e captar
internamente que o principal fim do sexo não é a satisfação de apetites, mas a
criação de corpos físicos por meio dos quais a vida se exprime.
Tem que se aprender a natureza do simbolismo
que se encontra por detrás da relação sexual e por esse meio aperceber-se do
alcance das relações espirituais. A Lei do Sexo é a lei destas relações pelas
quais a vida e a forma são postas em contato para realizar-se o propósito
divino. Esta é a lei fundamental da criação e é tão verdadeira para a Vida que
encarna num sistema solar como no nascimento de um animal ou no aparecimento
duma planta através da semente.
“Sexo” é uma palavra que usamos para designar
a relação que existe entre esta energia que chamamos “vida” e o conjunto de
unidades de força por meio das quais essa energia se expressa e constrói uma
forma. Inclui a atividade que tem lugar os pares de opostos quando são postos
em contato e pelos quais são unidos para conduzir a uma terceira realidade.
Esta terceira realidade ou resultado dá testemunho desta relação e outra vida
aparece. Portanto, há sempre: relação, união e nascimento. Estas três palavras
contêm o verdadeiro significado do sexo. Mas o homem perverteu a verdade e
perdeu o seu verdadeiro significado. Presentemente, o sexo significa a
satisfação do desejo do macho pelo prazer sensual e em aliviar o apetite físico
através da prostituição do aspecto feminino desse desejo e apetite.
Esta relação não conduz ao resultado que era
desejado, mas a uma passageira satisfação e tudo confinado na natureza animal e
no plano físico.
Estou largamente generalizando e quero
recordar que há exceções em todas as generalizações. Desejo acrescentar também
que não creiam que considero apenas o homem responsável pela atual situação
quando digo que o homem utiliza a mulher para o seu prazer. Não poderia dizer
isso quando sei que cada ser humano é ciclicamente homem e mulher; que os
homens de hoje foram mulheres e estas foram homens em vidas precedentes. Não há
sexo como nós compreendemos, sob o ponto de vista de almas; só existe na vida
das formas; unicamente para efeitos de diferenciação nos propósitos das experiências
o espírito encarnante do homem ocupa um corpo masculino e depois um feminino,
desenvolvendo assim os aspectos positivo e negativo da vida na forma. Toda a
raça é igualmente culpada e todos devem estar ativos no processo de criar
condições corretas e por ordem no presente caos.
Portanto, o primeiro postulado que deve ser
declarado e visando a educar o público é que todas as almas encarnam segundo a
Lei da Reencarnação. Daí resulta que não só em cada vida se recapitulam as
experiências anteriores como se reassumissem antigas obrigações; se
restabelecem velhas relações, se oferece a oportunidade de saldar dívidas
antigas, a possibilidade de retribuir e de progredir e de despertar qualidades
profundamente arreigadas, de reconhecer velhos amigos e inimigos, de reparar
injustiças e de explicar o que condiciona o homem e faz o que ele é. Tal é a
Lei que reclama ser reconhecida agora universalmente e que, quando for
compreendida por pessoas inteligentes, ajudará a resolver os problemas do sexo
e do casamento.
Por que será isso assim? Porque quando essa Lei for admitida como
princípio intelectual governante todos os homens andarão mais cautelosamente
pelo caminho da vida e procederão com crescente cuidado no cumprimento das
obrigações para com a família e o grupo. Eles saberão isso muito bem “tudo o
que um homem semeie, assim colherá” e recolherá aqui e agora e não em algum
místico ou mítico céu ou inferno; ele terá de fazer os seus ajustamentos na
vida de todos os dias na Terra e aqui estabelecerá o céu adequado e um inferno
mais adequado ainda. A difusão desta doutrina da reencarnação, o seu
reconhecimento e comprovação científica prossegue com rapidez, e durante os
próximos dez anos será esse o objeto de maior atenção.
O segundo postulado fundamental foi enunciado
por Cristo quando disse “ama o teu próximo como a ti mesmo”. Temos prestado
pouca atenção agora a este enunciado. Amamo-nos a nós próprios e temos
murmurado que amamos aqueles de quem gostamos. Mas amar universalmente porque o
nosso próximo é uma alma como nós, de natureza essencialmente perfeita e com um
destino infinito, foi sempre considerado como um sonho belo a realizar num
futuro muito distante e num céu tão longínquo que o melhor era esquecê-lo.
Decorreram, mais de dois mil anos em que a
maior expressão do amor de Deus deambulou pela Terra e disse que nos amássemos
uns aos outros. Contudo, lutamos, odiamos e utilizamos os nossos poderes para
fins egoístas, para os nossos corpos e apetites, para prazeres materiais e a
maior parte dos esforços na vida é dirigido principalmente para satisfazer o
egoísmo pessoal.
Já consideraram como seria o mundo de hoje se
o homem tivesse escutado as palavras de Cristo e tivesse procurado obedecer aos
seus Mandamentos? Ter-se-ia eliminado muitas doenças (as doenças provenientes
do abuso sexual que dão largas percentagens aos nossos males físicos e que
devastam a nossa civilização moderna), não existiriam guerras, teríamos
reduzido o crime ao mínimo e a nossa vida moderna seria uma exemplificação da
divindade manifestada. Mas não foi este o caso e daí as nossas atuais condições
mundiais.
Mas a nova Lei deve e será enunciada. Ela
pode ser resumida pelas seguintes palavras: que
o homem viva de tal modo que a sua vida seja inofensiva. Assim, nenhum mal
atingirá o grupo proveniente de pensamentos, atos e palavras. Isto não
significa inofensividade negativa, mas antes uma atividade positiva embora
difícil. Se este elevado e prático parafraseado das palavras de Cristo fosse
universalmente promulgado e praticamente aplicado surgiria a ordem do caos e o
amor de grupo substituiria o egoísmo pessoal, a unidade religiosa tomaria o
lugar da intolerância fanática e teríamos o controle dos desejos em vez de
licença.
As duas leis que proclamei e os dois
postulados enunciados podem parecer lugares-comuns, mas são verdades universais
e reconhecidas, e uma verdade é um enunciado científico. Se se modelasse a vida
de acordo com estes dois reconhecimentos (A Lei da Reencarnação e a Lei do
Amor) salvava-se a humanidade e reconstruir-se-ia a nossa civilização. Talvez
sejam simples demais para poderem evocar reconhecimento. Mas o poder neles
oculto é o próprio poder da divindade e o seu reconhecimento é uma questão de
tempo que a evolução forçará em data ainda distante. A idealização para que
esse reconhecimento chegue mais cedo está nas mãos dos discípulos e dos
pensadores de hoje.
A terceira lei fundamental essencial à
solução dos nossos problemas modernos, incluindo o do sexo, resulta normalmente
das outras duas leis. É a Lei da Vida de Grupo. As nossas relações de grupo
devem ser observadas e reconhecidas. Não só o homem deve cumprir amorosamente
às suas obrigações familiares e nacionais como também pensar em termos mais
vastos da própria humanidade e dar expressão à Lei da Fraternidade. A
Fraternidade é uma qualidade de grupo. A juventude que nasce agora apresentará
na vida uma preparação com mais profundo sentido da noção de grupo e a sua
consciência de grupo terá um desenvolvimento mais amplo do que tem tido até
agora.
Resolverão os seus próprios problemas
incluindo o do sexo e se interrogarão sempre que se apresentar uma situação
difícil: a ação que vou empreender tenderá para o bem do grupo?
O grupo será prejudicado ou sofrerá se eu
fizer isto ou aquilo? Isso beneficiará o grupo e obterá progresso, integração e
unidade? E então toda a ação que não estiver à altura dos requisitos do grupo
será automaticamente repelida. Nas decisões dos problemas o indivíduo e a
unidade pouco a pouco aprenderão a subordinar o bem e prazeres pessoais às
condições e requisitos de grupo. Poderão então observar que o problema do sexo
terá também solução. A compreensão da Lei da Reencarnação, a boa vontade para
com todos os homens, expressando-se como inofensividade e um desejo para obter
boa vontade de grupo tornar-se-ão gradualmente fatores determinantes na
consciência racial e a nossa civilização se ajustará com o tempo a estas novas
condições.
O postulado final que quero salientar é que
se cumpram estas três leis que conduzirão necessariamente a um desejo urgente
de obedecer também à lei do país onde uma alma determinada encarnou. Não é
necessário dizer, pois o sei bem, quanto são inadequadas as leis feitas pelos
homens. Elas podem ser e são temporárias e de insuficiente precisão. Podem
falhar os seus objetivos e serem inadequadas, mas apesar disso protegem os mais
fracos em certa medida e podem ser consideradas como sendo um elo entre aqueles
que procuram ajudar a raça.
Estas leis estão sujeitas a mudanças porque o
efeito das três grandes leis faz-se sentir enquanto não são inteligentemente
reformadas (o que pode levar tempo), mas agem como barreira contra a licença e
o egoísmo. Podem também causar sofrimento. Ninguém o pode negar. Mas estes
sofrimentos não serão tão maus nem de efeitos tão duradouros em relação àquilo
que resultaria se fossem suprimidas e por consequência houvesse um ciclo sem
leis. É por isso que o servidor da raça coopera com a lei do país onde vive,
trabalhando ao mesmo tempo na remoção das injustiças que essas leis possam
produzir e em melhorar as imposições legais que pesam sobre os habitantes desse
país.
É no reconhecimento dessas quatro leis – a da
Reencarnação, a do Amor, de Grupo e do País – que veremos a salvação da raça.
4. O
Sexo e o Discipulado
Quero dizer algumas palavras sobre o sexo na
vida do discípulo. Há grande confusão no espírito dos aspirantes sobre o
assunto e na maneira de considerar o celibato que está assumindo uma feição de
doutrina religiosa. Ouvimos muitas vezes indivíduos bem intencionados, mas sem
lógica que, se um indivíduo é um discípulo, não pode casar-se e que não há
verdadeira realização espiritual a menos que se seja celibatário. Esta teoria
tem as suas origens em duas coisas:
Primeira, houve no Oriente uma atitude errada
respeitante às mulheres. Segunda, no Ocidente, prevaleceu depois da vinda de
Cristo a tendência para conceber a vida espiritual apenas nos conventos e
monastérios. Estas duas atitudes expressam duas ideias falsas e são as raízes
de muita incompreensão e a base de muito mal. O homem não é melhor que a mulher
e nem a mulher é melhor que o homem. Contudo, contam-se por muitos milhares
aqueles que consideram a mulher como a personificação do mal e do que constitui
a base da tentação. Mas Deus ordenou que os homens e mulheres se ajudassem nas
suas necessidades e agissem como complemento um do outro. Deus não ordenou que
os homens vivessem juntos como rebanho separados das mulheres nem estas
separadas dos homens; e são esses dois grandes sistemas que conduziram a muitos
abusos sexuais que geraram muito sofrimento.
A crença de que para ser discípulo é preciso
levar uma vida de celibato e observar completa abstinência no que se refere às
funções naturais nem é correta nem desejável. Isto pode ser evidenciado pelo
reconhecimento de duas coisas:
A primeira é que se a divindade é
verdadeiramente uma realidade é uma expressão de onipotência e onipresença e
ainda mais onisciência e se o homem é essencialmente divino, então não pode
haver condição possível em que a divindade não seja superior.
Não pode haver esfera de atividade humana em
que o homem não possa agir divinamente e em que todas as funções não possam ser
iluminadas pela luz da razão pura e da inteligência divina. Não utilizo aqui
argumento especioso e tortuoso afirmando que o que é normalmente considerado
como mau por toda a gente honrada possa ser considerado bom por causa da
divindade inerente no homem. Falo das relações sexuais corretas permitidas e
dentro das leis espirituais como as do país.
Segundo a vida que não é normalmente
equilibrada e que não exerça todas as suas funções da sua natureza – animal,
humana e divina – (e o homem contém essas três num só corpo) é frustrada,
inibida e anormal. É verdade que nem todos podem se casar nestes tempos, mas
esse fato não nega a grande realidade de que Deus criou o homem para contrair
casamento. Que nem todos tenham hoje condições que lhes permitam ter uma vida
normal e plena é igualmente uma consequência das condições econômicas anormais
do presente; mas isso não nega de modo algum que as condições sejam anormais. È
igualmente falso, anormal e indesejável que o celibato forçado seja indicação
de profunda espiritualidade e que constitua condição necessária para toda a
preparação esotérica e espiritual. Não há melhor escola de preparação para um
discípulo e iniciado do que a vida de família com as suas relações
obrigatórias, as suas necessidades de ajustamentos e de adaptação, nos seus
sacrifícios e serviços requeridos e nas oportunidades que oferece para que se
expressem todas as facetas da natureza do homem.
Mas não há maior serviço a prestar à raça do
que o proporcionar corpos às almas que devem encarnar e em consagrar a atenção
para facilitar a educação e oferecer àquelas almas nos limites do lar. Mas toda
a questão e o problema da vida familiar e o de procriar foram desfigurados e
mal interpretados; e há de passar ainda muito tempo antes que o casamento e os
filhos ocupem o verdadeiro lugar como sacramentos e mais tempo ainda passará
antes que tenha desaparecido a dor e o sofrimento consequentes de nossos erros
e abusos das relações sexuais, e a beleza e a consagração do casamento e a
manifestação das almas na forma substituam a má associação das ideias atuais.
O discípulo e o aspirante no Caminho assim
como o Iniciado no “Caminho iluminado” não têm, portanto, melhor campo de
preparação do que o casamento corretamente praticado e compreendido. A
disciplina rítmica da natureza animal, a elevação da natureza emocional e
instintiva conduzida ao altar do sacrifício e da auto abnegação requerida na
vida familiar são dum tremendo poder purificador e de desenvolvimentos
potenciais.
O celibato que se exige é o da natureza
superior em face dos desejos da natureza inferior e da recusa do homem
espiritual em não se deixar dominar pela personalidade nem pelas exigências da
carne. A atitude dum celibato imposto sobre os veículos de muitos discípulos
induziu a muita prostituição e perversão das funções e faculdade dadas por
Deus; e igualmente onde não houve esta infeliz condição e onde a vida foi sã,
consagrada e correta, houve, entretanto, sofrimento inútil e muita angústia
mental e mortificações antes que pudessem ser controlados os pensamentos e as
tendências.
É, sem dúvida, verdade que às vezes um homem
vê-se obrigado a levar uma vida que tem de enfrentar o problema do celibato e
ser forçado a abster-se de quaisquer relações fisiológicas e de ter uma vida
rigorosa de celibatário para demonstrar a si mesmo que é capaz de controlar a
parte animal e instintiva da sua natureza. Mas esta condição é frequentemente o
resultado de excesso e licença numa vida precedente necessitando a aplicação de
rigorosas medidas e de condições anormais para reequilibrar e retificar erros
passados e dar à natureza inferior tempo para se reajustar. Mais uma vez repito
que isso não é indicação de desenvolvimento espiritual, antes pelo contrário.
Não esqueçais que estou aqui a tratar do caso especial do celibato auto
aplicado e não das atuais condições mundiais em que os homens e mulheres por
razões econômicas ou de outra ordem são forçados a viver fora duma plena e
natural expressão de vida.
Finalmente o problema do sexo deve ser
resolvido no lar e em condições normais pelos indivíduos mais evoluídos do
mundo e pelos discípulos de todos os graus que o devem solucionar.
Diwal Kuhl
Para Luzes no Caminho Parte I: Clicar no Link
Fonte: Tratado Sobre os Sete Raios - Vol. I - Psicologia Esotérica
Nenhum comentário:
Postar um comentário