terça-feira, 23 de novembro de 2021

Luzes no Caminho [33] - O Problema do Sexo [I]


  MÓDULO II

  Este é um trabalho de reedição ao qual estamos chamando de “Luzes no Caminho”. É um Programa construído sobre comunicações esotéricas de textos já editados e agora coordenados em blocos. A finalidade é de facilitar ao leitor na busca de conhecimentos, na inspiração ao serviço, nas suas reflexões bem como nas práticas de exercícios para benefícios de suas áreas humanas física, emocional, psicológica, mental e espiritual.

LUZES NO CAMINHO [33]

O PROBLEMA DO SEXO [I]

TRATADO SOBRE OS SETE RAIOS VOL.1

PSICOLOGIA ESOTÉRICA

Já declarei que o sétimo raio está iniciando a sua atividade. Age através do centro sacro planetário e em seguida por meio do centro sacro dos seres humanos. Por essa razão, podemos esperar desenvolvimentos antecipados nesta função humana que designamos como função sexual. Veremos mudanças consequentes na atitude do homem para com esse problema tão difícil. Ao referir-me a assunto do sexo e ao delinear o que é possível dizer presentemente, procurarei ser tão simples quanto possível e exprimir os meus pensamentos de modo que possa evidenciar alguma coisa de construtivo e de emitir uma nota que ressoe na confusão presente, de sons discordantes, de opiniões opostas e de variadas ideias.

  É evidente que o assunto é difícil de abordar. Mas por que é assim tão difícil? Em última análise, nós achamos que a dificuldade baseia-se nos preconceitos mentais dos homens e na convicção íntima de que o seu ponto de vista é o único correto, porque eles vivem-no e agem de acordo com ele, e isso é para eles suficiente. Baseiam-se no fato de que o sexo é um dos impulsos primordiais e fundamentais, um dos instintos substanciais e, por conseguinte, o fator dominante da parte animal da natureza do homem; baseia-se na excessiva intimidade do assunto – uma intimidade que foi transformada num segredo indecente durante os períodos em que a raça sucumbiu num excessivo puritanismo e prostituiu uma função natural num mistério lascivo. Esta intimidade relacionada com o assunto do sexo levou a ser visto como um episódio de que não se deveria falar e como um tópico proscrito por pessoas decentes, em vez de ser considerado como um processo instintivo e natural – tão instintivo e necessário como o comer e o beber. É, contudo, uma função que não foi sujeita ao ritmo da vida diária e que foi considerada como devendo ser seguida e satisfeita somente quando a necessidade surgisse e o direito exigisse. Nisto reside a grande diferença que contem a chave do problema.

  Mais uma vez a dificuldade do problema é devida ao fato de o homem ter variadíssimas atitudes mentais sobre o assunto. Estas se estendem sobre dois limites onde se inserem todos os campos que vão desde uma desregrada promiscuidade até uma monogamia resultante de uma imposição cruel às mulheres, mantendo-se a libertinagem desenfreada nos homens.

  Incluídos nestas dificuldades e crescentes atitudes errôneas, as legalidades e ilegalidades, a licença e as restrições produziram pontos de infecção (se assim se podem chamar) na nossa civilização. Por isso, declara-se uma moralidade relaxada, baseada na confusão dos “bairros tolerados” que são uma miserável contemporização nas tendências viciosas e desejos insatisfeitos nos tribunais de divórcios que devastam a vida de família e, com o tempo, acabam por minar a vida da nação (da qual cada unidade familiar deveria ser um elemento são) com o constante aumento de doenças resultantes da promiscuidade prevalecente e das muitas relações ilícitas. Há, também, um fator psicológico muito importante a considerar. É o espírito militante dos vários grupos de pessoas que procuram impor aos seus semelhantes as suas ideias e a sua solução particular do problema à sua volta.

  Por detrás de todos estes resultados de errôneas atitudes largo tempo sustentado quanto à função sexual, encontram-se os dois principais males, ou melhor, dois efeitos principais produzidos pelas ações mentais e físicas do homem. São graves pelo seu significado. Há, em primeiro lugar, o desenvolvimento na consciência do homem dos complexos, psicoses, inibições e desregramentos psicológicos que enfraquecem tão seriamente a saúde de centenas de milhares de pessoas. Em segundo lugar, há a ameaça pesando muito sobre a vida da própria humanidade, personificada na unidade e na vida da família. Por outro lado, vemos a promiscuidade e a excessiva relaxação sexual que resulta (como sempre foi) em superpopulação e super reprodução de seres humanos.

  Em contrapartida, verifica-se uma forçada esterilidade que – embora seja um mal menor dos dois males – é eventualmente perigoso. Esta esterilidade cresce rapidamente. Leva, finalmente, às condições físicas indesejáveis. Contudo, nesta época, é o menor dos dois males. Observemos aqui dois pontos incidentes. Como consequência do primeiro destes males e como resultado da super reprodução, resultou uma situação econômica tão grave que ameaça a paz e a própria estabilidade do mundo; devido ao segundo, teríamos o desaparecimento gradual da própria humanidade, se a esterilidade obrigatória chegasse a ser uma prática universal. Isso conduziria, portanto, ao domínio do mundo animal, a um enorme crescimento da vida animal e teríamos um período de retrocesso e não de progresso.

  Tratando deste assunto de sexo, terei de generalizar as exceções às regras formuladas e as classificações que queiram sugerir naturalmente serão muitas. Trato do tema no seu conjunto e o meu tópico principal é, portanto, a ameaça da atitude atual, a necessidade de melhor compreensão da questão e a importância de um reajustamento das ideias dos homens sobre esse assunto capital. A atitude do selvagem desatento para a vida sexual e a do iniciado mentalmente polarizado e espiritualmente orientado para a mesma questão, podem parecer profundamente diferentes, por à primeira vista não se poder encontrar ponto de semelhança. Contudo, ambas as atitudes estão fundamentalmente mais próximas uma da outra do que está hoje, na realidade, o homem comum. Um obedece ao ritmo de sua natureza animal e não vê ainda o lado mau, a vil promiscuidade do homem civilizado, como acontece com o animal selvagem. O outro vive a sua vida de forma controlada, governando-se inteiramente pelo poder da mente e animado pelo desejo do bem da humanidade. Entre estes dois extremos próximos existem muitos pontos de vista, um sem-fim de ideias diferentes, costumes, diversidades de relações (legítimas e ilegítimas), muitas reações animais e psicológicas, diferentes formas de casamento e numerosas perversões do processo natural que distinguem o homem moderno em toda a parte do mundo. E tudo isto varia ainda com as diferentes civilizações e sob a influência das várias condições climatéricas.

  Portanto, é evidente – não é assim? – que não faz parte do meu trabalho dar aos leitores deste livro uma análise detalhada dos costumes do casamento das épocas passadas e presentes.

  O meu trabalho não é alargar-me em detalhes de erros, de más consequências, de muitos tipos de perversões e de sadismos cruéis que surgiram devido ao abuso pelo homem do processo natural e do seu cônjuge, e nem aclarar o seu estúpido engano da Lei de Atração e Repulsão. Não teria objetivo expor nesta breve discussão de um tema imenso, quaisquer teorias que o homem tenha formulado na busca de uma solução. O seu nome é legião. Todas têm certas verdades. Várias expressam profunda ignorância do homem e o seu estudo pode ser feito pelo estudante com tempo para ler, inteligência para ver claramente e sem preconceitos e dinheiro para comprar os livros necessários.

  Não posso e nem desejo tratar o aspecto médico e fisiológico do vício, quer se trate do vício da promiscuidade ou do casamento desgraçado. Agora, o que de melhor posso fazer é indicar as leis que devem governar a vida do homem, particularmente no que respeita ao sexo e indicar – até onde posso me atrever – como e porque foram produzidas as singulares e únicas condições atuais. Também poderei dar algumas sugestões que, consideradas devidamente, ajudarão a desembaraçar o mental dessas falsas e ilusórias noções que impedem um homem de ver a realidade e ainda ajudá-lo a encontrar o fio de luz dourada que em tempo devido o conduzirá à sua solução.

  Uma coisa direi por penoso que vos possa ser. Não há solução imediata para o problema do sexo que atualmente enfrentamos. Durante épocas os homens abusaram e empregaram incorretamente uma função dada por Deus; eles prostituíram o seu direito da primogenitura e assim pelo relaxamento e libertinagem e falta de controle, introduziram uma era de doenças, tanto mentais como físicas, atitudes errôneas, relações ilusórias que necessitarão de séculos para serem extirpadas. Permitiram, também, encarnar muito rapidamente milhares de seres humanos que não estavam prontos para a experiência desta encarnação, por necessitarem de intervalos mais longos entre os nascimentos para assimilarem a sua experiência. Estas almas pouco evoluídas vieram reencarnar rapidamente: mas as almas mais evoluídas requerem períodos mais extensos para recolherem os frutos da experiência.

  Contudo, estão expostos ao poder da atração magnética dos que estão no plano físico e são estas almas que podem ser atraídas prematuramente à reencarnação. O processo está de acordo com a lei, mas os não evolucionados progridem sob a lei do grupo como acontece com os animais, enquanto que os mais evolucionados são suscetíveis à atração dos seres humanos, e os já evolucionados vêm encarnar sob a Lei do Serviço, devido à eleição deliberada das suas almas conscientes.

  Para maior clareza e rápida referência, dividirei o que tenho a dizer em quatro partes:

  1. Definição do sexo em virtude do vício.
  2. O sexo na nova era.
  3. Algumas sugestões para o presente ciclo.
  4. O sexo e a vida do discípulo.

  Não me ocuparei da história nem com os detalhes da evolução racial. Tudo isto está evidentemente relacionado com o problema do sexo, mas as suas complicações são muito vastas para os meus propósitos de agora. Como já disse, não trato dos aspectos fisiológicos nem das doenças do abuso de sua função nem do tema da esterilização, exceto no que se refere ao homem moderno. Tão pouco quero tomar parte nas querelas das várias escolas do pensamento, porque não estou a escrever sob qualquer ângulo determinado, quer seja religioso, moral ou sectarista.

  Toda a questão é mais vasta e ampla do que qualquer ponto de vista religioso ou afirmações morais de mentes estreitas. O que é tomado como moral num país ou sobre um dado caso, pode ser completamente considerado oposto no outro. O que é considerado legal numa dada parte do mundo é tomado noutro como ilegal. O que constitui um problema difícil em determinas condições climáticas apresenta-se com possibilidades totalmente diferentes noutras condições. A poligamia, promiscuidade e monogamia foram e são ciclicamente dominantes em diferentes partes do mundo no curso das idades e encontram-se a funcionar hoje simultaneamente na Terra. Cada uma foi, ou é, por sua vez, correta, legal e conveniente; depois má, ilegal e inaceitável. Cada uma destas formas de interpretar a relação sexual foi objeto de ataques e defesas, de puro horror ou de argumentos capciosos; cada um foi um costume e método correto, e de acordo com o lugar, a tradição, a preparação e a atitude dos homens que a praticavam. Numa parte do mundo uma mulher podia ter vários maridos; noutra, um marido é legalmente autorizado a ter quatro mulheres, se o desejar, como foi verificado nos harens e nos Kraal (aldeias fortificadas dos indígenas sul africanos). No Ocidente um homem tem legalmente uma mulher, mas através da sua promiscuidade e das suas chamadas aventuras galantes ele tem realmente tantas como um chefe africano; hoje as mulheres fazem o mesmo.

  Enumerei estas condições sem espírito crítico, mas simplesmente como um fato existente e para despertar no leitor comum a realização de uma condição mundial que provavelmente é muito diferente do que geralmente se supõe. Não escrevo para os especialistas, mas para o estudante de inteligência média que deve ter uma imagem das condições existentes à escala mundial.

  É encantadoramente verdade que a tendência dos pensamentos e desejos dos homens é para uma monogamia estável, mas isso até agora não foi universalmente realizado. Se encararmos corajosamente a veracidade do fato chegaremos à conclusão de que através dos tempos os homens nunca foram monógamos. As mulheres foram-no mais no passado do que os homens, mas talvez não seja o caso agora porque a ciência moderna ensinou métodos novos para proteger contra os riscos e dores do parto. Até agora o ato de procriar foi olhado como estorvo e punição das relações sexuais legais ou ilegais. Reflitam no horror que demonstram estas palavras! Naturalmente, sempre houve mulheres que praticaram a promiscuidade, mas refiro-me aqui às mulheres do lar.

  Acreditais-me se vos disser que a situação mundial hoje, no que respeita ao sexo, é tão crítica e séria que não há um pensador que possa achar o caminho de saída neste impasse – por mais claro que seja o seu espírito ou a sua erudição? As tradições, os costumes e as práticas, com as inevitáveis consequências e larga permanência, servem para desnortear as mentes mais esclarecidas. Não foram só os resultados levados pelas relações sexuais dentro ou fora das relações legalizadas pelo casamento que produziram a vida corrente atual, mas a maior parte das doenças, a demência, as tendências malignas e os impulsos pervertidos que hoje enchem os hospitais, as clínicas de psiquiatria, os sanatórios, as prisões ou os manicômios.

  Nossa gente jovem, principalmente a idealista, os rapazes e moças que pensam com clareza, encontram-se diante de uma situação que desafia todos os seus melhores esforços para compreendê-la. Eles não sabem o que pensar ou em que acreditar.

  Olham a família de que fazem parte, lares que foram santificados pela legalidade do casamento e encontram (numa larga escala) a desdita, a prostituição legalizada, má saúde, a procura das relações ilícitas fora do lar, crianças desleixadas e não desejadas, desavenças entre os cônjuges, divórcio e nenhuma resposta às suas numerosas e inteligentes perguntas. Olham, então, para outro lado e observam a vida daqueles que evitaram a responsabilidade do casamento e não encontram senão descontentamento, frequentemente uma vida sexual secreta, má saúde resultante das frustrações dos instintos naturais, condições psicológicas da pior espécie, às vezes filhos ilegítimos, perversões sexuais e uma crescente tendência para a homossexualidade. Sentem-se abatidos, completamente aturdidos e impotentes para encontrar respostas às suas perguntas.

  Dirigiram-se ao mundo das ideias solicitando ajuda e solução e não obtiveram resposta clara, nem apoio filosófico ou ensino em que se fundamentassem. Pode-se-lhes oferecer um senso comum perfeito, aconselhá-los a que evitem excessos e essas condições que prejudicariam a saúde, ou colocar-lhes o fardo de condições econômicas limitadoras. As moralidades do passado podiam ser dadas como exemplo e o caminho podia ser acautelado ante os resultados inevitáveis quando se transgridem as leis da natureza e se prostitui o corpo físico pelos desejos mal controlados. Pode-se-lhes elogiar as virtudes da “vida reta” e mesmo insistir no fato exato de que são filhos de Deus. Tudo isso é bom, correto e útil. Mas não se lhes oferece uma verdadeira solução, nem se faz luz sobre o problema dissipando sua confusão.

  Talvez se dirijam para as pessoas de índole religiosa e procurem um padre ortodoxo. Dirão que sejam bons e mencionem o exemplo dos santos; eles podem encontrá-los submergidos numa torrente de mandamentos puritanos com honrados lugares comuns e explanações que não satisfazem, baseadas muitas vezes em preconceitos e preferências pessoais. Mas, raramente, emitem uma nota clara ou anunciam apenas a Lei de Moisés: “tu não farás...”. A maior parte da juventude desta geração que investiga e procura saber, não lhe satisfaz o desejo de saber a razão porque é que Deus disse isto ou aquilo ou que a bíblia ordena aquilo ou aquilo outro. A esperança de alcançarem o céu se praticarem a autodisciplina, o autocontrole e a abstinência sexual, como justa recompensa, parece-lhes situar-se muito longe para que resistam às tentações do mundo circundante e aos insistentes apelos que se levantam do próprio homem.

  É realmente maravilhosa verdade que há muitas pessoas que resistem à tentação da carne. Que há homens e mulheres em toda a parte que atravessam a vida puros e sem se contaminarem, o que é notável e igualmente um fato. Que há almas avançadas cujas vidas estão separadas da natureza animal que podem, pela mente, controlar os seus atos diários e são a glória da humanidade. Mas a maior parte desses vive num mundo diferente de pensamento e interesses, não são tentados como são os filhos dos homens que estão centralizados na natureza animal. Temos, também, aqueles que naturalmente se abstêm de obrar mal por temor às consequências, quer sejam no corpo físico quer seja mais tarde no mundo das retribuições. Mas quem, ainda que seja o melhor e mais santo, poderá falar com verdadeira sabedoria e compreensão sobre este problema universal? Quem pode ver atualmente a solução que a humanidade deverá tomar? Quem compreende a razão de toda esta angústia, pecado e maldade criados pelas relações sexuais? Quem, realmente, compreende o significado da vida sexual, o seu lugar no grande esquema das coisas e a razão da relação entre os sexos? Quem é que possa dizer com verdadeira visão qual será próximo passo evolutivo, para onde vamos e qual será o próximo desenvolvimento

                                                            Djwal Kuhl
 
  Próximo Luzes no Caminho [34] - O Problema do Sexo [II]: 
 
   Fonte: Tratado Sobre os Sete Raios - Vol. I - Psicologia Esotérica

Rayom Ra

                                                          http://arcadeouro.blogspot.com
   

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