MÓDULO II
Este
é um trabalho de reedição ao qual estamos chamando de “Luzes no Caminho”. É um
Programa construído sobre comunicações esotéricas de textos já editados e agora
coordenados em blocos. A finalidade é de facilitar ao leitor na busca de conhecimentos,
na inspiração ao serviço, nas suas reflexões bem como nas práticas de
exercícios para benefícios de suas áreas humanas física, emocional,
psicológica, mental e espiritual.
LUZES NO CAMINHO [33]
O PROBLEMA DO SEXO [I]
TRATADO SOBRE OS SETE RAIOS VOL.1
PSICOLOGIA ESOTÉRICA
Já declarei que o sétimo raio está iniciando
a sua atividade. Age através do centro sacro planetário e em seguida por meio
do centro sacro dos seres humanos. Por essa razão, podemos esperar
desenvolvimentos antecipados nesta função humana que designamos como função
sexual. Veremos mudanças consequentes na atitude do homem para com esse
problema tão difícil. Ao referir-me a assunto do sexo e ao delinear o que é
possível dizer presentemente, procurarei ser tão simples quanto possível e
exprimir os meus pensamentos de modo que possa evidenciar alguma coisa de
construtivo e de emitir uma nota que ressoe na confusão presente, de sons
discordantes, de opiniões opostas e de variadas ideias.
É evidente que o assunto é difícil de
abordar. Mas por que é assim tão difícil? Em última análise, nós achamos que a
dificuldade baseia-se nos preconceitos mentais dos homens e na convicção íntima
de que o seu ponto de vista é o único correto, porque eles vivem-no e agem de
acordo com ele, e isso é para eles suficiente. Baseiam-se no fato de que o sexo
é um dos impulsos primordiais e fundamentais, um dos instintos substanciais e,
por conseguinte, o fator dominante da parte animal da natureza do homem;
baseia-se na excessiva intimidade do assunto – uma intimidade que foi transformada
num segredo indecente durante os períodos em que a raça sucumbiu num excessivo
puritanismo e prostituiu uma função natural num mistério lascivo. Esta
intimidade relacionada com o assunto do sexo levou a ser visto como um episódio
de que não se deveria falar e como um tópico proscrito por pessoas decentes, em
vez de ser considerado como um processo instintivo e natural – tão instintivo e
necessário como o comer e o beber. É, contudo, uma função que não foi sujeita
ao ritmo da vida diária e que foi considerada como devendo ser seguida e
satisfeita somente quando a necessidade surgisse e o direito exigisse. Nisto
reside a grande diferença que contem a chave do problema.
Mais uma vez a dificuldade do problema é
devida ao fato de o homem ter variadíssimas atitudes mentais sobre o assunto.
Estas se estendem sobre dois limites onde se inserem todos os campos que vão
desde uma desregrada promiscuidade até uma monogamia resultante de uma
imposição cruel às mulheres, mantendo-se a libertinagem desenfreada nos homens.
Incluídos nestas dificuldades e crescentes
atitudes errôneas, as legalidades e ilegalidades, a licença e as restrições
produziram pontos de infecção (se assim se podem chamar) na nossa civilização. Por
isso, declara-se uma moralidade relaxada, baseada na confusão dos “bairros
tolerados” que são uma miserável contemporização nas tendências viciosas e
desejos insatisfeitos nos tribunais de divórcios que devastam a vida de família
e, com o tempo, acabam por minar a vida da nação (da qual cada unidade familiar
deveria ser um elemento são) com o constante aumento de doenças resultantes da
promiscuidade prevalecente e das muitas relações ilícitas. Há, também, um fator
psicológico muito importante a considerar. É o espírito militante dos vários
grupos de pessoas que procuram impor aos seus semelhantes as suas ideias e a
sua solução particular do problema à sua volta.
Por detrás de todos estes resultados de
errôneas atitudes largo tempo sustentado quanto à função sexual, encontram-se
os dois principais males, ou melhor, dois efeitos principais produzidos pelas
ações mentais e físicas do homem. São graves pelo seu significado. Há, em
primeiro lugar, o desenvolvimento na consciência do homem dos complexos,
psicoses, inibições e desregramentos psicológicos que enfraquecem tão
seriamente a saúde de centenas de milhares de pessoas. Em segundo lugar, há a
ameaça pesando muito sobre a vida da própria humanidade, personificada na
unidade e na vida da família. Por outro lado, vemos a promiscuidade e a
excessiva relaxação sexual que resulta (como sempre foi) em superpopulação e
super reprodução de seres humanos.
Em contrapartida, verifica-se uma forçada
esterilidade que – embora seja um mal menor dos dois males – é eventualmente
perigoso. Esta esterilidade cresce rapidamente. Leva, finalmente, às condições
físicas indesejáveis. Contudo, nesta época, é o menor dos dois males. Observemos
aqui dois pontos incidentes. Como consequência do primeiro destes males e como
resultado da super reprodução, resultou uma situação econômica tão grave que
ameaça a paz e a própria estabilidade do mundo; devido ao segundo, teríamos o
desaparecimento gradual da própria humanidade, se a esterilidade obrigatória
chegasse a ser uma prática universal. Isso conduziria, portanto, ao domínio do
mundo animal, a um enorme crescimento da vida animal e teríamos um período de
retrocesso e não de progresso.
Tratando deste assunto de sexo, terei de
generalizar as exceções às regras formuladas e as classificações que queiram
sugerir naturalmente serão muitas. Trato do tema no seu conjunto e o meu tópico
principal é, portanto, a ameaça da atitude atual, a necessidade de melhor
compreensão da questão e a importância de um reajustamento das ideias dos
homens sobre esse assunto capital. A atitude do selvagem desatento para a vida
sexual e a do iniciado mentalmente polarizado e espiritualmente orientado para
a mesma questão, podem parecer profundamente diferentes, por à primeira vista
não se poder encontrar ponto de semelhança. Contudo, ambas as atitudes estão
fundamentalmente mais próximas uma da outra do que está hoje, na realidade, o
homem comum. Um obedece ao ritmo de sua natureza animal e não vê ainda o lado
mau, a vil promiscuidade do homem civilizado, como acontece com o animal
selvagem. O outro vive a sua vida de forma controlada, governando-se
inteiramente pelo poder da mente e animado pelo desejo do bem da humanidade.
Entre estes dois extremos próximos existem muitos pontos de vista, um sem-fim
de ideias diferentes, costumes, diversidades de relações (legítimas e
ilegítimas), muitas reações animais e psicológicas, diferentes formas de
casamento e numerosas perversões do processo natural que distinguem o homem
moderno em toda a parte do mundo. E tudo isto varia ainda com as diferentes
civilizações e sob a influência das várias condições climatéricas.
Portanto, é evidente – não é assim? – que não
faz parte do meu trabalho dar aos leitores deste livro uma análise detalhada
dos costumes do casamento das épocas passadas e presentes.
O meu trabalho não é alargar-me em detalhes
de erros, de más consequências, de muitos tipos de perversões e de sadismos
cruéis que surgiram devido ao abuso pelo homem do processo natural e do seu
cônjuge, e nem aclarar o seu estúpido engano da Lei de Atração e Repulsão. Não teria
objetivo expor nesta breve discussão de um tema imenso, quaisquer teorias que o
homem tenha formulado na busca de uma solução. O seu nome é legião. Todas têm certas verdades. Várias expressam
profunda ignorância do homem e o seu estudo pode ser feito pelo estudante com
tempo para ler, inteligência para ver claramente e sem preconceitos e dinheiro
para comprar os livros necessários.
Não posso e nem desejo tratar o aspecto
médico e fisiológico do vício, quer se trate do vício da promiscuidade ou do
casamento desgraçado. Agora, o que de melhor posso fazer é indicar as leis que
devem governar a vida do homem, particularmente no que respeita ao sexo e
indicar – até onde posso me atrever – como e porque foram produzidas as
singulares e únicas condições atuais. Também poderei dar algumas sugestões que,
consideradas devidamente, ajudarão a desembaraçar o mental dessas falsas e
ilusórias noções que impedem um homem de ver a realidade e ainda ajudá-lo a
encontrar o fio de luz dourada que em tempo devido o conduzirá à sua solução.
Uma coisa direi por penoso que vos possa ser.
Não há solução imediata para o problema do sexo que atualmente enfrentamos.
Durante épocas os homens abusaram e empregaram incorretamente uma função dada
por Deus; eles prostituíram o seu direito da primogenitura e assim pelo
relaxamento e libertinagem e falta de controle, introduziram uma era de
doenças, tanto mentais como físicas, atitudes errôneas, relações ilusórias que
necessitarão de séculos para serem extirpadas. Permitiram, também, encarnar
muito rapidamente milhares de seres humanos que não estavam prontos para a
experiência desta encarnação, por necessitarem de intervalos mais longos entre
os nascimentos para assimilarem a sua experiência. Estas almas pouco evoluídas
vieram reencarnar rapidamente: mas as almas mais evoluídas requerem períodos
mais extensos para recolherem os frutos da experiência.
Contudo, estão expostos ao poder da atração
magnética dos que estão no plano físico e são estas almas que podem ser
atraídas prematuramente à reencarnação. O processo está de acordo com a lei,
mas os não evolucionados progridem sob a lei do grupo como acontece com os
animais, enquanto que os mais evolucionados são suscetíveis à atração dos seres
humanos, e os já evolucionados vêm encarnar sob a Lei do Serviço, devido à
eleição deliberada das suas almas conscientes.
Para maior clareza e rápida referência,
dividirei o que tenho a dizer em quatro partes:
1. Definição do sexo em virtude do vício.
2. O sexo na nova era.
3. Algumas sugestões para o presente ciclo.
4. O sexo e a vida do discípulo.
Não me ocuparei da história nem com os
detalhes da evolução racial. Tudo isto está evidentemente relacionado com o
problema do sexo, mas as suas complicações são muito vastas para os meus
propósitos de agora. Como já disse, não trato dos aspectos fisiológicos nem das
doenças do abuso de sua função nem do tema da esterilização, exceto no que se
refere ao homem moderno. Tão pouco quero tomar parte nas querelas das várias
escolas do pensamento, porque não estou a escrever sob qualquer ângulo
determinado, quer seja religioso, moral ou sectarista.
Toda a questão é mais vasta e ampla do que
qualquer ponto de vista religioso ou afirmações morais de mentes estreitas. O
que é tomado como moral num país ou sobre um dado caso, pode ser completamente
considerado oposto no outro. O que é considerado legal numa dada parte do mundo
é tomado noutro como ilegal. O que constitui um problema difícil em determinas
condições climáticas apresenta-se com possibilidades totalmente diferentes
noutras condições. A poligamia, promiscuidade e monogamia foram e são
ciclicamente dominantes em diferentes partes do mundo no curso das idades e
encontram-se a funcionar hoje simultaneamente na Terra. Cada uma foi, ou é, por
sua vez, correta, legal e conveniente; depois má, ilegal e inaceitável. Cada
uma destas formas de interpretar a relação sexual foi objeto de ataques e
defesas, de puro horror ou de argumentos capciosos; cada um foi um costume e
método correto, e de acordo com o lugar, a tradição, a preparação e a atitude
dos homens que a praticavam. Numa parte do mundo uma mulher podia ter vários
maridos; noutra, um marido é legalmente autorizado a ter quatro mulheres, se o
desejar, como foi verificado nos harens e nos Kraal (aldeias fortificadas dos
indígenas sul africanos). No Ocidente um homem tem legalmente uma mulher, mas
através da sua promiscuidade e das suas chamadas aventuras galantes ele tem
realmente tantas como um chefe africano; hoje as mulheres fazem o mesmo.
Enumerei estas condições sem espírito
crítico, mas simplesmente como um fato existente e para despertar no leitor
comum a realização de uma condição mundial que provavelmente é muito diferente
do que geralmente se supõe. Não escrevo para os especialistas, mas para o
estudante de inteligência média que deve ter uma imagem das condições
existentes à escala mundial.
É encantadoramente verdade que a tendência
dos pensamentos e desejos dos homens é para uma monogamia estável, mas isso até
agora não foi universalmente realizado. Se encararmos corajosamente a
veracidade do fato chegaremos à conclusão de que através dos tempos os homens
nunca foram monógamos. As mulheres foram-no mais no passado do que os homens,
mas talvez não seja o caso agora porque a ciência moderna ensinou métodos novos
para proteger contra os riscos e dores do parto. Até agora o ato de procriar
foi olhado como estorvo e punição das relações sexuais legais ou ilegais.
Reflitam no horror que demonstram estas palavras! Naturalmente, sempre houve
mulheres que praticaram a promiscuidade, mas refiro-me aqui às mulheres do lar.
Acreditais-me se vos disser que a situação
mundial hoje, no que respeita ao sexo, é tão crítica e séria que não há um
pensador que possa achar o caminho de saída neste impasse – por mais claro que
seja o seu espírito ou a sua erudição? As tradições, os costumes e as práticas,
com as inevitáveis consequências e larga permanência, servem para desnortear as
mentes mais esclarecidas. Não foram só os resultados levados pelas relações
sexuais dentro ou fora das relações legalizadas pelo casamento que produziram a
vida corrente atual, mas a maior parte das doenças, a demência, as tendências
malignas e os impulsos pervertidos que hoje enchem os hospitais, as clínicas de
psiquiatria, os sanatórios, as prisões ou os manicômios.
Nossa gente jovem, principalmente a
idealista, os rapazes e moças que pensam com clareza, encontram-se diante de
uma situação que desafia todos os seus melhores esforços para compreendê-la.
Eles não sabem o que pensar ou em que acreditar.
Olham a família de que fazem parte, lares que
foram santificados pela legalidade do casamento e encontram (numa larga escala)
a desdita, a prostituição legalizada, má saúde, a procura das relações ilícitas
fora do lar, crianças desleixadas e não desejadas, desavenças entre os
cônjuges, divórcio e nenhuma resposta às suas numerosas e inteligentes
perguntas. Olham, então, para outro lado e observam a vida daqueles que
evitaram a responsabilidade do casamento e não encontram senão
descontentamento, frequentemente uma vida sexual secreta, má saúde resultante
das frustrações dos instintos naturais, condições psicológicas da pior espécie,
às vezes filhos ilegítimos, perversões sexuais e uma crescente tendência para a
homossexualidade. Sentem-se abatidos, completamente aturdidos e impotentes para
encontrar respostas às suas perguntas.
Dirigiram-se ao mundo das ideias solicitando
ajuda e solução e não obtiveram resposta clara, nem apoio filosófico ou ensino
em que se fundamentassem. Pode-se-lhes oferecer um senso comum perfeito,
aconselhá-los a que evitem excessos e essas condições que prejudicariam a saúde,
ou colocar-lhes o fardo de condições econômicas limitadoras. As moralidades do
passado podiam ser dadas como exemplo e o caminho podia ser acautelado ante os
resultados inevitáveis quando se transgridem as leis da natureza e se prostitui
o corpo físico pelos desejos mal controlados. Pode-se-lhes elogiar as virtudes
da “vida reta” e mesmo insistir no fato exato de que são filhos de Deus. Tudo
isso é bom, correto e útil. Mas não se lhes oferece uma verdadeira solução, nem
se faz luz sobre o problema dissipando sua confusão.
Talvez se dirijam para as pessoas de índole
religiosa e procurem um padre ortodoxo. Dirão que sejam bons e mencionem o
exemplo dos santos; eles podem encontrá-los submergidos numa torrente de
mandamentos puritanos com honrados lugares comuns e explanações que não
satisfazem, baseadas muitas vezes em preconceitos e preferências pessoais. Mas,
raramente, emitem uma nota clara ou anunciam apenas a Lei de Moisés: “tu não
farás...”. A maior parte da juventude desta geração que investiga e procura
saber, não lhe satisfaz o desejo de saber a razão porque é que Deus disse isto
ou aquilo ou que a bíblia ordena aquilo ou aquilo outro. A esperança de
alcançarem o céu se praticarem a autodisciplina, o autocontrole e a abstinência
sexual, como justa recompensa, parece-lhes situar-se muito longe para que
resistam às tentações do mundo circundante e aos insistentes apelos que se
levantam do próprio homem.
É realmente maravilhosa verdade que há muitas
pessoas que resistem à tentação da carne. Que há homens e mulheres em toda a
parte que atravessam a vida puros e sem se contaminarem, o que é notável e
igualmente um fato. Que há almas avançadas cujas vidas estão separadas da
natureza animal que podem, pela mente, controlar os seus atos diários e são a
glória da humanidade. Mas a maior parte desses vive num mundo diferente de
pensamento e interesses, não são tentados como são os filhos dos homens que
estão centralizados na natureza animal. Temos, também, aqueles que naturalmente
se abstêm de obrar mal por temor às consequências, quer sejam no corpo físico
quer seja mais tarde no mundo das
retribuições. Mas quem, ainda que seja o melhor e mais santo, poderá falar
com verdadeira sabedoria e compreensão sobre este problema universal? Quem pode
ver atualmente a solução que a humanidade deverá tomar? Quem compreende a razão
de toda esta angústia, pecado e maldade criados pelas relações sexuais? Quem,
realmente, compreende o significado da vida sexual, o seu lugar no grande
esquema das coisas e a razão da relação entre os sexos? Quem é que possa dizer
com verdadeira visão qual será próximo passo evolutivo, para onde vamos e qual
será o próximo desenvolvimento
Djwal Kuhl
Próximo Luzes no Caminho [34] - O Problema do Sexo [II]:
Fonte: Tratado Sobre os Sete Raios - Vol. I - Psicologia Esotérica
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