domingo, 5 de fevereiro de 2023

Magia Aumbandhã - [R]

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  Encerra-se o primeiro ciclo do movimento umbandista em solo brasileiro. Durante esse período, ele angariou grande número de simpatizantes e fiéis. Se observardes, não houve movimento filosófico e religioso no orbe terrícola que durante tão curto espaço de tempo consolidasse tal número de seguidores, caracterizando expressiva hoste. Constatai a sabedoria do Alto, da Fraternidade Branca, que planejou essa movimentação, que previu o sincretismo como maneira de, no menor período possível, arregimentar tantos simpatizantes, decorrência natural da própria formação racial do nativo de vossa pátria, em estreita conformidade com o carma da nação. O fato de não haver nenhuma codificação doutrinária foi fundamental nesse ciclo inicial de consolidação da Umbanda, pois, caso contrário, o movimento se estreitaria, tornando-se excludente e discricionário, ficando restrito a uma minoria étnica e social.

  Não temos a pretensão, nestas singelas elucidações totalmente comprometidas com a verdade, de impor caminhos às criaturas nem de causar qualquer mal-estar aos mais ortodoxos em seus valores. Mas estamos comprometidos com o conhecimento universalista e crístico que palpita no Cosmo e com a expansão de vossas consciências neste início de Nova Era. É irreversível a unificação dos homens em um único sentimento amoroso neste Terceiro Milênio. Todo conceito novo e diferente de início desarranja a casa mental acomodada, qual tempestade de verão em solo empoeirado que, quando finda, traz brisa refrescante e bem-estar.

  Sem nos tornar digressivos nestes escritos, ou assaz maçantes àqueles acostumados aos raciocínios estreitos de uma única verdade, anestesiados que se encontram pela mesmice dos pensamentos previsíveis gerados pela leitura dos suaves romances, historietas novelescas e folhetins poéticos que hipnotizam a mente, paralisando-a diante da realidade espiritual perene que vos cerca, é chegado o momento de serdes mais “ousados” na proposta universalista e crística. É só olhardes para o que está ocorrendo em vosso orbe, em constante ameaça de uma Terceira Guerra Mundial, ação nefasta das sombras e de imprevisíveis repercussões no equilíbrio planetário, neste grão de poeira “insignificante” no Universo infinito, para sentirdes no âmago das vossas almas de crianças quanto estais necessitados de mensagens com este teor, livres dos destrutivos convencionalismos religiosos terrenos.

  Lembrai-vos de que os espíritos, no mais das vezes, não são espíritas, umbandistas, muçulmanos, cristãos, católicos, esotéricos, maçons, ocultistas, hinduístas, budistas, entre tantas outras denominações terrenas, na concepção limitada e linear da maioria dos retidos no ciclo carnal. Sois consciências em evolução, saudosos do Pai, tentando voltar ao seio da Divindade, à Perfeição Absoluta, Crística e Amorosa, e quiçá uma parcela significativa seja de consciências com um mínimo de Luz que já poderiam estar em paragens vibratórias mais sutilizadas, mas às quais, por benevolência, os Maiorais sidéreos concederam a permissão para a continuidade evolutiva e existencial, prestando auxílio caridoso a esta humanidade terrícola tão carente de despertamento amoroso e do verdadeiro sentimento crístico. Resgatai o conhecimento universalista milenar e antigo, destituído de mistérios, como forma de libertação das consciências que estão paralisadas, qual mofo persistente em porão escuro.

  Um dos mistérios antigos da existência está simbolizado no número três, que seria como se fosse um pêndulo girando, ora da direita para a esquerda, ora da esquerda para a direita, produzindo o equilíbrio e o movimento no Cosmo. É a Trindade Divina: Vida, Verbo e Luz – Vita, Verbum e Lux -, que, na simbologia da Cosmogênese, podeis considerar também como a trindade cristã: Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é a Vida, o poder e a força que rege todas as Leis de Causalidade no Infinito cósmico; é a vida em constante expansão, o movimento e a vibração que nunca cessam no Universo. O Filho é o Verbo, a palavra que sintetiza a forma, que estabelece os meios de manifestação da vida oriunda do Pai. O Espírito Santo é a Luz, não sendo nem substância, nem inteligência, mas o resultado da inteligência do Pai com a substância do Filho, sendo a Lei Maior Divina que regula a manifestação da forma nas diversas latitudes do Cosmo. Esse é o simbolismo do triângulo e da Cosmogênese Divina que já estiveram presentes no orbe terrícola em toda a sua amplitude, com a antiga Aumbandhã.

  A significação dessa simbologia é que todas as formas de manifestação da vida são provindas de um mesmo Pai, e um princípio espiritual é a Lei da Harmonia no Cosmo, o Hálito de Deus onipresente e não encarnante, expressado como Orixás Maiores, regulamentando a manifestação dos espíritos na forma através das diversas densidades energéticas existentes no Cosmo. São os princípios herméticos caracterizando a Magia Universal ou Aumbandhã, a Senhora da Luz, agindo do microcosmo ao macrocosmo, da bactéria ao anjo, do protozoário ao arcanjo, pela equanimidade das leis cósmicas em todas as faixas vibracionais do Cosmo. A matéria-prima da Criação é a energia muito bem manipulada pelos alquimistas, ou o fluido cósmico universal dos espiritualistas e espíritas estudiosos. Essa magia dos orixás, movimento e vibração que rege a vida em todas as formas de manifestação, é oriunda da Consciência Cósmica, a mente do Pai, que Se sobrepõe a todos os demais espíritos, cocriadores, pois o Criador é uno.

  Há uma magia universal que não contraria as Leis Naturais, atuando em todos os recantos, agindo nas partículas subatômicas ou etéricas, sendo a manifestação física como conheceis na matéria, a parte “visível” a vós das Leis Reguladoras do Criador. Os orixás, vibrações provindas das leis reguladoras da vida, estabelecem a compactação da energia cósmica e a mantém coesa nas sete faixas vibratórias do Cosmo, para os espíritos em evolução se manifestarem na forma. Tudo no Universo é vibração e energia, nas mais diversas formas de manifestação do espírito. Vibrações são ondas, tendo comprimento e frequência que as distinguem. Existem forças sutis que mantêm a harmonia cósmica em todos os planos vibratórios. Os orixás são essas forças sutis que podemos definir grosseiramente pela falta de correspondência no vocabulário terreno, como Princípios Espirituais ou energias não-encarnantes, e que não se manifestam mediunicamente. São agentes e veículos da magia universal, existentes nas sete grandes faixas vibratórias do Cosmo. Ao contrário dos Elementais, que também poderemos definir como veículos da magia, são receptivos somente aos pensamentos para o bem, de maneira alguma estando associados ao mal, à feitiçaria e à magia negra.

  Esses Princípios Espirituais e vibratórios do Cosmo, não-encarnantes, são denominados na Umbanda de orixás Maiores ou Ancestrais. São conhecidos das civilizações mais antigas de vosso orbe, desde a raça vermelha atlante, perdendo-se após os cataclismos e migrações que houve, como abordado anteriormente, e estão na sua maioria presentes nos alfabetos mais antigos. Não aprofundaremos os conceitos no Esoterismo umbandista para não vos confundirdes. Para vosso entendimento, poderemos dizer que esses Orixás dão sustentação à vida e ao equilíbrio planetário, regulamentando as energias ou forças telúricas, ígneas, eólicas e hídricas, presentes no Plano Astral em forma sutil e materializadas no plano físico em relação com os quatro elementos que são a terra, o fogo, o ar e a água. São em número de sete vibrações com frequências próprias: Oxalá, Yemanjá, Yori, Xangô, Ogum, Oxossi e Yorimá. Oxalá representa o Incriado, supervisionando as demais vibrações que interagem entre si e com o plano material como conheceis. Yemanjá é o princípio feminino e está relacionado com a água. Xangô é a ação na humanidade terrena e no mundo da forma física e Yori seria a Divindade Se manifestando por meio da Lei do Carma. Ogum está relacionado ao elemento fogo, as energias ígneas, sendo o mediador do fogo das paixões humanas, e Oxossi está ligado ao elemento ar, às energias eólicas e à natureza. A vibração de Yorimá – dos pretos velhos, a mais ativa de todas essas forças na manipulação vibratória – está mais diretamente ligada ao elemento terra e às energias telúricas. Na verdade, essas forças vibracionais se intercruzam, interpenetrando-se, e não temos, no plano físico e no homem, só um elemento que prepondere, e sim a presença dos quatro elementos da natureza.

  Para efeito de maior elucidação, em face das diferenças de nomenclatura das diversas doutrinas espiritualistas e para ampliar o vosso entendimento, considerai que existe uma correspondência vibratória das energias e suas formas de manifestação por meio dos orixás em relação aos sete grandes campos ou planos dimensionais: o Átmico com Oxalá, Yemanjá em referência ao Búdico, Yori ao Mental Superior, Xangô está ligado ao Mental Inferior, Ogum está para o Plano Astral e Oxossi e Yorimá estariam para o Etérico e o Físico, respectivamente.

  O movimento no Universo nunca cessa. Tudo oscila, propaga-se e vibra. Nada é como era no milésimo de segundo anterior, embora o tempo, como o concebeis, inexista. As afinidades atraem formas energéticas semelhantes. Há um princípio que rege a harmonia no Cosmo, desde o inconcebível macrocosmo até o ainda desconhecido e misterioso microcosmo humano. Os parâmetros que tendes para vos situar no meio em que vos manifestais – a altura, o comprimento e a profundidade – são reduzidos demais para que possais sentir as verdades que vos cercam. Ampliai vosso entendimento por meio do conhecimento universalista, e estejais receptivos a conceitos que não vos são simpáticos, mas que fazem sentido quando submetidos à razão.

  A miscigenação étnica trouxe consequências culturais, sociais, filosóficas e religiosas que vão resultar numa depuração da religiosidade de vossa pátria. A Umbanda tem fundamento, e o ciclo que se inicia foi há muito esquematizado no Espaço. A purificação dos seus aspectos ritualísticos e práticos resgatará sua elevada significação cósmica e os antigos princípios esotéricos e filosóficos em sua pureza doutrinária, contribuindo decisivamente com a unificação amorosa no Terceiro Milênio. Existe uma espécie de convergência irreversível que levará os homens a um outro estágio consciencial por sua Ancestralidade Divina, unindo-os irreversivelmente sob a égide do Cristo planetário e das Altas Fraternidades do Astral comprometidas com a ascensão crística e solidária da humanidade.

 FONTE: RAMATÍS - Samadhi, por Norberto Peixoto
  Grupo de Estudos Pai Benedito de Aruanda

   Rayom Ra
    
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