quarta-feira, 29 de junho de 2016

O Encantamento Pelos Dez Nomes Divinos - Reedição

  "Escrito em sentido místico e muito elevado, 'O Encantamento Pelos Dez Nomes Divinos' constitui por si mesmo uma peça mágica de alto valor oculto. Foi a Oração dos Grandes Iniciados e é tão poderosa que, proferida com fé, tem a virtude de atrair aquilo que se deseja, desde que se não ultrapasse o termo do honesto e do justo, pois aqui como alhures, deve evitar-se o choque de retorno que se dá todas as vezes que as intenções deixam de ser puras. Para atrair amor, esta oração é mais que um imã".

   AINSOPH! 

  Manto de noite que nenhum olho contempla; umbral sombrio em que se despedaçaram Apolônio e Moshé, cansados de aprofundar as quarenta e nove portas precedentes!
  Um dia, resplendentes de glória, penetraremos teu abismo com a confiança de aportar nas praias da pátria!
  Que a vertigem de nos encaminhar para ti pelas vias da pena, recreie os nossos membros lassos e feridos!
  Essência de todas as coisas que coroas de eternidade as horas e o tempo, de infinito, as zonas do espaço e as multiplicidades do número. Qualquer que seja o meu orgulho de haver duvidado do teu mistério, não mais blasfemarei até que venha a projetar meu olhar de homem em teu silêncio. Eu te julgo muito longe de mim, ó modalidade primordial do Ser! A ti, cuja diferenciação, fonte de minha vida e fonte do mal universal, não foi talvez o limite do pavor! - Senão um acidente de que não há memória!
  Mas, pelos dez feixes de luz que projetam tua sombra central, pelos dez condutores de tuas vibrações, pelos dez delegados de teu Amor, eu evoco as virtudes de tuas principais emanações. Eu quero que cada um dos órgãos do corpo, cujo coração és Tu, à minha voz, se estremeça e responda com efusão de suas energias para o meu seio. Minha força manda, a minha fraqueza lhes dirige súplicas
                                                     
  I. EHEIE! 

  Olho nenhum jamais viu tua majestade reinar no Empíreo, nem cingir tua fronte a coroa de raios, nem tua boca que ordena aos Animais Santos a seguirem o vertiginoso curso do primeiro móvel e que proferiu os nomes que significam as coisas.
  Eu quero que o Príncipe de sereno semblante ponha ante tua face a teoria dos meus violentos desejos que para ti gravitam, pisando, malditos e flagelados, os nove degraus da escada dos céus.

  II. IAH! 

  Minha imaginação de poeta, humanizando a miragem de tua essência e se aninhando no Espaço, entrevê o gesto de tuas mãos em uma noite salpicada de estrelas, além da órbita dos planetas, cujo centro é o nosso Sol.
  As graças de que procedi acreditaram ver teu reflexo nos olhos serenos de um homem de cabelos ruivos que, nato em um presépio entre o boi e o asno foi crucificado; adoravam as mulheres o teu pálido reflexo na fronte sanguinolenta desse jovem.
  Teu Seio, ornado da sabedoria, sai da semente de um pai.
  Tuas mãos, ocupadas em jogar com as rodas, com as esferas que simbolizam tuas ideias, revestem de luz os meus olhos conturbados. O espírito humano naufraga facilmente no caos.
  Que Raizel, teu gênio confiante, faça ouvir a sua voz no meio da sarça ardente que tinge os meus desejos com o seu reflexo de chama!
                                                      
  III. IOD-HÊ-VO-HÊ! 

  Eu vi do horizonte um raio de Sol iluminar com um raio fulvo o ventre branco da pomba, incrustando, no céu, pela perpendicularidade de suas asas estendidas, uma aparência crucial.
  Assim iluminas com uma vibração de tua inteligência a vida manifestada. De teu seio os Anjos Grandes e Fortes vão investir o velho Saturno do poder de comandar a criação e a destruição das formas.
  Em manto negro constelado de grenates; cingida a fronte com um diadema plúmbeo e triste, eis-me queimando a flor sulfúrea, para que me leves o espírito, ó fumo azul, até os limites supremos do domínio sidéreo, ao limiar do Empíreo.
  Tu me guiarás, ó Zadkiel, às trevas do Mistério onde se engolfa a minha audácia e me aureolarás com a imortalidade, mesmo contra a vontade sinistra do demônio Zazel, que pretende levar à decrepitude, tanto quanto à podridão definitiva, a minha forma e o meu sangue.
                                                     
  IV. EL!
 
  Tenho na direita o cetro dos três ramos e o índex rígido como um phalus juvenil; és tu que Orpheu distingue sobre o cimo do Olimpo; magnífico e misericordioso, lançando os raios luminosos das Dominações para a esfera de Júpiter.
  O fumo do aloés e da noz moscada, queimados na caçoleta, cobre-me a face brônzea e os meus membros vestidos no manto azul marchetado de topázio.
  Tu me levas o cetro, ó Zadkiel, o bordão do comando.
  Indiferente às sugestões de Hismael, eu não o brandirei senão em nome da justiça e da misericórdia adorável.
                                                       
  V. ELOHIM GHIBOR!  

  Pois os deuses, tanto quanto os homens, e gênios planetários, têm um corpo feito de bela matéria. Por tua carne, corre, maravilhoso, o sangue, ó dispensador de forças! És o Pai dos corações heroicos e osculas e suas potências.
  Ó Marte! Infiltra-me as tuas forças para a luta. Teu capacete e cota de armas inflamam cintilantes rubis e as tuas narinas dilatam os vapores do tórax.
  E tu, Samael, cujo rosto robusto se entrevê em meio ao brilho das espadas, derrama-me nos rins cingidos de cobre o óleo da força que me dará a energia agressiva e a resistência para o combate perpétuo da vida, para a revolta santa e justa cólera.
  E contra Barzabel, o violento demônio da brutalidade, do ódio e da raiva, eu apresentarei a ponta da espada sagrada.

  VI. ELOHA!  

  Tu meditas o sonho luminoso da beleza. Teus olhares com as asas dos reis do esplendor chegam através o braseiro vital do Sol até a fronte do poeta aureolada de louro.
  Em meio ao lúcido coro da Apolônidas, ó Beleza! Eu nasci para adorar a tua face! Cingida a tríplice tiara de ouro e posta a capa recamada de carbúnculo, derramo sobre carvões ardentes as lágrimas do mastique e das flores do louro.
  Ó Rafael, Ó Phoibos! Princípe glorioso! Encheu meio seio de alegrias por estar no mundo, e para que, no frêmito sensual que proporcionam as graças da forma e as seduções das cores, e em êxtase para inatingíveis perfeições, eu ascenda até o cimo onde resplandece a beleza absoluta.
  Ó beleza, qual foi o ignorante que te chamou perecível? Tu, essência imarcescível, assim como a tua aparência mortal e a Luz que os procriou, proçagam teus reflexos nas esferas da eternidade. Para os olhos do vidente, seu esplendor não se apaga. Conjuro-te, Ó Sorath!

   VII. IOD-HÊ-VO-HÊ TSEBAOTH! 

  É pela vitória que tu te manifestas, pela vitória da vida sobre a morte. Tua semente suscita os Elohim para a espera risonha de Vênus, mãe do amor. De samarra, salpicada de esmeraldas, coroado de rosas e verbenas e inebriando de almíscar e açafrão, eu te invoco, ó Anael! À hora em que teu corpo planetário vem enlear com a sua beleza o Touro do Zodíaco!
  O violento êxtase do amor transporta a alma, a vida para a morte. Possuir um ideal é modificar a forma de sua vida profundamente como pela morte. O êxtase do amor tu o podes verter do corpo que tens nas mãos.
  A amante que me foi destinada antes de vir à Terra, a metade perdida do andrógino que fui, tu ma enviarás para os meus beijos.
  Impede, peço-te, que as Sibilas Lilith e Nahemah a retenham prisioneira na noite ignota. Põe na matriz da mulher amada a vibração do amor que se vai perpetuando através dos Elohim até ao coração do próprio Deus! E neutraliza, com teu hálito balsâmico, os malefícios do demônio Anteros ou Kermel, que se inflama de ciúmes ao ver os pares felizes!

  VIII.  ELOHIM TSEBAOTH! 

  Sobre a coluna esquerda, tu te eriges em um ninho de glória e daqui teus servidores, os filhos dos deuses, saem para o ágil planeta de Mercúrio.
  Cinge-me a fronte uma coroa de hidrargírio; e uma túnica vesti, malhada de cristal, de onde emergem nus os meus braços de operador. Em meio ao fumo do zimbro e de canela, estás tu, Michael, que aconselhas a Salomão, o rei do Mistério! Por ti eu quero a penetração dos segredos, quero fabricar a chave que força os serviços do Oculto.
  Tu não perturbarás, Taphthartharat, o bom trabalhador entregue à sua obra.

  IX. SHADAI! 

  Teus pés se apoiam sobre o Fundamento, e teus dedos fazem sinais aos ministros do Fogo que seguem o curso da luta em torno do crescente de prata fina, vestido da branca dalmática, ornada de estrelas, de argolinhas e safiras.
  Eu queimo a mirra, proferindo palavras que forçam as vontades. Tu te inclinas para mim, ó Gabriel! Como Artemisa triforme ao apelo de Endimião. Alma da Lua, teu olhar protege as crianças e derrama-lhes no peito predestinado o Fogo Sagrado do gênio. A tua expiração nos dá crescimento; tua aspiração, perecimento; o odor do teu hálito, através das correntes áuricas, atrai o espírito dos mortos que amamos, a imaginação dos poetas e das mulheres.
  Espelho que reflete sobre nossas frontes os raios vindos de todos os planos do abismo, escolhe com amor aqueles que hás de projetar sobre meus flancos. Ante o encantamento prolongado nas ondas espirituais, depõe, eu te ordeno, a tua indiferença da frequente neutralidade, a fim de que eu possa lançar o olhar além dos teus domínios.
  E quando eu receber o beijo da morte, não rolarei para os tormentos astrais, presa das infernais servas de Hasmodat, as Lemúrias e as Larvas.

  X. ADONAI MELECH! 

  Tu realizaste o sonho insondável da imensa face que o olho não viu! Coroado o longo Macrosprósopo, o puseste no Reino das formas que empunha o azorrague do Futuro Perpétuo. Grande Arquiteto, venerado dos Maçons, tu construíste o teu Templo. Feita a sua obra, o Ser pode mirar-se no símbolo que manifesta suas virtualidades.
  A sombra tem um corpo. O Grande Pã é vivo. Ao seu mando, as Inteligências de glórias oferecem aos homens o vinho do Conhecimento da Gnose Integral de que só podem beber os fortes e audaciosos.
  Eu sei que o sabor dele é amargo e mortal! Mas posso chegar o copo aos meus lábios, por que no subterrâneo de Eleusis eu comi o tambor e bebi o címbalo.
[Cruz de Caravaca - Ed. Pensamento]

Rayom Ra
        http://arcadeouro.blogspot.com.br



segunda-feira, 27 de junho de 2016

Enquanto Eu Ainda Aqui Estiver

 
A VERDADE

  Irmãos, o que é a verdade? O Grande Mestre calou-se diante de seu inquiridor. O santo silêncio calou a voz do cordeiro. Esse mesmo silêncio cala também nas almas reflexivas de quem somente consegue responder a si próprios e não ao mundo. Cada personalidade é um mundo e cada mundo detém a prístina verdade. E a verdade não está escondida, mas diante do brilho de cada olhar das almas abastecidas. E ela brilha de tal forma que não consegue ser penetrada por olhos de não ver. Por isso, Jesus calou-se diante de Pilatos. Pois o que as palavras diriam a Pilatos quando os olhos dele não conseguiam ver-se e nem a alma sentir-se? Não creiais, irmãos, que descumpro tal parâmetro. Não seria sensato nem digno assim me representar diante de vós. Quem sois, então, e o que pretendeis com essa busca de comunhão de ideias: acaso todos desconhecem que a verdade está tão clara e distinguível tanto quanto esteja ela encoberta?  

  Sim, irmãos, inúmeros de vós tendes conhecimento de que a verdade encontra-se indelével em cada um e a cada um se revelará em porções definidas quando os degraus forem galgados conscientemente. Pois cada alma, cada ser reencarnante que desceu a esta Terra veio pela sabia vontade do Pai trazendo no imo Sua Presença. E se a Presença do Pai está no imo de cada um então ali está a mais pura verdade. Entretanto, é lícito reconhecer que inúmeros ainda dormem e não despertaram em tempos após tempos, por isso não veem e nem sentem.

  Mas não vós, irmãos, a quem me dirijo diretamente, e que possuís a vossa verdade cunhada na intenção e nas boas e conscientes obras. Por que esta verdade é visível e sensível a todos os que fazem como vós, não importando o modo como façais uma vez que estais viventes na presença espiritual que é uma só. Pois a verdade no imo é viva e bebível como são as águas do regato que correm cristalinas nesta ou naquela direção. E a isto sabeis por intenção própria e pessoal, por vocação ou amor. No entanto, que a vossa verdade seja sempre das águas cristalinas que se movam diariamente, que nunca estacionem e nem se descumpram ante o tronco que lhes atravessa o caminho, e nem se deixem seduzir por um falso e narcísico brilho delas mesmas refletido. Mas sendo essa a sedução, a verdade ora cálida, morna ou refrescante deixará então de vos ser fluente e como águas barradas na nascente secarão em seu próprio leito.

  Em mim, irmãos, pulsa também a verdade que veio sendo buscada na consciência desde tempos remotos nesta Terra de Gaia. Quem sou, perguntais, e vos respondo. Sou como vós irmãos da criação, aquele que tem na sua trilha de milhões de anos sua própria história, a minha história. Em quem a verdade antes não habitante de meu ego, hoje pulsante em mim a cada batimento de meu coração, rebrilha aos meus olhos: essa, a verdade que se mostra cada vez mais claramente, que não precisa de declarações formais para sua real identidade, bastando ouvi-la e vive-la. Sim, eu sou aquele que visitou esta Terra centenas de vezes, que com ela misturou-se; um Adão terreno que viveu pelo sopro do Criador, como o múltiplo Adão que ainda vive no seio de toda a humanidade crendo-se o conhecedor. Mas não sou somente esse; vós não sois somente ele. Nele estais, nele respirais, nele viveis no âmbito de vossas ações e pensamentos terrenos, e, no entanto, entendais bem, não sois ele – não somos mais ele! Esse Adão de tantas vidas, tantas encarnações, tantas Evas de si mesmo viveu as ilusões, nasceu de diferentes ventres, renascendo sempre.

  Sejamos objetivos: cada personalidade é um Adão, uma Eva, aprendizes no finito do espaço-tempo, em cujos íntimos a verdade incondicionada e irrepreensível ainda não reverbera, mas aguarda, se oculta, oferece-lhes o campo e as analogias. Disse o Mestre: Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém vem ao Pai a não ser por Mim. Esse Sou eu – o Eu Sou – e esse Sois vós.

  Agora as imagens se ampliam, alternam-se os parâmetros e penetramos através de outros corredores. Se eu não sou somente esse, mas também aquele, então a verdade estará naquele e não nesse? Por que terei eu vivido tanto e tantas vezes nesse e não somente naquele? Será então a minha verdade tão zelosamente guardada, um modus vivendi interior enganoso e falso?

  Dir-vos-ei irmãos do modo como posso. Somos esse Adão-Eva terrenos e também aquele a quem o Mestre se referiu. Ele é o Cristo, o Cristo está nele; ele é Jesus e ao mesmo tempo Cristo, dois em um e um em dois. Jesus é o conhecedor, Cristo é a sabedoria, a verdade e a vida. Ele disse, ele confirmou várias vezes.

  Então, a verdade está Nele e não em Adão-Eva. Esses nascidos de ventres terrenos são os aprendizes, detêm suas verdades através de centenas de encarnações; são feitos do pó, da terra, são projeções, não são do espírito infinito; são volúveis, corrompíveis e corrompedores; assim já disseram tantos profetas. Porém, a verdade dos que se redimem, que ainda vivem no plano terreno, é aquela que avança em direção a Jesus, o conhecedor, e miram Cristo, a estrela de luz inefável. Jesus são os degraus da luminosa escada da ascensão; mas não iguais aos degraus de Jacó, o empreendedor de outros tempos, o pai dos doze, aquele que veio antes para povoar as almas e não ainda para ser o Salvador.

  Desse modo, todas as verdades que vêm de Adão-Eva mesmo em remissão dos erros são somente as diversas faces, as projeções na personalidade, nas suas emoções, creiais nisso e não vos deixeis enganar. Porém, somente serão definitivamente límpidas e transparentes como o riacho de águas cristalinas, quando forem qual Jesus em vós: uma única e perfeita vertente do começo ao fim. E se a isso não credes em vossos íntimos, pelas vossas presunções, o filho do homem não herdará a terra e não alcançará a mansidão de Jesus; esta somente vos descerá e vos possuirá pelo conhecimento da verdade que purifica e pelas constantes práticas do amor que redime.

  Jesus disse; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Sim, ele disse, mas não ensinou que devíamos procura-la fora por que a verdade é ele próprio, a via interna, o conhecimento real que leva à sabedoria e a sabedoria que leva à libertação. Reflitamos: digo-vos que a verdade é uma só, mas as nuances são diversas, os gostos são vários, as ações numerosas e os enganos humanos ainda muitos. Pois o espírito de Deus é uno e está em todos, como o imenso exército de almas que pululam pela Terra em febris atividades, que também é uma só, uma só alma. Como pode isso? Sim, irmãos, somos personalidades nesta Terra, mas vive em nós a Chama de Deus-Pai e a alma da Deusa-Mãe e todos são um só. E embora o espírito seja um com tudo e a alma em todos esteja, em vossas qualidades e aparências, as personalidades Adão-Eva em vossos íntimos ainda debatem-se levando a enganos.

A PRESENÇA

  Disse Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo; antes que Abrão existisse, Eu Sou. Que misteriosas palavras proferira o Mestre! Sabeis muito bem, irmãos, que os mundos detêm idades astronômicas. Sistemas solares dissolvem-se, mundos são de novo habitados e universos se expandem. Abraão é referido como o pai da humanidade. Teria nascido em Ur na Caldéia há 2000 anos a.C., portanto muito antes de Jesus e nem por isso o Mestre deixou de citá-lo como um marco na vida semita. Diz a lenda que Melquisedeque de Salem, no papel de uma encarnação de Deus na Terra, profetizara-lhe que a descendência dele, Abraão, contaria mais do que as estrelas no céu.

  Credes, irmãos, em Deus, na encarnação de almas e em seus retornos a esse mundo ora para expiar os seus erros ora para reaprender lições ou continuar em seus avanços em direção e volta ao Criador? Sem dúvida. Não fosse assim, a vida vos soaria sem o menor sentido! Como entender tantas coisas sem a reencarnação e ainda assim crer num Deus Todo-Poderoso criador de tantas belezas, tantos amores e tantas perfeições, mas insensível à dor, à miséria, à maldade e aos crimes hediondos grassantes a solto nesta Terra? Neste contexto vazio, a nós, almas experientes, não haveria a menor lógica em sermos religiosos, esotéricos ou seguirmos ideias disciplinadoras de homens inspirados. Inspirados por quem? Intelectuais, poetas, artistas e homens de ciência ainda se revelam simplesmente ateus por que a realidade de Deus não lhes sensibiliza, não encontra ecos em seus íntimos – oh, que lástima! Quanto mais a existirem aqueles que professam um Deus, mas que não admitem a clara e lógica revelação da reencarnação. E as religiões, por isso, pagam também o preço do ateísmo por consequência de um Deus severo e seletivo.

  Irmãos de toda uma nação de espíritos que para esta Terra viestes, saibais o quanto lutastes por remover a destruição das legítimas pregações de nosso senhor Jesus Cristo que guardastes em vossas mentes e corações. Quantas de nossas cabeças rolaram; quanto os malignos travestidos de discípulos do Mestre, ostentando tremulantes estandartes com a divina cruz estampada e portando insígnias sacrossantas em seus peitos, nos trespassaram com suas lanças e espadas polidas, ou nos imolaram em praças públicas com pedras ou com o fogo que a eles mesmos não purificaria. Lembrai-vos dos primeiros cristãos que fomos – os crucificados ou devorados pelos leões – e das incansáveis perseguições dos adoradores do politeísmo deturpado, das usurpações pelos padres dos sagrados direitos cátaro-albigenses e de inomináveis mortandades a que fomos vitimados. Sim, lá estávamos, lá estivemos a oferecer nossas vidas em sacrifícios extremos de amor ao Deus Criador e a seus profetas.

  Quantos saberes os malignos entranhados nas almas sacerdotais não conseguiriam destruir na religião, se a revelação da lei da reencarnação não houvesse sido suprimida. Saberes que hoje haveriam de emoldurar suas escrituras! Faraós outros sabiam, Akhenaton sabia, Moisés sabia, Buda sabia, Jesus sabia. No entanto, foram divergidos os textos que a isso se referiam. Homens, o quanto deveis ainda aos vossos irmãos por terdes ocultado ou desfigurado esta e outras verdades esclarecedoras, e, juntamente aos malignos a quem elegestes por mestres, também enganastes a respeito de Deus e Seus divinos propósitos!

  Entretanto, a Presença, o Eu Sou revelado aos eleitos foi também revelado ao mundo profano pelas pregações do Mestre há dois milênios. O Eu Sou é exatamente Deus em nós, em todas as almas encarnadas; é a Vida Criadora que está muito além do espaço-tempo e da personalidade Adão-Eva. EHYEH ASHER EHYEH: EU SOU O QUE EU SOU eis a tradução cabalística de todos os tempos, antes mesmo de Jesus, Moisés, de Abraão, Noé, ou do Adão bíblico e de todos os personagens da magia de povos mais antigos.

  Acreditais que na Lemúria, há milhões de anos, já raças tinham conhecimento deste poder secreto em cada ser, em cada vida humana? E que a própria linguagem verbalizada existia com muito menos vocábulos e articulações sonoras, e que ainda assim grandes revelações hoje não compreendidas pelos estudiosos do ser espiritual foram simplesmente vivenciadas com inofensiva naturalidade? Isso mesmo, irmãos, nada é novidade no Deus Criador. Todos os Seus segredos sempre foram nossos por sermos eternos e existirmos como partículas de Seu Ser. Somos Suas chamas que Ele manifesta e depois as recolhe para o Seu íntimo sem nunca terem deixado de Nele existir.

  Quem vos disse que somos produtos híbridos de raças estranhas descidas na Terra? Essa afirmação é falsa da maneira como é dada. Raça alguma alienígena detêm a condição de criar almas e espíritos na acepção única da imortalidade. Criaram corpos? Mas não a grande humanidade; não Almas, não Espíritos, não Chamas Divinas! Aqueles não herdarão a Terra, pois não serão filhos do Criador.

  Tendes ainda dúvidas, irmãos, pela propaganda habilidosa de tantos falsos criadores que dizem terem vindo de outros universos ou sistemas solares para nos criar e ensinar? Somos bilhões de almas e espíritos trazidos para a Terra por ordem do Criador a seus Hierárquicos e Nele sempre estivemos. E haveremos de reconhecer a todos os prepostos do Criador, e somente a eles, quando o momento se eleger.

  O quanto tenho orado e clamado para que a Presença permaneça em mim, em vós. Ele disse: ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Ele também é a Presença, o Cristo, a Chama Imortal que jaz em todos os espíritos – nas Mônadas. Atrai-a diariamente às vossas consciências de egos! Pois a Presença sempre esteve latente e poderosa em todos esses filhos do mesmo Pai. Ela é impessoal, é uma só multiplicada bilhões de vezes e tantas outras vezes se multiplicará quantas sejam necessárias. Irmãos, creiais nela, nessa Chama Elétrica que contem todos os segredos do Criador. Ela está em vossos mecanismos biológicos como está em vossos mecanismos de matérias mais sutís. A Presença é uma Chama de pura Inteligência, é um Fogo Sagrado, é Deus, e Deus é um Fogo Criador, o mundo é um Fogo que arde interiormente em todas as qualidades e atributos da Inteligência!

  Vistes que todas as coisas criadas são formadas de camadas celulares, moleculares e eletrônicas. As circunvoluções dos elétrons, em prováveis desenhos a que chamais de átomos, produzem novas frequências quando elétrons saltam de suas órbitas. E quando elétrons se chocam explodem em luz e calor. Eis ali o Fogo Divino transmutado em novas energias sob formas infinitesimais, porém poderosas, a despeito de suas micro divisões. E eis essa mesma Presença da energia do Criador em vós, em mim, em todas as coisas viventes.

  Olvidais que somos seres bioelétricos? Bem mais que isso, somos também formações cujas atomicidades nos fazem seres superiores, não por que sejamos mais avançados que os animais, as plantas ou os cristais, que na verdade o somos, porém pelos teores de nossas consciências que a tudo podem penetrar e de tudo auferir. E este saber está na Vontade do Criador que por nós vem buscar a generalidade e a especialidade de todas as coisas por Ele mesmo criadas.

 Soa-vos anátema? Incongruência? Paradoxo? Oh, não irmãos! Pois o Criador, sendo também a Presença, o que a Ele valeria estar em nós sem uma nomeação para algo realizarmos na Terra?

  Irmãos, mediante isto, avancemos mais ainda em nossas reflexões, nesse aparente paradoxo para que entendamos e realizemos conscientemente sob égides de leis cósmicas. Pois, se somos a Presença e a Presença é Ele – que é toda sábia – qual é realmente o sentido de nossas experiências nos mundos, nos sistemas solares, na Terra, naquilo que Ele já criou? Evidentemente que experienciamos de Sua própria criação. Mas, na verdade, o objetivo é ainda maior, mais fantástico e estimulante, porém inescrutável ainda na sua essência para nossas mentes aprendizes. Então, deixemos que a sábia Presença faça e realize em nós e por nós, e assim saibamos de uma intensa e monumental corrente vibratória a ressoar e realizar por todo nosso sistema solar em todas as suas dimensões.

  Simples assim? Não tão simples, mas é o enigma que nosso cogito precisa deslindar.

O CONSOLADOR

 Jesus disse: Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.

  Enigmáticas palavras não? Por que teria Jesus dito tais coisas aos seus apóstolos e seguidores? Irmãos, o quanto a história já testemunhou dos grandes emissários de Deus! Zaratustra, Krishna, Akhenaton, Moisés, Buda e o que permaneceu intocável de suas palavras nas dobras do tempo terreno? Escritos post-mortem foram interpretados de muitas maneiras, adulterados ou sepultados. O quanto sabemos realmente por Eles através de um legado original? As resenhas sobre dois dos mais recentes avatares que desceram a Terra, Buda e Jesus, nos demonstram isso. O budismo transformou-se. A filosofia do Sakyamuni ganhou muitas ramificações, diversos cognomes, várias inserções, numerosos pergaminhos e nenhuma biblioteca completamente fiel e inatacável. O cristianismo documental passou a ser reunido e elaborado bem depois da partida física de Jesus, mas até hoje achados de antigos papiros, submersos em cavernas ou criptas, desmentem trechos das suas mensagens tidas como originais e apontam capítulos e revelações omitidos. O quanto se tergiversou, irmãos, já dissemos isto.....

  Sabeis das vicissitudes dos historiadores crentes, das suas lutas e mortes a fim de conservar algumas das fontes fidedignas dos santos homens seguidores de perto dos Avatares. Os mesmos malignos de sempre brotaram da terra para insuflar homens sem almas e sem direção, a clamar pela destruição. Infiéis misturaram-se aos fiéis e com denodo e notada tenacidade conseguiram sempre divergir, demolir e erradicar. Pobres homens sem visão que facilmente embaraçaram-se nas teias dos malignos.

  Sabeis, irmãos, que em algum tempo do passado, em vidas esquecidas de vossas memórias conscientes, o medo imperou e vos fez odiar e não amar. Esse medo vos aterrorizou desde a infância, aterrorizou aos vossos pais, maculou vossas inocências, vossos sabores naturais pela vida, pelas belezas que o Criador nos legou a todos gratuitamente. Cegastes-vos à candura, ao melífluo, ao perfume dos verdadeiros deuses, aos sonhos de um mundo de felicidade. Esse mesmo medo remeteu-vos a outro passado como uma pedra lançada ao negro abismo, que batendo bem fundo despertou-vos dos tempos de Baal e recrudesceu em vós as vossas memórias inconscientes. Lá sucumbistes aos vossos inimigos poderosos, às suas hipnoses e ameaças. Pois esta mesma submissão ao medo já a tivésseis há milhões de anos no belo continente de Atlântida onde vossas aflições começaram, e onde os malignos adoradores também vos sacrificaram em pavorosos rituais sangrentos até retirarem de vossos peitos os corações ainda palpitantes. Oh Deus!

  O tempo avançou em seus sistemáticos giros, em sua roda inflexível e inexorável deste mundo de vida terrena. Os Avatares vieram e se foram; aqui estivemos e ainda estamos. De todos ouvimos. Duvidais, bem eu sei irmãos em Cristo, de que vossas almas registram as mais sublimes verdades ensinadas pelos iluminados. Vossas mentes terrenas não podem testemunhar essas memórias, vossos intelectos não são o suficiente claros por si sós para de novo apreendê-las. Em muitas instâncias vossos intelectos são meramente vossos inimigos.

  Grandes homens venerados segundo o mundo não foram mais que verdugos de si mesmos, de suas próprias almas, de seus irmãos de criação. Tornaram-se surdos aos mais dignos e procedentes clamores de seus íntimos; secaram a fonte aluminífera que brotava calor interno; tornaram-se opacos e frios e usaram seus intelectos desenvolvidos unicamente ao serviço dos poderes da matéria.  Como necessitam de vós que vos mantendes na luz – de todos nós que oramos e pedimos ao Pai e à Deusa Mãe. Muito mais de nós necessitam aqueles que ao uso de seus poderes convencionais ou usurpadores, em suas caminhadas dualistas, ignoraram os deserdados, trucidaram milhões unicamente por remuneração aos seus egos terrenos, perdidos num oceano de contradições.

  Se dos Avatares impede-vos o vosso cérebro conscientizar-vos de Suas verdades gravadas em vossos imos, do mesmo modo, certamente, não julgareis com razão que o Consolador vos virá com seus poderes espirituais e assim descredes de vossos eus em tudo. Confirmo-vos, irmãos de almas e espíritos, para que não vos deixeis enganar e não serdes levados numa rede de equívocos.  Pois o Consolador não é uma entidade, nem ser nenhum, filosofia alguma, qualquer dos antigos Avatares reencarnado, nada que venha ao encontro exterior de vossos egos, de vossas personalidades em ciclos de ajustes para um novo e visível estandarte ao mundo, como há pouco menos de dois mil anos Jesus desfraldara. Chamou-o, Jesus, mui justa e sabiamente a este Consolador, de o Espírito Santo.

  Digo-vos também, irmãos, com a certeza que minha alma cristificada me inspira e não por outros quaisquer caminhos de aprendizados espirituais, que os ensinamentos do Mestre foram muito claros aos seus seguidores, e mais claros ainda aos seus discípulos por que esses precisavam despertar rapidamente e obrar, pois a missão requeria que logo se dispersassem fazendo-se de uma vez arautos de nova história mundial. Porém, aos próprios discípulos, e aos demais que acreditaram em suas palavras ele também algo ocultou.

  Sabeis, irmãos, o que seja a gnose? Pois tendes em vossas memórias causais o quanto aprendestes dessa gnose professada por Cristo-Jesus a vós, aos que aprendiam ocultamente antes e após o ato da crucificação do cordeiro. A vós que lá estivestes nos cenários e abrigos onde o enviado de Deus ensinou – como esteve esse irmão que vos fala e transmite – a gnose foi explicada em seus segredos maiores. Todos os sinceros seguidores de Cristo foram merecedores das graças recebidas naquela vida, pelo entendimento e aplicação da reta gnose. Assim fostes vós enquanto vos mantivestes em Cristo lá mesmo e em outros lugares de vossas futuras vidas. E amados sempre fostes pelos séculos vindouros. Porém, a uns foi dado mais que a outros, não por que a graça assim escolhesse por razões menos amorosas, porém pelo fato de que nem tudo é para todos por circunstâncias várias, por motivos diversos ou por momentos inoportunos.

  A gnose original nas suas verdades não é apanágio do mundo grego antigo, de seus filósofos e terapeutas, de suas iniciações. Não creiais nisso. Creiais sim que um dia estivestes novamente purificados pela Presença de Sophia – o conhecimento puro – pela vossa aplicação da gnose em vossos pensamentos e atos. E creiais que vossas histórias foram uma só com as de vossos irmãos de mesma jornada, não importando onde estivésseis. O quanto caminhastes pelas orientações de vossos mestres do mundo espiritual, quantas civilizações conhecestes, quanto vos têm custado às demolições de vossos antigos egos ainda em vestiduras Adão-Eva. Com todos vós, irmãos na luz, isto verdadeiramente se passou por que assim quisésseis. Para serdes arautos e obreiros em Cristo, na sua vinda à Galileia, vos foram primeiramente oferecidos os obstáculos em caminhos diversos a fim de que os ultrapassásseis, e assim fazendo fortalecêsseis cada vez mais as vossas vontades, as vossas almas, mantendo-vos determinados pela ansiável  e redentora luz.

  Faltaram-vos forças em certas vidas, bem sei, noutras os inimigos triunfaram interrompendo vossas caminhadas; algumas vezes de modo cruel, já vos dissemos isto. Mas reiniciastes sempre, como fazem os autênticos obreiros, e finalmente chegastes a Jesus, ao Cristo, diante de sua imagem física, ou ante seus mais significativos ensinamentos pouco depois de sua partida às moradas do Pai. Muitos irmãos fiéis vos deram pessoalmente as bases crísticas da gnose real sobre a qual Sua igreja seria edificada em vós, em vossos íntimos. Akhenaton assim tentara, mas sucumbira aos ardilosos vendilhões politeístas. Mas não Jesus-Cristo! Este vivificou e imortalizou Sua obra através de vós, por todos nós os seguidores fiéis da pura gnose, por todas as almas em consciente purificação. Relembrareis disso um dia em vossas almas em toda a sua plenitude, jamais duvideis! Sophia, a sabedoria do mundo, sempre esteve convosco sob outras formas e ofícios, com outras vestiduras e designações para vos despertardes dos diversos complementos interiores que ainda não possuíeis. Muitos céus a isso testemunharam, templos memorizaram os ritos religiosos de que participáveis; os videntes mais sensíveis ainda podem ler dessas efemérides, eras após eras. Os registros etéricos daqueles tempos terrenos ali permanecem como se hoje acontecidos, como se neste exato instante.

  Escandalizam-se os cristãos despidos da gnose sem a sapiência provinda de Sophia, e refutam saberem que esta mesma via espiritual reafirmada por Jesus, começou com um arquétipo mental nos caminhos do Gautama, nas suas escaladas pelos labirintos da mente até dela libertar-se, até que quebrasse os seus elos aprisionantes da Alma. Akhenaton e Moisés haviam preparado a recepção do pensamento uniforme em um só Criador sobre todos os demais deuses. Depois os Essênios buscariam no budismo e trariam para o Mediterrâneo os segredos das curas pelas plantas, os rituais de evocação aos iluminados, e desenvolveriam as materializações de almas e demais conhecimentos da gnose. E Jesus, entre eles, vivenciaria esses conhecimentos e com sua arte divina os reforçaria mais tarde com os budistas no Tibet; e brindaria os monges com sua genialidade e maior visão, e lá mesmo renovaria ensinamentos mais significativos.

  Sábios foram aqueles homens de eras passadas que nos despertariam as altas aspirações para além das magias astrais, para distante dos fenômenos ilusórios que encantam e aprisionam, e nos ensinariam os preâmbulos de todas as transformações internas de que necessitávamos, para futuramente encarnarmos a Alma Imortal. Esses iluminados nos auxiliariam a entendermos a existência dos degraus sublimatórios internos, que nada mais são que as iniciações conducentes cada vez mais acima, até que finalmente cheguemos a indefiníveis e indissolúveis identidades com Cristo. Creio plenamente nisso, e creiais, irmãos, nessas lídimas e fluentes verdades. Não permitais que de novo Adão-Eva em vós, quase mortos, que de seus próprios estertores e insuflados pelos ardilosos malignos, venham rearticular os vossos pensamentos, vossos intelectos, para conhecimentos sem alma, para distrações do mundo, para os encantamentos da ciência cética e materialista. Lembrai-vos sempre: somos vidas milenares, viventes em Cristo, mas não ainda completamente remidos pela luz redentora que buscamos.

  Saibais, irmãos, quem seja o Consolador e muitos de vós tendes a consciência deste saber. Aquele que Jesus pediu ao Pai que aqui vos viesse, e a mim, e a todos os seguidores da luz. Pois Ele é o próprio Cristo que renasce em nós, em nossa manjedoura, e na criança dourada cresce em nossas almas. Uma pura alma dentro de outra alma; e enaltece-nos, e reativa-nos aos nossos átomos superiores, e nos toma na medida de nossos atos mais puros, e nos inspira, e nos fala, e nos intui, e realiza por nós as verdades viventes em nossos íntimos! Eis o Consolador para as almas interiorizadas que vivem no mundo, mas que não são mais do mundo, que buscam manter Adão-Eva em padrões frequênciais menores, inatingíveis às emoções elevadas, às santas aspirações e realizações ao serviço.

  Assim eu sinto, assim eu penso; eu vosso irmão igual e seguidor de um Irmão Maior – um divino Ser, um Salvador – e de Seus Irmãos Mensageiros que aqui vieram sacrificar sua Paz, suas plenitudes sábias, que desceram dos mundos celestiais a fim de também ensinar em como sairmos das cadeias tecidas pelos nossos próprios e imperfeitos egos, nesse mundo de antigas provações, e a escaparmos dos astutos senhores dos reinos da não luz, e a auxiliarmos aos irmãos incautos por eles aprisionados.

“O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”. – João 14-17.

Por Rayom Ra

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Rayom Ra
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