domingo, 30 de maio de 2021

É por isso que o Tempo Precisa Ser uma Dimensão

  Se lhe pedissem para descrever como você pode se movimentar pelo universo, você provavelmente pensaria em todas as direções diferentes para as quais pode ir. Você pode ir para a esquerda ou para a direita, para frente ou para trás, para cima ou para baixo; e são essas suas opções. Essas três direções independentes, que podem ser descritas por algo tão simples quanto um gráfico, representam todas as formas possíveis que uma pessoa tem de se mover pelo espaço.

  Mas essas três dimensões estão longe de ser todas as que existem. Há uma quarta dimensão que é igualmente importante, embora seja muito diferente: o tempo. Estamos sempre avançando no tempo, com certeza, mas ele é uma dimensão tanto quanto qualquer outra dimensão espacial. Você pode falar tanto que vivemos em um universo quadridimensional descrito pelo tecido do espaço-tempo como em um universo de 3 + 1 dimensões, onde temos três dimensões espaciais mais uma dimensão temporal; mas você não pode separar essas entidades. Vamos tentar entender o porquê.

  Essa visão detalhada da Terra é baseada, principalmente, em observações do Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) do satélite Terra da NASA. Na superfície de um planeta como a Terra, são necessárias apenas duas coordenadas (latitude e longitude, por exemplo) para definir um local. Se incluirmos locais subterrâneos ou acima da superfície, uma terceira dimensão espacial será necessária (NASA)

  Os seres humanos, normalmente, vivem apenas na superfície da Terra. Quando queremos descrever onde estamos localizados, fornecemos apenas duas coordenadas: latitude e longitude. Precisamos apenas desses dois valores, que informam onde estamos localizados ao longo dos eixos norte-sul e leste-oeste do nosso planeta, porque a terceira dimensão é óbvia: estamos na superfície da Terra.

  Mas se você estiver disposto a ir abaixo ou acima da superfície da Terra, precisará de uma terceira coordenada para descrever com precisão sua localização: profundidade/altitude ou onde você está neste eixo cima-baixo. Afinal, alguém localizado exatamente na mesma latitude e longitude que você – as mesmas coordenadas bidimensionais – poderia estar em um túnel subterrâneo ou em um helicóptero. Vocês não estariam necessariamente no mesmo local; você precisa de três informações independentes para identificar sua localização no espaço.

  Sua localização neste universo não é apenas descrita por coordenadas espaciais (onde), mas também por uma coordenada de tempo (quando). É impossível ir de um local para outro sem se mover no tempo também (PIXABAY USER RMATHEWS100)

  Entretanto, mesmo dois objetos diferentes com as mesmas coordenadas espaciais tridimensionais podem não se sobrepor. O motivo é fácil de entender se você começar a pensar na cadeira em que está sentado agora. Definitivamente, sua localização pode ser descrita com precisão pelas três coordenadas espaciais familiares a nós: x, y e z. Esta cadeira, no entanto, está ocupada por você agora, neste exato momento, em oposição a ontem, uma hora atrás, na semana que vem ou daqui a dez anos.

  Para descrever precisamente um evento no espaço-tempo, você precisa saber mais do que apenas onde ele ocorre, mas também quando ele ocorre. Além de x, y e z, você também precisa de uma coordenada de tempo: t. Embora isso possa parecer óbvio, ela não desempenhou um grande papel na física até o desenvolvimento da Teoria da Relatividade de Einstein, quando os físicos começaram a pensar sobre a questão da simultaneidade. Imagine, se preferir, dois locais diferentes – um ponto “A” e um ponto “B” ⁠ – conectados por um caminho.

  Você pode escolher quaisquer dois pontos e desenhar um caminho unidimensional (linear) conectando-os. Se você exigir que alguém ande do ponto A ao ponto B ao mesmo tempo que alguém caminha do ponto B ao ponto A, sempre haverá um evento no espaço-tempo em que esses dois viajantes ocuparão o mesmo ponto nas quatro dimensões: eles ocuparão a mesma localização espacial ao mesmo tempo (SIMEON87/WIKIMEDIA COMMONS; E. SIEGEL)

  Imagine que uma pessoa esteja no ponto A e outra esteja no ponto B, e cada uma começa a viajar em direção ao outro ponto. Você pode visualizar onde cada um está colocando um dedo de cada mão em A e B e depois “caminhar” em direção a seus respectivos destinos. Não há como a pessoa que começa em A chegar a B sem passar pela outra pessoa, e não há como a pessoa que começa em B chegar a A sem passar pela primeira pessoa.

  Em outras palavras, para que cada um chegue ao seu destino, será necessário um momento em que cada um de seus dois dedos ocupe o mesmo local ao mesmo tempo. Na relatividade, isso é conhecido como um evento simultâneo: onde todas as coordenadas de espaço e de tempo de dois objetos físicos diferentes se sobrepõem. Isso não é apenas “não controverso”, é matematicamente comprovável.

   Se você permitir que uma bola de tênis caia sobre uma superfície dura como uma mesa, ela com certeza irá quicar e voltará a subir. Para descrever a posição de uma partícula como esta bola de tênis, você deve levar em consideração seu movimento através do universo, que requer não apenas informações sobre sua posição espacial, mas também sobre como essa posição evolui com o tempo. Somente ao incluir uma coordenada de tempo junto com as três espaciais podemos falar com precisão sobre o movimento dos objetos através do nosso universo. (WIKIMEDIA COMMONS USERS MICHAELMAGGS e (editada por) RICHARD BARTZ)

  Esse experimento mental explica por que o tempo precisa ser considerado uma dimensão pela qual passamos, da mesma maneira que as dimensões espaciais são dimensões pelas quais passamos. Não foi Einstein, no entanto, que juntou espaço e tempo em uma formulação singular que os deixou inextricáveis. Na verdade, foi o ex-professor de Einstein – Hermann Minkowski – que descobriu o quão inseparáveis essas duas entidades são.

  Menos de três anos após Einstein introduzir sua Teoria da Relatividade Especial, Minkowski demonstrou a unidade do espaço-tempo com uma linha de raciocínio brilhante. Se você deseja se mover pelo espaço, não pode fazê-lo instantaneamente; você precisa mudar de onde está agora para outro local espacial, onde só chegará em algum momento no futuro. Se você está aqui agora, não pode estar em outro lugar neste mesmo momento, só pode chegar lá mais tarde. Mover-se pelo espaço exige que você também se mova pelo tempo.

  Uma visão animada de como o espaço-tempo reage à medida que uma massa se move através dele ajuda a mostrar exatamente como, qualitativamente, ele não é apenas uma folha de tecido, mas sim como todo o espaço é curvado pela presença e propriedades da matéria e energia dentro do universo. Observe que o espaço-tempo só pode ser descrito se incluirmos tanto a posição do objeto como onde essa massa está localizada ao longo do tempo. Tanto a localização instantânea quanto a história passada de onde esse objeto estava determinam as forças experimentadas pelos objetos que se movem pelo universo (LUCASVB)

  O que a publicação da Teoria da Relatividade Especial de Einstein expôs em 1905 foi a relação quantitativa entre o movimento de alguém através do espaço e o movimento de uma pessoa através do tempo. Ela nos ensinou que a velocidade da luz no vácuo é um limite de velocidade universal e que, quando você se aproxima dela, você experimenta os fenômenos bizarros da contração do espaço e da dilatação do tempo.

  Mas Minkowski deu um salto gigantesco quando percebeu, matematicamente, que o movimento no tempo se comporta exatamente como o movimento no espaço, exceto por dois fatores multiplicativos adicionais: c, a velocidade da luz no vácuo e i, o número imaginário √( -1). Depois de concluir sua derivação do espaço-tempo pela primeira vez, Minkowski afirmou:

  “Daqui em diante, o espaço por si só e o tempo por si só estão fadados a desaparecer em meras sombras, e apenas um tipo de união entre os dois preservará uma realidade independente”.

  Um exemplo de cone de luz, a superfície tridimensional de todos os possíveis raios de luz que chegam e partem de um ponto no espaço-tempo. Quanto mais você se move no espaço, menos se move no tempo e vice-versa. Somente as coisas contidas no seu cone de luz do passado podem afetá-lo hoje; somente coisas contidas no seu futuro cone de luz podem ser percebidas por você no futuro (WIKIMEDIA COMMONS USER MISSMJ)

  Quando você reúne essas descobertas, elas te levam a uma imagem do universo muito diferente da que você imaginaria com base nas antigas noções newtonianas de espaço e tempo absolutos. Ao se mover pelo universo, você experimentará mudanças na maneira como o espaço e o tempo passam para você.

   Se você estiver parado e imóvel, permanecendo na mesma posição espacial, avançará no tempo na velocidade máxima possível.

  À medida que você se move pelo espaço mais rapidamente, você se move mais lentamente no tempo (o tempo se dilata) e as distâncias espaciais se tornarão mais curtas no sentido da direção do seu movimento (contração do espaço).

   E se você não tivesse massa, não teria outra opção a não ser se mover na velocidade da luz. As distâncias no sentido da direção do seu movimento se reduziriam a zero; você as atravessaria instantaneamente. Da mesma forma, o tempo se dilataria até o infinito; sua jornada levaria zero de tempo da sua perspectiva.

  Um relógio de luz, formado por um fóton saltando entre dois espelhos, definirá o tempo para qualquer observador. Embora os dois observadores possam não concordar entre si quanto tempo está passando, eles concordam com as leis da física e com as constantes do universo, como a velocidade da luz. Um observador estacionário verá o tempo passar normalmente, mas um observador se movendo rapidamente pelo espaço terá o relógio mais lento em relação ao observador estacionário (JOHN D. NORTON)

  Quando você analisa as implicações físicas dessas considerações, elas são surpreendentes. Você pode aprender que todas as partículas sem massa são intrinsecamente estáveis; como o tempo não passa para elas em sua referência, elas nunca podem decair. Quando partículas instáveis são criadas, mesmo que tenham vidas extremamente curtas, poderão percorrer distâncias muito maiores do que você imagina, multiplicando ingenuamente sua velocidade pelo tempo que vivem.

  Um múon criado na atmosfera terrestre, cerca de 60-100 km acima do solo, por exemplo, alcançará a superfície da Terra embora sua vida útil (2,2 µs) signifique que ele não deveria viajar nem 1 quilômetro a velocidades próximas à da luz antes de decair. Isso também significa que coisas que começam idênticas não permanecerão necessariamente assim: um par de gêmeos idênticos, onde um permanece na Terra e o outro faz uma viagem ao espaço, envelhecerá em taxas diferentes, com o gêmeo em viagem se tornando mais jovem (experimentando menos passagem do tempo) do que o outro gêmeo ao retornar.

   Mark e Scott Kelly são vistos aqui no Johnson Space Center em Houston, Texas, antes de um deles passar o ano no espaço (a bordo da ISS) enquanto o outro permaneceu na Terra. Embora o experimento tenha sido projetado para medir os efeitos do ambiente espacial no corpo humano, com o outro irmão servindo como controle, o ato de viajar ao espaço, mesmo em órbita baixa da Terra, torna o gêmeo em movimento um pouco mais jovem em seu retorno (ROBERT MARKOWITZ/AFP/Getty Images)

  Você não pode pensar no espaço e no tempo separadamente, pois eles estão intrinsecamente conectados; mover-se através de um afeta seu movimento através do outro, independentemente de outras propriedades inerentes ao espaço-tempo. Hoje, a Relatividade Especial foi substituída pela Relatividade Geral, que também abrange a curvatura inerente ao próprio espaço. Independentemente das propriedades do universo em que você habita, seu movimento através do espaço e do tempo não pode ser tratado separadamente um do outro; você precisa dos dois juntos para descrever sua realidade.

  O tempo é uma dimensão assim como o espaço, pois independentemente de como você se move no espaço, você irá sempre avançar no tempo. Às vezes lemos que nosso universo tem 3+1 dimensões, em vez de 4 dimensões, porque o tempo é ligeiramente diferente: acelerar seu movimento pelo espaço desacelera seu movimento pelo tempo e vice-versa.

   Se você sabe todas as regras que regem como um objeto se move no espaço-tempo, as condições iniciais e as trocas de forças entre o objeto e o restante do sistema, você poderá prever como esse objeto se moverá pelo espaço e pelo tempo. Você não conseguirá descrever a posição de um objeto com precisão sem incluir uma coordenada de tempo, além das espaciais (Tristan Fewings/Getty Images)

  Talvez o fato mais notável da Teoria da Relatividade de Einstein seja que qualquer pessoa, independentemente de como se mova no espaço em relação a outra pessoa, verá as mesmas regras regendo seu movimento pelo espaço e pelo tempo. Mudar o seu movimento através do espaço resultará em efeitos e consequências previsíveis para o seu movimento através do tempo, e sempre que você encontrar outro observador nessas mesmas coordenadas de espaço e tempo, ambos irão concordar com o que é simultâneo para vocês naquele exato momento.

  Se o tempo não fosse uma dimensão e não tivesse exatamente as propriedades que tem, a Relatividade Especial seria inválida e não poderíamos construir o espaço-tempo para descrever nosso universo. Precisamos que o tempo seja uma dimensão inextricável do espaço para a física funcionar como funciona. Quando alguém lhe perguntar se vivemos em um universo tridimensional, tenha orgulho de adicionar um “+1” e prestar uma homenagem ao tempo.

   *Traduzido do artigo original de Ethan Siegel em “Starts With A Bang!”

  (https://www.forbes.com/sites/startswithabang/2019/08/27/this-is-why-time-has-to-be-a-dimension/#1ccd6cdc3646)

Rayom Ra

                                                http://arcadeouro.blogspot.com 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Noções Gerais do Carma [R]

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                                    APRESENTAÇÃO                                     

   O carma é bem mais que isso. Sua complexidade é infinitamente grande para que o compreendamos por simples ou rebuscadas palavras e analogias.

   Sabemos disto, mas de algum modo necessitamos ter ideias de suas aplicações e de seus efeitos nas vidas humanas e natureza em geral.

   Usamos de certas terminologias que não seriam adequadas, pois as palavras são pobres.  Ao falarmos de carma evolutivo do Logos Solar, pode soar inverossímil a alguns que estejam acostumados a entender o carma unicamente como um veículo punidor de erros e crimes. Mais ainda soaria estranho o Deus Criador possuir carma, conforme buscamos explanar. E aí reside a dificuldade de conjeturarmos da consciência perfeita de Deus (ou Deus Solar) e sua necessidade de expandi-la num corpo chamado sistema solar. E a pergunta pode emergir: afinal Deus não é a perfeição?

   Não sabemos se tudo é realmente perfeito na Sua criação. O que entendemos é que Sua Consciência sempre esteve em expansão e o Deus Criador precisa também de novas experiências em universos mais profundos, junto com outros sistemas solares coirmãos, como nós mônadas vindas com o Logos, precisamos das mesmas experiências juntamente com demais mônadas como nós.

   As imagens vêm e vão e as ideias perpassam nossa compreensão em rápidos relances, como faíscas; porém a concatenação do pensamento com a palavra é mais lenta e a busca pela expressão, não raro, desvia-se daquilo que mereceria ser mais direto e bem exposto.

   Quem nunca leu ou ouviu do carma? Não é novidade alguma falar-se dele. Neste nosso trabalho, ao tentarmos avançar sobre uma apreciação, nos damos conta, vez por outra, de que aquela abordagem é antiga, e também já exposta por outros autores. São revelações de mestres do esoterismo e comunicadores espirituais abalizados; então, nessa mesma linha, tomamos a liberdade de buscar expor de outro modo, porque os entendimentos são diversos.

   Desculpem-nos, os prezados leitores, pelas possíveis repetições de respostas às diversas questões, porque entendemos sejam necessárias por outros ângulos para melhor compreensão, se antes não pudemos ser de maior clareza.

   Este esboço, enfim, não tem outras pretensões senão expor e diversificar situações possíveis do carma em suas consequências gerais nas sociedades humanas e reinos da natureza, e não somente nas implicações simples e isoladas do indivíduo. Haveria ainda milhões de coisas desse universo de causas e efeitos que mereceriam de nós maiores abordagens, longos e acurados estudos, reflexões e meditações, porém este modelo simplificado nos pareceu ter nascido com essa mesma dimensão e tamanho para a finalidade exigida, e por isso assim ficamos.

  * * * * * * *

  1. De onde provém e qual o significado do termo Carma?

  R. Provém de Karma ou Karman, do idioma sânscrito, língua clássica dos brâmanes da India, significando ação, lei de retribuição ou de causa e efeito.

  2. De que maneira esta lei é aplicada?

  R. A lei do carma não se justifica por uma aparente e única aplicação, porém por inúmeras e consequentes compensações em favor do equilíbrio dinâmico das causas universais.

  É uma lei de reciprocidade advinda do universo do Logos quando Ele criou o sistema solar. Vem atuar em sucessivas incursões sobre as múltiplas vidas planetárias que exercitam ação e movimento nos reinos da natureza.

  Todavia, o carma em toda a plenitude universal segue inserido em diferentes esferas, umas sobre as outras. Ou seja, o carma do Logos ou Deus Solar subjuga ao próprio sistema solar; este domina sobre todos os setenta planetas que constituem, respectivamente, as dez cadeias conhecidas do seu esquema de evolução, e cada planeta, a seu tempo, é o depositário do carma de seus reinos e espécies.

  Esta ordem sucessória resume, ao final, uma só corrente fechada onde cada elo compreende diversificadas situações, mas obrigatoriamente influencia ao elo seguinte e dele vem receber reciprocidades.

  3. Como se dá o surgimento do carma no sistema solar?

  R. Admitimos que para cada um dos bilhões de sistemas solares de nossa galáxia existirão diferentes injunções de elementos cármicos.

  O carma de um sistema solar, a exemplo do nosso, é decorrente em sua essência da junção dos fatores ação e movimento. Ação e movimento, após a ideação, representam uma síntese exarada das imanentes energias, forças, leis e princípios da imensa cosmogonia cósmica, em consecução lógica e objetiva, para a formação de um corpo ou organismo multidimensional.

  Assim, o Ato da Criação deste organismo multidimensional chamado sistema solar, encerra, como alfa e ômega, a dinâmica mensagem da evolução, imantada desde as miríades e microscópicas partículas constitutivas das formações energéticas livres, até as imensas construções arquetípicas de um sol visível na sua densidade última, a planetas e a todas as vidas neles criadas.

  4. Por que o Logos necessita desta experiência?

  R. Não podemos ainda aquilatar a real necessidade do Logos, mas entendemos que a evolução seja infinita e o Logos tendo se encarnado sob um modelo de sistema solar, obterá em sua macro consciência uma soma de experiências cujos resultados finais Lhe serão necessários para ulteriores avanços.

  5. O que mais se explica por ação e movimento?

  R. Podemos também sintetizá-los como agentes das situações cármicas num plano integrado de causas e efeitos.

  “Ação” inicialmente se origina na magnífica Mente do Logos. Ao conduzir o propósito criador a Ação Original virá plasmar todas as demais ações num plano geral de probabilidades no mundo das causas e efeitos, em acontecimentos presentes e futuros. Em nosso universo de fenômenos uma ação (ou causa) gera um movimento (ou efeito), que gera nova ação (ou causa) que gera novo movimento (ou efeito) que gera nova ação (ou causa), e assim sucessivamente numa roda infinita. 

 Este giro sistemático num simples homem determina consciente ou inconscientemente seus propósitos de personalidade. Nos demais reinos é trabalhado pelo móvel do inconsciente nas interações da energia-alma com suas almas-grupos.

  “Movimento”, por seu turno, antes das vertentes nos reinos e espécies segue a “Ação”. Porém, ação e movimento no mundo dos fenômenos se complementam invertendo suas polaridades, pois tanto uma quanto o outro se anelam em duplicidades de causas e efeitos. Inicialmente Ação é um princípio ativo e Movimento é um princípio passivo.

(*) Para outros desdobramentos ligados a esta temática, ver:

Minha Alma Sua Alma Parte 1:

https://arcadeouro.blogspot.com/2016/07/minha-alma-sua-alma-1.html

Minha Alma Sua Alma Parte 2: 

 https://arcadeouro.blogspot.com/2016/07/minha-alma-sua-alma-2.html

  6. Por que o Logos Solar viria criar carma para Ele próprio?

  R. Não se trata de uma criação espontânea nem de uma escolha do Logos. Trata-se, isto sim, da própria Lei da Evolução a que o Logos se submete, ao mesmo tempo em que a regula no seu campo de existência.

   O sistema solar é a encarnação da consciência do Logos ao qual ele necessita fazer evoluir. No entanto, Sua consciência permanece soberana sobre todas as vicissitudes. Num determinado período que compreenderá trilhões de anos terrenos, a consciência do Logos virá passar por um processo de transformação. Mas para este mister ela é à princípio perfeita, pois na verdade o que o Logos trabalha e impulsiona são as miríades de vidas que Nele estão contidas, submetidas a um carma de ação e movimento.

  Quando todo o Seu corpo de manifestação, ou sistema solar, tiver atingido o status planejado para aquele período, então outro período se iniciará. Daí um novo e diferente processo cármico virá também se instalar para conduzir vidas a um estágio evolutivo maior nos parâmetros de causas e efeitos.

 E quando todos os períodos – ou ciclos – tiverem sido cumpridos, então a Consciência do Logos, imanente a todos os átomos do sistema solar nos seus estados dimensionais, se encontrará plena e realizada no simultâneo papel de Criador, Criação e Campo do Conhecimento.

  7. Como acontece a cosmogonia do Logos Solar?

 R. O Logos Solar é inenarrável em sua preexistência, em sua pós existência e nas sucessivas gerações de vidas planetárias. Assim também é o processo do próprio carma Nele indissociado para Seus propósitos evolucionários. Com pálidas palavras tentaremos brevemente significar que nosso Logos - ou Deus do sistema solar – é a encarnação de um Logos ainda Maior a que chamamos Logos Cósmico. No Logos Solar a Ideia da Criação já vem implícita para a sua consecução, mas para esta realização o Logos se manifesta sob três aspectos ou princípios:

  O primeiro aspecto é em si mesmo o Logos Incorpóreo, cujo pensamento plasma a Ideação recebida através da intermediação do Deus Etéreo Imanifesto - que é uma emanação do Logos Cósmico. Na Mente do Logos Solar, a Ideação resultará mais tarde em arquétipos ideais.

  O segundo aspecto é o Logos que irradia o Cristo Cósmico e fixa Sua imanência em todas as coisas.

  O terceiro aspecto é a Mente Universal ou Logos Criador, propriamente dito, que realiza a manifestação objetiva do sistema solar ao atuar com sua Inteligente Presença na matéria pregenética ou matéria prima original.

  8. Que é o carma humano?

 R. Dentro deste universo de possibilidades em que as vidas se inserem no Plano da Criação, o carma humano se apresenta como um agente incessante a modelar e impulsionar para a evolução, sendo ao mesmo tempo ajustador das deficiências morais e sociais onde o indivíduo se ache circunscrito à família, grupamento, etnia, raça ou nação, e finalmente a um planeta como entidade maior e mais complexa.  O carma humano, como o conhecemos em certa extensão, remonta, no entanto, na sua aplicação prática, a longuíssimo passado, anterior a este sistema solar. Sabem esotéricos que o atual sistema solar é um resultado ou reencarnação de um sistema solar anterior.

  Bilhões de vidas humanas, hoje ocupando espaço neste sistema solar, já tinham iniciado suas caminhadas evolutivas no sistema solar precedente. Ao retornarem ao panorama físico de nosso planeta estão se adequando a um novo ciclo evolutivo. Deste modo, neste segundo sistema solar, o carma humano está compreendido e direcionado aos objetivos não somente da entidade planetária quanto da existência do Logos nas Suas generalidades.

  Ao se dizer que o homem possui livre arbítrio esta elocução significa somente meia verdade, por que o livre arbítrio está adstrito e submetido aos ditames do Grande Plano da Criação em todas as suas etapas evolutivas. Logo, as consciências nelas inseridas se encontram reguladas em suas ações por leis, princípios e normas administradas por Inteligências Superiores chamadas Senhores do Carma.

  Se o indivíduo segue passivamente as leis da natureza, adaptando-se às demais leis que fazem avançar o carma planetário, ele estará incluído nos mesmos ditames impostos a bilhões de vidas humanas na Terra. Se, entretanto, resolve antecipar etapas, desejando logo se libertar dos grilhões da natureza, então, certamente, precisará incorporar a Vontade Imanente em Deus, pois somente assim seu livre arbítrio se ampliará.

  Quanto ao existir do carma humano é uma necessidade tão real quanto é a do carma regulado pelo Logos para todo o sistema solar. Partindo do princípio de que ação e movimento são indissociados à existência, tanto em níveis macrocósmicos como microcósmicos, virão esses agentes se revestir de elementos móveis e transformadores em suas linhas de ação nas diretrizes ao gênero humano.

  A inteligência do Logos conduz sempre para novas e progressivas situações. O carma evolutivo sob as premissas da Alma Universal vem integrar-se ao ser humano forçando-o a se adaptar aos reincidentes ciclos do nascimento-crescimento-apogeu-decrepitude-morte, a fim de que a consciência consiga retirar desses eventos suas reais necessidades.

  9. Como a Alma Universal pode se associar ao carma humano?

  R. A Alma Universal incorpora a própria imanência e transcendência do Logos no sistema solar. É Anima Mundi, a alma do mundo, que tanto vem condicionar à existência as matrizes de todos os astros e mundos sob o manto do Pensamento Criador, como está presente nos reflexos instintivos das múltiplas vidas de todos os reinos.

  A Alma Universal é uma só; as vidas são unidades de consciência em perenes avanços. No Grande Plano da Criação ao qual pertencemos e nos reinos que nos cercam, nada pode ficar fora ou ausente da Alma Universal. Assim, toda e qualquer ação produzida por uma vida pertencente a este Grande Plano, requer e obtém imediata resposta no consequente movimento.

  Quando a Alma Universal vem participar das miríades de vidas nos mundos inferiores, ela agrega o Pensamento Original do Logos a elementos de energia e força já existentes, modelando um pensamento-forma a cada reino não humano.

 Cada reino ganha, assim, uma alma energética e vibrátil, que nela trabalha para realizar o seu carma de evolução.

  10. Como entender melhor esta última referência?

  R. Os quatro grandes reinos da natureza: o mineral, o vegetal, o animal e o humano, evoluem num andamento integrado, embora com objetivos imediatos diferentes. Cada reino necessita desempenhar sua parte no contexto coletivo planetário. É algo complexo em que determinados atributos precisam ser mais bem trabalhados a cada ciclo da existência, a fim de que no somatório geral registrem avanços ao planeta e ao próprio sistema solar. Cada reino é importante naquilo que proporciona ao outro e não somente ao homem que os transforma.

  Assim, a pluralidade das espécies nos três reinos não humanos, tem na Alma Universal o seu veículo primordial para sentir as correntes da vida e obter as necessárias experiências de modo diferente do reino humano.

  As Hierarquias Criadoras, sob a égide da Alma Universal, agregam em almas-grupos os elementos afins das formas etéricas minerais, bem como das formas astrais do reino vegetal, e das astrais-mentais do reino animal para, melhor e mais propriamente, conduzir a Ideia da Criação em concomitância com o Carma Planetário. Deste modo, cada um desses reinos tem um determinado impulso e orientação para as suas necessidades sob diferentes graus de vibração e sensibilidade em relação aos demais.                           

  11. De que maneira ações pessoais na Terra podem relacionar-se com o carma do sistema solar?

  R. Ações pessoais somente terão relevância no carma do sistema solar se interagirem simultaneamente com todos os escalões evolutivos planetários. Quando acontecem, as vidas que assim se manifestam precisam estar também relacionadas com as Hierarquias Solares.

  Portanto, vidas deste quilate, agindo nas esferas menores planetárias estarão envolvidas com a projeção e a realização de um grande trabalho para um resultado adrede calculado e de outra magnitude.

  As esferas de nosso sistema solar abrigam vidas que ao descerem o arco involutivo a partir do mundo mental, mergulham profundamente na matéria densa por bilhões de anos para depois iniciarem a escalada do arco evolutivo. Estes mundos ou planos: mental, astral e etérico-físico, constituem um conjunto, e este conjunto estabelece um universo inferior cuja total abrangência é entendida num significado mais amplo, como o mundo físico. É o universo de causas e efeitos num quadro geral de relações de fenômenos até agora conhecidos.

  As vidas submersas nos quatro reinos planetários estão de todas as formas submetidas à lei do carma. Neste patamar, se processam os bilhões de fatores cármicos por segundo, num turbilhão de energia e força que os arremete uns contra os outros.

  Assim, no universo de causas e efeitos e de infinitas variações e probabilidades, o que vem a ser computado ao carma planetário e, por conseguinte, ao sistema solar, são os diversos somatórios das ações e reações coletivamente acontecidos nos reinos, tomadas em diversas e periódicas resultantes.

  As vidas vivem e se movem num imenso corpo energético plasmado de um molde ou matriz projetada pelo Logos, chamada Alma Universal. Portanto, as relações de padrões energéticos são naturalmente computadas ao desempenho coletivo das miríades de vidas submersas em cada reino, não havendo lugar para resultados isolados ou individuais com outras abrangências, salvo ao anteriormente explicado no reino humano.

  12. Quando a conotação cármica, relacionada com o homem, é negativa em níveis gerais planetários?

  R. O carma entendido nas suas relações de causa e efeito está associado a todas as situações de dualidade. Entende-se por dualidade em relação ao carma, os fatores ou elementos sob polaridades opostas.

  A lei da evolução é regida, justamente, pela Ideia ou Pensamento Original do Deus de nosso sistema solar e nada pode mudar seu movimento em direção a uma estrela chamada Vega ou Alfa de Lira, próxima à constelação de Hércules.

  O sistema solar foi concebido a partir de um grande negativo que produziu um resultado positivo revelado. Desta maneira, em todos os interstícios e minúcias de formas de energia, estas duas polaridades estão presentes.

 Transpostos estes elementos para o universo físico de causas e efeitos, compreendido este universo pelos mundos mental, astral e etérico-físico (ou etérico e físico), os valores duais ressaltam trocas constantes, justamente pela necessidade de ação e reação.

  Os reinos e as espécies processam seus carmas nestas mesmas relações. Mas em si não alteram profundamente o equilíbrio dos opostos por que as próprias espécies se compensam reciprocamente ao exercício inconsciente de suas sobrevivências.

  Mas o homem ao agir pelo raciocínio não está mais perfeitamente inserido ao fluxo inteligente da vida instintiva, como estão as vidas dos reinos não humanos. Ao contrário, ao desenvolver o intelecto, ele busca estabelecer propósitos de vida segundo seu entendimento pessoal sem muito considerar as relações de trocas do meio ambiente. Somente depois, por sua incúria, ao experimentar as respostas a ele danosas se dará conta de que leis antagônicas não foram respeitadas.

  A vida é uma complexidade de fatores interagentes. Todo o ecossistema vibra e repercute. O homem ao implantar a desordem na vida externa não entendeu que sua própria vida orgânica e espiritual estava igualmente afetada e comprometida.

  O carma negativo em si não é um mal; representa um resultado do desequilíbrio e desarmonia das trocas energéticas entre elementos de polaridades opostas. A ação do carma negativo não é de antepor-se nem obstar o caudal de vida presente no processo evolucionário, mas de compensar, uma vez que o carma evolutivo compreende ações e reações positivas e negativas em níveis interagentes, em escalas sempre crescentes. E nestas escalas se encontrarão revelados os níveis de progresso.

  13. Como se revelam as escalas evolutivas?

  R. A organização do sistema solar na Mente do Logos Criador estabeleceu inicialmente um grande espaço onde a Consciência do Logos se expandiu até os limites por Ele determinados, chamados Círculo-Não-Se-Passa. Este círculo é o espaço do campo do conhecimento no qual a Vida na sua totalidade se manifesta e se transforma.

  O campo do conhecimento, na sua expressão objetiva, compreende dez cadeias planetárias, compostas cada uma de sete planetas com diferentes qualidades de matéria. Cada cadeia tem um agente ou Ministro do Logos Solar, chamado de Logos Planetário. Um Ministro é a própria encarnação de sua cadeia. Cada planeta, por seu turno, tem outro ser subordinado ao Logos Planetário, chamado Espírito Planetário.

  Assim, uma cadeia tem um Logos Planetário e Sete Espíritos Planetários. Um planeta, quando em principal manifestação na sua cadeia estará habitado por todos os reinos de existência, que são representados pelas miríades de vidas que nele se desenvolvem na busca de experiências.

  Os três reinos não humanos têm suas manifestações inter-relacionadas simultaneamente com suas almas energéticas, almas-grupos e Alma Universal. Ou seja, as três almas, em síntese, são uma só. As aquisições de um reino são obtidas através das trocas energéticas graduais nas almas-grupos ou na totalidade da alma do reino.

  Na medida em que as vidas dos reinos avançam através dos milênios, sempre somando experiências, estabelecendo novas escalas de progresso, a consciência planetária também avança. Somando-se todos os avanços de todos os reinos, a resultante virá revelar quanto o planeta ou o Espírito Planetário evoluiu em relação à situação anterior. Somando-se os avanços das consciências dos Sete Espíritos Planetários de uma cadeia, se obterá uma resultante do avanço de um Logos Planetário. Finalmente, somando-se as resultantes dos avanços dos dez Logos Planetários, se obterá o registro final de quanto o sistema solar se terá transformado numa de suas escalas evolutivas.

  Admite-se, por inclusão, que as dez cadeias sejam todas operadas em seus processos evolucionários pela encarnação de seus Logos Planetários. No entanto, sabe-se ordinariamente, que unicamente sete cadeias fazem parte efetiva na evolução do sistema solar. Das três restantes o conhecimento esotérico não tem ainda maiores informações que fundamentem afirmações categóricas.

  14. Em quê o carma do reino humano difere dos três reinos anteriores?

   R. No panorama geral dos quatro reinos conhecidos, o homem é o representante mais evoluído. Como já afirmamos anteriormente, cada reino tem um papel específico a desempenhar no planeta.

  A vida de um reino é correlata com tudo quanto sua alma energética possa receber e retransmitir a milhares de espécies, num contexto de trocas ou intercâmbios. Os intercâmbios são processos energéticos naturais que também provocam interações entre um reino e outro através de seus elementos viventes, que são as múltiplas vidas manifestadas. Os átomos químicos agrupados externamente em moléculas e células realizam e facultam os processos objetivos.

  Os três reinos não humanos são organizados a fim de sempre incorporar a mensagem evolutiva provinda de suas respectivas almas energéticas, diferenciadas em almas-grupos. A mensagem evolutiva vem canalizada do impulso inato da própria Vida que a tudo permeia sob a capa da Alma Universal.

  Entretanto, nada aconteceria e nem a Vida realizaria estágios transmutativos sem a incorporação do fator instinto. Isto porque as miríades de vidas distribuídas em espécies, de modo geral, não reagem individualmente por escolha, alternativa ou opção.

  No reino humano o carma evolutivo abrange outros importantes componentes. O surgimento do animal-homem bípede na face da Terra veio coroar o esforço conjunto dos reinos anteriores, levado a termo por bilhões de anos.

  O animal-homem ao elevar-se sobre os dois pés, ao andar, correr, buscar alimento, proteção ou moradia, vem por sua própria e pessoal sagacidade dar início a uma nova fase evolutiva. Sob a análise esotérica, o homem em suas primeiras encarnações – que podem ser essas muitas dezenas – ainda será o animal-homem, ou seja, um ser ou vida dominada pelas fortes raízes do instinto de sobrevivência, mas adicionado do raciocínio individual que progressivamente estará desenvolvendo.

  Com a prática do raciocínio, outro elemento intelectual virá também aos poucos surgir, resultado de suas reincidências em particulares situações. É a razão. Com o crescimento da razão, o raciocínio tornar-se-á mais rico, conduzindo o homem a analisar e qualificar os fatores externos através de reflexões, e a realizar provisões.

  Neste processo de raciocínio, razão, análise e reflexão o homem vem também simultaneamente veicular-se e a se identificar a uma soma de reações emocionais. Num sentido se tornará mais poderoso por que passará a conviver cada vez mais com outro elemento mais instigante em seu íntimo, que crescerá sempre e jamais o abandonará – o desejo centrado. Noutro, se escravizará e se submeterá às suas próprias criações.

  Ao anelar instinto, mente, razão, emoções e desejos centrados estará edificando princípios de um ego ou futura personalidade organizada, distanciando-se cada vez mais da torrente de vida instintiva que o cegava e o comandava para atos mecânicos.

  Nesta escalada evolutiva, o homem não terá medido esforços para dominar, conquistar e satisfazer seus desejos mais intensos e atormentadores. Ele agora possui um veículo construído sobre as bases de um orgulho pessoal, egoísmos e vaidades.

  Com isto terá realizado muitos atos de vandalismos contra seus semelhantes e obstado o fluxo natural das forças da natureza, antepondo-se a elas com brutalidade e perturbações. Como resultado, passará a conviver entre dois polos de vida: o primeiro, sendo o móvel diretor que transforma sob quaisquer condições numa direção única, e o segundo, o reagente aos desvios e conducente para situações ambivalentes.

  O primeiro resume o polo evolutivo natural, genericamente chamado de carma positivo; o segundo resume o polo da ação antinatural, genericamente chamado de carma negativo.

  15. Como entender melhor os argumentos por último apresentados?

  R. Sabemos que o carma se mantém atado aos opostos. Como dissemos noutra questão, o carma evolutivo compreende ações conjuntas, positivas e negativas, em escalas sempre crescentes.

  Se o homem resolve assumir integralmente o papel de transformador da natureza até as últimas consequências, ele fatalmente virá provocar o distanciamento dos limites das polaridades.

  A despeito de tudo, a ação das forças da natureza prossegue no seu caminho. O polo positivo estando atrelado magneticamente ao polo negativo o atrai sempre e vice versa. Assim, tendo se alterado este andamento, as trocas energéticas acontecerão em razões e proporções fora dos padrões naturais. Porém, como a natural tendência é a busca perene do equilíbrio, os resultados de causas e efeitos virão romper determinados e adernantes obstáculos, provocando convulsões. Haverá, então, divergentes situações, umas procurando sempre compensar outras, até que se reintegrem e se reúnam em oposições equilibradas.

  16. O que são estas situações em relação ao ser humano?

  R. Certas doenças, por exemplo, resultam do desequilíbrio nas relações íntimas bioenergéticas, ao passo que outras são contraídas do meio ambiente, por invasões de elementos virais, bacteriológicos e demais classificações que se albergam fortemente no corpo por conta da fraqueza do sistema imunológico.

  Em sendo o corpo biológico o limite e respaldo das energias boas ou mal qualificadas no ego, as doenças, de maneira geral, se iniciam nas indevidas concentrações das energias negativas entranhadas nas organizações celulares do corpo que provocam disfunções ou desagregações moleculares nos órgãos.

  Originam-se, propriamente, de causas e efeitos externos ou internos, não importando os elementos a que se veiculam para penetrar e romper situações das leis aplicadas à matéria.

  Quando as doenças são curadas, com base nas medicações, dá-se o fato porque as formas da energia negativa identificadas no corpo humano foram dissolvidas, tendo sido eliminadas. Então é de se esperar que os fatores de causa e efeito novamente estejam reintegrados num andamento harmonioso positivo x negativo.

  17. De que modo podemos associar certas doenças em determinados órgãos, ao mau comportamento mental?

  R. Apesar de todas as distorções do caráter humano, a personalidade tende a ser uma unidade integrada. A integração estruturada precisa se dar através do alinhamento dos corpos mental, astral, etérico e físico denso. Cada ser, cada pessoa que possui estes corpos em razoável funcionamento, mesmo não estando ainda estruturalmente alinhados, está avançando para um dos principais objetivos humanos no atual estágio planetário.

  O que mais ressalta atualmente numa personalidade é o seu aspecto emocional. A ponte mente-emoções abarca e compreende não só o pensamento instintivo, externado através de formas primárias de energia retidas e condicionadas aos níveis mentais inferiores, como também a vida intelectual e todo um quantum emocional da personalidade. Em muitas pessoas torna-se difícil precisar qual corpo vai reagir primeiro diante de uma dificuldade: se o emocional ou o mental. Ambos os corpos, muitas vezes, parecem reagir simultaneamente; entretanto, o emocional provoca reações mais vibrantes ou tempestuosas.

  Assim, os pensamentos plasmam emoções e as linhas de energia e força do corpo emocional acabam por determinar efeitos nos corpos etérico e físico denso.

  Esotéricos orientais sabem muito bem que os órgãos físicos absorvem ou transmitem formas de energia geradas através da ponte mente-emoções. Cada órgão responde a um tipo de emoção: a um desejo, ao ódio, à repulsa, ao amor, à alegria, à tristeza, etc., tanto quanto uma pessoa provoque, estimule ou intensifique pensamentos positivos ou negativos, como assim são qualificados.

  Nesta ótica, pensamentos mórbidos de vinganças, depravações, invejas, ciúmes, desrespeitos ou intenções criminosas, por exemplo, vêm produzir formas de energia estranhas à salutar vida orgânica dos corpos e integração natural da personalidade.

  Em consequência, segundo a intensidade e poder negativo dos pensamentos, eles acabam por localizar tipos inferiores de energia nos órgãos do corpo físico e ali materializam patogenias.

  Tanto pior se além do pensamento deteriorado a pessoa transite para ações delituosas, prejudicando outras vidas, pois além da doença terá também contraído um carma de responsabilidade.

  18. Quais exemplos podemos ter de pensamentos e atos que causem doenças conhecidas?

  R. Naturalmente que ações e pensamentos harmoniosos, caritativos, compreensivos e de amor só tendem a proporcionar bons resultados no organismo. Mas como estamos respondendo a uma pergunta sobre causas de doenças, podemos relacionar algumas destas causas.

  1. Pensamentos de raiva e mau humor descarregam a energia negativa no fígado, podendo apressar ou intensificar seu mau funcionamento e dependendo da frequência e intensidade, produzir cirroses.

  2. Crueldade, ódio, impaciência e explosões emocionais, apressam distúrbios cardiovasculares ou infartos.

  3. Aborrecimentos e ansiedades atuam negativamente no baço, obstruindo a absorção da energia prânica e sua distribuição para demais órgãos.

  4. Tristeza e depressão provocam enfraquecimento aos pulmões, predispondo-os a invasões de vírus e bactérias. O orgulho excessivo e afrontante predispõe a asmas, bronquites, tuberculoses e impotência sexual.

  5. Medo, descontrole emocional e tensões afetam o funcionamento renal podendo também provocar acidez e gastrites, bem como problemas intestinais.

  6. Orgias e excessos sexuais trazem a esterilidades a homens e mulheres; em alguns casos conduzem à homossexualidade, podendo também provocar em homens câncer de próstata. Abortos predispõem às mulheres ao câncer uterino e esterilidade.

  Estes poucos exemplos podem se materializar numa mesma encarnação ou em futuras.

  19. Que se pode resumir do carma da Terra relacionado às doenças graves que assolam a todas as camadas sociais?

   R. A necessidade impulsiona os homens de vanguarda a tratar de desenvolver todas as áreas de seu ambiente social. A ciência experimental empírica e a laboratorial procuram, ambas, trazer soluções aos problemas humanos melhorando as condições de vida na Terra. Mas nem sempre conseguem porque as adversidades naturais e as limitações verificadas no carma mundial não permitem maiores resultados. Mesmo assim a partir do século XVIII, vem ocorrendo muitas conquistas nos diversos ramos da ciência.

  Um dia as doenças desaparecerão da face da Terra, como desaparecerão os animais ferozes, venenosos, carnívoros e repelentes transmissores de males. As guerras serão somente uma lembrança fantasmagórica, quase nunca mais evocadas pela história em seus detalhes lúgubres e cruéis que envergonham os humanistas sinceros e pessoas de sentimentos universalistas de amor e igualdade a todas as raças. As cidades estarão perfeitamente saneadas, não hospedando em becos, sob pontes ou margens de canais de esgoto pútrido, mendigos ou excluídos da sociedade. A própria arquitetura das metrópoles não permitirá locais onde a matéria virulenta possa estar perigosamente exposta a céu aberto.

  As grandes distorções do capitalismo estarão ajustadas para todas as nações. O homem não precisará mais se submeter a trabalhos pesados e escravizantes, que lhe roubam a saúde e preciosas horas de descanso, em troca de mísera e escorchante compensação pecuniária. A vida será melhor, as necessidades de consumo estarão controladas e adequadas a uma sociedade mais salutar amparada por tecnologia prática e precisa. Não haverá explosões demográficas que tornem impossíveis previsões e projetos sociais que atendam corretamente às famílias. As pessoas não viverão somente para o trabalho.

  Este quadro não é para agora, mas não está muito distante de começar a revolucionar. Para alcançar este nível de conquistas sociais e adequada tecnologia, a humanidade precisará ainda expurgar muitos males acumulados através dos milênios e evoluir em espiritualidade.

  Os esforços de homens voltados para a ciência marcham paralelamente às dificuldades cármicas dos povos. A medicina ainda comete muitos enganos, e muitos fatais. Entretanto, soluções para males físicos já estão começando a ser tratadas com outra visão e técnicas mais apuradas, o que faz parte da redenção da humanidade pelas suas próprias mãos.

  No momento, um tremendo balanço cármico planetário se verifica, e nisto as doenças profundamente enraizadas clamam ainda pela depuração das energias malignas que corroem órgãos produzindo intensos sofrimentos aos doentes. Há doenças que nunca são curadas nem erradicadas, como há doentes que permanecem reféns de doses fortíssimas de remédios ou de aplicações químicas que lhes envenenam o sangue e órgãos, drenando-lhes cruelmente as energias que lhes restam.

  Ademais, existe ainda a grande e desumana mercantilização nas práticas da medicina e produção de medicamentos que enriquecem uns poucos e levam milhões ao desespero ou morte.

  20. A totalidade da energia negativa dosada para uma pessoa é completamente expurgada numa só encarnação?

  R. Nem sempre. Cada caso é um universo à parte. O “quantum” de energia negativa de que uma pessoa seja portadora, ou mesmo milhões delas, pode não estar passando por nenhum expurgo, caso não exista no conteúdo do ego certa medida de reações qualitativas.

  Precisamos entender que em todos os países há carmas familiares, grupais, raciais e nacionais. Ao tomarmos um exemplo em separado, torna-se difícil obtermos ilações que nos conduzam a comparações exatas ou de casos semelhantes. O carma coletivo é o principal revelador das situações por que passam muitas vidas. Hoje grande percentual da humanidade em todos os quadrantes do planeta, enfrenta dificuldades íntimas ou físicas a níveis de resgates cármicos, segundo seus padrões mentais e espirituais.

  Este percentual reflete, especificamente, uma escala mundial de egos, cujos agentes operantes aos seus ajustes vibratórios, vêm constantemente requerer o expurgo das formas de energia negativa de seus corpos.

  Egos deste porte, comparativamente a outros, demonstram sensibilidade mental, emocional e física mais apurada, fruto de maior número de encarnações na Terra ou noutros orbes, ou ainda, de melhor aproveitamento de suas encarnações, embora em menor número que outros. Assim, podem estes carmas ser incluídos nos casos de gestão especialmente controlada pelos mestres superiores, em que seja possível, ou não, acontecer um resgate completo ao final de uma só encarnação.

  Diferentes destes egos são aqueles cujas vidas íntimas não atingiram ainda a “zona de conflito” – onde os valores duais vêm se chocar com frequência exigindo intensas reflexões conscencionais – devido a esses egos não reunirem elementos intelectuais e psicológicos suficientemente sedimentados.

  21. Vidas menos evoluídas sofrem intimamente tanto quanto as vidas mais avançadas?

  R. O sofrimento humano é inerente à própria existência. O processo evolutivo não discrimina situações quando se trata de avançar sobre as próprias limitações ou de corrigir os seus erros perante as leis da natureza. No entanto, o grau de sofrimento pessoal varia em cada ego. Tratando-se de imperfeições físicas ou problemas cerebrais, a sensibilidade íntima pode ser acentuada em relação direta com as áreas afetadas no veículo biológico.

  Todavia, esta sensibilidade que se acentua, restringe-se em sua quase totalidade às respostas emanadas da esfera física, condicionadas às percepções cerebrais ligadas aos sentidos comuns.

  A sensibilidade de almas mais evoluídas, aqui considerada, está adstrita a fatores ou elementos de outra ordem, trabalhados pela Consciência Superior, ainda que misturados aos valores do ego terreno.

  Em determinada gama de egos, suas visões toscas os escudam de maiores ataques da psique. Ao mais conhecedor e responsável perante a própria consciência, os obstáculos trarão sempre maior trabalho mental e desgaste emocional.

  Sabe-se, também, que quanto menos encarnações tenha uma vida, menores serão seus graus subjetivos de consciência, sensibilidade e capacitação mental para resolver a contento certas situações. As exceções, nestes casos, são poucas, relativas a egos excepcionalmente determinados, instruídos por sábios da ciência oculta. A agilidade mental de um ego que avança em consciência é o reflexo de estímulos, disciplinas e treinos adequados.

  Nos casos gerais, grandes populações de idênticos padrões mentais se agrupam em comunidades afins, porquanto o carma lhes exige desenvolverem-se coletivamente.

  Quando a humanidade no seu curso evolutivo houver atingido o perfeito domínio da mente superior sobre a inferior, a dor como elemento psicológico punitivo do ego, e de apegos, estará sob controle consciente, perdendo sua ação dominadora como hoje verificada.

  Vidas evoluindo em muitas etnias podem revelar diversos níveis de espiritualidade, ou mesmo nenhum. O desiderato atual da evolução humana é a libertação dos fortes grilhões cármicos. Para que se atinja este patamar será necessária a sutilização dos instrumentos do ego inferior através da purificação e coordenação mental.

  Os instrumentos do ego são os seus corpos ou veículos de manifestação, enquanto que a coordenação mental se dará através dos poderes internos que o ego virá despertar em persistentes treinamentos, visando sempre o alinhamento dos corpos e os corretos fluxos da energia.

  Uma vez exercendo a vontade consciente, o ego desperto conseguirá efetivamente unificar os elementos duais presentes nas relações personalidade-alma (ver o Antakarana). Somente desta maneira, e à luz do espírito, as vidas conseguirão chegar ao verdadeiro autoconhecimento, imantando-se dos poderes do próprio Espírito ou Consciência Maior, libertando-se definitivamente de dores e sofrimentos humanos.

  As etapas de purificação do ego podem abranger estados conscientes e inconscientes. Tanto mais consciente esteja o ego da necessidade de trabalhar por sua purificação, mais rápido chegará aos objetivos colimados para aquela encarnação. Quando o ego se revolta com a situação cármica, dificulta a restauração das energias positivas, podendo não atingir significativos resultados que lhe foram previstos na fase pré-encarnatória.

  Muitos egos, ao mergulharem mais ainda na materialidade, ignoram valores morais e responsabilidades, tornando-se empedernidos por omissão, aumentando assim seus débitos nas suas relações de vida e com o processo evolutivo.

  Devido a isto, os sofrimentos poderão ser tanto físicos, quanto morais, ou ambos numa mesma encarnação. Nesta linha, a soma cármica trará para determinadas encarnações um leque mais amplo e heterogêneo de ajustes, podendo incluir acontecimentos pessoais que resultem em fracassos de projetos, realizações e outros empreendimentos que acabam por remeter os portadores destas distorções à obrigatoriedade das constantes reflexões.

  22.  As vidas que se adiantam precisam necessariamente passar por sofrimentos físicos e morais?

  R. Num processo de resgate os sofrimentos físicos e morais revelam não somente os momentos de expurgos e depurações das energias negativas represadas em áreas dos corpos do ego, como conduzem a uma nova face da proposta evolutiva.

  Sem dúvida que um ego nas diversas fases do seu desenvolvimento pode ser ainda portador de um “quantum” maior ou menor das energias mal qualificadas veiculadas a um passado envolto por más intenções, ações violentas, egoísticas, criminosas, viciadas, malévolas, fetichistas negras, injustas, déspotas, etc. Algumas dessas energias podem ter permanecido na tessitura dos corpos astral e mental, tornando-se impossível expurgá-las de uma só vez.

  A marcha evolutiva da humanidade, orientada e vigiada pelos irmãos superiores de diferentes hierarquias, conduz a evocar constantes variações e possibilidades que se externam de um planejamento previamente elaborado. Uma delas é através do conhecimento.

  À medida que o ego vai se aculturando, e ao abandonar antigas e inócuas tradições, libertando-se assim de corpo e alma dessas inutilidades, novas e íntimas visões se sucedem ante sua percepção mental, abrindo-lhe vias de maior enriquecimento interior.

  Atividades artísticas, científicas, esportivas, terapias de autoajuda, a boa literatura - como alguns exemplos - contribuem para o despertar e ativação de novas e salutares energias mentais e emocionais, trazendo egos para próximo de padrões de melhor sensibilidade.

  Tendo avançado interiormente e ao optar por religiões esotéricas e fraternidades iniciáticas o ego verá descortinarem-se caminhos nunca antes suspeitados, que podem conduzi-lo rapidamente a conquistas espirituais verdadeiras e sólidas. 

  Os rápidos exemplos aqui colocados servem para demonstrar que após milênios de sofrimento humano, com o pensamento, a razão e a liberdade cerceados ora pelo fanatismo religioso e dogmatismos, ora pelos preconceitos absurdos e despotismos aviltantes, a escravidão do homem e das sociedades está prestes a terminar.

  Os fatos marcham de certa maneira concomitantes ou paralelos e isto vem demonstrar que até em períodos de escuridão e cegueira da humanidade, registrados nos ciclos da história universal, os egos puderam resgatar, mesmo inconscientemente, como já afirmamos, certos débitos individuais, grupais, raciais e nacionais.

  Os erros acumulados não se resgatam através do simples arrependimento religioso nem unicamente pela internação nos axiomas filosóficos e científicos, pelas invocações em rituais de magia e pregações doutrinárias. Para a anulação de certos efeitos necessita-se muitas vezes concentrarem-se esforços em serviços sistemáticos de filantropia e caridade.

  Não desejando esta via e estando os efeitos plasmados externamente pelos próprios mecanismos da lei do carma, o ego ver-se-á invariavelmente diante de algumas situações tais como: decepções, injustiças, incompreensões, entraves profissionais, perseguições, dificuldades de relacionamento, pobreza, amarguras sentimentais e familiares, tibiezas, doenças e tantas outras que, em medidas diversas, virão cobrar-lhe dos atos desastrosos do passado suas compensações e reajustes.

  As energias coercivas estarão sendo expurgadas dos órgãos humanos nos casos de doenças. Em ocasiões, por trabalhos ocultos especiais ou por assistência meritória a determinadas vidas, verifica-se a inversão da polaridade negativa para a positiva, quando seja o caso, curando-se assim os males. As orações, as boas atitudes e os bons pensamentos sempre ajudarão a aliviar o peso cármico, mas não resolverão significativamente os processos dos expurgos quando as energias deletérias represadas precisarem ser drenadas em maiores proporções ou definitivamente.

  Problemas deste teor ou de deformações mentais são resultantes de pesadas dívidas cármicas materializadas no corpo e cérebro físico, não se tratando de castigos ou severos decretos das Inteligências Superiores.

  Por outro lado, o momento atual da humanidade já era previsto de acontecer há bilhões de anos, antes mesmo de a Terra começar a ser novamente habitada. Este fato é explicado no esoterismo como a ascensão da curva evolutiva, após vidas terem mergulhado profundamente no mundo físico, chegando ao nadir da materialidade. E como as forças ascensionais conduzem sempre para a evolução, estabelecem-se agora lutas mais significativas e conscientes entre espírito x matéria; daí a sensibilidade humana externar-se também em maiores proporções através do sofrimento.

  23. Como entender melhor a simultaneidade de fatores evolutivos e depuradores no carma humano?

  R. Conforme já afirmamos as Inteligências Superiores trabalham para a evolução da vida planetária na transcorrência do Grande Plano da Criação esposado pelo Logos ou Deus Criador.

  Como tudo mais existente no grande círculo de manifestação do sistema solar, o carma planetário na sua essência e perfeita aplicação é também eminentemente evolutivo, visto a Vida aqui ancorada residir temporariamente.

  Os reinos da natureza avançam num ritmo integrado, embora nem sempre em perfeita harmonia. As vidas ao alcançarem o reino humano, terão obtido antes, em bilhões de anos, experiências nos reinos antecedentes. Tudo sob a atenção, cuidado e supervisão dos Mestres das Hierarquias Criadoras de nosso planeta. Sabem esotéricos que certas espécies possuem representantes que se adiantam mais do que outros. Muitos se atrasam, ficando à margem de uma grande onda insuflada por Anima Mundi.

  Nas espécies animais, o carma negativo já atua em determinados grupos, quer por decorrência de ações nefastas impostas pela crueldade do homem que vem despertar nos animais ódio e aversão ao ser humano, quer por intenções malévolas impropriamente plasmadas nas suas almas-grupos, por um tipo específico de energia.

  No ser humano, as relações positivo x negativo assumem proporções e grandezas de maiores complexidades. Vidas primitivas, recentemente egressas do reino animal pela individualização, reagindo basicamente aos instintivos impulsos de suas mentes, levarão milhões de anos semeando valores até conseguirem dar formas mais seguras aos seus corpos superiores, formadores da personalidade.

  Seguindo-se a isso, milênios se passarão até que estas vidas selvagens cheguem realmente a delinear uma personalidade. E nesta trajetória, terão maturado um necessário carma e iniciado o processo depurativo, antes desconhecido para elas, que, por aparente incoerência, as auxiliará mais tarde em seus avanços no mundo das personalidades.

  24. O que mudou na contextura física e egóica do homem atual? 

  R. A matéria do corpo físico veio se tornando mais refinada com o correr dos muitos milênios. Este fato acarretou ao homem moderno perder certas barreiras defensivas às invasões externas microbianas, tornando-se assim mais vulnerável às doenças. A matéria formadora dos corpos densos de nossos milenares ancestrais, era de maior solidez e resistência.

  A isto se somavam melhores condições ambientais do planeta, porquanto inexistisse a tecnologia como o grande poluidor da natureza. Esta ausência de tecnologia contribuía para uma relação mais saudável do homem com seu meio ambiente.

  Mais tarde, com o avanço em maior escala do carma depurativo, os órgãos do corpo biológico tornaram-se também de certa maneira mais sensíveis, oferecendo menor resistência às incursões externas.

  Novos veículos vieram contribuir externa e internamente para a transformação física e orgânica do homem. Numa ponta podemos destacar a alimentação diversificada ou industrializada, nem sempre saudável, e outros ingredientes viciosos cada vez mais comuns nos hábitos das populações mundiais.

  Elementos como o fumo, o álcool, as drogas, os fortes medicamentos alopáticos ou aplicações excessivas quimioterápicas, destacam-se num outro plano de absorção que trazem evidentes prejuízos ao equilíbrio orgânico. Por outro lado, nos últimos séculos, e recentemente, o homem viu-se profundamente afetado por diversos outros fatores, tais como: escravismos, ferozes epidemias que mataram milhões ou deixaram profundas sequelas e fraquezas orgânicas às populações afetadas, profissões insalubres, atividades exaustivas, nuvens tóxicas de pesados poluentes químicos, sedentarismos, pobreza extrema, etc.

  Noutra ponta, em relação mais direta com as transformações do ego ou alma, vemos os transbordamentos psíquicos motivados por preocupações profissionais, financeiras, conturbações nas vidas sentimentais ou familiares, decepções afetivas, hesitações, estresses, dificuldades de afirmações pessoais e outros que, somados a estes, transitam numa aura de vida mental, não raro remetendo às reações depressivas, violentas ou obsessivas.

  Estas últimas, cada vez mais frequentes na vida moderna, não sendo tratadas de modo adequado, principalmente através de trabalhos espirituais, atraem, sem dúvida, moléstias subtraentes da energia, debilitadoras da saúde física e mental. Incluem-se, ainda, neste rol nocivo armazenado no arsenal psíquico do ego, registros causadores de fortes traumas por privações, revoluções e guerras.

  25. A dor e o sofrimento são também decorrentes das ações plasmadoras dos agentes transformadores da vida e do meio ambiente?

  R. Há causas principais e secundárias geradas pelo homem, agindo na natureza, que produzem impactos e efeitos nocivos diversos ao meio ambiente. Fatores modernos, atados aos hábitos de consumo, também cerceiam constantemente o homem em praticamente todas as suas atividades, deixando-o dependente. Ou seja, para que o homem viva e trabalhe ele passa a pertencer a uma sólida e real infraestrutura montada numa cadeia nacional e mundial da qual não consegue escapar.

  Qualquer sistema de governo obriga seus coletivos a serem realizadores e partícipes de um veículo popular cujas rodas giram sempre segundo a velocidade da economia da nação. Em exemplos práticos temos que para o homem moderno obter alimentos, água, bebidas, medicamentos, vestuários, livros, educação, moradia, aparelhos eletroeletrônicos, serviços de transportes, saneamentos, luz, gás, telefone, e tantos outros objetos cobiçados para uso e consumo - há que existir, sobretudo, produção.

  Numa escala mundial onde a população da Terra alcança sete bilhões e meio de habitantes ou mais, as transformações da matéria-prima com seus insumos, incluem centenas de meios tecnológicos de todos os tipos. Esta relação de amplitude produz a elevação diária dos níveis poluentes da Terra associada a todos os tipos de resíduos e descartes dos materiais utilizados, bem como da própria ação transformadora dos equipamentos industriais e lixo doméstico.

  As nuvens químicas, tóxicas, asfixiantes e de toda a sorte maléficas, tornaram-se devastadoras em muitas regiões do planeta. O solo, o subsolo, os lagos, as lagoas, os rios, mares e oceanos recebem diariamente toneladas de material degradável, como, por exemplo, restos de manufaturas contendo elementos químicos, como zinco, mercúrio, alumínio, ferro, chumbo – pilhas e baterias ácidas – e inúmeros outros descartados. Os processadores de reciclagem, para cujas quantidades de lixo as usinas utilizam somente percentuais do montante coletado, são igualmente poluidores da atmosfera.

  A água e a terra, ao receberem sistematicamente toneladas de material orgânico e inorgânico, não conseguem autorregenerar-se a curto e médio prazos, estando sempre desenvolvendo colônias microbianas e bacteriológicas, gases fétidos e nocivos dentre outros agentes de poluições e doenças, reiniciando a todo instante ciclos contaminadores na flora e fauna.

  Também se incluem entre os agentes causadores de problemas graves e irreversíveis à vida, bem como de efeitos letais, o material radioativo enterrado sem qualquer critério, simplesmente largado em terrenos e áreas desprotegidas ou a energia que escapa das usinas nucleares, atingindo populações dentro dos perímetros de suas terríveis contaminações.

  Acrescem a este quadro da modernidade – além do concreto empregado nas edificações – as centenas de milhares de quilômetros de asfalto e pavimentações diversas cobrindo as metrópoles do planeta, e as longuíssimas vias rodoviárias que unem pontos os mais distantes que vêm também sufocar e abafar a Terra, provocando distúrbios na natureza.

  O petróleo é retirado do subsolo há décadas, num rateio impressionante de milhões de barris diários. Mas os cientistas e tecnocratas fingem não descobrir a função natural deste gigantesco lençol negro como elemento de integração da biodiversidade planetária. E cabem aqui duas indagações: haverá algum impacto ambiental de magnitude mundial quando o estoque petrolífero do orbe chegar aos menores índices de sua existência? Ou já não estará acontecendo algum resultado desastroso pela enorme e irrefreável extração a que o petróleo é submetido?

  A Terra é um ser vivo que respira, bebe, se alimenta, digere e transpira. Mas se encontra sufocada e de todas as formas maltratada. A Terra está doente como está sua humanidade. Somente poucas e privilegiadas vidas conseguem ainda se abstrair ou imunizar-se das contaminações.

  Por outro lado, o homem ao realizar as transformações ambientais, permitindo que os efeitos escapem de seu controle e causem devastações, torna-se o mentor da destruição. E como a humanidade representa na sua totalidade a mente e o coração do Espírito Planetário, ela se inclui como a principal coletora do carma negativo e açoitador do mundo. Em diversas parcelas, todas as pessoas detêm medidas do processo destrutivo, por conseguinte não podem isentar-se de seus efeitos.

  Há também as causas decorrentes, íntimas ou pessoais, importantes, que determinam maior ou menor presença do carma corretivo. A dor e o sofrimento nestes casos passam a ser elementos paralelos à resultante pressão ambiental. Estão calcados nos atos conscientes e inconscientes, porém contrários à harmonia e ditames do Grande Plano da Criação para todo o planeta.

  26. Como entender melhor os argumentos por último apresentados?

  R. O homem em sendo habitante do planeta está diretamente associado aos elementos naturais, ar, terra, fogo e água, tanto externamente ao seu veículo físico como nas relações da intimidade ego-alma de seus corpos sutis. Não existem ações isoladas no contexto Vida. Nada pode ser realizado separadamente que não venha provocar novas situações ou desdobramentos. Ações mentais, pensamentos, gestos, palavras, atitudes, tudo o que concorra para um objetivo, por menor que seja, se associa e sintoniza-se a uma cadeia de acontecimentos.

  Não há morte ou estado definitivo de suspensão: na natureza tudo se transforma, bem sabemos. Se o homem destrói o seu meio ambiente ou o torna inabitável, virá responder severamente por isso com a sua inclusão aos problemas ecológicos.

  A Vida planetária mostra-se objetivamente por conjuntos de formas distintas, relacionados, respectivamente, a qualidades e aspectos, chamados reinos, devidamente classificados por tipos e diversificados em grupos. Os reinos quantificam-se em espécies para o exercício das atividades de cada coletivo a fim de alcançarem seus objetivos que são as médias de seus aproveitamentos.

  Conforme vimos seguidamente comentando, o planeta está sob a ação de um carma evolutivo cujo realizador são as próprias vidas nele ancoradas e cujas ações neste universo de causas e efeitos estão diretamente relacionadas a fatores duais positivos e negativos. As vidas que atingem o reino humano iniciam um novo ciclo ascensional como animais-homens, e até chegarem de fato a edificar uma personalidade estruturada terão experimentado diversas situações cármicas. Sofrerão as necessárias transformações que as conduzirão gradualmente a conscientizarem-se de uma existência sobreposta à matéria, distante das crendices tolas.

  O homem ao atuar na matéria física trabalha simultaneamente o seu íntimo e ao transformar o meio ambiente deixa também suscetível as vias internas do ego por onde circula a energia-vida. Temos então uma estreita relação entre o meio ambiente e a estrutura do ego ou personalidade. Ações destrutivas contra a natureza, geradas por toda a sorte de intenções, virão repercutir de volta ao agente causador, incorporando nele resultados dissonantes que atuarão em seu corpo biológico e demais veículos de sua manifestação.

  O atual estágio de desenvolvimento alcançado pela humanidade inclui elementos cármicos agindo notoriamente nos corpos sutis do ego. As incursões das energias externas geradas pelas atividades humanas que vêm penetrar o ego provocam constantes choques e reações, conduzindo-o para as mais diversas lutas internas, onde a Alma procura ora mediar situações ora restaurar perdas.

  Estas lutas auxiliam, de certo modo, a burilar o ego uma vez que a dor e o sofrimento humano depuram-no das energias negativas estimulando-o a agir sobre seus próprios caminhos internos da consciência, tornando-o mais sensível e atento aos reclamos de melhores energias para a sua sobrevivência.

  Porém, a despeito deste processo de choques, nem sempre os resultados conduzem a uma só direção nos emaranhados da vida íntima, e segundo o carma, o ego se vê arremetido para o “céu ou para o inferno”, dependendo de sua linha de menor resistência.

   27. O Kurukchetra pode ser análogo ao momento cármico atual do planeta?

   R. Segundo a filosofia indu, no poema do Mahâbhârata, o capítulo chamado Bhagavad Gitâ trata das lutas do príncipe Arjuna, discípulo de Krishna, no campo de batalhas chamado Kurukchetra.

   Apesar da corrente cética materialista, principalmente ocidental, procurar de todos os modos desmentir ou desacreditar as referências sobre a existência de Krishna, ele realmente viveu, foi um deus-guerreiro e combateu contra os invasores de seu reino na cidade de ouro chamada Dwaraka.

   As histórias verdadeiras de Krishna foram transplantadas para o Livro Sagrado dos Vedas e adaptadas para simbolismos e sabedoria iniciática sem, contudo, adernar para o imaginário irresponsável. Krishna viveu, combateu inimigos reais e ensinou os mais profundos segredos da alma.

   Assim, no Kurukchetra, Arjuna se vê diante de um dilema em que necessita matar seus inimigos por indução de Krishna, seu mestre, mas não reúne suficiente coragem devido ao caráter familiar dos inimigos que são descendentes de seu sangue. Recua e não deseja combater.

   Krishna trazido para a analogia do esoterismo ocidental é, neste capítulo, o Cristo Interno, o mestre verdadeiro e único, a Alma sábia e perfeita para todas as necessidades evolutivas do discípulo. Arjuna é discípulo menor que se aproxima de outro estágio iniciatório que ampliará suas percepções conscientes. Para tanto, necessita vencer os seus vários inimigos e adversários perfilados diante de si, mas queda impotente para guerrear contra eles. Tendo experimentado este grande drama íntimo, finalmente se decide sair a guerrear, vencendo a todos os inimigos após intensas lutas.

   Muitos fatos e acontecimentos de vidas passadas permanecem latentes na memória da alma terrena. Em momentos de provações, esses registros calcados sob formas de energia subconsciente, são evocados pelos agentes das trevas e passam a assumir inúmeras formas, figuras, pensamentos, sensações e desejos sedutores. De todas as maneiras, as trevas procuram desviar a atenção do discípulo de sua caminhada consciente, plasmando-lhe na mente fortes e hipnóticas sugestões, buscando recolocá-lo na cega corrente das ilusões da matéria.

   Homens de vidas não espiritualizadas são constantemente seduzidos e estimulados em suas reações de orgulho, vaidades, egoísmos, ambições, sensualidade, ostentações, etc.

  Muitos se deixam prazerosamente hipnotizar pelas perspectivas de poder e dinheiro, não medindo esforços para as conquistas destes objetivos. Outros tantos se utilizam de chantagens, meios terroristas ou violência, entrando num circuito de realizações criminosas onde se tornam cada vez mais insensíveis ao próximo. E tanto as raízes do mal permaneçam ainda nos seus íntimos, mais os mentores das trevas buscarão reavivá-las e resgatá-las para novas e tortuosas realizações.

   Transportando as alusões de Arjuna para o momento atual, vemos abrir cada vez mais o leque de motivos para todos os povos. Ao nível específico e especial de Arjuna, muitos discípulos lutam e procuram a remissão de seus erros através da inteligente purificação. Há almas encarnadas que conseguem se manter entre o céu e a terra. Entretanto, enorme massa contando bilhões de pessoas já estabeleceu seus próprios limites, preferindo viver na via esquerda sem desejar trabalhar valores morais qualificados, ou mesmo não querendo experimentar uma reforma íntima.

   Deste modo, as batalhas humanas num campo virtual, normalmente invisível diante de olhos terrenos, assumem proporções planetárias num gigantesco palco de permanente guerra entre o bem e o mal. E no fragor das lutas a humanidade se enche de dores e sofrimentos.

   Sim, o momento atual planetário é análogo ao episódio de Arjuna no campo do Kurukchetra.

  28. As lutas e guerras como instrumentos do mal não sempre existiram, sem que se observassem transposições análogas ao Kurukchetra?

  De fato, levantes, revoluções ideológicas pelas armas, extermínios étnicos e guerras sempre existiram, destacando-se nisto duas grandes guerras mundiais. As guerras são sempre devastadoras e o ódio que se acirra estende-se por gerações. Qualquer que seja o motivo da disputa, as forças do mal estarão agindo desde o início estimulando destruições e mortandades. Os homens ao inclinar-se para as armas e ações brutais, certamente terão antes se inclinado às malévolas sugestões dos gênios das sombras.

  A escolha pelas armas vem revelar a íntima disposição dos contendores de ver o sangue de seus opositores derramado, e o desejo de experimentar o sabor primitivo e selvagem de sentirem-se os mais fortes e dominadores.

  Há guerras que vêm inevitavelmente eclodir após diversos conflitos de ideias, de direitos reclamados ou de argumentos procedentes ou não.

 No entanto, não há situação em que não se devam esgotar todas as possíveis negociações com o mínimo de prejuízos para as partes envolvidas. O grande obstáculo nestes casos é o homem não possuir a força necessária a fim de contrapor-se às hipnóticas e assíduas sugestões das trevas, vindo revelar sua vulnerabilidade e capitulação ao mal, em detrimento dos princípios crísticos.

  E depois da guerra acabada, com o ceifar de preciosas vidas, nem sempre com um vencedor pelas armas, tratam de juntar o que restou da destruição e buscam outras soluções que poderiam a priori ter sido respeitadas.

  As duas grandes guerras mundiais vieram trazer à tona outros importantes elementos de reflexão, não pelo absurdo e poder bélico empregado pelos combatentes, notadamente na segunda grande guerra, mas pela necessidade de se estabelecer novos conceitos de vida e fraternidade entre os povos.

  Após a segunda grande guerra, quando o mundo ocidental viu-se diante de duas principais formas de governo, caíram por terra pensamentos secularmente estratificados, acelerando-se o desenvolvimento das várias formas da moderna tecnologia. As decisões políticas, é verdade, determinaram outros conflitos. Entretanto, os esforços desenvolvidos no sentido de prover o homem de melhores condições de vida, apesar dos preconceitos e rigores embutidos nas ideologias socialistas e dos fortes entraves das organizações dominadas pelos malignos, os resultados acontecidos vieram revelar novos impulsos nas sociedades. Com isto advieram crescente conscientização humanitária e anseios de maior liberdade que deixavam de lado preconceitos de raça, cor, religião ou ideais unicamente político-nacionais.

  A natureza busca sempre o equilíbrio pelas oposições. As forças do mal se reorganizaram visando fortalecer células que trabalhassem contrariamente às intenções de se estabelecer ideais saudáveis entre os povos. Mas não conseguiram impedir as revoluções ideológicas em favor da liberdade. Num panorama positivo surgiram organizações mundiais de assistência humanitária, independentemente criadas, ou antigas que se recrudesciam em favor da paz, do progresso e da liberdade, dispostas a trabalhar pela ajuda econômica e igualdade entre as nações.

  Este pensamento se constituiu numa grande força que é suportada pela Fraternidade Oculta dos Mestres do mundo, somente interessada na evolução humana em todos os setores das sociedades, e ocupada em reconstruir a natureza planetária. Quem adere a esta força, de uma forma ou de outra vem também aderir ao coletivo inspirado que busca avançar sempre segundo um plano universal.

  O carma depurativo, por oportuno, vem também servir de mola propulsora para se obter futuramente melhores e mais apropriadas condições materiais, e o necessário entendimento espiritual para a revolução mental pacífica e inteligente prometida para o terceiro milênio.

  Os operários da humanidade, em diversos segmentos, buscam, consciente ou inconscientemente, o entendimento espiritual e representam, de maneira geral, Arjuna. As forças contrárias e destrutivas são as realizações negativas desde um passado distante de todos os povos, que ainda fazem subsistir registros dissonantes na memória e psique coletivas.

  A forma objetiva e condensada desta maligna energia conserva-se como enorme e negro manto a cobrir a Terra nos planos astral e mental, suportando os adeptos do mal a fim de que se mantenham pelejando no campo planetário.

  29. Os débitos cármicos são resgatados através do expurgo das energias negativas em situações que de todos os modos acabam por remeter às doenças?

  R. Evidentemente não. São muitas e diversas as situações de resgates cármicos. Entendemos que pelo menos 99% dos habitantes do globo terrestre estão envolvidos, de uma forma ou de outra, com carmas depurativos e de outra natureza.

  Há carmas que decorrem de ações tais como: irresponsabilidades, omissões, improbidades, roubos, prejuízos, intenções dolosas, falsos testemunhos, violência, induções ao erro, estupros, pedofilia, traições conjugais, sequestros, espancamentos, suicídios, torturas, mortandades, gulas, más gestões político-administrativas, calúnias, propagandas insidiosas, magias negras, destruições de patrimônios, malversações contábeis, locupletamentos do erário público, corrupções e muitas outras.

  Embora todos os atos contrários à lei natural do equilíbrio venham produzir reações e concentrações da energia negativa, nem tudo virá ser corrigido unicamente através do expurgo por patogenias ou males físicos.

  Insistimos na tese de resgates por sofrimentos físicos ligados às doenças, pelo fato de ser o mais comum dentre os meios que as forças da natureza dispõem nas suas ações restauradoras da ordem, ritmo e harmonia entre os contrários. Há males que são mais longos nas suas permanências, porém há aqueles que logo desvanecem, dependendo da intensidade da energia contrária e da força de suas ações.

  Os atos e pensamentos de todas as pessoas são plasmados automaticamente no veículo etérico planetário, chamado éter refletor. Antes mesmo de o ego reencarnar, os elementos de vida humana já estarão associados ao ambiente físico de sua futura família, atividades individuais, relações sociais, profissionais e nas possíveis relações de afinidades ou repulsas. As energias dos ambientes interagem naturalmente ao exercício das atividades, quaisquer que sejam, buscando sempre um resultado. As contrárias se chocam, causando agitações, atritos, tumultos e confusões, enquanto as iguais se associam em direção ao negativo ou positivo.

  Há pessoas que são obrigadas a viver sob o mesmo teto, nascidas na mesma família, mas que se odeiam, embora necessitem umas das outras. Acontece toda a sorte de crimes entre pessoas consanguíneas, devido à permanência de perverso ódio que as permeia cultuado por séculos, quando antes, noutras encarnações, foram ferozes adversárias. Existem casos de intensos sofrimentos pelas atitudes de um familiar, ou por sua sorte, que às vezes, inconscientemente, vêm resgatar injustiças a que foi vítima por seus atuais parentes, motivando a que a quantidade da energia negativa projetada sobre si em vidas passadas, provoque reações e desgastes naqueles outrora envolvidos que o cercam.

  Sofrimentos morais originados de terceiros, condenações e prisões injustas, extenuantes processos judiciários, perdas de bens, assassinatos inexplicáveis, escândalos, más sortes, traições, acidentes trágicos, suicídios e todo um contingente funesto de situações diversificadas a que já nos aludimos, estarão, certamente, resgatando pelo sofrimento e dor, os débitos estabelecidos nas relações de vidas passadas daquelas pessoas que são refratárias a um trabalho sistemático de auto-purificação, preferindo, em muitos casos, a inércia espiritual.

  Entretanto, em nenhuma das possibilidades aqui elencadas, estará descartada a contração de males físicos e doenças graves, mesmo porque, os acontecimentos drásticos provocam também tempestuosas reações emocionais, externando outras formas cármicas de energias represadas no ego. Daí conduzirem a situações doentias já amadurecidas ou infortunadamente atemporais.

   Da mesma maneira, os instrumentos dos resgates do carma nem sempre chegarão a realizar um trabalho completo, pois o gênero humano é ativo e inconstante, e sem possuir a resignação e o melhor entendimento para os momentos conflituosos, poderão advir novas e maléficas causas que geram novos débitos.

  30. Como interpretar acontecimentos em que as correntes do bem e do mal se chocam e o mal sai vencedor?

   R. O bem e o mal neste plano de relativização de causas e efeitos na Terra são temporários. São, evidentemente, oposições, mas nem sempre corretamente interpretadas.

  Já acentuamos por diversas vezes que o carma evolutivo ao permear vidas em todo o sistema solar, sobrepõe-se a tudo. O carma planetário está inserido nesta relação absoluta, entretanto atuado pelas mesmas condições ambíguas de polaridades. Neste panorama incluem-se todas as vidas de todos os reinos que aqui se desenvolvem.

  Na medida em que o ser humano vai crescendo em pensamento e consciência e se incline aos ensinamentos superiores, virá colher ideias trabalhadas pelos mentores espirituais sobre o Criador, vida, morte, família, grupamentos, etnias, raças, nações e relações gerais da sociedade, quer materiais ou espirituais.

  Os grandes mentores espirituais já talhados por inúmeras interpolações planetárias ao longo da evolução da Vida em nosso universo se retiraram parcialmente do cenário terreno em determinados ciclos da evolução universal, após intenso trabalho, deixando que os homens se guiassem por seus naturais instintos e memória dos ensinamentos adquiridos. Em proporções e medidas o trabalho por eles realizado em todos os quadrantes da Terra, veio semear nas consciências humanas propósitos e metas a serem alcançados pelos grandes coletivos populacionais.

  Os seres humanos, entretanto, nem sempre souberam aproveitar as diretrizes corretas e seguras que lhes foram sugeridas para o seu desenvolvimento e avanços. Daí, resolverem eles próprios fazerem suas próprias leis pela via dolosa e normalmente legislando em causa própria, protegendo aos mais fortes e poderosos.

  Com isso, valores de melhor conteúdo, que certamente levariam os homens a avançar com maior segurança aos objetivos adrede projetados pelos mentores, não foram sequer exercitados, ficando praticamente esquecidos.

  O carma não perdoa a ignorância. De todos os modos ações e reações se sucedem e valores relativos se sobrepõem uns aos outros. Em ocasiões, a aparência do bem está disfarçada em mal e vice versa. Para que se procure entender o que é bem e o que é mal, é necessário tomar-se de volta o fio da meada e retornar ao princípio.

  O princípio é a reflexão tomada das revelações espirituais provindas do Alto, sob qualquer forma que se apresente para cada povo.

  31. Por que a energia negativa para uns passa pelo expurgo enquanto para outros tem a polaridade invertida?

  R. Isto varia de casos a situações, não sendo de forma alguma processo discriminatório.

  Os efeitos cármicos que produzem as mais diversas doenças no corpo etérico e se materializam no corpo físico denso, como sabemos, são consequências das energias negativas acumuladas ou mesmo entranhadas nos interstícios dos corpos astral e mental.

  Quando um tipo de energia se precipita, por exemplo, das células doentias do corpo astral para o corpo etérico, passa a agir neste último procurando órgãos e estruturas afins, iniciando o processo de formação patogênica. Neste instante, o corpo físico já é potencialmente receptor da energia, pois a materialização dos efeitos cármicos é somente uma questão de tempo. A doença se instalará nos órgãos ou estruturas físicas pelo tempo em que perdurar a relação de transferência da energia destrutiva do corpo etérico para o físico. Quando a energia é por demais corrosiva logo se espalhará pelos órgãos afetados, destruindo rapidamente células saudáveis, causando feridas, tumores, cancros, miomas, contaminações sanguíneas e outros problemas.

  Recursos médicos com doses fortíssimas de antibióticos, radioterapias, quimioterapias, operações com extirpações parciais ou totais de órgãos, são frequentemente utilizados. Nestes casos, não há mesmo como a medicina evitar que a energia corrosiva atinja o corpo físico, ou cesse de atuar através de aplicações mais brandas. O expurgo é evidente, embora nem sempre chegue ao fim com os métodos convencionais da medicina terrena.

  A inversão da polaridade negativa para a positiva se dá pela sabedoria oculta. Realizam-na métodos esotéricos desconhecidos pelos mestres da ciência terrena e medicina alopática, mas conhecidos por certa categoria de terapeutas iniciados nesses assuntos do ocultismo.

  Todavia, esta ação não teria sucesso se aplicada para todos os casos, porque se assim acontecesse se estabeleceria um paradoxo na lei de causa e efeito e nos princípios axiomáticos das práticas do ocultismo.

  Muitos estudantes e praticantes da ciência oculta, mediante ação mental dirigida sobre seus órgãos prestes a adoecer, ou sofrer disfunções, conseguem, em determinadas circunstâncias, alterar o curso da energia ao inverter sua polaridade. Assim, evitam a formação de núcleos patogênicos, escapando das materializações dos males no corpo físico denso.

  Nesta linha, devemos também ressaltar as atuações dos mestres da sabedoria e da medicina do plano espiritual, que vindo em socorro dos sinceros trabalhadores, conseguem, também, em casos eletivos, evitar-lhes certos efeitos causados pelo retorno da energia cármica. Realizam aqueles mestres a inversão não somente da energia negativa para a positiva, como o oposto quando necessário, segundo os princípios universais do equilíbrio dos contrários.

  32. A extirpação de órgãos doentios faz cessar de imediato as ações da energia cármica negativa no corpo físico?

  R. Nem sempre. Quando um órgão é retirado do corpo humano a energia maligna tumoral perde o seu ponto de referência na matéria densa. Mas havendo ainda intensidade e condições de se manifestar virá se alastrar por outros caminhos. Em ocasiões, devido a seu menor potencial destrutivo, a energia maligna não encontra respaldo porque o tratamento realizado pela medicação terrena produziu dissoluções frequentes, contrárias à sua permanência nos órgãos afetados.

  Há casos, porém, em que a ação cármica é de tal sorte determinante, que apesar da extirpação de órgãos, a energia, de várias maneiras, virá provocar dores, febres e desconfortos ao atacar células sanguíneas. Ao infiltrar-se pelos interstícios de outros órgãos irá também localizar-se noutras áreas, e sendo ainda de ação intensa virá configurar-se em novos tumores em tipos de metástases.

  Noutros casos, muitas pessoas não têm seus problemas definitivamente resolvidos diante da lei cármica através da opção drástica da extirpação de órgãos. A ação deletéria da energia maligna num determinado órgão poderá estar postergada para uma próxima encarnação em que os mesmos efeitos novamente se manifestarão. Isto porque o dreno não chegou ao seu final, restando ainda cotas da energia no organismo etérico.

  33. É possível de outro modo obstar os efeitos cármicos negativos antes deles se manifestarem?

  R. Dependendo de alguns fatores, a lei de retorno que se processa naturalmente nos momentos eletivos, pode encontrar obstáculos nos seus efeitos negativos, sendo estes atenuados ou mesmo neutralizados.

  Neste campo a medicina natural e a homeopatia, isentas das fortes doses da medicação alopata e cirurgias extirpadoras, e a medicina do mundo espiritual em ação na Terra, através dos recursos mediúnicos, têm conseguido muitos resultados animadores.

  Nada numa vida se perde no tempo ou espaço; tudo o que uma consciência processa permanece no interior de seu universo pessoal, e este universo estará respondendo aos influxos de toda a natureza.

  Dentro deste princípio real e verdadeiro é possível no lado positivo desviar-se certos malefícios através de inteligente e ativa espiritualização. Quando isto ocorre, a boa energia gerada pelo ego contrapõe-se à energia contrária e negativa. Mas a conscientização e realização prática são somente possíveis com ajuda externa para a cristificação da alma terrena.

  As pregações emotivas de ministros religiosos, que encontram guarida em muitos corações, não resolvem verdadeiramente os problemas cármicos. Há a necessidade de se colocar em prática uma metodologia de fácil e rápida assimilação que faculte realizações objetivas. Ademais, para que o organismo se revitalize com a energia positiva é necessário ao ego entrar seguidamente em salutares correntes espirituais sob competente orientação.

  Esta realização pode ser encontrada em casas esotéricas, ou de trabalhos mediúnicos, onde não existam dogmas religiosos aprisionantes, e as práticas mentais e correntes de curas conduzam de fato a novas e relevantes aquisições.

  34. Como entender melhor o universo pessoal como gerador de elementos cármicos?

  R. Observada de fora, a aura humana é a projeção das diversas emanações de energia dos corpos da personalidade. Quando o ego externa a intenção de realizar algo no mundo físico, a energia mental empregada produz uma forma relativa ao objeto intentado. Logo as correntes do desejo virão revestir a forma com matéria astral. Tanto mais o pensamento exercite a intenção de realizar, mais firmemente a forma virá fixar-se na aura do ego.

  Sendo para o bem ou para o mal, a energia concentrada na forma construída estará normalmente direcionada para um alvo, e o tendo atingido retornará para a mesma forma em volume redobrado. Esta relação estabelecerá o movimento de ação e reação na aura do ego onde a forma ali se encontra. Daí, a energia salutar ou não, agregada em torno da forma e segundo o princípio axiomático oriental “a energia segue o pensamento”, se infiltrará à vida íntima atraída pelos constantes pensamentos sobre o objetivo intentado, e por conduto do sistema de chackras se localizará nos órgãos dos corpos sutis do ego.

  Assim se estabelece um dos mecanismos internos de ação e reação ou de causa e efeito, que determinarão ao ego consequências presentes ou futuras, consubstanciando bom ou mau carma.

  35. O carma se manifesta desde a infância?

   R. O carma é fator e agente implícito à vida em qualquer estágio que a vida se encontre. Considerando que milhões de anos se passaram neste ciclo terreno desde que o homem aqui surgiu, este mesmo carma evolutivo se mantém norteando a evolução humana e planetária.

  Neste processo todas as consciências ao renascerem na carne já trarão os seus destinos delineados segundo suas naturais inclinações e necessidades experienciais. A infância de uma vida reencarnada não significa um período de pausa ou interrupção no seu processo cármico.

  Já na fase pré-encarnatória o carma especialmente balanceado para uma consciência estará perfeitamente alinhado e coordenado para se manifestar em tempo certo.

  No útero materno, quando da formação do embrião e nas etapas subsequentes ao crescimento uterino, o corpo carnal é modelado pelos elementais da natureza e assistido por mentes sábias. Há um cronograma a ser seguido rigorosamente a fim de que a matéria dos corpos sutis, servindo de tabernáculo ao ego, venha estar ajustada a tudo quanto o carma requeira.

  A condição de ter nascido naquela família já evoca uma situação cármica. O pequeno corpo será bem cuidado ou não; sofrerá maus tratos, pequenos acidentes, fraturas, violência, abusos, fome, sede, etc., ou, ao contrário, não padecerá obrigatoriamente desses males, obtendo todas as atenções e cuidados de seus responsáveis para um crescimento normal e salutar.

  Estes fatores revelam que o carma físico já vem norteado desde antes do nascimento do corpo material, mesmo porque há corpos que nascem doentios, com sérias deficiências mentais ou orgânicas.

  Entretanto, o ego até certa fase de sua vida, não terá a menor condição de interferir no carma. Seus elementos emocionais e mentais somente começarão a realmente se definir como heranças de sua índole e vontades pretéritas, a partir dos sete anos de idade.

  Dos sete aos catorze anos o ego desenvolverá plenamente o corpo etérico, paralelamente ao crescimento do corpo astral já bastante atuante na personalidade em formação. Nesta fase o ego começa a liberar sua carga emocional, provocando na criança e no jovem os primeiros conflitos existenciais e de consciência.

  Dos catorze aos vinte e um anos o corpo astral atinge o seu maior desenvolvimento, e as emoções plasmam-se definitivamente no cérebro astral.

  Dos vinte e um aos vinte e oito anos o corpo mental interage agora com maior potencialidade, acontecendo de a dualidade mente concreta x emoções atingir momentos de profundas crises.

  Dos vinte e oito aos trinta e cinco anos, abre-se maior polarização ao corpo mental abstrato e a intuição se revela mais claramente. Daí em diante a Alma estimulará as condições mentais mais maduras com que o ego necessitará trabalhar, segundo seu carma.

  36. Como o carma evolutivo atua no ego?

  R. Em fáceis palavras, o carma evolutivo humano é o conhecimento adquirido naquilo que a consciência possa entender de valor e exercitar produtivamente. A natureza é extraordinariamente lenta nas suas transformações e isto resulta em tempo mais do que suficiente para que uma vida venha se ajustar, aprender e incorporar experiências em diversas encarnações.

  Em todos os ciclos evolutivos da humanidade terrena a que pertencemos, iniciados há mais ou menos 20 milhões de anos na Lemúria, Mestres das Hierarquias Solar e Planetária vêm trabalhando com o objetivo de ajudar a consciência humana. As raças raízes que vieram surgindo na Terra, cada uma com sete subraças, propiciaram necessários instrumentos para as aquisições de valores por todos os povos. Qualidades morais e fraternais, religiosas e de respeito à natureza foram bastante exercitadas ao comando dos mentores das raças.

  À medida que os ciclos das civilizações se sucediam, os valores adquiridos tornaram-se cada vez mais bem trabalhados por aqueles que caminhavam na vanguarda. Justamente porque a mente se desenvolvia e o intelecto passava a nortear o pensamento filosófico, científico, artístico, religioso ou econômico, em qualquer nível alcançado pelos povos.

  O carma evolutivo humano se escora no planejamento original da Mente Universal ou Logos Criador, em que novos arquétipos ou matrizes do pensamento, de tempos em tempos necessitam ser exercitados em níveis mais avançados. As ações são calculadas e postas em prática nos períodos revelados pela cronologia cósmica, de acordo com os giros do grande zodíaco, desconhecido ainda na sua plenitude pelos astrólogos.

  Os arquétipos, aos seus níveis planetários, sob os impulsos cósmicos cíclicos, incorporam energias que postas a trabalhar despertam novas visões nos homens avançados das raças, transformando-se assim em agentes do próprio carma. Novas ideias arquetípicas são então trabalhadas no sentido de que todas as vidas humanas planetárias entendam-nas da melhor forma possível, as incorporem e as pratiquem, e ao longo dos anos provoquem mudanças significativas para os objetivos adrede planejados na Mente do Logos.

  37. O carma evolutivo vem transcorrendo conforme planejado?

  R. Na realidade a consecução do Grande Plano da Criação prevê no seu curso situações diversificadas.

  Considerando que o planeta avançou em seu carma evolutivo com a chegada de Sanat Kumara, provindo de Vênus, não poderíamos de outro modo contestar este paradigma.

  Sem a presença deste extraordinário ser na direção da vida planetária, provavelmente esta humanidade estaria ainda a pouco mais do período lemuriano. Sanat Kumara proporcionou intensa aceleração ao processo evolutivo de todos os reinos e isto trouxe às vidas status bem mais avançado do que outras situações poderiam permitir.

 Entretanto, nos próprios modelos seguidos pelos mestres das hierarquias atuantes na vida planetária, há sempre previsões de margens ou percentuais de bom aproveitamento ou de insucessos.

  O ideal seria que todos os esforços concentrados no esquema evolutivo resultassem no maior aproveitamento possível. Mas a incúria humana verificada em muitos episódios da história das civilizações provocou fracassos nas realizações terrenas, redundando em atrasos e débitos cármicos para os povos.

  38. Como entender melhor esta última referência?

  R. O esquema de evolução mundial segue um planejamento ainda maior que vem de fora e se desdobra pela cadeia planetária.

  Conforme já vimos, a Terra é um dos sete planetas constitutivos de sua cadeia e neste momento recebe o maior enfoque do processo evolutivo dentro da própria cadeia. Grande número de vidas em todos os reinos que estão na Terra representam os sucessos e insucessos verificados numa outra cadeia que se manifestou anteriormente a esta, chamada cadeia lunar. Há bilhões de vidas humanas que necessitam ainda se ajustar aos ditames do carma evolutivo, estando sob várias situações de resgates cármicos decorrentes de más condutas desde os tempos lunares.

  Somando-se a elas há vidas recentemente egressas do reino animal que entraram no reino humano se individualizando durante o período atlante, contando muitos milhões. Muitas já passaram da fase animal-homem, embora não tenham ainda armazenado suficientes experiências que as possam habilitar a edificar uma alma terrena vibrante e responsiva aos valores superiores. Grande parte dos desajustes sociais no mundo está ligada hoje a um percentual destas vidas imaturas, problemáticas, insubordinadas e criminosas.

   Em futuro, a Vida hoje ancorada na Terra irá transferir-se para um novo planeta de sua cadeia, depois para outro, até que se complete este giro da cadeia.  No entanto, bilhões que se atrasam, ou que sendo imaturos não podem conviver com os demais, terão de aguardar por novas condições.

   Estas condições vão desde períodos de reciclagem na própria Terra, idas para outros planetas dentro ou fora do sistema solar, às permanências estacionárias em planos da vida espiritual e na pior das condições, tendo se esgotado as opções para seus reajustes neste giro ou ronda, ficarão em estados letárgicos de suspensão total nas colônias das dimensões superiores, em tempos que podem durar milhões de anos terrenos, até que novo giro da cadeia aconteça e possam recomeçar suas caminhadas do ponto em que pararam.

   Se as previsões otimistas ao final se confirmarem, um percentual maior de vidas terá alcançado as diversas metas traçadas para este giro, permanecendo em atraso um percentual menor. Caso contrário, a cadeia precisará novamente conviver em alguns níveis de seu cronograma, com maior percentual de vidas estagnadas ou indolentes.

  39. De que maneira acontece a entrada de vidas animais na vida humana terrena, para se tornarem animais-homens?

  R. Este é um fato comum numa cadeia planetária como da Terra, contrariando fundamentalmente às teorias esdrúxulas de antropólogos céticos materialistas.

   A Vida dimanada do Logos, que se pluraliza por conduto de reinos, está adstrita ao carma evolutivo a que o planeta Terra se inclui. Tudo evolui rumo aos objetivos maiores concebidos pela Mente do Deus Criador. As situações estanques verificadas nos desdobramentos dos ciclos planejados para as experiências das vidas, não são permanentes nem se cristalizam para condições irreversíveis, muito embora a lei da evolução cíclica ao longo de bilhões de anos retorne sempre para dissoluções de egos empedernidos e irremovíveis de suas condições materialistas.

   As experiências adquiridas pelas vidas de todos os reinos habilitam-nas a avançar de um reino para outro, somando valores e ampliando as percepções de suas consciências. As mesmas vidas que um dia estiveram submersas à pressão exercida pela alma energética mineral, sendo hoje humanas, estarão a desfrutar das possibilidades de poderem avançar conscientemente para o reino das almas planetárias.

   Tendo adquirido as experiências do reino animal as vidas se habilitam a pular para o reino hominal e a prosseguir em suas caminhadas com outras perspectivas de valores. Este acontecimento no planeta Terra deu-se na metade do período atlante, onde milhões de vidas animais se individualizaram, encarnando sob a condição de animais-homens.

  40. Como entender melhor, vidas e reinos sob o carma evolutivo?

   R. Vidas são mônadas originadas do Criador que manifestaram suas consciências quando da construção do sistema solar. São também chamadas espíritos puros que vieram habitar os mundos criados pelo Logos a fim de adquirir experiências que ainda não detinham. Cada vida, cada consciência em evolução inserida no Grande Plano da Criação, que chegará ao reino humano como alma é uma mônada. Cada um de nós – almas em evolução – é uma mônada.

  A Vida, no entanto, não se resume tão somente nos processos desenvolvidos para que as mônadas se enriqueçam. A Vida é mais ampla e prolixa, compreendendo matéria, espíritos, formas diversas de consciência sem ligações com mônadas, reinos, energias, forças, leis cósmicas e tudo mais que permeia o sistema solar e o universo maior.

  À visão simplista esotérica, o sistema solar é o universo onde enormes contingentes de vidas exercitam valores sob certos parâmetros, onde consciências monádicas desenvolvem valores objetivos e subjetivos e se identificam com os diversos aspectos da existência, através do conhecimento.

  No entanto, sabem também esotéricos que há um plano definido e em andamento, idealizado pelo Deus ou Logos Criador para o sistema solar. Este plano é comumente chamado O Grande Plano da Criação. E até onde sabemos tem por objetivo levar a Vida a um estágio bastante superior ao atualmente alcançado. Este estágio, por falta de melhor termo para sua definição, seria algo como incorporar maior qualidade e potencial da força criadora no próprio sistema solar.

  A Consciência do Criador é soberana, não havendo a menor possibilidade de que exista algo não conhecido ou não percebido por Ela dentro dos limites de seu círculo de manifestação. A Vida implícita no círculo da existência do sistema solar é que necessita adquirir maior volição voltada aos objetivos projetados e, desta maneira, responder mais precisamente aos impulsos evolutivos emanados do Criador.

  A Vida Una na sua origem, antes da criação, é espírito-e-matéria numa só expressão. Após a criação, espírito-e-matéria vêm adquirir aparente separatividade, ou mesmo oposições. Estas necessárias e temporárias condições se estabelecem enquanto as forças descendentes e ascendentes vêm permear os mundos segundo o pensamento criador.

  A Vida que desce necessita desenvolver objetivamente certas qualidades subjetivas inerentes a ela própria em estados latentes e à matéria sustenedora dos mundos, mas para estas finalidades há que realizar-se sob injunções de fatores de ação e movimento e suas decorrências. Para tanto, o Criador pluraliza a Vida virginal trazida à existência, transformando-a, dentre outras coisas, em reinos.

  As pluralidades de vidas trazidas aos reinos, neles se interiorizam e evoluem através de um pensamento-forma quantitativo que permeia às espécies nas suas miríades de formas e assim vão transformando a matéria.

  O esforço quantitativo vem produzir o exarar de substratos qualitativos impulsionando os reinos para novas aquisições em suas almas, fazendo-os cumprir seus papéis no cenário da evolução.

  O gigantesco processo de vida-reinos-ciclos, sob os impulsos do que estamos chamando carma evolutivo, resume parte do Grande Plano da Criação atualmente em desenvolvimento em nosso planeta, instituído em nossa cadeia planetária, adstrito às leis cósmicas em atuações conjuntas noutras nove cadeias.

  41. A que outros aspectos do carma evolutivo o ser humano vem inserir-se?

  R. Conforme vimos seguidamente afirmando, a Vida é permeada pelo carma evolutivo desde os primórdios da criação. Não se entenderia outra razão para a existência da Vida, se nela mesma não houvesse um móvel diretivo único que não fosse a imanência do Criador ao estabelecer um Grande Plano de Criação sob leis cósmicas imutáveis. À medida que o ser humano avança em consciência, seu carma evolutivo vai se moldando aos ciclos e períodos que permeiam a vida planetária.

  Abordamos alguns tipos de situações decorrentes do carma negativo, originados pelas ações mal qualificadas das vidas humanas. As situações vivenciadas por bilhões de pessoas, que trouxeram consequentes débitos nas compensações das relações naturais, obrigam a essas pessoas agir em condições tais que provoquem resultados contrários aos alcançados por elas mesmas. Assim o que resultou das más ações precisará ser reconduzido a um caminho natural e harmônico.

  Os mentores espirituais, Mestres do Conhecimento, já suficientemente treinados a tratar de situações individuais e coletivas, são em ocasiões os próprios juízes do carma humano. Deste modo, eles também surgem na Terra ora a fim de estabelecer novas metas para o progresso e evolução das raças, ora com o intuito de preparar servidores mais habilitados, emergentes da própria humanidade, que venham desenvolver projetos de resgates cármicos coletivos ou de abertura de novos caminhos.

  Sob a clareza deste ângulo, temos o carma evolutivo humano jamais cessando de atuar, adquirindo sempre novas e diversas perspectivas em que as vidas vêm nelas moldar-se e trabalhar. Ipso facto para todo o planeta, cadeia planetária e sistema solar.

  42. Como classificar esses segmentos do carma humano?

  R. Podemos classificar e definir objetivamente da seguinte maneira:

  1. Carma Evolutivo – Móvel imanente a todas as vidas do sistema solar que as impulsiona a realizar a Grande Meta pré-estabelecida no Plano da Criação. Esta Grande Meta, ainda desconhecida na sua real essência, simbolizando o Enigma da Vida, necessita ser trabalhada em nosso esquema planetário em decorrentes ciclos e etapas, a cujos ajustes e compensações as próprias vidas aqui manifestadas necessitam submeter-se.

  O Carma Evolutivo tem sua consecução em Anima Mundi, que vem permear o universo, codificando valores e estabelecendo atributos e condições a fim de que as vidas possam evoluir.

  O Carma Evolutivo jamais retroage por que está regulado por leis perfeitas que abrangem e dominam a totalidade da existência espírito-matéria que os determinam avançar. Assim, no plano geral, pode a matéria parecer estagnada no tempo, mas na verdade estará maturando qualidades nas dinâmicas oposições dos ciclos evolucionários.

   [Embora no espaço-tempo o carma obrigue vidas estacionárias e incipientes a desmontar seus “invólucros” (corpos do ego inferior) desnudando-os de valores cristalizados obstrutores, remetendo-os de novo às essências primárias elementais do arco involutivo para novas retomadas em talvez bilhões de anos terrenos (*), essas “retro voltas”, drásticas, mas temporárias, são, na realidade, legítimos instrumentos agenciadores do carma para saneamentos e auxílios às mônadas que falharam no panorama geral do processo evolutivo].

  (*) A contagem aqui mencionada não inclui unicamente o tempo terreno no nosso espaço-tempo. Imaginamos também o tempo fora da contagem terrena quando as Ondas de Vida sobem o arco da manifestação física e migram para planos superiores onde a velocidade da contagem terrena se perde em referências aritméticas conhecidas. As trajetórias das Ondas de Vida em planos superiores também avançam para ciclos não-tempo e quando vidas retornam ao cenário terreno em novas reencarnações a computação novamente recomeça em paradigmas físicos conhecidos. Portanto, milhões ou até bilhões de anos terrenos naquelas situações podem ter se passado lá, mas aqui no planeta Terra até que essas voltas de vidas não remidas de seus carmas novamente aconteçam nos cenários do mundo físico denso, a contagem comparativamente com o tempo terreno será muitíssimo menor.

  As vidas – repetimos – são matéria num determinado estágio; são matéria-e-espírito noutro estágio posterior; são espírito numa dimensão mais elevada; e finalmente espírito-matéria reunificados e realizados no pensamento e consciência do Criador.

  2. Carma Devedor – Também chamado carma negativo, de débitos, depurativo, retificador, de resgates, etc., adstrito unicamente ao ser humano por sua capacidade de pensar e agir.

  Enquanto o ser humano é o coletivo que não despertou ainda significativos valores mentais e não se ligou a uma consciência diretora, o seu destino será conduzido pelas leis naturais agindo na sua inconsciência. Neste particular, as leis naturais provocam naquelas vidas primárias forte atração onde vem normalmente existir a necessidade de compensações.

  As compensações são processadas através das relações duais de causas e efeitos, estabelecidas num quadro de variações restritivas de acordo com os limites máximos e mínimos de ação e movimento, permitidos a tais vidas pelas leis de sobrevivência. O resultado que este mecanismo produz é a permanência compulsória de coletivos humanos imaturos naqueles seus estágios evolutivos terrenos, com relativo e controlado carma, e sem o quê não haveria condições de as vidas se manterem ancoradas aqui na Terra.

  Quando os coletivos evoluíram o suficiente a ponto de começarem a edificar egos, o processo cármico toma outra direção e sentido, passando a transferir responsabilidades pessoais. A partir daí cada um vê-se diante de suas próprias decisões e destino, começando propriamente sua caminhada cármica nas conotações positivas e negativas.

  Surgem então as inevitáveis distorções quando das ações originadas pelas leis da natureza, que promovem a necessidade de maior dinâmica de forças para as relações de equilíbrio entre os contrários.

   Tanto uma vida quanto bilhões delas estejam incursas nas mesmas variações cármicas de ação e movimento, as compensações precisarão ser buscadas nas soluções naturais.

  No entanto, há vidas que se antecipam, representando adernamentos indevidos, como, por exemplo, certas categorias de animais-homens que se individualizam sob injunções mentais-emocionais fortemente impregnadas de ódio e sentimentos desagregadores, que não se alinham com as vidas recentemente encarnadas na Terra no quadro geral. Estes, por suas índoles problemáticas para as sociedades, certamente irão desde logo gerar fortes energias negativas que lhes despertarão mais cedo os mecanismos primários da consciência e o carma.

  3. Carma Missionário – Estratificado do carma devedor, vem oferecer possibilidades de emergentes ações voluntárias para àquelas vidas ainda incursas em débitos, sob a orientação das Vidas Maiores, isentas de carma terreno.

  O Carma Missionário outorga possibilidades de produzir elementos de energia e força que desenvolverão determinadas situações saneadoras ou de incrementos de valores. Está destinado para benefícios de individualidades, grupamentos e coletivos nacionais e mundiais.

  O Carma Missionário, em primeira grandeza, por isso mais raro, abarca e envolve as Vidas Maiores que necessitam vir a Terra em determinados ciclos do desenvolvimento planetário, para missões extraordinárias e de suma importância.

  O Carma Missionário abrange também as vidas saídas da humanidade terrena, que tendo avançado nos seus carmas pessoais vêm seguidamente encarnar-se no papel de instrutores e mestres, com o objetivo de guiar populações mundiais.

  Outras vidas de menor grau evolutivo, naturalmente incursas em débitos cármicos, podem também ser designadas a desempenhar papéis missionários, com a promessa de terem a possibilidade de esgotar os seus débitos em menos tempo.

  43. Em que situações é possível distinguir um tipo de carma de outro, segundo esta classificação?

  O carma evolutivo sobrepõe-se a tudo porque é a própria essência da Alma Universal, agindo incessantemente em direção ao objetivo maior da existência.

  Basicamente o carma humano se desdobra a partir do individual, do familiar, do grupal, do racial, do nacional, e do mundial. Estas variações são o segmento de uma sequência natural nem sempre em ordem crescente num panorama evolutivo de integração.

  As vidas marcham sempre em blocos segundo os estágios onde se encontram a que necessitam se submeter. Os reinos, cada um, recebem uma grande onda de vida, que se pluraliza em tipos e espécies para ações conjuntas. Bilhões de vidas, ativadas por suas respectivas mônadas, virão juntas aparecer mais tarde no cenário terreno já como animais-homens. Daí evoluírem em consciência até chegarem a super-homens no plano geral humano.

  Nesta escalada, as vidas adquirem e desenvolvem seus carmas, mas os vivem também individualmente, embora pertençam a uma só onda e como tal conjuntamente estejam destinadas a evoluir. Cada vida formada e desenvolvida como alma, virá atingir a condição liberta tornando-se UMA com a Grande Alma sem, no entanto, perder a individualidade.

  A distinção de um carma voluntário em relação ao carma devedor é de relativa clareza, pois demonstra que vidas missionárias se sacrificam para levar adiante interesses maiores e distintos de seus interesses pessoais, em prol de grandes coletivos ou da humanidade em geral. Na atualidade, nas várias áreas de atividades de nossa sociedade, encontram-se vidas ao desempenho de seus papéis de relevâncias cármicas, não importando suas crenças e profissões, ao mesmo tempo em que estão a lapidar pessoais valores.

  44. O que se poderia dizer a mais da consciência das mônadas?

  R. Mônadas são espíritos puros que já existiam no Logos antes da criação e vieram habitar o sistema solar desde o início de sua manifestação. As mônadas são conhecidas como unidades de consciência, e a par de necessitarem colher experiências nos mundos criados, atuaram em auxílio ao Logos na organização do processo evolutivo. Os mundos Adi e Anupadaka, chamados também, respectivamente, de divino e monádico, são os campos de atuação das mônadas.

  As mônadas têm perfeita consciência de seus mundos e de seus poderes para agir, mas não podem descer abaixo de Anupadaka. Como necessitam estabelecer contatos com os mundos inferiores, edificam corpos ou veículos para essa finalidade. Assim, através destes corpos que constituem as fisiologias do ego superior e do inferior, conseguem transferir energia e força, mas realizando e colhendo almejadas experiências.

  Cada vida humana manifestada na Terra como alma, suportada por leis antagônicas da natureza, é essencialmente uma mônada ou espírito puro. Estas leis precisam ser vencidas pela sabedoria e amplitude de consciência de egos, a fim de que sejam alcançados outros padrões vibratórios que tornem as mônadas mais ricas pelas experiências aquilatadas.

  45. O que é um Carma Nacional?

  R. Uma nação é a soma de todos os indivíduos, famílias, grupamentos e segmentos étnicos-raciais que vivem em seu território sob limites geográficos nacionais, ou fora deles, expressando, respectivamente, mesmos elementos culturais e idiomas próprios. Esta generalidade detêm segmentos adicionais de portes mais explicativos e elásticos, pois um país pode abranger mais de uma nação, e possuir mais de um território com seus elementos atávicos, culturais e naturais, algumas vezes heterogêneos, porém sob a organização de um só Estado.

  Ao referirmo-nos ao Carma Nacional e para não causar confusões citaremos a figura de um país por nele ser possível haver mais de uma nação.

  Um país pode possuir um ou mais governantes – como é o caso de monarquias – que regem os seus destinos e determinam os rumos da economia segundo diversos fatores. Um destes fatores é o solo para cuja exploração e mercantilização de seus produtos, sob quaisquer formas, acabamentos ou de insumos industrializados, o governo precisa deter a soberania.

  Relativamente à composição racial, há carmas distintos e variados de mútuos e múltiplos débitos por laços consanguíneos ou de atrações entre egos não consanguíneos de diferentes origens e etnias.

  As idiossincrasias de um povo não se restringem unicamente às tradições ancestrais herdadas dos primitivos e autóctones habitantes dos territórios nacionais, quer fossem eles de uma só etnia, ou de longínquos caldeamentos com outros ramos étnicos.

  Consideram-se também outras misturas culturais e étnicas mais recentes, sejam elas com raças invasoras ou com grupamentos imigrantes que se estabeleceram nas mais diversas regiões dos territórios nacionais, gerando com isso novas características genéticas sub-raciais nas populações.

  Às variações cármicas de um povo vêm se misturar o carma do próprio país – o Carma Nacional – que é justamente o papel que o país está destinado a cumprir no cenário evolutivo mundial.

  Esse Carma Nacional está relacionado diretamente com a Personalidade Nacional e com os muitos elementos ligados à energia e força implantados nos seus territórios, associados às condições e possibilidades terrenas de seus reinos mineral, vegetal, animal e humano.

  Assim, um país com o decorrer de séculos, vem modelar a sua própria Personalidade Nacional, cujas energias vão interagir com aquelas dimanadas de outras entidades ou países.

  46. De que maneira acontece a edificação de uma Personalidade Nacional?

  R. Há países cujas índoles de seus povos ressaltam de modo mais destacado as tradições e pensamentos desenvolvidos por um tipo específico de Energia-Forma. Normalmente uma Energia-Forma num país de milhões de indivíduos de integração étnico-racial sobremodo homogênea é mais poderosa e se sobrepõe, quantitativamente, aos demais coletivos populacionais do país, de culturas e pensamentos diferentes.

  A tendência natural é que esta Energia-Forma mais poderosa ao influenciar as demais de menores expressões quantitativas as adicionarão e constituirão no conjunto uma totalidade nacional.     

  Isto não significa que as outras culturas devam ou irão necessariamente desaparecer. Há diversos casos em que um país possuindo significativamente duas ou mais etnias consegue manter vivas aquelas seculares ou milenares tradições, nascidas naqueles mesmos territórios, ou trazidas de seus países de origem, alimentadas por suas respectivas Energias-Formas. Essas etnias de fortes tradições que não se deixam absorver, senão em porções, estarão, não obstante, adicionadas e constituindo a Personalidade Nacional do país, e também influenciando outras culturas.

  47. Como uma Energia-Forma se constitui?

  R. A Energia-Forma de que tratamos, considerando todos os indivíduos, famílias, grupos, segmentos étnicos e étnicos-raciais adaptados em parte ou completamente ao modus vivendi daquele país, é verdadeiramente uma alma coletiva de energia amalgamada numa só expressão que se externa como elemento importante na formação da Personalidade Nacional.

  É mais ou menos análoga à particular egrégora de uma organização esotérica, cujo conteúdo vem a ser a soma das energias astrais e mentais geradas por determinado coletivo.

  Uma egrégora é criada segundo técnicas ocultas de exercícios astrais e mentais conscientemente dirigidos para aquele objetivo. A Energia-Forma de um país, no entanto, se constitui e se desenvolve com maior generalidade, pela resultante das ativações dos vários elementos emocionais e mentais envolventes às suas culturas populares, estimulados pela energia e força de seus longínquos troncos raciais.

  Do ponto de vista subjetivo são as colorações primevas de almas, adicionadas a fatores interagentes de ancoragens étnicas diversas que resultam em mesclas de vários tons, onde as mais fortes e dinâmicas, sob diversas circunstâncias da civilização e de heranças genéticas, são as dominantes.

  Os tipos psicológicos de mesmos troncos e ramos raciais têm em comum padrões idênticos ou aproximados de pensamento e de reações emocionais que vêm conformar, na média, suas características culturais e civilizatórias básicas. Os fatores de suas colorações primevas de alma geram elementos germinais que se desenvolvem em tendências naturais na vida humana, configurando-se e imprimindo-se como arquétipos na memória atávica dos povos para futuramente se condensar.

  Em tipos específicos de energia, acabam por se transmitir ao gene familiar nas suas gerações sucedâneas, e como energia geral e disseminadas transitam da família à nação e vice versa, resultando interna e externamente em características gerais de uma Entidade.

  Cada indivíduo é ao mesmo tempo agente ativo e passivo da Entidade, porquanto, consciente ou inconscientemente, contribui-lhe com sua pessoal energia e necessariamente incorpora da Entidade sempre que provoca pensamentos e emoções a ela associados.

  A Entidade se externa como Personalidade Nacional em tudo quanto sua população gera, ativa, produz e colhe sob o clima emocional, força mental e capacidade intelectual, adicionados das energias geradas pelos reinos da natureza, da ação periódica dos arquétipos do pensamento evolutivo racial, sub-racial e de ramos étnicos, bem como dos periódicos ciclos das energias cósmicas denominados de Raios, que permeiam o planeta.

  As conquistas materiais de um país resultam da qualidade e potencialidade das ações concretizadas por indução ou pressão de sua Energia-Forma segundo características nacionais da Entidade. A força de um país se manifesta ao direcionamento concentrado e sistemático de sua energia nas realizações de seus objetivos.

  É bom lembrar que nossa visão central nesta pequena resenha é esotérica. Tratamos de analisar a partir de elementos preexistentes admitidos nos conteúdos endógenos de almas, segundo suas particulares tendências vibracionais de raios que se manifestarão na vida física como formas. Os elementos endógenos são aqui considerados nas suas generalidades, ou também especialidades, por suas colorações inatas e subjetivas, de todas as formas não ordinariamente visíveis, e não somente por tabulações acadêmicas nos seus detalhes, concentrações, equacionamentos estatísticos, meandros e curvas, como em sociologia ou antropologia.

  Os caminhos materiais, os de composições e miscigenações étnicas; de atavismos, de sociedades, de conquistas, de expansões, de domínios, de perdas e de tudo o que concerne às vidas dos povos, estiveram sempre atrelados não somente aos ciclos naturais do desenvolvimento humano, como também à maneira e forma de seus desempenhos nos passados ciclos, sob os muitos fatores convergentes bons e maus, devidos ou indevidos.

  Os resultados de todos os fins se estribam no desenvolvimento e maturações das próprias capacidades dos povos, e não num determinismo divino. O que existe e se mantém na forma, são as materializações dos anseios emocionais e mentais de todos os egos.

  48. Como entender melhor as ações dos reinos da natureza, associados aos elementos arquetípicos e energia cósmica?

  R. Antes de tudo repassemos, em sínteses, as seguintes conceituações:

  Anima Mundi – O mesmo que Alma Universal. A tudo permeia desde as mais remotas probabilidades de energia-matéria nas múltiplas dimensões de seu círculo de manifestação, impregnando e magnetizando em cada átomo a Mensagem Evolutiva Única do Deus Criador ou Logos Solar.

  Alma Energética – A alma de cada reino. Constituída pelas somas de todas as seções, setores ou segmentos de cada grupamento de espécie de seu respectivo reino, ou, como no reino mineral, de suas diversas qualidades.

  Almas-Grupos – Conjuntos constituídos de Energias-Almas de espécies, diluídas em sete grandes grupamentos afins e principais, responsáveis por armazenar todas as experiências possíveis auferidas pelas espécies em suas vidas naturais. Das suas colorações obtidas através das experiências vivenciadas e armazenadas numa Alma-Grupo, todas as respectivas vidas dali pertencentes e contributivas vêm ao mesmo tempo participar.

  Energia-Alma – Alma de cada representante de uma espécie, que apesar de responder por impulsos instintivos ligados com sua Alma-Grupo, detém e retém suas próprias experiências para depois, ao perder seu organismo físico, depositar as experiências auferidas no interior de sua Alma-Grupo.

  Energia-Forma – Alma mental e emocional de povos e nações. Considerada Alma Racial, mesmo possuindo elementos heterogêneos na sua formação. Consubstanciada na energia gerada pelos povos, a partir de seus elementos endógenos e arquetípicos, resulta numa forma delineada por suas colorações que são suas qualidades positivas e negativas.

  Carma Nacional – O carma evolutivo e transformador rumo aos objetivos traçados pelo Grande Plano da Criação mesclado aos diversos aspectos do carma negativo gerado por grupos, populações e etnias de um país. Nestes aspectos, o Carma Nacional provém de fora trazendo especialmente sua mensagem evolutiva que se integra à Personalidade Nacional criada pelo país. A Personalidade Nacional, no entanto, soma e detém outros aspectos de energia e força cósmicas que lhe facultam status e símbolo mais abarcantes.

  Personalidade Nacional – Ligado diretamente ao Carma Nacional é o somatório e resultado de energia e força sob o ponto de vista exotérico, gerados, definidos e externados pelas ações e hábitos marcantes dos coletivos oriundos modeladores dos objetivos de um país em um ou mais territórios reconhecidos, e pelas ações de oriundos no exterior. Representa a marca registrada de um povo naquilo que historicamente o país se destaca como força e presença. A estes aspectos cármicos está adicionada a energia in totum dos reinos e forças cósmicas nele interagentes..../

  As espécies dos reinos vegetal, animal e qualidades minerais, nas suas imemoriais origens trouxeram algumas características principais que lhes permitem adaptar-se aos seus naturais habitat, climas e intempéries.

  Determinadas plantas somente vingam em regiões áridas ou semiáridas; outras em solos normalmente úmidos, sob clima temperado. Muitas resistem bravamente ao inclemente frio dos enregelados invernos, às tempestades de neve, às enxurradas degelo, ou aos tórridos dias ensolarados.

  Há, pois, um sem número de situações contrárias a que a flora está exposta tanto sobre o solo como sob ele, permanecendo ainda assim reflorestando, reflorindo ou proporcionando viçosos frutos e alimentos diversos.

  O reino animal, em todas as suas espécies e subespécies aéreas, terrestres e aquáticas, também desenvolveu características fundamentais milenares para sua autodefesa e sobrevivência nas regiões onde habitam.

  O reino mineral externa também as mais variadas qualidades ao produzir elementos como metais, rochas, pedras comuns e cristalizadas, pedras semipreciosas e preciosas; águas minerais, ferruginosas ou pantanosas; gases, produtos de lavas vulcânicas, carvão, petróleo, etc.     

  Em conformidade com o que vimos seguidamente afirmando, os reinos da natureza desempenham os seus importantes papéis na Terra. Cada reino possui um modelo, uma nota e com suas inúmeras matrizes básicas de tipos e espécies pré-estabelecidos desde os primórdios do processo evolutivo, representa uma potencialidade latente que ao decorrer dos muitos milênios virá sendo trabalhada, produzindo um crescente avanço de suas qualidades.

  A abrangente Alma Energética de cada reino, sendo no total a soma das porções de cada espécie, não só estabelece o andamento e ritmo evolutivo de todos os seus representantes como vem inter-relacionar-se com as Almas Energéticas dos demais reinos.

  Ao final de tudo, o que move os seres e o mundo são as energias que vêm também influenciar e interagir com o reino humano. O homem, por seu turno, ao reagir às ações dos arquétipos mentais virá, por diversos caminhos, influenciar os reinos com suas atividades transformadoras. As qualidades dos produtos minerais, vegetais e animais são muitas vezes idênticas entre certos países de situações geográficas vizinhas por que se repetem, porém diversas entre países distantes. Mesmo por que há variedades de climas e aspectos quanto ao solo, topografias e recursos naturais.

  Quanto aos moldes ou modelos preordenados e existentes no mundo mental, chamados arquétipos, há aqueles cujos extensos ciclos de atuações duram séculos ou milênios, e ao entrarem em atividades segundo uma coordenada cronologia a que o planeta está também subordinado, vêm atuar especificamente nas Almas Energéticas dos reinos.

  Estas atividades cíclicas trabalham os modelos das espécies como, por exemplo, os vegetais, para finalidades diversas, como a de produzir outras formas com aspectos e cores variados que possam melhor atrair e deter outras nuances de energias cósmicas nos seus também ciclos de atuações planetárias. Com isso, surgem novos e interessantes segmentos nos reinos que conseguem ancorar diferentes tipos de energia na Terra, produzindo outras adições às Personalidades Nacionais de países.

  49. Como entender melhor as energias veiculadas aos reinos provocando interações com a Personalidade Nacional?

  R. As atividades cíclicas das energias cósmicas compreendem uma totalidade interagindo nos quatro reinos. Países ricos em minérios se beneficiam das energias cósmicas que se lançam sobre o reino mineral, provocando maior irradiação de sua alma energética.

  As interações dos raios cósmicos, que de tempos em tempos se tornam mais intensos por razões e decorrências de trânsitos planetários; por ação solar direta, ou por outros eventos de fora de nosso sistema solar, propiciam também condições de surgimentos de novos elementos químicos sequer imaginados pela ciência oficial.

  A astrologia pelos seus mapas astrais informa os períodos em que determinados signos e planetas estarão em alta ou em baixa, significando que energias cósmicas provindas do grande cinturão zodiacal se projetarão mais intensamente ou ficarão mais fracas.

  Dentre outras orientações os signatários são então aconselhados a usar este ou aquele amuleto de pedras ou de metais, roupas de determinadas tonalidades, a fazer ritos de magnetização, levar oferendas na natureza, usar guias de determinadas forças espirituais, ou simplesmente, estando em alta, deslanchar projetos em benefício de si mesmos.

  Determinadas ações e ritos de magia surtem efeitos mais duradouros se levados a efeito nos períodos da crescente ou da lua cheia. Alguns eventos de magia feitos na minguante se esvaziam ou não vingam como deveriam.

  O Sol, por seu turno, imanta até às 10 horas da manhã e seus raios ultravioletas entre 10 da manhã às 16 horas prejudicam a quem sob eles ficam expostos, provocando excessivas queimaduras. Neste período o Sol age invertendo sua ação, realizando repuxos de energias da natureza e de corpos em geral. A partir das 16 horas, de novo os raios solares se tornam benéficos, imantando.

  Isto vem demonstrar que a Terra sofre interferências de energias de magnitudes diversas que podem ser bem aproveitadas ou não durante suas projeções.

  O reino vegetal, do mesmo modo, sob ações diretas e mais intensas de energias cósmicas, provoca maiores resultados sobre a Personalidade Nacional, pois espalha suas vibrações magnéticas na atmosfera reagindo como depurador de fluídos mórbidos. Porém, opostamente, em muitas reincidências pelas mãos humanas, intensifica gases de agentes poluentes que incensam, degradando ou envenenando.

  Durante os ciclos cósmicos longos, intensos e de maiores influências dos Raios que permeiam o planeta, o reino animal pode produzir ocasionais mutações nos seus genes e cruzamentos por vezes híbridos em proles, resultando em tipos diferentes nas espécies ou mudanças de comportamento.

  Isto pode parecer pequeno ou insignificante para proporcionar notáveis desvios no prolongamento natural da vida animal, entretanto, os sinais externos vêm revelar a influência oculta das energias na coloração básica da Alma Energética animal.

  O reino humano também interage com suas energias físicas, astrais e mentais, e quando os arquétipos do pensamento humano começam a vibrar, aguçando e estimulando para novas ideias ou ideais o dinamismo cresce. Assim as energias agem não só no mecanismo dos reinos não humanos como no homem e em todos ao mesmo tempo.

  50. Não haveria injustiça quanto aos reinos da natureza de certos países serem mais ricos do que de outros?

  R. Aparentemente sim, porém estas distribuições determinam situações em que as diretrizes do carma prevalecem. Há países de imensos recursos naturais que não são utilizados pelo homem, permanecendo energeticamente poderosos in natura, inexplorados e não transformados.

  Isto, entretanto, não impede suas populações viver longos carmas de débitos em resgates. Outros países, não convivendo com riquezas de seus solos, detêm, no entanto, condições sociais melhores e vivem de acordo com as necessidades de suas populações.

  As extrações de recursos naturais em todos os quadrantes do planeta não poderiam ser feitas a empobrecer definitivamente os solos. Os reinos, embora sofram ações nocivas, indiscriminatórias e devastadoras pelas mãos do homem, sob todas as possíveis alegações, precisam ser ao máximo preservados e não exauridos.

   Se estes cuidados não forem tomados, aumentarão consideravelmente os desequilíbrios ecológicos em dimensões planetárias, e, levados a maiores depauperações, uma catástrofe sem precedentes ocorreria com a Vida, tornando o planeta praticamente inabitável.

   O equilíbrio da balança cármica revela, por aparente contradição nos casos de pouca riqueza dos reinos, ações necessárias para grandes coletivos em débitos. Isto se reflete no dinamismo desenvolvido pelas próprias forças de populações em situações adversas.

  51. Os desequilíbrios ecológicos de alguns países não comprometem o desenvolvimento do carma evolutivo planetário?

   R. Sim, evidentemente, e isto vem revelar-se pelo somatório do carma mundial. A Personalidade Nacional de um país, como vimos, compõe-se do carma evolutivo dos reinos não humanos, agindo através de suas Energias-Almas, mais o carma do reino humano, mais energias cósmicas e energias dos arquétipos planetários. Estes fatores inter-relacionados, interagentes e em diversas circunstâncias produzindo forças, revelam na média a situação cármica de um país no plano geral evolutivo.

   As situações cármicas dos reinos não humanos não comportam débitos da mesma maneira que o humano. Os desajustes no processo evolutivo daqueles reinos são ocasionais e temporários, e pela ação das forças naturais guiadas pelas Hierarquias Criadoras tendem de algum modo a serem corrigidos. Os casos em que grupos de espécies não avançam com os demais grupos, por outros fatores incidentes, constituem os contingentes de vidas que falharam nos ciclos evolutivos e necessitam reagir por suas próprias forças.

  Porém, as grandes distorções que vieram alterar o ecossistema de continentes inteiros foram causadas pela má gestão humana.

  Os surpreendentes cataclismos e violentas comoções que assolam o planeta levando terror e mortes às populações, são as respostas das forças da natureza, não somente pelas sistemáticas degradações do meio ambiente como pelos choques de energias negativamente intensificadas pelo homem. Ademais, nestes tempos, está havendo a lenta e gradual elevação do eixo da Terra, adernado desde o período atlante, o que também acelera os intempestivos choques dos elementos naturais.

  Em que pese todas estas distorções, o carma evolutivo da Terra continua como móvel constante, pois os países não podem escapar das forças ativas planetárias. As energias circundantes ao planeta que vão de um continente a outro, formando gigantescas correntes, interagem com todos os carmas nacionais.

  52. Como o homem pode provocar respostas violentas e devastadoras da natureza pelo mau uso de sua pessoal energia?

  R. O homem traz em si todas as potencialidades que o permitirão relacionar-se conscientemente com o universo.

  Sabem esotéricos que o homem formado por sua mônada, tem na sua constituição três estruturas fundamentais. Cada uma se ajusta, adapta-se e se manifesta com maior grandeza e poder nos respectivos mundos originários. E como o homem foi criado para ser uma unidade integrada com o universo, sua consciência possui embrionariamente todas as condições de ampliar-se e tornar-se também criadora.

  As estruturas fundamentais do que se denomina homem são, pois: mônada ou espírito puro, alma ou ego superior e personalidade ou ego inferior.

  Ao tratarmos da integração do homem com a natureza, falamos especificamente do mundo físico, compreendendo esotericamente o conjunto dos planos mental, astral e etérico-físico submersos nas relações de causas e efeitos.

  É notório que em bilhões de pessoas a personalidade humana esteja ainda em formação; noutros bilhões a personalidade já atua com desembaraço nos três planos – o físico-etérico, o astral e o mental – ao passo que milhões desenvolvem-na em mais altas escalas buscando conscientemente o aperfeiçoamento e poderes espirituais.

  Considerando que a genealogia espiritual é igual para todos, vemos latentes no homem os poderes do Criador. A personalidade já formada é poderosa por que é capaz de operar com as energias mentais, astrais e físicas numa só estrutura. Estas energias estão presentes nos arquétipos mentais em atuações e anima mundi, na consequente essência da matéria densa do orbe terrestre e na infraestrutura energética dos quatro reinos.

   O homem é um ser integrado com os quatro elementos e ao desenvolver a vontade, manipula, conscientemente, de uma forma ou de outra, com a parte física destes elementos. Entretanto, esta manipulação pode se tornar perigosa porque a personalidade não suficientemente sedimentada nos valores morais sólidos é inconstante, impressionável e viciosa. E isto atrai seres elementais e espíritos malignos que podem influenciar e de fato influenciam negativamente seus atos.

  As forças do mundo já demonstraram através dos milênios que se batem em constantes conflitos. As personalidades atuam segundo seus próprios pensamentos e ao incorporar elementos de ambas as polaridades se entrechocam provocando efeitos, produzindo turbulências, comoções e toda a sorte de desequilíbrios na vida terrena.

  53. Como entender mais precisamente a ação das forças contrárias na resultante vida planetária?

  R. A história oficial registra que todos os atos de tirania realizados pelos maus governantes ou usurpadores, trouxeram sempre consequências drásticas aos povos.

  A condução dos propósitos de vida dos povos foi traçada com antecedência pelos mentores das raças. Cada raça trouxe o encargo de trabalhar uma principal meta como parcela de seu carma evolutivo dentro de um tempo necessariamente suficiente. A meta precisou ser alcançada no passado – como ainda é no presente – através do esforço coletivo, mesmo que em ocasiões fosse e seja necessário, empunhar-se das armas para conquistar ou defender.

   Esta última condição os homens a mereceram porque envoltos pelos próprios pensamentos imperfeitos, inflados pela vaidade, iludidos por estúpido patriotismo e arrebatados por absurdo orgulho racial, afastaram-se do bom senso entrando por caminhos tortuosos. Ao defender ou conquistar direitos há coerência, porém nem sempre a razão é legítima. Assim a discórdia levada a extremos foi sempre precursora de desatinos e sofrimentos.

  Desde tempos remotos o homem arrasta-se no sofrimento por teimosia em não dobrar-se aos ditames superiores. É bem verdade que o despertar da verdadeira consciência não dependeu e nem depende diretamente dos rituais religiosos ou místicos, mas sim de uma conscientização da necessidade de árduo trabalho íntimo, individual e perseverante. As religiões esotéricas trabalharam para este fim no sentido de plasmar necessárias qualidades na alma humana, utilizando-se da energia e força da natureza.

  Esta ação não deve ser confundida com o trabalho mágico realizado com elementais da natureza praticado por grupos internacionais, ou por ramos étnicos que visam pela magia, antes de tudo, suas próprias e pessoais conquistas no plano específico da personalidade.

  O culto à personalidade nas práticas da magia, sem o verdadeiro serviço humanitário, filantrópico ou caritativo, conduz diretamente para a magia negra e consequentes aprisionamentos pelos gênios malignos. As religiões esotéricas ensinaram, sobretudo, a devoção e obediência aos princípios esposados pela Alma como ferramentas da libertação cármica, ou realização.  Até que a personalidade entre por um caminho de iluminação interna, ela estará passível de incorporar forças ora positivas ora negativas e assim mover-se segundo a linha de menor resistência.

   Os astros nos seus trânsitos astrológicos podem remeter os homens ao céu ou ao inferno. A personalidade terrena, imperfeita, mergulhada em objetivos egocêntricos, estabelece sempre, em primeiro lugar, a sua própria e pessoal prioridade, mas sem um controle adequado de sua energia e força produz desequilíbrios.

  Hoje o planeta Terra acha-se conturbado por diversos fatores que se contrapõem devido às constantes perturbações da ordem e harmonia. O homem adquiriu certos conhecimentos práticos sobre a matéria e suas transformações, mas nem tanto sobre si mesmo, o que o torna muitas vezes estranho à natureza, e inconsequente.

  As diferenças sociais se avolumam pela superpopulação global, provocando com isto gigantesca desorganização nos resultados de ações mentais, emocionais e físicas. Formas de densa energia geradas por todos os tipos de pensamentos e realizações negativas entranha-se nas vidas dos povos, produzindo convulsões. Ódio, crimes, revoltas, guerras, paixões, vícios e tantos outros desatinos alimentam diariamente aqueles campos vibratórios nefastos e perigosos de baixo teor vibratório, sedimentando, cada vez mais, camadas astrais que se transformam em veículos tentaculares aprisionantes da vontade e do livre arbítrio humano.

  As forças do mal, mediante este clima de inversão de valores, solidificam e estimulam cada vez mais os seus propósitos destrutivos, direcionando-os não somente aos homens tortuosos, mas também aos distraídos, desocupados e sonhadores, buscando incrementar suas fileiras de milhões de adeptos.

  Assim com assustadora frequência os crimes e ações malignas vêm provocar constantes distúrbios, dissoluções dos bons princípios, violência, crimes e derramamento de sangue, o que, em contrapartida, vem produzir intensas e imediatas reações e acirramento do sentimento de revolta daqueles que não aceitam estas aberrações.

  As forças então se chocam redundando em novas reações, produzindo-se um campo vibratório mais ainda convulsivo em dimensões de uma cidade, país, continente ou de contexto planetário.

   54. O que mais é possível acrescentar nestes argumentos?

  R. Conforme já abordamos em questão anterior, o bem e o mal são valores relativos nas relações de vida humana. A transposição do mal em relação ao bem, e vice versa, ocorre na troca entre os valores positivo x negativo, quando uma destas polaridades é tergiversada ou se extrapola.

  As polaridades positiva e negativa precisam marchar sempre juntas em andamentos de complementações. Quando valores inerentes a uma destas polaridades são intensificados ao ponto da saturação, ou são desprovidos ao ponto da exaustão, transformam-se no que costumamos chamar de mal.

  Egos que optaram por viver fora da realidade da harmonia, incorporaram em seus veículos as vibrações de baixo teor, aceitando princípios estranhos às leis naturais da evolução.

  Esta situação remonta há milhões de anos quando o homem de nossa espécie pisou pela primeira vez a terra ainda na vestimenta lemuriana.

  As noções de bem e mal foram naqueles tempos de outra conotação pelo fato de faltar ao homem as sementes do pensamento objetivo. Porém, com o decorrer dos séculos o mal se organizou com suficiência e maior inteligência, utilizando-se de todos os recursos disponíveis.

  O mal é cósmico, ou seja, infiltrou-se nas raças vindo de fora do sistema solar, trazido primeiramente pelas mentes dos gênios malígnos em permanentes buscas de ancoragens para suas realizações. Uma destas buscas é o domínio planetário sobre todas as raças para a materialização de seus negros propósitos.

  Tanto quanto o bem, o mal também necessita de constantes renovações de energia, vindo buscá-las com frequência através da sordidez das ações normalmente ocultas e protegidas por véus nas consciências submersas em sombras.

  A história demonstra quanto o mal conseguiu desviar da meta estabelecida pelas Hierarquias Superiores para o planeta. Tudo o que seja ignóbil, segregacionista, que gera desarmonias, vícios, violência, usurpações, despotismos, usuras, derramamentos de sangue, prostituição, crimes, falsidades, mortes e muitas outras aberrações humanas, servem aos propósitos dos mentores do mal.

  Os articuladores das sombras operam com verdadeiros exércitos de milhões de seres elementais criados pelos desregramentos humanos e com outros tantos milhões de almas pervertidas entregues a toda a sorte de vícios e crimes, agindo sob seus comandos. Muitos malignos encarnados, sendo, portanto, humanos, têm pensamentos inteligentemente coordenados pelo que lhes oferecem as técnicas da ciência e os estudos superiores. Tornam-se mais ainda poderosos quando fortalecem as mentes com as práticas esotéricas e rituais de magia. Por seus propósitos egocêntricos, suas almas terrenas estão corrompidas e desligadas das fontes do Eu Superior.

  As vibrações das energias inferiores exaladas por situações que envolvem seres humanos servem-lhes de combustível para que se robusteçam e aos seus repugnantes ideais. Daí buscarem trabalhar sempre pela dissolução dos valores morais ao tratar de enfraquecer e dominar a raça humana.

  55. Faz parte do carma humano experimentar situações em que o mal esteja presente?

  R. Acreditamos que na atualidade 99% dos seres humanos experimentaram ou realizam atos veiculados ao mal por que o histórico de suas caminhadas acusa-lhes ações delituosas no passado ainda não remidas. Aqueles atos vieram gerar-lhes o carma que parcialmente vêm vivenciar na Terra a cada encarnação.

  Este é o motivo principal da dor, sofrimentos e doenças das quais padecem. Todas as alianças feitas no passado com o mal voltam-lhes novamente para os seus tormentos.

  Isto confirma que o círculo da existência tem várias voltas e delas não se consegue escapar sem antes quitarem-se todos os débitos. O fato vem também reafirmar que o carma humano é essencialmente evolutivo, dinâmico e renovador por não permitir que nenhuma energia mal qualificada deva permaneça a obstruir na alma a incorporação de novas e salutares energias.

   Eis por que a necessidade do expurgo, às vezes por processos dolorosos, porém eficientes nos seus resultados. O carma humano, desta maneira, transita entre os polos positivo e negativo, todavia move-se sempre para adiante, conduzindo para a libertação das prisões da matéria.

  Por Rayom Ra

Rayom Ra

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