segunda-feira, 30 de outubro de 2017

As Quatro Leis da Espiritualidade Ensinadas na Índia


  A religião Hindu tem base nos Vedas, livro com os preceitos que regem a religiosidade na Índia. A religião é politeísta, ou seja, tem vários deuses, e influenciou diversas outras ao redor do mundo.

  Outra característica do hinduísmo é a presença de figuras mitológicas com diversos significados, além disso, sábias teorias relacionadas ao corpo humano, como a teoria dos Chackras (pontos de energia espalhados pelo corpo com funções específicas) e os princípios da medicina ayurvedica, que inclui terapias como acupuntura, yoga e meditação.

  Na Índia, a figura de Brahman representa a formação do universo, inteligência suprema; Vishnu é o deus que mantém a energia em movimento e consequentemente a vida e Shiva é o deus do “encerramento”, que prepara a vida para recomeços e novos ciclos.

  Desta maneira, a religião hinduísta compõe sua filosofia de funcionamento e dentro dela inclui diversos princípios a serem difundidos, a fim de empregar espiritualidade e validade de crença a tais figuras e ciclos.

  Desde o nascimento de crianças no território da Índia, são transmitidas quatro leis principais de espiritualidade para que se possa compreender melhor os acontecimentos da vida e se possa viver plenamente. São elas:

A PESSOA QUE VEM É A PESSOA CERTA

  Esta citação procura indicar que nada acontece por acaso em nossas vidas. Tudo aquilo que aparece por nossas vidas, principalmente a presença de certas pessoas, acontece de maneira intencionada. Ou seja, acredita-se que o surgimento de certas figuras são acontecimentos intencionais em prol de certo aprendizado e ensinamento.

ACONTECEU A ÚNICA COISA QUE PODERIA TER ACONTECIDO

  Os hindus acreditam muito naquilo que chamamos de “destino”. Ou seja, para eles, tudo aquilo que ocorre não poderia ter sido de outra forma. Qualquer acontecimento tem seu formato e momento corretos para que se possa viver a experiência mais rica e cabível ao período que se passa. Sendo assim, todas as situações são perfeitas como experiência e fonte de aprendizado para que uma futura etapa se concretize.

TODA VEZ QUE VOCÊ INICIAR É O MOMENTO CERTO

  Na mesma linha de pensamento, transmite-se a ideia de que o início de novas atividades, os pontapés iniciais, são certeiros independentemente de quando aconteçam. Acredita-se que se as circunstâncias e energias permitissem que algo novo se iniciasse a partir de motivação pessoal, não há melhor momento que este para recomeçar.
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QUANDO ALGO TERMINA, TERMINA

  Assim como considera o início como acontecimento no momento certo, o fim é visto da mesma maneira. De não tão fácil aplicação, esta lei pressupõe que o fim de ciclos também são necessários e vem quando tem que vir. Neste quadro incluem-se mortes, perdas e fracassos, por isso é a lei mais difícil de ser considerada. Entretanto, se mostra como uma visão de força e maneira corajosa de encarar tanto perdas quanto ganhos como necessários, aceitando sua presença.
  
  Escrito e Interpretado por Julia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.

                                                                                    Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br

sábado, 21 de outubro de 2017

Defesas para Guerra Espiritual - (2)


"[Lucifer é também chamado Mefistófeles. Ele é o único que vem e diz a Deus: “Vejo que seu devoto Jó o ama muito quando tudo em sua vida está bem, mas o amará de fato se eu tirar tudo dele, e ainda será cheio de fé?” 

Deus diz: “Teste-o. Vamos descobrir. Mas não toque o seu corpo. Tire tudo o mais dele, mas deixe somente o seu corpo”.

É assim que Lucifer faz conosco. Lucifer vem e diz; “Oh! Você pensa que é um gnóstico bonzão? Como será se eu fizer o seu computador parar de funcionar hoje? Você ficará tão espiritual? Irá manter sua serenidade quando não conseguir entrar nos seus Emails?”.

Ou se perdemos nossa condução, ou ferimos nosso dedo, ou derramamos nossa comida no chão. Lá se vai nossa paciência com essas coisas estúpidas. Ficamos facilmente aborrecidos, facilmente zangados, facilmente ofendidos. Adoramos pensar que somos “espirituais”, sem dúvida, mas somos terrivelmente fracos.]"

  Estamos em um tempo de guerra, mas não falamos sobre guerra física, tal qual soldados em campos de batalhas com armas, tanques e bombas, muito embora esses tipos de guerras sejam, definitivamente, um sintoma da guerra a que nos referimos. A guerra mais significativa a que estamos engajados é aquela psicológica e espiritual. Também, não estamos nos referindo àquela guerra psicológica e espiritual que se trava na mídia, em comunidades, em cidades e famílias, mas na raiz de todas as guerras que está a acontecer em nossas mentes. A verdadeira guerra é aquela se passando agora dentro de nós como indivíduos – psicologicamente e espiritualmente.

  Os ensinamentos gnósticos explicam através das antigas filosofias e religiões que qualquer coisa que nos esteja acontecendo, física e terrenamente, em circunstâncias exteriores, deve-se ao nosso estado interior, às circunstâncias internas. Em outras palavras: nossa vida física é um reflexo de nossa vida interior. O que experimentamos a nossa volta nos é trazido pelo que somos intimamente. Isso pode soar-lhes surpreendentemente se não tiverem estudado as filosofias gnósticas, não importando se as chamamos budistas, cristãs ou cabalistas.

  Esse conceito, essa explanação de existência é universal e muito poderosa, entretanto contradiz muito àquilo que em tempos contemporâneos acreditávamos acerca de vida. Temos a crença de que pela mudança de circunstâncias exteriores podemos mudar nosso estado interior, e a despeito de todas as evidências que se acumulam contra nós, persistimos nessa enganosa via, sempre tentando alcançar objetivos externos, realizações, aquisições, a fim de encontrarmos a felicidade íntima, mas sempre falhamos e ainda assim continuamos tentando.

  Por causa disso, estamos em meio a um estado de guerra, uma guerra pessoal e interior travada entre o anseio pela felicidade versus todos os nossos desejos.  A causa desse conflito está, naturalmente, em nossos desejos e na enganosa noção que detemos sobre o ego: o enganoso sentido de identidade. Esse enganoso sentido do ego tem sido edificado sobre memórias, traumas, conceitos, crenças, apegos, todos os tipos de teorias; sobre nosso particular e pessoal lugar de nascimento, idioma, cultura, escolaridades, grupos, educação, história familiar, bandeiras, países e religiões. Erradamente cremos que todas essas coisas se constituem na nossa verdadeira identidade e a fim de fortalecer essa noção estamos constantemente buscando todos os tipos de confirmações exteriores e suportes. Adoramos ser aceitos por grupos, admirados, amados pelos outros, invejados. Adoramos sentir que nos temem, que intimidamos, que temos aquilo que outros não têm, e queremos aquilo que os outros têm. Mentimos, provocamos, roubamos, traímos, conseguimos o que queremos. Todos esses desejos vicejam de um núcleo central de conflito íntimo, que é esse engano da realidade, da natureza do ego. Então, estamos num permanente estado de guerra.

  As guerras externas geradas nesse planeta – sejam por armas ou mídia, por conceitos religiosos ou batalhas econômicas – todas essas guerras são provenientes de pessoal e íntimo conflito. Em síntese, podemos dizer que nosso conflito íntimo está localizado entre o Ser real e o falso ego. O Ser real – que chamamos nosso profundo íntimo – está em guerra com nosso ego, nosso falso “eu”.

  Qualquer de nossas ideias sobre felicidade que aconteçam é porque estávamos atraídos para aquelas coisas, e, infelizmente, somos também atraídos para a espiritualidade através do desejo. Muito embora nosso mais profundo íntimo – o Ser, o Deus interior – esteja nos empurrando a fim de mudarmos nossa espiritualidade, a voltarmos para a real natureza, o ego (o desejo) interfere, assume, aproveita-se e nos conduz para fora do caminho real, enquanto nos convence de que estamos no caminho certo. Entrementes, nossos conflitos internos e busca egoística unicamente tornam-se mais fortes, vindo resultar em conflitos externos e problemas

  Cometemos um grande erro. Ao escolhermos seguir nossos desejos temos optado pelo lado do ego e persistimos nessa escolha, bem como persistimos na escolha de nutrirmos os desejos, darmos suporte às ilusões, fortalecermos nossa gaiola psicológica, enviarmos energia aos ressentimentos e sensualidade, e escutarmos a voz interna que justifica os interesses egocêntricos.

  Em consequência, ignoramos a voz de nosso profundo íntimo. Esse fato se prova pelo sofrimento, pela solidão, pela inabilidade em mudarmos os problemas fundamentais de nossas vidas, pelas inevitáveis circunstâncias que nos afligem dia após dia. É só vermos que somos atraídos para religião, espiritualidade, ocultismo, misticismo, poderes espirituais, meditação, kundalini, magia, viagem astral, cabala, etc. por que queremos poder. Queremos poder para mudar nossas circunstâncias, para adquirir felicidade.

  Assim, essa batalha é muito séria. O dano colateral vem acontecendo em todos os lugares do mundo, exatamente agora. Observemos a maneira com que estamos destruindo o planeta, e a maneira com que estamos destruindo a cada um de nós. Observemos a maneira como todos os países estão em contínuo estado de conflito, bem como as pessoas no poder estão tirando vantagens do povo. Todas essas coisas emanam dos conflitos íntimos que cada um de nós traz consigo.

  É o ego a causar a desordem de tudo uma vez que ele é uma bagunça. Nosso ego é uma soma de conflitos diários, um agregado enorme de anseios, de diferentes desejos que lutam entre eles para tomar o controle de nossa “máquina humanoide”.

  E no meio disso tudo está o nosso Ser, o profundo íntimo, que tenta guiar-nos, auxiliar-nos, ajudar-nos, mas não ouvimos aquela voz. Não gostamos do que a voz tem a nos dizer uma vez que contraria os desejos. A voz interna aconselha-nos a cessar, a desistir das ações nocivas, a não criticarmos outras pessoas, não fazermos fofocas, não reclamarmos, porém a sermos pacientes, bondosos. O ego diz: “ó não! Eu mereço atuar, criticar, usar minha língua a fim de conseguir o que desejo”. Nós ouvimos a esses desejos, então permanecemos em contínuo conflito interior e esses conflitos vazam para nossas vidas e afetam aos nossos amados, aos colegas de trabalho, aos empregos, às comunidades, etc. Por uma simples análise matemática podemos ver porque o mundo está no estado em que está, uma vez que todos os indivíduos componentes da sociedade estão num estado de conflito interior, não desejando ouvir a sábia voz dentro deles, conhecedora do caminho certo, de como viver em harmonia com a natureza e com as divinas leis e de como trazer felicidade a nós e aos demais.

  Por muitos mil anos até agora viemos tendo diversos conselhos sobre como evitarmos a degradação de nossos conflitos interiores, e esses conselhos nos chegaram de diversas maneiras – através de religiões, filosofias, ciências, artes – e ocasionalmente gostamos deles (quando nos são convenientes por não conflitarem demasiado com nossos desejos), mas, ao final, nossos desejos sempre vencem, e aquelas tradições tornam-se corrompidas, degeneradas e morrem. Hoje em dia as religiões, filosofias, ciências e artes estão todas falidas, corrompidas, degeneradas, mas seus remanescentes ainda tentam nos ajudar, muito embora eles se encontrem fraturados e incompletos.

  Infelizmente, através dos séculos, as consequências de nossas ações erradas cresceram como juros: elas aumentaram numa escala exponencial, e conforme exatamente sabem aqueles que estudam as leis cármicas, as consequências de uma ação são maiores do que a ação original. Isso é um aspecto básico de causa e efeito, e o agregado dos efeitos de outras ações – uns somados a outros – constroem mais do que o movimento das correntes oceânicas e dos ventos que se acumulam para criar tempestades. Eis por que vemos nossa sociedade se movendo tão rapidamente como um cart que rola montanha abaixo, e ninguém sabe deter o controle dele ou mudar sua direção.

  Por isso, vemos cada simples área de nossa sociedade colapsando. Não podemos assinalar um só aspecto de nossas vidas que esteja realmente melhorando; a maioria de nós imediatamente pensará: “a tecnologia está melhorando”, mas precisamos pensar por dentro disso e analisar com maior atenção. Cada tecnologia traz um preço e sempre tem consequências. Que têm havido alguns benefícios da tecnologia não negamos. Mas a qual preço, a qual custo?  Quando o fax surgiu todos pensaram: “Ele vai tornar tudo melhor”, e quando o serviço de entrega noturna foi estabelecido todos também pensaram que seria para tornar as coisas melhores, e quando veio a internet todos pensaram a mesma coisa, porém a cada vez os novos desenvolvimentos somente tornam as coisas mais complicadas e nos trazem maiores fardos para que trabalhemos mais ainda, e mais duramente, em mais tempo e com menos benefícios. Não é verdade? E ninguém consegue negar que ainda assim estamos mistificados, hipnotizados pela tecnologia. Todos amam andar com aparelhos, mas aqueles aparelhos têm um terrível impacto no meio ambiente (devido a como eles são feitos e a saturação das ondas eletromagnéticas que interferem em muitos aspecto na natureza), sem mencionar que cada aparelho pode ser usado para rastrear tudo o que façamos. Cada “conveniência” tem servido para nos escravizar mais e nos tornar mais dependentes de forças fora de nosso controle.

  A taxa de variação, o avanço e intensidade dos problemas mundiais estão crescendo e não diminuindo. Nesse momento há mais escravidão que nunca. O acesso à água limpa nunca foi pior. O acesso à alimentação cresce em dificuldade e custo. A política não está melhorando em nada nem estão os sistemas sociais. Nossas famílias não estão se fortalecendo. A agricultura, as reservas de água, o ar, as religiões não melhoram. As prisões não decrescem, nem a corrupção, a injustiça ou o gosto pela guerra. E nem os gastos de defesas diminuem. Em nenhum lugar encontramos um crescimento na paz ou na alegria. Onde estaria algo a melhorar? Onde encontrarmos melhoria neste planeta? Não conseguimos encontrar... Nenhum de nós gosta de admitir essas coisas e quando falamos sobre elas o que trazem aos nossos corações? Não trazem medo, ansiedade, tristeza? Por quê? Aquele com fé em Deus, o que conhece Deus, o que está conectado com Ele não deveria temer. Então, diante de nossos olhos temos a evidência: estamos conectados com Deus ou não? Somos guiados pelo nosso profundo íntimo ou não? Somos reflexos de Deus aqui nesse mundo ou não?

  Cada grupo espiritual se autoproclama o povo escolhido. Idem, cada religião, e de serem abençoadas por Deus e os iniciadores da idade de ouro. Há budistas que pensam assim sobre eles próprios, como igualmente pensam cristãos, judeus e gnósticos que se autoproclamam. Mas onde estão as evidências? Serão esses grupos verdadeiramente sagrados? Serão suas individualidades, verdadeiramente, reflexos de Deus? Refletirão de fato as virtudes de Deus, as virtudes do Divino? Espontaneamente, intuitivamente, agirão como anjos, budas, profetas? Estarão libertos da raiva, orgulho e sensualidade? Trarão, em verdade, melhorias para a sociedade ou mais conflitos? Essas são as questões com que deveríamos nos arguir a fim de chegarmos à raiz, ao coração desse conflito, dessa batalha.

DAVI E GOLIAS

  Vejam que a guerra real na qual estamos lutando é contra nós próprios. Nos tornamos distraídos por circunstâncias externas achando que somos Davi a lutar com Golias e pensamos que Golias seja a sociedade.

  Achamos que Golias são as religiões estabelecidas ou que são os “iluminati” ou uma grande conspiração. Achamos que são os governos ou o Papa ou algum outro líder religioso. Achamos que é qualquer coisa fora de nós, porém nunca entendemos que Golias está em nós próprios, em nossa própria mente.
Osmar Schindler: David und Goliath
  Davi, naturalmente, é um símbolo; representa um aspecto de nossa consciência num determinado estado de avanço, no processo de iniciação para desenvolvimento da alma. Davi é um estado ou nível de desenvolvimento que podemos alcançar, entretanto para alcançar aquele nível, precisamos primeiro ser Saul, que é o rei antes de Davi. Não é esse o sentido da palestra de hoje, de falarmos sobre aqueles estágios de iniciações. O que estamos aqui falando é de como Davi conquista o guerreiro gigante Golias. Em como devemos aprender de Davi e o que podemos fazer para imitá-lo nesse exemplo, aprendendo.

  Golias é um gigante que parece ser todo poderoso e que tem absoluto domínio do campo de batalha. Esse é nosso caso quando olhamos para dentro de nossas mentes. Golias é nossa mente, o sentido do ego. É isso o que pensamos que somos. Golias é muito forte e muito confiante. Qualquer que seja o sentido pessoal do ego – esse sentido é aquilo que vemos em nós como uma boa pessoa, esperta, comunicativa, inteligente, com percepção intuitiva disso e daquilo, possuidora de certas habilidades e tendo alguns problemas – talvez. Todas essas características pessoais do sentido interior é Golias, mas que tem o nosso nome.

  Quando descobrirmos a real espiritualidade ao ficarmos doentes e cansados do sofrimento, quando realmente experimentarmos o amargor da vida através da fútil procura movida pelos desejos, viremos querer mudança. Então, podemos descobrir como fazer crescer nosso Davi interior e descobrirmos o potencial que nos torna em Davi. Em síntese, Davi representa nossa consciência, o que chamamos Essência, aquilo que no budismo é chamado Buddhata, Buddahadatu [natureza buddha], ou Tathagatagarbsa. Isso é o embrião da alma. Em nós, temos somente três por cento de liberdade das garras de Golias – três por cento, mais ou menos.

  Desse modo, ao olharmos verdadeiramente a história de Davi e Golias veremos Golias com uma horda de exército, sendo ele nosso motivo principal [incidência de núcleo], e o seu exército a representar todos os egos dentro de nós, mas Davi, em nós, é somente aqueles três por cento de consciência liberta. Porém, nosso Davi repousa. Não somos Davi ainda. Não estamos em momento de posse de suas qualidades. Não temos a sua fé, o posicionamento, o seu estilingue e pedra. Ademais, não conquistamos ainda Golias. Nosso Davi até agora não acordou. Ele é, exatamente, uma criança.

  Alcançar o estágio de confrontar e superar Golias será gigantesco triunfo. Isso não nos virá tão facilmente. Não pensemos que pela descoberta de professores ou lendo uns poucos livros, nos tornando admiradores de um palestrante, de um livro ou de um movimento, que logo nos tornaremos “Davi” e somente por isso iremos levar de vencido ao ego. Não é assim que funciona. Esse tipo de mudança é profundamente doloroso e muito difícil realizar. Requer o confronto do mais profundo, do mais doloroso, da mais vergonhosa parte de nossas mentes. Não é nada agradável ou divertido, nem é algo de que proclamemos e que fiquemos orgulhosos. É, antes de tudo, nossa obrigação a ser cumprida. Ao termos uma obrigação ela simplesmente precisará ser feita. E isso não é algo a andarmos por ai contando, dizendo a todos: “fiz isso e isso, vejam-me como sou grande”. Quando tivermos retirado o lixo diremos aos amigos: “hoje joguei fora o lixo” e haveremos de querer a admiração por isso? Claro que não. O ego é lixo. Nosso sentimento de ego é uma mentira, uma besta, um minotauro – uma mesma história como de Davi e Golias.

  A fim de confrontarmos essa massa de defeitos em nós, de lutarmos contra ela, precisamos primeiro começar a despertar a essência, aprendendo acerca da consciência e trabalhando com isso; não em futuro, mas exatamente agora. É sermos cognizantes, prestarmos atenção, estarmos aqui e agora, estarmos espertos, tomando conta de nosso templo psicológico, e observando como Golias nos debocha e escarnece – por que ele o fará – e usará de todas as oportunidades que possa ter para nos fazer voltar a dormir.

  Essa é a batalha. Nosso Golias interior / Minotauro / Satan operando através de esposas, amigos, familiares, colegas estudantis, colegas de trabalho a fim de nos fazer de tal forma tolos, fracos, envergonhados, débeis, que nunca possamos vencê-lo. Estará em nós decidir se cremos nele ou não. As evidências se mostrarão em nossas vidas, no dia a dia.

  A gnose é sobre isso. É sobre o despertar da essência; é irmos treinando-a de modo que um dia nos tornemos Davi. Então, nesse dia, reuniremos a coragem de avançar para o campo de batalhas de nossa mente, a fim de nos confrontarmos com nosso próprio Golias, e mata-lo. Entretanto, não pensemos ir carregados para as batalhas como grande herói que todos aplaudirão, que nos darão vivas, como se isso fosse muito heroico, belo e grande. Não para sermos isso. Pareceremos um tolo. Um Davi tíbio, sem qualquer proteção, sem qualquer treinamento, com todos os deboches sobre nós. Todos em nossa mente em nosso ambiente. Essa é uma verdade universal, verdade cósmica. É eterna; é parte do caminho. Observemos as vidas dos mestres.

TREINANDO PARA A MUDANÇA

  Assim, a gnose está direcionada para nosso treinamento para esse objetivo. Nesse sentido, podemos facilmente sumarizar a gnose – esta antiga tradição – como um treino militar, mas não meramente para o corpo físico a fim de apurar-se em ambiente externo, conquistar outros, outras escolas; edificar um grande movimento ou formar um grande exército. Não. Não é isso. Ao invés, é um treinamento da consciência; é conquistarmos nossa mente. É um treinamento bastante rigoroso onde poucos conseguem atingir o objetivo final.

  Em tempos antigos esse treinamento era dado muito lentamente com estágios graduais ao curso das vidas, e não numa só vida. Era excepcionalmente raro alguém realizar todos os treinamentos numa só existência. Na maior parte das vezes as pessoas levavam múltiplas existências a fim de receber o treinamento integral. Eis porque vemos em todas as escolas místicas tradicionais, e em tradições religiosas, o que podemos chamar um caminho gradual ou estágios para o caminho. No budismo tibetano chamam a isso de Lam Rim. Na Ásia, foi ensinado por Buda Shakyamuni e por Padmasambhava; isso foi reunido por Tsongkhapa e apresentado de uma forma organizada, entretanto esse mesmo ensinamento existe em todas as religiões com diferentes termos, ainda que com mesmos conceitos. Os caminhos graduais em sânscrito são chamados yanas.

  Os estágios iniciais são sempre os mesmos em todas as religiões: elas introduzem ética que explica o que fazer e o que não fazer. Isso é trabalhado com psicologia; trabalhado para mudar as ações em nossa mente a fim de que sejamos bons em mente, pelo agir de modo correto em mente; então nossas circunstâncias externas se tornarão reflexos dessa gradual preparação, por um longo período.

  Na medida em que os estudantes provam-se a si mesmos e realizam os ensinamentos, vivendo-os, é possível então dar-lhes graus de treinamentos cada vez maiores até que, eventualmente, sejam introduzidas as metodologias mais rigorosas. Os níveis mais elevados dessas escalas são chamados tantra. No oeste, isso foi chamado de alquimia, sendo um sistema de transmutação.

  Transmutar é mudar uma coisa em outra. Trans significa através. Mutação está relacionada com forma ou troca. Assim, em síntese, transmutar ou transmutação refere-se a mudança de uma coisa em outra; e isto é alquimia. Alquimia é sobre transmutação; como mudar chumbo em ouro, mas não a nível físico. O chumbo é o ego. O chumbo da alquimia é nossa psique, aquele pesado chumbo que nos mantém em baixo, no inferno, que precisa ser radicalmente mudado e isso é devido a que os passos iniciais são sempre psicológicos. Primeiro de tudo, o candidato inicia pelo trabalho psicológico em si mesmo, começando a entender aquele conceito, a realiza-lo. O objetivo principal é acordar a essência, despertar a consciência: primeiro de tudo e principalmente.

  Se alguém não fosse capaz de fazer isso não mais lhe seriam dados os ensinamentos por que lhe trariam nocividade. As pessoas de hoje pensam: “Por que todos os ensinamentos eram secretos, por que os ensinamentos não eram dados a todos?”. Porque estamos sonolentos, porque somos animais, psicologicamente falando, e porque somos autodestrutivos. Nenhum pai dará ao seu filho uma arma enquanto aquele filho for imaturo. Do mesmo modo que um professor responsável não passará a um estudante algo que o machuque.

  A ciência da transmutação, na suas mais elevadas formas relacionadas com o tantra, está baseada na transmutação que acontece nas formas mais inferiores da psicologia. Isso foi sempre um pré requisito; primeiro aprender como transmutar a mente, muda-la para algo melhor, torna-la mais em harmonia com a natureza e a lei do carma. Esses ensinamentos estiveram ocultos a cada tradição, a cada escola mística: em como desempenhar essa transmutação, em como mudar de um estado para outro.

  Através da história passamos por muitos estágios com esse tipo de informação, estágios que foram realizados pouco a pouco, porém alcançamos o fim.

A ÚLTIMA CHANCE

 Conforme mencionado, a escala exponencial da mudança está atingindo um nível de insustabilidade. Isso se mostra agora bastante evidente em toda parte onde observamos nossa sociedade. A energia que se encontra em movimento nos está dilacerando. Nossa energia psicológica – que é cármica – nos está fazendo em pedaços. Ninguém pode negar isso. Muito poucas famílias são mesmo capazes de permanecer juntas, uma vez que o ambiente psicológico familiar torna-se demasiado intenso de geração a geração. Famílias se espalham, dividem-se, seja por desordens, desacordos ou simplesmente por fatores econômicos. Nesses dias é muito raro achar uma família que ainda esteja junta e agregada. É muito fácil encontrar famílias fraturadas. O mesmo acontece com qualquer outra estrutura social.

  Além disso, a energia está tão poderosa que está agitando o planeta. Os cientistas não gostam de admitir, mas as estatísticas demonstram que os terremotos estão aumentando bem como as atividades vulcânicas. Do mesmo modo, problemas na natureza estão fora de controle. Estão aí as evidências. Não gostamos de ver a causa ou admiti-la, mas nós somos a causa, e é por isso que os custódios do conhecimento, aqueles que despertaram, que alcançaram o conhecimento e o atualizaram, agora nos abrem as portas. Eles nos disseram que não há mais tempo. Logo este planeta se fragmentará. Esta civilização e esta cultura desaparecerão. Temos estado a beira disso por décadas, porém a intensidade está crescendo.

  Nunca antes na nossa história foi possível, como está sendo agora, a uma pessoa apertar um botão e acabar com a vida no mundo inteiro.

  Gostamos de achar que estamos salvos, que todos aqueles botões estão bloqueados, mas nem mesmo conseguimos manter regularmente uma pessoa fora de todos os diferentes atos de terrorismo que estão ocorrendo em todos os lugares. Que aconteceria se um daqueles guardas dentro de um processador de armamento nuclear se tornasse terrorista? Se um daqueles guardas ficasse maluco? Se algum presidente ou general ficasse demente? Não há qualquer garantia. É terrificante considerar, mas é fato estarmos muito vulneráveis e nada é definitivo. Esse fato é uma reflexão de nossa psicologia. Construimos essa situação. Não foi Deus quem construiu, fomos nós. Fizemos essa sociedade e esse mundo do modo como estão e não parece conseguirmos controla-los.

  Assim, os mestres do círculo consciente da humanidade conhecido como a loja branca, a igreja gnóstica, ou com qualquer outro nome que queiramos colocar na hierarquia de seres humanos reais – disseram: “Certo, aqui está, esse é o ensinamento, a coisa toda. Se quiserem use-o. Se quiserem mudar a situação, a vocês próprios, agora é a sua chance; use-o enquanto podem”.

  E pelas poucas e recente décadas, esse conhecimento tem estado a filtrar através da humanidade, e aquele que é o responsável por isso é o que suporta a responsabilidade desta era de desenvolvimento.

O QUINTO AUXILIAR

  Vejamos, esta humanidade deste planeta está exatamente agora na quinta raça. Achamos que somos a única, mas na verdade estamos na quinta raça. As quatro anteriores cumpriram seus ciclos: elas nasceram, desenvolveram-se e se sustentaram por um longo tempo; então decaíram e morreram, transmutando-se em alguma outra coisa. Todas as entidades cósmicas passam através desses estágios; vemos-los a cada dia, em cada órbita, em cada inseto, planta, animal, humano, planeta, sistema solar – e mesmo em raças, civilizações, cidades, etc.

RAÇAS DA ÉPOCA TERRESTRE
1. Polar
2. Hiperbórea
3. Lemuriana
4. Atlante
5. Ariana (era atual)

  Representamos a quinta raça dessa época e apesar de nossas crenças não somos a maior raça a ter existido neste planeta. Na verdade, somos a pior. Esta quinta raça leva o nome de Ariana. Bem, algumas pessoas degeneradas corromperam a interpretação deste nome. Especificamente, alguns ocultistas enganados do século passado que interpretaram aquele nome ariano, o significaram “pessoas brancas louras”. É certo que eles sabiam das origens das raças modernas encontradas nos hiperborianos, que significam “além do Vento Norte” e presumiram que isso indicava as tribos do norte da Europa, que são conhecidas pelos cabelos louros, olhos azuis, pele clara, etc. Entretanto, isso foi um erro de interpretação. Ariano não significa pessoa branca loura.

  A palavra Aryan Ἀρία tem uma raiz antiga relacionada com o grego Deus Ἄρης Ares, que é o nome de uma força celestial, uma força que existe além de qualquer cultura particular ou religião.
Ares Ludovisi Altemps
Ares / Mars / Samael
  Em outras palavras, Ares é palavra grega, mas a força Ares não é grega. Essa mesma força é também conhecida da tradição hebraica como Samael. Cada tradição tem seu próprio nome para isso.
  
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  O Arcanjo Samael é o quinto na linha de sucessivos anjos que têm guiado a humanidade, e essa atual raça está sob a guia e responsabilidade do Anjo Samael. Eis porque em todas as nossa mitologias e tradições há muita conversa acerca da serpente, uma vez que Samael está relacionado com a serpente. Áries está relacionado com a serpente. A Bíblia começa com uma história sobre a serpente. Todas as grandes tradições tem em seu meio a serpente; essa serpente é Samael.

Ares / Mars / Samael
  Aqui vemos um quadro de Áries que na tradição grega é sempre retratado como um grande guerreiro, o deus da guerra, o deus das batalhas, e o seu símbolo é uma serpente. Vemos a serpente em seu escudo. Esta particular imagem o descreve conquistando um gigante chamado Mimas; vemos que o gigante se parece exatamente com Áries, uma imagem de espelho, uma vez que nesta raça, nesta era em particular, a força de Samael, Áries, está relacionada com aquela força que chamamos Lúcifer [em latim: “o portador de luz”] que, em função da causa e efeito detém a manifestação dual: o aspecto positivo acima [a serpente que curou os israelitas] e o aspecto decaído abaixo [Satan, a serpente tentadora]. Há uma serpente acima, que é pura e divina e há uma serpente abaixo que está decaída em desgraça. Há a serpente de bronze que curou os israelitas sob a guarda de Moisés e há as serpentes de fogo que mordem os israelitas quando eles pecam.

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  Há duas serpentes, ou melhor, aquela energia que polariza: ela pode subir pela coluna ou pode descer, Pode ir para cima ou pode ir para baixo; depende de como a energia seja usada.

  Samael / Ares / Lúcifer é uma energia, uma força cósmica relacionada com batalhas e guerras; essa energia desce sobre nós, mas fica polarizada segundo as condições de nossa consciência. Isso explica porque os gregos amavam e odiavam Áries. Explica, do mesmo modo, o porquê de os hebreus odiarem Samael, porém em algumas escrituras eles o amam. E na Bíblia, eis que encontramos a serpente condenada e louvada. Jesus disse: “sejam tão sábios quanto a serpente”. Moisés curou os israelitas com uma serpente. Ele também desafiou o faraó com uma serpente.

  Em todas as religiões encontramos essa grande dualidade, uma vez que está na natureza e em nós próprios. A dualidade é o reflexo da função dessa energia em nós. Essa serpente – que está em nós – pode tanto libertar-nos quanto escravizar-nos. A serpente tentou Eva, causando no Éden a queda da humanidade no sofrimento; ela pode elevar-se pela coluna e curar o povo de Deus. Então é nossa a escolha; depende em como usarmos essa força, essa energia.

  Áries é o grande guerreiro que pode nos treinar, nos ensinar como conquistar o ego. Áries é o quinto dos sete; Áries é Samael.

OS SETE RAIOS

  Os sete anjos ou os sete planetas são representados em todas as nossas grandes tradições. É-nos importante conhecer essa ciência dos sete planetas. Eles nos influenciam de muitas maneiras.

  1. Lua
  2. Mercurio
  3. Vênus
  4. Sol
  5. Marte/Aries
  6. Júpiter
  7. Saturno

  Quando nosso Ser Interior (nossa Mônada) primeiramente emergiu do Absoluto – aquele raio de luz que veio do Ain Soph – passou através de um prisma, um prisma espiritual relacionado com os sete planetas. Aqueles sete planetas deram como que um presente a esse raio de luz –  suas cores e qualidades. Todos possuímos isso interiormente como herança em nossas consciências e os experimentamos por que estamos vivos e os temos. Essas qualidades são virtudes ou atributos que são modificados segundo nossos condicionamentos.

  1. A Lua

  O primeiro dos planetas esotéricos é a Lua (o Anjo Gabriel); ele põe dentro de nossa consciência uma qualidade ou energia, um atributo psicológico relacionado com as luas da natureza. A lua começa, inicia e cria. Então, a qualidade que a lua nos dá é altruísmo: a generosidade, a oferta aos outros, a doação inegoista. É a qualidade de amor que é a base estrutural da consciência – altruísmo.

  Porém, quando nossas consciências se tornam modificadas pelo desejo ou, em outras palavras, quando a serpente está polarizada negativamente em nós, aquele altruísmo se torna em avareza, ganância e egoísmo. Eis porque agora em nosso momento presente continuadamente experimentamos: “eu quero”. É muito raro experimentarmos em nós: “eu quero doar”. Realmente muito raro. Pode acontecer ocasionalmente, porém nosso condicionamento tem se tornado tão profundo que na maior parte do tempo experimentamos: “eu quero para mim”. Isso é avareza, egoísmo: o oposto do altruísmo.

  Quando observamos nosso momento contínuo em base diária é isso que conseguimos ver. Não me acreditem, olhem-se a si próprios. Comecem a se observar, não mintam. Sejam sinceros, não mintam a vocês mesmos, sejam honestos. Observem suas mentes não somente na classe (do aprendizado) com seus melhores comportamentos. Observem-nas no trabalho em casa, ao interagir com outras pessoas e verifiquem em como essa qualidade que originalmente nos foi dada pela Lua foi mudada, alterada por nossas pessoais mentes.

  2. Mercúrio

  A segunda influência, Mercúrio (o Anjo Rafael), dá nos a qualidade que chamamos diligência. Essa qualidade não é meramente atividade física. É atividade de consciência; ou seja, é termos a consciência desperta e ativa, fazendo aquilo para o que nasceu.

  Temos o que chamamos consciência. Pensamos exatamente agora que somos conscientes, mas não somos. A verdade é que como consciência estamos adormecidos. Esse estado adormecido é preguiça de consciência. Ao invés de preferirmos estar aqui e agora, perfeitamente conscientes disso, e de nós próprios, física, emocional, mental e espiritualmente, preferimos, contudo, estarmos dispersivos. Parte de nós é vagamente consciente de onde estamos, mas a maior parte de nossa atenção está na mente (nos pensamentos) e coração (nas emoções), sonhando acordados, fantasiando, pensando, relembrando, querendo, desejando... Não estamos acordados – conscientes. Estamos dormindo.

  Sendo capazes de diversas ações físicas, como a fazermos muitas coisas de uma só vez, não é um sinal de estarmos despertos. Fisicamente, possamos ser muito ativos. Podemos impressionar todos de que somos capazes de guiar a bicicleta, mascar chicletes e ao mesmo tempo escrever um Email, e aposto que todos podemos fazer isso; ou dirigirmos nossos carros escrevendo textos de mensagens, e ouvindo o rádio, porém, conforme sabemos, é assim que que as pessoas têm provocado acidentes uma vez que não estão prestando atenção às rodovias. Assim, muito embora isso possa parecer que essas pessoas estejam “diligentes”, ativas fisicamente, na verdade estão sonolentas visto que não prestam atenção – muito ao contrário – estão distraídas e dispersivas.

  Nossas consciências estão sonolentas. A prova disso está evidente através de nossas vidas. Faltamos a todo momento em vivermos conectados com Deus. A consciência é uma extensão de Deus. A consciência desperta não crê no divino; ao invés é consciente da existência. Uma pessoa não acredita no Sol, ela o percebe. Exatamente isso, a consciência desperta percebe. Aquele sonolento pode unicamente acreditar e desacreditar, uma vez que não percebe. Para percebermos temos de despertar. É necessário tornarmos a consciência diligente: desperta.

  Uma consciência diligente sabe. Ela possui conhecimento, conhecimento real; isso é gnose. Uma consciência desperta não teme, não se estressa, não fica tensa.

  A mais bela qualidade de uma consciência desperta é paz no coração e mente. É uma paz que não é solitária, mas que se expressa em direção a outros irradiando serenidade e amor. Isso é diligencia, conscientemente. Essa diligencia trabalha para outros, doa-se, age para outros de muitas maneiras e não é auto-obsessiva. A preguiça é auto-obsessiva, mesmo estando polarizada na hiperatividade. Se estivermos deitados no sofá durante todo o tempo, ou trabalhando 26 horas a cada 24 horas por dia, ambas serão formas de preguiça se nossa consciência permanecer sonolenta. A diligencia está presente quando a consciência está desperta, e estando desperta se expressa espontaneamente através de suas naturais habilidades em benefício de outros, demonstrando assim a primeira qualidade – dada pela Lua – que é o altruísmo.

3. Vênus

  A influência de Vênus (Anjo Uriel) dá a nossa consciência a qualidade da castidade. Castidade é pureza sexual e não abstinência sexual. Toda criatura no universo é um ser sexual em seu próprio nível. A energia sexual é parte da natureza. Sexo é normal, natural, necessário, porém a luxúria não. Em nossa estado atual não vemos a diferença entre sexo e luxúria, Não compreendemos a diferença, Contudo, há uma enorme diferença na exata visão entre o altruísmo e o egoísmo.

  Na realidade, em todos esses casos, o que pensamos de altruísmo é realmente egoísmo, o que pensamos de diligência é usualmente preguiça e o que pensamos de castidade é normalmente luxúria. Isso é devido ao princípio, às puras qualidades, conquanto o divino não pode existir com o ego. Eles são como óleo e água, não se misturam.

  A verdadeira castidade é a energia sexual que pertence a Deus. Não vemos a beleza de uma flor? Não contemplamos realmente aquela beleza? Não paramos a observá-la a absorver aquela beleza? Devemos fazer isso. Sentar e observar não em nossa imaginação, mas em verdade sentarmos e admirarmos uma viva flor. A primavera é o tempo perfeito para fazermos isso. Tomemos uns poucos minutos a observar uma flor; a beleza que vemos nela é castidade. A delicadeza, a beleza, a magnificência. A incompreensível natureza de uma flor é castidade. Essa é a qualidade de Vênus.

  Mas deixem-me dizer-lhes: nós como organismos humanos podemos desabrochar uma flor de castidade dentro de nós que seja um bilhão de vezes maior que qualquer flor nesse planeta. Entretanto, não encontramos ninguém assim atualmente no planeta por que estamos todos armadilhados na luxúria.

  4. O SOL

  A influência do Sol (Miguel) nos dá a qualidade da fé como humildade. A verdadeira humildade e a fé verdadeira são as grandes forças, as grandes armaduras, os grandes poderes. Eis porque o Sol se encontra no meio dos sete planetas; existem três ou mesmo quatro lados do Sol. O Sol é o ponto de equilíbrio, o eixo da roda, o organizador do sistema.

  O Sol dá vida. O que nos dá nossa vida espiritual? Fé em Deus – não Deus lá fora, mas em nosso mais profundo íntimo. Fé não é crença, mas verdade. Infelizmente, a palavra fé é usada atualmente no sentido de mera crença, entretanto não significa isso.

  A fé se relaciona com a convicção. Como encontramos isso? Através da experiência. A fé pode somente ser encontrada através da experiência. O sabor do mel pode somente ser sentido através da língua. Similarmente, a verdade da divindade pode somente ser conhecida através da consciência. Aquele que experimentou a divindade possui fé: a convicção da verdade adquirida através da experiência. Espiritualmente falando, em relação com a virtude da fé, tal convicção é natural para a consciência. Porém, quando a consciência se torna fascinada por desejo e fantasias ela cai em sono, vendo unicamente seus sonhos e não a realidade. Essa é a raiz da perda da fé, da convicção e disso emergem muitas causas de sofrimento, chamadas ceticismo (dúvida) e orgulho (crença em si próprio) uma vez que ela não consegue mais experimentar a divindade.

  Quando ouvimos sobre gnose, Deus, transmutação, castidade, tantra, o que temos? Ceticismo, orgulho, amor próprio. Não acreditamos nessas coisas, uma vez que não tenhamos qualquer evidência. Não acreditamos em Deus sem qualquer evidência. Somente acreditamos nos sentidos físicos, em sensações físicas. Não sabemos nada sobre consciência e no que ela possa perceber – dimensões além do físico – visto não determos qualquer base para uma fé real. Pelo despertar aqui e ali, desenvolvemos percepções adicionais e gradualmente redescobrimos o que seja a fé real.

  5. MARTE

  Marte é o planeta do Deus da guerra. Tradicionalmente, sempre pensamos sobre Marte como Áries, o Deus da guerra que ama derramamento de sangue e batalha, porém isso é devido ao quanto aquelas forças polarizaram negativamente na humanidade degenerada. Quando aquelas forças polarizam positivamente na humanidade, Marte é a força do amor. A guerra é uma expressão de raiva, ódio. O que é o oposto à guerra? Amor. A guerra não é uma expressão de amor, é a condenação disso. Então Marte/Áries nos dá o cognizante, o amor inegoísta, o verdadeiro amor. O amor real é martiniano, é ariano.

  6. JUPITER

  A influência de Júpiter (Anjo Zacarias) concede a cada alma a capacidade de ser feliz por outra pessoa. Isso também é muito raro experimentarmos em nós, uma vez que ao sabermos que alguém obteve algo bom, dizemos: “parabéns, fico muito feliz por você”, mas em nossos corações sentimos: “gostaria que eu tivesse aquilo”. Isso não é alegria pelos outros. Isso é inveja.

  O oposto da alegria pelos outros é a inveja. A alegria real pelos outros não tem ego embutido. É uma forma de amor que queremos dá-la. Eis porque é tão rara uma manifestação disso no mundo. Se observarmos nossa sociedade ao olharmos os anúncios comerciais, e todas as demais coisas que funcionam nela, poderemos ver que tudo está enraizado na inveja. Tudo isso se mostra em: “eu quero o que eles têm”. Uma vasta maioria deste planeta inclina-se a esse caminho em relação a América. É desse modo que as pessoas amam ou odeiam a América. Por décadas, séculos, pessoas têm desejado vir para a América, norteados por: “eu quero o que eles têm”, Entretanto, os americanos querem o que as celebridades e executivos da Wall Street têm, ou querem o que os chamados povos espirituais têm (como na Índia ou Tibet)...

  Ninguém está satisfeito com o que tem. Quem dentre nós está satisfeito, verdadeiramente contente, com real alegria íntima pelo que tenha? Quem dentre nós sente verdadeira alegria por aqueles que têm o que não temos? Quando realmente sentimos que os outros verdadeiramente merecem aquilo e pensamos: (estou tão feliz que eles conseguiram aquilo, estou muito feliz por eles”? Não externamos alegria por eles por que temos inveja. Na maioria das vezes somos guiados pela inveja. Reflitamos sobre nossas escolhas e decisões na vida e comprovemos quantas vezes fomos guiados pela inveja.

  7. SATURNO

  Saturno, o sétimo planeta (Anjo Orifiel) nos dá a temperança. Temperança é autocontrole, auto moderação. Isso é a habilidade de sermos comedidos, eficientes, não gastadores, não sendo demasiado comedores, usuários do que seja necessário e não tomando nada a mais. Raramente vemos isso. O que tendemos a ver em nós é gula que tem diferentes formas. Gostamos de comprar tudo o que nossas mãos consigam carregar e encher nossos armários com coisas de que não precisamos. Comemos, compramos e gastamos demasiado. Gastamos muito e acumulamos excessivamente. Isso é gula.

  Como o sétimo e último planeta, Saturno é o final do que começamos com a Lua. Como uma virtude, a qualidade de Saturno toma o que as seis anteriores influência dão e a usa toda sabiamente: isso é temperança; usar sabiamente sua virtude conjugada com as outras virtudes. Infelizmente, ao invés disso usamos o que nos é dado não para consciência ou para os outros, senão para nosso egoísmo.

AÇÕES NA MATÉRIA E ENERGIA

  Quando chega o tempo para a manifestação em existência, nas regiões mais elevadas de matéria e energia, esses sete planetas põem na consciência suas qualidades e formam um tipo de equilíbrio psicológico nos mais altos níveis de nossos Seres, em nossos Espíritos. Então, nossos Espíritos descem para a matéria e manifestam-se em almas, que é a essência, aquele embrião das almas que entra na matéria e estabelece residência nos corpos lunares (mente, coração, fisicalidade) começando a agir e adquirir as consequências da ação. Por conseguinte, aquelas sete virtudes se tornam condicionadas pelas consequências de nossas ações.

  Onde tenhamos agido com a qualidade da temperança, ao invés de motivados pelo desejo e agido com gula, então a qualidade de Saturno, condicionada na gula, torna-se um defeito, um agregado de desejo preenchido pelo pensamento, emoção e impulso. Nossa consciência permanece então armadilhada nisso.

  Quando tenhamos atuado com amor, ao invés do ressentimento e raiva; aquela qualidade de Marte torna-se condicionada e polarizada na raiva. Nossa consciência permanece então armadilhada nisso. Assim temos guerras. Aquela qualidade da alegria pelos outros se torna invertidamente condicionada em inveja, no desejo de termos o que os outros têm. É por isso que temos lutas, fome, roubos, assaltos, mentiras, adultérios, decepções, traições, etc. A qualidade da preguiça é o condicionamento daquela qualidade da diligência. A consciência está armadilhada nos desejos da preguiça.

Então, todas as diferentes qualidades que podemos observar em nós próprios em base diária são reflexos [invertidos] do que deveriam ser qualidades superiores. Essa é a chave. Essa é a dica. Se desejarmos mudar então transmutemos nossas mentes.

  Quando nos pegamos a nós próprios com aquele desejo de luxúria que quer ser saciado, indica adentrarmos na sensação de observar outra pessoa, pensar e imaginarmos possuindo a luxúria dela, ao invés de lembrarmos de Deus (a fé) e transformarmos aquela energia. Lembremos o que é ser casto, puro, com fé na Mãe Divina. Quando sentimos a raiva a nos tomar, ao agirmos com ela, viremos fortalece-la e nos tornamos mais acostumados a ela. Isso somente produzirá mais sofrimento. A raiva somente cria dor. Porém, ao invés disso, ao transmutarmos aquela experiência, e a transformarmos em amor, conseguiremos libertar a consciência armadilhada naquela raiva. Isso é uma causa de grande alegria não somente para nós, mas também para os outros. Ao agirmos sem a raiva estaremos agindo numa via amorosa. Naturalmente que chegar a isso virá requer sabermos como.

  Não é fácil fazermos isso, mas podemos aprender estando treinados pelo grande instrutor desta Era, que é Marte / Áries / Samael. Mas vejamos que Marte tem uma parceira.

TRANSFORMAÇÕES PLANETÁRIAS

  Ao lermos a mitologia antiga encontramos que Áries está sempre perseguindo Afrodite / Vênus.

  Temos todos ouvido da psicologia popular sobre os homens de Marte e mulheres de Vênus e há verdade naquilo. Marte tem uma qualidade masculina e Vênus uma qualidade feminina. Entretanto, o que é mais verdadeiro é que cada um de nós tem aspecto martiniano e aspecto venusiano em nossa mente. Quando trabalhamos com eles juntos, podemos encontrar caminhos para resolver os nossos problemas.

  Marte traz-nos a habilidade de ganharmos a guerra. Marte é nosso lutador, o guerreiro que nos dá o espírito marechal, a habilidade de nos tornarmos um grande guerreiro, um lutador; espiritualmente precisamos disso. Porém, essa habilidade tem de ser temperado por Vênus a fim de que essas forças trabalhem em harmonioso equilíbrio em torno do Sol. Observemos as posições dos sete planetas em relação mútua: Marte e Vênus estão em cada lado do Sol. Marte e Vênus são forças que se equilibram uma à outra.
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  Nesses sete planetas jaz um grande mistério alquímico que é muito belo e que se encontra muito bem oculto. Há uma relação entre os planetas e como eles funcionam em nossas psiques. Quando aprendemos sobre isso, eles nos dão uma chave para transformarmos as nossas vidas.

  Saturno, o último planeta, é o planeta da morte, dos términos, do fechamento. “O velho do tempo”, dizem. Ao passo que a Lua, a primeira, é aquela que traz a concepção e nasce de novo. Vemos então no começo a Lua sendo a iniciadora da vida; no final, Saturno sendo o finalizador da vida. Ainda, esses dois formam um ciclo. Se a Luz começa e Saturno encerra, então a Lua deve começar de novo. A vida é assim: morte e vida estão conectadas, elas são uma integração. Observemos a natureza e veremos que isso é verdade. A morte é o caminho da vida. Tudo o que vive depende da morte de outras coisas. Não há exceção sobre isso. Daí que espiritualmente é também verdade: a vida espiritual, do mesmo modo, depende da morte.

  Através do processo de transmutação, tudo aquilo que é velho em nós, tudo aquilo que está morrendo e decaindo em nós – nosso ego – tem de morrer, e através dessa transmutação trazemos a Lua: novo nascimento, nova vida. “...o que semeias, não nasce, se primeiro não morrer...” 1 Corinthians 15:36

  Isso não é uma teoria. É algo que acontece em nossa psique através do processo da Alquimia.

  Júpiter, o planeta alquímico, representa nosso mais profundo Ser – nosso Buda interno, o rei, o guerreiro, rei Artur – em nossa consciência que, através da Alquimia, da transmutação, torna-se transformado em Mercúrio.

  Mercúrio, o grande segredo da Alquimia. Mercúrio é aquela substância que permite a Alquimia ser possível. É ele que empodera a transmutação. Aqui não damos o mesmo significado com que os cientistas consideram o elemento físico mercúrio. Ao invés, o mercúrio alquímico é a força vital em nosso órgãos sexuais que é modificada por nossa vontade e eleva-se através da pureza, ou então cai na degeneração de acordo com nossas ações, sexualmente falando. O uso que damos a nossa energia sexual traz dramáticas consequências.

  Marte, o guerreiro, quando condicionado negativamente, ama o derramamento de sangue e cria guerra, conflito e problemas, tais como de tudo o que temos intimamente e fora de nós. Ainda, através do processo mágico da Alquimia, Marte se transforma no planeta do amor, em Vênus.

  Todas essas transformações alquímicas são equilibradas e harmonizadas ao redor de um centro, o Sol, o planeta que equilibra, que cria harmonia na lei.

AS  ARTES MARCIAIS

  Obviamente, Marte / Áries é a raiz das artes marciais (a palavra marcial vem de Marte). Contudo, nos dias de hoje, as artes marciais são meramente variedades degeneradas de violência. A verdadeira arte marcial é sobre o despertar da consciência.
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  Esta imagem antiga é de Áries guiando sua carruagem, puxada por quatro cavalos (um deles não está mostrado nessa figura, mas tradicionalmente são quatro cavalos), estando com sua esposa Afrodite (Vênus) ao seu lado. Aquela pequena criatura montada no cavalo é Eros (Cupido), o sexo. Aqui temos representado nos mistérios gregos, a chave gnóstica. É a chave que precisa ser implementada não somente em nossos relacionamentos, mas também no íntimo de nossa psique.
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  Nesta figura vemos os deuses movendo guerra contra os gigantes. Os deuses representam aquelas forças cósmicas que são enviadas do alto para nossa psique, que lutarão a nosso favor contra os gigantes que representam nosso ego ou nosso carma. Porém, temos de fazer a nossa parte. Precisamos ter fé em Deus. Temos de saber como receber esse treinamento.


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  Quando Áries está temperado por Vênus, Áries (Marte) ensina-nos como lutar. Em outras palavras: quando o espírito marcial está equilibrado pela força do amor, então podemos tomar o treinamento de Áries-Vênus e aprender como sermos guerreiros espirituais. Esse treinamento consiste de muitos níveis. Eis porque vimos falando sobre defesa espiritual e o que são as ferramentas de defesa: mantras e orações. Entretanto, a principal ferramenta está em nossa atitude psicológica.

  Nossas artes marciais não são físicas. Ou seja, não estamos interessados em bater ou chutar, pois sabemos que o nosso maior inimigo não está fora de nós. O inimigo mais perigoso que temos é nossa mente real.

  Em seguida, há aqueles que usarão nossa mente viciada contra nós, manipulando com nosso orgulho, luxúria, medo, etc. Entretanto, esses inimigos secundários não reunirão ameaça se não tivermos vulnerabilidade interior. Então, nossa arte marcial – conforme instruído pelo deus Marte / Áries – é o método para a consciência libertar-se da mente. Por conseguinte, nossa arte marcial é um treinamento da consciência. Isso, afinal, é a única coisa em nós que é eterna, pois o corpo morre, mas a consciência não.

ARMAMENTOS E ARMAS

  Quando estudamos a tradição gnóstica nos são dadas muitas ferramentas; são armamentos, armas. Esses armamentos e armas nos chegam de muitas formas. Os livros são cheios de conhecimentos, cheios de armas: os mantras, as orações, as práticas, todos são armas. Através de seus usos desenvolvemos nossas armas interiores e ferramentas na forja da Alquimia. Nessa forja, começamos a criar a alma, e criar recipientes para aquela alma habitar e que são grandes armamentos e armas de que necessitamos na batalha.

 
Perseus on Pegasus Slaying Medusa3
  A arma e a armadura de Perseus foram feitas pelos deuses a fim de que degolasse a tentadora Medusa: a cabeça-serpente tentação (a mente).

  Deixemos algo bem claro. Necessitamos de corpos solares, de corpos do espírito, de corpos do Logos. Necessitamos desenvolver todos esses vasos da Árvore da Vida inteira; mas serão inúteis se tivermos uma atitude ruim – na verdade eles se tornarão perigosos.

  Vemos que uma armadura não será boa se o guerreiro não tiver treinado adequadamente. Se alguém nos dá a mais preciosa e perfeita armadura que possa existir e não saibamos como usá-la, ela nos será inútil. Se alguém chega e nos dá uma espada poderosa, bela, reluzente, mas sejamos como uma imatura criança, nos cortaremos a nós próprios, ou pior, a alguém mais.

  Eis porque mencionei que tradicionalmente os ensinamentos eram dados em estágios. Agora não há mais tempo. O que encontramos nessa tradição são ferramentas muito poderosas e podemos facilmente nos destruir com elas. Eu testemunhei isso. Oro para que eu não faça isso comigo próprio, porque é fato que sou um idiota. É fácil prejudicarmos-nos. Uma arma é poderosa. Necessitamos treinar para saber como usa-la adequadamente.

O CAMPO DE BATALHA

  O fundamental, o treinamento mais importante é psicológico: aprender de nosso próprio Áries interior, o Ser íntimo mais profundo. Temos de aprender a sermos um guerreiro dele.

  Nos antigos mitos, nosso Ser (a sefira Chesed) é representada pelo Rei Arthur. Sua alma humana (a sefira Tiphereth) é representada por Lancelot, o cavaleiro. Nossa consciência (a sefira Geburah) é representada por Guinevere. Nós, como alma humana, o cavaleiro, o guerreiro, temos de aprender a lutar no campo de batalha contra o dragão, contra os cavaleiros do mal, contra aquelas forças que estão em nossas mentes, para a glória de nossa donzela e nosso rei. Essa é a batalha contra o quê temos de lutar. Não é fora de nós, contra outras pessoas, grupos, religiões, governos, etc. A guerra está em nossa mente, coração e corpo.

  O treino é aprender como transmutar os sete vícios em virtudes. É uma guerra psicológica, e muito difícil. O treino com que temos de nos desempenhar é vigoroso e nos exige um longo, longo processo. Se pensarmos que seja fácil superar a raiva e transformá-la em amor, necessitaremos encarar a realidade. Se pensarmos que fácil suplantarmos a luxúria e transformá-la em castidade, necessitaremos sentar e pensar mais profundamente nisso. Não é fácil.

  Isso não é algo que possamos fazer em “meio expediente”. Vocês acham que podemos fazer dez minutos de meditação por dia ou uma hora por semana, e talvez lermos uma dupla de anúncios, ou irmos a uma escola de vez em quando, e de vez em quando meditarmos pensando que conseguiremos algo a mais? Não conseguiremos, prometo-lhes.

  Esse trabalho a fim de ser realizado envolve tudo o que tenhamos. O que seja que tentemos reter, manter em nós, deixando de lado nossa vida espiritual, isso nos impedirá a avançarmos. Muitos dizem a si próprios: “Eu darei tudo de mim em favor de minha prática espiritual; farei isso com tudo, darei de tudo, exceto assistir filmes (como exemplo). Eu realmente quero estar em condições de assistir filmes”, Ou dizem: “Bem, tudo em minha vida farei espiritualmente, exceto na cama (sexo)”. Ou pensam: “Tudo em minha vida darei a Deus, exceto quando estiver tentando ganhar dinheiro, então me concentrarei nisso”. Perdoem-me, mas vocês estão mentindo a si próprios, condenando-se a si próprios. Essas “exceções” quando dadas a nós próprios são precisamente o quanto estamos hipnotizados, encarcerados, armadilhados por nossos desejos.

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  Eis porque no Mahabharata, Arjuna hesitou perante a grande batalha: ele não podia suportar em ter de matar seus amados “parentes”, que simplesmente representavam todas aquelas partes dele próprio que mantivera amando. Krishna (Cristo) diz-lhe para matar a todos, não demonstrar piedade: fazer a sua obrigação. Ainda assim, ninguém está inclinado a acabar com seus desejos: nós os sentimos como a “nós próprios”. Nessa mesma ação, em relação com toda a humanidade, “Golias” está vencendo.

TREINANDO E O MAIOR TREINADOR

  A primeira coisa que o guerreiro tem a fazer é saber de suas fraquezas. Um homem disse-me certa vez que quando se começa o treino marcial, o estudante acredita que ele já tenha certas qualidades e valores; ele pensa: “eu possuo uma boa pegada de esquerda. Eu sou realmente bom atirando com um rifle. Eu sou realmente bom nessa técnica em particular”. O instrutor disse que essa é a grande fraqueza daquele estudante. Um verdadeiro guerreiro precisa ter igualmente todas as qualidades.

  Se ele treina, por exemplo, artes marciais e chega a pensar: “eu vou me tornar um grande nos chutes”, um bom professor jamais o deixará chutar. Ele o forçará a aprender pegadas com os punhos, aprender desvios e outras ferramentas, uma vez que ele vê a necessidade do aluno desenvolver aquelas partes que tem sempre ignorado.

  A mesma coisa encontraremos nas tradições gnósticas. Um bom professor nos colocará para desenvolvermos as coisas de que não desejamos tratar, porque essas são as situações onde estaremos mais vulneráveis.

  Por que sempre insistimos em aprender como meditar e aprender da cabala? Porque não somente são esses duas as mais fundamentais ferramentas necessárias à compreensão como também é onde toda a humanidade está mais enfraquecida. Nenhum de nós precisa fortalecer o intelecto, ainda que isso seja o que todos queiram fazer. Essa é a maior fraqueza da moderna humanidade: o intelecto já está demasiadamente desenvolvido. Ainda, as pessoas erradamente pensam que isso é o seu maior bem. Mas, na realidade, essa é a nossa maior fraqueza.

  Todos os que vêm para esses ensinamentos aspiram encontrar um instrutor. Necessitamos de instrutores, sem dúvida. Porém, professores como nós são somente bons até um determinado ponto. Ou seja, podemos explicar o ensinamento, mas isso é tudo. Somos como professores de jardim da infância: ensinamos o básico, exatamente como num jardim da infância em que um professor explica as letras do alfabeto. Entretanto, para dar sentido as letras, formando palavras e frases é necessária instrução mais avançada. E isso não chega de professores como nós. Isso somente virá de nosso íntimo. O professor que realmente necessitamos é nosso mais profundo íntimo e não um professor físico. Nosso verdadeiro guru está dentro de nós.

  Uma vez que saibamos os ensinamentos básicos (os três fatores essenciais) temos de treinar a nós próprios. Temos de escutar Deus. Somente nosso mais profundo íntimo conhece-nos por dentro e por fora. Nenhum professor físico conhece nossa mente. Só nosso Deus interior a conhece.

  Daí, para nosso benefício, nosso mais profundo íntimo nos envia um “personal trainer”. O treinador que ele nos envia é Lúcifer, um reflexo de Samael / Áries em nosso fluido mental. Isso é explicado na Bíblia, no livro de Jó.

  Lúcifer é uma palavra latina que significa “o portador de luz”. Séculos de más traduções (e políticas da igreja) têm levado as pessoas a pensarem erradamente que Lúcifer seja o mal. A Bíblia original certamente não diz isso. Lúcifer desempenha um papel: ele treina as almas a se tornarem purificadas. Quando falhamos no treinamento então o culpamos. Mas não é culpa dele que falhamos quando tentados.

  Lúcifer é também chamado Mefistófeles. Ele é o único que vem e diz a Deus: “Vejo que seu devoto Jó o ama muito quando tudo em sua vida está bem, mas o amará de fato se eu tirar tudo dele, e ainda será cheio de fé?

  Deus diz: “Teste-o. Vamos descobrir. Mas não toque o seu corpo. Tire tudo o mais dele, mas deixe somente o seu corpo”.

  É assim que Lúcifer faz conosco. Lúcifer vem e diz; “Oh! Você pensa que é um gnóstico bonzão? Como será se eu fizer o seu computador parar de funcionar hoje? Você ficará tão espiritual? Irá manter sua serenidade quando não conseguir entrar nos seus Emails?”.

  Ou se perdemos nossa condução, ou ferimos nosso dedo, ou derramamos nossa comida no chão. Perdemos nossa paciência com essas coisas estúpidas. Ficamos facilmente aborrecidos, facilmente zangados, facilmente ofendidos. Adoramos pensar que somos “espirituais”, sem dúvida, mas somos terrivelmente fracos.

  Lúcifer diz: “Você irá ficar tão sereno quando eu atrasar sua refeição por uma hora extra ou duas e você não possa comer? Ou ficará realmente transtornado? Ou quando eu trouxer-lhe um problema com sua esposa e ela o acuse disso e daquilo? Ou quando seus amigos o acusarem disso e daquilo achando que você esteja fazendo alguma coisa realmente ruim? Eles estarão dizendo que você deixou o caminho! Você manterá sua serenidade e sua fé em Deus? E se você perder todo o seu dinheiro e suas posses? Chorará e pranteará? Esquecerá de Deus?”.

  E se Lúcifer obter permissão de Deus para também tocar o seu corpo? Dar-lhe um mal, uma doença, faze-lo parecer um idiota diante do mundo inteiro; ainda assim manterá sua fé e serenidade em Deus?

  E se ele mandar sua esposa embora? Ou se tirar a vida dela? Poderá você manter sua serenidade, poderá manter sua fé em Deus? Ele já fez isso com outros. Não há razão para acreditar que sejamos uma exceção nesse caminho. Precisamos pagar o que devemos e nos purgarmos de nosso amor próprio (nossa auto indulgência).

  É assim que nosso treinador trabalha: ele cutuca, incita, provoca, insulta, afaga, sussurra, grita, mais que tudo ele nos tenta com nossos próprios desejos. Se sucumbimos na tentação, falhamos. Não podemos reclamar dele: ele somente nos mostra o que há em nossa mente. Então, não precisamos de um instrutor físico para fazer isso. Unicamente nosso instrutor interior pode verdadeiramente nos treinar. E ele nos fará isso a todos; é só uma questão de estarmos treinando.

  Não acreditemos um só instante na ideia do ego de que agora que estamos no caminho, daqui em diante tudo estará “dourado” e que estamos numa estrada de “eterna felicidade”. Não é assim. O caminho real é uma via de eterna amargura e lutas, e é doloroso por que atingir o outro lado, emergir dessa vida como um Ser conscientemente desperto, tudo o que seja impuro em nós precisa morrer, e esse processo de morte não é nada agradável. E o processo tem de acontecer diariamente. Se não estivermos morrendo psicologicamente não estaremos nascendo espiritualmente. Simples assim.

ATITUDE DE DAVI

  Soa sombrio, mas a guerra é sombria, não é fácil. E uma guerra espiritual é a mais dura. É mais dura do que uma guerra física. Mas deixem-me dar-lhes algo que pode ajuda-los.

  Vemos que Davi venceu. Percebem isso? Davi foi uma pequena criança com nada. Quando ele alçou-se ao campo de batalha e encarou o maior guerreiro de sua época, um gigante totalmente armadurado e tendo uma longa vida de assassinatos, Davi foi lá e disse: “eu tenho fé em Deus e isso é tudo”. E venceu.

  É o que necessitamos. Necessitamos de ferramentas e técnicas. Precisamos aprender a meditar, transmutar, observar-nos, sacrificarmos-nos pelos outros. Esses fatores devem ser praticados diariamente, porém mais do que isso, precisamos suportar isso, fortalecer isso; necessitamos da atitude correta, o correto estado de consciência.

  Samael Aun Weor nos disse bem claramente que a melhor defesa, a melhor arma é o correto estado psicológico. Não conseguimos perceber isso agora, porém se realmente trabalhamos seriamente com essa ciência, viremos sentir que sempre teremos uma escolha. Em cada situação que encaremos, não importa quão difícil, dolorosa ou sutil, estará em nós sentir como sentirmos. Estará em nós agir como agirmos. Estará em nós pensar como pensarmos.

  Assim sendo, quando sentirmos o imbróglio, aquele peso-pesado psicológico em nossa mente, coração e corpo oferecendo-nos o problema, apropriemos-nos de nós próprios e geremos a situação correta. O atalho, a ferramenta mágica para fazermos isso é lembrarmos-nos de nosso mais profundo íntimo; e chamarmos Deus.

  A única e mais poderosa ferramenta para isso é a Oração do Senhor (o Pai Nosso). Quando estivermos face a momentos de tentação, em grandes provações, quando realmente nos sentirmos com se fôssemos morrer ou estando a matar alguém, rezemos a Oração do Senhor com todo o nosso coração. Rezemos o Pai Nosso. Chamemos o nosso mais profundo Íntimo. Entreguemos-nos a tudo mais, como Davi no campo de batalha, a sós, quase nu, com nada mais além da fé em Deus. Então entenderemos o quanto de poder realmente há em nós.

  Agora, o que isso enfatiza em mim é a confusão em muitas tradições esotéricas a ressaltar que os estudantes absolutamente devem aprender certas técnicas ou absolutamente desenvolver os corpos solares, ou pertencer a certos grupos a fim de acontecerem, e caso não tenham essas coisas estarão alijados do caminho, não se tornando um Buda.

  Isso é realmente uma mentira. Sim, necessitamos daquelas coisas, mas podemos realmente ter sucesso sem elas. Podemos alcançar grandes alturas de desenvolvimento espiritual sem corpos solares; podemos não ir por todo o caminho, mas podemos ir a longa distância. Podemos alcançar grandes alturas sem tal e tal escola, ou sem tal e tal mestre. Eles podem nos ajudar, mas não podem estancar-nos se não os desejarmos. (É absurdo acreditar que somente aqueles poucos que pertencem a certos grupos serão os salvos; Deus realmente ama somente àqueles poucos? Não!)

  E há muitas orações e mantras; não precisamos memorizar todos eles. A coisa principal que necessitamos é a atitude psicológica correta; é despertar a consciência; é ter fé em Deus e trabalhar com nossa energia que nos irá elevar até acima.

  Vemos esse ponto enfatizado: mesmo se alguém tiver os corpos solares, mas tiver má atitude estará indo para o inferno. Em outras palavras, se alguém usar aquelas ferramentas de modo errado estará condenado. Alguém pode ter os corpos solares, pode alcançar grandes níveis de iniciação, mas se o orgulho, a gula, a ganância, a luxúria, a inveja, etc., essas coisas o dominarem ele cairá; então qual lhe será o bem dos corpos solares?

  Por outro lado, se dominarmos e aprendermos bodhichita, a verdadeira compaixão e o amor aos demais com verdadeira serenidade, podemos facilmente ultrapassar aquelas pessoas com corpos solares e caminhar longamente, deixando-os para trás, e então passarmos a desenvolver aquelas outras ferramentas.

  É nossa atitude interior que faz a maior diferença. O ponto aqui é: não pensar que temos de ter uma esposa para poder avançar nesse ensinamento. Não pensar que temos de ter uma escola ou uma segunda câmara ou um corpo astral que nos leve a avançarmos. Eles são de utilidade, mas a coisa principal nessa via é o relacionamento com nosso mais profundo Íntimo e a atitude correta. Isso é o mais importante.

INVOCANDO SAMAEL

  Há uma oração muito interessante de mais ou menos o século sétimo antes de Cristo; é de cerca de 3.000 anos. É uma oração dos gregos que invoca Samael:

  Áries, excedente em força, condutor da carruagem, elmo de ouro, coração destemido, portador do escudo, salvador de cidades, ajaezado em bronze, braço forte, incansável, poderoso com a lança, defensor do Olimpo, pai das conquistas guerreiras, aliado de Themis, inflexível comando das rebeliões, líder dos homens justos, cetro real da masculinidade; aquele que faz girar a esfera ardente em meio a planetas em sétuplos cursos pelo éter; onde seus corcéis fogosos o conduzem sempre acima do terceiro firmamento do paraíso: ouve-me, amparador de homens, concedente da juventude intrépida! Faz descer generoso raio em minha vida, que eu fortalecido de luta possa ser capaz de eliminar a amarga covardia de minha mente, abatendo os traiçoeiros impulsos de minha alma. Impede também a aguda fúria de meu coração que provoca em mim percorrer os caminhos dos aterrorizantes conflitos. Em vez disso, Ó abençoado, dá-me a ousadia de habitar sob as leis harmoniosas da paz, evitando lutas e ódios e os violentos demônios da morte”.
[The Homeric Hymns and Homerica with an English Translation by Hugh G. Evelyn-White. Homeric Hymns. Cambridge, MA.,Harvard University Press; London, William Heinemann Ltd. 1914.]

themis
  Vemos, então, quão belo é isso; ilustra tudo dessa leitura. Desejaria ressaltar, especificamente, que a oração chama-se Marte “Aliado de Themis”.

  Themis significa “lei divina” e é um nome de uma deusa grega, um símbolo. Themis é Ma’at do egípcios, que é a deusa da justiça, a lei do carma.
 
Nike of Samothrace
  Áries é o pai de Nike, “vitória”. Queremos justiça? Queremos vitória? Ambas vêm de Áries, A oração clama pela habilidade e não a sermos guerreiros, mas sermos serenos, um campeão do amor. Esse é realmente o objetivo gnóstico

  Estejamos alerta de que trabalhar com esta força é trabalhar com muito poder, ela é de muita efetividade. Forças assim estão debaixo de nossa pessoal psique e podem provocar grandes mudanças em nossas vidas se trabalharmos com elas de modo efetivo. Porém, se estivermos adormecidos e invocarmos essas forças de Samael começando a trabalhar com elas, traremos mais raiva e ódio. Eis porque podemos ver a expansão da luta, guerra, raiva e ódio nos movimentos gnósticos com diferentes nomes, pois são invocadas as forças de Samael não se  trabalhando com elas numa via positiva.

  Realmente, é absurdo ver lutas entre religiões. É absurdo e somente existe uma pessoa a se culpar, que somos nós. Então, a fim de mudar isso, precisamos mudar a nós próprios. De todos os modos, a principal coisa que queremos dizer é que para nos defendermos espiritualmente devemos começar a partir de nossa própria mente, e o treino de que necessitamos podemos recebe-lo de dentro da mente. Olhando-nos e observando-nos no dia a dia aprenderemos como mudarmos.

UM EXERCÍCIO DE TREINAMENTO PRÁTICO

  Então, vou oferecer-lhes um desafio. Um amigo deu-me uma grande ideia, que amei e desejo compartilhar com vocês, esperando que consigam usá-la. Pela próxima semana não reclamem. (risos da audiência).

  Vocês riem, certo, é por que conseguem entender como isso é difícil. Então, façamos um pouco mais fácil. Encontrem um parceiro, talvez a esposa, talvez seu colega de trabalho ou mais de um, e diga-lhe: “Se você ouvir-me reclamando eu terei de dar-lhe um dólar; se me ouvir criticando também lhe darei um dólar”.

  Se não desejarem isso desse modo, combinem-se então usando um “cofrinho”, e cada vez que se pegarem criticando ou reclamando, com a boca ou com a mente, doem aquele dólar para uma boa causa. Verão o quão rápido irão superar aqueles hábitos.

  Vocês não conseguem observar o quanto reclamamos, o quanto criticamos outros. Reclamando e criticando são sintomas de falta de paz interior. Sabiam disso? Se quisermos paz interior então trabalhemos com o sintoma, diretamente na causa. A causa reside em nossa mente. Mas não conseguimos ver a causa até vermos o sintoma. Essa técnica é realmente uma excelente ferramenta a fim de começarmos a reconhecer o sintoma da desarmonia em nossa mente, da infelicidade e da doença em nós próprios.

  Todos riem e sorriem: “Caramba, não posso fazer isso. Vou quebrar em dois dias!”.

  Bem, tentemos, e apliquemos essa técnica. Estaremos quebrados em um dia? Tentemos e sejamos sinceros. Estejamos certos de que a qualquer causa que decidamos doar nosso dinheiro isso nos trará alegria e estaremos sendo muito honestos conosco [risos].

PERGUNTAS E RESPOSTAS

  1. P. – Sabemos que cada planeta (...inaudível)... Haverá algum exercício prático que possamo usá-lo (...inaudível)... ?

  R. – A influência de cada planeta é um fluxo contínuo; afeta-nos em muitos níveis. Psicologicamente, nos influenciam durante todo o tempo e tudo o que fazemos e que vemos a partir de nossas percepções mentais está relacionado com as influências planetárias. Quando sentimos ressentimento ou raiva isso é Marte polarizado negativamente. Quando sentimos luxúria isso é Vênus polarizado negativamente. Em adição, os dias da semana estão relacionados com os planetas de tal forma que há mais influências nisso bem como nas horas do dia. Porém, pensamos que tentar observar o relógio para as influências torna-se complicado e nesse estágio é melhor trabalhar interiormente, tentando descobrir as nossas coisas íntimas em vez de tentar impor uma prática externa, uma vez que podemos nos distrair pelo “que dia é hoje mesmo?”, etc. O melhor é nos mantermos atentos em nós próprios.

  Nos livros de astrologia de Samael Aun Weor e nas tabelas astrológicas essa informação existe e pode nos guiar, porém melhor nos focalizarmos inicialmente em nós próprios.

  2. P. – Quantas influências realmente nosso Golias interior tem a fim de atuar em outras pessoas, e o coletivo total de todos aqueles Golias interiores fazem aquele coletivo estar inconsciente...?

  R. – Sim, é a mesma coisa. Nosso Golias interior faz igualmente em nós, como na vasta maioria, a pensarmos como se fôssemos “nós pessoalmente”. Estamos constantemente interagindo com outras pessoas. Assim, o que existe em nós que está interagindo com os outros? É nosso Golias; é um tanto óbvio, mas o que não entendemos é que enorme percentual de nossa consciência está armadilhado no ego, que está ativo o tempo todo, e sem nossa percepção consciente. É assustador. Temos ouvido de estudantes que, ao virem estudar gnose e ouvirem certos conceitos, isso os assusta e dizem: “Estou com medo de sair de meu corpo, estou com medo de meditar”. Isso deixa-nos atônitos; compreendo por que sinto isso também, mas me é estonteante por que minha resposta a isso é que: mais assustador ainda é não sabermos!

  Se estamos num quarto e saibamos que há alguma coisa ruim no banheiro, o não sabermos é pior do que sabermos o que há por lá. Quando éramos crianças, sabíamos que havia um monstro no banheiro ou debaixo da cama, mas não sabíamos o que exatamente era. Isso nos assustava, terrificava e não conseguíamos dormir. Ficávamos com medo de fazer qualquer coisa. Mas quando ficávamos corajosos o suficiente para irmos lá ver e saber, víamos que não havia nada; então o medo ia-se embora.

  Aquele medo era auto gerador. Nosso medo da meditação, nosso medo de sairmos do corpo é auto gerador. Da mesma maneira é nosso medo da morte. Então, sim, nosso ego definitivamente afeta a todos em derredor, tudo em nosso derredor, o tempo todo. Porém, é mais assustador quando não temos consciência disso. É uma ideia assustadora que egos estejam afetando outras coisas e não vejamos isso, mas, realmente, é mais assustador que não vejamos isso.

  3. P. – Temos ainda realmente tempo, se formos novatos nesse trabalho, a fim de fazermos mudanças em nossas vidas?

  R. – Absolutamente, sim. Esses ensinamentos vêm das mais antigas raízes e nos estão sendo dados por compaixão porque realmente temos uma chance. Não damos medicamento ou tratamento a alguém que está morrendo; seria um desperdício. Em vez disso, damos a medicina preciosa somente para aqueles que podem sobreviver. Com esses ensinamentos estamos conseguindo medicina, conseguindo tratamento. Estamos ministrando medicina que cura nossos males visto que há uma chance para nós, e não é uma medicina que nos deixa deitados na cama, esperando; não é assim que trabalha. Essa medicina requer nossa participação. É uma demanda muito vigorosa que pede um trabalho bastante poderoso que temos de faze-lo. Se fizermos temos esperança. É isso que nos conduz a nos mantermos ensinando. É isso que conduz a todos os professores a se manterem ensinando. É o que conduziu Samael Aun Weor a digitar seus livros de tal monta que ele não pode mais usar seus dedos no final de sua vida. Ele arruinou seus dedos por compaixão a nós por que ele sabia que havia uma chance para nós e é por isso que há tantos advogados lutando a nosso favor, por que há uma chance.

  Eis porque nosso Ser está lutando por nós. Se estamos escutando esses ensinamentos, se temos acesso a esses ensinamentos é porque temos uma chance, e aqueles que não têm acesso estão perdidos, Soa duro, mas é evidente, é claro, temos uma chance, uma esperança, mas essa esperança é interior.

  É dito que se dermos um passo em direção a Deus ele dará mil passos em direção a nós. É absolutamente verdade. Então vamos fazer isso.

  4. – P. Você falou em como ao curso das Eras os ensinamentos foram fracionados em níveis que foram treinados de acordo com nossas pessoais habilidades, e a última coisa que aprenderíamos seria a transmutação, a Magia Sexual?

  R. –  Agora não há mais tempo a esperar, eis porque estamos dando os ensinamentos por inteiro, integrados num todo. Agora os estudantes em qualquer parte do mundo podem aprender sobre os mistérios da transmutação sexual e daquelas práticas, mas como saberemos se estamos prontos? Estamos, simples assim. Alguns dizem: “a humanidade não está preparada”. Outros dizem: “esses ensinamentos tem de ser retidos por que a humanidade não está preparada”. Isso é um modo bastante Era Pisciana de se pensar. Esse modo de pensar pertence a Era passada. Terminou. Na Era Pisciana a humanidade não estava preparada, porém a Era Pisciana foi um tempo no qual a humanidade veio sendo preparada, mas aquele tempo acabou. A humanidade agora está pronta. Estamos agora na Era de Aquário. Nesse momento a humanidade está sendo ensinada por que já foi preparada.

  Nossa personalidade pode não estar pronta, pode ter problemas e conflitos, mas a sua alma, aquela onda, a raça humana, está pronta e é por isso que Samael Aun Weor iniciou a Nova Era, trouxe ensinamentos públicos, escreveu livros públicos e deu os ensinamentos públicos por que a humanidade precisa disso agora.

  As pessoas que escondem esses ensinamentos e os conservam para si próprias estão cometendo um crime contra a alma, contra o Ser. Quando o Ser conduz a alma para aquele ensinamento é por que a alma precisa dele e se alguém obstrui essa via, essa transmissão, está cometendo um grave crime contra aquela alma, um crime terrível. Os professores estão aqui agora porque precisamos deles. Temos de dar aos alunos com clareza e conhecimento. É desse modo que Samael explicava em seus livros que aqueles ensinamentos da nona esfera (transmutação) têm de ser ensinados através da cabala, de modo a fazer sentido para as pessoas. Os professores têm de ensinar cientificamente com conhecimento compreensível de todas as religiões – aberto e claramente – o que ele agora ensinou e que temos de seguir aquele exemplo ensinando do mesmo modo.

  Ademais, quando ouvimos isso, temos de começar a aprender e compreender praticando. Sendo uma só pessoa, praticamos como uma só pessoa. Não há absolutamente razão para qualquer um continuar com seus velhos hábitos de fornicação. Aqueles que assim fazem estão escravizados por seu próprio Satan interior, simples assim, e aqueles que encorajam outros a fazer isso estão também escravizados por seu próprio Satan interior. Nunca haverá uma desculpa para uma pessoa dizer-se não estar pronta para a magia sexual e se permitir continuar fornicando; como podemos dizer tal coisa? Como uma pessoa pode dizer isso? Como pode uma pessoa condenar uma alma ao sofrimento? Ainda assim as pessoas fazem isso.

  Desse modo os ensinamentos nos são dados por que os necessitamos e essa é a Era em que agora estamos. Esses ensinamentos vêm sendo agora ensinados publicamente por mais de sessenta anos; seis décadas que têm estado na esfera pública e ainda há pessoas que dizem não estar prontas, que a humanidade não está pronta. Desculpem-nos, eu humildemente discordo. Estamos prontos. Podemos não gostar disso, podemos não querer isso por que nossos desejos claramente têm outros interesses, mas se os ensinamentos estão aqui é porque deles os necessitamos.

  Esses são os ensinamentos que revolucionarão nossa vida espiritual. Se evitamos esses ensinamentos é nossa escolha. Cada um pode escolher; cada pessoa tem o direito de escolher o que queira em sua vida. Isso é simples. Mas sem transmutação, sem magia sexual as pessoas não terão nada, exceto a mesma coisa – nada senão sofrimento – a mesma velha trilha.

  5. P. – Como lidar quando nossas esposas não cooperam?

  R. – Nenhuma mudança vem pela noite. Conforme já dissemos antes, não podemos mudar imediatamente da luxúria para a castidade. Isso não acontece assim. Se nossas parceiras não concordam com esses ensinamentos e não concordam com as práticas, então precisamos aceitar isso. É nosso carma. Ademais, temos de respeitar suas vontades. Respeitemos e as amemos. São nossas esposas. É duro, não há questionamentos sobre isso, mas também é um teste de fé e amor. É um teste de vontade. É Lúcifer entrando rápido em nosso coração. É um desafio muito forte. Temos de encarar isso, não há como evitarmos. Se essa é a situação,  manobremos com ela. Não é exatamente rejeitando a esposa dizendo: "ela não me apoia, tenho de larga-la”. Em nenhum lugar dos ensinamentos é verdadeiramente permitido isso. Jesus disse concisamente que não podemos fazer isso e Paulo disse o mesmo. Eles são grandes almas, temos de seguir seus ensinamentos. Paulo disse: “não sabeis que podeis salvar vossas esposas”. Se elas os largarem é outra coisa, se forem embora é por vontade delas, elas podem fazer; ainda que devamos lutar a fim de salvar o relacionamento. Daí, como fazer nessas circunstâncias? Dia após dia, com fé, façamos o melhor possível.

Talvez possa ser como Samael Aun Weor nos tenha dito que podendo praticar em segredo, que tenhamos de agir como se não estivéssemos praticando a fim de acalmar o ego de nossa esposa; assim podemos ter de dissimular. Pode ser feito, não é fácil, mas pode ser feito. Faríamos isso? Eu não sei. Isso é algo que teremos de encontrar por nós mesmos.

  Toda as pessoas que entram nesse trabalho estarão face aos degraus do caminho de acordo com seus próprios carmas. Não podemos nos comparar com outros. Cada um irá encarar sua própria situação, sua própria recorrência, sua própria ex esposa, seus próprios erros e terá de manobrar com eles do modo como seu Ser o guiar. Nenhum de nós tem o direito de julgar o próximo e quando damos alertas é porque temos de dá-los com uma grande dose de precaução.

  Assim, em nosso caso, tentemos ouvir o que nosso Ser nos diz e se alguém aqui está face a um daqueles desafios ouça seu Ser. Não nos apressemos, sejamos pacientes, esperemos e ouçamos. Deus sempre nos dá a direção, embora algumas vezes nos faça aguardar um pouco mais, mas ele sempre está ali.

POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO 

VER PARTE 1 no link: https://arcadeouro.blogspot.com.br/2017/08/defesas-para-guerra-espiritual-1_57.html

Fonte:https://gnosticteachings.org/courses/defense-for-spiritual-warfare/3409-defense-for-spiritual-warfare-part-2.html 

  Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

                                                                                     Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br