CONHECIMENTO
ESOTÉRICO
CAPÍTULO
I
PRIMEIRAS
ABORDAGENS
1. Que
é esoterismo?
R. A definição de esoterismo é correlata com a
etimologia da palavra grega “esoterikos”, significando interno, oculto. Desde a
antiguidade sacerdotes religiosos ocultavam os segredos relativos ao homem e a
natureza e desenvolviam artes mágicas. Quando aqueles conhecimentos eram necessariamente
anotados, eles se utilizavam de linguagem codificada, de impossível decifração
sem as chaves. Também lançaram mão de simbolismos e alegorias. Com tudo isso
conseguiram resguardar conhecimentos que se perpetuariam pelas idades.
As antigas escolas esotéricas trabalharam por
milênios nas mais variadas formas, mas com o advento do cristianismo a Igreja
começou a persegui-las, conseguindo em muitas ocasiões descobrir e identificar
seus membros secretos, condenando alguns à morte e outros a passarem por
severas punições.
O esoterismo, como aqui abordado, não é em si
uma filosofia nem é propriamente o produto de determinadas escolas com
pensamento ocultista exclusivo, e muito menos é uma religião. É um caminho
sensível que percorrido com atenção, estudos e fazendo-se uso da intuição, vem
descortinar conhecimentos cada vez mais amplos e profundos, diferentemente dos
caminhos comumente percorridos por homens do raciocínio unicamente objetivo ou
de ideais unicamente religiosos. Visto isso podemos então definir esoterismo de
uma forma sucinta e geral como “a ciência do oculto”. E como o esoterismo também
adentra nos estudo das leis da natureza concreta podemos igualmente
caracterizá-lo como ciência de dupla abordagem, pois tanto vem respaldar-se nas
leis cósmicas aplicadas aos valores subjetivos ou ocultos bem como nas leis reguladoras
dos fenômenos e situações humanamente visíveis, ocorridas no mundo material.
2. Como
o conhecimento esotérico se manteve até os dias atuais?
R. O verdadeiro conhecimento esotérico foi e
é basicamente respaldado pela prática. A teoria, por si só, não é suficiente
para levar o estudante a uma condição que transite do verdadeiro conhecedor ao
sábio. A teoria nasceu e decorre de tudo quanto aconteceu e acontece na
prática, e não o oposto. Pela prática, ao longo de recuados séculos e milênios,
muito do conhecimento esotérico manteve-se conservado. Entretanto, com o desaparecimento
de civilizações – algumas que a história nem chegou a registrar e outras que
somente foram conhecidas por fragmentos arqueológicos – as riquezas esotéricas
de antigas tradições, com algumas particulares exceções, ficaram perdidas para
a humanidade. Em consequência, o que veio a ser posteriormente manipulado pela
tradição de núcleos étnicos dos continentes foi somente pequenas porções daquelas riquezas.
3. A sabedoria oculta dos dias atuais não pode então ser considerada legítima?
R. O conceito de sabedoria oculta do passado
merece ser analisado por especial enfoque. Desejamos inicialmente afirmar que o
conhecimento esotérico que foi perdido pelo homem em eras passadas, pôde ser parcialmente
resgatado em determinadas situações. Há nas dimensões espirituais os registros
de tudo quanto o homem desenvolveu do conhecimento esotérico através das
idades, bem como das ciências ditas humanas. Deste ângulo nada verdadeiramente
se perdeu.
Entretanto somente em ocasiões foram
concedidas permissões para que sucessivas partes do conhecimento guardado
nestes arquivos fossem trazidas novamente a Terra para o atendimento das
necessidades humanas. Essas permissões aconteceram quando grandes civilizações
floresciam para o mundo terreno e magos e iniciados nas ciências ocultas
tiveram a incumbência de trabalhar e administrar o conhecimento esotérico para aqueles
novos ciclos, utilizando-se de partes do antigo acervo, vindo porém reelaborar
os seus anteriores aspectos exotéricos e esotéricos. Aqueles mestres do
conhecimento então reviveram velhas alegorias e vasta simbologia, vestindo-as
com os novos elementos culturais e valores psicológicos, reajustando-os e incorporando-os
às idiossincrasias da época nas diferentes civilizações.
Por outro lado os diversos ramos da ciência
concreta do presente já desvendam enigmas da natureza bem como da fisiologia
humana e do próprio mecanismo do pensamento. Os descobrimentos resultantes de
febris pesquisas com o auxílio de moderna tecnologia no campo da eletrônica, e
cibernética, acontecem com grande velocidade e aproximam níveis do conhecimento
acadêmico a alguns princípios esotéricos do passado. Em alguns casos – especificamente
nas estruturas da matéria física e suas funções orgânicas disciplinares e
comunicantes, vistas pela cibernética, principalmente na natureza, em humanos e
nos animais – ultrapassam aspectos do introdutório conhecimento esotérico
milenar. Nessa ótica, podemos então afirmar que certos princípios preliminares
do esoterismo prático das tradições, hoje mediante experimentos da ciência
humana tornam-se princípios exotéricos.
4. Que
são princípios exotéricos?
R. São níveis preliminares do conhecimento
oculto esotérico, ou seja, do conhecimento da natureza natural física,
emocional, mental e psicológica do homem e dos reinos da natureza, levados ao
povo em níveis menores, e quando necessário com alegorias e simbolismos. Neste
particular o conhecimento doutrinário das religiões mundiais é na sua maior
parte trabalhado nesses paradigmas a fim de produzir para os devotos pontos de
fáceis referências ou ancoradouros que lhes permitam exercitar a sua fé. Nesta
linha muitas histórias de líderes ou mártires religiosos que nos pseudo eventos
terrenos envolvem situações extraordinariamente inverossímeis, não foram,
contudo, nas suas narrativas, totalmente irreais, estando encobertos com
inteligentes disfarces de muitas verdades ocultas ou esotéricas.
5. Como
entender melhor esta última afirmação?
R. No velho testamento, no segundo capítulo do
Êxodo, temos a história do nascimento de Moisés. Segundo o relato, Moisés,
quando recém-nascido, foi posto num pequeno cesto e colocado sobre as águas do
rio Nilo por sua verdadeira mãe, e resgatado destas mesmas águas pela filha do
faraó, a qual o protegeu, dando-o a sua verdadeira mãe para cria-lo. Também
sobre Baco, nascido no Egito é contada a história segundo a qual ele seria
filho de uma ninfa com o deus Júpiter, e teria realizado semelhantes e
prodigiosos feitos na idade adulta, como fizera Moisés.
Já na Índia, Krishna, tal como acontecido com
Jesus de Nazaré milênios depois, teria sido escondido entre pastores e
vaqueiros quando recém-nascido, a fim de não ser assassinado pelo rei Kansa,
matador de inocentes. Herodes, no tempo de Jesus, foi também o rei a quem se
atribui a ordem de mandar matar inocentes, com o objetivo de tirar a vida
daquele ao qual ainda não conhecia e que seria o Salvador dos homens. Os pais
de Jesus, como conta o Novo Testamento, tiveram de fugir com ele para o Egito a
fim de o salvarem da morte.
Ainda no Velho Testamento, no primeiro
capítulo do Gênesis, é contado que Deus criou o mundo e a natureza em seis
dias, descansando no sétimo dia. Os esotéricos sabem que a criação do mundo
levou incontável tempo para se consumar, mas este tempo da criação foi dividido
em sete períodos. Estas poucas alegorias servem para demonstrar ao estudante
atento e observador que por detrás de relatos místicos, alguns incongruentes, existe
o verdadeiro fio da meada que os formuladores da linguagem religiosa
conseguiram ocultar. Nas tradições religiosas sempre existiram aspectos
públicos ou exotéricos calcados nos ocultos, reservados ou esotéricos.
6. Por
que o conhecimento oculto ou esotérico precisou ser resguardado através dos
tempos?
R. A evolução humana na Terra segue a
diretriz estabelecida pelo Criador segundo a qual é necessário ao homem obter
conhecimentos de sua natureza a cada reencarnação. É notório certas almas
avançarem mais que outras, e isto, ao cabo de certo tempo, e de acordo com a
maturidade alcançada por aplicação própria, vem conduzi-las a posições de
vanguarda nas raças.
Nesta linha de bom aproveitamento chegará o
momento em que o homem no seu cogitar não mais se satisfará tão somente com os
valores terrenos, lhe sobrevindo à necessidade íntima de conhecer-se melhor e a
Quem o criou. Esses aspectos do conhecimento são mais sutis que os comumente
manipulados no dia a dia, mas por sua natureza tornam-se mais poderosos nos
seus resultados quando corretamente aplicados. Haverá para o homem no estágio
de neófito do conhecimento esotérico, a necessidade do aprendizado meticuloso e
do submeter-se a muitas disciplinas a fim de aprender o uso dual das energias
que permeiam todas as formas de vida. Ademais, deve o homem conhecedor firmar o
compromisso de não revelar de maneira clara e insensata às pessoas ainda não
preparadas, daquilo que aprendeu. Essa norma, no passado, sempre foi muito
rigorosa na sua observação, pois além de tratar de não expor desnecessariamente
a vida alheia aos efeitos contrários do mau uso do ocultismo zela também pela
sua própria vida.
7. Como entender mais claramente estes fatos?
R. As ciências ocultas oferecem reais perigo
a quem se lança para desvendá-las nos estágios mais avançados. Aqueles
estágios, evidentemente, serão somente alcançados por sacerdotes ou iniciados
que entregam suas vidas a intensas e febris pesquisas, ao trabalho meditativo
diário e às profundas experiências com a matéria dos mundos ou dimensões.
Alguns destes estudiosos podem ser encontrados nas ruas ou nos seus trabalhos,
no dia-a-dia de suas atividades, e nada de especial neles será notado pelas
pessoas de vida comum que pudesse diferenciá-los da massa humana. Entretanto,
há nessas almas uma íntima determinação férrea de cada vez mais avançar no
conhecimento e realizar-se na sabedoria oculta a fim de atingir níveis de maior
perfeição do espírito. Nas suas práticas esotéricas estabelecem metas e se
submetem conscientemente aos riscos que tais práticas avançadas possam
produzir.
Outros nascem e renascem em países onde a
vida asceta é facilmente encontrada em templos das religiões budistas, taoistas,
bramânicas, muçulmanas etc., e voltam a submeter-se aos cansativos rituais, às
orações diárias e práticas meditativas. Vivem somente com o pensamento de
alcançar objetivos espiritualmente maiores, satisfazendo-se com o atendimento mínimo
de suas necessidades físicas, a nada aspirando da vida material. Estes dois
exemplos demonstram o uso do livre arbítrio diante de situações cármicas
possíveis.
A prática do esoterismo para o homem moderno,
contudo, quando bem orientada e seguida criteriosamente pelo estudante nos
estágios menores e médios, não oferecerá risco drástico à sua integridade
física e mental, desde que já não possua moléstias irreversíveis. Mesmo porque
larguíssimo percentual de postulantes no planeta não reúne ainda condições
satisfatórias e seguras para alcançar o nível de um verdadeiro Dharmakâya, que
lhes exigiria o domínio perfeito de todas as suas inclinações egocêntricas,
desde as mais sutis até às praticamente imperceptíveis.
Entretanto, a condição básica para o sucesso
do estudante do esoterismo que possua a alma suficientemente vivida nos ciclos
evolutivos dos milênios, e aspire de fato trabalhar suas qualidades morais,
intelectuais e fraternais, é estar disposto ao serviço desinteressado ao
próximo. Estes fatores, quando bem colocados e ajustados ao cotidiano do
estudante moderno, certamente o levarão a conquistas mais proveitosas em sua
vida, e o ajudarão a compreender certas situações que antes não compreendia por
nelas estar agora inserido positivamente. Algumas qualidades como, por exemplo,
observação, compreensão, pensamento universalista, perdão, não ofensa, não
agressão, honestidade, respeito ao próximo, silêncio, paciência, não luxúria e
cautela, devem fazer parte do cartel mental do estudante que esteja a buscar níveis
do conhecimento verdadeiro, além de outras que se desdobrarão e se ampliarão à
medida que o estudante vá evoluindo na senda da espiritualidade.
Ao homem preso ainda ao convencional da vida
terrena, possuidor de princípios nem sempre razoáveis, impressionável,
especulador, volúvel, sensual, orgulhoso, discriminador, ambicioso, violento ou
fanático, não é sensato nem plausível ensinar-lhe as práticas do conhecimento
esotérico. É necessário antes resguardar-se de não “lançar pérolas aos porcos!”,
como citou Jesus na sua memorável parábola, pois a lei cármica prevê que
faltosos antes de tudo precisarão redimir-se de suas faltas. E “porcos” nesta
acepção são os homens de pensamentos e auras sujas e impróprias ainda para o
conhecimento esotérico.
8.
Decorridos tantos milênios e tendo vivido tantas e diversas situações, a
humanidade não deveria estar mais adequada a receber e praticar ensinamentos
esotéricos mais avançados?
R. A
natureza é vasta e múltipla nas suas espécies. Há a necessidade de situações
diversas para que haja o equilíbrio de suas leis. Neste quadro, os reinos
interagem e coparticipam da evolução. O homem é o principal agente
transformador da natureza. Mesmo com a interferência humana as mudanças nos
reinos se processam em considerável lentidão, sob a harmonia e ritmo que o
Criador determina.
A humanidade sendo o quarto reino da
natureza, não foge ao seu ritmo na decorrência dos ciclos da evolução do
planeta Terra. Excetuando-se a era denominada Era de Aquário em que começamos a
entrar, onde certos valores mentais e certas condições da matéria passam por
rápidas transformações, a vida humana evoluiu por milênios nos padrões que o
homem pôde vivenciar.
Assim, qualquer transformação rápida que por
ventura pudesse ocorrer nos processos do aprendizado mental da humanidade, nas
eras e ciclos passados, certamente traria profundas e prematuras mudanças ao
comportamento dos reinos e espécies, que se revelariam perniciosas ou antinaturais
para o conjunto vida. Não obstante, nos dias atuais, parte da humanidade já
vivenciou suficientes lições e mesmo sem a iniciação esotérica vem alcançando
status desejável para as metas evolutivas futuras estabelecidas pelo Criador.
9. Por
que a sabedoria esotérica é necessária ao homem?
R. O homem evolui em consciência através dos
ciclos. Os primeiros habitantes humanos da Terra, ao contrário do que supõe a
história mundial, não foram os homens das cavernas. Eles representavam ramos
decadentes de civilizações mais avançadas que tinham surgido anteriormente no
planeta.
O homem, segundo ensina o esoterismo, possui
basicamente constituição sétupla, sendo o seu corpo físico o sétimo na ordem do
superior para o inferior. Esta constituição de corpos ou veículos de
manifestação tem a ver com a matéria conformadora dos mundos superiores ao
físico. O conhecimento deste princípio da fisiologia dos corpos é básico e
fundamental para que o homem comece a entender de sua origem inteligente e
divina, e consequentemente de seu verdadeiro papel aqui na Terra. Mas torna-se
difícil explicar ao homem ainda não suficientemente evoluído estas verdades
ocultas, se sua percepção ainda se encontra fortemente arraigada aos sentidos
físicos.
Nem é possível estabelecer paradigmas para
fins de comparações, se o cérebro humano não possua, ainda, mais do que o treino
básico experienciado em situações vividas pelo instinto, e seu intelecto esteja
em fase de adequação, porquanto somente no continuado uso da ciência humana que
o homem virá obter melhor conteúdo. Nesses esforços paradigmáticos é esperado
que a consciência humana acumule um mínimo de qualidade e desenvolva lúcidas cogitações
em sua íntima esfera psicológica, onde seu ego forçosamente esteja inserido.
O esoterismo é a luz da verdade e a verdade a
todos pertence, pois somos de origem divina. Portanto nunca houve fatores
elitistas ou discriminatórios provocados por escolha divina a fim de que
somente parte da humanidade avançasse no conhecimento e sabedoria espirituais ao
abraçar as ciências ocultas. Na verdade a escolha por um sacerdócio espiritual
esotérico que alguns milhões fizeram no passado, aconteceu num momento
evolutivo que lhes permitiu aprender com maior profundidade sobre a vida e obra
do Criador e sobre as suas próprias vidas pessoais.
O conhecimento exotérico esteve do mesmo modo
disponível para muitos milhões, e foi motivo de exagerada devoção, crendices
tolas e fanatismos idólatras, que produziram males, aberrações e crimes,
malgrado o esforço dos iniciados para esclarecer os erros de interpretação.
No futuro cairão por terra as censuras e os
cuidados por vezes exagerados que os estudantes do esoterismo atualmente têm, que
no passado também tiveram, para proteger e preservar os segredos da criação,
pois há a projeção de que em ciclos futuros uma parcela maior da humanidade,
por diversos caminhos, alcançará certa maturidade libertando-se de dogmas
aprisionantes. Essa maturidade se demonstrará pela livre escolha de seu
aprendizado, e o esoterismo será visto e respeitado como ciência da vida num
plano de experimentos e realizações mais elevadas, claras e de muitos modos
seguras, comparativamente com o que hoje não realiza a alta ciência acadêmica
com sua perigosa tecnologia em algumas áreas.
10. Que
outras definições podemos formular do esoterismo?
R. O esoterismo é uma ciência tão ampla e
abrangente que poderíamos dar inúmeras definições que nunca traduziriam
exatamente o que seja. Isto ocorre porque no esoterismo são encontrados
princípios importantes aplicados à organização da Vida, que são causas e efeitos
globais, e por seu intermédio tentamos explicar a ideia existente nos
acontecimentos e fenômenos tangíveis e não tangíveis. O relativismo de suas
definições já se demonstra no fato de que acontecimentos naturais da vida são
em grande parte subjetivos, acusados na maioria das vezes somente através da
intuição. Nada é tão absolutamente concreto que não determine dúvidas e
reflexões sobre sua existência também imaterial, e nada é tão comprovadamente
invisível que não produza algum aspecto tangível de que natureza for.
Isto acontece porque os sete mundos que
permeiam o sistema solar são interdependentes. Mas, segundo concepções, a
matéria do universo é uma só diferenciada nos mundos ou dimensões por seus
diversos estados ou padrões vibratórios. Assim o que podemos fazer é somente
tentar trazer outras definições do esoterismo com base na subjetividade
implícita nas próprias formas objetivas do universo. Diríamos então em três
definições, que:
1. Esoterismo
é a ciência do Criador que encerra em Si todos os acontecimentos e fenômenos
subjetivos e objetivos, abstratos e concretos, implícitos e explícitos na
construção do universo, em dimensões exatas, naquilo que entendemos como tempo
passado, tempo presente e tempo futuro, e tudo, simultaneamente, acontecendo
neste exato momento.
2. Esoterismo
é a essência de toda ação do Pensamento de Deus através de Suas expressões e
relações de Vida e Consciência.
3.
Esoterismo se torna uma ciência exata unicamente quando nela reconhecemos o
verdadeiro Pensamento Criador como Inteligente Vida materializada num planeta,
num sistema solar, numa constelação, numa galáxia e em todos os possíveis
sistemas vivos e pulsantes, construídos com energia e força cósmicas em
simultâneas existências objetivas e subjetivas.
Portanto, as três grandes emanações de Deus
por nós conhecidas substanciam as três definições aqui formuladas sobre o
esoterismo.
CAPÍTULO
II
CORPOS
DO HOMEM E SUAS RELAÇÕES
1. De
que maneira o esoterismo explica o fato de o homem não possuir somente corpo e
alma como dois únicos aspectos de sua vida?
R. O esoterismo não nega o fato de o homem
possuir corpo e alma, porém amplia esta afirmação evocada pela igreja. É
compreensível que no passado a igreja ensinasse para melhor entendimento dos
religiosos que o homem, em sendo corpo e alma, trouxesse consigo uma origem
terrena e outra divina. Esta ideia, entretanto, já começa mudar em certa medida
porquanto pensadores e filósofos da própria igreja, aprendendo dos conceitos da
moderna e arejada psicologia sobre os diversos níveis da alma, retransmitam ao
seu público noções mais elásticas e variadas da versatilidade do sistema humano
sob uma égide de vida e aparência.
É impossível fugir da realidade subjacente de
que a sensibilidade humana não pode ter origem no cérebro de um corpo sólido
como o físico e que todas as suas qualidades e defeitos terminam quando este
corpo se desintegra. O intelecto humano já evoluiu o suficiente a ponto de
entender o substrato do pensamento como algo acima do cérebro físico, e as
sensações – embora num contexto de causas universais – tenham ao mesmo tempo vida
caracteristicamente idiossincrática individual. A alma sendo algo imaterial
(sob o sentido da visão e intelecto comum) não pode ser unicamente um corpo
etéreo que flutua e voa aos páramos do Onipotente quando deixa a Terra após bem
cumprida missão. Nem tão pouco precisa ser uma forma densa e pesada, embora mais
leve do que o corpo físico, que envolta no pecado viverá a eternidade nas
profundezas do inferno. Estas alusões que ainda permanecem somente contribuem
para o entendimento errôneo do religioso sobre uma realidade espiritual.
2. Como
então entender a fisiologia do homem?
R. O homem é na verdade, em ultérrima
definição, uma unidade de consciência ou centelha divina, chamada mônada. A
mônada é o verdadeiro espírito puro, nascido do Criador, que mergulha nas
dimensões ou mundos para experienciar e tornar-se mais consciente do universo
em que se manifesta. Para esta finalidade precisará possuir corpos ou veículos
de manifestação e assim conhecer as diversas situações dos mundos de nosso
sistema solar. São sete os mundos; sete também são as qualidades da matéria e
sete são os corpos básicos do homem. Desta maneira, cada corpo utilizado pela
mônada deverá estar revestido pela matéria de um respectivo mundo. Neste
pensamento temos então o seguinte:
MUNDOS OU
PLANOS MUNDOS OU PLANOS CORPOS DO HOMEM
1. ADI MUNDO DIVINO “DOMÍNIO DE DEUS”
2. ANUPADAKA MONÁDICO MÔNADA OU
ESPÍRITO PURO
3. ATMA MUNDO ESPIRITUAL ATMICO OU ESPIRITUA
4. BUDDHI MUNDO INTUICIONAL BÚDICO OU INTUICIONA
5. MANAS MUNDO MENTAL MANAS OU MENTAL
6. KAMA MUNDO EMOCIONAL ASTRAL
OU EMOCIONAL
7. STHULA MUNDO FÍSICO 1. ETÉRICO OU VITAL
2.
FÍSICO OU DENSO
3. Que
é alma?
R. Alma é a energia cósmica universal que
potencializada na endogenia espiritual do homem em formação manifesta-se nele
em crescente vida psíquica, levando-o etapa após etapa a caminhos
experienciais, sob o determinismo de leis evolutivas. De maneira geral e
sucinta o esotérico reconhece três princípios básicos que se manifestam no
cosmos que, em dimensão menor, vêm formar os aspectos estruturais do ser ou
ente humano. Estes princípios estão na própria existência de Deus, e no homem
são denominados espírito, alma e personalidade. Portanto, a alma é um dos
princípios que já existia no pensamento arquetípico do Criador em estado
germinal antes mesmo de o homem vir á existência.
4. De
que forma espírito, alma e personalidade se relacionam?
R. Nos parâmetros terrenos o termo homem
significa o representante mais evoluído do reino animal. O homem é o animal
bípede que desenvolve o raciocínio e o manifesta pela razão. A criatura de Deus
não é somente o homem terreno, mas também sua alma e seu espírito. Estes
aspectos: o humano ou terreno, a alma ou superior e o espírito ou divino,
compõem uma totalidade do ser, que por falta de melhor significado é chamado na
sua generalidade de homem.
Neste segmento devemos entender que o homem,
como analisado, não é o ser terreno separado da alma e do espírito por uma
invisível cortina. O espírito puro ou mônada, desde que veio à existência
emanado do Criador, busca por experiências que precisam ser trabalhadas e
desenvolvidas com a ajuda da alma e do ser terreno (o aspecto personalidade).
Entretanto os três são decorrências de uma só ideação nascida na Mente de Deus,
(o Pensamento Original), sob o desdobramento de três grandes princípios
cósmicos: Primeiro, Segundo e Terceiro Logos (ou Pai, Filho e Espírito Santo)
contidos num outro princípio universal denominado Vida Una.
Quanto à forma como espírito, alma e
personalidade se relacionam, há segmentos que se revestem da matéria de cada
mundo ou plano de existência e que se interligam pela vibração energia-vida com
os respectivos estados de consciência de cada individualidade.
5. Que
é personalidade?
R. O termo personalidade origina-se do latim persona, que quer dizer máscara. Em realidade, a personalidade
que todos possuímos é uma forma vibrante apresentada pela alma ao mundo
objetivo. A personalidade é um reflexo imperfeito da alma. Mas a personalidade
é também um aspecto da alma na vida terrena, limitada pela matéria em seus
diversos graus de existência. A alma vibrante em seu mundo mais acima detém na
memória todas as experiências adquiridas pelas muitas personalidades que
encarnou. A alma por ideação e por um processo de transposição faz fluir sua
energia e consciência para os corpos que compõem a manifestação da personalidade;
portanto a personalidade é um aspecto da alma organizada para as necessidades
terrenas e espirituais da vida humana. Nos ensinamentos esotéricos, a alma,
como existência em seu próprio mundo, é também chamada de ego superior ao passo
que a personalidade é chamada de ego inferior.
6. A
alma então tem dupla forma?
R. A alma possui um só conteúdo. A
elasticidade em existir tanto como personalidade quanto ser ela mesma no seu
próprio mundo, é uma condição de sua existência para aquilo que a mônada
necessita experienciar. Entretanto, a personalidade nas lidas do mundo físico
desenvolve a ideia ou sensação de estar separada de sua origem. A complexidade
de fatores que convergem para formar e modelar uma personalidade terrena provém
desde os primórdios da edificação, caracterização e substanciação dos corpos do
homem. No princípio da existência primitiva e tendo pouca bagagem terrena, os
valores mentais do homem ainda não são suficientes para que ele se manifeste
senhor de seu mundo sendo, desta maneira, guiado pelo ser instintivo assente em
seu próprio mental, herdado principalmente de suas experiências elementais e do
reino animal.
A alma, desde sua manifestação leva o homem
através de seus corpos mental, emocional, etérico e físico a experienciar e
realizar. Este estímulo pouco a pouco produz no homem um alargamento de suas
possibilidades mentais e emocionais, o que o faz crescer, por muitos milhares
de anos, em conhecimento, obrigando-o a preocupar-se muito mais com o efeito
produzido pelos seus corpos no mundo físico do que propriamente com a sua causa
original e pura.
7. Como
entender o ego superior sendo a alma?
R. De maneira tal que possamos diferenciar a
sua ação como personalidade chamada de ego inferior. Ego inferior evoca o entendimento
de uma presença caracterizada por valores particulares, pois ego é o “eu”
pessoal. O ego superior reside no seu próprio mundo, o plano mental, no qual
detém as rédeas do ego inferior ou personalidade. O ego superior é de certo
modo o mentor e o coletor de todas as experiências vividas pelo ego inferior
nas suas múltiplas vidas no mundo terreno, e os registros de seus bons valores
conquistados são armazenados no corpo causal onde o ego superior é a própria
alma. Entretanto, ego superior evoca muito mais do que estar no corpo causal ou
ser a própria alma causal, pois acima desses princípios manifestados, o ego
superior alcança o estado de alma espiritual em planos mais ainda elevados onde
a mônada ou espírito puro detém maior presença.
8. Como
a personalidade se organiza?
R. A personalidade constitui-se basicamente
dos corpos físico, etérico, astral e mental. Estes corpos, conforme já vistos,
são organizados pelos átomos das matérias de seus respectivos mundos de existência. Temos
assim o corpo físico feito de matéria física densa, o corpo etérico feito de
matéria física etérica, o corpo astral feito de matéria astral e o corpo mental
feito de matéria mental.
9. Que
é o corpo físico?
R. O corpo físico sendo o sétimo corpo ou
revestimento externo da manifestação alma humana no planeta Terra é composto de
sólidos, líquidos e gases. É o mais denso dos corpos do homem. Sob a ótica da
ciência material, o corpo físico organiza-se fundamentalmente sob dois
principais níveis, que são:
1. O sistema elétrico do cérebro, medula
espinhal, nervos e órgãos sensoriais.
2. O sistema químico dos vários hormônios e
dos órgãos produtores de hormônios, além de carne, músculos e ossos. Nestes
dois níveis é possível destacar:
a. O sistema simpático que regula a ação
inconsciente dos movimentos autônomos vegetativos dos órgãos, constituindo o
sistema nervoso orgânico.
b. O sistema cérebro espinhal que regula a
ação consciente, constituindo-se no sistema central (cordões nervosos). O
sistema nervoso periférico (nervos) também regula o consciente.
Esta organização funcional estabelecida pela
ciência acadêmica seria perfeita para o corpo físico humano se o entendêssemos
como uma máquina desligada. O corpo físico humano não tem volição própria, ou
seja, ele não é autônomo quanto ao seu funcionamento. O cérebro físico sozinho
não conseguiria mantê-lo coeso trabalhando como uma unidade sem a ação diretiva
da mente. A mente não se origina do cérebro físico. Assim a mente precede a
todos os movimentos e ações do cérebro físico, quer sob os níveis
inconscientes, subconscientes ou conscientes. Sem esta presença diretora o
corpo físico sequer nasceria organizado. Até mesmo os reflexos instintivos e
condicionados originam-se na mente e não propriamente no cérebro. Portanto, o
corpo físico em si mesmo na personalidade é a sombra da alma, ao passo que a personalidade,
na sua expressão de quatro corpos, condicionada a um sistema organizado, é o
imperfeito reflexo da alma. A própria personalidade na sua totalidade de quatro
corpos é também chamada de a sombra da alma.
10. Que
é o corpo etérico?
R. Corpo etérico é o veículo constituído dos
quatro éteres fundamentais que interpenetram o espaço encontrado na região
entre o mundo denso e o mundo astral. Esta região é chamada de mundo etérico. O
corpo etérico é um tipo de condensador do corpo físico, pois além de atuar com
os seus quatro éteres para a qualificação dos órgãos físicos, detém e repassa,
principalmente, a energia prânica ao corpo físico.
O corpo etérico é também chamado de corpo
vital por ser justamente o elemento que nutre os órgãos físicos de energia a
fim de que realize funções. A energia prânica por ele dispensada possui um
magnetismo natural que produz a coesão das células em todos os órgãos. Outra
denominação do corpo etérico é de corpo prânico ou veículo do prâna.
11. De
que maneira acontece a atuação do corpo etérico sobre o corpo físico?
R. O corpo etérico é nutrido pela
energia prânica e atuado pelas variações prânicas cósmicas; estas
últimas provindas do sol, da própria Terra, de outros astros e sistemas solares.
A energia prânica além de penetrar o corpo etérico pelo sistema de chacras
daquele corpo, notadamente o esplênico, o penetra também através de seu sistema
respiratório e indiretamente pelas cotas de prâna contidas nos alimentos. Chackras, por
oportuno, são discos que se localizam na superfície do corpo etérico realizando
nele as funções de assimilação e distribuição de energias. Estão ligados aos
órgãos etéricos por meio de canais chamados nadis, atuando, principalmente, no
sistema glandular. O corpo etérico é, em algumas instâncias, semelhante ao
corpo físico. Na realidade, a forma do corpo físico é uma réplica materializada
do corpo etérico; assim, por correspondência direta, os órgãos físicos
assimilam as energias provindas dos órgãos etéricos, vitalizando-se.
12. Qual
é a principal razão da existência do corpo etérico?
R. O corpo etérico é uma forma naturalmente
criada para que o corpo humano possa atuar na vida física de maneira
inteligente e coordenada. Ele é o resultado de um condicionamento do modelo
cósmico, protótipo do homem perfeito. O mundo etérico produz também os moldes
de todas as formas de vida que surgem no mundo físico. O éter cósmico que a
tudo interpenetra vem suprir o mundo físico com quatro éteres planetários, a
fim de que todas as formas de vida da Terra cresçam e evoluam na Consciência do
Criador. Como o homem tem a necessidade de possuir um veículo mais apurado e
responsivo para a sua manifestação na Terra, o corpo etérico, sendo a matriz do
corpo físico, detêm na sua fisiologia todas as possibilidades orgânicas e
energéticas que suprirão ao veículo físico de potencialidades.
13. Onde
se localizam os chackras do corpo etérico?
R. Chackras sendo discos, rodas ou centros
de atração, se localizam na superfície do corpo etérico a fim de captar energia
solar e cósmica e as distribuir para a vitalização dos órgãos físicos e do
organismo em geral. Estas são as funções mais comuns dos chackras para a
maioria dos seres humanos, embora haja outras condições no plano evolutivo cuja
participação dos chackras seja de capital importância na captação e distribuição de
energia.
Os chackras centrais no corpo etérico formam
um sistema importante com sete discos, ficando a aproximadamente 6 a 12 mm de
distância do corpo físico, podendo alcançar de 5 a 15 cm de diâmetro. São os
seguintes estes chackras e suas localizações:
SÂNSCRITO PORTUGUÊS LOCALIZAÇÃO APROXIMADA
1. SAHSRARA CORONÁRIO ALTO DA CABEÇA
2. AJNA FRONTAL ENTRE OS SUPERCÍLIOS
3. VISHUDA LARÍNGEO GARGANTA
4. ANAHATA CARDÍACO CORAÇÃO
5. SVASTHISTHANA ESPLÊNICO BAÇO
6. MANIPURA UMBILICAL UMBIGO E PLEXO SOLAR
7. MULADARA BÁSICO BASE DA COLUNA
14. Que
mais se pode dizer das energias que adentram o corpo etérico?
R. Conforme dito anteriormente a energia
prânica sendo a mais substancial em termos de resultados físicos, pode adentrar
o corpo etérico tanto diretamente pelos chackras, como também pela respiração,
pele e alimentos. O processo de armazenamento prânico, contudo, através da
respiração vem conduzido pelo hábito respiratório inconsciente. Quando o homem
inspira, o ar lhe penetra os pulmões via condutos nasais, garganta e traqueias.
Entretanto, junto com o ar atmosférico vem o elemento prânico que, se separando
do ar, vai aos pulmões etéricos. Daí realizarem-se as funções pulmonares
físicas e etéricas de incineração dos restos alimentares que navegam pelo
sangue, e a vitalização das células do corpo no sistema sanguíneo.
Quando a energia prânica solar chega ao corpo
através principalmente do chackra esplênico ela é conduzida a cada região
orgânica onde os outros seis chackras realizam respectivas funções vitais. Esta
condução se realiza por intermédio de segmentos chamados nadis, que são canais
de ligação espalhados por todo o sistema principal de chackras. Assim, os
órgãos e glândulas endócrinas do corpo etérico recebem os glóbulos energéticos
da atmosfera carregados de prâna.
Os alimentos, da mesma forma, possuindo
concentração prânica nas suas células virão contribuir tanto para ativar o
processo digestivo como para fortalecer as células orgânicas do corpo etérico.
E como o corpo etérico retransmite ao corpo físico as quantidades de energia,
este trabalho determina, ao final de tudo, o processo de saúde de ambos os
corpos.
15. Se
o corpo etérico não tiver boa saúde o corpo físico também não terá?
R. Sim. O corpo etérico é bastante sensível
aos elementos presentes na natureza. Certos gases de origem química, vapores
etílicos, o cigarro, a mastigação do tabaco, alimentação imprópria e carregada
nos temperos, uso vicioso de drogas, medicamentos muito fortes ou absorvidos em
excesso e outros hábitos antinaturais, são nocivos à saúde do corpo etérico e o
adoecem. O corpo etérico é basicamente o condensador do físico e quando ele
falha o equipamento carnal também falha. Há entre o corpo físico e o etérico
uma relação tão estreita de trocas que quando um produz a causa, o imediato
efeito repercute no outro.
Acresce que é através do corpo etérico que as
dosagens de resgates cármico virão se materializar no corpo físico e, portanto,
já no seu nascimento o corpo etérico poderá vir com certas funções cerebrais,
orgânicas, glandulares e estruturais interrompidas ou prejudicadas. Assim as
disfunções ou más formações genéticas originadas pelo carma individual
comprometem o cérebro, o sistema orgânico, a formação óssea do esqueleto, a
massa carnal e muscular ou a sensível rede nervosa do aparelho físico.
Por outro lado, hábitos viciosos mentais e
alimentares, excessivas práticas sexuais ou de má condução moral, o continuado
esforço físico sem o necessário repouso, o dormir demasiado, a insônia de fundo
nervoso sem o adequado tratamento espiritual, a irritação permanente, as
atitudes de doentia intolerância, causadoras de males pessoais e a terceiros,
são também agentes contributivos de ações e reações que se repercutem
negativamente na saúde de ambos os corpos aqui tratados.
16. Que
é o corpo astral?
R. Corpo astral é o chamado corpo das
sensações ou corpo das emoções. É o terceiro corpo no homem contado de baixo para
cima, ou seja, tomando-se o corpo físico como o primeiro. Nos tempos atuais
podemos considerar que o corpo astral encontra-se bastante trabalhado por
grande parte da humanidade. Na verdade, um percentual bastante alto de seres
humanos no planeta vibra preponderantemente na tônica astral.
Na época da civilização atlante os valores do
corpo mental concreto não tinham maior desenvolvimento, comparativamente ao
homem moderno. O mundo astral era o grande celeiro de energias de que os
atlantes se utilizavam tanto para os recursos diários como para suas atividades
espirituais. Era mais fácil atingir o plano astral com a vidência e receber
conscientemente suas energias do que hoje. Na realidade a vidência era-lhes
natural e a saída em corpo astral não lhes requeria esforços. Embora atualmente
estes fatores não estejam tão facilitados como na época da civilização atlante,
o corpo astral é ainda predominante na formação da personalidade humana.
O homem passa por intensas provações
emocionais e sentimentais através das muitas vibrações deste corpo a despeito
de seu desenvolvimento mental. Isto o coloca com certa frequência em situações
em que a deflagração do automatismo emocional necessita ser contraposta e
superada pela ação da mente racional.
17. Como
entender esta última afirmativa?
R. As emoções sediadas no corpo astral são
comumente estimuladas por fatores externos que despertam os reflexos
condicionados no ego. Fatos acontecidos nas relações da vida humana, pensamentos
deprimentes remoídos e acalentados, tensões diárias, desejos insatisfeitos,
etc., vêm muitas vezes causar imediatas reações emocionais ou sentimentais nas
estruturas psicológicas do ego.
Há no
ego humano uma estreita relação entre o processo instintivo mental e as
emoções. O pensamento muitas vezes atua como um interruptor que sendo acionado
pelo consciente ou subconsciente provoca as reações que alcançam os níveis mais
sensíveis do ego não suficientemente trabalhados ou não contidos em suas
respostas. Estas reações, no entanto, não param senão ao alcançar e envolver
rapidamente subníveis astrais e etéricos dos corpos espirituais onde existem vários
tipos de patogenias que já torturam ao psiquismo humano. Além dessas, no homem
invigilante quanto a sua espiritualidade, encontram-se corriqueiramente novas
formas de energia em seu arsenal psíquico prontas a eclodir a qualquer momento,
que mais ainda virão tortura-lo.
Muitas patogenias já vêm embrionárias no
código genético do ego a cada encarnação do ser humano e ao correr do seu crescimento
físico vão sendo ativadas. A continuidade descontrolada do processo
mental-emocional provoca agravamento no potencial de energia negativa
armazenada na sua psique, vindo essas energias de baixo teor vibratório
externar-se em doenças que alcançam o corpo físico Daí estarão drenando a sua
saúde orgânica e mental, suas reservas emocionais, e por extensão suas
finanças. [Ver nossa obra, Noções Gerais do Carma:
https://arcadeouro.blogspot.com/2021/05/nocoes-gerais-do-carma-r.html
18. De
que maneira acontece a transferência das emoções do corpo astral para o corpo
físico, provocando doenças?
R. O corpo astral em sendo o gerador e o
depositário das emoções humanas provoca muitos resultados no corpo físico,
justamente por ser este último a referência final da consciência externa do
ego. Todos os males adquiridos pelo ser humano acabam de todas as formas por
alojar-se no seu corpo físico quer por contração de vírus, bactérias,
micróbios, amebas, etc., quer pelo produto das desarmonias mentais ou
emocionais. Todas as formas de vida geram ou são geradas por diferentes tipos
de energia e nisto incluem-se os pensamentos e as emoções. O corpo astral ao
vibrar ódio, por exemplo, retransmite pelo seu cérebro ondas de energia
negativa que virão se espalhar por sua sensível rede nervosa e seu sistema de
chackras, notadamente o cardíaco e o umbilical. Há então pequenas ou maiores
convulsões da energia naquelas áreas afetadas, lembrando minúsculos e
continuados abalos sísmicos de terremotos. Quase de imediato estas convulsões
se projetam pelos condutos ou nadis em direção ao corpo etérico e daí vão
produzir resultados no corpo físico denso. Como consequência, a aura energética
que exsuda dos corpos astral e etérico, torna-se mais eletrificada e escurecida
como uma tempestade riscada de pequenos relâmpagos.
As reações tornando-se tempestuosas virão
atuar nas funções do metabolismo glandular dos corpos etérico e físico,
ocasionando alterações nos níveis da pressão arterial, no ritmo cardíaco e nas
principais funções dos órgãos do corpo humano. Assim, podem acarretar problemas
de arritmia cardíaca, hipertensão, infartos, aneurismas, alterações na produção
de glicogênio, agravamento da diabete, gastrites, etc.
19. Todas
as reações emocionais intempestivas vêm causar algum tipo de doença?
R.
Evidentemente que os exemplos anteriores foram trazidos de um quadro geral,
onde somente algumas disfunções e alterações dos sistemas orgânicos vêm ocorrer
ou agravar-se pela intensificação da descarga emocional do corpo astral sobre o
corpo físico. Cada caso é algo aparte. Muitas pessoas vivem hipertensas por
toda a vida sem que venham morrer da consequência desta anomalia. Outras têm
uma vida emocional intensa e agitada e somente em poucas ocasiões necessitaram
de um tratamento adequado buscando reequilibrar as relações mente-emoções.
Porém muitas se abatem moral e fisicamente pela intensidade das frequentes
descargas emocionais sobre o aparelho físico. O mal estar, as disfunções
orgânicas e as doenças generalizadas surgem ou se agravam sobre a linha de
menor resistência dos organismos de cada pessoa.
Há diversos
tipos psicológicos de personalidades humanas; uns são mais sensíveis e impressionáveis
e desenvolvem diversas patogenias, algumas destas trazidas de um carma que não
conseguem dele libertar-se há algumas encarnações. Outros, nem tanto; absorvem
com maior facilidade os impactos do emocional e minimizam os seus efeitos
perniciosos ao corpo carnal. Entretanto, qualquer dos vários tipos psicológicos
da vasta lista de peculiares personalidades terrenas, necessita, antes de tudo,
cristificar-se e aprender a eliminar os pensamentos que conduzem a acionar as
fortes reações emocionais.
20. Qual
é a forma estrutural do corpo astral?
R. O corpo astral vem conformar-se, segundo a
idéia original do Criador de formular veículos universalmente semelhantes, a fim
de que o espírito humano tenha melhores condições de neles habitar. Esta idéia
universal e cósmica em nosso sistema solar, que em nosso planeta seguiu os mesmos
princípios da formação dos corpos do homem milenar, persiste no homem do século
vinte e um. Entretanto, os corpos tomados pela centelha divina ou espírito para
a sua manifestação são construídos de acordo com o tipo de matéria respectiva a
cada plano ou mundo e de acordo com a sua necessária moldagem às condições
ambientais daqueles mundos.
Assim o corpo físico, por exemplo, ao possuir
maior materialidade na sua constituição, atende às necessidades humanas para o
mundo das formas densas e concretas. Já o corpo astral, sendo mais sutil e
delicado, é feito de matéria de natureza superior para atender as necessidades
do homem naquele plano. E consoante ao modelo elaborado pelo Criador, o corpo
astral vêm possuir, cérebro, órgãos vitais e sistemas orgânicos como os do
corpo físico humano, além de um sistema principal de chackras que se interliga
por meio de cordões ou filamentos chamados nadis.
21. As
sensações são prejudiciais para a saúde e espiritualidade?
R. Temos de considerar algumas circunstâncias
a que o homem se ache circunscrito no seu mundo de atividades e o estado
evolutivo que a humanidade alcançou neste momento.
As profissões modernas para serem bem
realizadas exigem, cada vez mais, do homem do século vinte e um, constantes
aperfeiçoamentos técnicos, adequações e cursos mais especializados. Esta
situação a cada ano vai se tornando mais global, pois o momento do planeta
Terra provoca a necessidade de maior proximidade entre os povos nos
relacionamentos comerciais. Esta situação mercantilista, que vem acirrar a
competição internacional, vem também provocar intensa ebulição no seio das
nações pela busca de maior produção e diversidades de produtos. Tanto a
competição interna quanto a externa, em que os países se acham mergulhados,
rivalizam-se em seus métodos e, em muitas circunstâncias, dependem uma da
outra.
Neste roldão de acontecimentos da economia
mundial está o homem na exata posição central de gerador dos fatos e,
simultaneamente, de coletor de toda a resultante. Em consequência da febril
atividade, ele é exigido a altíssimo dispêndio de energia mental, emocional e
física. E o preço desta quase irracionalidade o conduz a não conseguir ainda
equilibrar os gastos de energia relativos às necessidades do trabalho com a
recomposição através do descanso e lazer, a fim de alcançar harmonia e bem
estar pessoal.
Por outro lado, diversos outros problemas de
adaptação aos novos valores destes turbulentos tempos vêm também somar-se à sua
instabilidade. Assim, as sensações provocadas pelo seu descontrole emocional,
face aos problemas pessoais e vida atribulada, aceleram-lhe o surgimento das
desarmonias e doenças que lhe vêm à tona, liberadas pelo seu carma individual.
Como resultado, muitas pessoas passam a sofrer de insônia, estresse, fadiga,
enxaqueca, hipertensão, gastrite, infarto e de outras doenças mais graves.
Desta maneira, e sob este ângulo, o homem encontra-se confinado às sensações
produzidas pelos estímulos internos e externos que lhe causam prejuízos à
saúde.
Quanto aos prejuízos à sua espiritualidade,
nem todos podem a estes fatos computar, pois milhões não agem de acordo com os
ditames de uma consciência superior. E muitos, em decorrência de fanatizadas
atividades mentais, tornam-se insensíveis ao chamamento de suas almas para a
prática da espiritualidade, distanciando-se assim de um caminho que certamente
os levaria mais rápido ao autoconhecimento.
22. Que
outros fatores do corpo astral produzem sensações perniciosas ao corpo físico?
R. As emoções externadas do corpo astral
podem emitir gama variada de vibrações que farão o ego identificar-se com os
objetos de sua atenção. As sensações sempre habitaram no homem desde os
primórdios da existência terrena na era pré-histórica. O ego humano, naqueles
longínquos tempos, não estava ainda estruturado como está hoje na maioria das
pessoas, devido a que os seus veículos físico, etérico, astral e mental careciam
completamente de treino. Esta melhor configuração estrutural do ego veio ser
obtida mais tarde – no correr dos milênios de eras e ciclos – à medida que
novos valores emocionais e mentais puderam ser trabalhados.
Entretanto, ainda no período em que o
instinto comandava a quase totalidade das ações, este fator se mesclava a uma
gama sempre crescente de novas sensações provinda do corpo astral. Muitas raças
e etnias descambaram para a violência e guerras, exacerbando estes valores e os
recrudescendo nos atos de crueza e selvajaria para com os inimigos e prisioneiros
de guerra.
Em tempos mais recentes estas sensações que o
clima de violência e morte provoca, vieram se manifestar tanto nas guerras
além-fronteiras quanto nas disputas domésticas das nações, tribos ou
grupamentos étnicos. Em todos os continentes, diversas formas de organização da
vida provocaram com muita frequência a erupção do ódio, vingança e sádico
prazer de torturar e matar através dos rituais escabrosos de extermínio. Todo
este vasto leque de inferiores sensações resume-se, tão somente, no fator da
irracionalidade bestial que o homem guarda em sua alma ainda não liberta do
instinto animal.
Quem hoje vê o homem do século vinte e um não
consegue aquilatar quanto destas sensações malignas e tantas outras adquiridas
pelos séculos já ultrapassados, encontram-se ainda guardadas em seu íntimo
prontas a eclodir no primeiro momento propício. E todo este arsenal psíquico
não permanece sem produzir um resultado íntimo desastroso porquanto, à medida
que as diversas situações do mundo provocam no ego liberações de cotas desta
energia mal qualificada, elas vêm conduzir aos órgãos do corpo físico efeitos
corrosivos diversos, tumores cancerígenos e muitas doenças incuráveis.
23. Como
impedir que a energia mal qualificada no ego produza doenças ao corpo físico?
R. As sensações, porquanto residentes no
corpo astral são inevitáveis ao ego, quer sejam fortes e destemperadas quer
menos intensas e ao severo controle da vontade. As sensações neste caso, nada
mais são do que projeções da energia negativa ou mal qualificada que resiste ao
tempo nas muitas reencarnações do ego-alma.
Há também vários níveis no corpo mental do homem
em que a energia mal qualificada reside tanto em latência quanto ativada.
Quando fatores externos provocam estímulos ao ego, a energia mental pode vibrar
como sensações fortes associando-se àquelas afins do corpo astral. Este quadro
é muito comum em milhões de pessoas, sendo impossível deter a projeção das
sensações tão somente pela intenção.
Também nem sempre é possível deter-se as
doenças graves, produto da energia mal qualificada que se instalou nas células
do corpo etérico e que vêm se materializar no corpo físico. Entretanto, por um
trabalho mental de espiritualização e atitudes humanitárias é possível
desativar certos núcleos da energia negativa que corroem células, substituindo
a energia negativa pela positiva.
Desta maneira, os pensamentos otimistas e
perseverantes no bem motivarão sempre boas ações que conseguirão em muitos
casos mudar o foco da ação negativa, curando certas doenças.
24. Existem
sensações positivas no corpo astral?
R. As sensações, como explicado, são formas
de energia. Quando a energia é mal qualificada, ela produz sensações
distorcidas. Todavia quanto mais vá o ego evoluindo no cumprimento de seu papel
de incorporar a inteligência do Criador, as sensações de seu corpo astral
tornam-se mais e mais sutis, trazendo o ego para níveis de harmonia interior.
As sensações de espontânea alegria pela
felicidade alheia, ou a vibração de amor a um necessitado são, nestes exemplos,
incomparavelmente benéficas ao ego na sua totalidade. A permanente e consciente
presença da energia amor no ego o fortalece e o isenta de muitos males
trazendo-lhe uma vivente sensação de liberdade e alívio pelo dever cumprido.
Esta presença é a energia cristificada que em futuro próximo virá libertar
definitivamente ao homem disciplinado de seu carma terreno.
25. A
purificação do corpo astral se faz somente nesses procedimentos padrões?
R. O corpo astral sedia no ego todas as
formas de emoções, sensações, gostos, atrações, repulsas, etc., que dão a cada
personalidade um tipo pessoal e de muitos modos característico. O ser
instintivo, que na maioria das vezes impulsiona o homem para ações e reações
diversas, está instalado no seu corpo mental. Este importante componente da
estrutura ego-personalidade, comunica-se instantaneamente com as emoções e
sensações em certos níveis inferiores do corpo astral.
O selvagem habitante das regiões mais
interiores ou recônditas dos continentes ou ilhas do planeta, o brutamontes que
se utiliza covardemente de sua força física para agredir aos mais fracos, o
cruel assassino, o homem ou mulher escravos de hábitos viciosos ou licenciosos
e toda uma gama de indivíduos deste quilate, são basicamente comandados por
instintivas reações. Pessoas assim que por motivos diversos da vida humana não
busquem ou não consigam buscar a redenção no espírito necessitarão ainda de
muitas reencarnações a fim de se depurarem das fortes e agrilhoantes sensações
aneladas ao instinto.
Num outro quadro mais retocado temos os
homens de vários escalões da sociedade moderna, muitos com educação
universitária e intelectos sofisticados, que não obstante se acham mergulhados
em reações altamente instintivas a lhes deflagrar toda a sorte de pensamentos
inferiores aos quais se dobram e os servem. Estes fatos sempre foram
extremamente comuns em pessoas de todos os milênios e continuam a ser em enorme
percentual no século vinte e um, o que vem sempre revelar a necessidade de
urgentes providências para a cristificação. Apesar dos milênios já decorridos,
a maioria dos homens remidos ou em remissão não aprendeu a dominar o seu lado
negativo por quaisquer outros métodos que não fosse pela interiorização e
renovação de seus hábitos aprisionantes mais comuns ou daqueles notadamente perniciosos
para sua saúde mental e espiritual. Com isso atraiu sempre para si, vida após
vida, doenças, misérias e infelicidade.
A cristificação é unicamente uma forma atual
a significar a mesma necessidade humana de sempre para reatar íntimas e lídimas
relações com a alma, pois a origem do homem começou nos páramos superiores
espirituais onde houve e há a perfeita harmonia em cada uma de suas esferas. E
a energia crística para este evento é intemporal, ineludível, abrangente e
única nessa dimensão de espaço tempo em que nos encontramos mergulhados, não
importando os nomes que lhe foram atribuídos através dos milênios por essa ou
aquela religião, por quaisquer crenças ou movimentos instalados no planeta, sob
um comando superior, conhecedor de todas as necessidades humanas.
Evidentemente o corpo astral precisa ser mais
bem trabalhado e constantemente purificado de suas energias negativas,
notadamente por aquelas pessoas que se lançam a realizar atos caritativos,
filantrópicos ou que pretendam acumular conhecimentos ocultos da sabedoria
espiritual.
26. Por
quais outros modos é possível purificar o corpo astral?
R. Não há outro modo de a isto alcançar
senão pela conscientização de uma sistemática disciplina mental orientada e
dirigida para uma vida espiritualizada. À primeira vista esta tentativa pode
parecer fácil àquele que se entusiasma ante a perspectiva de modificar
radicalmente sua vida para superiores patamares. É necessário, no entanto, a
partir da adoção desta disciplina, realizar práticas de certos procedimentos e
exercitar a firme perseverança no objetivo, uma vez que tais medidas agora em
vias de enfrentamento à estreiteza espiritual do ego terreno atrairão forte
resistência de certos núcleos de energia emocional. Esses núcleos aquartelados
no ego e instados pelo ser instintivo a agir contra a invasão de energias superiores,
adquiriram determinados poderes psíquicos sobre a vontade enfraquecida da
personalidade submissa que aceitou, passivamente, a dualidade de valores de um
mundo mergulhado no caos da materialidade.
Hábitos egocêntricos e alienação aos
princípios superiores serão os primeiros adversários a serem vencidos para o
ingresso a uma redentora vida espiritualizada. Seguindo imediatamente a esses, virão
os vícios escravizadores de todas as espécies que não irão querer ceder as suas
exigências.
As reações mais comuns – irascíveis, violentas
ou de críticas incontroláveis, por exemplo, dentre muitas outras – são na realidade
energias negativas guardadas no íntimo que subsistem por muitas vidas e por
muito tempo, vindo se constituir em adversárias aquarteladas que lutam para não
perder os seus domínios. As reações instintivas de que natureza for, encontram
sempre o celeiro onde os núcleos de energias negativas em nosso corpo astral
ali se encontram instalados, provocando as explosões emocionais quando o
gatilho da invigilância é acionado para disparar instantaneamente em direção a
um alvo qualquer.
Unicamente
pelo surgimento da energia cristificada no íntimo fruto de atos e pensamentos
conscientemente dirigidos aos valores espirituais, que os fortes liames
instintivos deixarão de encontrar guarida para livres manifestações
automáticas. Sob a constante ação da nova energia cristificada e harmonizadora,
a escudar o ser em processo de renovação, decorrerá o paciente controle sempre
crescente de antigas reações negativas que antes alimentavam livremente os
poderes dissonantes acumulados no ego.
O esoterismo ensina vários métodos para
escapar do nefasto domínio das energias astrais negativas que imprimem fortes
sensações ao ego. Esses métodos incluem técnicas respiratórias, práticas
mentais, a eliminação de vícios como o uso do tabaco, do álcool, da ingestão de
certos alimentos prejudiciais à saúde, além de incentivar a adoção continuada
de outros recursos purificadores dos compulsivos hábitos nefastos à saúde.
Antes de tudo, é bom relembrar, é basicamente necessária a mudança de atitude
perante o mundo, o que é feita pela intenção de compreender a todas as
situações alheias e sempre que possível tentar auxiliar. As atitudes e os
pensamentos egocêntricos e críticos devem ceder lugar às atitudes, palavras e
pensamentos de compreensão. E não bastando somente isso, deve o neófito buscar
o estudo continuado e sistemático dos ensinamentos de reconhecidas escolas da
tradição esotérica ou espiritualista, onde os exercícios e rituais para o
desenvolvimento do autocontrole e incorporações de adicionais forças
espirituais estejam presentes, fazendo parte do processo de aprendizagem
27. Que
é corpo mental?
R. Corpo mental é o veículo de expressão do
pensamento manifestado pelo ego. É o quarto corpo componente da personalidade.
A personalidade, no simbolismo esotérico aplicado ao homem, é chamada de o
quaternário. Este quaternário é formado pelos corpos físico denso, etérico,
astral e mental.
O corpo mental é constituído de matéria do
próprio mundo mental como são os demais corpos da personalidade,
respectivamente aos seus mundos. Assim, por exemplo, o corpo físico possui três
elementos básicos na sua estrutura, que são os sólidos, líquidos e gases. O
corpo etérico possui quatro outros elementos chamados éteres. Deste modo, o
corpo físico-etérico possui ao todo sete elementos na sua formação. O corpo
astral detém sete variações da matéria astral e o corpo mental sete outras
variações da matéria de seu próprio mundo.
O corpo mental, entretanto, possui duas
divisões básicas na sua contextura. A primeira delas encontra-se nos quatro subplanos
inferiores do mundo mental e dão formação ao corpo mental concreto. As três
outras divisões estão no mundo mental superior e dão formação ao corpo mental
abstrato.
28. Como
atua o corpo mental concreto?
R. O corpo mental concreto atua e influi
diretamente na personalidade ou ego inferior. Ele é o responsável por toda a
gama de pensamentos e criações intelectuais que podem formular realizações.
Todos os corpos do homem emitem continuamente
radiações a um determinado alcance, constituindo, na totalidade, sua aura
energética. O corpo mental emite também radiação e ela será mais brilhante e
luminosa quanto mais claro e evoluído for o pensamento de seu possuidor. À
medida que a personalidade centralize sua atenção neste corpo, ele reunirá maiores
possibilidades de materializar seus objetivos.
O corpo mental concreto demonstra ao vidente,
por sua aparência, em qual faixa vibratória o ego estará vivendo, sendo esta
faixa vibratória elemento indicadora do grau intelectual da personalidade. Tanto
é assim que os pensamentos influenciam diretamente as emoções e sensações do
corpo astral. Deste modo toda e qualquer intenção consciente da personalidade
virá se manifestar inicialmente através do mecanismo do pensamento.
Um marceneiro, por exemplo, ao projetar a construção
de uma cadeira irá de antemão imaginá-la. As linhas de força do desejo assente
no corpo astral e aquelas linhas da intenção enfocada pelo mental se unirão
para a realização do projeto. O objeto obterá então no corpo mental um formato
inicial ao mesmo tempo em que o desejo unirá as correntes astrais e mentais.
Daí funcionará a habilidade de um profissional e seu treino específico para a
organização e concretização da ideia. Do mesmo modo acontecerá com uma
realização literária, com projetos de engenharia, obras de arte, etc.
29. O
que é possível dizer das ações do corpo mental concreto e algo de suas estruturas?
R. O corpo mental concreto sedia as
realizações objetivas da personalidade ou ego na vida material. Há milhões de
indivíduos no mundo terreno cujos padrões do pensamento se identificam no mesmo
nível. Pessoas de padrão mental mediano, por exemplo, realizam tarefas práticas
e desenvolvem conhecimentos técnicos nas várias profissões mundiais.
Desempenham-se também de tarefas disciplinadoras de menores níveis de
escolaridade e de outras que não exijam imaginação filosófica ou proposições
científicas, mas que sejam de ações objetivas e concretas. Conseguirão da mesma
forma dedicar-se ao pequeno comércio com relativo sucesso. O padrão mental
destes exemplos pode variar entre o segundo e terceiro subplanos do mundo
mental concreto.
No quarto subplano estão assentes os mecanismos
do ser instintivo bem como toda a sorte de pensamentos profundamente
egocêntricos. Este subplano não está isento das vibrações de pensamentos
malévolos, criminosos e de todas as formas destrutivos.
No primeiro subplano encontramos a sede dos
pensamentos das maiores realizações intelectuais da humanidade. Aqui residem
valores de homens de visão empreendedora, cientistas, pesquisadores, artistas,
literatos, religiosos, filósofos e etc.
30. A
realização de algo concreto não se inicia no plano dos desejos astrais?
R. Isto pode ocorrer de maneira subliminar,
mas que não venha a ser suficiente de per si para externar os efeitos de um
planejamento. É verdade que certos desejos “irresistíveis” atraem o homem para
realizações que, em muitas instâncias, o fazem agir mecanicamente. Estes
elementos de domínio automático, entretanto, atingem ao homem que não conseguiu
ainda uma sintonia adequada entre emoções e pensamentos. Nestes casos, o fator
mente aparenta estar temporariamente subjugado aos fortes estímulos das
sensações.
O corpo mental é de todas as formas o gerador
dos pensamentos humanos, muito embora o homem instintivo e apaixonado realize,
em algumas ocasiões, atos que nos pareçam totalmente irracionais pela falta do
exercício da reflexão.
Há no corpo mental mecanismos que acionam o
fator instinto que irão imprimir fortes sensações no corpo astral, construindo
pela continuidade dessas ações uma ponte mental-astral dos chamados reflexos
condicionados. O forte desejo inferior quando domina o homem pouco evoluído ou
prisioneiro das ilusões astrais, tem inicio na percepção mental. Ambas as
matérias, astral e mental, nestes casos, estarão de tal sorte amalgamadas que
rapidamente agirão como se fossem uma só. Aquilo que move um homem deste tipo é
energia de baixa qualidade, imediatamente responsiva tanto aos estímulos
mentais inferiores quanto aos aprisionadores desejos que o dominam. Por outro
lado, desejos e pensamentos superiores também se combinam para a realização de
um bom projeto sem que um arraste ao outro de maneira supressora.
31. Como
entender melhor esses acontecimentos entre subplanos destes dois mundos?
R. A ponte mental-astral no homem da
atualidade é basicamente responsiva a tudo quanto ele julgue de necessidades
íntimas. Noventa e nove por cento dos homens terrenos não se encontram
emancipados de seus carmas, vivendo em constantes trânsitos entre o racional e
o desejo emocional e vice-versa, o que efetivamente estremecem os pilares de
seus projetos íntimos de vida e em alguns exemplos fazem os projetos ruir.
Entretanto não há como estabelecer metas
evolutivas para bilhões de pessoas sem a presença intrínseca do móvel do
desejo. Somente o desejo estimula o ser humano a conquistar. Isso acontece
porque o ego ou personalidade luta sempre para se autocompensar.
Os valores alternam-se na avaliação humana de
acordo com vários fatores e com aqueles adstritos aos ciclos de mudanças no
pensamento. As energias que circulam pelos corpos constitutivos do ego são a
cada tempo ou ciclos preestabelecidos, estimuladas a desenvolver novas e reais
possibilidades de avanços. As civilizações mais adiantadas sempre produziram
nas suas raças ou ramos étnicos, egos de maior capacidade mental. Assim
reuniram melhores condições para o desenvolvimento de valores mais dinâmicos ou
superiores. Isto incluiu sempre o desejo de avançar, o que nos homens de
imperfeita visão veio também estimular, historicamente falando, o orgulho
racial, sentimentos de superioridade e intenção de domínio sobre os povos
vizinhos.
Nos capítulos das conquistas humanas dos
anais da história, o pensamento e o desejo sempre marcharam juntos. Mesmo na
atualidade em que a tecnologia avança com maior rapidez em países de maior
poder financeiro, essa fórmula continua a produzir resultados. E essa união
indissolúvel, através dos milênios, reforçou uma herança genética nas
raças-raízes cujos fatores condicionantes impulsionaram os egos a mover-se e
realizar.
32. Como
entender a relação homem x fatores evolutivos?
R. Aos olhos do vidente treinado ou sob o exame
do observador esotérico intuitivo, esta relação homem x fatores-evolutivos é
instantaneamente compreendida.
O mundo avança para patamares superiores.
Este andamento compreende e aplica-se sistematicamente a todos os reinos da
natureza, ao homem em si, ao planeta Terra e também ao nosso sistema solar. E segundo
também entendemos por uma visão extremamente análoga, é o andamento intrínseco
aos milhões de sistemas solares do infinito cosmos.
Há um plano diretor do Logos ou Deus de nosso
sistema solar, denominado O Grande Plano da Criação, que inclui e prevê os
avanços da Vida em todas as suas possíveis concepções. O Plano, emanando Dele
próprio, inclui e condiciona Sua Própria Vida e Consciência a diversos fatores
evolutivos que ainda não podemos compreender, e contém em Sua Consciência todas
as outras vidas que em miríades de formas constituem este imenso sistema solar.
Sabem esotéricos que para a Vida se
manifestar objetivamente o Logos precisou partir de um inicio. O inicio
compreende a criação dos sete mundos que deram formação ao sistema solar.
Trilhões de anos terrestres já se passaram desde a criação do sistema solar e
outros trilhões de anos estarão por vir até que se complete outro giro deste Grande
Plano da Criação. No tempo já ultrapassado neste espaço-tempo, grande número de
egos atravessou diversos estágios evolutivos, libertando-se de seus carmas e
partindo para outras situações de maior amplitude de consciência.
No grande evento do Logos, milhões de anos
decorrem a fim de que – por exemplo – a energia-vida do reino mineral de um
determinado ciclo atinja experiências que a conduzam a evoluir para o reino
vegetal. Do mesmo modo acontece com o reino vegetal em evolução para o reino
animal. E este último, após igualmente cumprir longo e intenso estágio
evolutivo, virá também migrar sua energia-vida para o reino humano.
Na passagem das espécies animais para o reino
humano, contudo, a partir daí, novo e importante ciclo evolutivo terá inicio,
compreendendo outros milhões de anos terrestres para serem percorridos. Nesta
fase, o animal-homem evoluirá para a condição de homem-animal, já possuindo as sementes
que o farão ego. Outros milhões de anos passarão até que o animal-homem chegue
a desenvolver e treinar os seus quatro corpos inferiores e realmente vir
alcançar os rudimentos de uma personalidade completa.
As diferenças no processo evolutivo do homem
prendem-se ao próprio desenvolvimento das famílias, grupamentos étnicos, ramos
e troncos raciais. Neste panorama, muitos egos em inicial formação virão se destacar
em seus núcleos e nações, escapando antecipadamente daquele estágio cármico,
pulando para outros ramos raciais que lhes favoreçam avançar mais. Neste
andamento, os corpos que já constituem um ego deverão mostrar acentuadas
diferenças nas suas linhas de energia e auras pessoais, diferenciando um
indivíduo do outro segundo seus particulares esforços nas muitas encarnações
pelas quais tenham passado.
33. Em
relação à última afirmativa, como classificar os fatores evolutivos?
R. Não
há propriamente um padrão classificatório rígido do momento evolutivo do homem
segundo estudos de seu corpo mental. Há sim índices diversos alcançados que
variam em relação aos seus corpos. Aos olhos do vidente uma aura mental primária
poderá mostrar maior amplitude geométrica e menor firmeza de seus matizes. Em alguns
casos, ao mostrar matizes bem delineadas como o azul, o amarelo e o branco,
evidenciará claramente certas qualidades no homem de mediana evolução. Por
outro lado, a aura do corpo astral precisará possuir cores rosa, verde, lilás e
azul para demonstrar a existência de qualidades espirituais, sentimentos de
amor universal e o indicativo para a realização de curas.
Por outro lado, de maneira geral, o homem
pouco evoluído apresentará uma aura em tons mais densos nas cores carmim, cinza
ou roxo, mescladas com pequenas manchas vermelhas na sua extensão. Este fato
indicará uma pessoa sujeita a ataques de ira e ódio, demonstrando assim com
maior evidência, reações tempestuosas e pensamentos destrutivos. Cores
vibrantes e com certo teor translúcido geralmente indicam aquisições de
qualidades superiores, ao passo que cores densas, fortes e opacas, conforme o exemplo
anterior, demonstram justamente a falta de melhores qualidades humanas e
espirituais.
A aura do corpo astral numa pessoa comum
neste estágio evolutivo alcançado por nossa humanidade tem alcance geométrico
normalmente maior do que aquela do corpo mental. Esta particularidade prende-se
ao fato de as emoções e desejos moverem o homem com maior intensidade.
Portanto, a maior polarização dos desejos e emoções no corpo astral produz
assim o alargamento geométrico de sua aura. Este fato, no entanto, pode ressaltar
valores quantitativos em detrimento de valores qualitativos, o que não é
incomum. Assim, uma aura de certa medida geométrica mais ampla nem sempre virá
retratar o caráter íntegro de seu possuidor.
O corpo etérico produz também uma aura
chamada física ou etéreo-física. Ela será tanto mais nítida e translúcida
quanto for a presença do corpo etérico com relação as suas linhas de energia e
força. Se, por outro lado, a pessoa não tiver boa saúde ou portar doenças
graves, a aura etérica será de fraca energia e apresentará pontos vulneráveis.
Quando o ego está próximo de atingir a
perfeição os seus corpos etérico, astral e mental se mostrarão sem máculas e
totalmente luminosos.
34. Que
outras características importantes é possível destacar nos corpos da
personalidade?
R. A personalidade por ser constituída de
quatro corpos, é chamada simbolicamente de o quadrado. Entretanto, apesar de
possuir os quatro corpos já analisados, a personalidade é basicamente originada
por um conjunto de três elementos denominado a tríade inferior. A tríade
inferior é a união de dois átomos chamados permanentes com uma terceira unidade
ou célula, chamada unidade mental. Através deles o espírito se comunica por
correntes de energia trazendo intrinsicamente suas qualidades de inteligência,
amor-sabedoria e vontade.
Os dois átomos permanentes da tríade residem,
respectivamente, no corpo etérico e corpo astral. A unidade mental, sendo o
terceiro elemento constitutivo da tríade, reside no corpo mental concreto.
Tanto os átomos permanentes quanto a unidade
mental são responsáveis por atrair os outros átomos de seus mundos a fim de
edificarem os corpos de manifestação da personalidade e mantê-los em atuação.
Esses componentes da tríade inferior permanecem nos corpos da personalidade
durante uma encarnação, retirando-se gradualmente à medida que os corpos deixam
de existir.
35. Como
se explicam esses acontecimentos por último mencionados?
R. A tríade inferior organiza os corpos da
personalidade a cada reencarnação do ego-alma. Todos os valores positivos ou
negativos desenvolvidos pelo homem, como por exemplo: amor, ódio, paixão,
aversão, compreensão, cordialidade, inteligência, etc., permanecem na memória
da tríade. Desta maneira aquilo que cada indivíduo vivenciou ao longo de sua
recente encarnação virá no devido tempo polarizar-se nos seus corpos. Ou seja,
os trilhões de átomos que constituirão os novos corpos de manifestação do ego
reencarnante, formando células, anexarão as mesmas energias que voltarão a
fazer parte daqueles veículos. Formarão assim as fileiras de sua herança que
somente ele deve vivenciar sob o imperativo da lei cármica.
O carma, contudo, precisa ser dosado e
equilibrado a fim de que o ego possa tanto resgatar os delitos e erros
praticados quanto assimilar novos e positivos valores. Nunca se espera que o ego
venha tão somente assimilar valores negativos. Tendências positivas e negativas
assentes na memória do ego serão avaliadas pelos mestres e senhores do carma,
em quantidades assimiláveis para uma encarnação, constituindo-se assim na bagagem
individual da personalidade.
Quando ocorre a morte do corpo físico, o
átomo permanente que polariza os corpos físico e etérico se retira, permanecendo
em atividade o átomo astral e a unidade mental. Ao cabo de algum tempo, quando
a vida astral do ego termina, o átomo permanente do corpo dos desejos também se
retira e o corpo que o abrigava se desfaz. Após também viver um tempo no mundo
mental concreto – se houver desenvolvido valores para essa transmigração – a
unidade mental irá gradualmente se retirando e este último corpo se
desintegrará.
Neste processo, o ego comum terminará
definitivamente aquele tempo depurativo e de possíveis ações fraternais no
mundo espiritual, segundo seus méritos, voltando a manifestar-se no plano
físico terreno como ego-alma. Nesta linha evolucionária a memória de todos os
acontecimentos positivos acumulados pela tríade inferior através de seus átomos,
ao longo de passadas encarnações, continuará a sua existência no seu chamado
corpo causal, agora em nova reencarnação, para aquisição de novos e
significativos valores.
36. Estas
transmigrações acontecem com todos os egos?
R. As
transmigrações para mundos superiores ao físico acontecem invariavelmente com
todos os egos e seres vivos em geral. Entretanto, somente alcançam
conscientemente os mundos mais altos aqueles egos que atingiram nível evolutivo
compatível.
Neste quadro geral devemos considerar os
valores conquistados. Egos de pouca evolução não permanecerão nos subplanos
inferiores do astral mais do que alguns pares de anos. Menos ainda permanecerão
nos subplanos mais baixos do mental, logo necessitando de oportunidades para
reencarnar.
A fim de que o ego permaneça nos mundos
elevados por mais tempo, precisará estar liberto de muitas paixões que nas
vidas terrenas seduzem e aprisionam o homem. Conquistando esta condição, o ego
permanecerá menos tempo no mundo astral e mais tempo no mundo mental concreto.
Da mesma maneira acontecerá na transmigração do mundo mental concreto para o
mental abstrato onde ele permanecerá um tempo de acordo com a evolução
atingida.
37. Que
é corpo mental abstrato?
R. É a divisão do corpo mental que ocupa os
três subplanos superiores do mundo mental. O mental abstrato está relacionado
mais diretamente à alma do que à personalidade. É chamado também de corpo
mental superior.
38. Qual
é a função do corpo mental abstrato?
R. O corpo mental abstrato é sede de um dos
átomos permanentes constitutivos da tríade superior. Estes átomos permanentes
dão base e organização aos corpos superiores fundamentados pela mônada ou
espírito, a exemplo da tríade inferior que organiza e constitui a
personalidade. O corpo mental abstrato inspira as realizações superiores,
transferindo para o corpo mental concreto a dinâmica das ideias. Esta dinâmica
aciona a intenção de uma sintonia com os moldes construtores do mundo mental
concreto. Estes moldes localizados no mundo mental concreto são conhecidos como
arquétipos do pensamento. O corpo mental abstrato oferece também estímulos que
proporcionam ao ego inferior desenvolver formas que voltam a inspirar o corpo
mental concreto e ao próprio mental abstrato. Este fato objetiva principalmente
aos egos de certa média evolutiva, estabelecer conscientemente uma ponte de
comunicação permanente, chamado de antakarana, ligando o ego inferior à alma.
39. De que maneira este fato acontece?
R. Sabem os esotéricos que a imaginação
necessita de estímulos para ser desenvolvida. Os estímulos que auxiliam a este
desenvolvimento detêm nomes como: inspiração, intuição, premonição, intenção,
vontade, etc., e vêm estribados pela iniciativa da alma no seu próprio mundo,
atingindo o ego inferior por meio de certos artifícios. Tanto a
impressionabilidade do desejo astral quanto o pensamento expressionista do
corpo mental concreto, unem-se para desenvolver projetos mediante o auxílio de
técnicas esotéricas ou acadêmicas. Assim nascem obras nos mais variados ramos
das artes, ofícios e ciências ditas humanas.
Este esforço inspirado pela alma dinamiza o
corpo mental concreto no seu subplano mais elevado, abrindo “janelas” através
das quais a matéria do mundo mental abstrato possa ser apropriada e
transformada em pequenas proporções. Então os surtos de criatividade
trabalhados no mental concreto, virão pouco a pouco se plasmar na matéria
mental superior, conduzindo a personalidade a elevar-se cada vez mais e
absorver ideias abstratas. Quando a personalidade estiver suficientemente
treinada na imaginação abstrata, poderá então ser orientada a desenvolver
conscientemente elementos de energia e força que a conectarão diretamente com a
alma.
40. Qual
é o proveito desta ligação direta?
R. O
proveito verifica-se no abrir caminhos e veredas para o mestrado consciente do
ego, rumo à sua libertação final e definitiva dos diversos aspectos do carma
humano. O homem, para tornar-se livre e liberto das prisões cármicas dos mundos
inferiores, necessitará tornar-se mestre em todos eles mediante esforços e
realizações pessoais.
41. Que
é corpo causal?
R. É o corpo no qual se registram os valores
adquiridos pela alma, através das várias personalidades que ela encarnou.
O corpo causal será tanto mais amplo quantas
sejam as qualidades que o compõe. A partir deste corpo é possível à alma
condicionar situações em que a personalidade necessitará vivenciar em futuras
reencarnações. Porém nem todas as experiências vividas pela personalidade são
profícuas. Há ocasiões em que as mesmas situações precisarão ser repassadas em
novas vidas, adaptadas às personalidades que a alma novamente reencarnará. Podemos
assim dizer, em outras palavras, que o corpo causal é o corpo da alma.
42. Em
que região se localiza o corpo causal?
R. O corpo causal está inserido nos
mecanismos do ego-alma em dimensão do mundo mental abstrato, mais precisamente
no seu primeiro subplano contado de baixo para cima.
Tanto o corpo causal quanto a alma em si
mesma, inter-relacionam com o átomo permanente do corpo mental abstrato. Em
última análise, corpo causal e corpo mental abstrato são veículos com diversas
funções a partir da força organizadora do átomo mental permanente.
43. De
que maneira a personalidade poderá não repassar valores qualitativos ao corpo
causal?
R. A personalidade ou ego inferior, como
dito anteriormente, é a expressão objetiva da alma para os mundos inferiores. A
reencarnação traz sempre uma necessidade cármica para aquilo que a circunscreve,
tanto para o resgate de débitos quanto para a aquisição de novos valores.
A personalidade em sendo a projeção
imperfeita da alma traz em seu conteúdo, como impulso inato ou estímulo
subjacente, a mensagem da própria alma para o que ela, a personalidade, precisa
realizar naquela encarnação. Neste processo a personalidade é instada a
empreender esforços no sentido de superar-se e às dificuldades inerentes à
vida.
Os mundos inferiores onde a personalidade se
organiza, estabelecem forças duais e opostas estribadas em elementos positivos
e negativos. O campo de experiência para onde a alma mergulha através da
personalidade, necessita ser vivenciado a fim de que a alma, ao final, detenha
o conhecimento e a experiência. A própria composição da personalidade, quando
ainda em formação, revela o homem rude dando tratos à matéria concreta de
diversas maneiras. A personalidade, portanto, precisa ser lapidada como a um
diamante bruto, a fim de adquirir brilho e mostrar-se magnífica.
Mas o trabalho da personalidade é dualísta,
pois da mesma maneira que venha lapidar a forma densa nas suas atividades da
vida material, por reflexo e ambivalência, lapida-se também intimamente. Para
tanto, há a necessidade de abrir caminhos pessoais através de situações em que
se manifestem valores iguais ou contrários. Ou seja, o turbilhão de forças que
move os interesses e poderes materiais do mundo, afeta diretamente massas e
indivíduos isoladamente. Fatores cármicos mundiais, nacionais, grupais e
familiares podem contribuir para atrelar o homem à matéria, desviando-o da
conduta preestabelecida pela alma, e o levando a seguidas derrotas sob o ponto
de vista de sua trajetória aos caminhos espirituais.
44. Como
entender melhor estes últimos argumentos?
R. Nos tempos atuais, as
modernas e regulamentadas profissões conduzem o homem a cada vez mais
desenvolver elementos intelectuais ligados às tecnologias práticas e
específicas que se aplicam na prestação de serviços às sociedades em todas as
nações do mundo. A organização político-administrativa das nações imprime suas
ações governamentais a fim de proteger, orientar e incentivar as empresas de
âmbitos privados ou do Estado, no sentido de que produzam bens e valores
mediante o aparelhamento melhor possível das infraestruturas industriais
modernas segundo as condições humanas e capacidade de seus cidadãos. Mesmo as
nações ou povos menos favorecidos com recursos tecnológicos, possuindo
treinamentos inadequados devido às estruturas obsoletas e insuficientes com que
convivem, dominadas ou não por governos totalitários ou tiranos, revelam,
contudo, de uma forma ou de outra, um sentido de vida produtiva em favor da
coletividade.
Este impulso é inato ao ser humano, muito
embora o homem venha também revelar uma busca última daquilo que não consegue
resolver ou entender na sua vida material, torturada por problemas financeiros,
sociológicos, alimentares, com péssimas ou desumanas condições de moradia,
cercado por doenças físicas e muitas outras carências, que o levam a transferir
suas aspirações para pedidos de socorro a crenças e iniciações religiosas.
Independente de tudo cada indivíduo de uma
organização gregária ou de uma sociedade estruturada por qualquer cunho
político-administrativo, necessita desempenhar o seu papel. Se, entretanto, o
homem reluta em realizar o que lhe seja lícito e responsável, vindo praticar
atos criminosos e lesivos à sociedade, estará manipulando com valores negativos
e também os incorporando ao seu íntimo. Tanto quanto se entregue aos caminhos
tortuosos, produzindo males, terá deixado de seguir o que a alma determinou.
Estará assim acumulando mal carma que as leis da evolução em futuro o obrigarão
resgatar – não levando em conta o quanto já venha resgatando – retardando assim
sua trajetória progressiva e atraindo maior sofrimento e estagnação na sua vida
humana.
45. A
alma não tem poderes para refrear a desobediência da personalidade?
R.
Pelas leis da evolução o homem tem relativo livre arbítrio, circunscrito principalmente
aos ditames do Grande Plano da Criação. Este livre arbítrio perde seu poder
pleno da ação e direitos à medida que o homem infringe as leis da natureza,
ficando sujeito aos fatores corretivos que lhes são aplicados.
O homem pode ingressar sistematicamente no
mal e fazer parte das falanges negras que em diversas circunstâncias trabalham
destrutivamente em qualquer lugar da Terra. Nestes casos, a alma precisará agir
de forma inversa, procurando estabelecer situações que obriguem a personalidade
a retomar os caminhos anteriormente traçados. Porém nem sempre a alma consegue
ter sucesso imediato nas suas tentativas, pois a personalidade poderá adquirir
sabedoria no mal e isolar-se da ação tutelar da alma. Isto pode durar algumas
encarnações.
As leis da evolução, não obstante,
continuarão a atuar na natureza e forçosamente conduzirão à personalidade
empedernida a uma longa corrente de sofrimentos. Ocorrendo este fato, a alma
poderá de novo reatar contato e reassumir o comando da personalidade cansada de
sofrer, trazendo-a para as encarnações depurativas no uso e manipulação de seu
carma, preparando-a para o reingresso aos caminhos da libertação.
46. Que
é tríade superior?
R. É o conjunto dos três átomos permanentes
que organizam os corpos utilizados pela mônada para sua manifestação nos mundos
superiores. Assim, nesta formação, temos o átomo de atma que dá origem ao corpo
átmico, o átomo de buddhi que dá origem ao corpo búdico e o átomo de manas que
dá origem ao corpo manásico ou mental abstrato.
47. O
quê de importância a tríade superior realiza?
R. A tríade superior, como o esoterismo
interpreta, é uma real existência na elevada situação de uma vida humana, cuja
descrição traduz implicitudes arquetípicas em níveis causais bem como infere,
por simbolismos esotéricos, uma outra realidade de energia e força. Tanto o
triângulo quanto o quadrado há milênios vêm sendo trabalhados de muitas
maneiras pela humanidade, sem que a grande massa da população terrena realmente
se aperceba da sua principal mensagem.
A tríade – na sua realidade acima da
observância das massas – detém no conjunto de três átomos permanentes a
incumbência da anexação dos atributos da vontade, do amor-sabedoria e
inteligência da mônada a fim de incorporar estes aspectos plenos à individualidade
homem superior. O poder da mônada nos três mundos superiores é
incomparavelmente maior e mais sutil do que nos mundos inferiores, onde vive a
personalidade, devido à potência indescritível das energias que a mônada
diretamente emprega e manipula naqueles elevados níveis.
A tríade superior constitui com os corpos
mental abstrato, búdico e átmico, a alma espiritual (o reflexo da mônada) ou o
homem divino, como é também conhecida a individualidade ali vivente, e totalmente
desvinculada de ligações cármicas dos mundos inferiores.
48. Qual
é a relação simbólica entre o triângulo e o quadrado?
R. O quadrado, conforme ressaltado
anteriormente, representa com seus quatro corpos inferiores à personalidade. A
cifra quatro induz a analisarmos o equilíbrio dos pares de opostos. São também
os quatro elementos, ar-terra-fogo-água, que consubstanciam não só a matéria
densa concreta como participam, respectivamente, das naturezas dos mundos das
matérias etérica, astral e mental. Isto quer dizer que estes quatro elementos
básicos, terão qualidades mais sutis nos mundos onde as matérias são superiores
a do mundo físico concreto.
O quadrado é a prisão do homem na sua própria
natureza. É a matéria inferior dos corpos que iludem, cativam e escravizam o
homem de vontade ainda não desperta. Por isso se diz que o quatro é a base
sólida das formas materiais normalmente dimensionadas pelas relações de
comprimento, altura, largura e profundidade, conhecidas universalmente.
Já o triângulo é a trindade no homem
correlata à trindade em Deus. No esoterismo aplicado à organização dos corpos
do homem, a trindade é revelada pelos corpos átmico, búdico e manas superior
(abstrato), que incorporam em seus mundos a energia da trindade divina.
Enquanto o quadrado revela o mundo das formas
sólidas, o triângulo vem revelar o mundo espiritual. Se relacionarmos os
aspectos destes dois conteúdos simbólicos com suas numerologias produziremos a
cifra sete que representa os sete mundos da evolução, os sete corpos básicos do
homem, as sete cores do espectro solar, os sete dias da semana, os sete
planetas principais, etc.
Na antiguidade era hábito construírem-se
prédios com base quadrada ou retangular, encimados por telhados de
frontispícios triangulares, demonstrando-se com isso, dentre outras coisas, que
o triângulo é o mais elevado elemento, conotando nas formas geométricas um
sentido hierarquizado da criação.
49. Por
meio de quais instrumentos os átomos das tríades se ligam e se inter-relacionam?
R. De Atma até o corpo etérico, desce um
segmento linear que vem anexando um átomo permanente de cada corpo espiritual,
por onde é possível a inter-relação das tríades. Este elemento de ligação é
chamado pelos orientais de fio sutratma. De modo mais inteligível: a tríade
superior é formada por Atma-Buddhi-Manas.
No simbolismo oriental, o fio sutratma é
também chamado de cordão de pérolas por capturar e deter os átomos que
fundamentam a organização dos corpos da individualidade bem como da
personalidade. Entretanto, devemos ter sempre em mente que todos os corpos de
manifestação do homem, na sua totalidade, são impermanentes e perduram somente
enquanto a mônada busca pelas necessárias experiências. Tão logo a mônada tenha
completado sua missão no Grande Plano da Criação se desfará de todos os seus
veículos, passando a viver em seu próprio esplendor e glória com outros
objetivos imediatos.
50. De
que outra maneira é possível simbolizar a formação do homem desde sua origem?
R. O esoterismo é uma ciência que produz
interpretações e simbolismos corretamente postulados. Todavia, nas diversas
filosofias esotéricas e correntes do ocultismo há interpretações que se tornam
mais elásticas ou concisas.
De acordo com o conhecimento de algumas
correntes do ocultismo oriental, podemos interpretar a conjuntura mônada-homem
da seguinte maneira, conforme revela o mestre Djwal Khul.
O homem é 3 x 3, ou seja:
1. A mônada ou espírito
puro é:
Vontade – amor – inteligência
ativa.
2. A alma ou ego superior é:
vontade espiritual –
intuição – mente abstrata,
Relacionada com os corpos
atma – buddhi – manas superior.
3. A personalidade ou ego inferior é:
corpo mental – corpo
emocional – corpos físico/etérico,
relacionados com manas inferior
–corpo astral – físico denso.
Resumindo:
o homem é mônada – alma – personalidade, com três aspectos cada.
CAPÍTULO
III
MUNDOS
DE EXISTÊNCIA
1. Que
são mundos?
R. Mundos, dimensões ou planos de existência
são campos vibratórios de grande amplitude no sistema solar, estabelecidos pelo
Logos, onde a Vida vem ancorar-se para realizar as suas transformações segundo
o Grande Plano da Criação.
2. Como
entender a ideia traduzida pelos termos “campos vibratórios,” a significar
mundos?
R. Torna-se difícil, de todas as formas,
atender à necessidade da clara semântica linguística para definir qualquer situação
que escape aos paradigmas ordinariamente conhecidos pelo cérebro físico. Esta e
outras referências semelhantes, utilizadas no esoterismo, tendem sempre a
ligar-se ao pensamento abstrato, cuja fiel tradução, apesar de tudo, o
pensamento concreto não consegue aproximar.
A ciência oficial humana e as obras
ficcionistas mostradas nas telas do cinema e televisão, já conseguem captar uma
ideia do que seja energia, força, vibração, radiação; os raios, as tempestades
cósmicas, etc., através de efeitos técnicos. Autores de obras científicas, por
seu turno, costumam ilustrar seus compêndios com diagramas e lâminas para
trazer à visualização algo do que tratam quando abordam elementos não
perceptíveis ao sentido comum da visão. Certos núcleos de segmentos
científicos, por exemplo, montam equipamentos que geram imagens virtuais para
mostrar aos estudantes e interessados o que buscam ensinar com suas teses.
Vê-se, portanto, como a utilização única ou
isolada da palavra é restringente e confunde o entendimento do homem. Esta
dificuldade aumenta quando ele tenta compreender os fenômenos acontecidos na
matéria pelos elementos dinâmicos e invisíveis de energia e força.
Assim pela ótica esotérica podemos
exemplificar os espaços que chamamos de mundos, dimensões ou planos como faixas
ou campos vibratórios, onde energia e força estão ali contidas em respectivos e
diferentes padrões – alguns sutilíssimos – comparativamente a tudo o que seja
terreno, e onde energia e força possuem certas condições adstritas e peculiares
àquelas regiões.
3. De
que outra maneira é possível compreender o que sejam mundos?
R. O Criador ao manifestar sua intenção em
criar o sistema solar, o fez através de seus três elevados atributos conhecidos
no esoterismo como o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Logos. A ideia da criação
já veio implícita no pensamento do Logos ao dimensionar todo o espaço onde o
grande círculo de existência se estabeleceria. A ideia, na sua original
concepção, já trazia embrionária a matriz do sistema solar em que sete grandes
faixas existiriam integradas, embora com diferentes padrões vibratórios de seus
átomos. Portanto, o sistema solar é a totalidade das faixas ou campos
vibratórios que constituem o grande laboratório de experiências da Vida.
A ideia global do sistema solar,
materializada e diversificada em mundos, é tornada possível pela manifestação
do terceiro aspecto do Logos, ao utilizar e transformar a matéria universal
chamada Akâza pelos orientais, conhecida naquelas condições de caos como
matéria pregenética ou matéria não ordenada.
Akâza
no ocidente é basicamente o éter, sendo, pois, a matéria-raiz de todas as
formas dos sete mundos de existência. E como toda a matéria condensada é
constituída de átomos, e os átomos após a ação do Logos passaram a vibrar em
diferentes padrões, eles vêm conduzir as múltiplas variações de energia e força
que inundam os sete mundos.
O estudante esotérico faria bem em
esforçar-se no sentido de acionar o pensamento abstrato a fim de tentar deter
um vislumbre intraduzível na concepção concreta do que sejam essas regiões. Pois
o intelecto somente pode utilizar-se de figuras metafóricas, e exemplos
analógicos conhecidos, para tentar decodificar as sínteses abstratas.
4. Quantos
e quais são os mundos de existência?
R. São sete os mundos criados para o nosso
sistema solar, mas foram cinco os trazidos à objetiva manifestação pelo Logos
Solar. Os dois primeiros mundos, Adi e Anupadaka já existiam quando o Logos
adentrou o espaço escolhido para construir os cinco outros mundos e o próprio
sistema solar.
5. De
que é constituído o mundo físico?
R.
Basicamente das matérias sólidas, líquidas e gasosas. Registra-se também no
mundo físico o campo vibratório etérico, composto basicamente da combinação de
quatro éteres terrestres, chamados: éter vital, éter refletor, éter luminoso e
éter químico.
6. Por
que foi necessária a existência do mundo físico com matéria essencialmente
concreta?
R. O Logos ao conceber o sistema solar o fez
através de sete grandes impulsos. Nosso sistema solar não é o único no
universo. Há muitos bilhões de outros sistemas solares, cada um existindo
segundo uma necessidade da criação. O Criador de nosso sistema solar é o Deus
da totalidade da Vida e Consciência neste sistema, portanto Ele é o Deus da
existência objetiva e subjetiva deste pequeno universo (quase infinito para
nós) contido na galáxia Via Láctea.
Sabem os esotéricos que a mutabilidade dos
aspectos da Vida é uma constante em todos os sistemas solares. Os sistemas
solares nascem, se transformam e desaparecem no incomensurável universo do
Todo-Poderoso e cada um deles representa um degrau a mais na evolução das diversas
formas da Vida. O Deus de nosso sistema solar, portanto, ao manifestar a Vida,
já trazia na Mente todo um planejamento do processo evolutivo deste novo campo
de experiências.
A Vida até onde sabemos é proveniente de uma
só origem, porém diferentes “quantum” dela necessitam pluralizar-se para melhor
poder auferir do conhecimento de suas próprias existências. Desta maneira a
matéria original foi trabalhada para constituir diferentes mundos que pudessem
alojar convenientemente as miríades de formas ou pequenas vidas, segundo suas
inatas necessidades.
A matéria física densa é um ancoradouro ou
bloqueio final da monumental energia-força criadora que o Logos projetou para
construir os mundos. Detém, pois – esta matéria sólida – que conhecemos, o
limite do sexto alento e a paralisante densificação do sétimo alento, guardando
nos seus interstícios os milhões de segredos da Inteligência Criadora.
A geração da energia e força que o homem
precisará empregar no seu processo evolutivo, prevê e faculta o descobrimento
de muitos aspectos destes segredos, que no conjunto dos sete mundos traduzem
níveis do pensamento criador.
Portanto, a matéria física densificada é o
manancial disponível ao homem para iniciar seu trabalho de libertação do
espírito prisioneiro na forma. E somente assim, pelo próprio esforço, o homem
será capaz de conhecer a superior vontade e o propósito do Criador em construir
e expandir mundos para as vidas habitarem e se desenvolverem em processos evolutivos.
7. Em que
se baseia a afirmação de o mundo físico denso ser inferior aos demais mundos em
nosso sistema solar?
R. Na realidade esta afirmação não traz
conotação de qualidade senão de posição. Os esotéricos afirmam que no universo
não há “alto” nem “baixo” e a ciência oficial postula que todo ponto tomado da
Terra para estabelecer uma relação com o cosmos, depende da posição relativa do
observador.
O Logos ao atuar na matéria universal,
virginal e pregenética, a fim de construir o sistema solar, condicionou-a a
sete diferentes padrões vibratórios segundo Sua vontade. Deste modo os sete
mundos do sistema solar foram então edificados, não segundo sete tipos de
matéria, porque a matéria é única e universal, porém com sete variações de
vibrações atômicas. Cada mundo detém uma posição no sistema solar condicionado
por um tipo de padrão vibratório de seus átomos. Adstritas a este “quantum” de
matéria de cada mundo e ao tipo específico de suas vibrações, há as respectivas
oitavas e os subtons que se sobrepõem configurando os subplanos.
A matéria do mundo físico, embora seja a mais
densa e concreta em todos os seus padrões vibratórios, é inferior somente na
posição relativa ocupada no espaço multidimensional, inicialmente tomado e
depois transformado pelo Logos para a construção do sistema solar. A matéria
física, por meio de seus padrões vibratórios de energia concentrada, detém
todas as disposições análogas à matéria dos mundos superiores, numa análise de
valores, pois é da mesma origem. E se adi é o mundo mais elevado nas escalas de
nosso sistema solar ele – adi – não se manteria nessa condição adrede
estabelecida, e nem os demais mundos deste sistema solar assim estariam, não
fosse pela ancoragem final da energia e força manobradas pelo Logos e suas
hierarquias construtoras. Nessas condições os potenciais de matéria-energia
alocados nesse mundo concreto com toda a sua imensa gama de variações para
reinos e espécies foram extensamente calculados pela engenharia sideral.
Por outro lado, a alma do universo está
simultaneamente presente em todos os mundos, o que nos dá base para a afirmação
de que o sistema solar é integrado e interrelacionado em todo o seu gênesis e
diversidades de aspectos com a inteligência cósmica. E quando nos referimos à
qualidade superior da matéria, procuramos unicamente destacar os altos níveis
vibratórios dos átomos naquele espaço. A matéria, quanto seja por isto mais
sutil, facultará melhores condições para a consciência exercitar os seus
superiores propósitos. A matéria física densa, devido ao menor padrão
vibratório de seus átomos, reveste-se, aparentemente, de maior dificuldade para
as aquisições dos valores pela consciência.
Entretanto esta consideração enganosa é por
demais necessária ao mundo físico denso, em razão do estado letárgico e
temporário em que a própria consciência da Vida mergulhou. Em consequência o
quantum da Vida aqui aprisionado e multiplicado em miríades de formas e
espécies, necessitará de lentas, porém consistentes experiências para libertar-se
da solidez da matéria e de novo ascender. Em outras palavras: o mundo físico
denso, do ponto de vista da edificação do sistema solar, é o mais inferior num
propósito de inversão, mas não o menos importante num plano de hierarquização.
8. Como
entender que seres de outros mundos possuam mais luz e melhor qualidade de
energia do que os habitantes da Terra, se ainda se revestem de corpos de
matéria?
R. Evidentemente este fator não se explica
pelo revestimento externo de seus corpos de manifestação, porém pelo nível de
consciência alcançado. Tanto a matéria figurada como estática conformadora da
crosta terrestre, representando o reino mineral, como a dos demais reinos com
suas outras características, são revestimentos que acobertam o espírito em
algumas proporções.
O planeta Terra tomado em todas as suas sete
dimensões, é um ser vivo, um “super espírito” ou “super consciência” que recebe,
abriga e impulsiona as múltiplas formas de vida a evoluir. Este “super
espírito,” apesar de sua macro vida comparativamente ao homem terreno, também
evolui em consciência. O orbe terrestre é o seu corpo físico denso, e os outros
mundos que o envolvem proporcionam-lhe a matéria que constitui os seus
respectivos corpos superiores da mesma maneira que proporcionam às múltiplas
vidas ali existentes.
Os seres que externam melhor qualidade de luz
adquiriram-na pelo caminho interno, ou seja, pela gradual libertação de suas
consciências das prisões da matéria. Ao terem conhecido os caminhos externos
que a matéria produz, e tendo experienciado de seus efeitos, aprenderam que o
caminho oposto e interior era o conducente à libertação. A matéria, muito
embora detenha a inteligência do Deus Etéreo Criador e estando penetrada do
espírito transformador do Logos Solar, de muitas maneiras obstrui a luz que
nela própria é latente. É claro que uma rocha não se transformará um dia num
espírito, mas é fato para os esotéricos que ela é constituída de átomos
agregados em células, e uma vez as células se desagreguem por qualquer fenômeno
externo que enfraqueçam o coeficiente magnético nela atuante, paralisando suas
funções, ela virá liberar certo grau de luminosa energia etérica.
Portanto todos os estados da matéria dos
diversos mundos proporcionam naturais condições para a edificação de corpos aos
espíritos, segundo a compatibilidade da luz de que são portadores. E à medida
que a vontade do espírito cada vez mais canalize a vontade do Criador, espírito
e matéria, em qualquer dos mundos, operam com novos e superiores estados de
consciência.
É evidente, porém, que as consciências que
alcançaram maior intensidade de luz necessitam de corpos da matéria que lhes
seja mais adequada aos seus propósitos superiores. As exceções ficam por conta
de situações cármicas em que espíritos evoluídos necessitem novamente migrar
para mundos de matéria mais densa e opaca a fim de resgatar débitos, obter
pessoais e valiosas experiências, ou para encarnações missionárias sacrificiais.
9. De
que maneira o mundo físico denso veio à existência?
R. Conforme anteriormente explicado, dos sete
mundos constitutivos do sistema solar, cinco vieram à existência através dos
sete impulsos originados pelo Logos ou Deus Criador. Cada impulso produziu um
mundo. O sexto impulso materializou o mundo etérico e o sétimo serviu para
agregar, por qualidade, todos os proto-elementos que haviam sido criados,
originando os elementos químicos que a ciência oficial hoje conhece e pesquisa.
O mundo físico denso veio à existência materializando-se aos poucos a partir
das matrizes etéricas, construídas no sexto impulso.
10. Que
é o mundo etérico?
R. Mundo etérico é uma região que envolve e
interpenetra ao orbe terrestre, composta, principalmente, do éter inferior nas
suas quatro variações de éteres planetários e de grande quantidade de prâna. A
partir dos éteres e com a presença do magnetismo prânico, todas as formas
físicas são moldadas segundo o gênesis originado no Criador. O mundo etérico
está relacionado a fatos e acontecimentos estabelecidos com padrões energéticos
físicos dos reinos e das espécies. Devido a sua posição estratégica, o mundo
etérico atua na intermediação entre o mundo físico denso e os demais mundos.
11. O
mundo etérico estabelece limites com o mundo físico denso?
R. Os
limites são naturais pelas diferenças entre os padrões vibratórios na formação
da matéria dos dois mundos. Em eras passadas a civilização chamada hiperbórea,
desenvolveu protótipos da espécie humana no mundo etérico, que era então o
mundo de maior grau de densidade. Desta civilização surgiria, posteriormente, a
civilização do continente lemuriano. Embora os lemurianos tenham sido os
primeiros seres humanos das raças terrenas a pisar a Terra, havia, ao início de
sua civilização, perfeita integração com o mundo etérico, do qual operavam os instrutores
espirituais.
Naquele período, os lemurianos eram vistos
andando livremente pelas regiões da Terra em corpos constituídos entre matéria
física e matéria etérica. Com o passar do tempo, contudo, as formas físicas
foram se tornando mais densas e devido a isto as contrapartes etéricas
desapareceram da visão comum.
12. Existem
habitantes no mundo etérico?
R. Sim, de várias categorias. Os seres
elementais representam parte destes habitantes, possuindo corpos constituídos
por matéria dos quatro elementos. Neste particular, há diversas famílias destes
habitantes chamados de espíritos da natureza, tais como, gnomos da terra,
ondinas das águas, salamandras do fogo e silfos do ar.
Existem ainda seres e habitantes deste mundo
que possuem simultaneamente revestimentos veiculares (ou de seus corpos de
manifestação), de matéria etérica e astral, e que participam tanto da vida de
um como de outro mundo.
13. Qual
a importância do mundo etérico?
R. O mundo etérico é essencial para a
existência do mundo físico. É o envoltório que além de atuar como verdadeiro
condensador da matéria física densa é elo com os demais mundos, através do
éter. Todas as transformações processadas no mundo físico repercutem no mundo
etérico e vice-versa, e de tal sorte e intensidade que se torna difícil
identificar a sua verdadeira origem.
Todos os mundos ou planos de existência detêm
um subplano constituído pelo éter universal, daí a ligação direta com o mundo
etérico.
14. Que
é éter inferior?
R. Éter inferior é o éter cósmico ou akaza
um degrau abaixo. Nesta condição o éter foi utilizado pelo Logos para construir
todas as formas do sistema solar. Nas cercanias do orbe terreno o akaza vem
constituir-se no mundo etérico, desdobrando-se nos quatro éteres planetários.
Os quatro éteres: vital, luminoso, químico e
refletor atuam nos quatro reinos reunindo possibilidades para materializar a
ideação do Logos em condições planetárias.
15. Como
entender melhor esta última referência?
R. A ideia e pensamento criadores já estão
plasmados no éter cósmico para toda a consecução do Grande Plano da Criação. Os
acontecimentos em nosso sistema solar seguem uma sucessão cíclica a fim de que
tudo possa acontecer segundo a cronologia anteriormente prevista. Entretanto para que ciclos ou efemérides
venham realmente se suceder conforme o planejamento original é necessário que
todas as formas de vida, com todos os tipos de sensibilidade e diferentes graus
de consciência, estejam aparelhadas com os elementos necessários.
Estes elementos também registram, na
sutilíssima contextura espiritual e psicológica das vidas humanas, todas as
possibilidades presentes, as futuras ou algo do pensamento primevo do Logos nas
decorrências dos princípios mecânicos do tempo. Dessa mesma forma, num contexto
maior e mais amplo, acontece também no Akasa ou éter universal que revela tudo
o que já tenha sucedido na existência do cosmos ou que venha a existir. Assim,
os quatro éteres inferiores que envolvem e interpenetram a matéria planetária,
atuam também canalizando os incessantes fluxos de vida do Criador, plasmando
suas mensagens na matéria física em diferentes condições, possibilitando com
isso a inter-relação permanente de todas as vidas com a Grande Vida do Criador.
Nessa mesma linha tanto os corpos materiais
do homem quanto dos representantes das vidas de todos os reinos, que detêm
estes elementos organizadores mesmo em estados rudimentares, absorvem
simultaneamente as mensagens fluidas do Criador por meio de Anima Mundi ou Alma
do Mundo, enquanto essa mesma consciência, Anima Mundi, em seus variados graus
as percebe e com elas trabalha em toda a natureza da Terra.
16. Quais são esses elementos?
R. São chamados genericamente de forças
sutis, estando relacionados diretamente às possibilidades plasmáticas dos
quatro éteres constitutivos do mundo etérico.
No éter luminoso provocam a formação dos
sentidos físicos em homens e animais. Nos reinos mineral e vegetal atuam
dotando às vidas envoltas pelas capas da matéria, das possibilidades que, em
futuro, nos reinos mais adiantados, resultarão em sentidos.
No éter vital plasmam os átomos com as
possibilidades da fertilização e reprodução das espécies.
No éter químico provocam condições para
assimilação da matéria nutritiva e preparam o processo de excreção dos restos
alimentares.
No éter refletor possibilitam os registros akásicos,
denominados a memória da natureza, onde é possível ler-se todos os fatos e
acontecimentos processados na Terra como no cosmos.
Estas forças sutis são tanto o elemento
prânico, diversificado nos seus cinco tipos específicos, quanto os tattvas que
dão formação aos rudimentos dos órgãos das espécies mais simples ou à
complexidade do organismo humano.
17. Que
é mundo astral?
R. Mundo astral ou emocional é definido como
o mundo dos desejos e emoções. O mundo astral, no atual ciclo de evolução
planetária, desempenha papel de maior polarizador de energia da humanidade. A
quase totalidade dos habitantes terrenos vibra, preponderantemente, na matéria
astral. Desejos, emoções e sensações acabam formando no mundo astral um grande
e tempestuoso oceano que gravita constantemente em torno da humanidade.
18. Que
tipo de moradores habita o mundo astral?
R. Os mais diversos e isto inclui seres
verdadeiros e irreais. Há no mundo astral e em cada um dos demais mundos
criados pelo Logos, sete subplanos. Cada subplano é um mundo a parte. O mundo
astral interpenetra o mundo físico, determinando com isso grande atração às
almas encarnadas. Entretanto, o mundo astral possui duas divisões básicas no
que respeita a atração exercida à vida que se desenvolve no plano físico
terreno, transformando-se em astral superior e astral inferior. O quinto
subplano do mundo astral é correlato com o plano físico terreno propriamente dito,
onde residem ou virão residir as almas pouco evoluídas espiritualmente. Do
quarto subplano para baixo, encontram-se os moradores ainda de menor evolução,
que estão presos a todos os tipos de paixões. Nos últimos subplanos,
encontram-se seres elementais criados principalmente pelo pensamento desregrado
do homem, sendo estes subplanos referidos na antiga mitologia como o inferno de
Hades.
Já no
sexto e sétimo subplanos acham-se as almas cujas evoluções espirituais estão
acima da média da humanidade, existindo dentre estes, guias e protetores,
iniciados e instrutores da sabedoria oculta. Estes dois subplanos são
considerados o astral superior.
19. Como são, especificamente, estes habitantes
do mundo astral e onde permanecem?
R. No sexto e sétimo subplanos, contados de
baixo para cima, os habitantes do mundo astral possuem corpos de matéria
luminosa, volátil e facilmente cambiável para outras formas de igual clareza.
Estes subplanos abrigam desde pequenos grupamentos às numerosas famílias ou
grandes etnias. Há mosteiros em que se encontram monges de religiões
esotéricas, onde são realizados rituais, missas, encontros, reuniões, aulas,
cursos, etc. Há hospitais que tratam de doentes recentemente egressos do mundo
físico, clínicas de repouso, escolas, jardins, parques, retiros, bibliotecas e
toda a sorte de locais para diversas necessidades ou lazer de seus habitantes.
Nos hospitais e clínicas, as almas que
cumpriram corretamente suas missões no mundo terreno, vêm curar suas doenças.
Nos belos e inspiradores retiros outras almas vêm recuperar as forças, meditar
ou reciclar seus aprendizados, preparando-se espiritualmente para o desempenho
de novos papéis em próxima interpolação na vida física planetária. Há aqueles
cujas vidas terrenas decorreram em profissões ou atividades cujo conhecimento
adquirido pode ainda servir aos irmãos viventes em corpos físicos ou no mundo
astral. Dentre estes podemos destacar médicos, pesquisadores da natureza,
cientistas, sacerdotes iniciados na medicina oculta e milenar, terapeutas e
muitos outros.
Nestes subplanos do astral encontram-se
também aqueles cujas vidas foram dedicadas ao estudo e práticas esotéricas, à
magia branca, aos tratamentos em correntes de cura, às terapias diversas
espirituais, ao desenvolvimento e trabalho mediúnicos, às doutrinas espiritualistas
bem como às realizações de rituais de alta magia com resultados favoráveis à
vida planetária. Estes e tantos outros servidores da humanidade são convidados
a se submeter ao comando e disciplina de mentores altamente qualificados, a fim
de aperfeiçoar suas práticas e aplicá-las em prol dos irmãos terrenos. Muitas
outras situações são coordenadas por mentores e novas ideias de serviços ao
planeta colocadas em prática.
Por outro lado, as almas que detém auras
obscurecidas por fortes paixões, apegos, ódios ou sentimentos inferiores e
desagregantes, não encontrarão nestes subplanos campo para exercerem estes
desvios. Viverão na maior parte do tempo reclusos em colônias ou regiões
isoladas a fim de se depurarem destes males e não causar problemas aos
semelhantes.
Há no astral os malignos que formaram grupos
terroristas, criminosos, inimigos da sociedade, que não aceitam integrar-se às
disciplinas e terapias corretivas ou recuperadoras, e pululam pelos espaços dos
diversos subplanos em busca de inspirar suas tortuosas atividades aos
encarnados, ou mesmo de realizá-las. Os conhecedores de magia negra conseguem
migrar para os outros planos ou para próximo da Terra a fim de continuar a
exercer seu trabalho de oposição à luz.
No inferno de Hades vivem as formas
elementais dos mais variados tipos, criadas da energia gerada pelos seres
terrenos que já partiram. Estas formas ainda guardam alguma consciência de seus criadores ou dos
ambientes em que eles viveram, tendo pertencido a humanos, subumanos ou animais.
Precisam permanecer nestes ambientes até esgotarem-se as energias inferiores de
que foram constituídas, para finalmente se desintegrarem completamente.
20. Qual
a importância do mundo astral?
R. O mundo astral acusa o nível vivente da
humanidade segundo suas inclinações emocionais ou desejos. Não haveria como
restituir à Vida a energia propulsora do arco evolutivo no atual estágio da
vida humana, não fosse pela ação plasmática do desejo produzido na matéria
astral. Não bastaria somente a intenção do Logos em estar impregnada nos átomos
da matéria para determinar à alma terrena levantar-se e galgar os caminhos que
conduzem ao superior. É necessário,
pois, outra vida, uma chama interna a acender-se, a fim de avivar os desejos do
corpo astral manifestado.
Mesmo nas inúteis realizações ambiciosas e
conquistas vãs, é necessário existir o desejo, por constituir-se no combustível
que o ego terreno precisa possuir a fim de lançar-se num objetivo, numa
aventura ou numa ilusão. A matéria astral produz o desejo inconsciente de
mover-se e buscar, quer nas múltiplas formas dos reinos planetários quer na
vida primitiva autóctone, ou nas febris atividades dos homens de negócios.
21. Que
é mundo mental?
R. É o mundo do pensamento. O mundo mental
representa o portal que permite às almas passar de um estágio evolutivo para
outro.
Desde a individualização do animal evoluído
para a condição de animal-homem, inicia-se o processo de desenvolvimento mental
do homem. O homem somente pode ser considerado um ego quando já trabalhe o seu
cogitar nos níveis intelectuais. Antes disto será ainda um ego terreno em
formação, armazenando valores mentais e estando dominado pelas sensações e
desejos de seu corpo astral.
O mundo mental possui duas divisões básicas
na sua formação, quais sejam, o mundo concreto, formado dos quatro subplanos
inferiores e o mundo abstrato, formado dos três subplanos superiores.
22. Que
é mundo mental concreto?
R. É a parte do mundo mental que abrange
as realizações intelectuais do ego terreno no seu mundo da personalidade. No
mundo mental concreto há moldes e matrizes que estabelecem formas tanto para o
mundo astral como para o etérico-físico, chamadas arquétipos. Estes arquétipos,
originalmente formas ou matrizes para diversos e múltiplos fins, quando em
atividade produzem o equilíbrio do planeta no seu aspecto físico como também do
homem no seu processo evolutivo.
23. Como
entender melhor esta relação?
R. Todas as coisas existentes nos mundos físico,
astral e mental obedecem às diretrizes do Grande Plano da Criação, elaborado
pelo Logos ou Deus de nosso sistema solar. O Logos, entretanto, ao colocar em
execução este Plano no que respeita às formas, deixou tudo preparado para uma
sucessão de acontecimentos na medida em que as etapas fossem se sucedendo. Muitos acontecimentos do porvir já estão
devidamente encadeados em estado hibernal. Outros, já em execução, determinam o
momento atual da vida física do planeta Terra, de acordo com a necessidade dos
reinos e humanidade. Outras relações de energia e força, não menos importantes
que reinos e espécies, não alcançadas hoje pela visão e pensamento humano,
incluem-se neste planejamento.
Portanto a arquitetura geometrizada do
planeta, no que concerne à sua forma esférica, às montanhas, aos rios, aos
mares, aos oceanos, aos continentes, à vegetação, aos corpos animais, humanos e
etc., são materializações dos arquétipos encontrados no mundo mental concreto.
24. Que
outras relações as matrizes, moldes ou arquétipos, estabelecem do mundo mental
para o mundo físico ou para o mundo astral?
R. No
homem, por exemplo, vêm trabalhar sua energia mental através da formação de
pensamentos direcionados para novos ideais de vida. A mente do homem em si é um
arquétipo e o Criador modela sobre ela seu pensamento renovador e evolutivo à
medida que os ciclos de peregrinação humana se sucedem.
Já no mundo astral os arquétipos delineiam
grandes campos de energia vibrante onde almas possam se abastecer e prosseguir
em suas caminhadas evolutivas. Há toda uma formação de outra natureza a exemplo
da natureza terrena onde as almas recentemente desencarnadas voltam aos seus
habitat que deixaram antes de reencarnar. Tempos depois essas almas que bem
cumpriram suas obrigações no mundo físico e obraram com valores positivos serão
transladados para regiões do mundo mental onde ali viverão novas experiências enquanto
aguardam para de novo reencarnar.
25. De
que modo estas ideias renovadoras do Criador alcançam o homem polarizado nos
hábitos milenares do mundo mental concreto?
R. As ideias são de muitas maneiras formas
de energias que se precipitam da Inteligência do Criador, e que, ao construir
arquétipos para o pensamento concreto são acionados em tempo certo e propício.
Mas as ideias precisam ser especialmente modeladas para serem assimiladas pelo
pensamento humano em suas principais características, em seus aspectos
culturais, na economia e gastos suportados pelas nações. E quando devidamente
decodificadas para o pensamento humano, colocadas em discussão ou em prática
nas sociedades, podem resultar em súbitos surtos de acontecimentos
progressistas.
Nesses casos acontecem, por exemplo, o
surgimento de formas arquitetônicas mais inteligentes ou arrojadas, nova
tecnologia de edificações baseada em materiais modernos ou mais econômicos,
mudanças na condução política dos povos, descobertas revolucionarias da ciência
que venham sepultar antigos e ortodoxos conceitos, surgimentos de escritores
com pensamentos concisos e mais poderosos na sua expressão, na revolução de
costumes, etc.
Homens
de mentes mais avançadas, artistas de visões plasmáticas e intuitivas – realmente
talentosos e de conteúdo – homens de negócios com visão futurista, políticos e
governantes com ideais absolutamente humanitários e superiores, sanitaristas e
tantos outros, são então instados a agir através de seus mecanismos e
instrumentos de trabalho.
Sendo pessoas sensíveis e suficientemente
corajosas para exporem-se e aos seus ideais, formarão vanguarda do novo
pensamento no que evidentemente seja concernente às suas atividades. Logo
seguidores constituirão blocos que darão suporte a esse renovador pensamento ou
descoberta. As ideias antes vistas com
desconfianças passam então a ganhar desdobramentos e conotações mais
interessantes pelos vanguardeiros e ao cabo de certo tempo – em muitos casos
após décadas – em que líderes dessas vanguardas terão sido duramente criticados
por conservadores renitentes, os novos conceitos passam a ser aceitos parcial
ou completamente, principalmente por novas gerações não afinizadas com os
velhos e superados conceitos até então vigentes. O povo segue os pensadores poderosos, mas
isto requer sempre que as ideias sejam realmente assumidas e demonstradas. Por
isso muitos pensadores precisarão cair na graça e confiança de homens dos
diversos níveis mentais das sociedades, a fim de que a energia do seu
pensamento ganhe corpo e alma.
26. Que
é mundo mental abstrato?
R. É a divisão que abrange os três subplanos
mais elevados do mundo mental. Enquanto o mundo mental concreto compreende os
quatro subplanos inferiores, e no que concerne às realizações humanas liga-se à
personalidade, o mundo mental abstrato neste segmento está ligado mais
diretamente à alma.
Na realidade a alma estabelece sua ação
inclusiva no corpo causal, situado no mundo mental abstrato, enquanto os mundos
buddhi e atma ligam-se respectivamente ao astral e etérico-físico.
É necessário que se ressalte sobre a natureza
de cada mundo e de suas influências no processo evolutivo da Vida manifestada no
planeta Terra. Torna-se evidente ao esotérico cada planeta de nosso sistema
solar, por onde a Vida se desenvolve, possuir certas particularidades. Neste
momento há maior convergência da Vida sobre nosso planeta do que noutros
planetas que constituem a cadeia planetária da qual a Terra participa. A Terra
é agora foco principal de atenção do Logos, o que não acontece com os seis
outros planetas de sua cadeia que tiveram ou ainda terão os seus momentos de
enfoque.
Não devemos imaginar que os mundos existam
unicamente para proporcionar morada e experiências ao homem. Ou que todas as
formas de vida desenvolvidas nos reinos inferiores ao humano vivam tão somente
em função do homem. Os mundos possuem seus tipos específicos de vibrações da
matéria universal, acolhem a consciência das múltiplas vidas e lhes
proporcionam as formas com que se manifestarão em seu campo de experiências.
A matéria de cada mundo provoca às vidas
determinada gama de reações e dificuldades que precisarão ser reconhecidas e
superadas. Assim se estabelece naturalmente o conhecimento e o campo do
conhecimento. Ao cabo de milhões de anos a Vida (a totalidade da manifestação
tomada como a Consciência da Criação), pluralizada em milhões de pequenas
vidas, virá se transferir de morada. Ao passar para outro mundo um novo ciclo
de experiências e conhecimento se iniciará.
O mundo
mental abstrato vem proporcionar aos egos já formados a condição de emergir de
suas prisões da matéria inferior para a libertação do carma de suas
existências.
27. Como
entender melhor o que seja a libertação?
R. Entendemos que a consciência do Logos
interpenetra as formas de vida de todos os reinos durante toda a existência
através de anima mundi. O homem já existia no pensamento da mônada e veio
existir objetivamente quando o sistema solar foi criado. Para que o homem
cumpra o papel que lhe é destinado pela mônada é necessário que colha
experiências em todos os mundos e reinos, alcançando gradativamente status de
ego-personalidade, ego-alma, alma espiritual (reflexo da mônada), e novamente mônada.
Mas até que venha evoluir plenamente de
personalidade para alma, estará preso a um carma onde as conotações duais de
bem e mal, certo e errado, positivo e negativo, etc., o estarão limitando. Ao
alcançar os domínios superiores, terá escapado destas limitações e conhecido
toda a profundidade da alma nele próprio vivente. Terá assim cumprido um longo
período de duro trabalho para aquisição do conhecimento, experiência e
sabedoria. O mundo mental abstrato representa o marco ou região limítrofe entre
estes dois estados de consciência.
28. O
quê proporciona o mundo mental abstrato?
R. Transmite através de sua matéria o
pensamento dos ideais evolutivos que se modelam em arquétipos no mundo mental
concreto. O mundo mental abstrato reage aos fluxos provindos dos mundos da
vontade e intuição, dinamizando as energias a um ritmo menor e de melhor
apropriação para os mundos inferiores. Ao contrário do que acontece nos mundos
inferiores não há nos mundos superiores tipos de matéria de natureza tão distintas
como, por exemplo, a astralina e a etérica-física. De acordo com os fluxos que
se precipitam de atma e buddhi, a matéria do mundo mental abstrato por ser
extremamente volátil, consegue vibrar os seus átomos a padrões muito acima de
sua normal condição bem como inspira ao pensamento concreto.
29. Que
é mundo buddhi?
R. É conhecido como o mundo da intuição. A
energia do mundo búdico, por sua condição magnética e agregadora, imprime em
todo o sistema solar a idéia da unidade divina. Em nosso planeta a energia
amor-sabedoria através do mundo buddhi estimula aos egos em desenvolvimento a
intenção do conhecimento através da prática do amor impessoal. Veicula-se tanto
à alma no mundo mental quanto à matéria astral, relativamente às emoções e
sentimentos humanos.
30. De
que maneira isto acontece?
R. A projeção da energia búdica ao
polarizar-se na alma, precipita-se através da ponte buddhi-manas e desta
diretamente ao corpo astral. Mas o efeito ardente da energia amor-sabedoria é
mais intenso quando se liga diretamente de buddhi à personalidade, o que não
acontece com certa frequência. Sempre que a alma polariza os fluxos energéticos
especiais de buddhi, a personalidade os recebe de forma mais adaptada ao carma
suportado. Quando, entretanto, a personalidade está em
vias de libertar-se do jugo cármico, este processo é permanente e propicia aos
veículos do ego inferior a experiência da iluminação.
31. Que
é mundo atma?
R. É o mundo de onde emana a vontade
espiritual do Logos. É conhecido como mundo espiritual. Por sua esfera de
influência a vontade do Logos se propaga de atma a todos os planetas de nosso
universo e também a outros sistemas solares. A convergência do aspecto vontade
do Criador, ao penetrar a todos os mundos do sistema solar, vem realizar sua síntese
no mundo físico nas transformações de sua matéria.
32. Como
entender esta última afirmativa se a inércia está incorporada à própria matéria?
R. O Logos quando trabalhou a matéria do
sistema solar despertou nela não só a qualidade da inércia como também do
movimento e ritmo. Mas devido ao fato de o mundo físico denso ser o depositário
da maior solidez da matéria universal, este propósito veio oferecer às vidas
aqui mergulhadas condições de lentas e graduais experiências, de acordo com o
ritmo também lento da percepção consciente das vidas. Portanto, não existe
inércia absoluta nas formas densas do mundo físico, pelo fato das três principais
qualidades da matéria estar presentes nas suas estruturas atômicas e
moleculares.
Assim a vontade original do Logos, ao
mergulhar e penetrar a todos os mundos, veio também atingir a matéria física
densa por ser ela depositária dos aspectos emanados do próprio Logos no
princípio da criação. E como a matéria física densa é o reduto último da
matéria original transformada, a partir dela a vontade do Logos promove o
caminho de retorno das miríades de vidas que criou.
33. Que
é mundo anupadaka?
R. É o mundo chamado monádico ou residencial
das mônadas. Deste mundo as mônadas ou espíritos puros atuam criando condições
especiais a fim de que as vidas estejam estruturalmente organizadas para
realizar as viagens de ida e volta através dos mundos criados pelo Logos.
34. Que
acontece com as mônadas no mundo anupadaka?
R. O mundo anupadaka propicia às mônadas
trabalhar próximo ao laboratório do Logos que é o mundo adi. As mônadas e o
Logos são portadores da Idéia da Criação. As mônadas também conhecidas como
espíritos puros atuam ativamente na realização do Grande Plano da Criação.
35. Que
é mundo adi?
R. É a dimensão onde o Logos atuou e ainda
atua para a realização do Grande Plano da Criação.
36. Quais
as características principais de adi?
R. Pouco poderíamos comentar de adi pelo fato
de ser o mundo onde o Deus do Sistema Solar trabalha. As palavras jamais serão
fiéis para ilustrar ou definir situações superiores que venhamos captar.
Grandes Seres, tendo já concluído seu tempo de evolução nos mundos do sistema
solar, ao alcançarem adi vêm assumir outras identidades por possuir entendimento
amplo e mais completo do espírito planetário e do esquema de que nosso sistema
solar é parte.
Em adi outros luminares também trabalham sob
a orientação do Senhor do Mundo. O que poderíamos, entretanto, afirmar é que a
matéria de adi é pura energia na mais alta concepção e, através de adi, o
pensamento integrado de outros sistemas solares vem penetrar o nosso sistema
solar.
Rayom
Ra
http://arcadeouro.blogspot.com