A
grande preocupação daqueles que combatem o espírito é permanentemente
trazer a sabedoria dos antigos iniciados para um patamar de crenças e
ilusões onde não é possível uma comprovação pela ciência. Esta
incansável perseguição prende-se a uma inversão do processo natural
biológico e espiritual do qual céticos, ateístas e agnósticos se
encontram enredados num mecanismo macabro de que não conseguem se
libertar.
Foi
Aristóteles o divulgador maior da ideia, trabalhada na filosofia e na
prática pelas terapias gregas, mas basicamente copiada dos iniciados
orientais que tanto influenciaram a filosofia da antiga Grécia, bem como
à sua gnose e medicina. Tudo está intimamente ligado e Aristóteles
partiu para a análise discriminativa dos elementos, aparentemente
isolados em seus diversos níveis de ação, separando a psique do soma, ou
seja, a psique sendo a mente-alma ou anima e o soma sendo
o corpo anatômico, o receptador último da mente com suas múltiplas
faces. Hoje sabemos que a mente abrange todos os níveis da personalidade:
em dimensões inconscientes, subconscientes e conscientes, conformando
um quadro muitas vezes dramático e caótico no íntimo do ego, resultante
da combinação denominada psicossomática. Porém, a mente não está somente
conectada com o órgão cerebral, pois sabem os hermetistas que ela não
representa o elemento automatizador e vazio a determinar todas as ações e
os movimentos físicos, mas se encontra plena e intimamente relacionada
com o fortíssimo agente emocional da personalidade numa situação viva e
consolidada por reações atávicas. A personalidade, ou ego inferior,
diagramada modernamente para os estudos da psicologia esotérica detêm a
visão de três departamentos principais – o físico, o emocional e o
mental.
Incontestável
o arrebate do ser emocional nas conquistas e derrotas do ego em suas
manifestações como personalidade. Embora a mente seja responsabilizada
pelos efeitos saudáveis ou maléficos depositados no soma, e por muitos
estudiosos esteja acondicionada no organismo cerebral como um produto
deste, não é nenhum nem outro isoladamente. A mente é um substrato, como
é o emocional. Ambos detêm veículos que são tanto receptadores como
geradores. No hermetismo, são veículos diferentes com substâncias
atômicas vibrando em padrões distintos, ligados por liames e pontes. Em
suas expansões ao longo dos exercícios quantitativos, segundo a
integração do ego com a vida, e com seu arbítrio e considerações de
melhores seleções ou qualidade, podem suas matérias ou substâncias algo
se misturar, e de fato se misturam em níveis limítrofes. Porém, mente e
emoção nos egos agem quase instantaneamente, dando colorações diferentes
às projeções de cada indivíduo. Nos egos mais evoluídos e menos
estratificados pelas fortes correntes inferiores dos desejos, ou
materialidade, o amálgama mente-emoção é sumamente benéfico, e as
emoções sublimadas por visões e estímulos de maiores abstrações elevam o
ego para situações de venturas, leveza e satisfações íntimas. É o
exercício da consciência para a edificação, alinhamento e integração da
ponte personalidade-alma-espírito.
As
doenças nem sempre anematizam o presente. Para que houvesse o banimento
total e completo delas no planeta, seria necessário um balizamento
sistemático de pensamentos e atitudes ao longo de um padrão perfeito e
adequado, ético, moral e educacional, a fim de que, pela abrangência
espiritual, fossem geradas sempre harmonia, equilíbrio e
consequentemente boa saúde. Se isso fosse possível para 7 bilhões e meio
de criaturas humanas nestes tempos atuais, o meio ambiente, por mais
deteriorado que fosse, como hoje encontrado nas comunidades carentes e
desprezadas pelos governos mundiais, não infectaria a saúde dos corpos
da maneira como infecta. Pois os padrões vibratórios dos átomos mentais
em consonância saudável com os átomos emocionais e físicos, não
permitiriam a invasão virulenta ou microbiana danosa aos organismos
biológicos da maneira sucessiva como acontece. Haveria doenças se os
ambientes não estivessem sanados, o que seria praticamente impossível
existir caso a massa humana evoluísse para padrões vibratórios mais
altos, para uma realidade racial e natural inegoísta. Mas nesta
hipótese, ainda que eventuais e raras doenças acontecessem, seriam mais
fáceis de serem curadas, pois as contaminações somente encontram
caminhos mais livres em corpos e almas desarmônicos e apropriados para
as invasões.
Supondo
que as doenças sejam todas resultantes das desarmonias mentais e
emocionais das populações mundiais, isso de forma alguma pode ser
atribuído ou mensurado pela decorrência de uma só vida de tantos bilhões
de encarnados. E a grande maioria dos psicólogos e psiquiatras não
entende ou não admite esse fator autoexplicativo, pois o fator recai na
filosofia oriental da causa e efeito – do carma. Daí que Aristóteles
estabeleceu as diferenças de soma e psique para demonstrar não somente a
realidade intrínseca do ego, embora não detalhada como os esotéricos
hoje conhecem, mas também com a visão de que o indivíduo não tem funções
biológicas, emocionais e mentais isoladas que venham gerar harmonias ou
desarmonias. Isso remete a uma sucessão de vidas, de encarnações, em
que todas as estruturas atômicas do ego detêm resultados parciais em
suas memórias, que mais tarde em outras sucessivas vidas as energias
retidas são inevitavelmente lançadas ao corpo biológico, mostrando
efeitos visíveis. Em casos de energias destrutivas que se apresentam em
males ou doenças, são comumente tratadas como causas físicas que se
buscam curar com medicamentos cada vez mais fortes ou por inevitáveis
cirurgias extirpadoras.
Não
supomos, não obstante, que uma humanidade mentalmente saudável não
devesse prescindir de alimentação liberta dos condimentos deliciosos,
mas arrasadores com a saúde e de outras fontes de prazer alimentar
perniciosos, e nem prescindisse de hábitos físicos higiênicos
extremamente importantes, e cuidasse de não externar violentas explosões
emocionais. Caso isto não tivesse um melhor controle consciente num
planejamento integrador para aperfeiçoar o ego, as doenças fatalmente
ressurgiriam ou jamais deixariam de ser geradas. E se isso não for
seguido em futuro próximo, nem daremos a partida para a sua erradicação,
nem para a eliminação das deformações cerebrais e corpóreas e das más
funções de órgãos que nos afligem.
Mas
que tem isso a ver com a conotação ateia, de um pragmatismo revelado
pelo amargor e o ódio cético indisfarçáveis, persecutórios para com as
religiões, o espiritismo e o esoterismo? A razão é que o ceticismo se
insere na incapacidade de o crítico aperceber-se da realidade invisível
aos seus olhos. Torna-se inútil tentar demonstrar ao cético que a curva
evolucionária humana não se deu a partir da aceleração dos inventos
científicos e da derrocada da escolástica religiosa. A ciência veio
ocupar o lugar vazio na alma cética e ateia, que passou a conviver com
essa idéia e com os postulados científicos, como se fora a única
realidade palpável. Os ateus mais capacitados intelectualmente nos
campos das experienciações científicas são egos que sempre conviveram
com idéias materialistas, que nesse período planetário, nesse sistema
solar, ou provindos de um sistema solar anterior, se projetaram para a
Terra em prosseguimento de suas caminhadas encarnacionistas.
O ceticismo
férreo e irrebatível impregnado em seus egos traz como signo o
inabalável selo forjado nas forças terrenas e negativas manobradas pela
inteligência superior dos Senhores da Face Negra. O ateu, o cético
experiente e sagaz encontrado em todos os ramos das profissões,
principalmente nas áreas da pesquisa ou prospecção científica, é de um
organismo a parte do momento evolucionário da Terra onde egos mais
obedientes buscam avançar pela translucidez da alma e libertação da
matéria. O cético, ao contrário, busca sempre aperfeiçoar-se na matéria e
nela internar-se cada vez mais.
A
sabedoria do passado detém dos céticos o total desprezo. A ciência,
antes praticada por alquimistas, iniciados na magia, no esoterismo dos
símbolos vivos da alma, nas forças ritualísticas, na astrologia e em
outras atividades incompreendidas das massas, levaram a Fraternidade
Branca Universal a calcar essa sabedoria nas formas diversas das
religiões, porque o momento evolucionário da humanidade assim o exigia.
Esse fato é ao mesmo tempo ridicularizado e odiado pelos doutos da
ciência materialista. Entretanto, toda a potencialidade mental e
sensibilidade espiritual que bilhões hoje desfrutam, independentemente
da moderna tecnologia na qual se lançam e dela se beneficiam, vieram
sedimentadas, justamente, pelos estímulos levados a efeito por um
trabalho interno, paulatino e coordenado em imensas populações onde as
religiões, as mitologias, as filosofias espiritualistas e iniciações no
âmbito sacerdotal e ocultista foram as ferramentas principais e
válidas..
Os
tempos mudaram; eras luminares foram suplantadas por eras negras nos
destinos da Terra. Isso foi impossível evitar-se, porque os egos já
formados ou ainda em formação e a natureza inteira, tiveram de responder
sempre aos influxos das energias cósmicas que assim se sucediam, como
ainda se sucedem. A astronomia já foi sagrada e manobrada por mestres
das ciências ocultas, onde esses fatores cíclicos, negativos e
positivos, eram previstos com antecipação e adeptos da Fraternidade
Branca abrissem ou fechassem as eras que influenciaram egos e reinos da
Terra. Assim, o processo evolucionário controlado ampararia egos
avançados e aqueles cujos carmas se moldavam em diversas escalas,
mantendo-os nas ações dirigidas da fé, devoção e ensinamentos
espirituais. Negativo x Positivo sempre em balanços, em dualidades, em
oposições e compensações. Matéria x Espírito em profundos choques de
identidades com as forças negativas e positivas.
O
ceticismo, porém, permaneceu sempre alheio a esses confrontos íntimos e
forças que moviam. Sob os negros véus de seus Senhores milhões
ignoravam a sutilização da alma, tratando os seus átomos mentais
orientados unicamente para a objetividade. Esse véu foi sempre real,
exarado das mentes dos Senhores da Face Negra, impregnando corpos e
almas dos que com eles se identificassem. Uns avançaram nos caminhos do
conhecimento oculto das forças negativas, ativaram e alimentaram seus
chackras com os poderes da magia negra, tornando-se também adeptos
negros. Outros permaneceram em escalões menores unicamente em seus
labores da matéria, ligados, no entanto, com os Senhores da Face Negra
pelas radiações de suas luzes escuras. Essas ações em favor da matéria,
não permitiram aos seus possuídos adentrar por vontade própria nos
redutos mais profundos de seus egos, a fim de trabalhar e sutilizar os
canais que comunicam com a verdadeira alma, o Ego Superior.
Permanecem
os materialistas fechados para esta realidade interna na qual,
sozinhos, não conseguem internar-se, pois a liberdade mais aberta
implicaria na aceitação dos processos evolucionários, na quebra das
barreiras materiais construídas há eons, solidificadas nas estruturas de
seus egos-personalidades pela polaridade negativa. E, principalmente,
implicaria na aceitação da alma como impulsionante das experiências
válidas levadas a termo pelas reencarnações depurativas e a aceitação do
sofrimento para os necessários avanços na luz.
Esta
situação, no entanto, não pode ser mantida ad-infinitum. Até certo
estágio das encarnações, embora decorram milhões ou bilhões de anos
solares, a opção em não avançar pela depuração e sutilização do ego e
reconhecimento diretor da alma, é respeitada pelas leis da natureza.
Depois, a opção entra num processo ajustador de perda de identidade com a
própria matéria e espírito.
Deste modo, a massa de egos comuns,
refratários e rebeldes à senda evolucionária - mesmo avançados
intelectualmente - após incontáveis eras de prisão na matéria em mundos
diversos, vê-se diante de uma via compulsória em dois segmentos
distintos. É-lhes dada pela última vez a oportunidade de adentrar os
caminhos da luz ditados pelo espírito ou mônada. Os que aceitarem terão o
auxílio de missionários. Os que se negarem serão atraídos para um
processador dissolutório de parte ou totalidade de seus egos em
sucessivas encarnações invertidas. Assim é a lei.
Por Rayom Ra
[Os textos do Arca de Ouro, por Rayom Ra, podem ser reproduzidos parcial ou totalmente, desde que citadas as origens]
http://arcadeouro.blogspot.com