quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Nychthemeron, as Horas de Apolônio - (I)


“Disse também Deus [Elohim]: Haja [dois] luzeiros no firmamento dos céus [da Consciência], para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais [ou símbolos], para estações [ou para humilhações e exaltações], para dias [ou iniciações] e anos [ou ciclos esotéricos]. (E deixem-nos que sejam quatro luzes [guias] no firmamento dos céus [da consciência]a fim de dar luz [para a mente] na terra [fisicalidade]: E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. Fez Deus os dois grandes luzeiros; o maior para governar o dia e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas”. – Genesis 1:14-16.

  E a noite e a manhã eram o quarto Nychthemeron. Nychta-Mera. Nychthemeron. Nychthemeron é um vocábulo grego dividido em duas palavras: Nychta e Mera. Nychta é “noite” e Mera é “dia” – “horário diurno”. Nychthemeron literalmente significa uma noite e um dia, ou uma noite iluminada pelo dia. Equivale a: “E houve tarde e manhã, o primeiro dia”, e do mesmo modo o segundo, o terceiro, o quarto, quinto e sexto dias do primeiro capítulo do livro do Genesis.

  O início do Nychthemeron é o ponto onde o sol poente intersecta o círculo do horizonte. Por conseguinte, o Nychthemeron se estende do momento em que o sol desaparece do horizonte até o seu próximo desaparecimento no mesmo horizonte no dia seguinte. Desse ponto de vista é óbvio que o espaço de tempo da noite e dia, do Nychthemeron, é constituído de vinte e quatro horas.

  Assim, unicamente deste ponto de vista cabalístico e alquímico solar, a noite e o dia de cada um dos dias do Gênesis tem vinte e quatro horas. Vamos estudar essas horas do ponto de vista solar, uma vez que o tempo estabelecido pelo Nychthemeron não é o tempo natural que contamos nesse mundo tridimensional. Sabemos que o relógio com doze horas relaciona doze horas de luz e doze horas de noite. Essas horas solares têm precisamente um significado nesse Nychthemeron. Cristo, o Sol, é chamado na mitologia Grega, Apolo. No livro “A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada”, Mestre Samael Aun Weor explica claramente que Apolo, o Sol, nos planos internos, em nossos sonhos, simboliza o Cristo.

  “O Sol da Meia Noite guia o iniciado nos mundos superiores. Os iniciados devem saber os movimentos simbólicos do Sol da Meia Noite. O nascer do Sol equivale ao nascimento, à elevação e à Sua manifestação, etc. O pôr do Sol alegoriza a morte de alguma coisa, a descida de alguma coisa, etc. O Sol, com o completo esplendor, no meio dia, alegoriza a plenitude completa, o triunfo completo, o sucesso de tal e tal iniciação, etc. Estamos nos referindo, enfaticamente, ao Cristo Sol, o Logos, o Sol Astral. Os místicos veem o Sol Astral. Ele os guia ao longo do caminho do ‘fio da navalha’. Quando as nuvens do céu estão cobrindo o Sol Astral, isso significa que o ego animal está ainda muito forte dentro do iniciado”.   Pistis Sophia Desvelada, por Samael Aun Weor.

  Deste nome Grego Apolo, vem o nome de um grande sábio que existiu no primeiro século da Era Cristã, cujo nome era Apolônio; que significa “de Apolo”, melhor dizendo, “do Sol”. O Nychthemeron relata às doze horas de Apolônio – às doze horas do Sol. Quando observamos o horizonte, a hora em que o Sol se põe e afunda no oceano, é precisamente o momento de sua entrada no mundo submerso chamado Klipoth, Inferno. O Sol dá sua luz até mesmo às dimensões infernais. Observando esse simbolismo, ou seja, Apolo afundando no abismo, no Klipoth, dentro dos infernos, compreenderemos então que a luz solar, o Raio da Criação, que começa no Ain Soph Aur, o Solar Absoluto, desce através da Árvore da Vida, e por todas as Sephirah, para finalmente mergulhar no Oeste, precisamente em Malkuth, a terra. Na Kabbalah, o Leste é Tiphereth, a sexta Sephirah da Árvore da Vida, e Oeste é Malkuth, a terra.

  Quando o Sol afunda no Oeste, está afundando no abismo para finalmente alcançar a nona esfera onde Dante encontrou Lúcifer, que é uma palavra latina significando Portador da Luz, de lucis “luz” + “ferry” = portador – luciferry à Lúcifer.

  O Cristo Sol, Apolo em Grego, mitológico, quando mergulha no abismo se torna o Lúcifer Latino. Em Grego é chamado Apollyon, o destruidor. Vejamos aqui a raiz do mesmo nome: Apolo, Apolônio e Apollyon o destruidor, sobre o qual o Livro da Revelação fala extensivamente. Apollyon é chamado o anjo do abismo.
                         
  Lembramos estarmos a citar o nome Apollyon de uma maneira alquímico-cabalística. Não estamos falando de nenhum individuo. Apolo, Cristo, é uma força Solar, uma energia Solar que durante o dia dá a luz e durante a noite mergulha no abismo a fim de fazer o que tem a fazer.

  O abismo, inferno, Klipoth, a nona esfera do inferno, são lugares onde as almas pagam seus carmas e onde suas iniquidades são finalmente desintegradas e destruídas pelo fogo da terra que é o fogo solar. A luz solar transformada é a natureza que converte sua luz em fogo nas dimensões inferiores. Portanto, nós, os Gnósticos, sabemos do ego que chamamos de luxúria, ódio, orgulho, cobiça, inveja, gula, preguiça, eventualmente vir a ser destruído dentro das regiões inferiores deste planeta. A psique torna-se mecanicamente limpa nas dimensões inferiores.

  Entrementes, existe uma via para os iniciados, os adeptos, para eliminarem seus elementos animalescos de suas psiques por vontades próprias; esse é um processo iniciático que perdura por doze horas alquímicas segundo o Nychthemeron. Apolônio escreveu o Nychthemeron baseado nesse caminho iniciático de doze horas, que são as doze horas relacionadas com os famosos doze trabalhos de Hércules. O trabalho que temos a fazer é com o Sol. É um trabalho de estar relacionado com Apolo, com Cristo, com a energia Solar presente dentro de cada um de nós. É assim como o Nychthemeron está explicado.

  O caminho Solar está escrito em síntese no Gênesis. Muitas vezes, temos colocado que o Gênesis é o livro dos Gnósticos. Um livro de alquimia e Kabbalah que é estudado de diferentes maneiras. Se observarmos o livro do Gênesis veremos que trata do Nychthemeron – a noite e o dia – a que o Gênesis se refere como “tarde e manhã, o primeiro dia”. Obviamente, um dia tem vinte e quatro horas, mas repetimos que aquelas outras horas referidas não são as horas que contamos nesse mundo tridimensional, porém são as horas relacionadas com o caminho da auto-realização do Ser.

  Cada dia tem vinte e quatro horas que se perfazem através do movimento da Terra girando sobre ela própria, como sabemos. Nesse caso, a Terra é Malkuth que somos nós. Em várias palestras temos ressaltado que Malkuth é a Terra. Porém, falando fisicamente, Malkuth somos nós. É o caminho em que a luz Solar gira em torno de nós. Lembremos que o dia e a noite no plano físico vêm acontecendo segundo a luz do Sol. No verão, por exemplo, os dias são mais longos. A luz nesses dias é mais longa e as noites são mais curtas, porém a soma de ambas dá vinte e quatro horas.

  Esse é precisamente o ponto onde muitos investigadores falham quando tentam perscrutar os dias do Gênesis. Dizemos que essas horas não estão relacionadas com o tempo físico ou com as vinte e quatro horas convencionais, porém que se relacionam com outro tempo, outro tempo cósmico. Sim, estamos colocando que se relacionam com as vinte e quatro horas, porém por uma visão esotérica dentro de nós. 

  Lembremos que há também o cinturão zodiacal com doze constelações; essas doze constelações estão relacionadas com essas doze horas. Elas estão também relacionadas com os doze apóstolos e as doze tribos de Israel, que estão relacionadas com Tiphereth (esplendor), o centro da vida. Essas doze horas, esses doze signos zodiacais estão relacionados com as duas luzes citadas no quarto dia do Gênesis.

“Disse também Deus [Elohim]: Haja [dois] luzeiros no firmamento dos céus [da Consciência], para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais [ou símbolos], para estações [ou para humilhações e exaltações], para dias[ou iniciações] e anos[ou ciclos esotéricos]. (E deixem-nos que sejam quatro luzes [guias] no firmamento dos céus [da consciência]a fim de dar luz [para a mente] na terra [fisicalidade]: E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. Fez Deus os dois grandes luzeiros; o maior para governar o dia e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas”. – Genesis 1:14-16.

  Eliphas Levi explica no seu livro que os doze signos do zodíaco correspondem aos vinte e quatro anciãos coroados do Apocalipse:
  É sabido que os signos do zodíaco correspondem a várias influências celestiais e, consequentemente, significam uma alternativa anual do bem e do mal [luz e noite].

  Mestre Samael Aun Weor também estabelece que há vinte e quatro anciãos, dois para cada constelação que se relacionam com os doze signos do zodíaco. As doze horas são os doze Sábios ou doze Horus, que correspondem à viagem cósmica da luz de Horus, o Sol, ao longo das doze horas do relógio ou cinturão zodiacal. A luz de Horus encontra-se oculta nessas doze horas ou estrelas do céu.

  Lembremos o que estabelece o livro da Revelação:
  “Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão [Ain Soph Aur] ao que vive pelos séculos dos séculos, e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor [Absoluto Solar], e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu [Cristo Cósmico] criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. Revelação 4: 10,11.

  Esses são os vinte e quatro anciãos que tiram suas coroas ante ele, que é o Cristo, a Luz Solar, Horus ou Apolo, que senta no trono ou sistema nervoso central.

  Esse é um trabalho alquímico do qual temos de nos desempenharmos entre a noite e o dia, entre nychta e mera – o Nychthemeron – que é um processo interior em cada única iniciação, por que cada um dos dias do Gênesis está relacionado com o Nychthemeron. O livro do Gênesis descreve essas vinte e quatro horas do Nychthemeron, “E haja tarde e manhã” ou as doze horas da noite e as doze horas do dia, a fim de completar as vinte e quatro horas de nossa primeira viagem, ou iniciação, ou primeiro dia. Assim é como o horário, o Nychthemeron, se encontra disposto por Apolônio. Isso significa que o Nychthemeron é o horário de Apolo, de Horus, do Sol, a fim de mostrar-nos o processo no qual estamos relacionando o nível ou hora que se liga ao desenvolvimento particular por nós realizado, através de nossa vida iniciática.

  Algumas vezes, durante os sonhos, vemos as horas. Duas horas, três horas, dez horas, e se nos lembrarmos da hora que vimos no relógio durante nossos sonhos – aquela hora que nos foi mostrada – ela nos estará dizendo algo relacionado com as doze horas de Apolônio.

  O Nychthemeron está relacionado com o desenvolvimento do verdadeiro ser humano, que em Hebreu, na Bíblia, é chamado Adão, estando ali traduzido como homem. A fim de compreendermos de um modo simplificado como Adão se relaciona com o Nychthemeron, vamos explicar isso de maneira cabalística. Multipliquemos as vinte e quatro horas de um dia pelos seis dias descritos no primeiro capítulo do livro do Gênesis. Temos então que vinte e quatro multiplicadas por seis dão um total de cento e quarenta e quatro horas. Tomemos agora o alfabeto Hebraico e pesquisemos como essas cento e quarenta e quatro horas se relacionam com Adão. O valor de Aleph é um; o valor de Daleth é quatro, e o valor de Mem é quarenta.  Aleph, Daleth e Mem soletram Adão. Eis por que está escrito no Gênesis que Adão foi feito no sexto dia.

  Disse também Deus (Elohim): produza a Terra seres viventes, conforme a sua espécie; animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Deus os animais selváticos, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os répteis da Terra, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nosso semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a Terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra Criou, pois, Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. – Gênesis 1:24-27.

  Assim sendo, Moisés explica no quinto capítulo do livro do Gênesis: “Este é um livro da genealogia de Adão [ou como Adão foi gerado]. No dia em que Deus criou [ou gerou o andrógino] o homem, à semelhança de Deus o fez; o homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia que foram criados”.

  Assim, se fizermos a soma dos numerais 1440, das letras Aleph, Daleth, Mem do nome Adão (Adam) teremos a síntese de nove. A nona esfera é Yesod. Em resumo, Adão foi feito na nona esfera, onde encontramos a união da imagem e semelhança de Jehovah ou Yod-Hei-Vav-Hei.

  De acordo com a Árvore da Vida, as quatro letras Yod-Hei-Vav-Hei se relacionam, em síntese, com os quatro mundos da Kabbalah. Nominalmente, a letra Yod – cujo valor é dez – se relaciona com o mundo dos arquétipos ou Atziluth. Os valores das duas letras Yod e Hei perfazem a soma de quinze, e (as letras) se relacionam com o mundo de Briah, o mundo da criação. Os valores das três letras Yod, Hei, Vav dão a soma de vinte e um e (as letras) se relacionam com o mundo de Yetzirah, o mundo da formação dos Anjos. E os valores das quatro letras Yod, Hei, Vav, Hei perfazem a soma de vinte e seis e se relacionam com nossa fisicalidade, Malkuth, Assiah.  Por conseguinte, 10 + 15 + 21 + 26 perfazem a soma de setenta e dois. É precisamente por isso que na Kabbalah estabelecemos que Deus tem 72 nomes e  7 + 2 é igual a 9. Em síntese, os 72 nomes de Deus são iguais a 9, que é também a síntese do número de Adão.

  Eis por que Cabalisticamente está explicado como Adão foi feito à imagem e semelhança de Yod, Hei, Vav, Hei. Isso é devido a que encontramos Yod, Hei, Vav, Hei ou o famoso Tetragrammaton, escrito em um dos braços da misteriosa estrela, o Pentagrama, e o nome de Adão em outro. O Pentagrama simboliza Apolo, Cristo, Horus que também simbolizam Adão Solus, o Adão Solar, ou em outras palavras o Homem Solar, o Cristo encarnado em Adão, o Homem. O Pentagrama é um símbolo poderoso desde que, conforme explicamos acima, cada um desses dois nomes seja igual a nove.


pentagram 800


  Além disso, as quarto letras Yod, Hei, Vav, Hei somam 26, que é igual a 8; mais as três letras Aleph, Daleth, Mem, da soma 1440 de Adão, que é igual a 9; e 26 + 9 = 35, que é igual a 8, o infinito.

  “O sagrado símbolo do infinito é encontrado no centro da Terra, na Nona Esfera...” Lembremo-nos da sagrada máxima: “O infinito é igual ao Pentalpha”. – Tarot and Kabbalah, por Samael Aun Weor.

  Os dois nomes: Yod, Hei, Vav, Hei e Aleph, Daleth, Mem de Adão são escritos em cima dos braços do Pentagrama porque na Kabbalah o Homem Solar é chamado Adão Yod Hei Vav Hei ou Adão Yod-Havah; o Adão feito à imagem e semelhança de Elohim. É esse também o Adão Kadmon, o símbolo do Cristo Cósmico.

  O valor das letras de Adão iguala 9 e o valor dos quatro mundos cabalísticos sintetizados em Yod-Hei Vav Hei iguala 72, que iguala 9. Assim, se somarmos os dois noves 9 + 9 = 18 :. 1 + 8 = 9.

  Se pusermos o pentagrama invertido, então esses dois noves também simbolizarão a expulsão de Adão do Éden em Malkuth, o reino das bestas, devido ao crime da expulsão de Yod-Hei Vav Hei de seu corpo como uma besta. Por conseguinte, com a mente, o coração e o sexo de Tiphereth [sexto Sephirah], o homem, torna-se “uma besta 666 tri-centrada”, um demônio ou anjo caído, que é totalmente o oposto do Homem Edênico, o Adão Solar.

  Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis”. – Revelação 13:18.

  Observemos o Tetragrammaton e o significado de Adão Yod, Hei, Vav, Hei nos braços do Pentagrama, que é um símbolo de poder. Este símbolo anela o mistério das cinco luzes, os cinco auxiliares. Vejamos o que diz a Pistis Sophia no primeiro capítulo:

  Aconteceu de, quando Jesus houvera ressuscitado da morte, ter passado onze anos em companhia de seus discípulos, os instruindo unicamente sobre as regiões do Primeiro Mandamento e as regiões do Primeiro Mistério, aquele dentro do Véu, dentro do Primeiro Mandamento, que é o quarto e o vigésimo mistérios, fora e abaixo – aqueles (quarto e vigésimo) que estão no segundo espaço [Briah] do Primeiro Mistério e que estão diante de todos os mistérios, o Pai na forma de uma pomba.
  E Jesus disse aos seus discípulos: ‘Eu saí daquele Primeiro Mistério, que é o último mistério, que é o quarto e o vigésimo mistérios’. E seus discípulos não conheciam e não compreenderam nada que existisse envolvido naquele mistério; porém, meditaram acerca daquele mistério, que é [Kether] a coroa do universo e de toda a existência; e acharam que era a realização de todas as realizações, por que Jesus tinha lhes falado acerca daquele mistério que envolvia ao Primeiro Mandamento e aos cinco efeitos, e à grande Luz e aos cinco auxiliares e a todo o Tesouro da Luz [o Pentagrama]”.

  Esses são os dois primeiros parágrafos do Pistis Sophia. Eles, de fato, incorporam tudo dos mistérios como podemos ver. O Pentagrama inclui os cinco efeitos e a Grande Luz, que é a Luz Solar. Os cinco efeitos e a Grande Luz que Jesus explica, estão relacionados com o todo do Tesouro da Luz. O que é o Tesouro da Luz? É a Luz Solar. É o Sol; é a Força Solar do Absoluto Solar que dá vida a tudo do universo.

  Jesus também explica que o Primeiro Mistério é o Último Mistério, que é o Quarto e o Vigésimo Mistérios. Qual é o Primeiro Mistério da primeira hora de Apolônio? O Primeiro mistério é igual ao quarto e ao vigésimo mistérios - que é o estudo dos mistérios de Malkuth, nossa fisicalidade - e que são [tais mistérios] iguais às vinte e quatro horas da noite e dia. O vigésimo quarto mistério é 2 + 4, igual a 6, ou à criação de Adão, 1440, no sexto dia - que são 24 horas multiplicadas pelo pelos 6 dias. Se buscarmos no Tarot descobriremos que o Arcano vinte e quatro é a tecelã. A tecelã é o mistério da Divina Mãe Natureza, tecendo o tear de Deus, o mistério que estamos explicando aqui.

  O mistério das vinte e quatro horas relaciona-se com Malkuth, na medida do estabelecido, em que Malkuth tenha vinte e quatro horas. Em outras palavras, essas vinte e quatro horas estão relacionadas com o mistério das vinte e quatro horas, cujo ele, o mistério, é a tecelã ou natureza. A Divina Mãe tece o destino de todas as almas através da luz Solar, o Primeiro Mistério. Os fios do tear da Divina Mãe Natureza são feitos de luz Solar. Os raios do Sol são os fios da luz que a Mãe Natureza tece dentro dos diferentes elementos que se tornam forças diferenciadas de luz, às quais precisamos adquirir a fim de nos desenvolvermos espiritualmente, psicologicamente. Eis por que a natureza é a esposa de Deus.

  O Primeiro Mistério é Kether, a Coroa, o Pai de todas as luzes. Quando nós, Gnósticos, chamamos Pai, dizemos: “o Pai de todas as luzes”; Kether. Sua esposa é o mistério das vinte e quatro horas, que é Malkuth, que contém todas as luzes. É assim por que o primeiro Mistério é igual às vinte e quatro horas, uma vez que o Primeiro Mistério é a Luz Solar, a luz do Sol, a luz do Pai que se encontra dentro da natureza. Eis por que está consignado: “E havendo Deus [Malkuth] terminado no dia sétimo a sua obra que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus [Malkuth] o dia sétimo e o santificou, por que nele descansou de toda a obra que como Criador, fizera”.

  Elohim descansou no sétimo dia de todo o seu trabalho que houvera feito. Em outras palavras: Elohim descansou em Malkuth, na Mãe Natureza, de todo o seu trabalho que houvera feito. Por que é o sétimo dia? Porque entre os sete Sephiroth mais baixos Malkuth é o sétimo Sephirah. Então, as forças solares se desenvolvem através de vinte e quatro horas na Mãe Natureza. Em nosso caso, Malkuth é nosso corpo físico, nossa própria particular natureza.

  Ademais, lembremos-nos que em outras palestras falávamos acerca dos sete cosmos, e que o quinto cosmos é chamado Mesocosmos, que é a própria Terra ou qualquer planeta governado pelas vinte e quatro leis. Notemos como nada aqui é perdido; o sexto cosmos é o microcosmos que emerge das vinte e quatro leis que em si mesmas governam todos os planetas, estando relacionadas com o Arcano vinte e quatro, que é o Primeiro Mistério. Então, do Mesocosmos emergem os cinco corpos Solares ou cinco efeitos da luz que constituem o autêntico Microcosmos, chamado o Pentagrama.
 
  Isso também representa o Cristo Cósmico, o Pai na forma de uma pomba. Eis como o Pistis Sophia explica: “A pomba branca é o símbolo do Espírito Santo, Binah, Inteligência. Através de Binah, o Espírito Santo, Cristo o Pai, impregna Cristo a Mãe, que é o vigésimo quarto mistério, a fim de os corpos Solares, que são os maravilhosos efeitos da Luz Solar, o Pentagrama, o Sol, também o Filho o Cristo, surjam em nós como o sexto mistério, o Microcosmos”.
    
  Aí está por que encontramos nos Evangelhos que quando Mestre Jesus está conversando como Cristo, ele diz: “Eu Sou a luz do mundo”, uma vez que a luz Solar estava encarnada nele. Em Pistis Sophia, ele disse: “Eu saí daquele Primeiro Mistério, que é o último mistério, que é o quarto e o vigésimo mistérios”. Isto nos está dizendo muito. Ele está dizendo que o Salvador Yeshuah sai, emerge do Primeiro Mistério, porém que o Primeiro Mistério está dentro da natureza, que é o último mistério, que é o quarto e o vigésimo mistérios. Então, onde estará o Pai, o Criador? Nós O encontramos dentro da natureza, porquanto Ele é a luz Solar. Assim sendo, O encontramos dentro do vigésimo quarto mistério, que o mistério da tecelã, nossa Divina Mãe Natureza.

  Na Iniciação Cósmica Venusta, a Mãe Cósmica é representada por aquela mulher da Revelação que está vestida com o Sol, o dia, a Lua, a noite, e sob seus pés e ante sua cabeça está o Nychthemeron, ou a coroa de doze estrelas. Os dois anciãos representam humilhação e exaltação para cada uma das doze constelações que se relacionam com as vinte e quatro horas da noite e dia. A Mãe Cósmica está acima, em Daath, estando com criança em dores de parto doloroso, para ser nascida em Malkuth, nossa própria fisicalidade individual ou Mãe Natureza inferior.

  Vejamos aqui como o trabalho Crístico que temos a desempenhar, relaciona-se com a luz Solar e como está relacionado com o Sol e com a Lua em Malkuth, com o Nychthemeron que temos de estudar em detalhes, a fim de compreendermos em que nível nos encontramos. Lembremos que cada iniciação, cada simples dia, tem vinte e quatro horas, que são divididos em noite e dia, tarde e manhã, Lua e Sol, representando signos ou símbolos de humilhações e exaltações, dias de iniciações, anos ou eras esotéricas.

  A Bíblia conduz isso de maneira muito críptica, especialmente nas cartas do Apóstolo Paulo de Tarso. Quando lemos as Epístolas ou cartas do Apóstolo Paulo, que – não por coincidência – trocou seu nome de Sheol ou Saulo para Paulo ou o apóstolo Apolo, está assim consignado:

Apostle Paul
“Refiro-me ao fato de cada um de vós dizerdes: Eu sou de Paulo, e eu sou de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo”. (Coríntios 1:12)

  “Seguindo ele estrada afora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor. E caindo por terra, ouviu uma voz [de Apolo, o Sol] que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9:3-4).

  À Paulo, Apollo fala muito claro sobre o Nychthemeron em 2 Coríntios 11:23-29. Ele diz:

  “São Ministros (Diakonos uma palavra que significa ministros, que em Sânscrito significa Bodhisattvas) de Cristo”?

  Em outras palavras: estão eles realmente seguindo a luz do Sol? Dado que Paulo sempre fala sobre o Cristo interno, que é a luz Solar que temos a desenvolver, ele continua: “Eu falo como um tolo”.

  Significando que é nossa natureza humana que fala como um tolo, relacionando-se com as cartas do Tarot, com a carta 21, o Tolo, relativa ao ego que possuímos. Ainda, Cristo é a Luz do céu, a luz Solar de Apolo. É a luz do mundo, a luz da vida; que ilumina ou dá sabedoria a todo homem que vem ao mundo. É a luz que dá vida a qualquer coisa existente. É a luz que subitamente brilhou em torno de Saulo em sua jornada a Damasco. Então, quem é aquele que sempre fala de Cristo? Em meu caso, meu exemplo, é o Tolo. Eu sou o Tolo. Então, a fisicalidade, a personalidade de qualquer iniciado discursivo é o Tolo. O iniciado encerra, termina de ser o Tolo, quando ele ressuscita. Antes da ressurreição todos somos um tolo. Por isso, diz Paulo: “Eu falo como um tolo”, como um doido, porque ele ainda está em processo. Que processo? O processo de Nychthemeron. Paulo continua, dizendo:

  “Eu ainda mais [estive]: em [os 12] trabalhos, muito mais, muito mais em prisões [karma]; em açoites, sem medida; em perigos de morte. Muitas vezes”.

  Quando as pessoas leem essa última citação, pensam na morte como a morrer fisicamente. Não, não, não, não! Paulo se refere à morte psicológica, porquanto ao experimentarmos o Nychthemeron experimentamos o processo da aniquilação de nosso ego. Se quisermos nos elevar com o Sol, temos primeiramente de afundarmos no abismo, em nossa subconsciência, infraconsciência. É lá onde encontraremos nossa sujidade sensual, a repugnante raiva, a ambição, o orgulho, a preguiça, a gula, a inveja. Afundamos no abismo a fim de desintegrar todos os nossos defeitos que são nossos elementos animais. Para tanto, teremos também de afundarmos em Meditação e mergulharmos na inconsciência que é o inferno em nós, onde nossos demônios habitam. Precisamos de todas  essas coisas para morrermos repetidas vezes através da compreensão.

  A luz Solar de Apolo destrói o ego como Apollyon, o destruidor. Entendem isso? Quando afundamos dentro de nosso próprio abismo, então a luz Solar de Apolo, que é Cristo que temos a encarnar, torna-se Apollyon, o anjo do abismo, que destrói Saul, Sheol - o inferno que se encontra dentro de nós. Cristo é a estrela que cai do céu na Terra: e a ele foi dada a chave do poço do abismo. (Revelação 9:1)

  Revelação abrange muitas coisas, coisas crípticas. Nela está assinalado que “o anjo do abismo abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha e com a fumaceira saída do poço escureceu-se o Sol [Apolo] e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a Terra; e foi-lhes dados poder [sexual] como os que têm os escorpiões da Terra”... E muitos outros mistérios que são cabalísticos. “E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome é Abadom, e em grego, Apoliom (o destruidor)”. Não iremos nos aprofundar no nome Hebreu Abadom por que agora estamos nos direcionando a Apollyon, que é Grego.

  Apollyon é o destruidor e naturalmente está relacionado com a profecia que nesses dias e Era está sendo cumprida pelo Mestre Samael Aun Weor, e que é a quinta causa da luz do Pentagrama que trouxe o conhecimento de Cristo, a luz Solar de Apolo. Samael atua em duas vias: acima, ele doa sua luz ou luz Solar de Apolo, de tal modo que as trevas abaixo do anjo do abismo, Apollyon, o destruidor, possam ser destruídas.

  Gostaria que soubessem que quando uma raça perde todo o interesse em ideias solares, o Sol [Apolo] também perde todo o interesse por aquela raça [como Apollyon] e a destrói. Nesses momentos, o Sol quer destruir esta raça por que já está inútil para o experimento. Contudo, antes de destruí-la, o Sol realiza um supremo esforço. Com grande esforço, o Sol se dispõe a uma colheita, muito embora seja uma pequena colheita de humanos solares”. – Samael Aun Weor.

  Continuemos lendo o que Paulo de Tarso está experienciando em seu Nychthemeron.

  “Cinco vezes recebi dos Judeus uma quarentena de açoites menos um. Fui três vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar [melhor dizendo, na face do abismo]. – 2 Coríntios 11:24-25.

  Em Grego está escrito: “Passei um Nychthemeron no mar aberto”.  O mar aberto é o símbolo das águas criativas em nós, no planeta e natureza. Estarmos na profundeza do mar equivale a estarmos no poço sem fundo, o símbolo da força sexual.

“Em jornadas muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigo entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos. Em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes; em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?”. Coríntios 11:23-19.

  Esta passagem indica que tudo acontecido a Paulo, ocorreu não somente externa como internamente, dentro dele. Estando relacionado a tudo de seu processo psicológico, conforme ele verifica em outras de suas cartas:

  “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e, sim, o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei de minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne da lei do pecado”. Romanos 7:14-25.

  Assim, para destruirmos o pecado que habita em nós, precisamos afundar no abismo que está dentro da noite. É esse, precisamente, o problema aqui na iniciação. Algumas vezes, o iniciado está trabalhando durante o dia, durante a “mera”, durante sua bela manhã ou “kalimera”, conforme é dito em Grego. Nessa mera, em sua manhã, em seu dia, ele está bem e sua luz está em desenvolvimento, visto que o Senhor está com ele, porém ele quer novamente crescer mais na luz, alcançar nível mais alto do que aquele em que se encontra. Então, ele precisa afundar no abismo porque a luz é tomada das trevas. Não podemos tomar a luz da luz, porém tomá-la das trevas. Está escrito:

Jesus the light
  No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, era sem forma e vazia: havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus [Elohim] pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação [melhor dizendo, extraiu] entre a luz e as trevas [nossa própria inconsciência, subconsciência e infraconsciência]; Chamou Deus à luz do Dia, e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia [de Nychthemeron]” – Gênesis 1:1-5.

  Quando Elohim disse, “haja luz”, disse isso uma vez que, pairando diante das trevas, era encontrar-se face ao abismo, logo, às trevas, “e houve luz”. Então, foi assim que a luz brilhou da face do abismo. De fato, isso é um processo de Alquimia, de iniciação. A primeira hora do Nychthemeron de Apolônio, diz: “Se unidos os demônios cantarem louvores a Deus, perderão suas malícias e furores”.

  Quem são esses demônios que perdem suas malícias e furores? Esses são vocês e eu e todos aqueles que entram no caminho. A primeira hora é a hora em que entramos no caminho – quando compreendemos que temos de salvar nossa energia sexual. Por quê? Porque tudo do Nychthemeron está sintetizado na nona hora, relacionada com Lúcifer, com a magia sexual, com a Castidade. Tal é a nona hora. Está escrito:

  Desde a hora sexta [onde o espírito vê todos os monstros luxuriantes e não os teme] até a hora nona houve trevas sobre toda a terra [que aqui foi desvelada]. Por volta da hora nona [a hora da magia sexual], clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desampareste? – Mateus 27:45,46

  Daí, da sexta até a nona hora houve trevas na Terra – a fisicalidade do iniciado. Jesus morreu na nona hora. Isso acontece por que a completa morte do ego, aquele que personifica tudo dos defeitos psicológicos que detemos interiormente, é desempenhada na nona esfera, no verdadeiro ato sexual ou pela utilização da energia Solar que se encontra dentro dos nossos órgãos sexuais. Os órgãos sexuais dão a vida, ainda que também a destroem, conforme estamos aqui explanando, porque a luz Solar de Apolo é a energia sexual. Se utilizarmos a luz Solar sexual de modo errado, ou seja, de maneira luxuriante, então destruímos nossas vidas. Tornamos-nos, assim, um amigo muito íntimo de Apollyon, recaindo num processo mecânico. Uma coisa é termos Apollyon como amigo em um modo iniciático cabalístico, e outra é utilizarmos as forças de Apollyon de maneira luxuriante a fim de serem destruídas no inferno. Lamentavelmente, a humanidade gosta de Apollyon no modo concupiscente; como resultado, Apollyon a destruirá no abismo, uma vez que ela abusa da energia sexual Solar.

  A primeira hora está também relacionada com o que está escrito no Livro do Gênesis, “A Terra, porém, era sem forma e vazia”, pois todos os elementos da primeira hora estão no caos, espalhados em todas as partes. Eis por que está também consignado que Yod-Havah Elohim criou Adão do “pó da terra”, ou dos fragmentos de pedaços de terra; Yod-Havah Elohim os juntou a todos a fim de modelar Adão com Sua vontade.

  Tal é a primeira hora. Onde estaria Yod-Havah Elohim juntando Aqueles fragmentos de terra, solo e poeira, a fim de moldar Adão com sua vontade? Ele reunia isso de Adamah, o chão. Assim é como está escrito na Bíblia. Em hebreu, Adamah significa chão, representa a terra, o corpo físico, Malkuth, a Sephirah feminina. A vontade de Deus é aquele Ruach Elohim que estava se movendo sobre as águas genésicas do primeiro dia.

  Vejamos como o Nychthemeron explica isso: Adão está relacionado com a nona esfera, e também com Yod, Hei, Vav, Hei, desde que – cada nome, conforme já explicado – cabalisticamente, some nove. Vocês compreendem isso? É a nona esfera onde Adão, o homem, é feito à imagem de Elohim Yod, Hei, Vav, Hei, que é nove e Adão também é nove. Eles tornaram-se um nove na nona esfera porque 9 + 9 somam 18 e 1 + 8 somam 9, Yesod, a energia sexual, os órgãos sexuais, a raiz da Árvore da Vida. Yesod é também onde Elohim está trabalhando, melhor dizendo, o Ruach de Elohim. Ruach, significa espírito. Elohim significa Deus ou Deuses. Assim é como Ruach Elohim, ou, o Espírito de Deus e Deusas movem-se sobre as águas da sexualidade. Este Ruach Elohim é Binah, o Espírito Santo, o Criador, na forma de uma pomba branca.

  Somos cristãos? Realmente queremos que o Senhor nasça dentro de nós? Ouçamos, então, como Jesus explica no Pistis Sophia. Disse, Jesus: “Eu venho do Primeiro Mistério, que é o último mistério, que é o quarto e o vigésimo mistérios. O Primeiro Mistério que é antes de todos os mistérios, o Pai na forma de uma pomba”, significando o Espírito Santo que é o Ruach Elohim. Em outras palavras, quando conhecermos o mistério da alquimia sexual, então aprenderemos como sublimar nossa energia sexual Solar sob a vontade de nosso Deus Interno. Isto é feito quando nos lembrarmos de orar a Deus durante o ato sexual; então Deus realiza tal sublimação através de nós, dentro de nós. Compreendamos: o Primeiro Mistério é o Espírito Solar, o Ruach Elohim que se eleva em nossa espinha das águas de nossa fisicalidade, seu vigésimo quarto mistério. Contudo, através das vinte e quatro horas esotéricas (2 + 4 dando 6, os amantes) homem e mulher precisam vencer suas luxúrias e seus muitos defeitos psicológicos que habitam em cada um.

  Isto é feito através de doze, as doze horas de Apolo, o Sol. O casal precisa, primeiramente, afundar no abismo por que cada uma das doze horas de luz tem que se conectar com cada uma das doze horas das trevas. Se quisermos a luz brilhando dentro de nós precisamos tomar a luz das trevas. Então, temos de afundar dentro das trevas. Eis por que falamos somente das doze horas e não das vinte e quatro, porém compreendamos que cada hora tem uma noite e uma manhã, conforme mencionado no primeiro dia do Gênesis. A noite tem doze horas e a manhã tem outras doze horas que perfazem as vinte e quatro horas do Nychthemeron.

  Entendemos isso? Quando vermos a primeira hora em nossos sonhos ela nos estará dizendo claramente que temos de trabalhar dentro de nossa subconsciência, que temos de afundar, de fazer a luz brilhar nas trevas, de trabalhar com os fragmentos dispersos de Israel que estão armazenados dentro de nossa natureza psicossomática. Esses estão sintetizados em nossos órgãos sexuais. Sim, a semente das doze tribos de Israel, os doze arquétipos de איש Eysh, Fogo, Ra ר o Sol e El אל Deus – Israel em Tiphereth – estão em nossos órgãos sexuais. Logo, se derramarmos nossa energia sexual não poderemos realizar qualquer trabalho alquímico Solar. Se aprendermos como transmutar nossa energia sexual e como sublimá-la em nosso coração, então começamos a trabalhar a primeira hora do Nychthemeron. Daí, compreenderemos por que Jesus disse cabalisticamente: “Eu venho daquele Primeiro Mistério, que é o último mistério, que é o quarto e o vigésimo mistérios”. – Pistis Sophia Desvelada.

  “Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá? Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia não tropeça, porque vê [Cristo] a luz deste mundo. Mas se andar [nas doze horas] de (a) noite, tropeça, porque nele não há luz”. – João 11: 8-10.

  É através da alquimia sexual que o Senhor INRI se elevará em nossa coluna espinhal como luz. INRI é nosso Salvador, nosso Salvador particular, nossa própria luz que despertamos no início do desenvolvimento dos cinco Efeitos da grande Luz, o Pentagrama, a estrela de cinco pontas dentro de nós. Então, naturalmente, nos tornamos um demônio arrependido. Daí, perdermos a malícia e furor por que não mais utilizamos nossa energia sexual a fim de alimentarmos o ego luxuriante, porém para termos a luz dentro de nossas almas. É neste sentido, por que a primeira hora se relaciona com o estudo transcendente do ocultismo. Quando as pessoas leem que a primeira hora se relaciona com o estudo transcendente do ocultismo, significa que seja para a unificação dos demônios que cantam louvores a Deus e perdem suas malícias e furores.

  Elas podem inquirir-se: “Isso significa que temos de memorizar a Biblia a fim de que possamos oralmente louvar a Deus, ou que devemos acumular um monte de livros esotéricos para nos tornarmos eruditos? Por que está claramente dito, ‘Transcendente estudo do ocultismo?’”. Não! Não significa isso. Transcendente estudo do ocultismo significa o estudo das divinas forças ocultas em nós. Tal é o verdadeiro estudo do ocultismo. Fazemos isto quando afundamos em meditação e quando lemos estudando nosso próprio livro, que somos nós mesmos. Os grandes Mestres que estudaram suas divinas forças ocultas escreveram a Bíblia, o Corão, o Bhagavad Gita e muitos outros livros sagrados, e os escreveram do mesmo modo críptico, dissimulado ou oculto. A Bíblia é um livro de ocultismo bem como o Corão, o Zohar.

  Desse modo, necessitamos saber; aprender como estudar, como mergulhar naquelas sagradas escrituras a fim de retirarmos as luzes ocultas dos seus interiores. Fazemos igualmente isso quando lemos uma Bíblia de outra qualquer religião, com o mesmo objetivo de retirarmos a luz que se encontra oculta atrás da letra morta.

  Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”. João 5:39.

  Da mesma maneira, temos de fazer isso enquanto meditamos intimamente, pois todos nós somos livros com muita quantidade de luz interior. Desafortunamente, estamos presos no Egito. Os doze arquétipos de Israel estão prisioneiros, estão em escravidão por nosso próprio faraó – nosso intelecto – no interior de nossa fisicalidade, o Egito. Vivemos como escravos, mas desejamos deixar dessa servidão e o único caminho é aceitando o Salvador, o libertador vir a nós. Ainda assim, primeiramente, temos de permitir ao nosso Deus Interno reunir todos os espalhados elementos de Adão. Então, como demônios arrependidos, ajoelharemos e cantaremos graças a Deus e diremos: “Deus, agradeço-Te por estar perdendo meu nível demonológico – o nível demoníaco em que me encontro – assim, estou começando a tornar-me a semente de um anjo”. Este é o começo, a primeira hora, quando estivermos condenados à morte psicológica.

                                                         SEGUE SEGUNDA PARTE

                                             [Nychthemeron, as Horas de Apolônio]

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