quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ocultismo - Matéria Geral (II)


                                                        I. Fogo no Macrocosmo

  Na sua natureza essencial o Fogo é trino, mas quando em manifestação pode ser visto como demonstração quíntupla e definido do seguinte modo:

  1. Fogo por Fricção – ou fogo vitalizante interno. Esses fogos animam e vitalizam o sistema solar objetivo. São a soma total do kundalini logóico, quando em total atividade sistêmica.

  2. Fogo Solar – ou fogo mental cósmico. Esse é aquela porção do plano cósmico mental que vai à animação do corpo mental do Logos. Esse fogo pode ser referido como a soma total das centelhas da mente, os fogos dos corpos mentais e o princípio animante das unidades envolventes da raça humana nos três mundos.

  3. Fogo Elétrico – ou a Chama Logóica Divina. Essa Chama é a marca distinguidora de nosso Logos e aquela que O diferencia de outros Logoi; é sua dominante característica e a assinatura de Seu lugar na evolução cósmica.

  Este fogo triplo pode ser expresso em termos de raios, como segue:

  Primeiro – Temos os fogos animantes do sistema solar, que são os fogos do Raio primordial da matéria inteligência ativa; esses constituem a energia de Brahma, o terceiro aspecto do Logos. Junto são encontrados os fogos do Raio do Amor-Sabedoria, o raio do amor inteligente, que constitui a energia do aspecto Vishnu, o segundo aspecto logóico. Finalmente, são encontrados os fogos do plano mental cósmico, que são os fogos do raio cósmico da vontade. Eles podem ser descritos como os raios da vontade inteligente e são a manifestação do primeiro aspecto logóico, o aspecto Mahadeva. Por conseguinte, temos três raios cósmicos se manifestando:

  O Raio da Atividade Inteligente. Esse é um raio de uma verdadeira demonstração de glória e do mais elevado ponto de desenvolvimento que os outros dois, sendo o produto de anterior mahakalpa, ou prévio sistema solar. Ele incorpora a vibração básica deste sistema solar sendo seu grande fogo interno, animando e vitalizando o todo e penetrando do centro para a periferia. É a causa do movimento rotatório e, por conseguinte, da forma esferoidal de tudo o que existe.

  O Raio do Amor Inteligente. Esse é um raio que incorpora as mais altas vibrações que nosso Logos Solar é capaz de apresentar neste sistema. Não está ainda vibrando adequadamente nem ainda atingiu o pico de sua atividade. É a base do movimento espiral cíclico do corpo logóico e tanto quanto a Lei da Economia é a lei governante dos fogos internos do sistema, assim a Lei Cósmica de Atração e Repulsão é a lei básica deste divino Raio.

  O Raio da Vontade Inteligente. Pouco ainda pode ser dito sobre esse raio. É o raio da mente cósmica e sua evolução é paralela àquele do amor cósmico, porém sua vibração é ainda mais lenta e seu desenvolvimento mais retardado. Isso é definitiva e deliberadamente assim, e é devido a um objetivo subjacente e escolha do Logos Solar, que busca em seu nível mais elevado (assim como Suas reflexões, fazem os filhos dos homens) alcançar um desenvolvimento mais completo, e desde modo Ele se concentra no desenvolvimento do amor cósmico em seu ciclo maior.

  Esse raio é governado pela Lei da Síntese e é a base do movimento sistêmico que pode ser melhor descrito como aquele do direcionamento direto através do espaço ou da progressão direta. Pouco pode ser predicado em relação a esse raio e sua expressão. Ele controla o movimento do completo círculo-não-se-passa, em conexão com seu centro cósmico.

  Essas três expressões da Vida Divina podem ser referidas como expressando o tríplice modo de manifestação. Primeiro, o universo objetivo ou tangível; segundo os mundos subjetivos ou forma; terceiro, o aspecto espiritual que é para ser encontrado no coração de todos. Os fogos internos que animam e vitalizam, se demonstram em dois desdobramentos:

  Primeiro, como um calor latente. Esse é a base do movimento rotatório e a causa da coerente manifestação esferoidal de toda existência, desde o átomo logóico, o anel solar não-se-passa, até o minúsculo átomo do químico ou físico.

  Segundo, como calor ativo. Esse resulta na atividade em direcionamento à evolução material. No plano mais elevado a combinação desses três fatores [calor ativo, calor latente e substância primordial que eles animam] é conhecida como o “mar de fogo”, do qual akasha é a primeira diferenciação da matéria pregenética. Akasha em manifestação se expressa como Fohat ou Divina Energia, e Fohat em diferentes planos é conhecido como aether, ar, fogo, água, eletricidade, éter, prâna e termos similares. É a soma total daquilo que é ativo, animado ou vitalizado e a tudo que o concerne com a adaptação da forma para as necessidades da chama interna da vida.

  Pode aqui ser de utilidade ressaltar que magnetismo é o efeito do divino raio em manifestação no mesmo sentido que a eletricidade é o efeito manifestado do raio primordial da inteligência ativa. Seria bem interessante ponderar sobre isso, pois esconde um mistério.

  Os fogos do plano mental também se demonstram em dois desdobramentos:

  Primeiro, como o Fogo da Mente, a base de toda expressão, e em um sentido oculto peculiar, a soma total da existência. Produz a relação entre a vida e a forma, entre espírito e matéria, e é a base da própria consciência.

  Segundo, como os Elementais do Fogo, ou a soma total da expressão ativa do pensamento, mostrando-se por intermédio daquelas entidades que, na sua real essência, são o próprio fogo.

  Essas dualidades de expressão formam os quatro necessários fatores no quaternário logóico, ou a mais inferior natureza do Logos, vendo Sua manifestação de um ângulo esotérico. Exotericamente eles são a soma total do quaternário logóico, mais o quinto princípio logóico, a mente cósmica.

  A divina chama ainda não se manifesta (como são os dois outros fogos) como uma dualidade, muito embora o que permanece oculto seja desvelado num ciclo posterior. Esse terceiro fogo, juntamente com os outros dois, formam o necessário cinco do desenvolvimento evolucionário logóico, e, pelo seu aperfeiçoado amálgama com os outros dois, como o processo evolucionário requer, será vista a meta da realização logóica para esse grande ciclo ou período do sistema solar.

  Quando o raio primordial da atividade inteligente, o divino raio do amor inteligente, e o terceiro raio cósmico da inteligência se encontrarem, se misturarem, se amalgamarem e resplandecerem, o Logos receberá sua Quinta Iniciação, completando assim um de Seus ciclos. Quando a rotação, o avanço e o movimento espiral cíclico estiverem trabalhando em perfeita síntese, então a vibração desejada terá sido alcançada. Quando as três Leis: da Economia, da Atração e da Síntese trabalharem com perfeito ajuste entre elas, então a natureza disporá perfeitamente do necessário funcionamento e da correta adaptação da forma material para a morada do espírito, da matéria para a vida e da consciência para seu veículo.

                                                        II. Fogo No Microcosmo

  Tratemos brevemente da correspondência entre o todo maior e a unidade homem e então apropriemos nosso assunto em detalhes e consideremos as seções onde seja mais apropriado dividi-lo.

  Fogo no Microcosmo é do mesmo modo triplo em essência e quíntuplo em manifestação.

  1. Há o Fogo Interno Vitalizante, que é o correspondente ao fogo por fricção. Esse é a soma total do kundalini individual; anima a chama corporal e é demonstrado também de maneira dupla:

  Primeira. Como calor latente que é a base da vida da célula esferoidal, ou átomo, e de seu ajustamento rotatório a todas as demais células.

  Segunda. Como calor ativo ou prâna; esse anima tudo e é a força direcionadora da evolução da forma. Demonstra-se nos quatro éteres e no estado gasoso, e uma correspondência é aqui encontrada no plano físico, em conexão com o homem e o Akasha e sua quíntupla manifestação no plano do sistema solar.

  Esse fogo é a vibração básica do pequeno sistema no qual a Mônada ou espírito humano é o Logos e mantém a personalidade ou o homem material inferior em manifestação objetiva, assim permitindo à unidade espiritual contatar o plano da matéria mais densa. Detém sua correspondência no raio da atividade inteligente e é controlado pela Lei da Economia em uma de suas subdivisões, a Lei da Adaptação no Tempo.

  2. Há o próximo, o Fogo ou Chama da Mente, que é a correspondência no homem para o fogo solar. Esse constitui o pensamento unidade autoconsciente ou a alma. Esse fogo da mente é governado pela Lei da Atração, como é sua maior correspondência. Mais adiante, podemos nos estender mais sobre isso. É essa chama da mente, manifestada como atividade cíclica espiral, que conduz à expansão e ao seu eventual retorno ao centro de seu sistema, a Mônada – a origem e objetivo da reencarnação Jiva ou Ser humano. E como no macrocosmo, esse fogo também se manifesta em dois desdobramentos.

  Ele se revela como aquela vontade inteligente que une a Mônada ou espírito com seu ponto de contato mais inferior – a personalidade – funcionando através do veículo físico.

  Do mesmo modo, se demonstra, ainda que imperfeitamente, como o fator vitalizante nos pensamentos-forma fabricados pelo pensador, embora, muitos poucos pensamentos-forma, comparativamente, possam ser destacados como construtores pelo centro de consciência, o pensador, o Ego. Poucas pessoas, até agora, estão em tal íntimo relacionamento com seu Ser Superior, o Ego, de maneira que possam transformar a matéria do plano mental numa forma que, verdadeiramente, seja reconhecida como uma expressão dos pensamentos, da intenção ou desejo de seus Egos, funcionando através do cérebro físico.

  A maioria dos pensamentos-forma, no presente, em circulação, pode ser definida como sendo agregações de matéria construídas na forma com auxílio do kama-manas (ou do desejo timidamente tingido com a mente, produzindo assim uma mistura de matérias astral e mental, maiormente astral), e largamente devido aos reflexos da ação elemental.

  São essas as dualidades de expressão:

  A. Fogo ativo ou prâna
  B. Energia mental no corpo mental.

  Pensamentos-forma puramente mentais animados pelo fogo auto engendrado, ou pelo quinto princípio e, por conseguinte, sendo parte da esfera, ou sistema de controle da Mônada.  

  Esses formam um quaternário esotérico, que com o quinto fator, a divina centelha da vontade inteligente, fazem o cinco da manifestação monádica – neste caso, conotando uma manifestação puramente subjetiva que não é completamente espiritual nem completamente material.

   3. Finalmente, há a Divina Chama Monádica. Essa incorpora a vibração mais elevada da qual a Mônada é capaz, sendo governada pela Lei da Síntese, e sendo a causa do progressivo movimento do evolutivo Jiva.

  Agora chegamos, no devido curso, ao ponto do amálgama ou ao final da manifestação e à consumação (sob a visão monádica) do grande ciclo ou Manvantara. O que iremos assim encontrar? Exatamente, como no macrocosmo, a combinação dos três fogos essenciais do ponto cósmico objetivado para a realização logóica, de maneira que, na combinação dos fogos essenciais do microcosmo, possamos de fato chegar à apoteose da realização humana para esse ciclo.

  Quando o fogo latente da personalidade ou ser inferior, mistura-se com o fogo da mente, aquele do Ser Superior, e finalmente se mescla com a Divina Chama, então o homem recebe a Quinta Iniciação nesse sistema solar, e terá completado um dos seus maiores ciclos. Quando os três resplandecem como um só fogo, a libertação da matéria ou da forma material é alcançada. A matéria tem sido corretamente ajustada ao espírito, e, finalmente, a vida moradora escapa para além de sua veste que agora forma somente um canal para a libertação. 

Seguir o link: Ocultismo - Matéria Geral (III)

Fonte: Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico
              A Treatise on Cosmic Fire – Djwal Kuhl
      
  Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

Rayom Ra
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