sábado, 20 de dezembro de 2014

Ocultismo - Matéria Geral (III)


                                                     FOGO EM MANIFESTAÇÃO

  Para continuar nossa consideração dos fogos que sustém a economia do sistema solar visível e do ser humano visível e objetivo, que produzem o desenvolvimento evolucionário, e são as bases de toda a objetiva eflorescência, deve ser observado que eles se demonstram como a soma total da vida vital de um sistema solar, de um planeta, da inteira constituição do funcionamento ativo de um homem no plano físico e do átomo da substância.

  Falando genericamente, podemos dizer que o primeiro fogo opera inteiramente com:

  a. Atividade da matéria.
  b. O movimento rotatório da matéria.
  c. O desenvolvimento da matéria por meio da fricção, sob a Lei da Economia. HPB toca nisso em sua obra “A Doutrina Secreta”.

  O segundo fogo, que do plano mental cósmico opera com:

  a. A expressão da evolução da mente ou manas.
  b. A vitalidade da alma.
  c. A expressão evolucionária da alma como se mostra na forma daquele elusivo algo que tem como resultado a síntese da matéria. Como os dois se mesclam por meio deste ativo fator energizante, aquilo que é denominado consciência aparece. Assim como a mescla prossegue e os fogos se tornam mais e mais sintetizados, aquela totalidade de manifestação que nos referimos como uma existência consciente torna-se cada vez mais aperfeiçoada.
  d. A operosidade desse fogo sob a Lei de Atração.
  e. O resultado subsequente no movimento da espiral cíclica, ao qual chamamos, dentro do sistema, evolução solar, porém que (do ponto de vista de um cosmos) é a aproximação de nosso sistema para seu ponto central. Isso deve ser considerado do ponto de vista do tempo.

  O terceiro fogo opera com:

  a. A evolução do espírito.
  Praticamente nada nesse estágio pode ser comunicado relativamente a essa evolução. O desenvolvimento do espírito pode ser somente expressado ainda em termos de evolução da matéria, e somente através da adequação do veículo e através da vestidura – o corpo ou forma – pode o ponto de desenvolvimento espiritual alcançado em qualquer caminho ser avaliado. Uma palavra de alerta pode ser aqui interpolada: - Do mesmo modo que não é possível no plano físico para o veículo denso expressar completamente o ponto de desenvolvimento integral do Ego ou Ser Superior, também não é possível, mesmo para o Ego, sentir totalmente e expressar a qualidade do Espírito. Daí, a inteira impossibilidade para a consciência humana avaliar adequadamente a vida do espírito ou Mônada.
  b. O trabalho da chama divina sob a Lei da Síntese – uma forma genérica que será eventualmente vista incluindo outras duas leis como subdivisões.
  c. O subsequente resultado do progressivo movimento de avanço – um movimento que é rotativo, cíclico e progressivo.

  O material inteiro abordado aqui nesse Tratado é concernente à essência subjetiva do sistema solar, não principalmente ao aspecto objetivo ou espiritual. Concerne às Entidades que habitam na forma, que se demonstram como fatores animantes através e por meio da matéria, e, principalmente, através da matéria etérica; que estão envolvendo uma segunda faculdade, o fogo da mente, e que são, essencialmente, eles mesmos, pontos de fogo, lançados através de fricção cósmica, produzidos pelo giro da roda cósmica, varridos em temporária e limitada manifestação, e devendo retornar ao seu “centro cósmico central”. Elas trarão mais os resultados do crescimento evolucionário, e através da assimilação terão intensificado sua natureza fundamental para serem o fogo espiritual, mais o fogo manásico.

  O fogo interno da matéria é chamado na Doutrina Secreta “Fogo por Fricção”. É um efeito e não uma causa. É produzido pelos dois fogos, o do espírito e o da mente (fogo elétrico e solar) contatando um ao outro por meio da matéria. Essa energia se demonstra ela própria na matéria como fogos internos do sol, e dos planetas, encontrando um reflexo nos fogos internos do homem. O homem é uma Chama Divina e o fogo da Mente realiza o contato interno por meio da substância ou forma. Quando a evolução termina, o fogo da matéria não é cognoscível. Ele persiste somente quando os outros dois fogos estão associados e não persiste ele próprio fora da substância.

  Vamos agora, brevemente, reconhecer certos fatos relativos ao fogo na matéria e vamos tomá-los na ordem, deixando o tempo elucidar seus significados:

  Primeiro, podemos dizer que o fogo interno sendo tanto latente quanto ativo, mostra-se como a síntese dos fogos reconhecidos do sistema e se demonstra, por exemplo, como radiação solar e combustão interior planetária. Esse assunto tem sido um tanto abordado pela ciência e se acha oculto no mistério da eletricidade do plano físico, sendo uma expressão dos fogos ativos internos do sistema [solar] e do planeta, tanto quanto a combustão interna é uma expressão dos fogos latentes internos. Esses últimos fogos encontram-se no interior de cada globo e são a base de toda a vida física objetiva.

  Segundo, podemos notar que os fogos internos são a base da vida nos três reinos inferiores da natureza e no quarto, ou reino humano, em conexão com os dois veículos inferiores. O Fogo da Mente, quando misturado com os fogos internos é a base da vida no quarto reino, e unidos eles controlam (agora parcialmente e mais tarde inteiramente) o triplo homem inferior ou a personalidade; esse controle permanece até o momento da Primeira Iniciação.

  Finalmente, o Fogo do Espírito quando misturado com os dois outros fogos (cuja mistura começa no homem ao tempo da Primeira Iniciação) forma a base da vida espiritual ou existência. Enquanto a evolução prossegue no quinto reino ou espiritual, esses três fogos resplandecem simultaneamente, produzindo a consciência aperfeiçoada. Esse esplendor resulta na purificação final da matéria e sua consequente adequação, e ao final da manifestação, produz, eventualmente, a destruição da forma, sua dissolução e o término da existência como entendido nos planos inferiores.

  Em termos de teologia búdica produz-se aniquilamento e isto envolve não a perda da identidade, mas a cessação da objetividade e a escapada do Espírito, mais a mente, para o seu centro cósmico. Aqui há sua analogia na iniciação pela qual o adepto permanece livre das limitações da matéria nos três mundos.

  Os fogos internos do sistema, do planeta e do homem são triplos:

  1. O fogo interior no centro da esfera, aquela fornalha que produz calor. Isso é fogo latente.
  2. O fogo irradiante. Esse tipo de fogo pode ser expresso em termos de eletricidade do plano físico, de raios de luz e de energia etérica. Esse é o fogo ativo.
  3. O fogo essencial, ou o fogo elemental, que são em si mesmos a essência do fogo. São divididos principalmente em dois grupos:

       a. Fogo-devas ou entidades evolucionárias.
       b. Fogo-elementais ou entidades involucionárias.

      Mais adiante elaboraremos sobre isso ao considerarmos o Fogo da Mente e tratarmos da natureza dos pensamentos elementais. Todos esses elementais e devas estão sob o controle do Senhor do Fogo, Agni. Ao considera-Lo e ao Seu reino o assunto pode desdobrar-se tornando-se bastante extenso.

  Contudo, podemos aqui destacar que nossas duas primeiras afirmações, concernentes aos fogos internos, expressam que as entidades do fogo se atem aos seus ambientes. Calor e radiação são outros termos que podem ser aplicados neste sentido. Cada um desses efeitos produz uma diferente classe de fenômeno. O fogo latente causa crescimento ativo daquilo em que se encontra incorporado, e causa aquele empuxo para cima que traz à manifestação tudo o que é encontrado nos reinos da natureza. O fogo radiante causa o contínuo crescimento daquilo que haja progredido, sob a influência do fogo latente, para um ponto receptivo da radiação. Vamos tabular isso; daí temos:

  Sistêmico ou Macrocósmico: O Logos Solar ou o Grande Homem do Paraíso. O fogo latente ou interior produz o calor interno que faz o sistema solar produtivo em todas as formas de vida. É o calor inerente que causa a fertilização, seja humana, animal ou vegetal.

  O fogo radiante ativo permanece retido na vida e causa a evolução de tudo que tenha evoluído para a objetividade por meio do fogo latente.

                                              Planetário, ou o Homem Divino

  O que está fixado relativo ao sistema como um todo, pode ser predicativo de todos os planetas que nas suas naturezas refletem o Sol, seu irmão mais velho.

                                            Humano, ou o Homem Microcósmico

  O fogo humano latente, o calor interior do quadro humano, causa produção de outras formas de vida, tais como:

  1. As células do corpo físico.
  2. Organismos nutridos pelo fogo latente.
  3. A reprodução dele mesmo em outras formas humanas: a base da função sexual.

  O radiante humano, ou fogo ativo, é um fator até agora pouco compreendido; está relacionado com a aura da saúde e com aquela radiação do etérico que faz de um homem um curador e capaz de transmitir calor ativo.

  É necessário diferenciar entre a radiação do prâna, e magnetismo, que é uma emanação de um corpo sutil (normalmente o astral) e tem a ver com a manifestação da Chama Divina no interior da cobertura material. A Chama Divina é formada no segundo plano, o monádico, e o magnetismo (que é um método de demonstração do fogo radiante), é, por conseguinte, sentido sublimemente, no quarto e sexto planos, ou através dos veículos búdico e astral. Esses estão, como sabemos, intimamente ligados e devem ser reconhecidos cuidadosamente.

  Tendo, por conseguinte, feito as anteriores afirmações, podemos começar a absorver, com um pouco de maiores detalhes, os fogos interiores dos sistemas microcosmos e macrocosmos.

Siga o link: Ocultismo - Matéria Geral (I)

Fonte: Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico
              A Treatise on Cosmic Fire – Djwal Kuhl
      
  Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

Rayom Ra
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