Estaremos falando hoje sobre a palavra “Iniciação”.
Faremos isso, no sentido de buscar um melhor entendimento do que seja nosso
objetivo, ou nosso lugar aqui no mundo, o que precisamos definir dentro de nós
mesmos. Iniciação é alguma coisa, nesta tradição de que frequentemente falamos,
bem como em outras tradições.
Sistematicamente, em nossa moderna cultura,
pessoas que se consideram espiritualizadas detêm a ideia de que há um tipo de evolução
que acontece; um tipo de evolução cósmica ou espiritual, que nos conduzirá à
perfeição, à iluminação ou a uma era dourada. Há uma série de belas palavras a
se falar sobre a futura era dourada, porém necessitamos, antes de tudo,
esclarecer que para atingir o desenvolvimento de nossa Consciência e alma, para
atingir a religião, a nos conectarmos com nosso mais profundo íntimo, com nosso
espírito, necessitamos adentrar o caminho da iniciação.
Em assim sendo, em nosso título, temos [as]
Iniciações Crísticas e [as] Demoníacas. E esse mundo-demoníaco da vida de hoje,
em nossa moderna cultura, suscita um especial tipo de reação nas pessoas
consideradas por elas mesmas espiritualizadas. Existe uma reação ante a menção
de algo demoníaco como sendo uma superstição, um tipo arcaico de conceito.
No mundo de hoje necessitamos desenvolver
duas qualidades muito importantes. A primeira é a tolerância e a segunda é o
discernimento ou discriminação de um tipo de consciência: discriminar dentro de
nós próprios o que representa o desenvolvimento da Consciência, ou o que seja
em nossas almas e mentes, o desenvolvimento de um caminho [ou modelo] positivo
ou negativo.
Alguns tipos modernos de espiritualidade
querem eliminar o discernimento. Apegam-se à ideia de que todos estamos
evoluindo mecanicamente em direção a um estado espiritual; em vista disso, ao
falar-se sobre esforço para o desenvolvimento, ou ao uso da palavra demoníaco,
parece-lhes tolice ou antiquado. Entretanto, nessa tradição, sabemos que não
existem dois caminhos para desenvolver a Consciência, e também sabemos que não
podemos desenvolver plenamente a Consciência sem o consciente desempenho com
esforços e sacrifícios.
Essa ideia da evolução é muito proeminente e
mesmo em nossa tradição Gnóstica temos ensinamentos sobre anteriores dias
cósmicos, diferentes períodos e humanidades que surgem em cada ronda ou dia
cósmico. Atualmente, estamos no período terrestre, estamos na quinta raça-raiz
e haverá futuros períodos e futuras rondas. Em certo sentido, há nisso um tipo
de evolução. Entretanto, no sentido de se adequar para futuras humanidades terá
de haver consciente desenvolvimento.
Em anteriores palestras, falamos sobre evolução
e involução, e dissemos que nossa atual psicologia é o produto da evolução.
Nós, como uma alma ou essência, estivemos inseridos no reino mineral. Foi-nos
dado um corpo físico relacionado com o reino mineral, e através de um processo
evolutivo, da experiência, pela orientação de forças inteligentes mais
elevadas, evoluímos para um corpo de planta. O corpo de planta é mais
sofisticado que o tipo de corpo mineral. E como resultado de uma série de
experiências, evoluímos para o reino animal, onde possuíamos corpos que tinham
dois cérebros, corpos mais complexos e emocionalmente mais desenvolvidos, que
manobravam com tipos mais complicados de energia. Por conta da evolução,
desenvolvemos até mesmo o intelecto em que nos encontramos hoje na humanidade.
Aqui temos uma psicologia que avançou em nosso estado atual: temos nosso
intelecto e nossas emoções bem como nossos instintos.
Dessa maneira, de certa perspectiva,
parece-nos natural pensar que continuaremos a evoluir, porém isto é um conceito
enganoso. Mesmo em muitas escolas espirituais que são tipo nova era como um
todo, muito boas em escritos positivos como os da Teosofia, como os escritos de
Rudolph Steiner e Max Heindel e de outros ocultistas que foram verdadeiramente
despertos a certo nível, que ensinaram coisas positivas, foram eles muito vagos
e enganados sobre as necessidades de atingir o completo desenvolvimento das
possibilidades do ser humano. Eles realmente nunca explicaram o que é o
processo da iniciação e o que é requerido. Em certa medida, não eram suas
obrigações fazerem-no, não eram seus papéis.
Se fossemos ler somente esses autores
estaríamos então investidos da idéia de que há um processo de evolução, e se
vemos coisas contraditórias acontecendo, pessoas se desenvolvendo
negativamente, então poderíamos pensar que realmente faz parte do caminho as
coisas acontecerem assim, e que, eventualmente, elas seriam levadas em direção
da luz. Existe a ideia de que se alguém está agindo erradamente, então ele é
exatamente um retardatário na corrente evolutiva, mas em determinado momento
ele progredirá e ascenderá a um estado de Consciência mais elevado. Isso é
incorreto.
Então, precisamos ser claros em que a
evolução tem seu pináculo e uma vez o pináculo seja alcançado, esse é o ponto
máximo. Após isso, irá começar a decadência e toda aquela complicação de
energia virá desvanecer. Eis porque é importante tratar da iniciação.
A palavra iniciação significa iniciar alguma
coisa nova, um novo tipo de corrente, um novo desenvolvimento. Segundo, como
dissemos antes, necessitamos desenvolver a qualidade do discernimento em nosso
íntimo para sabermos em que momento estamos nos desenvolvendo de modo que
estejamos despertando nossa Consciência e a liberando, ou, fortalecendo nosso
ego, nossos desejos e nos colocando ainda mais em escravidão. De modo muito
simples: esses são os dois caminhos que chamamos Crístico e demoníaco. Então,
quando dizemos demoníaco, estamos, sem dúvida, apontando em direção ao ego, em
direção a nós mesmos. Na realidade, o trabalho com o demônio é o trabalho com
nosso próprio ego, de maneira que não devemos nos escandalizar com essa ideia.
Existencialismo Sisyphean
Encontramo-nos hoje no que poderíamos chamar
crise existencialista. Ao olharmos o mundo atual vemos que tudo de nossos
maiores sistemas estão fracassando e desmoronando. Há uma grande quantidade de
problemas em todas as partes. Se examinarmos as duas primeiras guerras
mundiais, veremos que após a Primeira Guerra Mundial houve uma terrível gripe,
algumas vezes chamada Gripe Espanhola, ou a gripe de 1918 que foi uma das
piores doenças epidêmicas. Aquilo foi o produto de todas as terríveis condições
da Primeira Guerra Mundial e, naturalmente, o produto do carma relacionado
àquilo.
A Segunda Guerra Mundial deixou-nos com uma
peste mental que é bem pior do que a da Primeira Guerra Mundial. Estamos nos
referindo à abominável “Filosofia Existencialista”, que tem envenenado
totalmente as novas gerações. A revolução da dialética proclama-se contra tal
filosofia. – A Revolução da Dialética – Samael Aun Weor.
Afinal, o que é a filosofia existencialista?
Bem, ela envolve muitas coisas, porém no que estamos interessados é a noção de
que realmente não há sentido para a vida senão aquele que possamos admitir a
nós próprios: - a vida é um tipo de absurdo, um acaso, uma existência caótica.
Então, temos diferentes tipos de personalidades no mundo. Se umas se acham mais
espiritualizadas podem pensar; “bem, todos estão evoluindo e eu devo discernir
o que estará sendo positivo e o que é negativo”. Há outras pessoas que estão
ausentes das aspirações espirituais e acham que a vida tem uma natureza
absurda. É disto que a filosofia existencialista é proveniente: “a vida é
justamente uma estranha comédia de erros que não tem nenhum objetivo
estabelecido”. Num certo sentido, se não estamos desenvolvendo a Consciência,
se não estamos nos importando em atingir a iniciação, então qual é a base desta
cultura ou deste mundo? Onde se encontra a fundação disso? Não a encontraremos
em nenhuma outra parte. Podemos visualizar [nesta filosofia] este mundo de uma
perspectiva puramente exterior, parecendo ser exatamente um caos de vários
segmentos.
Nisso, há dois tipos de pontos de vista
errados que podemos agora esclarecer. Esta crise existencial nos conduz ao
personagem mitológico chamado Sisyphus.
Por alguma razão os filósofos
existencialistas elaboram um grande número de comentários sobre Sisyphus. O
mito conta uma história de que um homem pobre condenado a carregar uma pedra
muito pesada montanha acima tinha caído. Ele tinha sido encantado por Zeus de
tal forma que cairia sempre, e assim ele teria de fazer o mesmo trabalho
novamente, e foi condenado a repetir esse processo para sempre.
Sabemos que essa história tem um simbolismo
iniciático bastante significativo, de uma pessoa que faz um grande esforço,
porém devido aos seus erros relacionados com a pedra (que sabemos estar
relacionada com a transmutação sexual para a fundação do trabalho), a pedra cai
e ele tem de fazer o mesmo trabalho novamente.
O filósofo existencialista diz: “Imagino que
Sisyphus está na verdade rindo com isso, porque a vida é absurda, e esta
provação é absurda, mas de algum modo ele está se divertindo”. Eis como o ponto
de vista existencialista está subjetivamente colocado em nossa moderna cultura.
A pessoa moderna não pensa sobre si mesma em termos filosóficos, e se ele/ela
não tem uma inclinação espiritual então vê a vida como uma coleção de absurdos
acasos. Ele simplesmente ri de qualquer coisa que acha engraçado e faz qualquer
coisa que deseja. É isto o que é a sua vida.
Porém, o real simbolismo iniciático oculto
nessa história é realmente profundo. Há várias histórias sobre ele, mas de
maneira geral é que Sisyphus se achava muito esperto. Ele pensava que era muito
inteligente e estava tentando enganar os deuses. Achou que podia ser mais
esperto que eles, incluindo Zeus, entretanto por causa de alguns de seus
esquemas ele foi enviado para Tartarus, o submundo, e supostamente ficou
acorrentado até a morte, ou enganou Thanatos. Ele teria aprisionado a morte e
assim conseguiu escapar. Tendo aprisionado a morte ninguém podia morrer.
Eventualmente, ele foi punido e sua punição era subir com essa pesada pedra.
Sisyphus é de fato o ego. O ego pensa que é
mais esperto que Deus. O ego acha que pode fazer suas coisas à sua própria
maneira, não tendo que ter respeito por quaisquer leis; então se acha até mais
poderoso do que Cristo e não deixa ninguém morrer. O ego se respalda em seus
desejos e tenta aprisionar até mesmo a morte.
Podemos ver que psicologicamente o ego não
quer morrer. O ego tenta manter todos os seus desejos vivos; tenta até vencer a
morte. Naturalmente, esse comportamento somente conduz à miséria, que é a
tragédia de Sisyphean. Essa é a nossa presente cultura. Nossa cultura pensa que
é mais esperta do que a divindade que a criou. Ela rejeita aquela divindade
pela virtude de sua própria ignorância.
Assim, somos de momento esse personagem. Se
não conhecemos a doutrina, se não sabemos como alcançar a iniciação, então
poderemos estar trabalhando duramente. Mesmo em sendo uma pessoa
espiritualizada é muito trabalhoso o desenvolvimento. Se não conhecermos os
fundamentos da iniciação estaremos condenados a ser como Sisyphus.
Sempre que vemos a pedra na religião sabemos
que está relacionada cabalisticamente com a esfera de Yesod, e vemos a pedra em
muitas diferentes doutrinas. Por exemplo, no Cristianismo, a pedra fundamental
é chamada “a pedra de tropeço” e “a rocha da ofensa”. Nada mais é uma pedra de tropeço e uma rocha da ofensa do que o sexo. É isso o
que a rocha representa. De Yesod temos a fundação – o que Yesod significa.
Podemos perceber que tudo mais, todas as demais colunas se apoiam naquela
fundação. Apoiam-se nela porque é lá na energia sexual que temos nossa energia
criativa. A energia criativa é o conduite ou a conexão que temos como uma
individualidade para o Criador. Temos a habilidade, quando sexualmente unimos
as três forças primárias, de sermos tocados pelo Criador. É daqui de onde vem a
criação. Então, temos isso como reflexão, mas naturalmente também temos
desejos, temos o ego.
Castidade e Celibato
Quando pensamos em
sexo, pensamos sob o desejo da sensualidade, de coisas que nos contaminam. Ou
se nos está faltando o discernimento, a discriminação, simplesmente aceitamos
que aqui estamos com o único fito de nos compensarmos sexualmente das várias
maneiras que queiramos. A sociedade de hoje não encara isso. Ao invés, curva-se
e pensa: “É esse o caminho. Eu fui
colocado aqui, eu tenho esses desejos. Eu tenho essa energia e a maneira de
como usá-la através do desejo”.
Metade do problema é a doutrina do como
transmutar a energia sexual, que não foi ensinada. A outra metade do problema é
nossa falta de Consciência. Temos a aspiração espiritual, mas não rejeitamos a
sensualidade ou luxúria. Aquelas duas coisas combinadas levarão nosso intento
da iniciação a decair e não a ascender. Por quê? A metade inferior da Árvore da
Vida, o Klipoth, está relacionada com as dimensões inferiores que são
simbolizadas pelo inferno de Tartarus ou com os vários mundos inferiores do
inferno. Na metade de cima, temos os mundos divinos ou as dimensões superiores.
O corpo físico e o corpo vital, Malkuth e Yesod estão realmente conectados como
uma só coisa, porém na Árvore da Vida nós os separamos como sendo duas. É nosso
corpo vital, nossa energia sexual, nosso comportamento sexual que é o ponto do
qual nossa energia vai mais para baixo ou é transmutada e vai para cima. Então,
realmente, é Castidade ou falta de Castidade o que define se nossa Consciência
está caminhando para o desenvolvimento através da liberação do desejo ou
através da cristalização do desejo. Esta é a cruz porque a energia sexual
criativa é o que estará indo desenvolver nossa Consciência. É a base, a energia
raiz do que somos. É o extrato de tudo o que somos.
Pensamos sobre isto e que nos alimentamos,
respiramos, bebemos água e outros fluidos e que todas estas coisas entram no
corpo. Temos nosso corpo vital, temos os chackras, que estão introduzindo e
transformando energia. Tudo isto vai para dentro do corpo, da circulação
sanguínea, e da circulação sanguínea todos os hormônios se desenvolvem. Assim,
absorvemos toda esta energia e informação que estão sendo condensadas, purificadas
e colocadas num extrato que podemos chamar nossa criativa energia sexual.
Agora, aquela criativa energia sexual são os nossos hormônios, qualquer fluido
sexual como o semem, mas é também aquela energia que mantem o corpo vital,
então não é alguma coisa unicamente física. Podemos entender nosso fluido
sexual físico como sendo o corpo desta energia, mas possuímos também alma e
espírito daquela energia que também não são exatamente coisas físicas.
Desse modo, detemos todas essas informações
externas e a nutrição introduzida, e mais ainda possuímos essa energia
proveniente do akasha, vindo, descendo e se introduzindo nos chackras, então é
uma combinação de nossas experiências, nosso estado mental, nossas impressões,
transformações, conjugados com nossos arquétipos espirituais.
Que são nossos arquétipos espirituais? Aqueles
que estão localizados no que chamamos a sexta dimensão, mas que temos conexão
com eles? Nós os fertilizamos através do comportamento da Castidade, ou não. Se
não temos Castidade, porém temos uma aspiração espiritual, então terminemos de
nos desenvolver de maneira negativa. Se usarmos nossa energia sexual combinada
com a aspiração espiritual, mas de forma que transmutemos nossa energia, então
essa energia se eleva e nos liberta. Ambos os tipos de práticas desenvolvem a
Consciência, entretanto somente um tipo de prática libera a Consciência do
desejo. Isso é outra vez a cruz e tem tudo a ver com Castidade.
Essa palavra Castidade em um sentido moderno
pode ser escandalosa porque temos uma cultura que está rejeitando valores
Vitorianos, e aqueles valores representaram um real tipo ignorante de repressão
sexual. Contudo, ela rejeita não exata e unicamente valores Vitorianos, mas
também rejeita valores de todo um passado de milhares de anos quando existia
uma ideia de que a pureza era encontrada no ódio ao impulso sexual, e pela
rejeição ao sexo se poderia tornar-se santo. Esse é o tipo de fanatismo que
surgiu pelo não conhecimento da verdadeira doutrina.
Originalmente, no Cristianismo, Hinduísmo e
Budismo (em todas as grandes religiões) os monges e monjas tinham de ser
celibatários, tinham de reservar-se da expressão sexual e ser castos. Castidade
é algo da mente e também do coração.
Contudo, aquela castidade era somente uma
preparação. Tendo entrado nisso e provado a si próprio ele/ela ser merecedor, o
professor podia dizer: ‘Essa pessoa é séria. Ela aprendeu como trabalhar com
sua mente e sabe transmutar como uma pessoa solteira”. Depois disso, eles eram
iniciados em uma parte secreta daquele ensinamento que reunia pares de monges e
monjas. Isso somente acontecia em segredo porque eles não queriam que essa
doutrina fosse corrompida ou destruída. Um monge trabalhava com uma monja em
cooperação sexual.
Nota de Rayom Ra: “Salvo núcleos secretos especiais em eletivos ciclos de civilizações
enriquecidas pelas lições da ciência oculta, os procedimentos da iniciação à
Magia Sexual não foram recorrentes a grande massa religiosa do passado, nem a
uma significativa parcela que, na realidade, não os podiam praticar. A bem da
verdade foram números controlados. Nesse critério experiencial seletivo, os disciplinados
que praticaram esse sistema de elevação da energia sexual, com parcial ou
inteiro sucesso, se juntaram a outros da nata discipular do esoterismo, provindos
de diferentes escolas com variados métodos e filosofias, demonstrando com isso
que a exata noção de que “’nem tudo é para todos”’ bem se aplica aos muitos
perfis psicológicos de almas em diferentes sistemas.
Em
países do Oriente, Oriente Médio e África, onde as religiões esotéricas
nasceram e se desenvolveram desde os ario-atlantes, muitos discípulos e
discípulas que realizaram a elevação parcial do Kundalini pelas práticas
sexuais, estiveram sempre sob a orientação e guarda de mestres competentes. Os
mestres sabiam que estimular essa Magia aos que unicamente obedecessem aos seus
cultos religiosos, faltando-lhes suficiente evolução espiritual e iniciações
esotéricas, e mesmo aos alunos que não tivessem adequadamente purificado seus corpos
mentais, emocionais e físicos, seria empurrá-los para além do umbral onde
estariam facilmente aprisionados pelos mestres da face negra. E, contudo,
muitos alunos selecionados falharam, caindo vítimas de suas próprias
contradições ou desobediências.
Por
essas razões, não seria possível também implantar esse sistema de práticas
sexuais da elevação do kundalini no pós-cristianismo original, ao próprio
cristianismo, bem como às demais religiões organizadas, e aos movimentos
religiosos, aos filosóficos e filosófico-religiosos, por não reunirem atributos
necessários e por evoluírem noutros sistemas, e nem as religiões desses tempos
chegariam à hierarquização específica para iniciar milhares de sacerdotes nessa
esfera do ocultismo – e, na realidade, não era esse o seu papel principal a ser
cumprido na face da Terra”.
Podemos ver dicas daquilo aqui e ali na
religião, se observarmos certos locais. Porém, historicamente, tais seitas ou
pessoas foram com frequência banidas como heréticas. Vemos alguma clareza em
alguns tipos de budismo com ensinamentos tântricos que tenham sobrevivido e
ainda conservem aquela doutrina. Está lá, porém é muito segregada, não ensinada
publicamente e não acessível.
Assim, estamos aqui agora, ensinando que esse
tipo de prática é o direito de qualquer indivíduo que deseje desenvolver
seu/sua Consciência, porém precisamos ser bastante claros. Quando usamos nossa
energia sexual com relação à espiritualidade, é necessário estarmos claramente
elucidados de que certos tipos de comportamento desenvolvem nossa Consciência
liberando-a do ego e que outros tipos de comportamento desenvolvem nosso ego.
Ambos os caminhos podem trazer-nos experiências, ambos podem capacitar a Consciência
a ter uma experiência para além do nosso corpo, ou no plano astral. Entretanto,
somente ao liberarmos nossa Consciência estaremos habilitados a ter verdadeiro
conhecimento objetivo. Se despertarmos nossa Consciência no desejo, então
estaremos no que Homer disse ao rei no inferno. Estaremos desenvolvendo aqueles
poderes, no entanto os estaremos desenvolvendo no inferno. É melhor ser um
mendigo no céu do que um rei no inferno. Isso é algo que a maioria das pessoas
não percebe: que há dois caminhos. Eis porque o título dessa palestra é o que
é.
Encontramos nossas almas envoltas por
diferentes tipos de corpos, suportando metempsicoses, uma metamorfose do
psiquismo através de inúmeros reinos complexos. Começamos no reino mineral,
então evoluímos ao reino das plantas, seguindo para um reino animal.
Finalmente, no reino humanoide desenvolvemos o intelecto e é nesse reino que
precisamos direcionar nossa energia criativa para uma via particular, de acordo
com nossa força de vontade, uma vez que temos a habilidade de nos
individualizarmos. No reino animal, os animais se comportam como animais;
animais se comportam como um grupo mental. Estão sob o controle de forças
superiores guiando suas evoluções. Os animais trabalham em blocos, como um
grupo mental; eles usam sua energia sexual quando estão instintivamente inclinados
a fazê-lo. Naquela situação, fornicar é algo bom para suas evoluções porque é
através desse ato que eles evoluem seus intelectos (muito embora, realmente não
possa ainda ser chamado de intelecto). Aquele tipo de atividade sexual é também
de prover uma energia. Qualquer animal se relaciona com outro animal ao nível
de sexualidade, que é ter sexo instintivamente e fornicar, ter orgasmo,
ejacular. É assim como animais se reproduzem.
Dessa maneira, o que está acontecendo é que a
energia criativa dos planos superiores está descendo, se conectando, e quando
isso acontece vem produzindo algo físico (descendência, prole), entretanto,
essa energia está também veiculando os animais a essa corrente evolutiva e
involutiva. Está constituindo um tipo de energia para todo o planeta que ajuda
a manter o planeta estável. Se os animais não fizessem isso não haveria energia
se movendo no interior do planeta a fim de estabilizá-lo. Não haveria
consistência ou forma, ele seria informe.
Quando este planeta foi criado precisou de
muitos dias cósmicos de desenvolvimento, começando nos planos mais altos e
progressivamente se movendo para planos mais e mais pesados. O planeta necessita
estar aqui nesse mundo terrestre a fim de desempenhar uma função no cenário
cósmico. A fim de estar aqui, a este nível, necessita da energia deste nível,
aquela energia pesada. Parte da função do reino animal é prover aquela energia.
Como animais intelectuais no reino humanoide
temos um impulso para continuar a nos comportarmos do mesmo modo que nos
comportávamos no reino animal: a usar o sexo de maneira instintiva. Agora que
possuímos intelecto, estamos face a situações que tratam daquilo de forma mais
complicada; tratamos de extrair mais desejos além daquilo, ou fazemos para
justificar aquele desejo. Então tornamos tudo pior. Nesse sentido, somos piores
do que qualquer animal. Quando desempenhamos o ato sexual de maneira normal,
que é a maneira do animal, estamos nos veiculando mais fortemente a essa roda
evolutiva e involutiva. Uma vez que o reino humanoide está no topo desta roda,
estamos provendo a energia que nos conecta mais intimamente a esse arco
descendente. Estamos nos conectando com a corrente que vai para baixo e fora.
Desenvolvemos mais o nosso ego, veiculamos mais carma e terminamos descendo
mais rapidamente.
Por um Instrutor Gnóstico
[Segue Parte II]
Por um Instrutor Gnóstico
[Segue Parte II]
Fonte: Beginning Here and
Now: Christic and Demonic Initiation PDF.
Gnostic Teachings
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Gnostic Teachings
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom
Ra
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