domingo, 28 de dezembro de 2014

As Iniciações Crísticas e as Demoníacas - (III)


                                                     Perguntas e Respostas

  1. P – Em eras passadas quando todos esses ensinamentos eram mantidos secretos, conforme você mencionou, houve certos procedimentos preparatórios antes que alguém fosse aceito ou convidado a entrar no caminho da iniciação. Agora, nessa era, é mais ou menos aberto a qualquer um. Eu sempre li, pois sempre estudei os vários caminhos, que em iniciação havia certo ponto onde se fazia um voto e basicamente entrava-se naquele caminho em definitivo, e daí em diante se você desistisse, então haveria muito mais sérias consequências do que se somente se mantivesse sem muita seriedade.

  R. – O Mestre Samael Aun Weor estabelece que pessoas curiosas não devessem realmente se engajar demasiadamente nesses estudos. Podemos ser curiosos, num sentido, porém entendendo que o resultado dessa doutrina é anjos ou demônios. É isso o que ele disse. Uma vez que trabalhando com a energia sexual estaremos começando a incorporar poder e se não destruirmos o ego então estaremos entrando no desenvolvimento de um hasnamus, um demônio mais poderoso. Agora, se viramos as costas, isso é o nosso próprio carma. Uma vez que saibamos mais viremos adquirir mais carma naquilo. Se viramos as costas para aquilo ficamos face a mais severas consequências porque conhecemos o que o caminho possa ser.

  2. P. – [sobre como magos negros veem o ego].

  R. – Eles não veem o ego como alguma coisa negativa. Assim, a questão é: qual a finalidade de alguém estar desenvolvendo seu Guardião do Umbral e se unindo a ele? Tais pessoas não estão percebendo que coisa terrível é essa. É o mesmo que todos nesse mundo amassem a si mesmos e se fossem criticados então se tornariam irreverentes ou ficariam zangados, e sentiriam justiça na zanga e no ódio. Quando criticados, com que frequência dizemos: - “não preciso me preocupar com eles?”. Eles não se incomodam com qualquer nível de crítica porquanto se amam enormemente a si mesmos; logo, amam seus guardiões.

  Eles não incorporam qualquer nível de crítica, qualquer que seja, porque se amam muito a si mesmos; então amam seu guardião. Assim, nos mundos internos, o guardião apareceria numa forma que seria simpático àquela ideia. O guardião apareceria como uma coisa espiritual. Isso é parte da ideia do bem e do mal. As palavras bem e mal deviam ser substituídas pelas palavras evoluindo e involuindo. O que achamos que seja mal é bom para alguém que esteja praticando o mal. E o que achamos que seja o bem é o mal para eles. Desse modo, se estivéssemos em um templo de magia negra e fossemos falar sobre Cristo, eles pensariam que estaríamos falando de um demônio porque a luz os fere e os faz sentirem-se fracos, não os fazendo sentirem-se bem. Então, se nos proclamamos pelo Cristo, claro, isso estará indo de encontro a eles; qualquer coisa que seja o bem é mal e qualquer coisa que seja o mal é o bem. Todas as coisas têm o seu avesso.


  3. P. – [sobre como estar numa escola negra e não se aperceber de estar convivendo com o mal]

  R. – Digamos assim: haveria alguma culpa nisso? Isso nos remete ao inteiro cenário cósmico do carma. É no mesmo sentido de que estacionamos junto a um hidrante coberto com neve na cidade de New York tendo ainda de obter um bilhete, muito embora não saibamos existir ali um hidrante. Aprendemos que, embora não saibamos ali estar o hidrante, ainda assim obtemos o bilhete. O carma é como isso: resulta daquele assunto, que é o porquê de estarmos aqui passando essa doutrina para ajudar.

   4. P. – [comentário adicional de um membro do auditório]: “Sobre o Anjo Guardião, mestre Samael disse que ele é um arquétipo, uma parte de seu Ser e há também o Guardião do Umbral. E, claro, há algumas pessoas que estão tentando misturar o Anjo Guardião com o Guardião do Umbral, no sentido de confundir as pessoas. Isso é exatamente o que aconteceu ao cabalista da Inglaterra, Crowley. Ele dizia estar recebendo tudo de seu Anjo Guardião, mas na realidade ele estava trabalhando com o Guardião do Umbral, que não é o Anjo Guardião”.

  R. – Precisamente. O cabalista que escreveu quantidade de livros e tem alguma popularidade entre pessoas com interesse no ocultismo, Aliester Crowley, falou sobre o “Divino Anjo Guardião”, porém, na realidade ele estava se conectando com o que chamamos o Guardião do Umbral. Quando ouvimos alguém falar sobre alguma coisa que é sagrada, precisamos ter discernimento. Se investigarmos sua doutrina veremos que não é de maneira alguma a doutrina da castidade, e ele fala contra Jesus, ele fala contra Cristo em seus livros. Ele formula um jogo de todas as coisas. Poderíamos falar sobre isso extensivamente, mas o básico, a coisa fundamental é que se estamos desenvolvendo a mente, mas não estamos praticando a castidade, então a única coisa que podemos estar nutrindo é nosso ego; aquela energia está indo para algum lugar.

  5. P. – Estamos então no quinto dos períodos cósmicos, certo?

  R. – Sim, estamos na quinta raça raiz do período terrestre, que é o período mais inferior do grande dia cósmico.

      Comentário da audiência: O Kali Yuga.
      R. – Sim, o Kali Yuga do quinto, sim. [Risos]
      Comentário da audiência: A Idade do Ferro

  R. – Então estamos em um tempo em que realmente necessitamos ser claros sobre tudo. Podíamos dizer: “Por que realmente merecemos isso? Por que não podemos nascer numa dessas coisas lá de cima? [Risos]. Na sétima raça por que não posso estar lá?” Bem, primeiro de tudo, nós temos mais combustível aqui para trabalhar em nosso ego. Possuímos uma habilidade de realmente ir em frente e definir-nos bem claramente. Sabemos que quando se vai ao ginásio e levantam-se pesos mais pesados, constroem-se mais músculos. Precisamos tirar vantagens disso, e se fazemos de fato, nos definimos e nos desenvolvemos rápida e forçosamente. Segundo, exatamente agora nessa raça, nesse corpo humanoide estamos chegando através dessa enorme evolução até alcançar esse ponto. Temos 3000 voltas nessa grande roda evolutiva e involutiva. Essa coisa inteira perdura por um longo tempo. Se descemos e então voltamos para cima, não será por muito tempo. Temos 3000 daquelas oportunidades. Eu não conheço o suficiente de meu carma para saber, mas penso poder existir uma razão do por que eu estar nessa particular situação, opostamente a uma situação melhor, ou o que possa ser essa “situação melhor.” Se estou assim, então meu carma me deve ter colocado aqui. Essa é minha situação, então, talvez eu tenha estado girando muitas vezes nessa roda e isso aqui é onde eu preciso estar porque preciso aprender. Eu não sei e tento não especular. Algumas vezes, em certo sentido, isso parece terrível a alguns estudantes, mas há uma maneira de sair de nossa situação. Se sentirmos uma resistência ou uma aspiração de estar numa raça diferente, ou numa diferente era, então devemos provavelmente investigar de onde isso está vindo, uma vez que é possível termos aprendido algo de nós mesmos.

  6. P. – Então, há uma roda, certo? E você mencionou que iniciação é um caminho para sair da roda. Isso me traz a exata lembrança do símbolo de Marte, ou Aries [...]. Há um círculo e então uma flecha...

  R. – Uma flecha partindo? Sim. Estou certo haver alguma relação lá. Aquela flecha é uma espada ou lança, e o círculo é um escudo. As armas de um guerreiro, e precisamos ter uma guerra com nosso ego. Se não tornamos isso claro antes, é como uma roda mecânica e o caminho de descida da roda é através da iniciação, que está exatamente no topo e subimos para escaparmos da roda. Há outro tipo de evolução que as pessoas alcançam relacionada com o que é chamado o caminho da espiral, que é muito lento, quase caminho evolucionário. É consciente, porém é muito lento. Para falar sobre o caminho da espiral e o caminho direto seria necessária outra palestra. É por isso que parei antes de chegar lá.

  7. P. – Nos Mistérios Maiores, Samael Aun Weor disse que iniciações são realizações infinitas da consciência. Então o que é uma iniciação demoníaca?

  R. – Se as iniciações brancas são realizações íntimas de nossa própria consciência ou alguma coisa similar a isso, então o que é iniciação demoníaca? A iniciação demoníaca, no meu entendimento, é estar conectando cada vez mais ao ego e daí você estar realizando o seu desejo cada vez mais. Estamos dormindo. Possuímos um ego, mas estamos dormindo em relação àquele ego. O despertar está polarizado. Podemos despertar dentro daquele ego conhecendo-o muito mais. Conforme nos encontramos agora temos ódio, saímos de nosso normal, de nosso equilíbrio. Entretanto, se temos ódio e sabemos exatamente como focalizar esse ódio, então esse ódio se torna um fluxo de energia que podemos trabalhar com ele, podemos nos focalizar nele, saber de nossos desejos cada vez mais profundamente. É isso o que seriam as iniciações negras. Simbolicamente, na 5ª. Dimensão haveria rituais que representariam nossas almas sendo mais anexadas aos reinos inferiores, em providências que nos tornem [cada um] “um rei no inferno.”

  8. P. – Você disse que a Terra não quer as almas evoluindo? Você diz que Melquisedek, o gênio da Terra, não quer que as almas evoluam?

  R. – A questão é sobre a natureza da evolução e involução, relacionada com um planeta, versus o gênio daquele planeta, que é Melquisedek, no caso da Terra. O que existe aqui? Realmente, há duas coisas: há a economia do mundo, que é como uma máquina que está se auto sustentando, mas há também os iniciados que estão trabalhando para prover uma safra ou colheita de homens solares ou iniciados solares. Não é o caso que Melquisedek esteja tentando nos subverter. Melquisedek é um mestre ressuscitado. Significa, exatamente, que tem de acontecer desse modo. Em outro sentido, necessitamos trabalhar algum nível do ego a fim de lutar contra ou de nos desenvolvermos. Este planeta Terra é particularmente difícil. Aqui, aquela energia necessita estar se movendo para cima e para baixo e nós estamos dentro disso. Necessitamos ter uma escolha que nos defina. Não é o caso que ele esteja contra isso.

  9. P. – Para o planeta, se todos estivessem transmutando, aquela energia inteira não desceria porque iria toda para cima, certo? Então, a Terra não teria qualquer consistência, isso é correto?

  R. – Os mundos inferiores estariam vazios. Há diferentes níveis do que aconteceria. Por exemplo: o Sol ou qualquer estrela é um planeta que está evoluído naquele nível. Sim, nosso Sol é também um planeta. Quando o investigamos materialmente somente vemos gases, luz e energia vindos dele. Porém, realmente é um planeta. Pessoas vivem nele, mas são seres solares. Isso é certo porque o planeta alcançou aquele nível; está naquele nível de carma, de energia. Os reinos infernais estão ainda lá, mas estão limpos; não há mais nada. Nós temos ainda uma grande quantidade de energia para ser processada porque nossa Terra está no nível que é seu. A Terra tinha de ser puxada para dentro do mundo terrestre e eventualmente tem de subir; então necessita ir começando a escapar de algo daquela energia. Porém, em tempos recentes precisou de estabilidade.

  10. P. – Isso significa que a Terra eventualmente evoluirá para uma estrela?

  R. – Esse é um cenário cósmico que supostamente acontecerá. Qualquer planeta é um tipo de energia que quer ser hospedeiro de mais energia para evoluir ou progredir. Quando se alcança iniciações bem mais elevadas, se tem o Bodhisattva, o Crístico, Dhyani Bodhisattva, daí então se tem também um Logos, o topo do triângulo da Árvore da Vida. Quando vem à encarnação, aquele Logos tem a habilidade de se tornar o gerenciador de um planeta ou uma Consciência planetária que manobra toda a energia ao nível de um planeta. Um planeta é como uma manifestação física de um Logos. Esse é outro nível de manifestação: a Mônada avançando mais e mais dentro do Absoluto. Ele necessita manobrar enormes quantidades de energia perfeitamente. Parte daquele plano é ser hospedeiro da energia de um planeta. Desse modo, qualquer planeta está progredindo em intenção a ser uma estrela.

  11. P. – O que então seria a Lua?

  R. – A Lua é um cadáver de um planeta anterior. É a representação do planeta, anteriormente ao dia cósmico. Nesse sentido, a Lua cristalizou porque é um cadáver, o final remanescente do velho corpo de nosso planeta. Do mesmo modo, quando morremos, nosso corpo físico vai para o solo e somos colocados em outro corpo físico; o velho corpo [da Lua] está ainda em rotação, ainda se decompondo. Eis o que é a Lua. Qualquer lua de um planeta está relacionada com eventos cármicos anteriores.  Achamos que o universo surgiu como uma coisa física. Mas sem dúvida, se voltarmos muito mais que isso, a matéria física tinha de se condensar além de seu nível cármico, do Absoluto, dos níveis muito sutís, e condensou. Assim é porque a Lua é um corpo anterior da Terra, de um prévio dia cósmico.

  12. P. – Quando você falava sobre castidade você disse que se não a estivermos praticando e realizando o trabalho, então estaremos alimentando o ego. Eu estava pensando: se estamos praticando castidade e fazendo o trabalho, poderíamos ainda assim estar alimentando o ego?

  R. – Poderíamos. [Risos]. Se não estivermos praticando a castidade, mas estivermos tentando desenvolver a mente, então, definitivamente, estaremos alimentando o ego. Porém, mesmo que estejamos praticando a castidade, não significa automaticamente que não estejamos alimentando o ego. Voltando ao que o Mestre ensinou em termos de nos tornarmos anjo ou demônio, esse trabalho é o pacto Faustiano que apostou com o diabo. É o pacto sob o que estaremos operando, porém se cometermos um erro, se cairmos em erro, em confusão, se não estivermos alinhados com Cristo, então seremos deixados a sós, não iremos ter aquele guia, aquela sabedoria.

  Simão, o mago, conhecia o Grande Arcano, sabia tudo sobre castidade; ele era um iniciado relativamente alto, em meu entendimento. Entretanto, ele não quis aceitar a nova corrente. Rejeitou a nova corrente com Cristo através de Jesus. Daí que mesmo sendo um desperto, mesmo que estivesse praticando Magia Sexual e conhecesse aquilo, mesmo ensinando, ele não aceitou a nova corrente. Se a corrente de Cristo de nosso tempo estiver passando através de um Mestre em particular, ou através de um particular hospedeiro e não estivermos em alinhamento com aquilo então estaremos sendo como um tipo de erva daninha. O único caminho de volta ao Absoluto é através de Cristo; assim, se não estamos alinhados com Cristo estaremos caindo pelas margens, mesmo que conheçamos toda essa matéria.

  Há quantidades de perigos, muitos caminhos nos quais necessitamos estar cuidadosos e nos investigando. Justamente porque estejamos praticando a castidade, e porque estamos numa escola gnóstica não significa que estaremos eliminando nosso ego. Saberemos se estamos eliminando nosso ego quando estivermos mudando como pessoa, quando encararmos situações e nos comportarmos diferentemente, tendo diferentes impulsos. Podemos ter também certas experiências nos mundos internos, ou não.  Então, precisamos meditar e realizar a tarefa.

  13. P. – Comente sobre o perigo de cometerem-se erros antes de alcançar a ressurreição.

  R. – Antes da ressurreição há muitas diferentes vias para cair-se em erros. E o mesmo se dá para uma totalidade de mestres ressuscitados, pois ainda há um perigo de queda – a menos que estejam no Absoluto. Mesmo a mente solar aclarada ainda possui a habilidade de escolher pela própria vontade. Não é um ego, porém eles podem cometer enganos. É o que normalmente acontece quando o corpo físico se apaixona.

  14. P. – [comentário da audiência]: Nos dias de hoje estamos testemunhando todas essas várias escolas gnósticas e todos esses pseudo mestres. Tudo isso de fato vem acontecendo e estamos vendo. Necessitamos estar conscientes de quem estamos seguindo. A melhor coisa a seguir, como você disse, é a força Crística, não a personalidade, não identificar-se com qualquer personalidade.

  R. – É muito importante. Há diversos tipos de escolas, mesmo dentro dessa tradição particular. É uma realidade muito desagradável existir um número de favorecimentos políticos e lutas entre personalidades. Se todos temos ego, então é óbvio haver desacordos, porém necessitamos nos focarmos em nós próprios e no trabalho e não nos perdermos nisso: “alguém disse isso e alguém não fez aquilo”, etc. Então, sigam o que está escrito nos trabalhos do mestre. Se não está claro o que fazer, então se deve permanecer silente e meditar, mas não sair fazendo fofoca ou promover quantidades de falatório, uma vez que difamação e fofoca podem matar escolas. Haverá coisas imperfeitas com a escola, mas se estiver morta então podem ter causado uma verdadeira injúria espiritual, não somente a si próprios, mas também a outras pessoas de lá que podiam ter sido beneficiadas. Há muitos assuntos delicados. Algumas vezes é um crime falar, outras vezes é um crime ficar calado. Contudo, há melhores e piores situações para silenciar ou falar.

  Isso me lembra de outra coisa que quero falar. Quando atingimos a iniciação, não somos nós, mas o nosso íntimo, é o mestre que atinge iniciações. Nesse particular, mesmo que estejamos chegando às iniciações, não é o nosso corpo físico, nem o nosso ego, nem nossa personalidade: é o mestre interno. Mesmo que uma pessoa atinja isso e tenha um mestre interno, não significa que a personalidade é que esteja agora falando, mas é o mestre falando. A primeira iniciação causa a fusão ou conexão entre a alma espiritual e Atma, o íntimo. Cria uma Mônada mestre. Porém, não será de fato até o final da iniciação que aquela energia estará encarnada na pessoa. A pessoa tem que morrer e o mestre tornar-se cristalizado a níveis cada vez mais baixos, e quando ressuscita, então o mestre está lá fisicamente. Porém, se alguém está habilitado a alcançar a iniciação e talvez até saiba o nome de seu/sua mestre, então dirá: ‘Eu sou tal e tal”. Será a personalidade dizendo isso. Temos de ser muito cuidadosos.

  15. P. – Relativamente ao que você disse, o íntimo alcança iniciações negras? Que aconteceu com Simão, o mago; como poderia ele ter rejeitado a personalidade de Jesus? Como podemos ser um alquimista e ao mesmo tempo rejeitar Cristo?

  R. – O íntimo não alcança iniciações negras, essas são somente alcançadas pelo ego, que é o aspecto inferior da quinta dimensão. Certamente, se cometemos enganos e caminhamos em direção a iniciações negras, mas nos retiramos disso entrando no caminho branco, aprendemos daquilo. Temos ainda que pagar o carma: precisamos superar o bem e o mal [ irmos além da evolução e involução pela iniciação ], então, sim, em certo sentido os enganos estarão onde ganhamos a sapiência do mal, a sabedoria dos erros. É isso o que esteve perguntando?

  16. P. – Sim. E sobre Simão, o mago: você disse que ele estava trabalhando com transmutação sexual, estava trabalhando com Cristo, então por que rejeitou ao próprio Jesus? Foi por sua personalidade, ou o que foi rejeitado?

  R. – Eu não sei sobre a decisão particular de Simão, o mago, mas talvez se sentisse melhor do que a hierarquia. Há uma hierarquia diretora de mestres abaixo do Absoluto. Se não estamos seguindo aquela hierarquia, se rejeitamos aquele mestre (que está em mando), mas ainda assim estamos tentando trabalhar por nós próprios, então estaremos decaindo mesmo trabalhando com magia sexual.

  17. P. – [comentário da audiência]: Em relação ao íntimo, aprendendo dele, o mestre Samael Aun Weor diz na “Revolução de Belzebu” que o íntimo de Andramelek tem a face do carma de haver criado aquele demônio com a consciência, porque faltou-lhe a força de vontade para controlar aquela consciência. Ao final, ele tem de pagar porque é parte dele. Isso é uma tristeza, porém o íntimo tem de pagar quando não consegue controlar a alma. Assim, temos de cooperar com o pai porque, enfim, se descemos, estamos criando carma. Mas quem nos criou? Qual consciência?

  R. – Qualquer que seja o carma que em última análise tenhamos, existe a conexão com nosso íntimo, com nosso mestre. Se estivermos alcançando iniciações negras, parte da razão está na Mônada que não teve força de vontade ou a capacidade de ajudar a controlar-nos, então temos de pagar por isso. Algumas vezes nos perguntamos: por que algumas pessoas estão interessadas nesses ensinamentos e outras não? Isso é algo relacionado com nossa Mônada. Algumas pessoas estão buscando por ensinamentos, elas sentem um vazio em seus corações e aspiração espiritual. Isso porque a Mônada está nos açoitando ou continuadamente nos dizendo para procurar. Porém, há pessoas que não se importam. Por uma razão ou por outra elas não tem esta conexão. Então, não temos que julgar alguém pelo que ele/ela faz.

  18. P. – É benéfico trabalharmos com práticas para aumentar a força de vontade nessa situação? Mesmo estando numa escola gnóstica, podemos ser muito complacentes. Poderíamos pensar que porque estamos aqui ouvindo palestras ou estejamos fazendo uma runa ou duas que, justamente, estejamos no caminho, ao passo que em realidade, por esses movimentos, estaríamos indo exatamente em direção oposta.

  R. – Há muitos perigos dentro e fora do caminho. Podemos estar frequentando uma escola, fazendo todas as coisas direito, estudando, dialogando e mesmo assim não nos darmos conta de estarmos fazendo as coisas mecanicamente. Não estaremos, verdadeiramente, engajando nossa consciência, não integrando realmente o nosso eu. É quase incrível, mas mesmo estando a meditar podemos estar fazendo isso de maneira bastante preguiçosa. Temos de, continuamente, nos interiorizarmos. Eis porque há algo estranho a nos dizer algumas vezes que, quando achamos estar fazendo certo no caminho, estaremos, em verdade, fazendo muito pobremente, e quando achamos estar fazendo muito pobremente, em verdade, estaremos fazendo muito bem. Quando pensamos estar fazendo bem, não estamos nos mirando, pois estamos nos pavoneando, temos nosso “checklist” e estamos fazendo com complacência, não de fato nos olhando intimamente. Então, mais tarde, nos damos conta e dizemos: “Ó meu deus, estive tão complacente. Não acredito que tenha cometido todos aqueles erros”. E começamos a buscar-nos intimamente, nos corrigindo e trabalhando conosco; daí podermos fazer de novo algum progresso.

  19. P. – Há uma relação entre o Guardião do Umbral e Lúcifer?

  R. – Sim. Sabemos que Lúcifer é a parte reversa de Cristo que desce e se mistura com nosso ego. Em consequência, há aquela natureza diabólica nos testando, misturando-se com nosso ego. Nosso Guardião do Umbral é parte disso. Podemos dizer que Lúcifer é a parte que está tentando nos derrotar através do Guardião. Lúcifer quer nos testar, Ele precisa ter certeza de que nós somos o que queremos ser. Temos de ser testados. Não sabemos a verdadeira natureza de algo até que seja testada. Lúcifer é aquela parte de Cristo que se mistura com nosso ego, e o ego é o Guardião do Umbral.

  20. P. – [comentário da audiência] Você vê bem real aquilo em Mefistófeles, a opera?

  R. – Sim, Mefistófeles de Arrigo Boito. É muito bom realmente. Podemos vê-lo subindo e descendo escadas.

  21. P. – O Guardião do Umbral está relacionado com a experiência do “intra-estado”, quando estamos dentro e fora do sono? Algumas vezes, eu tive essa experiência quando senti uma presença, como um tipo diabólico de escuridão. Isso tem algo a ver com o guardião? É alguma coisa que acontece no estado intermediário. Eu também li sobre isso, não foi exatamente como minha pessoal experiência. Senti como um tipo de presença diabólica é como estar atrás de você.

  R. – Deve haver muitas diferentes razões para isso, relacionadas com seu ego. Criancinhas que ainda não têm uma personalidade desenvolvida, gritam porque elas podem ver seus próprios egos demoníacos tentando entrar-lhes. Pode estar relacionado com isso. Estando relacionado com seu ego, estará relacionado com o guardião. Se estiver relacionado com o inato, tipos instintuais de medo, então é alguma coisa relacionada com o guardião, porque mantém você naquele medo. Para superar esse tipo de medo instintual é algo que você tem de trabalhar. Assim, num sentido, sim, mas pode haver outras razões. Um mago negro pode estar tentando manipulá-lo. Porém, as pessoas projetam. Algumas vezes magos negros podem nos estar atacando e algumas vezes as pessoas ficam excessivamente fascinadas com aquilo que realmente seja exatas projeções de seus egos. Precisam, então, trabalhar seus próprios medos. Temos práticas relacionadas com pessoal defesa, mas isso seria outra palestra completa.

                                                     Por Um Instrutor Gnóstico 

  Fonte: Beginning Here and Now: Christic and Demonic Initiation PDF.
                Gnostic Teachings

Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

Rayom Ra
[Leia mais Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads completos ]
       

Nenhum comentário:

Postar um comentário