Os mídia ─ a televisão, especialmente, mas
também a internet, os jornais, rádios, revistas ─ estes, os meios de
comunicação de massa vivem do interesse do público em seus produtos. Apesar de
toda a conversa institucional de prestação de serviço à sociedade, o fato é que
os midia tem custos e precisam de clientes para pagar as contas e ainda gerar
lucro. São, portanto, negócios. É preciso cativar suas duas categorias de
cliente: 1. a audiência que quanto maior for, valoriza, aumenta o preço do
espaço na programação/edição porque gera maior visibilidade para 2. o
anunciante, que pagará mais caro em determinada emissora por conta do retorno
de divulgação/vendas que vai obter expondo sua mercadoria para milhões de
pessoas. Significa, quanto mais audiência, mais dinheiro para todo mundo.
Acontece que os midia vendem cenas da vida
real ou fictícia, vendem textos e imagens, vendem ideias, padrões de beleza, de
civilidade e moral, vendem mensagens. Em países de orientação política e
cultural democrática como o Brasil a liberdade de informação é um direito
consolidado e em linhas gerais um aspecto positivo do Estado de direito. Porém,
cabe aos meios lidar com o conteúdo de seus produtos aplicando juízos,
critérios auto-reguladores que devem ser determinados, caso a caso, pelo saber
especializado de seus profissionais, pela Ciência da Comunicação. O que ocorre,
entretanto, é que no cotidiano competitivo da produção de conteúdo,
especialmente o conteúdo jornalístico, a Ciência da Comunicação, no que toca à
ética aplicada à psicologia das massas, essa ciência passa longe da definição
das pautas nos núcleos de produção da notícia.
Não há limite para os apelos grosseiros ao
que há de mais mórbido na esfera do interesse público. O caso Nardoni
[assassinato de uma criança em contexto familiar], recente, já é um clássico.
Foi uma "pauta gorda". Rendeu! Gerou um bombardeio de boletins
informativos além de ocupar os telejornais nacionais durante semanas e
considerável espaço nas "revistas" dominicais. É fantástico, é
espetacular... A morte, a barbárie, é um "espetáculo"... ou seja,
algo que desperta intensa atenção, que faz alguém parar diante da tela, garfo
no ar, prato na mão para ver e escutar mais um detalhe sobre um assassinato.
Os comunicólogos do século XXI estão
atrasados. Acreditam que seu trabalho restringe-se a criar textos, produzir
imagens e falas emoldurados em composições de cenários, figurinos, trilha
sonora e efeitos especiais que funcionem como atratores da atenção do público.
Ninguém parece perceber que não é mais possível ignorar ou tratar
superficialmente o papel dos midia na formação da mentalidade do povo. Não se
pode continuar subestimando o poder da mensagem de se imiscuir insidiosamente
na consciência e na memória influenciando decisivamente a qualidade dos
pensamentos que habitam e/ou assombram a mente humana.
A repetição exaustiva, brutal e
embrutecedora, de informações relacionadas aos crimes bárbaros, suicídios,
catástrofes, não serve a ninguém. Debruçar-se dia e noite sobre as minúcias do
horror que viola os direitos humanos e o código penal é uma tarefa que cabe à
polícia e à justiça. O teósofo e ocultista C.W. Leadbeater comenta esses abusos
da indústria da informação jornalística sob a perspectiva da Teoria das
Formas-Pensamento segundo a qual pensar é uma ação que libera energia criadora
dando origem a "atmosferas" comportamentais repletas de entidades
astrais [emocionais] e mentais [intelectuais]. Escreve Leadbeater em O Lado
Oculto das Coisas, livro de 1913, época, portanto, em que ainda não havia
televisão:
Um aspecto desagradável da imprensa
jornalística de hoje é o grande destaque dado aos casos de assassínio e
divórcio, e a riqueza de minúcias com que são diariamente apresentados... É
coisa nefasta de qualquer ponto de vista ...mas quando acrescentamos as
considerações do lado oculto de tudo isso... ficamos francamente apavorados.
Essa publicação malsã provoca constantemente
a criação em todo o país de grande multidão de formas-pensamento ativas e
altamente nocivas; o povo imagina os horrorosos pormenores do assassínio ou se
regozija de mórbido e cruel deleite com os fatos sugestivos ou histórias de
divórcio; e as formas-pensamento resultantes no primeiro caso são de caráter
terrificante para toda pessoa que por elas possam influenciar-se; e no segundo
caso, divórcios, constituem verdadeira tentação [as formas-pensamento geradas]
para atos e pensamentos maus por parte daqueles que possuem dentro de si germes
de sensualidade. O clarividente não pode evitar observar o grande aumento de
formas-pensamento desagradáveis no curso do desenvolvimento desses casos
sensacionais [LEADBEATER, 2000].
E se era assim no começo do século XX, mais
congestionada ainda deve estar hoje a atmosfera do planeta com a informação
eletrônica globalizada. Como nos burgos medievais, quando o povo se aglomerava
em torno de patíbulos e fogueiras, hoje a multidão se concentra na frente das
delegacias enquanto a evolução dos inquéritos é mostrada ao vivo nas telas,
diante das quais, igualmente concentradas ficam as pessoas, em casa, no
trabalho, acompanhando cada pormenor macabro e torpe do show do crime.
Acorda-se e dorme-se com o som do nome da vítima ou dos assassinos entrando
pelos ouvidos emitidos pelo som de um rádio, uma TV, de uma conversa banal na
rua, nos ônibus, nas portarias, nos escritórios.
Enquanto isso, milhões de mentes
impressionadas com o horrendo emitem formas-pensamento igualmente horrendas e
prontas para aderir à aura, corpo energético, das personalidades mais fracas.
Os suicídios e o abandono de bebês são manchetes notavelmente nefastas que não
raro servem de inspiração para ondas mais ou menos graves de ocorrências
semelhantes. É o que se chama popularmente de "dar idéia", no caso,
péssima idéia... mas que pode parecer atraente para as consciências mais toscas
e desesperadas. Escreveu o Mago Ladino* [Girolamo Tovazzo ou Tovazzi,
1686-1779] alquimista e vidente do século XVII, profetizando o futuro: "No
tempo da máquina voadora os homens orientam-se com um monstro falador..."
[OS PROFETAS, 1985].
* LADINO:
dialeto latino da região de Friuli, norte da Itália.
De
fato, a TV aberta, há algum tempo, tornou-se um "monstro falador"
agressivo cuja conversa pode ser de extremo mau gosto. Não bastasse o
jornalismo sensacionalista, o espectador ainda é assaltado pelas peças
publicitárias cujo áudio é um murro nos tímpanos e os textos e subtextos são
medíocres, com seus slogans infelizes e suas equivocadas associações de ideias.
Exemplo de choque sonoro são os efeitos de "carimbando seu cérebro",
"explodindo sua cabeça", "queimando sua vida" muito usados
pelas lojas de móveis e eletro-eletrônicos juntamente com o imperativo ─ Corra!
As
propagandas de cerveja são repugnantes: "Ser brameiro é ser rico de
amigos" é uma frase nojenta, que ofende a inteligência. A experiência de
um pré-adolescente contemporâneo comprova que os amigos de copo [e também de pó
e fumaça] são os mais "voláteis" que se pode ter, unidos pela
desgraça, pela tendência à auto-destruição, ao entorpecimento escapista e à
decadência física e moral. A "boa", a modelo lindíssima e elegante do
filmete, a musa da bebida, jamais seria "boa" se consumisse cerveja
regularmente; seria gorda, uma baranga mesmo, porque cerveja incha a cara e
engorda barriga e coxas em pouquíssimo tempo. Meditemos...
Junto com a overdose de horror do jornalismo
sensacionalista, no mesmo pacote dos produtos oferecidos com argumento
enganoso, o telespectador recebe uma dose de ansiedade, expectativa, medos e
desejo por bens que podem ser tão inalcançáveis quanto, muitas vezes, inúteis,
acrescentando à ração indigesta um tanto de frustração consigo mesmo, com a
vida e outros sentimentos autodepreciativos.
A produção de telejornais e propagandas para
os canais abertos de TV deve ser trabalhada com mais respeito, ciência e
técnica levando em consideração as necessidades emocionais das massas. O
controle remoto não é suficiente para evitar os males do lixo televisivo. Não é
possível assistir a programação com a tensão da vigilância constante nos blocos
de intervalos a cada dez minutos. Desse jeito, não dá para ver televisão
sossegado.
Fonte: http://www.sofadasala.com/ocultismo/formapensamento02.htm
jornalismo: Ligia Cabús | Mahajahck@hotmail.co
Rayom Ra
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Em jogos de futebol ,quando um torcedor invade o campo ,tornou-se regra (há algum tempo) não filmar o intruso que alem de interromper o jogo em si esta notadamente desejando chamar atenção para si pois imagina que todos o verão na ação,o resultado é que menas invasões passaram a ocorrer,ou seja,façamos o mesmo sejamos o controle ,desliguemos a TV ,poderemos sermos o oposto da norma mas estaremos com nossa mente com verteza mais lucida de nossas atitudes.
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