Sem consciente sacrifício não há degraus de
saída dessa roda, pois tudo aqui é mecânico. Essa roda está servindo a um
propósito ao planeta, e o planeta tem um propósito não somente para desenvolver
o humano, mas também para servir a um propósito ao cosmos como um todo. O
planeta detém múltiplos propósitos, e para sua própria economia está
perfeitamente satisfeito com ninguém conquistando iniciação, porque ele
funciona como um órgão em um corpo chamado sistema solar. E para que o sistema
solar possa operar, o planeta necessita transformar e transmitir certas
energias numa escala cósmica. Não é necessário criar seres humanos que
conquistem iniciações; ele, unicamente, necessita atingir essa economia de
energia.
Essa é a nossa herança. Nosso ego é
justamente o produto disso. Possuir um intelecto e compreender nosso objetivo
de simplesmente transformar energia para a economia da Terra, pode realmente
nos fazer sentir que a vida é um absurdo, sem significado. Isso acontece
algumas vezes: alguém vê o mundo a um ângulo em que não reconhece qualquer
sentido nisso. De fato, sem o espírito, sem iniciação, não há outro sentido;
assim, se nada se conhece sobre iniciação, sob certa premissa aquele ponto de
vista é lógico.
Não obstante, se não rejeitamos o espírito,
então como realmente trabalhar com ele? Como chegar a mais alguma coisa? A
fundação da iniciação é Castidade. O que isso significa?
Temos duas palavras: castidade e celibato. Normalmente
são usadas inter-relacionadas. Mas podemos ter algum discernimento em ver a
diferença entre elas. Castidade significa o uso apropriado da energia criativa
sexual. Celibato refere-se a ter restrição de não unir-se sexualmente.
Castidade significa usar a energia sexual da maneira correta, de modo
apropriado. Se alguém faz um voto de castidade e sabe o que isso significa,
essa pessoa pode ligar-se numa união sexual ou ter casado e ainda assim não
quebrar o voto de castidade, uma vez que se conectar sexualmente e manter a
castidade é realmente o caminho para conquistar a iniciação.
Contudo,
isso soa como um tremendo sacrifício para muitos. Soa como insuportável peso e
um absurdo rejeitar o orgasmo. Em nossa moderna cultura pensamos que esse é o
ponto da completude do sexo. Mas precisamos ver que há várias funções. Funções
no sentido de sexualmente produzir outros corpos (gerações), que se fixam à
roda da evolução e involução, e a sexualidade também detém um propósito
espiritual. Todos têm de fazer uma escolha do que querem desenvolver. Se querem
usar conscientemente aquela energia para seu próprio desenvolvimento,
desenvolver suas almas e conectarem-se com seus espíritos, então é isso que
lhes é requerido.
Alternativamente, toda aquela energia estará
descendo, não estará servindo aos seus espíritos. Quando pessoas se tornam
acostumadas à castidade e transmutação, elas comprovam que é verdadeiro o
caminho da paz e felicidade. Confundem-nos quais sejam as causas e condições da
verdadeira felicidade. Acreditamos que a felicidade nos vem através da
compensação do desejo, porém realmente essa é a causa do nosso sofrimento e
ignorância na vida.
Contudo, há muitas doutrinas místicas, tipos
de doutrinas tântricas, que não rejeitam o orgasmo. Elas não rejeitam a
fornicação. Elas dizem que devemos ser bons, ser educados, realizarmos boas obras,
que devemos desenvolver poderes, e falam de modo bastante delicado. Vestem as
suas mensagens com muitas palavras bonitas e conceitos espirituais. Porém,
quando chegam à cruz da matéria, dizem que não devemos conservar nossa energia
sexual, que temos de fugir disso. Essas são doutrinas que tentam misturar a
aspiração espiritual com a fornicação. Elas sempre conduzem as pessoas a
estarem mais fortemente atadas na queda aos mundos infernais.
Samael Aun Weor escreveu que os tipos mais
sutís de magia negra ou de doutrinas inferiores estão relacionadas com o mundo
mental. Ele escreve:
“Quase
todas as escolas espiritualistas ensinam como desenvolver a força mental; todas
querem fortalecer a mente. Eis porque muitos acabam praticando a magia negra: a
mente é um jumento sobre o qual devemos viajar a fim de entrar no céu de
Jerusalém. A mente (manas, o homem) deve se submeter perante a majestade do
íntimo. Devotos espiritualistas ignoram isso. Desse modo, o que eles sempre
querem realizar são suas pessoais vontades egoístas e nunca a vontade do Pai.
Essa é a terrível verdade de todas essas coisas”. – Samael Aun Weor, Os
Maiores Mistérios.
“A
maldade é tão boa no mundo da mente... A maldade é tão delicada e sutil no
plano da compreensão cósmica que na verdade muita intuição é necessária no
sentido de não sermos enganados pelos demônios do Mundo Mental. Os magos negros
no Plano Mental são milhões de vezes mais delicados do que os magos negros do
plano Astral”. – Samael Aun Weor, Tratado de Alquimia Sexual.
Hoje,
podemos constatar muitos tipos de doutrinas. Algumas tornam muito óbvio que
estão tentando desenvolver mais e mais o desejo, e certos tipos de pessoas
estão atraídos para aquilo. Mas outros tipos realmente sentem uma aspiração
espiritual e se tornam envolvidos por uma linguagem espiritual que lhes parece
cativante, parecendo fazer todas as pessoas felizes, porém estão somente se
engajando num caminho que está tentando fazer suas mentes serem mais poderosas.
Estão [as doutrinas] tentando desenvolver poderes, mas não estão tentando
reduzir egos.
Se
praticarmos castidade, se exercitarmos o pranayama (que é um tipo de exercício
respiratório), se praticarmos certos mantras, e estivermos fazendo coisas sinceras
a nós próprios, um bom trabalho, então começamos a conservar nossa energia.
Essas coisas não passam despercebidas nos mundos internos. É similar a acender
um fogo numa escura área madeirada. Há tanta escuridão que se uma pessoa está
conservando seu/sua energia, isso cria um tipo de luz que é facilmente notada.
Daí atrai a atenção da Loja Branca, dos mestres despertos que estão procurando
ajudar.
Então eles
dizem; “Vamos ver se o aspirante está pronto para trabalhar nele mesmo,
desejando tornar-se um inimigo de seu próprio eu”. Devido a esse trabalho,
o verdadeiro inimigo é nosso eu, nosso próprio ego, o próprio eu-vontade. Se
ficarmos temerosos de penetrar em nosso interior, em nossa própria imagem
psicológica, se formos incapazes de ataca-la, se tivermos medo, então não há
condição de obtermos progresso.
O
Guardião do Umbral
A primeira prova, ou ordália, nesse sentido é
a que chamamos o Guardião do Umbral. Isso é algo que ocorre nos mundos
internos, nos mundos superiores, onde o aspirante tem de invocar seu/sua
Guardião do Umbral e desafiá-lo, ou conjurar o Guardião sem guardar qualquer
medo em seu coração. Uma imagem animalizada aparece e pode ser terrificante ao
aspirante. Se ele se acovarda, então, obviamente, estará incapacitado de
trabalhar-se a si próprio e terá falhado naquela prova. Se isso acontecer,
então o aspirante precisará meditar mais acerca daquilo. Estar habilitado a
passar naquela prova é estar habilitado a ver aquela imagem sem se amedrontar
com ela; é passar por ela. Isso acontecendo significará que o aspirante estará
habilitado a arregimentar-se contra seu próprio ego, a olhá-lo sem sentir medo,
e será capaz de trabalhar-se a si próprio, mover-se para adiante. Esse é de
fato o primeiro passo.
Outra possibilidade é que o aspirante
(ele/ela) que está tentando trabalhar-se a si próprio, procurando seu
desenvolvimento, venha interessar-se por várias doutrinas espirituais e
enamorar-se de uma delas que realmente não trate de conduzir à iniciação.
Escolas desse tipo falam sobre coisas espirituais, mas ao invés de o Guardião
do Umbral ser o inimigo a se ultrapassar, eles pretendem que esse “guardião”
seja o protetor do umbral, o nosso verdadeiro ser, e que o ego seja o
verdadeiro espírito.
Assim, alguém envolvido em magia negra, em iniciação
negra, está buscando integrar-se intimamente com o Guardião do Umbral. Esse, não
é sempre exatamente chamado de o Guardião do Umbral; pode mesmo ser chamado de
“nosso verdadeiro eu”. A doutrina pode falar em várias diferentes coisas, mas
fundamentalmente, aqueles tipos de doutrina sempre apregoam contra a castidade.
Sempre falam contra Cristo. Qualquer que seja a forma de linguagem utilizada
por elas, tratam de rebaixar. Falam contra Cristo e falam contra a castidade
porque é somente através da castidade que alguém pode, em verdade, arregimentar-se
ou tomar das armas contra o seu próprio ego, contra o guardião. Sem combustível
no motor não se vai a lugar algum.
Da mesma maneira, se não temos castidade não
podemos fazer qualquer desses trabalhos; entretanto, as escolas de magia negra
sempre falam belamente sobre como devemos reverenciar ao guardião e mesmo
tentar nos integrarmos a ele. Dizem que o guardião é nosso protetor. Algumas
escolas tratam-no como “O Sagrado Anjo Guardião”, contrariamente ao que nós,
gnósticos, chamamos de Anjo Guardião. São meras palavras, porém eles o chamam
de anjo guardião, nosso guardião, e dizem que nós queremos nos conectar com ele
e proteger aquilo. Então, o que acontece nesse sentido é que se existe uma
aspiração espiritual, mas o aspirante está numa escola de magia negra, ele, ao
tentar integrar-se ao guardião, busca despertar e até observar-se de dentro do
ego.
Qualquer um que esteja envolvido numa escola
de magia negra estará tentando desenvolver sua mente, procurando despertar. Não
será removendo qualquer desejo, mas se integrando àquele [principal] desejo.
Eles estarão tentando despertar, se tornar conscientes daquela energia que
detém egoísmo ou ódio, dizendo que podemos permanecer focalizados no ódio, no
desejo: direcionarmo-nos ao desejo e não à libertação dos desejos. É assim que
eles começam a despertar. Eles observam seus desejos e os reforçam, integrando-se
intimamente, tentando alcançar um tipo de vínculo entre a alma e o ego.
Naturalmente, isso é um processo que, em
última análise, causará muitas dores e sofrimento, uma vez que sob o ego e alma
está a essência que pertence à sexta dimensão e vem do Absoluto. Então,
eventualmente, aquelas coisas estarão sendo retiradas dali por um processo
doloroso. Pode levar dias cósmicos, dependendo do nível de iniciação que a
pessoa alcançou naquele particular.
Há diferentes tipos de magos negros. Em
alguns casos, uma pessoa se desenvolveu em iniciações Crísticas, então
constituiu corpos solares, veículos relacionados com mundos internos:
eletrônicos, veículos Crísticos. Se aquela pessoa então cai, inverte o
desenvolvimento, ou reforça o ego; então ela terá duas polaridades. Uma
polaridade estará relacionada com a alma, que é decaída, e a outra polaridade
estará relacionada com o espírito que tem desenvolvimento e pode ser um mestre.
Esses tipos de magos negros são os piores. São, absolutamente, os piores porque
são muito diabólicos e muito poderosos. Falamos sobre eles numa anterior
palestra; são chamados hasnamussen. Hasnamussen é o plural, hasnamus é o
indivíduo.
Há diferentes níveis de hasnamussen. Alguém
com ego pode ser chamado um hasnamus, porém os hasnamussen reais são aqueles
que alcançaram iniciações, desenvolveram corpos solares e então caíram por razões
que temos discutidos noutras palestras. O único caminho para desenvolver
aqueles corpos é através da castidade, assim, sob uma determinada visão,
aquelas pessoas devem ter sido castos no sentido de conseguirem desenvolver
aqueles corpos.
Contudo, pessoas que não tenham esses corpos
podem ainda desenvolver poderes através da mente. Podem ainda dar poderes aos
seus egos, mas não terão os corpos solares. Essas pessoas [a despeito de não
terem os corpos solares] podem despertar e deter poderes, sendo capazes de
manipular pessoas aqui neste mundo físico ou manipulá-las num sentido arguto.
Elas podem ser capazes de colocar as pessoas para dormir, hipnotizarem-nas e as
fazerem fascinadas com qualquer coisa que disserem. Podem dar presentes com maldições
no intuito de ferir as pessoas por diversas razões. Podem fazer um jogo e
controlá-lo plenamente.
As Quatro Ordálias
Assim temos esses dois lados do Guardião do
Umbral. O iniciado branco ou iniciado Crístico estará indo tentar vencer o
guardião, ao passo que o mago negro estará indo tentar dar poderes ao guardião
e ele/ela verá o guardião como o seu próprio eu. Se vencermos o Guardião do
Umbral, não estaremos realmente destruindo-o. Estaremos, exatamente, derrotando-o
numa simples batalha. Passar nessa ordália é nada mais do que a primeira parte
do processo de matar o guardião. Tendo sucesso na ordália, nos será dada a
primeira das ordálias relacionada com os quatro elementos. Eis aqui a figura
representativa das provas do fogo, ar, água e terra (de Atalanta fugiens, por
Michael Maier)
O iniciado ou o aspirante com suas armas está
tentando vencer aquelas ordálias. Podemos ver que essa é a mesma pessoa; é a
pessoa lutando com ela mesma. Isso é um trabalho alquímico; é um trabalho de
auto desenvolvimento que simbolizamos através desses quatro elementos. Há
vários tipos de ordálias.
A ordália do fogo é algo que nos deixa o
sangue fervendo. Se alguém nos calunia, nos pragueja, nos envolve em fofocas ou
nos critica, como manobrar com isso? Isso faz-nos o sangue ferver? Devolvemos
isso com ódio? Estamos capacitados a beijar o látego do executor, como o Mestre
estabelece? Estamos prontos a devolver o ódio com amor e serenidade? Não com
falsa serenidade, porém com verdadeiro coração pacificado? Isso é transformar
aquela experiência. Isso é ir-se através da ordália do fogo. A ordália do fogo,
no entanto, pode não ser somente num único momento. Se for o caso de alguém nos
estar caluniando repetidas vezes? Isso devora nosso coração, faz-nos sentir
sofrimento?
Essas ordálias podem ocorrer fisicamente ou
internamente. Se estivermos trabalhando com a nossa consciência, com a
transmutação da energia sexual, então estaremos começando a despertar, através
de pequenas experiências, coisas que parecem como sonhos, porém são diferentes.
Elas são mais despertas, mais espirituais e mais poderosas. Essas são
experiências despertas no plano astral. Podemos ter experiências em que somos
queimados: postos para queimar. Isso é uma representação simbólica de penetrar
através de uma ordália.
Podemos exatamente ser caluniados no plano astral
como um teste para avaliar se conseguimos passar por aquela ordália. No plano
astral acessamos nossas emoções sutis muito mais diretamente; não podemos nos
esconder delas. Aqui no mundo físico podemos compartimentalizar nossas emoções.
Podemos achar que não estamos zangados, embora, em realidade, estejamos muito
zangados.
Pessoalmente, tive experiências no plano
astral onde fiquei realmente zangado. Eu acordei e me dei conta de que uma
pessoa estava me caluniando no plano astral. Não imaginei que ficaria tão
zangado, mas realmente fiquei. Aquela experiência mostrava-me que eu não estava
preparado para manobrar com aquela crítica. Obviamente, não passei naquela
particular ordália. Aquela foi uma ordália do fogo. Aquilo significava que eu
tinha de sentar-me e meditar. Precisava refletir sobre a situação, buscar mais
fundo e ver o que eu estava acessando. O que significava?
Se não passamos na ordália, então haverá de
nos ser dada novamente. É-nos repetida, provavelmente de modo mais rigoroso.
Necessitamos aprender a lição: ter as consequências demonstradas mais
claramente. Algumas vezes, precisamos levar seguidas pancadas na cabeça para
que entendamos o que de fato realizar.
Ordálias do ar estão relacionadas à nossa
mente porque o ar é o símbolo da mente. No sentido de passar nisso precisamos
nos elevar acima das situações difíceis. Por exemplo: lembro-me de algo
acontecido comigo no plano astral onde eu via nuvens sobre mim e elas eram
muito poderosas. Pareciam de concreto. Uma fileira completa de densas e grossas
nuvens veio da esquerda e outra fileira veio da direita. Elas terrificaram-me.
Vieram de ambos os lados e bateram uma na outra pelo meio, diretamente sobre
mim, explodindo e precipitando granizo. Eu não sabia o que fazer, porém, por
sorte, encontrei um caminhão próximo a mim e nele protegi-me. O caminhão
balançava enquanto era atingido e golpeado, porém eu estava a salvo. Mais
adiante, o granizo parou e eu abri o caminhão olhando para cima, verificando
que o céu estava belo. Essa experiência teve relação com uma ordália. É
interessante observar a tese e a antítese em nossas mentes: duas teorias
competitivas ou ideias que não sabemos como movimentá-las. Elas nos causam
angústias. Num momento estamos pensando numa coisa e no momento seguinte
estamos pensando noutra coisa. Assim, encontrar refúgio no veículo da Gnose é o
caminho de adentrar nas batalhas da mente que suportamos.
Também experienciamos ordálias da água. A
água tem a habilidade de mudar as circunstâncias facilmente; é capaz de fluir
através de diferentes circunstâncias. A água se relaciona mais particularmente
com nossa energia sexual e também com nossa habilidade de nos adaptarmos.
Ordálias da Terra podem estar relacionadas
com nossa existência física na vida mundana. Devemos ser capazes de superar as
tarefas mundanas diárias sem nos tornarmos por elas fascinados nem sermos
arrastados. Ordálias da terra podem estar relacionadas com nossa preguiça, com
a fascinação em ganhar dinheiro ou com gastarmos em coisas materiais que não
tenham nada a ver com o espírito. Devemos ser capazes de superar tudo isso.
A terra está relacionada com os gnomos. Os
gnomos são trabalhadores muito diligentes que trabalham para extrair ouro. Se
passarmos pela ordália da terra, então somos iguais aos gnomos extraindo o
ouro.
Assim, passamos por essas ordálias. Mas, na
realidade, em cada ordália das quatro pelas quais passamos inicialmente, ou nas
ordálias de qualquer iniciação menor ou maior, o progresso alcançado estará
relacionado com um daqueles quatro elementos ou pelas suas combinações. Não
imaginemos que haja somente dessas quatro ordálias e quando as tivermos
completado teremos chegado às iniciações menores, e que as iniciações maiores
nunca manobram de novo com os quatro elementos. Cada ordália está relacionada
com seu elemento a um nível ou a outro. Continuamos a passar ordálias a níveis
cada vez mais sutís.
Iniciações Menores e Maiores
Após essas quatro ordálias iniciais os
candidatos são postos no caminho das iniciações menores: dos mistérios menores.
Há nove mistérios menores. Qualquer um que esteja praticando em castidade pode
alcançar isso. Os nove mistérios menores estão relacionados com as primeiras
nove Sephiroth na árvore da vida. Passamos por elas trabalhando em castidade,
através da meditação e através da transmutação. São-nos dadas ordálias, são-nos
dadas certas experiências, e com ajuda começamos a aprender sobre nós mesmos, e
somos testados. É sempre um processo de nos aprofundarmos em nós próprios e
observarmos o que se externará.
Pensemos de um Alquimista pondo todos os
elementos em ebulição e a observar o que se extrairá deles. Se os elementos não
entram em ebulição não conseguimos seus extratos. Assim, nossas vidas nesses
momentos precisam afundar em ebulição, a fim de que seja extraído o
conhecimento consciente delas e abandonemos o restante. O que precisamos
remover é o ego, destruí-lo, mas nosso ego detém nossa essência e nossa
essência detém aquela experiência de estar no ego. Pelo aprendizado ganhamos
sabedoria, ganhamos amor e compaixão. Ao aprendermos isso estaremos habilitados
a extrairmo-nos a nós próprios daquele ego e destruí-lo.
Nesse prisma, passamos por nove iniciações
dos mistérios menores e após estaremos colocados no caminho dos mistérios
maiores. Contudo, no sentido de alcançar os mistérios maiores, necessitamos
estar não somente castos, mas também em cooperação sexual. Os mistérios menores
podem ser conquistados por qualquer pessoa, solteira ou casada, porém ele/ela
precisa estar em castidade. Quando se alcança a nona iniciação dos mistérios
menores podemos continuar a desenvolver por nós mesmos, a meditação e a transmutação,
trabalhando para reduzir cada vez mais o ego.
Os mistérios maiores, contudo, requerem uma
esposa para gerar mais energia. É através dos mistérios maiores que
desenvolvemos os corpos solares. Daí em diante, outros tipos de iniciações
acontecem. Há vários tipos de caminhos; há o caminho da espiral e o caminho
direto. Há veículos relacionados com o topo do triângulo da Árvore da Vida. Mas
tudo isso está relatado noutras palestras. Esta palestra é unicamente uma
introdução que define iniciação.
Em resumo, devemos estar habilitados a
discernir a diferença entre iniciações em direção a Cristo e iniciações em
direção ao ego ou demônio. Não é porque uma escola pareça espiritual que
signifique alguma coisa real. Temos de investigar internamente porque isso é
muito subjetivo. Elas podem estar passando uma doutrina que pareça muito
espiritual, mas não estando a falar sobre o uso da energia sexual no sentido de
criar a alma não iremos ganhar muito com esse tipo de ensinamento.
Muitas escolas são meditativas. Há estúdios
de yoga que fazem somente meditação no começo; isso é bom. Desenvolvem a observação e a prudência; isso
também é bom. Mas quanto à luxúria e vaidade ostentadas enquanto engajados na
prática? Podemos também desenvolver a atenção e concentração enquanto lavamos
pratos. A concentração é necessária, mas se uma pessoa está gastando sua
energia sexualmente como irá desenvolver a energia emocionalmente? Como será
capaz de desenvolver um coração compassivo? Isso provém do centro sexual. Nossa
energia sexual é a energia básica que cria tudo de nossas experiências
espirituais. Começa com Yesod, a fundação. Eis porque estarmos sempre a falar
sobre isso e não nos cansarmos de esclarecer que necessitamos trabalhar com a
energia sexual.
Por um Instrutor Gnóstico
[Segue Parte III]
Por um Instrutor Gnóstico
[Segue Parte III]
Fonte: Beginning Here and
Now: Christic and Demonic Initiation PDF.
Gnostic Teachings
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Gnostic Teachings
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom
Ra
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