FOGO EM MANIFESTAÇÃO
Para continuar nossa consideração dos fogos
que sustém a economia do sistema solar visível e do ser humano visível e
objetivo, que produzem o desenvolvimento evolucionário, e são as bases de toda
a objetiva eflorescência, deve ser observado que eles se demonstram como a soma
total da vida vital de um sistema solar, de um planeta, da inteira constituição
do funcionamento ativo de um homem no plano físico e do átomo da substância.
Falando genericamente, podemos dizer que o primeiro fogo opera inteiramente com:
a. Atividade da matéria.
b. O movimento rotatório da matéria.
c. O desenvolvimento da matéria por meio da
fricção, sob a Lei da Economia. HPB toca nisso em sua obra “A Doutrina Secreta”.
O
segundo fogo, que do plano mental cósmico opera com:
a. A expressão da evolução da mente ou manas.
b. A vitalidade da alma.
c. A expressão evolucionária da alma como se
mostra na forma daquele elusivo algo que tem como resultado a síntese da
matéria. Como os dois se mesclam por meio deste ativo fator energizante, aquilo
que é denominado consciência aparece.
Assim como a mescla prossegue e os fogos se tornam mais e mais sintetizados,
aquela totalidade de manifestação que nos referimos como uma existência
consciente torna-se cada vez mais aperfeiçoada.
d. A operosidade desse fogo sob a Lei de
Atração.
e. O resultado subsequente no movimento da
espiral cíclica, ao qual chamamos, dentro do sistema, evolução solar, porém que
(do ponto de vista de um cosmos) é a aproximação de nosso sistema para seu
ponto central. Isso deve ser considerado do ponto de vista do tempo.
O
terceiro fogo opera com:
a. A evolução do espírito.
Praticamente nada nesse estágio pode ser
comunicado relativamente a essa evolução. O desenvolvimento do espírito pode
ser somente expressado ainda em termos de evolução da matéria, e somente
através da adequação do veículo e através da vestidura – o corpo ou forma –
pode o ponto de desenvolvimento espiritual alcançado em qualquer caminho ser
avaliado. Uma palavra de alerta pode ser aqui interpolada: - Do mesmo modo que
não é possível no plano físico para o veículo denso expressar completamente o
ponto de desenvolvimento integral do Ego ou Ser Superior, também não é possível,
mesmo para o Ego, sentir totalmente e expressar a qualidade do Espírito. Daí, a
inteira impossibilidade para a consciência humana avaliar adequadamente a vida
do espírito ou Mônada.
b. O trabalho da chama divina sob a Lei da
Síntese – uma forma genérica que será eventualmente vista incluindo outras duas
leis como subdivisões.
c. O subsequente resultado do progressivo
movimento de avanço – um movimento que é rotativo, cíclico e progressivo.
O material inteiro abordado aqui nesse
Tratado é concernente à essência subjetiva do sistema solar, não principalmente
ao aspecto objetivo ou espiritual. Concerne às Entidades que habitam na forma,
que se demonstram como fatores animantes através e por meio da matéria, e,
principalmente, através da matéria etérica; que estão envolvendo uma segunda
faculdade, o fogo da mente, e que são, essencialmente, eles mesmos, pontos de
fogo, lançados através de fricção cósmica, produzidos pelo giro da roda cósmica,
varridos em temporária e limitada manifestação, e devendo retornar ao seu “centro
cósmico central”. Elas trarão mais os resultados do crescimento evolucionário,
e através da assimilação terão intensificado sua natureza fundamental para
serem o fogo espiritual, mais o fogo manásico.
O fogo interno da matéria é chamado na Doutrina Secreta “Fogo por Fricção”. É
um efeito e não uma causa. É produzido pelos dois fogos, o do espírito e o da
mente (fogo elétrico e solar) contatando um ao outro por meio da matéria. Essa
energia se demonstra ela própria na matéria como fogos internos do sol, e dos
planetas, encontrando um reflexo nos fogos internos do homem. O homem é uma
Chama Divina e o fogo da Mente realiza o contato interno por meio da substância
ou forma. Quando a evolução termina, o fogo da matéria não é cognoscível. Ele persiste
somente quando os outros dois fogos estão associados e não persiste ele próprio
fora da substância.
Vamos agora, brevemente, reconhecer certos
fatos relativos ao fogo na matéria e vamos tomá-los na ordem, deixando o tempo
elucidar seus significados:
Primeiro, podemos dizer que o fogo interno
sendo tanto latente quanto ativo, mostra-se como a síntese dos fogos
reconhecidos do sistema e se demonstra, por exemplo, como radiação solar e
combustão interior planetária. Esse assunto tem sido um tanto abordado pela
ciência e se acha oculto no mistério da eletricidade do plano físico, sendo uma
expressão dos fogos ativos internos do sistema [solar] e do planeta, tanto
quanto a combustão interna é uma expressão dos fogos latentes internos. Esses
últimos fogos encontram-se no interior de cada globo e são a base de toda a
vida física objetiva.
Segundo, podemos notar que os fogos internos
são a base da vida nos três reinos inferiores da natureza e no quarto, ou reino
humano, em conexão com os dois veículos inferiores. O Fogo da Mente, quando
misturado com os fogos internos é a base da vida no quarto reino, e unidos eles
controlam (agora parcialmente e mais tarde inteiramente) o triplo homem
inferior ou a personalidade; esse controle permanece até o momento da Primeira
Iniciação.
Finalmente, o Fogo do Espírito quando
misturado com os dois outros fogos (cuja mistura começa no homem ao tempo da
Primeira Iniciação) forma a base da vida espiritual ou existência. Enquanto a
evolução prossegue no quinto reino ou espiritual, esses três fogos resplandecem
simultaneamente, produzindo a consciência aperfeiçoada. Esse esplendor resulta
na purificação final da matéria e sua consequente adequação, e ao final da
manifestação, produz, eventualmente, a destruição da forma, sua dissolução e o
término da existência como entendido nos planos inferiores.
Em
termos de teologia búdica produz-se aniquilamento e isto envolve não a perda da
identidade, mas a cessação da objetividade e a escapada do Espírito, mais a
mente, para o seu centro cósmico. Aqui há sua analogia na iniciação pela
qual o adepto permanece livre das limitações da matéria nos três mundos.
Os fogos internos do sistema, do planeta e do
homem são triplos:
1. O fogo interior no centro da esfera,
aquela fornalha que produz calor. Isso é fogo latente.
2. O fogo irradiante. Esse tipo de fogo pode ser
expresso em termos de eletricidade do plano físico, de raios de luz e de
energia etérica. Esse é o fogo ativo.
3. O fogo essencial, ou o fogo elemental, que
são em si mesmos a essência do fogo. São divididos principalmente em dois
grupos:
a. Fogo-devas ou entidades
evolucionárias.
b. Fogo-elementais ou entidades
involucionárias.
Mais adiante elaboraremos sobre isso ao
considerarmos o Fogo da Mente e tratarmos da natureza dos pensamentos
elementais. Todos esses elementais e devas estão sob o controle do Senhor do
Fogo, Agni. Ao considera-Lo e ao Seu reino o assunto pode desdobrar-se
tornando-se bastante extenso.
Contudo, podemos aqui destacar que nossas
duas primeiras afirmações, concernentes aos fogos internos, expressam que as
entidades do fogo se atem aos seus ambientes. Calor e radiação são outros
termos que podem ser aplicados neste sentido. Cada um desses efeitos produz uma
diferente classe de fenômeno. O fogo latente causa crescimento ativo daquilo em
que se encontra incorporado, e causa aquele empuxo para cima que traz à
manifestação tudo o que é encontrado nos reinos da natureza. O fogo radiante
causa o contínuo crescimento daquilo que haja progredido, sob a influência do
fogo latente, para um ponto receptivo da radiação. Vamos tabular isso; daí
temos:
Sistêmico
ou Macrocósmico: O Logos Solar ou o Grande Homem do Paraíso. O fogo latente
ou interior produz o calor interno que faz o sistema solar produtivo em todas
as formas de vida. É o calor inerente que causa a fertilização, seja humana,
animal ou vegetal.
O fogo radiante ativo permanece retido na
vida e causa a evolução de tudo que tenha evoluído para a objetividade por meio
do fogo latente.
Planetário,
ou o Homem Divino
O que está fixado relativo ao sistema como um
todo, pode ser predicativo de todos os planetas que nas suas naturezas refletem
o Sol, seu irmão mais velho.
Humano, ou o Homem Microcósmico
O fogo humano latente, o calor interior do
quadro humano, causa produção de outras formas de vida, tais como:
1. As células do corpo físico.
2. Organismos nutridos pelo fogo latente.
3. A reprodução dele mesmo em outras formas
humanas: a base da função sexual.
O radiante humano, ou fogo ativo, é um fator
até agora pouco compreendido; está relacionado com a aura da saúde e com aquela
radiação do etérico que faz de um homem um curador e capaz de transmitir calor
ativo.
É necessário diferenciar entre a radiação do
prâna, e magnetismo, que é uma emanação de um corpo sutil (normalmente o
astral) e tem a ver com a manifestação da Chama Divina no interior da cobertura
material. A Chama Divina é formada no segundo plano, o monádico, e o magnetismo
(que é um método de demonstração do fogo radiante), é, por conseguinte, sentido
sublimemente, no quarto e sexto planos, ou através dos veículos búdico e
astral. Esses estão, como sabemos, intimamente ligados e devem ser reconhecidos
cuidadosamente.
Tendo, por conseguinte, feito as anteriores afirmações,
podemos começar a absorver, com um pouco de maiores detalhes, os fogos
interiores dos sistemas microcosmos e macrocosmos.
Siga o link: Ocultismo - Matéria Geral (I)
Fonte: Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico
Siga o link: Ocultismo - Matéria Geral (I)
Fonte: Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico
A Treatise on Cosmic Fire – Djwal Kuhl
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom Ra
[Leia Rayom Ra
(Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads
completos ]
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