quarta-feira, 4 de abril de 2012

E Chegou o Tempo da Estrela Voltar à Terra


       E chegou o tempo da Estrela [Senhor Maytréia] voltar à Terra. Dias antes, reunira-se com muitos de seus irmãos, que também brilham nos céus, com muitos dos seus planetas e com satélites destes, para que tudo ficasse ajustado. A Estrela sorria de amor, pois vinha para dar a mão, mas sofria por antever toda a dor de baixar ao inferno terrestre e quanto iria ser incompreendida, deturpada e injustamente acusada.

       Entretanto, por esses dias na Terra, havia grandes aflições. A Mãe Natureza tinha se revoltado e, acima de tudo, era instrumento da Mão Divina que amorosamente bate para corrigir.

       A gente da Terra estava confusa e apavorada por que a Terra tremia e não havia força humana que não temesse tal poder; por que as águas subiam e não havia o que as detivesse; por que havia guerras e pestes e não havia paz ou cura humana que sanasse tais males.

       As multidões olhavam, apavoradas, à "terceira queda do império romano"[o poder temporal]; caiam os edifícios por que a terra sacudia e as águas subiam, pois o calor aumentava e os gelos derretiam. O fogo que a Terra vomitava mais aumentava a desgraça. Os governos não sabiam o que dizer. As igrejas só sabiam repetir. O orgulho humano estava abatido. Se um continente se separava em dois, em muito mais as opiniões da humanidade se dividiam. Ninguém ao certo sabia o que queria, o que fazer ou esperar. Parecia não haver Terra para viver nem Céu para esperar, por que o homem estava entregue a si próprio. Havia choros, lamentos e presságios de dias ainda piores.

       Frequentemente, juntavam-se multidões em espaços públicos para fugirem das casas que caiam, para encontrarem um pouco de calor humano, ou para esperarem ainda o consolo, a direção das autoridades políticas, religiosas e culturais.

       Numa dessas ocasiões, um Ser de aspecto humano, mas belo como um anjo, começou a falar. Na verdade, não tinham reparado de onde ele houvera surgido. Jamais tinham visto aquela face, nem sabiam de onde vinha, nem o seu passado, ou quem era. Alguns, no entanto, sabiam-no, mas se calavam, pois como os seus olhos viam mais e também os seus ouvidos ouviam mais, que todos dali, tinham-no visto descer dos Céus para a Terra - entre coros de Anjos e rimbombar de trovões - e, de Estrela invisível para os olhos profanos, materializara-se em figura humana normal.

       Ninguém percebeu ou soube explicar quando ele começou a falar; em todos se fez o silêncio e se puseram a escutar. Para uns, a sua voz era firme e poderosa. Para outros, era serena e meiga. Porém, aqueles que sabiam ser ambas as coisas, calavam.

       Com voz firme e serena, poderosa e meiga, começou a falar:

       "Irmãos, homens e mulheres, amigos, companheiros, amados do meu coração: bem vejo que estais confusos e assustados, que as desgraças vos atemorizam; que as catástrofes vos revoltam; que as ruínas vos desesperam. Bem o vejo e bem o sei. Contudo, por que vos admirais? Por que vos confundís e vos revoltais? Acaso esquecestes as palavras das escrituras, dos santos, dos profetas e dos messias?".

       E voltando o rosto para o Oriente, evocou uma frase de Gautama, o Iluminado: "Ó, vós, que sofreis, ficai sabendo que sofreis por causa de vós mesmos!", e volvendo o rosto para o Ocidente, lembrou as palavras de Paulo, o apóstolo de Jesus: "Tudo o que semeardes, colhereis!"

       Então continuou dizendo: "Amigos, irmãos; sim, irmãos! Se vos confundís, se vos surpreendeis e revoltais, não tendes razão para isso. Naquelas palavras que vos lembrei e que, em teoria ou na prática, haveis desprezado, tendes a resposta: estais colhendo o que semeastes, estais sofrendo por causa de vós mesmos. Ora, irmãos, amigos; sim, amigos e irmãos! O vosso Pai Celestial, que está fora e dentro de vós, quer que sejais perfeitos como ele é perfeito; quer o vosso bem que é a vossa purificação; quer que façais o que é justo, bom, sábio e amoroso por que só na verdadeira virtude pode residir a perfeita alegria. Vós julgastes poder construir a vós mesmos e a um mundo sem justiça, sem amor nem real sabedoria, sem harmonia ou pureza, sem misericórdia e perdão, sem vontade do bem e sem ordem.

       Tudo isto está escrito no recôndido do vosso ser, e muitos o repetiram através das idades, mas vós fizestes exatamente o contrário. Por isso, só com dor aprendeis. Se aprender é para vosso bem, então a dor castigar-vos-á para que aprendais, pois os sofrimentos de anos não são comparáveis à bem aventurança e à glória que alcançareis quando tiverdes aprendido.

       Vós, contudo, ainda não aprendestes. Assim, o vosso mundo que edificastes sem amor e sem justiça, cai sobre vós e continuará caindo. No fundo, é a bondade de Deus que o ordena por que tendes que vos humilhar para aprenderdes; tendes de vos humilhar na vossa fraqueza humana para redescobrirdes o Divino em vós e fora de vós, e a ele vos religardes. Esta é a essência da religião.

       Irmãos, amigos; sim, amigos e irmãos! Se fordes capazes, olhai humildemente para vós e vede. Tudo o que tendes feito não passa muito de escória. Tudo o que tendes desejado pouco mais é que sucata. Tudo o que haveis edificado transforma-se em ruína e pó. Tudo o que haveis sentido enche o mundo de trevas. Tudo o que tendes pensado não é mais do que refugo. Tudo o que julgais conhecer não é mais que aparência. Tudo o que humanamente julgastes poder não é mais que fraqueza e orgulho, e tem de ser humilhado, para que sejais verdadeiramente fortes e poderosos. Só o sereis, todavia, quando vos unirdes ao poder que sustenta tudo o que existe, ao poder que é Deus, que é o Espírito do Universo e de vós próprios. Sim, a Terra tem de mudar, mas só o amor de Deus renovará a Terra".

       Depois de dizer estas palavras, o Ser começou a instruí-los sobre as verdadeiras virtudes ou qualidades, sobre o correto pensar, sentir e agir, sobre a verdadeira liberdade, a sabedoria real e o amor divino e puro. Até que, a certa altura, prometendo que mais coisas lhes diria noutras ocasiões, o Ser se calou. Passando pelo meio daqueles que pareciam conhecê-lo, desapareceu sem que ninguém mais o visse. Estes, interrogados, nada disseram.

       A multidão não sabia o que pensar. Uns afirmaram que tinham sido tolices de um louco, muitos ficaram sem opinião definida, porém outros sentiram que seus corações se tinham enchido de doçura e de esperança que não podiam explicar, pois, nunca assim tinham sentido, senão naquele fim de tarde, depois do Sol desaparecer e voltar a escuridão.

       Para esses, a noite não seria igual às anteriores, por que não era noite completa; tinham ficado, sem que o soubessem explicar, uma paz sublime e uma doce luz.

                                                              JESUS
                            [A Grande Revelação - Ponte Para a Liberdade]

Rayom Ra

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