quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Antakarana VII

Sobre a técnica do antakarana, em nossas abordagens, temos destacado a necessidade de a personalidade tomar a iniciativa para a construção da ponte que ligará, ela mesma, à alma. Daí advirão os estágios superiores, que estarão intra-relacionados com o processo iniciatório a que os ocultistas se internam para chegar aos sucessivos mestrados. As iniciações, conforme citamos e das quais trouxemos somente subsídios, formam o cerne de todo o trabalho dos estudantes, aspirantes e discípulos que conscientemente colocam os pés no caminho.

Não é nada fácil alcançarem-se as iniciações, temos seguidamente enfatizado isto a fim de procurar desvanecer ilusões. Estudantes, inúmeras vezes confundem, são induzidos ou enganados quanto a isso. As iniciações maiores quem as dá é Shamballa, mesmo as duas primeiras que se consideram pré-iniciações. Segundo nos afirma mestre D.K., a primeira das iniciações maiores, na realidade, é a terceira. Grupos e fraternidades dão iniciações de suas lojas. Mestres há que iniciaram essa senda desde os imemoriais tempos lunares, quando a Lua desempenhara o papel central naquela encarnação da cadeia, conforme ocupa agora o planeta Terra nessa quarta cadeia. Quando o tempo de encarnação daquela cadeia chegou ao final e as sete rondas tinham cumprido seus giros, se iniciaria um novo ciclo após o pralaya - o repouso da cadeia. Então, com a vinda de Sanat Kumara para a Terra, na quarta e atual cadeia, se organizaria a Fraternidade Branca, ou Hierarquia Planetária, que passaria a atuar tanto objetiva como ocultamente para os avanços do planeta. Nesse período, foi instituído o processo iniciatório na Terra e novamente os mestres puderam avançar nas iniciações sob os poderes e orientações de Shamballa, o reino da Terra.

Após alguns milhões de anos a humanidade avançou em consciência. Aspirantes, discípulos e mestres obtiveram iniciações alcançando escalões menores e maiores da Hierarquia, e grande percentual da humanidade chega ao Portal da Era de Aquário em condições de em futuro próximo alcançar status mentais e conscencionais mais elevados. Esse fato é somente um dos componentes de um complexo planejamento do Plano da Criação que envolve todo o conjunto planetário.

Hoje, estudantes que desejarem avançar mediante práticas, normas, procedimentos e serviços dentro do ocultismo, poderão fazê-lo com maior liberdade. Há suficiente literatura especializada e diversificada e isso facilita bastante os passos iniciais rumo ao objetivo colimado. Há estudantes que são inconscientes de suas situações de aspirantes ou mesmo discípulos, por isso seguem a intuição quando resolvem ingressar em estudos e práticas a sós. Há os ashram (núcleos ou escolas) dos mestres nos planos astral e mental que dão a estudantes todo o suporte, a necessária cobertura, proteção e energia para que desenvolvam ou despertem novamente suas forças terrenas e espirituais. E há aqueles que pertencendo a núcleos, grupos, centros ou fraternidades na Terra terão forças e energias ativadas por suas egrégoras para suas seguranças.

O campo de experiências é vasto; cabe a cada um se instalar no lugar escolhido ou destinado desde outras vidas ou, simplesmente, por sua própria decisão, permanecer sem nenhum vínculo com nenhuma organização, pesquisando, aprendendo e praticando sozinho.

O que irei sugerir é somente um caminho ou método que sempre me pareceu não provocar nenhum resultado oposto sobre os trabalhos de outros núcleos de diferentes práticas, porque está inserido nos ensinamentos dos adeptos que assistem a todas as escolas ocultistas e do pensamento esotérico universal. Portanto, o que aqui indicarei, se feito corretamente, produzirá sempre resultados positivos no somatório geral das experiências, não tenho dúvidas, mas a aceitação, a rejeição, a sistemática aplicação e os cuidados necessários para se chegar com segurança aos objetivos estarão unicamente nas esferas pessoais.

Desde logo deixo claro que nada tenho a ver com a escola e sequer conheci seus mestres. Dos exercícios obtive resultados claros e seguros seguindo o que o mestre ensinava, pois se trata de cultura milenar, magnificamente condensada na obra “A Energia Curativa Através do TAO”, de Mantak Chia, da Editora Pensamento, cujo título original é: "Awaken Healing Energy Through the Tao". Não haverá a necessidade de transportar para essa página quaisquer exercícios, estão todos no livro, mas sim destacar pequenos trechos para comentários.

Os exercícios abrem as rotas dos meridianos ou canais para a circulação da energia universal da “chi”. São necessários estarem desimpedidos para um bom fluxo natural em benéfico do próprio ego, no aspecto esotérico, e da saúde, nos aspectos físico, emocional e mental, o que auxiliará em muito nas práticas para a construção do antakarana, além de exercitar a disciplina da concentração. Essas rotas, meridianos ou canais, é bom alertar, localizam-se no corpo etérico, ou vital, e não no corpo físico, embora os reflexos sejam tão sensíveis e tangíveis que nos pareçam do físico. As dúvidas, reações ou dificuldades que nos exercícios aconteçam estarão respondidas nos questionários do próprio livro. Portanto, a cada um a sua glória! Vejamos pequenos trechos:

“A meditação propriamente dita é o silêncio da mente. A maior parte das técnicas de meditação ensinada hoje em dia silencia a mente usando uma das duas abordagens básicas. A primeira é a abordagem Zen do “sentar silencioso”, encarando uma parede branca até qua a mente se torne branca. Você fica sentado até o momento da consciência pura chegar, mesmo que isto demore vinte anos. A segunda é a abordagem do mantra, na qual a mente é embalada para dormir com sons ou imagens. Após milhares de repetições, o corpo começa a vibrar numa frequência mais elevada, e o meditador torna-se consciente das energias mais elevadas que operam além do processo de funções sensoriais da nossa mente habitual.

O caminho do Taoísmo Esotérico é diferente. Ele não depende da ausência total do fluxo do pensamento. Em vez disso, este sistema acentua a circulação da energia denominada Chi ao longo de determinados caminhos dentro do corpo. Esses caminhos auxiliam diretamente a Chi – também conhecida como prâna, poder do esperma ou ovariano, fluxo quente, ou poder da kundalini – para sucessivamente, centros mais elevados de poder (chackras) do corpo. O segredo da circulação da Chi tem sido transmitido há milhares de anos na China, onde obteve extraordinário melhoramento na saúde e na vida.

Mas o que é Chi e de onde vem? Chi é a força primordial da vida em si. Começa na vida humana com a penetração de um óvulo por um esperma celular. Dessa fusão original um novo ser humano enormemente complexo se desenvolve. Chi é o fluxo contínuo de energia que une os vários tecidos, órgãos e funções do cérebro em um todo unificado – uma pessoa. Chi une também essa pessoa com o que a cerca. (...) O sistema nervoso no ser humano é muito complexo e é capaz de dirigir a energia para onde ela se faz necessária. Mas os antigos mestres taoistas descobriram que há dois canais primários de energia que carregam uma corrente especialmente forte. Um dos canais eles denominam “funcional”. Ele começa na base do tronco, localizado entre os testículos e o ânus, no ponto chamado períneo. Flui ascendentemente pelo corpo, passando pelo pênis, órgãos do estômago, coração e garganta. O segundo canal chamado “regencial” começa no mesmo lugar. Flui do períneo para a base da espinha, depois sobe da espinha até o cérebro, e desce para o céu da boca.

A língua é como um interruptor que liga essas duas correntes, pois quando ela toca no céu da boca, atrás dos dentes frontais, a energia flui num círculo para o alto da espinha e desce de volta para a frente do corpo. Os dois canais formam um único circuito que a energia percorre em círculos. Quando essa energia flui em círculo por todo o corpo por esses dois canais, os mestres chineses dizem que o “Pequeno Círculo Sagrado” ou a “Órbita Microscópica” foi completada.

(...) O que significa “abrir as rotas?”. Significa limpar todas as obstruções que impedem o fluxo de energia Chi em seu caminho natural. A maior parte das obstruções tomam a forma de tensões físicas, mentais ou emocionais. Isso ajuda a entender porque essas rotas de energia do corpo estão baseadas no grande equilíbrio de forças da natureza, que exercem uma poderosa influência sobre nós a todo o momento.” (Mestre Mantak Chia).

O que se deve notar quando se iniciam as práticas em todas as suas etapas, é que certas pessoas virão sentir efeitos imediatos os mais diversos e isso comprovará que as práticas estão movimentando a energia e desobstruindo os canais. Efeitos colaterais, caso aconteçam, logo passam com a aplicação de certos artifícios ensinados na obra, porém não acontecem a todo instante e nem a todos os praticantes. Certas pessoas abrirão as rotas com facilidade sentindo, após certo tempo de constantes práticas, que bastarão concentrar-se para que o fluxo seja sentido de imediato. Outras levarão mais tempo por fatores diversos, ou dificuldades. Os praticantes que hajam conseguido resultados rápidos, normalmente já praticaram o Tao no passado e trarão os canais trabalhados. No entanto, o método demonstra surpreendente eficicácia para todos.

Em que esse paciente trabalho de abertura de rotas poderá mesmo beneficiar a construção do antakarana? Em vários sentidos, além de auxiliar na ativação da concentração e da melhora da saúde, conforme já nos referimos. Os canais da Chi são, sem dúvida, os nadis dos indus por onde o prâna circula, e as rotas da Chi, abaixo e acima do diafragma, ascendendo pela coluna, vindo ao centro das omoplatas, ao diafragma, subindo pela medula, constituem-se em algumas das rotas dos cordões do antakarana. Para o antakarana, a energia prânica ativada pelos canais nas direções e sentidos indicados são extremamente importantes para o envio da energia na plasmação da ponte. E isso se fará sempre necessário.

A escolha, como disse e não poderia ser diferente, é livre para as práticas do Tao e muitos não necessitarão ou não se sentirão atraídos. Sem nenhum problema, há outros caminhos, dentro do Yoga, por exemplo, do Raja Yoga ou mesmo do Hatta Yoga. Há as meditações do Zen, de outras linhas orientais e há os próprios rituais das tradicionais escolas do ocultismo que disciplinam a mente, adestrando-a a dirigir a concentração também para o sistema de chackras e núcleos de forças dos corpos sutis. Mesmo os grupos da Nova Era, orientados pela Fraternidade Branca, onde são praticados os exercícios das Chamas, os mantras orientais e rituais para a Era de Aquário, auxiliam de maneira segura e ritimada aos praticantes a desenvolver seus poderes internos.

Há, no entanto, que se precaverem os interessados contra os grupos ou fraternidades apregoantes de resultados rápidos e poderosos que elevam seus iniciados de simples homens a mestres pelo despertar do kundalini e de forças mágicas, pelo domínio dos elementos, poderes do magnetismo, hipnose, etc. E nem entrarei no tema de magia sexual senão para dizer que no próprio Tao aqui sugerido, há esclarecimentos e que não se faz necessária para todos, nesses tempos de amadurecimento humano, conforme afirmam certas escolas como condição, praticamente, “sine qua non”. Na realidade, a magia sexual é para poucos e desses poucos somente um percentual perceberá sua utilidade ou conquistará os benefícios, desde que orientado seguramente pelos mestres espirituais. Muitos, na magia sexual, ingressam num caminho ilusório, com pluralidades de parceiros, onde o prazer dos sentidos polariza e escraviza, esquecendo-se dos principais objetivos, e onde a prática, nesses casos tergiversados, para nada servirá em termos de avanços espirituais. Os caminhos são diversos, os métodos variados, e nenhum estudante ficará alijado do despertar de suas forças internas sob orientações superiores se sua busca for sincera.

Prosseguiremos.

Rayom Ra

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