quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Cristo, O Mistério da Luz - III



                                                           PERGUNTAS E RESPOSTAS

  1. P. – Em que o Demiurgo, Yod-Hei-Vav-Hei, difere de Cristo, se Cristo é a primeira manifestação, ou o Sol, o Protocosmos? Seria Yod-Hei-Vav-Hei o criador deste universo físico?

  R. – Yod-Hei-Vav-Hei, o Sagrado Tetragrammaton é, naturalmente, o criador do universo. Yod-Hei-Vav-Hei é Cristo. Você fala os Demiurgos ou o Demiurgo e pergunta se ele também é Cristo? “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Assim, nada pode existir sem a luz Crística. O Demiurgo, o criador, os Cosmos criadores são uma manifestação daquela luz, mas o Demiurgo trabalha mecanicamente, carmicamente, na roda do Samsara. Somos o produto daquele demiurgo. Somos máquinas que transformam a luz do cosmos para o benefício deste planeta.

  Se não aproveitarmos a oportunidade que o Demiurgo nos está dando, isto é, o trabalho que cada pessoa realiza em sua oficina natural a fim de transformar a luz cósmica para nutrir o planeta através do Cósmico-Comum-Trogoautoegocrat, então perderemos a chance de trabalhar com a luz Crística. Para fazermos isso teremos de lutar contra as leis do Demiurgo, ou Demiurgos. Tais leis são mecânicas, leis cármicas da natureza. É essa, precisamente, a Grande Obra, por que não é fácil.

  Queremos parar de jogar fora a luz de nosso corpo? Bem, há uma força do Demiurgo dentro de nós que nos impele a ter um filho, que é o sentido da vida, especialmente para as mulheres. “Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram e nem amamentaram”. – Lucas 23:29.

  Precisamos compreender que as forças do Demiurgo são as forças mecânicas da natureza que se referem à vida mecânica, que temos de roubar; temos que roubar a luz do Demiurgo a fim de obtermos vantagens da vida. Assim, temos seguido o Senhor, mas as forças do Demiurgo trabalham através de nosso sangue, ossos e carne; estão em todas as partes, principalmente na animalidade que possuímos, pois somos ainda animais. Somos Tetartocosmos e, por conseguinte, a fim de nos tornarmos Microcosmos, precisamos nos desempenhar da Grande Obra. Já temos explicado em muitas palestras como trabalhar, como lutar contra nós próprios. Eis porque o Senhor, a Luz, disse aos seus discípulos: “Quem quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me”.

  Negar-se a si mesmo é negar em si as leis mecânicas do Demiurgo. Ainda lembramos que graças ao Demiurgo recebemos a luz. Assim, a luz chega para alimentar o planeta, e desta maneira, tiremos vantagem disto e roubemos – sejamos um ladrão, um bom ladrão!

  Lembremos de que no mistério da Sexta-Feira Santa, o bom ladrão está à direita do Senhor, e o mau ladrão está à esquerda. Deste modo, à esquerda temos o fornicador que rouba a luz do Senhor e diz:

  Se você é o rei dos Judeus, salve-se a si mesmo...Um dos ladrões que estava crucificado [à sua esquerda] blasfemou, dizendo: “Você não é o Cristo [a luz, o Filho de Aelohim]? Salve-se e a nós! [É isto que aqueles da sua esquerda sempre dizem].

  Porém o outro [do lado direito] repreendeu-o, dizendo: nem ao menos teme a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou [o bom ladrão que conhecia o mistério da transmutação, a Runa Ehe]: Jesus, Senhor, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.

  E Jesus lhe respondeu [ao bom ladrão à sua direita]: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. – Lucas 23:39-43

  Roubamos a luz quando transmutamos nossa energia sexual, quando estamos presos à cruz, quando estamos crucificados ao lado direito dele. O bom é Gedulah, sabemos disto. No lado direito da Árvore da Vida está Chesed, o bom, e aquele à esquerda é o que quer locupletar-se com o desejo da mecanicidade do Demiurgo para satisfazer o seu desejo animal.
Ambas as forças – Idâ e Pingalâ – são forças sexuais à esquerda e à direita do Senhor no Sushumna.

  2. P. – Se transformamos as energias do cosmos através da glândula pineal e se a glândula pineal está relacionada com nossa consciência, a qualidade desta transformação é incrementada quando nos tornamos conscientes?

  R. – A glândula pineal realmente é o assento da alma. Se trabalharmos com a glândula pineal momento a momento, isto é como trabalhar com Kether.

  A glândula pineal está relacionada com o chackra Sahasrara, o chackra da Coroa. O chackra Sahasrara na glândula pineal está relacionado com Kether, com Binah, com Chokmah, a trindade; está relacionado com Ain Soph Aur, com Ain Soph.

  Desse modo, a fim de trabalharmos com a glândula pineal precisamos nos lembrar de nós mesmos aqui e agora. Por que a Luz é a força que quando brilha na consciência garante-nos cognição, compreensão. Quando estamos dormindo, então a luz não está brilhando, estamos nas trevas. Quando estamos acordados, então a luz está trabalhando no chackra Sahasrara. Ademais, a fim de pôr em atividade o chackra Sahasrara, relacionado com a glândula pineal, temos de trabalhar com a energia sexual por que os hormônios da glândula pineal nutrem os hormônios das glândulas sexuais e os hormônios das glândulas sexuais nutrem os hormônios da glândula pineal e, portanto, quando transmutamos nossa vida sexual em luz o chackra Sahasrara, que é a coroa dos santos, entra em atividade; essa é a união da Alma com o Senhor. Este é precisamente o mistério da luz, o corpo [a ponte] arco íris no Budismo que trabalha em diferentes níveis. Assim, o melhor trabalho que possamos fazer é nos lembrarmos de nosso Ser, a fim de fortalecer a glândula pineal.

  3. P. – Com referência a desempenhar Runas para conscientemente transformar luz, seria recomendável para um iniciante ou alguém que somente medita uma vez ou outra, saltar para o nível de transformação?

  R. – Sim, verdadeiramente. O Senhor está permanentemente nos chamando; a luz está sempre nos chamando. Um iniciante deve desempenhar-se da Runa Fa, por exemplo, que é a Runa do Pai, a fim de ativar a luz. “Forças maravilhosas do amor reacendem meus fogos sagrados de tal forma que minha consciência despertará”.

  Nesse sentido, através da Runa Fa começará o despertar da consciência. Lembremos que qualquer tipo de prática que desempenhemos em matrimônio ou como uma pessoa solteira, ajudará o trabalho de castidade. Por exemplo, se não estamos em matrimônio podemos desempenhar a transmutação sexual como uma pessoa solteira com a Runa Os, bem como com muitas outras Runas. Devemos ter um modo sistemático de trabalhar. Não começar com todas as Runas de uma só vez, em um dia, por que isso é demasiado. Faça-se isso sistematicamente, pouco a pouco. Trabalhe-se com a luz.

  Lembremos que “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Desse modo, tudo é a cristalização da luz, diferentes modificações, vibrações e ondas de luz.

  Somos luz. É o que Mestre Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo”. Nós como partículas individuais Tetartocosmos, que é nosso mundo, somos a luz do mundo. Daí, como Tetartocosmos, o quarto tipo de Kosmos, temos de trabalhar com a luz tendo como objetivo nos tornarmos um Microcosmos.

  4. P. – Cada Sephiroth na Árvore da Vida tem árvores da vida, significando que alguém (como homem solar) como uma árvore da vida nasce, digamos, em Hod, daí como se fosse nascido em Malkuth?

  R. – Cada Sephirah da Árvore da Vida vem ocultar, nela própria, árvores da vida? Sim, de fato, leiamos:

  “Do solo fez o Senhor Deus אדמה "Adamah" brotar Yod-Hei-Vav-Hei Elohim [os Demiurgos] toda sorte de árvores agradável à vista e boa para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal”. – Gênesis 2:9.

  Por conseguinte, no livro da Gênesis, nós como Malkuth somos chamados: “árvores agradável à vista”. - Gênesis 2:9 oculta o mistério da Grande Obra. “Árvores agradável à vista e boas para alimento” têm duas árvores no meio, a saber, a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ambas estão no meio de Malkuth, o jardim. Por exemplo, falando fisicamente, em nós a coluna espinhal é a árvore da vida, nela temos Sushumna (o Filho) o resultado de Idâ (Eva) e Pingalâ (Adão), a bem dizer, a “árvore do bem e do mal”, essas são as três forças criativas primárias; do mesmo modo, temos as três forças criativas primárias no cérebro intelectual, cérebro emocional e cérebro instintual-motor-sexual. Por conseguinte, o jardim, nosso corpo físico, o Tetartocosmos, com seus três cérebros é a morada das três forças primárias – Pai, Filho e Espírito Santo. Assim, nós como árvores agradáveis à vista, temos em nosso meio interior uma árvore da vida e uma árvore do bem e do mal.

  A vida (a força sexual) estava nele, e a vida era a luz (das dez Sephiroth) dos homens” – João 1:4

  Há outros tipos de árvores da vida, porque cada Sephirah está ocultando uma árvore da vida nela própria, cada Sephirah é um Kosmos. Falamos sobre sete cosmos, porém em todos os cosmos encontramos uma árvore da vida. A multidimensionalidade do universo é algo matematicamente provável; assim, ver a luz em todas as dimensões, em cada uma das Sephirah, tamanha tarefa é trabalho para Deuses. Por isso está assim escrito:

“Porque Deus [Elohim] sabe que no dia [como o bom ladrão] em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus [Elohim], sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher [idâ] que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu [como o mau ladrão], e deu também ao marido, e ele comeu [como também o mau ladrão]. Abriram-se então os olhos [para o mal] de ambos; e percebendo que estavam nus [desprovidos da luz], comeram folhas de figueira, e fizeram cintas para si”. – Gênesis 3: 5-7.

  Pois os Elohim realmente sabiam que no dia em que [como um bom ladrão] comermos [do fruto do conhecimento], a partir daí nossos olhos estarão abertos e seremos como os Elohim, conhecedores do bem e do mal.

  Consequentemente, exatamente agora, nos tornemos Microcosmos, por que somos Tetartocosmos, não somos Microcosmos, muito embora realcemos sempre que o corpo físico seja um Microcosmos. Sim é um Microcosmos porque reúne a luz do Microcosmos. No entanto, apesar do fato que fisicamente sejamos Microcosmos, psicologicamente somos somente Tetartocosmos, uma vez que somos máquinas. Mas como máquinas temos somente a oportunidade de nos transformar através da luz que reunimos, e lembramos que tal luz é Cristo, que é o caminho, porque Cristo é a vida.

  Ele, Cristo, transformou Jesus, e fez dele um homem solar. A mesma coisa ele fez com outros mestres no passado. Cada mestre é um tipo de identidade interior, sabemos disto, certo? O Íntimo é Chesed; em termos bíblicos é Abraham em todos nós. Quem é Abraham? É meu Íntimo, meu Deus interior – Brahman – Abraham é o Íntimo. Assim é por que o Senhor disse através dos lábios de Mestre Jesus.

  Está assim escrito no evangelho de João: “Rodearam-no, pois, os judeus, e o interpelaram: Até quando nos deixará a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente”. – João 10:24.

  Jesus disse: “Vosso pai Abraão alegrou-se por ver o meu dia e regozijou-se. Perguntaram-lhe, pois, os judeus: ainda não tens cinquenta anos, e viste a Abraão? “Em verdade, em verdade eu vos digo; Antes que Abraão [o íntimo] existisse [Eheieh], eu sou”. – João 8:56-58.

  Os Judeus estavam apontando exatamente para o corpo físico de Abraham no Velho Testamento. Entretanto, Jesus estava apontando para Abraham, Chesed, o Íntimo que emana da Divina Trindade, ‘Antes que Abraham existisse, eu sou’. Ainda assim eles não entenderam.

  “Então pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo”. João 8:59.

  Quando sabemos como ler com olhos espirituais, vemos que a visão é agradável, aquilo é belo. Antes de Abraham, Chesed é Kether a primeira emanação da luz. Antes de Abraham era Eheieh, que é a luz, Cristo.

  5. P. – Precisamos estar casada com um sacerdote? Podem dois que se amem praticar alquimia, ou isso é tantra negro?

  R. – Quem é o sacerdote? O sacerdote é o Íntimo, Abraham dentro de nós. Se aquele Abraham abençoa nosso união somos abençoados por Deus. Porém, se Abraham, o Íntimo, não estiver abençoando essa união – a união sexual entre um homem e uma mulher – não importa de qual cerimônia religiosa estejamos a nos desempenhar no mundo físico, não estará a acontecer a bênção. Sejamos Bramânicos, Católicos, Protestante, Judeus ou Muçulmanos, o que seja, se no quarto do amor formos fornicar, então Abraham (Brahma o criador) não está lá, nosso Íntimo não está lá, o Ruach Elohim não está lá trabalhando com as águas; ao invés disso Lilith e Nahemah estão lá, adulterando.

  Neste sentido, a fim de estar-se casado pela lei de Deus, lembremos que Deus é Cristo, Cristo é Luz, luz é vida. Vida é sua energia sexual. Se trabalharmos com castidade no amor, se sentirmos aquele amor, aquele Cristo em nossa cabeça, coração e sexo, com o parceiro ou parceira com quem estivermos, então estamos em sagrado matrimônio. Se celebrarmos uma cerimônia no plano físico devido às necessidades sociais, qualquer que seja nossa religião, isso é bom; porém se celebrarmos aquela cerimônia em qualquer das igrejas religiosas, templos ou sinagogas, mesquitas e a partir daí fornicamos, estaremos perdendo nosso tempo, mesmo que o mundo todo chame a isso de matrimônio sagrado.

  Ouçam, quando duas polaridades Crísticas criativas, de cima ou debaixo da água – o que significa: מי "ME" as águas de cima, o fluido cérebro espinhal, e מה “MA”: as águas de baixo – e o fluído seminal em ambos os sexos se torna unido por meio do ato sexual, os dois cordões nervosos elétricos sexuais (conhecidos na Índia por Idâ e Pingalâ e nos Livro das Revelações como as duas testemunhas de Elohim em Malkuth, a Terra) em seus corpos, provocam um circuito de energia Crística incandescente que lembra o número 8. Quando eles alcançam o orgasmo animal, um curto circuito acontece ocasionando um fluxo para fora do caminho da corrente Crística elétrica sexual naquele circuito. É isto que a Bíblia chama de fornicação.

  Nietzsche veio à minha mente precisamente quando falei sobre isto. Nietzsche, quando falava sobre o verdadeiro casamento e das pessoas que fornicavam, disse: Casamento, assim eu chamo de a vontade dos dois em criar um que seja maior do que aqueles que o criaram. A reverencia por outro como aqueles que exercitam tal vontade, eu chamo casamento. Deixemos isto ser o significado e a verdade de seu casamento.

  Porém aquilo o que muitos e muitos chamam casamento, aquelas almas supérfluas – Ah, que direi como chamo isto? Ah, pobreza da alma em parceria! Ah, imundice da alma em parceria! Casamento, a isso eles chamam; e bradam que seus casamentos são realizados em paraíso.

  Bem, eu não gosto disso, a este paraíso de almas supérfluas! Não, eu não gosto delas também, aqueles animais emaranhados naquela rede paradisíaca! Longe de mim também ser aquele Deus capengante de lá que abençoa aquilo que não juntou” –Assim falou Zarathustra ((Zaraϑuštra = zarat - ouro + uštra - star, light).
 

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                                                                                     Cristo, O Mistério da Luz - Parte II
                                                 
                                                     Por Um Instrutor Gnóstico

                                                                    Rayom Ra
                                                http://arcadeouro.blogspot.com.br

                                                Fonte: Christ, the Mystery of Light
                     http://gnosticteachings.org/courses/christ-the-mystery-of-light.html

                                                Tradução Inglês/Português:Rayom Ra 

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