SEGUNDA PARTE
A fim de adquirirmos o poder da
incorruptibilidade, necessitamos nos libertar da corrupção. Esta corrupção não
está fora, mas dentro de nós. Por que Deus daria ao diabo todo este poder?
Somos diabos, somos muito impuros. Por que Deus nos daria poder? Por que Deus –
que é puro e incorruptível – dá todas as coisas a um demônio?
“Despertem
para a retidão, e não pequem (...) Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não
podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção (...) Porque
é necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade, e que
o corpo mortal se revista da imortalidade. E quando este corpo corruptível se
revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade,
então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.”
1
Coríntios 15:50-53-54.
O poder de Azoth é somente dado àqueles que
buscam, àqueles que se purificam, que fazem por merecer, que podem ser
confiáveis, que atuam em benefício de outros e não deles mesmos, que agem como
portadores e veículos de amor, e não são movidos por interesses pessoais.
O poder da Alquimia esteve sempre restrito
por estas razões. A humanidade não tem estado preparada para ele. A humanidade
somente quer a compensação de seus desejos. Deseja unicamente sexo, dinheiro,
poder e muitos outros diferentes tipos de interessantes sensações, tantas
quantas possíveis, antes de morrer. Não nos importamos por nada mais. Não
merecemos os poderes de um deus. Contudo, podemos buscar a nos purificarmos,
entendendo o que seja o nosso orgulho [a ambição], como ele nos prejudica e aos
outros, e o eliminando. Cada vez que eliminarmos um desses elementos em nossa
mente, libertaremos aquela energia que se encontrava ali aprisionada. E essa
energia pode ser revertida para boas coisas.
Então, é isto o que a Árvore da Vida nos
ajuda a entendermos: nossa própria dimensionalidade, aquilo que experienciamos,
como experienciamos e como a tudo compreender num contexto.
Este gráfico da Alquimia mostra a mesma coisa
visualmente.
Esta imagem mostra três mulheres sentadas
numa colina, no interior de uma grande esfera, onde cada mulher está encostada
a uma respectiva árvore, estando ali indicados o dia e a noite. Fora da esfera,
encontramos a representação dos quatro elementos: ar, fogo, terra e água.
Explanamos, anteriormente, que tudo o que existe depende dos quatro elementos,
e que tudo se encontra direcionado por eles, deles extraído e por eles criado.
Nesta imagem vemos todos os processos da
natureza. A trindade está acima. As três mulheres têm halos em torno de suas
cabeças, o que vem representar a luz de Kether, o puro Ser, o Ain Soph como
luz. Em Grego esta luz é chamada Cristo.
A mulher do meio, segura um disco onde há firmado
no seu interior uma estrela de seis pontas. Esta estrela de seis pontas é muito
significativa. À direita e à esquerda, estão as duas outras mulheres: de um
lado, uma segura idêntico disco com um triângulo apontado para cima; no lado
oposto, a outra segura também idêntico disco com um mesmo triângulo apontado
para baixo. Aqui há muitos níveis do significado que os estarei focalizando, em
momento.
Abaixo destas três figuras há sete pessoas
escondidas em uma caverna da terra. Ao meio está Apolo, que é um símbolo Grego
de Cristo, e as outras seis são as musas. Temos, então, sete abaixo, três
acima, e sobre eles todas são estrelas no céu, o Sol e a Lua. Abaixo de todos
há um poço na terra. Assim, aqui vemos a Árvore da Vida por inteira, a
Kabbalah, a luz de Ain Soph, a trindade superior, as setes sephirot interiores,
e a entrada para o abismo. Tudo está aqui representado, mas observemos aqueles
triângulos conjuntos.
Aqui, no exato centro da Árvore da Vida,
entre a sephiroth Kether e Tiphereth, vemos aquele símbolo dos dois triângulos
conjuntos.
Alguns a chamam de “a estrela de David” ou “o
selo de Salomão”, ou, ainda, é também conhecida no Hinduísmo e Budismo.
Poderíamos dar muitas palestras sobre estes exatos símbolos, porém aqui
representam a união de forças destas duas mulheres. A mulher da esquerda segura
um disco com a face para cima de um triângulo, que em Alquimia representa o
fogo. A mulher da direita segura um disco com a face para baixo de um
triângulo, que em Alquimia representa a água. Ao unir os dois triângulos,
criamos aquela estrela. Deixem-me destacar que aqueles dois triângulos
representam o masculino e o feminino, Adão e Eva, lysh e Ishshah. Ao
combinarmos sabiamente água com fogo podemos criar.
“É verdade, não é mentira, certamente, e para
estar em mútua dependência, o superior corresponde ao inferior e o inferior ao
superior a fim de realizarem aquele verdadeiro e maravilhoso trabalho. Assim
como todas as coisas devem suas existências à Vontade do Único Absoluto, assim
também todas as coisas devem suas origens à Uma Só Coisa, a mais secreta
combinação do único Deus. O Pai daquela simples coisa é o Sol, sua Mãe é a Lua;
o vento a transporta em seu bojo, mas o cuidado é do espírito da terra. Aquela
Única Coisa (após Deus) é o Pai de todas as coisas no universo. Seu poder é perfeito,
após estar unido ao espírito da terra. Separe, com muita atenção, aquele
espírito da terra, da densidade ou parte grosseira, por meio de um suave calor.
Em grande medida, ele ascenderá da terra até o céu e descerá novamente; renasce
na terra, e o superior e o inferior estarão acrescido em poder. Devido a isso,
tu compartilhas das honras do mundo inteiro. E as trevas partirão de ti. Esta é
a força de todos os poderes. Com isso, tu estarás capacitado a vencer todas as
coisas e transmutar tudo o que seja sutil e tudo o que seja bruto. Deste mesmo
modo, o mundo foi criado; os cuidados para seguir nesta rota são secretos. Por
esta razão eu sou chamado Chiram Telar
Mechasot; Um em essência, mas Três em aspecto. Nesta Trindade está oculta a
sabedoria de todo o mundo. Está terminado agora o que eu venho dizendo a
respeito dos efeitos do Sol.” – Hermes Trimegistus.
Este é um dos mais importantes documentos da
Alquimia. Focalizemo-nos nesta linha:
“Separe, com muita atenção, aquele espírito
da terra, da densidade ou parte grosseira, por meio de um suave calor. Em
grande medida, ele ascenderá da terra até o céu...”
Aqueça suavemente a água e o vapor se eleva.
A água se encontra escondida na terra. Então, o fogo deve ser cuidadosamente
manobrado na terra: nosso corpo.
Se posicionarmos estes dois triângulos
diretamente sobre os órgãos sexuais do homem e da mulher, veríamos que,
relativamente a água, o מ Mem, a face
do triângulo apontada para baixo, corresponde à mulher: a ponta mais inferior do triângulo corresponde
à vagina, e os dois ângulos superiores correspondem aos dois ovários. O
triângulo do fogo, apontado para cima, corresponde ao homem, ao falo, e os dois
ângulos inferiores correspondem aos dois testículos.
Deste modo, Quando se unem o macho e a fêmea, lysh e Ishshah, cria-se aquela estrela
de seis pontas. Em Hebreu ela é chamada Daath,
que significa “conhecimento”; conhecimento tântrico, conhecimento sexual.
“Coabitou
o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu...” Genesis 4:1
“E
coabitou Caim com sua mulher. Ela concebeu…” Gênesis 4:17
“Tornou
Adão a coabitar com sua mulher; e deu à luz a um filho... Gênesis 4:25
“Mas o
anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que
conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Então,
disse Maria ao anjo: como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” –
Lucas 1: 30-31-34
Este é o conhecimento que foi dissimulado no
templo de Jerusalém quando os Romanos invadiram...
“Disse Resh Lakish, ‘Quando os Gentios adentraram o Santuário, viram (as gravuras de) os
querubins juntos num abraço. Eles levaram (as gravuras) para fora da praça do
mercado, e disseram: Estão estes israelitas – cuja bênção é uma bênção e cuja
blasfêmia é uma blasfêmia (pois são tão próximos de Deus) – envolvidos em tais
(eróticos) assuntos? Imediatamente, (os Romanos) depreciaram-nos (aos
israelitas), como é dito (Lamentações 1:8). Todos os que a honravam (Israel) a
desprezaram, porque lhe viram a nudez.”’ – Talmud, Yoma 54b.
Os Romanos adentraram ao mais sagrado
santuário do templo e viram lá que os Judeus vinham adorando uma estátua de
dois anjos sexualmente abraçados, e os Romanos ficaram revoltados, dizendo:
“vocês, povo sagrado, pensam que são tão santos, mas estão aqui adorando sexo,”
então queimaram e jogaram o templo ao chão. Isto está registrado no Talmud.
Hoje em dia, todos sabem que essas imagens
são comuns no Induismo e Budismo; é o caso também em todas as tradições
Ocidentais, mas as imagens eram secretas. O segredo ancestral de todas as
religiões encontra-se escondido na sexualidade, na união dos fogos masculino
com o feminino.
O que a imagem nos está ensinando é o que diz
na Bíblia:
“Exceto
aquele que nascer da água [מ] e do
espírito (que é ש fogo), não poderá entrar no reino de Deus. Aquele
que nasce da carne é carne e aquele que nasce do espírito é espírito.”
Cada um que nasce foi concebido pelo sexo.
Não há exceção quanto a isto. Então é absurdo que as pessoas meramente pensem
que por acreditar em alguma coisa elas podem nascer de novo.
Aqui vemos nesta outra pintura Alquímica ou
figura de quatro ou cinco séculos passados, o processo do segundo nascimento
que Jesus esteve descrevendo ocultamente em alegorias Alquímicas.
Uma mulher grávida observa o fogo. O fogo é o
espírito. O fogo é a letra ש shin, as
forças do Espírito Santo.
“Respondeu-lhe
o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo [ש] e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, o ente
santo que há de nascer, será chamado de Filho de Deus.” – Lucas 1:35
Cristo, a luz, encarna na alma preparada. A
alma é preparada para, primeiro, utilizar o fogo a fim de criar os corpos
solares – a alma. Isto corresponde a uma série de iniciações, e leva muitos
anos de transmutação sexual, em castidade. Por que necessitamos encarnar Cristo?
Porque Cristo traz o poder completo do fogo dentro de nós.
“Eu vim
para lançar fogo [ש] sobre a terra e
bem quisera que já estivesse a arder.”
“Tenho,
porém, um batismo, com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que
o mesmo se realize.”
“Supondes
que vim para dar paz à terra (seu corpo, sua vida)? Não, eu vo-lo afirmo, antes divisão (dividir as ovelhas dos lobos
– o impuro do puro dentro de nós). (...)
“Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não
sabeis discernir esta época (do final)?”
“E por
que não julgais também por vós mesmos, o que é justo?”
“Quando
fores com teu adversário (Satan, nosso ego) ao magistrado, (como é você),
esforça-te para te livrares desse adversário no caminho (havendo quebrado a
lei de Deus) para que não suceda que ele
te arraste ao juiz, o juiz te entregue ao meirinho e o meirinho te recolha à
prisão (aos mundos infernais).”
“Digo-te
que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo (o que somos
devedores, devido às nossas más ações)” – Lucas 12:49-50-51-56-57-58-59.
Assim, o poder de Cristo é necessário no
sentido de que eliminemos o ego. De fato, o fogo de Cristo não pode emergir em
nós até que cumpramos todas as etapas requeridas. Primeiro, necessitamos
trabalhar com o fogo do Kundalini, passo a passo, até que estejamos preparados
para receber Cristo.
A água está no pote. Então, vemos o fogo, a
água; vemos a fumaça e o vapor subindo e a mulher grávida; o fole de soprar o
ar para estimular o fogo. Todos os elementos estão aqui demonstrados. Esta é
uma imagem simbólica, representando o processo de como é nascer da carne e como
é nascer do espírito.
Necessitamos entender algumas coisas bem
claramente. Sabemos muito bem que a energia sexual pode criar carne. Qualquer
homem ou uma mulher que queira criar carne precisa unicamente procurar o sexo
oposto. É muito fácil: pessoas estão fazendo isto a todo o momento. É muito
fácil, não é complicado. Um idiota completo pode criar outro corpo físico, e
eles fazem com frequência. Não se necessita de inteligência, habilidade, nem
pureza, moralidade ou qualificações especiais para nascer da carne. Fazer
nascer da carne é muito fácil, porém criar do espírito é outra coisa, outro
nível muito diferente. E não é assunto de crença.
OS DIFERENTES
TIPOS DE CORPOS
Os cristãos, destes dias e era, ensinam que
nascer do espírito é unicamente a tarefa de consagrar umas poucas palavras, e
então está feito: você “nasceu de novo.” É absurdo, realmente triste, reduzir
os grandes mistérios de Deus a esta ridícula teoria. Deus é muito mais poderoso
que isto, e misterioso, e belo. O segundo nascimento está muito mais além do
que unicamente repetir umas poucas palavras, e Paulo disse-o bem em 1
Corinthians 15:39-40-41
“Nem
toda a carne é a mesma (σάρξ
Grego sarx: corpos, carne); porém uma é a
carne dos homens, outra é a dos animais e outra das aves e outra dos peixes.”
“Também
há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos
celestiais e a outra dos terrestres.”
“Uma é a glória do Sol, outra é a glória da
Lua, e outra a glória das estrelas; porque até entre estrela e estrela há
diferenças de esplendor.”
Paulo está afirmando claramente que há níveis
e níveis de σάρξ sarx, que na Bíblia
está traduzido por “carne”, mas “sarx” também significa “corpo”. Então, Paulo
está dizendo que há muitos níveis de corpos em que nossa alma possa habitar.
Paulo não está falando aqui sobre matéria física. Ele teria perdido seu tempo
se suas resenhas fossem sobre coisas físicas. Paulo estabelecia acerca das
qualidades da alma, as qualidades do espírito, e é sobre isto ao que esta
passagem se refere.
“Nem
toda a carne é a mesma.” O que é a carne do homem? Em Hebreu, para dizer a
palavra “homens” toma-se a palavra iysh
(homem, no singular) e coloca-se a letra Mem
no final dela: iyshshim ou ishim.
Isto forma-a no plural, mas também adiciona o elemento água: a letra Mem מ.
Desta maneira, a carne dos homens não é a
carne sua e a minha, a pessoa física. Está relacionada com aqueles que adentraram
“o reino”. Ishim são pessoas que têm
o fogo acordado e ativo dentro delas. Elas têm o Kundalini despertado em algum
grau.
Em Hebreu, o “reino” é Malkuth. Malkuth é a decima esfera. Alguém em sendo um iysh (um verdadeiro Homem) tem aquele
fogo despertado. Aquele fogo da divindade já está ativo dentro dele; um iysh é um iniciado.
Um
iysh, um “homem,” não significa uma pessoa masculina ou feminina; significa
alguém que já haja começado a trabalhar com o fogo e começou a despertar o
Kundalini. Significa que ele já adentrou a primeira iniciação do fogo, e o Kundalini
está se elevando por sua coluna espinhal.
Outro tipo de carne é aquela dos animais;
estes são vocês e eu; realmente somos animais. Somos, na verdade, nada além que
animais usando o intelecto para a razão. E a razão nos dá unicamente o poder de
criar mais dispendiosas e mortais armas, e extravagantes meios de mutuamente
nos explorarmos com mais espertezas para justificar nossos crimes. Seu uso não
tem realmente melhorado nossa situação neste planeta. Ainda vivemos e morremos
na completa ignorância, nunca conhecendo nossas situações, nunca conhecendo
Deus. Há montes de teorias e montes de crenças, mas não conhecimento; não real
experiência da verdade. Somos, de fato, nada mais que bestas.
Outra é a carne dos peixes. Os peixes
representam iniciados que tenham despertado na água, relacionados à Mem, relacionados com os corpos vital e
astral.
Outra carne é aquela dos pássaros,
relacionados com o ar, a Sephirah Netzach,
o corpo mental.
Desta maneira estes primeiros poucos corpos
ou tipos de carne que ele esta descrevendo aqui, estão relacionados com níveis
de iniciações, níveis de desenvolvimentos espirituais, de criação Kundalini e
criação de novos tipos de corpos internos, espirituais – corpos que são
nascidos do espírito e água, nascidos não fisicamente, porém internamente,
espiritualmente.
Do mesmo modo que criamos nossos corpos
físicos, usando fisicamente energia sexual, assim, ao atrelamos aquela energia
e a reservarmos para Deus, aquela energia cria internamente, cria novos tipos
de corpos em níveis e níveis.
Em outras palavras, não há uma serpente do
Kundalini, há sete. Se estudamos Budismo vimos Buddha com sete serpentes
elevadas. Aquelas serpentes representam as sete sephiroth menores da Árvore da Vida, de Malkuth a Chesed e são
representadas aqui por Apolo e as musas. Aqui nesta imagem, elas estão
esperando na terra, ainda esperando para serem elevadas. A terra é nosso corpo.
Elas são as sete serpentes ou sete corpos que necessitamos criar. Não fizemos
isto ainda.
No meio delas está Apolo. Apolo é o deus do
Sol. Ele representa Cristo, também representa nosso íntimo. Então estes sete
corpos são corpos solares criados sob a energia e a influência do Sol. O Sol
está aqui, acima. Os corpos que possuímos agora são lunares, vieram da Lua.
Pertencem à terra, à fisicalidade, à natureza mecânica; eles retornarão para a
natureza mecânica, nós não os possuímos. Necessitamos de corpos solares, pois
corpos solares são imortais; os corpos lunares não o são.
Eis porque Paulo explica que há corpos
celestiais e corpos terrestres. Celestial significa “das estrelas” e a palavra
“estrela” em Hebreu é כוכב kowkab,
que pode ser diretamente traduzida por “mercúrio”. Assim, aqueles corpos
solares, aqueles corpos celestiais foram criados de Mercúrio.
Ele diz: “Uma
é a glória do Sol, outra é a glória da Lua, e outra a glória das estrelas;
porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor.”
Todos nós estamos ao nível da Lua. Tudo isto
está descrito no Bhagavad Gita, quando Krishna fala acerca dos caminhos solar e
lunar. Somos todos criaturas lunares; pertencemos à Lua. A Lua faz nossas vidas
transcorrem naturalmente. Em outras palavras: somos escravos da natureza, não
detemos poderes sobre a natureza; a natureza é que tem poderes sobre nós. Nossos
corpos são lunares, nossa mente é lunar, mecânica, instintiva. Necessitamos de
uma mente solar. Não obstante, mesmo que não saibamos nada sobre a criação de
corpos solares, mesmo assim trabalhando justamente como uma simples pessoa,
através da meditação e trabalho psicológico, podemos revelar “a glória da Lua,”
na qual nossas mentes tornam-se belas o suficiente para refletir uma quantidade
de luz. Desta maneira, podemos nos tornar pessoas santificadas, puras. Ainda
assim, isto será ao nível mais inferior da glória.
A “glória dos corpos do Sol” é revelada
quando são criados os corpos solares pela elevação das sete serpentes do
Kundalini, através do que nos tornamos seres humanos reais. Isto é restabelecer
a felicidade Adão e Eva dentro de nós. Pessoas assim são um deus, um anjo aos
seus níveis. São mestres que possuem poderes sobre a natureza. Eles veem Deus,
eles falam com Deus, conhecem Deus. Eles têm clarividências, viajam pelo
astral, podem lembrar-se de suas vidas passadas, podem levar seus corpos
físicos para outras dimensões. Podem também viajar sem os seus corpos físicos
para outras dimensões. Não são como nós, ainda que não estejam completos. Estão
no início de seus trabalhos como Budas.
É outro nível ter a “glória das estrelas”.
Significa ter a Trikaya, encarnar
Kether, Chokmah, Binah. Tais seres são mestres ressurretos, como Jesus, Buda,
Krishna. Aqueles são mestres em quem a inteireza de seus carmas estão pagos. A
inteireza de seus egos está morta. Eles não têm orgulho, luxúria, ódio, inveja,
medo. São puros, completamente puros; são o que chamaríamos um Logos, um
cosmo-criador. Moisés, Buda, Krishna Padmasambhava são mestres que ressuscitaram;
eles morreram psicológica e fisicamente e renasceram em um novo corpo. Aquele
corpo não é de carne animal, mas um corpo de liberação, feito de átomos solares
e não lunares. Eles são imortais, eis o que significa ter corpos celestiais.
Ainda assim lá, há níveis...
A SERPENTE DE
BRONZE
Esta passagem em Coríntios, em combinação com
tudo o que temos descrito está dando-lhes uma visão interior dos níveis de
desenvolvimento espiritual que temos de galgar. A maneira como fazer isto está
também oculta na Bíblia. Nós estamos espiritualmente mortos. Para termos vida,
necessitamos seguir as instruções de Deus a Moisés no livro dos Números.
O
povo se tornou impaciente no caminho e falou contra Deus אלהים
[Elohim] e contra Moisés: Por que nos
fizeste subir do Egito para que morramos neste deserto onde não tem nem pão nem
água מים [mayim, água]?
E nossa alma נפש [nephesh,
alma] tem fastio desse pão vil. [Eles
cansaram do maná de Deus, chamando-o de “sem gosto”. Em outras palavras, eles
ansiavam por sensação e começaram a quebrar a Lei].
“Então
o Senhor mandou entre o povo serpentes שרף [seraph, ígnea] abrasadoras que mordiam o povo; e morreram
muitos do povo de Israel.
Veio o povo a Moisés e disse: Havemos pecado porque temos falado contra
o Senhor יהוה
[Jehovah] e contra ti. Ora ao Senhor יהוה
[Jehovah] para que tire de nós as
serpentes.
Disse o Senhor Iod-Havah Elohai (Binah) a
Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo o
mordido que a mirar, viverá [chaiah].
Fez
Moisés uma serpente [nachash] de bronze [Hebreu nechosheth: bronze] e a pôs sobre uma haste; sendo alguém
mordido por uma serpente, se olhava para a de bronze, sarava.” Números 21: 4 a 9.
O Livro dos Números na Bíblia descreve como elevar a serpente do Kundalini na vara. A vara é nossa coluna espinhal, que em Hebreu é representada pela letra ו Vav, que é em linha reta com י Iod no topo, estando representada aqui na imagem, que é um Vav com a serpente nela. Eis onde adquirimos o poder da vida, vida espiritual, vida em consciência, onde começamos a mudar de sermos uma vítima da natureza para sermos um mestre da natureza, como Moisés.
Moisés em Hebreu é משה Moshe, soletrado Mem Shin
Hei, que são as letras para מ água, ש fogo, e ה útero. Ou seja, Moisés significa “nascido da água
e do fogo,” ou, em outras palavras,
de novo nascido, conforme Jesus instruiu. Moisés representa a sephirah Tiphereth, que é nossa alma
humana e em Hebreu é nephesh. Nossa
alma humana deve nascer da água e fogo (espírito), por meio do que a nephesh se torna nephesh chaiah, uma “alma vivente,” e alma com vida, ou o poder de
Deus: criação da vida espiritual.
A palavra חי
chai, vida, é pronunciada com a letra ח
Chet. ח Chet é a oitava letra
Hebraica. ח Chet é feita quando
reunimos junto, aquela vara, o ו Vav, que
é a sexta letra, e a sétima letra, que é ז
Zayin. Vav + ז Zayin. A ו vav é a
espinha, e o homem. A ז zayin é a
espada (vontade-poder), e a mulher. Juntas, elas são Iysh-Ishshah, Adão e Eva, cérebro e sexo.
A letra ו
Vav é a coluna espinhal. A ז Zayin é
Zoth, Ha-Zoth, o fogo, uma espada. Se, respeitando as leis do divino [י], misturamos ו + ז para formar ח, então
criamos חי chai, vida:
“Feliz
é o homem (אדם Adam) que acha
sabedoria (חכמה chokmah), e o homem
que adquire conhecimento (בונה binah)
.... É a árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retém.”
Provérbios 3: 13,18.
Por conseguinte:
“E,
expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden, e o refulgir
de uma espada [ז] que
se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida [chai].” – Genesis
3:24
Aquela espada flamejante ז é o que necessitamos para elevar nossa ו espinha. Aquela espada flamejante é a serpente do Kundalini. É a
“serpente de bronze.” O que é o
bronze? Bronze realmente é um novo termo. No tempo em isto tudo foi escrito,
está palavra não estava em uso. No entanto, a palavra usada foi bronze, que é a
combinação de dois metais: cobre e estanho. Cobre é feminino. O símbolo do
cobre é o símbolo de Vênus, a deusa do amor. Estanho é masculino, representado
por Júpiter. Então, cobre e estanho representam Adão e Eva, macho e fêmea.
Unam-se ambos no fogo e se tem o bronze: a serpente de bronze.
O que é interessante é que quando se olha
esta passagem sobre a serpente de bronze, do Números 21, em Hebreu, não é dita
a palavra “fogo” em nenhum lugar. Então, como você sabe que é a serpente flamejante?
Como se sabe que isto é o fogo do Kundalini? Olhemos para a passagem Hebraica
do Número 21:
ויעש משה נחש נחשת וישמהו על־הנס והיה אם־נשך
הנחש את־איש והביט אל־נחש הנחשת וחי׃
Na passagem, [quase] por inteiro está
presente a letra ש shin. Por
isto sabemos que é fogo. Desta maneira, a fim de termos vida, sermos curados
das mordidas da tentadora serpente causadora de nossa partida do Éden
precisamos levantar a serpente numa coluna. Entretanto, há duas serpentes: a
dualidade.
Há a serpente decaída. O poder de Lucifer em
desejo é o fogo que nos atenta em toda a nossa caminhada. Primeiramente,
tenta-nos fazer comer o “fruto” proibido. Intoxica “Eva”, que é nossos órgãos
sexuais. Adão representa o cérebro. Eva, Havah,
é pronunciada da mesma forma que chaiah,
mas com um extra hei para o útero. Havah, hei, Eva está relacionada com
nossos órgãos sexuais. Adão e Eva estão dentro de nós agora: nossos órgãos
sexuais e cérebro. Qual é a mais difícil tentação na vida, para qualquer um de
nós? Sexo. Este é Eva. A serpente na água seduz. A serpente na nossa própria
árvore interna que é nossas águas, nossas próprias águas interiores que nos
estão sempre seduzindo sexualmente, e Eva, os órgãos sexuais, a energia sexual,
está sempre dizendo a cérebro (Adão), “Veja
este fruto, tem bom perfume, aposto que tem bom sabor, vamos prova-lo.”
Esta é uma tentação interna, psicológica, que
está sempre acontecendo. Que é o fruto que Eva quer? O orgasmo. Cada vez que
sucumbimos à tentação e indulgimos no orgasmo, empurramo-nos para mais além do
Éden.
“Qualquer
homem que tiver fluxo seminal do seu corpo, será imundo por causa do fluxo.”
Levíticos 15: 2.
No Éden é onde podemos encontrar Deus. Assim,
para voltar ao Éden, necessitamos conquistar a tentação da serpente,
necessitamos nos purificarmos daquele embasamento de desejos animais, e
restaurar a serpente de volta à vara, a serpente de bronze que une Vav e
Zayin para criar Chet e Chaiah: vida. Eis porque Adão se torna Nephesh Chaiah, uma alma vivente. Não
somos viventes, estamos mortos. Necessitamos vida; de levantar nossa serpente
pela coluna.
AZOTH NO CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Isto também se encontra oculto no livro
Cântico dos Cânticos [Salomão]. É dito:
“Que é
isso [מי me] [זאת zoth] que sobe do deserto [מדבר midbar;
ma-dabar] como colunas de fogo, perfumado
de mirra e de incenso מר [myrrh; Marte, fogo], לבונה lĕbownah [incenso; Leão, fogo], e de toda a sorte de pós-aromáticos do mercador?” – Cantares 3:6
O Cântico dos Cânticos é um poema muito
bonito e erótico na Bíblia, e não é o que o povo pensa que é. É um livro de
pura Alquimia. Assim, só podemos encontrar Alquimia nele se soubermos o Hebreu.
A primeira palavra desta linha [3:6] do
terceiro capítulo é a palavra “Who” [Who, em inglês = Quem. Na Bíblia, em
Português, está a palavra “Que”]; em inglês se diz quem, enquanto em Hebreu é
pronunciado “me”. A palavra “Me” é um nome Cabalístico de Deus. Os tradutores
da Bíblia não conheciam isto e pensaram que esta linha (frase) fosse uma
interrogação, mas não é. Trata-se de uma declaração [afirmação, conceito,
verdade].
“מי Me
é זאת zoth...”
Este מי
me é Deus. Então é dito claramente: Deus é Azoth. מי is é água da qual devemos nascer de novo. É a água de schamayim, que são as águas superiores,
o Éden superior, relacionado a Daath
e à trindade superior. “מי Who (Que,
na Bíblia em Português) é זאת (isto)
subindo do deserto...”
Assim, aquela afirmação está dizendo que מי Me, as divinas águas criadoras de
Deus, estão subindo do deserto. Onde é o deserto? É fora do Éden (a
felicidade). Lembremos: Adão e Eva foram expulsos do Eden e mandados ao deserto
para sofrer. É nisto em que estamos. Alguém ainda entende que eles estejam no
inferno? Que este planeta seja o inferno? Isto é o deserto. Estamos aqui para
sofrer até que corrijamos nossos erros. Não importa o quanto pensemos que somos
espertos, jamais conseguiremos enganar o mundo proporcionando-nos o que
queremos, porque temos carma e o pagaremos. É melhor pagá-lo consciente e
voluntariamente, com conhecimento, do que pagá-lo como uma besta, um animal. É
melhor fazer isto de coração, alma e mente; pagar com aceitação, com gratidão e
caminhar em direção à redenção do que continuar a repetir os erros e afundarmo-nos
em nossas penas.
Para sairmos do deserto necessitamos מי Me elevar-se de lá. Aquele deserto
somos nós, nosso inferno, coração, mente e corpo. Deserto em Hebreu é מדבר midbar (Mem, Daleth, Beth, Resh),
porém aquela palavra [vocábulo] pode ser dita madabar. דבר Dabar (Daleth, Beth, Resh) em Hebreu significa “palavra.”
Mem (מ)
é a mãe da palavra (דבר). Ma
significa “mãe”. A mãe da palavra é a Divina Mãe, Maria, ma-ria que deu à luz à
Cristo, a Palavra, o Logos, que significa “palavra.”
O Logos está na parte mais alta da trindade e
é Quem emerge em nós como Azoth “como pilares de fumaça.” Aqui está a fumaça se
elevando do fogo. A fumaça representa זאת
Azoth. É o poder da divindade que passou através das chamas que queimam completamente
todas as nossas impurezas, e que se eleva plenamente.
Não podemos segurar isto. Podemos segurar a
fumaça? Não podemos. Similarmente, não podemos segurar os poderes de Deus. Aqueles
que dizem ter o Kundalini despertado e detêm poderes são mentirosos. Os poderes
pertencem à divindade. Contudo, os magos negros, os bruxos e feiticeiros têm
poderes, mas são poderes dos diabos [demônios]. Os profetas trabalham com os
poderes de Deus, mas eles não têm aqueles poderes. O mais Elevado os tem e pode
provê-los à alma humana (Moisés) quando a alma necessita deles.
“O
Senhor (Jeohovah) ia adiante deles,
durante o dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, durante a noite
numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de
noite. – Exôdo 13:21
Aquilo era Azoth, o poder da divindade que
pode elevar-se e nos guiar. É “perfumado com mirra e incenso.”
O que é mirra? Mirra é um incenso, uma goma. Escrita
em Hebreu é מר Mem, Resh. Se
estudamos astrologia, mirra é o incenso relacionado com Aries. Aries está
relacionado com nossa cabeça, nosso cérebro. Áries é governado por Marte, o
planeta, a força, a energia. Marte é um signo do fogo. Marte/Ares é o deus da
guerra – um deus não um demônio. Contra quem Marte conduz guerra? A todas as
forças que são opostas a Deus: o ego. Qual é o nome de Marte em Hebreu? Maadim, que é governado por Samael.
“Meu comando está no planeta Maadim (Marte)”- Samael em ספר הזהר Zohar
19.8.142
Nesta escritura, mirra é um símbolo. Está
ocultando que este é o fogo de Marte quem perfuma este fogo de מי Me. Ou seja, para elevar o fogo é
preciso trabalhar com Marte / Samael.
Em Hebreu, incense é לבונה lebonah. Lebonah é também ardente, uma vez que está
relacionado com Leão, um signo do fogo. O que o leão representa na Alquimia?
Representa nosso íntimo, o Ser, carma, a feróz dignidade de Deus. Leão está
relacionado com o coração e coluna espinhal.
Então: para elevar מי Me do deserto, necessitamos o perfume da cabeça (mirra), o
coração e a espinha (incenso). Ou seja: necessitamos nos purificarmos. O que
nossa cabeça e coração cheiram agora? Beleza, como incenso? Não! Cheiram como
animal sexual, ódio, inveja, orgulho. Precisamos nos limpar muito bem,
psicologicamente falando.
A escritura continua: “É a
liteira de Salomão; ; ששים shishshiym [60: ס Samech] sessenta valentes
estão ao redor dela.”
“Todos sabem manejar a espada [ז], e são destros na
guerra, cada um איש 'iysh leva a
espada [ז] à cinta por causa dos
temores noturnos לילות Lilith.” –
Cântico dos Cânticos 3:7-8.
Vamos analisar isto cuidadosamente: “É a
liteira de Salomão...” É muito significativo. Está dizendo que o fogo se
eleva da cama. O que a maioria das pessoas faz na cama? Duas coisas principais:
dormem e fazem sexo. É este o significado. A maioria das pessoas faz ambas as
coisas inconscientemente, como animais, sem orar, sem lembrar de Deus,
unicamente reverenciando o desejo. “É a
liteira de Salomão.” Qual liteira? Salomão representa um iniciado, um rei,
um melech, um mestre; alguém que
comanda a natureza, que tem sabedoria (Chokmah,
Christ) encarnada. É isso: é a cama do Mestre quem serve seu íntimo, não
sua luxúria.
Então em inglês se diz: “three score=
sessenta [valentes heróis].”
Em Hebreu se diz shishshiym, que significa “three score,” que é sessenta. Kaballah é
a ciência dos números. Esses números não são acidentais. Não estão colocados lá
por razão alguma, eles são plenamente significativos e quando se escreve “three
score” ou ששים shishshiym vejamos
como se escreve isto: dois shins, um Iod e um Mem. O Mem é a água, o Iod é o poder de Deus, e os dois shins são o iysh e Ishshah, masculino e feminino. Tudo de que estamos falando
encontra-se lá na palavra. Mas o que é sessenta? Todas as letras em Hebreu são
também números. Para escrever sessenta, você escreve a letra ס samech, que se parece com um מ Mem, um circulo. ס Samech é a décima quinta letra; representa a serpente mordendo
sua cauda. É a oroboro, a serpente da tentação, quem, se conquistamos a
tentação, nos dá luz e sabedoria.
Jesus disse: “Sede, portanto, prudentes com aa serpentes...” Mateus 10:16
A letra ס
Samech representa o Azoth, a energia por trás de todas as coisas que causa
a existência.
“...shishshiym
[60: ס Samech] sessenta valentes estão ao
redor dela.” Os valentes heróis são
Giborim, “todos fortes, heróis” relacionado ao sephirah Geburah.
“Todos
sabem manejar a espada [ז], e são destros na guerra, cada um [איש 'iysh] leva a espada [ז] à cinta por causa dos temores noturnos [לילות Lilith].”
Outra vez, aqui não se traduz literalmente
sobre um bando de pessoas permanecendo em torno da cama de alguém, segurando
espadas, o que seria ridículo. Esta escritura simboliza em como precisamos nos
relacionar com nosso trabalho espiritual. O que está oculto aqui é a lição
sobre nosso Íntimo, nosso Ser, sobre o fogo e energia dentro de nós.
O Azoth é o Zayin, a espada. Os Mestres guardam a cama de Salomão com suas
espadas, uma vez que eles elevam aquele fogo dentro deles mesmos. Aquela espada
é força de vontade, mas pertence a Deus.
Eles seguram as espadas ante as coxas. O que
são nossas coxas. Nossas coxas são as vias de entrada de nossa energia sexual.
Nossas coxas são dois pilares ante o portal de entrada do templo, o templo de
nosso corpo. A entrada e a saída deste templo são através do sexo. Entramos na
vida através do sexo e a deixamos através do sexo, em como o usamos. Sé é usado
como um animal, se morre como um animal, se sofre como um animal. Se é usado como
faz um mestre, um anjo, um Buda, então deixamos aquela via. Assim, a espada é
para guardar a via de entrada para o sexo.
“[...
colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada... ]
– Genesis 3:24. Os Geborim são Querubins. Eles protegem o puro e punem o
impuro. Protegem a Via.
“...cada
um [איש 'iysh] leva a
espada [ז] à cinta [coxa] por causa dos temores noturnos [לילות
Lilith].”
Quem é Lilith? Alguém aqui já ouviu falar de
Dalila (Delilah em inglês)? Em Hebreu, significa ‘da noite’, porém na
escritura, aqui no cântico de Salomão não é dito “laila”, mas Lilith. Os
tradutores escreveram “noite” (night em inglês) porque eles não sabiam o que
estavam traduzindo, mas deve-se dizer Lilith, como se diz em Hebreu.
Lilith é um nome aplicado à psicologia do
inferno, ao aspecto tentação do inferno. Eva é à maligna sedução, bem como é à
mulher Dalila que retirou de Sansão o seu poder. Eva é a mulher que tenta
trazer a humanidade para o inferno. Lilith é a que seduz nossa mente e sexo
pelo desejo, não exatamente pela luxúria, mas através do orgulho, inveja, gula,
temor, etc; todas são aqui representadas, porém especialmente sexo.
Os mestres aqui seguram suas espadas para
defender contra Lilith. Aquela Lilith está dentro de nós, é nossa mente; e Eva
está em nós como a tentadora serpente. Está também fora de nós. Sociedade é o
reino de Lilith e sua irmã Nahemah. O crime sexual é o domínio de Lilith.
Assim, se queremos entrar nesses estudos, se
queremos nos tornar num Alquimista, ser livres do sofrimento, precisamos nos
defender contra Lilith, dentro de nós mesmos e fora de nós. A seguir temos uma
imagem que demonstra como fazermos tudo isto.
Um dos grandes patronos da Alquimia é o bastante famoso doutor cujo nome é Paracelsus. Este quadro é uma figura dele. Ele segura uma espada, sua Zayin, e no pomo diretamente abaixo de sua palma está escrito Azoth. Aquela espada é, claramente, fálica, sexual. Ele está mostrando o caminho sem mostrá-lo diretamente: Azoth.
Deste modo, nos focamos meramente em umas
poucas linhas do Cântico dos Cânticos e isto é tão complexo e belo quanto são
os ensinamentos: eles são muito condensados, bastante ocultos; basicamente
simbólicos.
A passagem seguinte naquela escritura diz:
“O rei Salomão fez para si um palanquim [carruagem]
de madeira do Líbano.” – Cântico dos Cânticos 3:9
Esta escritura não menciona fisicamente,
terrenamente; ele saiu com um machado e cortou algumas árvores para fazer a
carruagem. Seria ridículo preservar isto na escritura. O significado é
simbólico, espiritual. Aquela carruagem é a mesma que vemos em todas as religiões.
É a Carruagem de Arjuna e Krishna.
Entre os Indus, Krishna representa Cristo.
Arjuna é o guerreiro, a alma humana, Tiphereth.
Observemos Arjuna como alma humana acompanhada por Cristo, dirigindo uma
Carruagem de quatro cavalos. Observemos na Grécia, Apolo o símbolo do Sol,
Cristo, dirigindo uma Carruagem de quatro cavalos. Observemos entre os Egípcios
o deus dirigindo a Carruagem. Vemos isso em cada religião. A Carruagem
representa alma. Os cavalos são os corpos solares. Cristo, Apolo, Salomão,
relacionados a Tiphereth, o corpo
causal, a alma humana. Os quatro corpos abaixo, são os quatro cavalos: o corpo
mental, o corpo astral, o corpo vital e o corpo físico.
Quando houvermos elevado o Kundalini nestas
cinco esferas or sephiroth, teremos
criado a Carruagem para o céu, uma Carruagem que viaja nos reinos celestiais
entre os deuses. Na Kabbalah, é chamada Merkabah.
Ezequiel subiu ao céu numa Merkabah.
Nossa alma é uma Carruagem feita de átomos do
Sol, Cristo, não da natureza mecânica. É a Carruagem dos deuses. É o bote solar
no qual os iniciados Egípcios viajavam pelas terras noturnas para se
preservarem contra o mal. São estes cinco corpos, adquiridos pela elevação de
cinco serpentes.
Começamos aqui, fisicamente. O processo de
elevação do Kundalini no corpo físico é longo, difícil. Para fazer isto, temos
de pagar carma e mudar nosso procedimento. É preciso passar por provações
psicológicas, testes. Passo a passo, lentamente, vertebra por vertebra subindo
a coluna espinhal, gradualmente, o fogo se eleva. O sucesso é mensurado pelas
qualidades de nosso coração, não do livro de bolso, não de qual escola
frequentamos ou qual professor seguimos. A pureza do coração determina tudo.
Nesta caminhada, através de cada esfera, elevamos o Kundalini, despertamos a
consciência, criamos nossa Carruagem. Este processo está aqui nestas palavras
de Villanova:
“O
Azoth e o fogo purificam o bronze, o que significa, que eles limpam e eliminam dele,
completamente, sua negritude.” – Villanova, Semita Semitae
O bronze representa aquela armadura solar, os
corpos solares. De início eles estão sujos, então através de nosso trabalho
psicológico os tornamos puros; temos de limpá-los. O fogo e o Azoth fazem o
processo para nós. É gradual.
Então, por onde começamos? Paracelsus nos dá
a dica:
Pergunta: De que modo este fogo é mais facilmente visível?
Resposta:
“Pelos excrementos
sulfurosos no qual está envolto e pelo ambiente salino pelo qual está
revestido.” – Paracelsus
Espero que após esta palestra vocês possam
entender aquelas palavras. Paracelsus estabelece que para começarmos a
trabalhar com o fogo, necessitamos trabalhar nos “excrementos sulfurosos” onde
se encontra oculto. Enxofre relaciona-se ao fogo em nós, o fogo sexual, mas o
que temos de fogo sexual é excremento, lixo, sujeira. O fogo sexual em nós está
envenenado, mas o fogo que necessitamos está oculto nele.
“E pelo
ambiente salino pelo qual está revestido...” “Que é salino?”
Sal: o corpo. Nosso corpo é aquele ambiente
salino. Tudo acerca e nosso corpo depende do sal; sem sal morreríamos. Sal é a
base da vida orgânica. Onde encontramos a maior concentração de sal? No sangue
e na energia sexual. Eis onde encontramos o fogo sexual, que tem de ser
extraído do excremento sulfuroso e o ambiente salino o encobre.
Como fazemos o trabalho? Transmutação. Trabalhando
com todos os elementos dentro do Ser no sentido de torna-lo puro: aprendendo de
momento a momento em todas as ações, em cada pensamento e cada sentimento,
renunciando aos nossos desejos egocêntricos e ações danosas, e adotando ações
que beneficiem outros; sacrificando-nos e aos nossos desejos a fim de ajudar o
próximo e fazer disto um lugar melhor.
Isto não é fácil, mas se queremos nos tornar um Buda, um anjo, um mestre
é isso o que eles são: veículos de pura ação sem egocentrismos. Eles procuram
servir e isto é tudo. Um mestre genuíno não busca nada para si – ele ou ela –
mas unicamente servir ao próximo. Sacrificam tudo para servir. Nós não
sacrificamos nada, somente queremos mais. Então isto demonstra o quanto
precisamos caminhar.
Para se ter sucesso em obter o poder de Azoth
não depende de tempo, dinheiro ou de ser associado a um grupo. Depende de nosso
poder de sacrifício. O quanto disposto estaremos para sacrificarmos nossa
conduta egóica, luxúria, orgulho, inveja? Ou a renunciarmos a todas aquelas
coisas a fim de criarmos um reino no céu, um lugar, uma mansão, uma casa, para
nascer de novo? Para que isso aconteça devemos desejar morrer psicologicamente.
Se amamos este tipo atual de vida, se gostamos do sofrimento neste caminho,
nunca mudaremos; verdadeiramente nos tornaremos piores. Está provado. É fato
matemático e científico. O tempo não implementa nada. O tempo degenera as
coisas. O que cria mudanças é a força de vontade, a vontade de sobreviver, de
se adaptar, gerar mudanças. Isso é verdade entre os animais e também entre nós,
porém não queremos mudar, queremos que tudo seja feito por nós por alguém.
Queremos Deus descendo aqui a limpar toda a sujeira e nos dar as boas coisas,
desde que não tenhamos nada a fazer para tal. A natureza não trabalha desta
maneira, Deus não trabalha assim. Deus não faculta ao ego, Deus quer que o ego
morra.
Neste sentido, para encontrarmos fogo em nós
próprios e trabalhar com ele, necessitamos descobrir nossos excrementos
sulfurosos e nos tornarmos consciente de nosso ambiente salino, de nosso corpo;
estar aqui e agora, observando a nós próprios o tempo todo; ao enxofre na
medida em que se move em nós; ao fogo em nosso corpo, coração e mente. Fogo é
energia. O que move nossos pensamentos, nosso coração e corpo? É puro ou sujo? É
divino ou animal? Respondamos a estas questões e encontraremos o caminho para o
Azoth.
[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
SEGUE PARTE III
[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
SEGUE PARTE III
https://arcadeouro.blogspot.com/2014/09/alquimia-o-segredo-do-azoth-iii_6.html
Fonte:http://gnosticteachings.org/courses/alchemy/3363-the-secret-of-azoth.html
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom
Ra
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