Não há nada que se compare com o frescor
gaseificado e cheio de açúcar que acompanha um copo de Coca-Cola. Mas você
sabia que o refrigerante, apropriadamente conhecido como “Coca”, dava um barato
ainda maior no passado? Até 1903, a bebida mundialmente famosa continha uma
quantidade significativa de cocaína.
Embora a empresa negue oficialmente a
presença de cocaína em qualquer um de seus produtos – tanto no passado quanto
no presente -, existem diversas evidências históricas que sugerem que a receita
original da Coca-Cola realmente possuía cocaína em sua fórmula.
A
VERDADE POR TRÁS DA FÓRMULA SECRETA DE COCA-COLA
Todo mundo adora segredos, mistérios e
intrigas. Não é à toa que livros de mistério e filmes são tão populares, e
seriados como “Arquivo X” e “Lost” tenham tanta audiência. O apelo comercial de
um bom mistério – verdadeiro ou inventado – não é deixado pra trás pela
publicidade. Várias marcas famosas se utilizam do segredo de seus ingredientes
secretos para enfatizar a qualidade e singularidade dos seus produtos.
A Coca-Cola tem uma das receitas mais
secretas do mundo. Seus anúncios antigos afirmavam que apenas dois homens
conheciam a lista completa dos ingredientes, e que se esse segredo se perdesse
algum dia o tecido do espaço-tempo se rasgaria e o universo explodiria.
Curiosamente, a Coca-Cola original não é nem mais produzida e comercializada. O
que nós tomamos atualmente é a Coca-Cola “nova”, que foi rebatizada.
10 INACREDITÁVEIS PROPAGANDAS DE COCAÍNA E
OUTRAS DROGAS
PROPAGANDA MALUCA
Cocaína, morfina e até heroína eram vistos
como remédios miraculosos quando foram descobertos. As substâncias que hoje são
proibidas estavam legalmente disponíveis no passado. Os fabricantes de
medicamentos, muitos dos quais existem até hoje, proclamavam até o final do
século 19 que seus produtos continham estas drogas. Abaixo veja dez
impressionantes propagandas antigas. Não deixe de ler até o final.
10. HEROÍNA DA BAYER
Um frasco de heroína da Bayer. Entre 1890 a 1910 a heroína era divulgada como um substituto não viciante da morfina e remédio contra tosse para crianças.
9. VINHO DE COCA
O vinho de coca da Metcalf era um de uma grande quantidade de vinhos que continham coca disponíveis no mercado. Todos afirmavam que tinham efeitos medicinais, mas indubitavelmente eram consumidos pelo seu valor “recreador” também.
8. VINHO MARIANI
O Vinho Mariani (1865) era o principal vinho de coca do seu tempo. O Papa Leão XIII carregava um frasco de Vinho Mariani consigo e premiou seu criador, Angelo Mariani, com uma medalha de ouro.
7. MALTINE
Esse vinho de coca foi feito pela Maltine Manufacturing Company de Nova York. A dosagem indicada diz: “Uma taça cheia junto com, ou imediatamente após, as refeições. Crianças em proporção.”
6. PESO DE PAPEL
Um peso de papel promocional da C.F. Boehringer & Soehne (Mannheim, Alemanha), “os maiores fabricantes do mundo de quinino e cocaína”. Este fabricante tinha orgulho em sua posição de líder no mercado de cocaína.
5. GLICO-HEROÍNA
Propaganda de heroína da Martin H. Smith Company, de Nova York. A heroína era amplamente usada não apenas como analgésico, mas também como remédio contra asma, tosse e pneumonia. Misturar heroína com glicerina (e comumente açúcar e temperos) tornada o opiáceo amargo mais palatável para a ingestão oral.
4. ÓPIO PARA A ASMA
Esse National Vaporizer Vapor-OL era indicado “Para asma e outras afecções espasmódicas”. O líquido volátil era colocado em uma panela e aquecido por um lampião de querosene.
Estes tabletes de cocaína eram “indispensáveis para cantores, professores e oradores”. Eles também aquietavam dor de garganta e davam um efeito “animador” para que estes profissionais atingissem o máximo de sua performance.
2. “DROPS" DE COCAÍNA PARA DOR DE DENTE – CURA
Dropes de cocaína para dor de dente (1885) eram populares para crianças. Não apenas acabava com a dor, mas também melhorava o “humor” dos usuários.
1. ÓPIO
PARA RECÉM-NASCIDOS
Você acha que a nossa vida moderna é confortável? Antigamente para aquietar bebês recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio.
Você acha que a nossa vida moderna é confortável? Antigamente para aquietar bebês recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio.
Esse frasco de paregórico (sedativo) da
Stickney and Poor era uma mistura de ópio de álcool que era distribuída do
mesmo modo que os temperos pelos quais a empresa era conhecida.
“Dose – [Para crianças com] cinco dias, 3
gotas. Duas semanas, 8 gotas. Cinco anos, 25 gotas. Adultos, uma colher cheia.”
O produto era muito potente, e continha 46%
de álcool. [Oddee]
Apesar de a receita moderna da bebida ser um
segredo da empresa altamente valorizado e guardado a sete chaves, há razão para
se acreditar que a bebida ainda contenha o mesmo extrato de folha de coca não
narcótico de 1929. Segundo o jornal estadunidense “The New York Times”, a
Companhia Coca-Cola continuou importando folhas de coca do Peru e da Bolívia
até pelo menos o final da década de 1980. [Live Science]
Mas hoje em dia existe mesmo essa coisa de
“ingrediente secreto”? Afinal, nas últimas décadas, os consumidores passaram a
ter cada vez mais informações sobre os produtos que comem, desde informações
nutricionais até informações sobre ingredientes que podem causar alergias. Além
disso, análises laboratoriais acompanham a evolução dos tempos. Talvez quando a
Coca-Cola foi fundada, em 1892, não havia meios de determinar quais eram os
ingredientes secretos em um produto.
Hoje em dia, qualquer laboratório que valha a
química que usa pode descobrir quais produtos químicos e ingredientes aparecem
em quais quantidades em uma amostra de produto. É análise de alimentos, nada tão
difícil quanto lançar um foguete.
No livro “Big Secrets” (“Grandes Segredos”,
em tradução livre – sem edição brasileira), William Poundstone revela os
ingredientes “secretos” de vários produtos, e a fórmula da coca-cola pode ser
encontrada na página 43. Ela inclui extrato de baunilha, óleos cítricos e
flavorizantes de suco de limão. Não existe cocaína na coca-cola, e tecnicamente
nunca existiu: na realidade, ela utilizava as folhas da coca, que não é a mesma
coisa que a cocaína, um derivado modificado das folhas.
Há muitos séculos as populações de países de
alta altitude da América do Sul mastigam as folhas de coca pelas suas
propriedades anestésicas e estimulantes – importantes para a vida em altitudes
muito grandes. Mas, assim como mastigar folhas de coca não é consumir cocaína,
tomar coca-cola também não é. [Live Science]
A Coca-Cola foi criada em 1886 pelo
farmacêutico John Pemberton, que morava em Atlanta, nos Estados Unidos, berço
da bebida. Pemberton criou o refrigerante baseando-se em um refresco francês
muito popular na época, o vinho de coca, produzido a partir da mistura entre o
extrato da folha de coca com o vinho Bordeaux.
Para evitar toda a dor de cabeça que se tem
ao lidar com as regras de venda de bebidas, o farmacêutico resolveu misturar o
extrato da folha de coca com uma calda de açúcar em vez do vinho. Ele também
acrescentou o extrato de noz-de-cola, dando à Coca-Cola a segunda metade de seu
nome, bem como uma sacudida extra de cafeína.
5 RAZÕES PARA NÃO TOMAR
Mesmo que você não saiba por que, com certeza
sabe que refrigerante não faz bem. Desprovido de qualquer valor nutricional,
essa água açucarada engorda, leva à obesidade e diabetes, além de outros vários
males que não recebem muita atenção nas discussões de saúde, mas que listamos
aqui na esperança de lhe recrutar para o lado do suco natural, chá e outras
bebidas mais saudáveis. Confira:
1 – ENVELHECIMENTO ACELERADO
Normal, diet, light ou zero, todos os
refrigerantes de cola contêm fosfato, ou ácido fosfórico, um ácido que dá ao
refri seu sabor típico e aumenta seu tempo de prateleira. Embora ele exista em
muitos alimentos integrais, tais como carne, leite e nozes, ácido fosfórico em
excesso pode levar a problemas cardíacos e renais, perda muscular e
osteoporose, e um estudo sugere que poderia até provocar envelhecimento
acelerado.
O estudo, publicado em 2010, descobriu que os
níveis de fosfato encontrados em refrigerantes fizeram com que ratos de
laboratório morressem cinco semanas mais cedo do que os ratos cujas dietas
tinham níveis normais de fosfato. Pior ainda é a tendência preocupante dos
fabricantes de refrigerantes de aumentar os níveis de ácido fosfórico em seus
produtos ao longo das últimas décadas.
2 – PODE CAUSAR CÂNCER
Em 2011, a instituição sem fins lucrativos
Centro de Ciência para o Interesse Público solicitou à Administração de
Alimentos e Drogas americana para proibir o corante artificial caramelo usado
para fazer Coca-Cola, Pepsi e outros refrigerantes marrons. O motivo: dois
contaminantes na coloração, 2-metilimidazole e 4-metilimidazol, que já causaram
câncer em animais. De acordo com uma lista proposta na Califórnia de 65 de
produtos químicos conhecidos por causar câncer, apenas 16 microgramas por
pessoa por dia de 4-metilimidazol é o suficiente para representar uma ameaça de
câncer. Qualquer refrigerante (normal, diet, zero) contêm 200 microgramas por
570 ml.
3 – DENTES PODRES E PROBLEMAS
NEUROLÓGICOS
Nos EUA, dentistas até deram o nome de um
refrigerante (boca “Mountain Dew”) para uma condição que eles veem em um monte
de crianças que o bebem demais. Elas acabam com a boca cheia de cáries causadas
por níveis de açúcar em excesso.
Além disso, um ingrediente chamado óleo
vegetal bromado, ou BVO, adicionado para evitar que o aroma separe-se da
bebida, é um produto químico industrial usado como retardador de chamas em
plásticos. Também encontrado em outros refrigerantes e bebidas esportivas
baseados em citros, o produto químico tem sido conhecido por causar distúrbios
de memória e perda nervosa quando consumido em grandes quantidades. Os
pesquisadores também suspeitam que o produto químico se acumula na gordura do
corpo, podendo causar problemas de comportamento, infertilidade e lesões nos
músculos do coração ao longo do tempo.
4 – LATAS TÓXICAS
Não é apenas o refrigerante que causa
problemas. Quase todas as latas de alumínio de refrigerante são revestidas com
uma resina chamada bisfenol A (BPA), usada para impedir os ácidos do
refrigerante de reagir com o metal. BPA é conhecida por interferir com os
hormônios e tem sido associada a tudo, de infertilidade a obesidade a algumas
formas de câncer. E, enquanto a Pepsi e a Coca-Cola estão atualmente envolvidas
em uma batalha para ver qual empresa pode ser a primeira a desenvolver uma
garrafa de plástico 100% baseada em plantas que elas estão divulgando como “sem
BPA”, nenhuma empresa está disposta a retirar a substância das latas de
alumínio. (*)
(*) Não somente com refrigerantes, porém com
alimentos e outros ingredientes consumíveis via oral, armazenados nas
embalagens aluminadas ou tratadas com demais elementos metalizados, podem
causar o Botulismo, que é assim
explicado:
O Que é Botulismo?
O Botulismo é uma doença rara, porém grave, causada pela bactéria Clostridium Botulinum. Essa bactéria pode entrar no organismo através de machucados ou
podem viver em alimentos enlatados ou preservados inadequadamente.
Causas
A
bactéria Clostridium Botulinum é encontrada no solo e em água não tratada em
todo o mundo. Ela produz esporos que sobrevivem em alimentos preservados ou
enlatados de forma inadequada, onde produzem a toxina. Ao ser ingerida, mesmo
quantidades mínimas dessa toxina podem causar envenenamento grave.
Os
alimentos mais comumente contaminados são vegetais em conservas caseiras, carne
de porco e presunto curados, peixe defumado ou cru, e mel ou xarope de milho. O Botulismo também pode ocorrer se a bactéria entrar em ferimentos abertos e
produzir as toxinas ali.
O Botulismo infantil ocorre quando um bebê ingere esporos e as bactérias crescem
em seu trato gastrointestinal. A causa mais comum de Botulismo infantil é a
ingestão de mel e xarope de milho.
Normalmente,
a bactéria Clostridium Botulinum pode ser encontrada nas fezes de algumas
crianças.
Cerca
de 110 casos de Botulismo ocorrem nos EUA por ano. A maioria dos casos ocorre
em crianças.
Exames
O médico realizará um exame físico. Pode
haver sinais de:
Ausência ou diminuição dos reflexos do tendão profundo
Ausência ou diminuição do reflexo faríngeo
Pálpebra caída
Perda da função/sensibilidade muscular
Instestino paralisado
Comprometimento da fala
Retenção urinária com incapacidade de urinar
Podem ser realizados exames de sangue para
identificar a toxina. Pode ser solicitada também uma cultura das fezes. Podem
ser realizados exames laboratoriais no alimento suspeito para confirmar o Botulismo.
Mais sobre Botulismo
Dirija-se ao pronto-socorro ou ligue para o
número de emergência local (por exemplo, 190) se suspeitar de Botulismo.
Sintomas
de Botulismo
Os
sintomas, geralmente, aparecem de 8 a 36 horas após a ingestão do alimento
contaminado. NÃO ocorre febre com essa infecção.
Em
adultos, os sintomas podem incluir:
Cólicas abdominais
Dificuldade respiratória que pode causar insuficiência respiratória
Dificuldade para engolir e falar
Visão dupla
Náusea
Vômito
Fraqueza com paralisia (idêntica nos dois lados do corpo)"
Os
sintomas em crianças podem incluir:
Constipação
Baba em excesso
Alimentação deficiente e sucção fraca
Angústia respiratória
Choro fraco
Fraqueza, perda de tônus muscular
Tratamento
de Botulismo
Será necessário um medicamento para
combater as bactérias, denominado antitoxina contra Botulismo.
O indivíduo deverá permanecer no hospital
se apresentar problemas respiratórios. Uma sonda pode ser inserida através do
nariz ou da boca para o interior da traqueia, para proporcionar uma passagem
para o oxigênio. Pode ser necessário utilizar um aparelho de respiração
artificial.
Indivíduos com problemas para engolir podem
receber líquidos pela veia (por IV). Pode ser inserida uma sonda de
alimentação.
Os médicos devem comunicar às autoridades
estaduais de saúde ou aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA
sobre pacientes com Botulismo, para que os alimentos contaminados possam der
removidos das lojas.
São prescritos antibióticos para algumas
pessoas, mas nem sempre eles ajudam.
[Rayom
Ra]
FONTE:
5 – POLUIÇÃO DA ÁGUA
Os adoçantes artificiais utilizados em
refrigerantes diet não quebram em nossos corpos, e nem o tratamento de águas
residuais consegue separá-los antes que entrem nos cursos de água. Em 2009,
cientistas suíços testaram amostras de água tratada, rios e lagos na Suíça e
detectaram níveis de acessulfame K, sucralose e sacarina em todos, substâncias
usadas em refrigerantes diet. Um teste recente em abastecimentos de água
municipal nos EUA também revelou a presença de sucralose em todos os 19
estudados. Não está claro ainda o que esses níveis encontrados podem fazer com
as pessoas, mas pesquisas anteriores concluíram que a sucralose em rios e lagos
interfere com os hábitos de alimentação de alguns organismos.[MSN]
BEBER MUITO REFRIGERANTE PODE CAUSAR PARALISIA
BEBER MUITO REFRIGERANTE PODE CAUSAR PARALISIA
Depois de notarem um aumento no número de
pacientes com problemas musculares, médicos emitiram um aviso sobre consumo
excessivo de bebidas de cola, de acordo com a edição de julho da revista
científica International Journal of Clinical Practice (IJCP).
O médico Dr. Moses Elisaf do Departamento de
Medicina Interna da Universidade de Ioannina, Grécia, afirma que estamos
consumindo muito mais refrigerantes do que antigamente. Isso acarreta uma série
de problemas como desmineralização dos dentes, síndrome do desenvolvimento
metabólico, diabetes e problemas dentários.
Há evidências de que o consumo excessivo de
cola pode levar a hipocaliémia, uma doença onde o nível de potássio cai,
causando um efeito adverso nas funções vitais dos músculos. Os sintomas podem
variar de fraqueza a paralisia profunda. Os casos de estudos eram pessoas que
consumiam de dois a nove litros de cola por dia. Os ingredientes presentes no
refrigerante que causam a doença são: glicose, frutose e cafeína.
O tratamento é simples, todos os pacientes
que participaram do estudo do Dr. Elisaf tiveram recuperação total depois de
suspenderem o consumo de cola e tomaram suplementos de potássio intravenoso.
Mas apesar disso, a doença os deixa mais suscetível a potenciais complicações
fatais, como batimento cardíaco irregular.
Em 2007 o consumo anual de refrigerantes ao
redor do mundo alcançou o nível de 552 bilhões de litros, o equivalente a mais
de 80 litros por pessoa por ano. E isso ainda tem projeção para aumentar para
95 litros por pessoa por ano até 2012. Porém olharmos para os Estados Unidos, o
consumo já atingiu a 212 litros por pessoa.
Médicos acreditam que bebidas de cola devem
estar na lista de drogas e substâncias que podem causar doenças. Bem como a
indústria de refrigerantes deve promover o uso moderado de seus produtos e
incentivar a prática de atividades físicas. [Science Daily]
BÔNUS
Há indicações de que refrigerantes de cola
podem prejudicar o esperma e até causar paralisia muscular. Além de
potencialmente causarem tantos problemas, podem ser viciantes.
Enquanto a ideia de bebidas com cocaína em
sua composição pode parecer absurda aos leitores de hoje em dia, estes produtos
eram bastante comuns no final do século 19. De fato, a cocaína era legal nos
Estados Unidos até 1914 - época em que a substância tinha uma variedade (por
vezes questionáveis) de usos médicos. Acreditava-se que cocaína em pó,
pílulas e tônicos de cocaína tinham o poder de curar uma diversidade de
doenças, desde dores de cabeça e fadiga a constipação, náusea, asma e
impotência.
Conhecendo a cocaína como o que ela é hoje, é
difícil acreditar que a substância já foi promovida como uma droga milagrosa,
vendida e elogiada por algumas das maiores mentes na história da medicina,
incluindo Sigmund Freud e pioneiro cirurgião William Halsted.
Segundo o historiador Howard Markel, a
cocaína foi promovida até mesmo por Thomas Edison, pela Rainha Vitória e pelo
Papa Leão XIII.
Em
1884, Sigmund Freud era um jovem médico em Viena, lutando para ganhar a vida e
ser mundialmente famoso. Ele só precisava de uma descoberta: e achou que a
tivesse encontrado.
Ele escreveu sobre a cocaína para sua futura
esposa: “Se tudo correr bem, vou escrever um ensaio sobre ela e espero que
ganhe seu lugar na terapêutica, ao lado da morfina e superior a ela. Eu tomo
pequenas doses regularmente contra a depressão e contra a indigestão, e com o
mais brilhante de sucesso”.
Foi uma estreia explosiva que ecoaria um
século depois, quando a cocaína ressurgiu como um tipo diferente de droga
milagrosa: o tipo que poderia ajudá-lo a festar a noite toda, sem efeitos
nocivos ou risco de vício.
A história nos conta, no entanto, que tal
entusiasmo passou, e a explosão deixou destroços de vidas humanas para trás.
Freud não foi o primeiro a escrever sobre a
cocaína. A droga é derivada da planta de coca, que os nativos da América do Sul
mascaram durante séculos e ainda mascam.
Em 1880, uma série de empresas teve sucesso
em criar uma versão concentrada da planta: cloridrato de cocaína, dezenas a
centenas de vezes mais poderoso do que mastigar uma folha de coca.
Na década de 1880, a literatura médica
consistia em relatos de casos da droga. Médicos escreviam sobre tentativas e
erros com pacientes.
De acordo com o historiador Markel, Freud
devorou esses relatórios e escreveu seu próprio. O resultado, em 1884, foram 70
páginas de homenagem ao pó branco que Freud pensou que podia ser uma cura para
o vício da morfina.
De alguma forma em seu êxtase, ele mencionou
apenas de passagem que a droga poderia também servir como um analgésico tópico
potente – forma a qual ainda é usada às vezes.
O cirurgião pioneiro William Halsted, na
época com 32 anos, já era conhecido em Nova York quando leu o artigo de Freud e
foi imediatamente atraído para explorar o uso da cocaína como analgésico.
Além de altas taxas de infecção, a cirurgia
na década de 1880 era um negócio brutal. Éter e clorofórmio eram usados como
anestésicos, mas, de acordo com Markel, médicos e enfermeiros tinham que lutar,
literalmente, com o paciente para mantê-lo parado.
Buscando um método melhor, Halsted começou a
injetar cocaína em seus próprios membros, assim como de amigos, alunos e
colegas.
Ele de fato descobriu um meio valioso de
amortecimento das terminações nervosas, mas a descoberta veio a um preço
elevado.
Alguns meses depois, quando um paciente
entrou na sua sala de operações com uma fratura na perna, o cirurgião estava
destroçado física e mentalmente. Markel conta que Halsted estava tão drogado de
cocaína que sabia que não poderia operar.
Então, tomou um táxi e foi para casa,
permanecendo lá durante os próximos sete meses, se drogando. Sem dúvida, diz o
historiador, houve muitos viciados como Halsted, mas em grande parte os
problemas foram escondidos por uma onda de publicidade positiva.
“Havia todo tipo de alegações de saúde sendo
feitas”, explica Markel. “Se você tivesse dor de estômago, se estivesse
nervoso, se fosse letárgico, se precisasse de energia, se tivesse tuberculose,
asma, todos os tipos de coisas; a cocaína curaria o que quer que fosse que você
tivesse”.
Naquela época, as drogas não estavam presas
atrás das paredes das farmácias. A cocaína era vendida em bebidas, pomadas,
mesmo margarina. O produto mais popular era um vinho com cocaína desenvolvido
por um químico francês. Na imagem no topo deste artigo era vendido como
pastilhas para curar dor de dente em crianças.
Em Atlanta, um veterano da Guerra Civil
chamado John Syth Pemberton criou um vinho parecido. Viciado em morfina depois
de sofrer ferimentos de guerra, John estava interessado na cocaína como um
tratamento para o vício da morfina.
Ele também era um grande homem de negócios.
Quando a cidade em que vivia proibiu a venda de álcool, ele inventou uma versão
doce, não alcoólica: a Coca-Cola.
Na mesma época, em Viena, a saúde do próprio
Freud estava se deteriorando devido ao uso de cocaína. Ele sofreu uma arritmia
cardíaca grave e bloqueios nasais. Em uma carta de 1896, confessou seu vício e
jurou parar.
Freud talvez não tenha sido realmente
viciado, mas não estava sozinho no crescimento do cuidado com a droga
“milagrosa”.
Markel conta que no início dos anos 1890, a
literatura médica era cheia de relatos de pessoas que usavam muita cocaína e
tinham se tornado viciadas. O cirurgião Halsted era uma delas (o que não o
impediu de ser brilhante em sua profissão).
Sendo assim, os anúncios sumiram. Em 1903,
não havia mais cocaína na Coca-Cola. Em 1914, a droga já era vista como algo
indesejável e, muitas vezes, ligada a estereótipos ruins de pessoas (ou até
mesmo malucos).
Um artigo infame do jornal americano The New
York Times, escrito pelo médico Edward Huntington Williams, alertou para um
novo perigo da cocaína: demônios. Williams descreveu um chefe de polícia que
alegou que sua munição teve pouco efeito sobre esses usuários de drogas e
muitas unidades policiais optaram por utilizar armas mais potentes.
Mais tarde, em 1914, o Congresso americano
aprovou a Lei de Narcóticos Harrison, proibindo o uso não médico da cocaína,
bem como de outras drogas, como a maconha. Havia começado a longa carreira da
cocaína como uma fora da lei.
Uma vez proibida, o uso da cocaína caiu,
embora Markel conte que houve um pequeno aumento durante a proibição.
Até a década de 1970, no entanto, as
histórias de criminosos e viciados foram largamente esquecidas. Com o
esquecimento, houve uma explosão de uso que superaria à ocorrida um século
antes.
Novamente, começou com a elite. “Para ser um
usuário de cocaína em 1979, tinha que ser rico, moderno e elegante”, conta Mark
Kleiman, professor de política pública. As pessoas não estavam preocupadas com
as desvantagens – o que, todos sabemos hoje, foi um grande erro.
A gota d’água para muitos foi a morte de Len
Bias em 1986, ex-jogador de basquete, que morreu de ataque cardíaco depois de
uma noite de festa e cocaína com amigos.
Os legisladores reagiram com uma ferocidade
que atingiu os usuários mais pobres e não brancos. Em 1986 e novamente em 1988,
o Congresso americano aprovou leis de condenação obrigatória que levaram a uma
explosão na população carcerária dos EUA.
Estudos apontam que, desde esse pico, em meados
dos anos 80, o número de usuários de cocaína caiu pela metade. Hoje, o uso de
cocaína é dominado por viciados (estima-se, nos EUA, que 50% a 60% de toda a
cocaína sejam consumidas por pessoas que foram presas no ano passado).
A cocaína tem sido elogiada e amaldiçoada,
não uma só vez, mas em dois ciclos frenéticos, com um século de distância.
E o que é mais incrível: as drogas sempre
mostraram seu poder de afetar totalmente a percepção humana. Freud nunca
reconheceu o papel da cocaína em seus males físicos, assim como os usuários de
drogas sempre procuram desculpas ou benefícios para seus vícios. “É incrível o
que as pessoas fazem para negar os perigos das coisas que tendem a gostar”,
argumenta Markel. [CNN]
No entanto, alguns anos mais tarde – em
especial, em 1903 – a maré da opinião pública se voltou contra a droga
amplamente usada e abusada, levando o então gerente da Coca-Cola, Asa Griggs
Candler, a remover quase todo o percentual de cocaína utilizada nas bebidas da
empresa. Porém, a Coca-Cola não se tornaria completamente livre da cocaína até
1929, quando os cientistas aperfeiçoaram o processo de remoção de todos os
elementos psicoativos do extrato da folha de coca.
FONTE: http://hypescience.com/tem-coca-ai-na-coca-cola/
Rayom Ra
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