segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tem Cocaína na Coca-Cola?


fórmula coca-cola


  Não há nada que se compare com o frescor gaseificado e cheio de açúcar que acompanha um copo de Coca-Cola. Mas você sabia que o refrigerante, apropriadamente conhecido como “Coca”, dava um barato ainda maior no passado? Até 1903, a bebida mundialmente famosa continha uma quantidade significativa de cocaína.

  Embora a empresa negue oficialmente a presença de cocaína em qualquer um de seus produtos – tanto no passado quanto no presente -, existem diversas evidências históricas que sugerem que a receita original da Coca-Cola realmente possuía cocaína em sua fórmula.

                 A VERDADE POR TRÁS DA FÓRMULA SECRETA DE COCA-COLA

  Todo mundo adora segredos, mistérios e intrigas. Não é à toa que livros de mistério e filmes são tão populares, e seriados como “Arquivo X” e “Lost” tenham tanta audiência. O apelo comercial de um bom mistério – verdadeiro ou inventado – não é deixado pra trás pela publicidade. Várias marcas famosas se utilizam do segredo de seus ingredientes secretos para enfatizar a qualidade e singularidade dos seus produtos.

  A Coca-Cola tem uma das receitas mais secretas do mundo. Seus anúncios antigos afirmavam que apenas dois homens conheciam a lista completa dos ingredientes, e que se esse segredo se perdesse algum dia o tecido do espaço-tempo se rasgaria e o universo explodiria. Curiosamente, a Coca-Cola original não é nem mais produzida e comercializada. O que nós tomamos atualmente é a Coca-Cola “nova”, que foi rebatizada.

            10 INACREDITÁVEIS PROPAGANDAS DE COCAÍNA E OUTRAS DROGAS

                                                      PROPAGANDA MALUCA

  Cocaína, morfina e até heroína eram vistos como remédios miraculosos quando foram descobertos. As substâncias que hoje são proibidas estavam legalmente disponíveis no passado. Os fabricantes de medicamentos, muitos dos quais existem até hoje, proclamavam até o final do século 19 que seus produtos continham estas drogas. Abaixo veja dez impressionantes propagandas antigas. Não deixe de ler até o final.

propaganda maluca                 

                         10. HEROÍNA DA BAYER

Um frasco de heroína da Bayer. Entre 1890 a 1910 a heroína era divulgada como um substituto não viciante da morfina e remédio contra tosse para crianças.  



 



             

propaganda maluca 

                           9. VINHO DE COCA

 O vinho de coca da Metcalf era um de uma grande quantidade de vinhos que continham coca disponíveis no mercado. Todos afirmavam que tinham efeitos medicinais, mas indubitavelmente eram consumidos pelo seu valor “recreador” também.

 

propaganda maluca
  
                


                    

                                8. VINHO MARIANI

  O Vinho Mariani (1865) era o principal vinho de coca do seu tempo. O Papa Leão XIII carregava um frasco de Vinho Mariani consigo e premiou seu criador, Angelo Mariani, com uma medalha de ouro.

                  





             
propaganda maluca
  
                        7. MALTINE

 Esse vinho de coca foi feito pela Maltine Manufacturing Company de Nova York. A dosagem indicada diz: “Uma taça cheia junto com, ou imediatamente após, as refeições. Crianças em proporção.”



                  
              
propaganda maluca

                     6. PESO DE PAPEL

 Um peso de papel promocional da C.F. Boehringer & Soehne (Mannheim, Alemanha), “os maiores fabricantes do mundo de quinino e cocaína”. Este fabricante tinha orgulho em sua posição de líder no mercado de cocaína.





              
               
propaganda maluca
                  5. GLICO-HEROÍNA
           
  Propaganda de heroína da Martin H. Smith Company, de Nova York. A heroína era amplamente usada não apenas como analgésico, mas também como remédio contra asma, tosse e pneumonia. Misturar heroína com glicerina (e comumente açúcar e temperos) tornada o opiáceo amargo mais palatável para a ingestão oral.



propaganda maluca
          



             
                 4. ÓPIO PARA A ASMA

 Esse National Vaporizer Vapor-OL era indicado “Para asma e outras afecções espasmódicas”. O líquido volátil era colocado em uma panela e aquecido por um lampião de querosene.







                                                                   

propaganda maluca     
        3. TABLETE DE COCAÍNA (1900)

  Estes tabletes de cocaína eram “indispensáveis para cantores, professores e oradores”. Eles também aquietavam dor de garganta e davam um efeito “animador” para que estes profissionais atingissem o máximo de sua performance.


            
propaganda maluca

  2. “DROPS" DE COCAÍNA PARA DOR DE DENTE – CURA

 Dropes de cocaína para dor de dente (1885) eram populares para crianças. Não apenas acabava com a dor, mas também melhorava o “humor” dos usuários.



               
propaganda maluca
    1. ÓPIO PARA RECÉM-NASCIDOS

 Você acha que a nossa vida moderna é confortável? Antigamente para aquietar bebês recém-nascidos não era necessário um grande esforço dos pais, mas sim, ópio.

  Esse frasco de paregórico (sedativo) da Stickney and Poor era uma mistura de ópio de álcool que era distribuída do mesmo modo que os temperos pelos quais a empresa era conhecida.

  “Dose – [Para crianças com] cinco dias, 3 gotas. Duas semanas, 8 gotas. Cinco anos, 25 gotas. Adultos, uma colher cheia.”

  O produto era muito potente, e continha 46% de álcool. [Oddee]

  Apesar de a receita moderna da bebida ser um segredo da empresa altamente valorizado e guardado a sete chaves, há razão para se acreditar que a bebida ainda contenha o mesmo extrato de folha de coca não narcótico de 1929. Segundo o jornal estadunidense “The New York Times”, a Companhia Coca-Cola continuou importando folhas de coca do Peru e da Bolívia até pelo menos o final da década de 1980. [Live Science]

  Mas hoje em dia existe mesmo essa coisa de “ingrediente secreto”? Afinal, nas últimas décadas, os consumidores passaram a ter cada vez mais informações sobre os produtos que comem, desde informações nutricionais até informações sobre ingredientes que podem causar alergias. Além disso, análises laboratoriais acompanham a evolução dos tempos. Talvez quando a Coca-Cola foi fundada, em 1892, não havia meios de determinar quais eram os ingredientes secretos em um produto.

  Hoje em dia, qualquer laboratório que valha a química que usa pode descobrir quais produtos químicos e ingredientes aparecem em quais quantidades em uma amostra de produto. É análise de alimentos, nada tão difícil quanto lançar um foguete.

  No livro “Big Secrets” (“Grandes Segredos”, em tradução livre – sem edição brasileira), William Poundstone revela os ingredientes “secretos” de vários produtos, e a fórmula da coca-cola pode ser encontrada na página 43. Ela inclui extrato de baunilha, óleos cítricos e flavorizantes de suco de limão. Não existe cocaína na coca-cola, e tecnicamente nunca existiu: na realidade, ela utilizava as folhas da coca, que não é a mesma coisa que a cocaína, um derivado modificado das folhas.
  
  Há muitos séculos as populações de países de alta altitude da América do Sul mastigam as folhas de coca pelas suas propriedades anestésicas e estimulantes – importantes para a vida em altitudes muito grandes. Mas, assim como mastigar folhas de coca não é consumir cocaína, tomar coca-cola também não é. [Live Science]

  A Coca-Cola foi criada em 1886 pelo farmacêutico John Pemberton, que morava em Atlanta, nos Estados Unidos, berço da bebida. Pemberton criou o refrigerante baseando-se em um refresco francês muito popular na época, o vinho de coca, produzido a partir da mistura entre o extrato da folha de coca com o vinho Bordeaux.

  Para evitar toda a dor de cabeça que se tem ao lidar com as regras de venda de bebidas, o farmacêutico resolveu misturar o extrato da folha de coca com uma calda de açúcar em vez do vinho. Ele também acrescentou o extrato de noz-de-cola, dando à Coca-Cola a segunda metade de seu nome, bem como uma sacudida extra de cafeína.

                                                    5 RAZÕES PARA NÃO TOMAR

  Mesmo que você não saiba por que, com certeza sabe que refrigerante não faz bem. Desprovido de qualquer valor nutricional, essa água açucarada engorda, leva à obesidade e diabetes, além de outros vários males que não recebem muita atenção nas discussões de saúde, mas que listamos aqui na esperança de lhe recrutar para o lado do suco natural, chá e outras bebidas mais saudáveis. Confira:

                  1 – ENVELHECIMENTO ACELERADO

  Normal, diet, light ou zero, todos os refrigerantes de cola contêm fosfato, ou ácido fosfórico, um ácido que dá ao refri seu sabor típico e aumenta seu tempo de prateleira. Embora ele exista em muitos alimentos integrais, tais como carne, leite e nozes, ácido fosfórico em excesso pode levar a problemas cardíacos e renais, perda muscular e osteoporose, e um estudo sugere que poderia até provocar envelhecimento acelerado.

  O estudo, publicado em 2010, descobriu que os níveis de fosfato encontrados em refrigerantes fizeram com que ratos de laboratório morressem cinco semanas mais cedo do que os ratos cujas dietas tinham níveis normais de fosfato. Pior ainda é a tendência preocupante dos fabricantes de refrigerantes de aumentar os níveis de ácido fosfórico em seus produtos ao longo das últimas décadas.

                  2 – PODE CAUSAR CÂNCER

  Em 2011, a instituição sem fins lucrativos Centro de Ciência para o Interesse Público solicitou à Administração de Alimentos e Drogas americana para proibir o corante artificial caramelo usado para fazer Coca-Cola, Pepsi e outros refrigerantes marrons. O motivo: dois contaminantes na coloração, 2-metilimidazole e 4-metilimidazol, que já causaram câncer em animais. De acordo com uma lista proposta na Califórnia de 65 de produtos químicos conhecidos por causar câncer, apenas 16 microgramas por pessoa por dia de 4-metilimidazol é o suficiente para representar uma ameaça de câncer. Qualquer refrigerante (normal, diet, zero) contêm 200 microgramas por 570 ml.

                 3 – DENTES PODRES E PROBLEMAS NEUROLÓGICOS

  Nos EUA, dentistas até deram o nome de um refrigerante (boca “Mountain Dew”) para uma condição que eles veem em um monte de crianças que o bebem demais. Elas acabam com a boca cheia de cáries causadas por níveis de açúcar em excesso.

  Além disso, um ingrediente chamado óleo vegetal bromado, ou BVO, adicionado para evitar que o aroma separe-se da bebida, é um produto químico industrial usado como retardador de chamas em plásticos. Também encontrado em outros refrigerantes e bebidas esportivas baseados em citros, o produto químico tem sido conhecido por causar distúrbios de memória e perda nervosa quando consumido em grandes quantidades. Os pesquisadores também suspeitam que o produto químico se acumula na gordura do corpo, podendo causar problemas de comportamento, infertilidade e lesões nos músculos do coração ao longo do tempo.

                  4 – LATAS TÓXICAS

  Não é apenas o refrigerante que causa problemas. Quase todas as latas de alumínio de refrigerante são revestidas com uma resina chamada bisfenol A (BPA), usada para impedir os ácidos do refrigerante de reagir com o metal. BPA é conhecida por interferir com os hormônios e tem sido associada a tudo, de infertilidade a obesidade a algumas formas de câncer. E, enquanto a Pepsi e a Coca-Cola estão atualmente envolvidas em uma batalha para ver qual empresa pode ser a primeira a desenvolver uma garrafa de plástico 100% baseada em plantas que elas estão divulgando como “sem BPA”, nenhuma empresa está disposta a retirar a substância das latas de alumínio. (*)

  (*) Não somente com refrigerantes, porém com alimentos e outros ingredientes consumíveis via oral, armazenados nas embalagens aluminadas ou tratadas com demais elementos metalizados, podem causar o Botulismo, que é assim explicado:

                                                            O Que é Botulismo?

  O Botulismo é uma doença rara, porém grave, causada pela bactéria Clostridium Botulinum. Essa bactéria pode entrar no organismo através de machucados ou podem viver em alimentos enlatados ou preservados inadequadamente.

                                                                     Causas

  A bactéria Clostridium Botulinum é encontrada no solo e em água não tratada em todo o mundo. Ela produz esporos que sobrevivem em alimentos preservados ou enlatados de forma inadequada, onde produzem a toxina. Ao ser ingerida, mesmo quantidades mínimas dessa toxina podem causar envenenamento grave.

  Os alimentos mais comumente contaminados são vegetais em conservas caseiras, carne de porco e presunto curados, peixe defumado ou cru, e mel ou xarope de milho. O Botulismo também pode ocorrer se a bactéria entrar em ferimentos abertos e produzir as toxinas ali.

  O Botulismo infantil ocorre quando um bebê ingere esporos e as bactérias crescem em seu trato gastrointestinal. A causa mais comum de Botulismo infantil é a ingestão de mel e xarope de milho.

  Normalmente, a bactéria Clostridium Botulinum pode ser encontrada nas fezes de algumas crianças.

  Cerca de 110 casos de Botulismo ocorrem nos EUA por ano. A maioria dos casos ocorre em crianças.

                                                                     Exames

O médico realizará um exame físico. Pode haver sinais de:

    Ausência ou diminuição dos reflexos do tendão profundo
    Ausência ou diminuição do reflexo faríngeo
    Pálpebra caída
    Perda da função/sensibilidade muscular
    Instestino paralisado
    Comprometimento da fala
    Retenção urinária com incapacidade de urinar

Podem ser realizados exames de sangue para identificar a toxina. Pode ser solicitada também uma cultura das fezes. Podem ser realizados exames laboratoriais no alimento suspeito para confirmar o Botulismo.

                                                             Mais sobre Botulismo

Dirija-se ao pronto-socorro ou ligue para o número de emergência local (por exemplo, 190) se suspeitar de Botulismo.

                                                            Sintomas de Botulismo

  Os sintomas, geralmente, aparecem de 8 a 36 horas após a ingestão do alimento contaminado. NÃO ocorre febre com essa infecção.

  Em adultos, os sintomas podem incluir:

    Cólicas abdominais
    Dificuldade respiratória que pode causar insuficiência respiratória
    Dificuldade para engolir e falar
    Visão dupla
    Náusea
    Vômito
    Fraqueza com paralisia (idêntica nos dois lados do corpo)"

  Os sintomas em crianças podem incluir:

    Constipação
    Baba em excesso
    Alimentação deficiente e sucção fraca
    Angústia respiratória
    Choro fraco
    Fraqueza, perda de tônus muscular

                                                       Tratamento de Botulismo

Será necessário um medicamento para combater as bactérias, denominado antitoxina contra Botulismo.

O indivíduo deverá permanecer no hospital se apresentar problemas respiratórios. Uma sonda pode ser inserida através do nariz ou da boca para o interior da traqueia, para proporcionar uma passagem para o oxigênio. Pode ser necessário utilizar um aparelho de respiração artificial.

Indivíduos com problemas para engolir podem receber líquidos pela veia (por IV). Pode ser inserida uma sonda de alimentação.

Os médicos devem comunicar às autoridades estaduais de saúde ou aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA sobre pacientes com Botulismo, para que os alimentos contaminados possam der removidos das lojas.

São prescritos antibióticos para algumas pessoas, mas nem sempre eles ajudam.

[Rayom Ra]

FONTE:

                   5 – POLUIÇÃO DA ÁGUA

  Os adoçantes artificiais utilizados em refrigerantes diet não quebram em nossos corpos, e nem o tratamento de águas residuais consegue separá-los antes que entrem nos cursos de água. Em 2009, cientistas suíços testaram amostras de água tratada, rios e lagos na Suíça e detectaram níveis de acessulfame K, sucralose e sacarina em todos, substâncias usadas em refrigerantes diet. Um teste recente em abastecimentos de água municipal nos EUA também revelou a presença de sucralose em todos os 19 estudados. Não está claro ainda o que esses níveis encontrados podem fazer com as pessoas, mas pesquisas anteriores concluíram que a sucralose em rios e lagos interfere com os hábitos de alimentação de alguns organismos.[MSN]

               BEBER MUITO REFRIGERANTE PODE CAUSAR PARALISIA

  Depois de notarem um aumento no número de pacientes com problemas musculares, médicos emitiram um aviso sobre consumo excessivo de bebidas de cola, de acordo com a edição de julho da revista científica International Journal of Clinical Practice (IJCP).

  O médico Dr. Moses Elisaf do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Ioannina, Grécia, afirma que estamos consumindo muito mais refrigerantes do que antigamente. Isso acarreta uma série de problemas como desmineralização dos dentes, síndrome do desenvolvimento metabólico, diabetes e problemas dentários.

  Há evidências de que o consumo excessivo de cola pode levar a hipocaliémia, uma doença onde o nível de potássio cai, causando um efeito adverso nas funções vitais dos músculos. Os sintomas podem variar de fraqueza a paralisia profunda. Os casos de estudos eram pessoas que consumiam de dois a nove litros de cola por dia. Os ingredientes presentes no refrigerante que causam a doença são: glicose, frutose e cafeína.

  O tratamento é simples, todos os pacientes que participaram do estudo do Dr. Elisaf tiveram recuperação total depois de suspenderem o consumo de cola e tomaram suplementos de potássio intravenoso. Mas apesar disso, a doença os deixa mais suscetível a potenciais complicações fatais, como batimento cardíaco irregular.

  Em 2007 o consumo anual de refrigerantes ao redor do mundo alcançou o nível de 552 bilhões de litros, o equivalente a mais de 80 litros por pessoa por ano. E isso ainda tem projeção para aumentar para 95 litros por pessoa por ano até 2012. Porém olharmos para os Estados Unidos, o consumo já atingiu a 212 litros por pessoa.

  Médicos acreditam que bebidas de cola devem estar na lista de drogas e substâncias que podem causar doenças. Bem como a indústria de refrigerantes deve promover o uso moderado de seus produtos e incentivar a prática de atividades físicas. [Science Daily]
                                                                    BÔNUS

  Há indicações de que refrigerantes de cola podem prejudicar o esperma e até causar paralisia muscular. Além de potencialmente causarem tantos problemas, podem ser viciantes.

  Enquanto a ideia de bebidas com cocaína em sua composição pode parecer absurda aos leitores de hoje em dia, estes produtos eram bastante comuns no final do século 19. De fato, a cocaína era legal nos Estados Unidos até 1914 - época em que a substância tinha uma variedade (por vezes questionáveis​​) de usos médicos. Acreditava-se que cocaína em pó, pílulas e tônicos de cocaína tinham o poder de curar uma diversidade de doenças, desde dores de cabeça e fadiga a constipação, náusea, asma e impotência.

  Conhecendo a cocaína como o que ela é hoje, é difícil acreditar que a substância já foi promovida como uma droga milagrosa, vendida e elogiada por algumas das maiores mentes na história da medicina, incluindo Sigmund Freud e pioneiro cirurgião William Halsted.

  Segundo o historiador Howard Markel, a cocaína foi promovida até mesmo por Thomas Edison, pela Rainha Vitória e pelo Papa Leão XIII.

  Em 1884, Sigmund Freud era um jovem médico em Viena, lutando para ganhar a vida e ser mundialmente famoso. Ele só precisava de uma descoberta: e achou que a tivesse encontrado.

  Ele escreveu sobre a cocaína para sua futura esposa: “Se tudo correr bem, vou escrever um ensaio sobre ela e espero que ganhe seu lugar na terapêutica, ao lado da morfina e superior a ela. Eu tomo pequenas doses regularmente contra a depressão e contra a indigestão, e com o mais brilhante de sucesso”.

  Foi uma estreia explosiva que ecoaria um século depois, quando a cocaína ressurgiu como um tipo diferente de droga milagrosa: o tipo que poderia ajudá-lo a festar a noite toda, sem efeitos nocivos ou risco de vício.

  A história nos conta, no entanto, que tal entusiasmo passou, e a explosão deixou destroços de vidas humanas para trás.

  Freud não foi o primeiro a escrever sobre a cocaína. A droga é derivada da planta de coca, que os nativos da América do Sul mascaram durante séculos e ainda mascam.

  Em 1880, uma série de empresas teve sucesso em criar uma versão concentrada da planta: cloridrato de cocaína, dezenas a centenas de vezes mais poderoso do que mastigar uma folha de coca.

  Na década de 1880, a literatura médica consistia em relatos de casos da droga. Médicos escreviam sobre tentativas e erros com pacientes.

  De acordo com o historiador Markel, Freud devorou esses relatórios e escreveu seu próprio. O resultado, em 1884, foram 70 páginas de homenagem ao pó branco que Freud pensou que podia ser uma cura para o vício da morfina.

  De alguma forma em seu êxtase, ele mencionou apenas de passagem que a droga poderia também servir como um analgésico tópico potente – forma a qual ainda é usada às vezes.

  O cirurgião pioneiro William Halsted, na época com 32 anos, já era conhecido em Nova York quando leu o artigo de Freud e foi imediatamente atraído para explorar o uso da cocaína como analgésico.

  Além de altas taxas de infecção, a cirurgia na década de 1880 era um negócio brutal. Éter e clorofórmio eram usados como anestésicos, mas, de acordo com Markel, médicos e enfermeiros tinham que lutar, literalmente, com o paciente para mantê-lo parado.

  Buscando um método melhor, Halsted começou a injetar cocaína em seus próprios membros, assim como de amigos, alunos e colegas.

  Ele de fato descobriu um meio valioso de amortecimento das terminações nervosas, mas a descoberta veio a um preço elevado.

  Alguns meses depois, quando um paciente entrou na sua sala de operações com uma fratura na perna, o cirurgião estava destroçado física e mentalmente. Markel conta que Halsted estava tão drogado de cocaína que sabia que não poderia operar.
 
  Então, tomou um táxi e foi para casa, permanecendo lá durante os próximos sete meses, se drogando. Sem dúvida, diz o historiador, houve muitos viciados como Halsted, mas em grande parte os problemas foram escondidos por uma onda de publicidade positiva.

  “Havia todo tipo de alegações de saúde sendo feitas”, explica Markel. “Se você tivesse dor de estômago, se estivesse nervoso, se fosse letárgico, se precisasse de energia, se tivesse tuberculose, asma, todos os tipos de coisas; a cocaína curaria o que quer que fosse que você tivesse”.

  Naquela época, as drogas não estavam presas atrás das paredes das farmácias. A cocaína era vendida em bebidas, pomadas, mesmo margarina. O produto mais popular era um vinho com cocaína desenvolvido por um químico francês. Na imagem no topo deste artigo era vendido como pastilhas para curar dor de dente em crianças.

  Em Atlanta, um veterano da Guerra Civil chamado John Syth Pemberton criou um vinho parecido. Viciado em morfina depois de sofrer ferimentos de guerra, John estava interessado na cocaína como um tratamento para o vício da morfina.

  Ele também era um grande homem de negócios. Quando a cidade em que vivia proibiu a venda de álcool, ele inventou uma versão doce, não alcoólica: a Coca-Cola.

  Na mesma época, em Viena, a saúde do próprio Freud estava se deteriorando devido ao uso de cocaína. Ele sofreu uma arritmia cardíaca grave e bloqueios nasais. Em uma carta de 1896, confessou seu vício e jurou parar.

  Freud talvez não tenha sido realmente viciado, mas não estava sozinho no crescimento do cuidado com a droga “milagrosa”.

  Markel conta que no início dos anos 1890, a literatura médica era cheia de relatos de pessoas que usavam muita cocaína e tinham se tornado viciadas. O cirurgião Halsted era uma delas (o que não o impediu de ser brilhante em sua profissão).

  Sendo assim, os anúncios sumiram. Em 1903, não havia mais cocaína na Coca-Cola. Em 1914, a droga já era vista como algo indesejável e, muitas vezes, ligada a estereótipos ruins de pessoas (ou até mesmo malucos).

  Um artigo infame do jornal americano The New York Times, escrito pelo médico Edward Huntington Williams, alertou para um novo perigo da cocaína: demônios. Williams descreveu um chefe de polícia que alegou que sua munição teve pouco efeito sobre esses usuários de drogas e muitas unidades policiais optaram por utilizar armas mais potentes.

  Mais tarde, em 1914, o Congresso americano aprovou a Lei de Narcóticos Harrison, proibindo o uso não médico da cocaína, bem como de outras drogas, como a maconha. Havia começado a longa carreira da cocaína como uma fora da lei.

  Uma vez proibida, o uso da cocaína caiu, embora Markel conte que houve um pequeno aumento durante a proibição.

  Até a década de 1970, no entanto, as histórias de criminosos e viciados foram largamente esquecidas. Com o esquecimento, houve uma explosão de uso que superaria à ocorrida um século antes.

  Novamente, começou com a elite. “Para ser um usuário de cocaína em 1979, tinha que ser rico, moderno e elegante”, conta Mark Kleiman, professor de política pública. As pessoas não estavam preocupadas com as desvantagens – o que, todos sabemos hoje, foi um grande erro.

  A gota d’água para muitos foi a morte de Len Bias em 1986, ex-jogador de basquete, que morreu de ataque cardíaco depois de uma noite de festa e cocaína com amigos.

  Os legisladores reagiram com uma ferocidade que atingiu os usuários mais pobres e não brancos. Em 1986 e novamente em 1988, o Congresso americano aprovou leis de condenação obrigatória que levaram a uma explosão na população carcerária dos EUA.

  Estudos apontam que, desde esse pico, em meados dos anos 80, o número de usuários de cocaína caiu pela metade. Hoje, o uso de cocaína é dominado por viciados (estima-se, nos EUA, que 50% a 60% de toda a cocaína sejam consumidas por pessoas que foram presas no ano passado).

  A cocaína tem sido elogiada e amaldiçoada, não uma só vez, mas em dois ciclos frenéticos, com um século de distância.

  E o que é mais incrível: as drogas sempre mostraram seu poder de afetar totalmente a percepção humana. Freud nunca reconheceu o papel da cocaína em seus males físicos, assim como os usuários de drogas sempre procuram desculpas ou benefícios para seus vícios. “É incrível o que as pessoas fazem para negar os perigos das coisas que tendem a gostar”, argumenta Markel. [CNN]

  No entanto, alguns anos mais tarde – em especial, em 1903 – a maré da opinião pública se voltou contra a droga amplamente usada e abusada, levando o então gerente da Coca-Cola, Asa Griggs Candler, a remover quase todo o percentual de cocaína utilizada nas bebidas da empresa. Porém, a Coca-Cola não se tornaria completamente livre da cocaína até 1929, quando os cientistas aperfeiçoaram o processo de remoção de todos os elementos psicoativos do extrato da folha de coca.

FONTE: http://hypescience.com/tem-coca-ai-na-coca-cola/

Rayom Ra 
[Leia mais Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads completos ]

Nenhum comentário:

Postar um comentário