Em cada
caso, o peixe representa a força vital nas águas. Isto, claramente, é o que
está indicado pelo enfático nome Noé: נ
Nun (peixe) + ח Chet (vida). Onde
encontramos isto em nós próprios? Para tal, buscamos no manancial de nossas
vidas: a energia sexual. O esperma e
o óvulo são o “peixe” nas “águas” da sexualidade. Quando combinados a vida
emerge. O único meio de criar vida é trabalhando através destas “sementes.” Por
conseguinte, “Noé” é a semente guardada dentro de nós. Noé é a “semente da
alma.”
Noé representa a verdadeira natureza de nossa
psique, conhecida em diferentes tradições pelos nomes como consciência, a alma,
Jiva, “natureza búdica” – a pura, imaculada, naturalmente radiante e cognizante
centelha do divino, que através de uma específica ciência pode crescer total e
completamente em maestria, anjo ou buddha (qualquer outro nome que deseje
usar). De fato, o nome Noé significa “descanso”. Se você estudou hinduísmo ou
budismo, verá imediatamente que isso corresponde a mais elevada conquista
daquelas tradições –Nirvana – que significa “descanso, cessação.” Assim é
porque a escritura continua com:
“E eis a história de Noé: Noé era homem justo
e íntegro איש iysh [fogo masculino] entre os seus contemporâneos (efeito
sexual); Noé andava com Deus [Elohim masculinos e femininos]. E Noé gerou três
filhos: Shem, Ham e Japheth.” – Genesis 6:9-10
Caso você não sabia, a palavra hebraica
Elohim é plural; significa “deuses e deusas.” É estranho que as pessoas evoquem
o judaísmo e o cristianismo monoteísta, ao passo que as escrituras, por elas
mesmas, não o sejam.
“Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem [Elohim (deuses e deusas) criaram Adão à sua
imagem] à imagem de Deus o criou [Elohim – deuses e deusas criaram Adão...];
homem e mulher os criou.” Genesis 1:27
Não vamos, contudo, por uma digressão muito
longa. Estávamos explicando que Noé representa a semente da alma. Isto está
claramente explicado na mesma e seguinte passagem da escritura.
A CRIAÇÃO DA ALMA
A CRIAÇÃO DA ALMA
“E eis
a história de Noé: Noé era homem justo e íntegro justo איש iysh [fogo
masculino] entre os seus contemporâneos (efeito sexual); Noé andava com Deus
[Elohim masculinos e femininos]. E Noé gerou três filhos: Shem, Ham e Japheth.”
– Genesis 6:9-10
Os três filhos de Noé são simbolismos das
três partes do completo desenvolvimento da alma.
A despeito da degeneração que nos corrompeu a
todos, “Noé”, deve sobreviver se a alma é para se desenvolver.
Se esta ideia sobre o desenvolvimento da alma
parece nova a você, talvez seja devido a que aspectos do Cristianismo foram
editados alheios ao ensinamento. Contudo, Jesus disse:
“É na
vossa perseverança que ganhareis as vossas almas.” – Lucas 21:19
A alma desenvolvida é representada pela veste
do casamento mencionado por Jesus, a carruagem de Ezequiel, a carruagem de
Krishna, o barco solar dos egípcios, o corpo dourado dos gregos e muitos outros
símbolos mitológicos.
No “O Mahâbhârata”, Krishna (Cristo) guia a
carruagem (Corpos Solares) de Arjuna (A Alma Humana).
A alma somente pode ser concebida através de
um “segundo Nascimento”, ensinado por Jesus como resultado do Espírito Santo
(fogo) com uma secreta água viva; ambos tendo sido integralmente falado por
Jesus, estando simbolicamente ocultos nas entrelinhas das escrituras.
“A
isto respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3
“Perguntou-lhe Nicodemus: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode,
porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?”
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da
(viva) água e do (Santo) Espírito (que é fogo) não pode entrar no reino de
Deus”
“O
que é nascido da carne é carne, (físico) o que é nascido do Espírito é espírito
(espiritual, em outras palavras: alma)” João 3: 4-6
Nascimento é sexual, seja relativo ao
nascimento físico ou espiritual. A alma tem que ser concebida, nascendo. Não
teremos uma verdadeira alma até que concebamos uma. Temos a semente da alma, o
potencial [matéria prima], porém não “nascemos de novo” até que a alma esteja
nascida.
Ninguém é nascido por palavras ditas ou
crendo em alguma coisa. Nascimento é assunto sexual.
Noé é a semente da alma, e a chispa que
começa o fogo.
“Noé um homem justo איש [iysh]…” Genesis 6:9
A palavra איש
pode ser traduzida como “homem”, ainda que o simbolismo desta palavra seja
devastador: a palavra אש esh, é
“fogo”, com a letra יiod no meio. י iod detem tantos significados que
demos várias palestras exatamente sobre ela. Representa um homem, o pacto entre
o homem e Deus, circuncisão, o falo e muito mais. Assim, איש pode ser entendida como representando alguém que esteja
seguindo os mandamentos, obedecendo ao pacto do fogo (pureza sexual) que
“permanece no meio do fogo da fornalha e não é queimado” (ver Daniel 3, onde
três homens, as partes da alma, permanecem no fogo da fornalha com um
misterioso quarto homem, como Noé e seus três “filhos.” Você deve também estar
ciente de que “fornalha” está etimologicamente conectada com a palavra
“fornicação.”)
Em síntese, pela preservação de nosso Noé
interno, nossa divindade pode expurgar a impureza que nos aprisiona no
sofrimento. Aquele fogo interno, Noé, tem de ser protegido no ark-anum – o conhecimento secreto –
dentro do qual ele flutua acima das águas que consomem [afogam] toda impureza.
Veja: a água e o fogo trabalham juntos.
A CORRUPÇÃO DA TERRA
A escritura continua:
“A
terra (o corpo) estava corrompida à vista de Deus (Elohim – os deuses e deusas)
e cheia de violência.”
“Viu
Deus (Elohim: deuses e deusas) a terra (corpo) porque todo ser vivente havia
corrompido o seu caminho na terra (corpo).”
“Então
disse Deus (Elohim: deuses e deusas) a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne,
porque a terra (corpo) está cheia da violência dos homens; eis que os farei
perecer justamente com a terra (corpo).” – Genesis 6:11-13
Isto não significa que destruindo o corpo
físico a liberação é alcançada. A corrupção da “terra” é mais profunda que
isto; é uma corrupção que vai mais longe do que unicamente o corpo físico. A
morte não limpa sua mente das impurezas. A limpeza que necessitamos não pode
ser tomada unicamente através do corpo físico. É o motivo pelo qual os deuses
têm de intervir.
Explanamos que a “terra” não é exatamente o
corpo físico: é nossa matéria que se estende além do mundo físico. Quando você
se zanga, aquela qualidade assume sua mente, coração e corpo físico. Tudo
aquilo junto é sua “terra”. Então, para destruir aquela zanga, é necessário
destruí-la onde ela reside: na própria mente. Quando você dorme e está a sonhar,
está possuído daquela zanga. Seu corpo físico não está lá; ele se encontra
dormindo na sua cama. E mais, no seu sonho você está ainda na terra, porém não
na sua terra somente física. Deste modo, a corrupção da terra se estende,
exatamente, para além do corpo físico. A limpeza de que necessitamos deve
também estender-se para além da fisicalidade. É por isto que o inferno existe:
ele limpa a mente. Entretanto, se alguém se limpa antes, não precisa ir lá.
A
SEMENTE NA CASCA
De fato, necessitamos do corpo físico no
sentido de obter a liberação. Comprova-se, do mesmo modo, em relação à
verdadeira natureza de nosso ser. Noé também está relacionado com elementos
fisicamente em nós. Para ser salvo da “enchente”, Noé precisa ser preservado na
Arca.
Explicamos que a Arca
não é um barco, porém um profundo símbolo com muitos significados sobrepostos.
A Arca representa o ensinamento: o arcano. A Arca também representa o corpo
físico. Escondido dentro do corpo, secretamente, está uma preciosidade, um dom
da vida, o divino elemento. Em outras palavras, seu corpo é a casca (tebah:
hull) da semente (Noé), e dentro dela estão elementos imaturos dos quais alguma
coisa grande pode ser criada. Aquela semente é seu próprio Noé (Manu) interior.
Cada semente contem um
arquétipo. Observe as palavras: ark-etype. Um arquétipo é um esquema, um plano,
um potencial. A palavra arquétipo vem do Latim “archetypum” primeiro molde ou matriz, de “arkhe” – primeiro. No interior da semente de uma
planta está o potencial para tornar àquela uma planta. Do mesmo modo, dentro da
semente humana (sêmen e óvulo) estão arquétipos: potenciais – porém, em nosso
caso, aquele potencial não está ainda completamente desperto. Nós possuímos a
forma humana, porém não somos como Noé, Moisés, Manu, Zi-ud-sura. Ainda que
tenhamos aquele potencial: está em nossa arca, nossa semente.
CONSTRUINDO A ARCA
Se então a Arca é a ciência secreta e também
o corpo físico, por que Noé teve de construí-la? Porque a Arca representa
estágios do desenvolvimento daquele corpo.
A tradução usual diz: “Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos, e
calafetarás com betume por dentro e por fora.” – Genesis 6:14
Não há tal madeira chamada “gopher” [a tradução
bíblica para o Português é cipreste]. Estudiosos têm debatido esta identidade,
porém nunca descobrem porque esta não é literalmente madeira. Em Hebreu, esta
passagem é עצי־גפר. As duas primeiras
letras עץ ets podem ser
interpretadas como “madeira” ou “árvore.” Há duas árvores significativas na
Bíblia sendo ambas escritas com עצ:
- עץ החיים:
a árvore da vida.
- עץ הדעת
טוב ורע: a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Esta história completa começou com o abuso da
árvore do conhecimento. Eis porque Adão e Eva tiveram de deixar o Jardim. Logo,
o caminho de volta é pela mesma árvore. Da mesma maneira, faz então sentido
traduzir עצ desta passagem, não como
“madeira”, mas como “árvore.”
A palavra hebraica גפר gopher está resumida de גפרית,
gophriyth, sulphur (denominada na Bíblia “enxofre”). Em Alquimia, sulphur é o símbolo do fogo. Portanto,
esta passagem realmente diz:
“Faze
uma arca (container) de tábuas de cipreste [árvore sulfurosa = enxofre]...”
– Genesis 6:14.
A árvore sulfurosa é o mesmo que a “sarça ardente” vista por Moisés. É
madeira incendiária, ponteada de enxofre, usada para começar o fogo. É a árvore
do conhecimento.
NA BÍBLIA, “CONHECIMENTO” OU “SABER” É SEXUAL
“Coabitou
o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim...” – Genesis
4:1
“Mas o
anjo lhe disse: Maria não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que
conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Então
disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” –
Lucas 1:30-31,34.
Na Bíblia, conhecimento implica conhecimento
sexual. Ademais, está relacionado ao fogo: desejo sexual é uma energia ardente.
É um tipo de fogo que, usado sabiamente, pode se tornar muito construtivo.
Entretanto, usado estupidamente, pode ser muito destrutivo. A “árvore do conhecimento do bem e do mal”
é dualista, significando que o conhecimento sexual pode ser bom ou mal. Naturalmente,
construir a arca para voltar ao Eden, requer o conhecimento em como usar a
árvore no modo correto.
Esta sentença continua:
“....nela
farás compartimentos...” – Genesis 6:14. Em inglês: [qenim shalt thou make in the tebah] “qenim” é traduzido como
“quartos, dependências”, porém, na realidade é plural para “haste”, “vara”, “bastão”,
ou “verga.” A haste, vara, bastão ou verga são um símbolo da coluna espinhal do
desenvolvimento espiritual de uma pessoa. Os mestres ancestrais carregavam
cajados não por moda, porém como um símbolo do fogo desenvolvido na coluna
espinhal. Aqui é plural porque o trabalho de criar a Arca é uma colaboração
entre homem e mulher.
John Collier pintou este retrato de uma
Bacante Grega com seus itens simbólicos: a pele do desejado animal morto
[instinto], a guirlanda da vitória sobre a cabeça, e em sua mão, a vara
ponteada por um cone de pinho, símbolo da glândula pineal desperta, o “assento
da alma”, o “olho de Brahma”, ou, em outras palavras, o manancial da visão
espiritual.
É de grande significado que a totalidade
desta descrição acontece no Capítulo seis de a Gênesis/Bereshit. Primeiramente,
porque o nome do livro significa “começando”
e deste modo explica como iniciar na trilha espiritual. Segundo, porque em
Hebreu o número seis é a letra ו vav,
que representa a coluna espinhal. Assim sendo, este capítulo é sobre o
trabalho com nossa coluna espinhal.
Por que a coluna espinhal é importante
espiritualmente? É o condutor que transmite todas as energias do sistema
nervoso, e dá suporte aos canais energéticos entre nossos órgãos sexuais e o
cérebro. O Caduceu de Mercúrio representa isto simbolicamente, como faz a vara
ponteada por um cone de pinha, carregada pelos mestres de antigamente (o cone
de pinha representa a glândula pineal, cujo nome traz “pinha – pine” na sua
morfologia). “...e a calafetarás com
betume por dentro e por fora” – Gênesis 6:14
“Betume” refere-se a como o barco estará
hermeticamente selado, a fim e manter a impura enchente fora.
Continuando:
“And this Assiah shalt thou make…” - “Deste modo a farás...” – Gênesis 6:15.
Na Kabbalah, estudamos quatro mundos. Assiah é o quarto. Relaciona-se ao
estágio final de um trabalho criativo, quando o trabalho está pronto e
realizado. Assiah pode também referir-se ao mundo físico. (Assiah está
mencionado no Livro das Revelações, porém traduzido como “Ásia”).
“Deste
modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento, de cinquenta a largura e
a altura de trinta.” – Gênesis 6:15. Cada letra hebraica é também um
número. Assim estes números são na realidade letras:
- 300: ש Shin,
representa fogo.
-
50 : נ Nun,
representa um peixe.
-
30 : ל Lamed, representa uma vara.
Essas letras representam o trabalho que deve
ser feito no corpo físico no sentido de se obter a liberação.
A letra ש Shin
relaciona-se à trindade, às três forças primárias. É o fogo criativo na base da
vida. É o fogo que inflamou a sarça ardente diante de Moisés. ש Shin representa o poder da
criação inerente a cada átomo; um poder que devemos submeter e dirigir no
sentido da liberação, ao invés de usar nossas energias para nos degenerarmos
mais ainda.
A letra נ Nun
é vida em movimento, o “peixe” ou o poder vivo da sexualidade. Conforme já
mencionado, o peixe reside em nossas águas sexuais. Pela subjugação daquela
força, podemos chegar ao “segundo nascimento”. Jesus falava frequentemente da
“água viva.”
A letra ל Lamed
é o cajado de Moisés, a vara de Aarão, que representa o fogo criativo da letra ש Shin “elevado até um polo” como
uma serpente em brasa, como fez Moisés. Este fogo criativo elevado pela coluna
espinhal “curou os israelitas” (ver
números 21). Mais especificamente, é o qenim (vara, bastão) do verso anterior,
porém desenvolvido, inflamado. No Oriente é chamado Kundalini. No Livro dos
Atos, é representado pelo fogo que chameja nas cabeças dos apóstolos (após
subir por suas colunas espinhais).
A iluminação espiritual é produzida por
grande quantidade de luz interior. Aquela luz é irradiada do fogo, a letra ש Shin, que representa a
fundamental trindade de forças em todas as coisas, e que se encontra no
interior da madeira sulfurosa da árvore do conhecimento dentro de nós. A
história de Noé representa um processo alquímico de transmutação, no qual a
matéria prima é purgada e purificada, e uma matéria aperfeiçoada pôde ser
elaborada.
O restante da história – o dilúvio, os
quarenta dias e noites, a morte do impuro – tudo se relaciona às transformações
psicológicas que devemos suportar na trilha do espiritual.
O avanço espiritual está associado
intimamente com a purificação e a transformação. Tudo aquilo impuro em nós deve
morrer, ao passo que a pureza deve desenvolver-se e se aperfeiçoar.
Quando estudamos Kabbalah sabemos que תבה Tebah, a Arca, é o corpo físico.
Este corpo recebe as forças da divindade, conhecida por יהוה Iod-Chavah ou Jehovah no Velho Testamento, o qual pode ser
ativado por alguém que conheça o segredo, o método, a arca ou o Arcano.
Escritos religiosos através dos tempos da antiguidade referiram-se à
necessidade da purificação interior do corpo, pois “Acaso não sabeis que vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está
em vós, o qual tendes da parte de Deus e que não sois de vós mesmos?” –
1Coríntios 6:19. Quando há imundice no corpo e alma, as enchentes das águas da
degeneração destroem-no. Entretanto, se a alma conhece a ciência secreta, a
arca ou o Grande Arcano, então pode se desenvolver como Noé no sentido de ser
justo e favorecido pela divindade.
Contudo, no Livro da Gênesis encontramos que
a humanidade tinha abusado destas energias para seu pessoal e egoístico
capricho.
O
DILÚVIO E A TERRA
Através de todas as tradições a divindade
instruiu aos profetas e guias da humanidade a respeitar o uso do corpo e mente,
uma vez que são templos que podem armazenar forças de Deus. É justamente quando
seres humanos perdem a visão da finalidade divina de seus templos que eles caem
na degeneração e no pecado. A arca, ou corpo físico, já foi considerada sagrada
pelas tradições religiosas ancestrais, como sendo o celeiro de princípios
espirituais que podem libertar o ser humano.
“A Arca
é a sagrada Argha dos indus, e assim está aqui a relação na qual representa a
arca de Noé, facilmente inferida, quando entendemos que a Argha era uma
embarcação oblonga, usada pelos altos sacerdotes como um cálice sacrificial em
adoração a Isis, Astarte e Venus-Aphrodite, todas sendo deusas dos poderes
generativos da natureza ou da matéria – daí a representar simbolicamente a Arca
contendo os germes de todas as coisas vivas.” – H.P. Blavatsky, Isis Sem
Véu.
Os animais da história de Noé representam
aqueles germes de todas as coisas vivas, o esperma e o óvulo contido no corpo
físico. Estes germes dentro do homem e da mulher são representados pelos “machos e fêmeas animais” armazenados dentro
da “Arca.” Estas raízes primordiais dos elementos podem prover vida física ou
vida espiritual, dependendo de seus usos. Este é o princípio oculto por trás do
Livro da Gênesis, que tem sido lido tradicionalmente como uma história das “gerações”
de Adão e Eva – uma história literal – no entanto, os símbolos, verdadeiramente,
significam o processo da geração, criação e purificação da alma.
Quando Deus disse: “Crescei-vos e multiplicai-vos na terra” na Gênesis, isto é uma
referência à conservação e propagação de forças vitais e espirituais. Contudo,
estas divinas influências somente podem florescer dentro de nós pela construção
da Arca: pela pratica do Arcano ou Ciência Secreta. Aqueles que não praticam os
ensinamentos secretos, conforme instruídos nas escrituras, são engolidos pelos
dilúvios da destruição.
Esta história é um tremendo alerta em função
do comportamento da humanidade de hoje – se o povo continuar a permitir-se às
paixões, violências, cobiças, promiscuidades e guerras – então os Elohim não
terão escolha, senão aniquilar com esta humanidade sem compaixão pela alma, de
modo que, após sua purificação, possa ressoar com as divinas leis. Esta
destruição não é exatamente física, mas psicológica e espiritual, uma vez que
quando o corpo físico morre, a psique continua em outros níveis mais sutís da
matéria, energia e consciência. A morte física não garante purificação e
salvação, por serem estas coisas algo interior, estando mais além do mundo
físico.
É necessário compreender que há dois caminhos
para a divindade purificar a psique.
“... Eis
que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte.” – Jeremias
21:8
Não importa nada mais, a psique tem de ser
purificada. Contudo, se escolhemos ao não nos inclinarmos em nos purificar,
como fez Noé [se purificando], então a natureza fará isto por nós através do
processo religioso chamado “inferno.” Este caminho de falência é um dos grandes
sofrimentos, e ao final não provê nenhum desenvolvimento para a alma. Por outro
lado, temos o caminho da vida, da reunião com o divino que resulta no
embelezamento, santificação, conhecimento e harmonia com a divindade. Isso é
representado nas vidas dos profetas, santos, buddhas, etc. Apesar dos
sofrimentos, dificuldades e sacrifícios inerentes ao palmilhar desse caminho, é
a único que resulta no completo desenvolvimento e liberação da alma, tal como
Jesus de Nazaré ensinou:
“Entrai
pela porta estreita; larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a
perdição (Gehenna) e são muitos os que entram por ela”
“Porque
estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos
os que acertam com ela.” –
Mateus 7:13-14
Este “estreito e apertado caminho” para o
céu, um puro estado de ser, é palmilhado por poucos que aspiram obedecer a
divindade e que amorosamente trabalham seus defeitos no sentido de se
purificar, desenvolver virtudes, humildade, compaixão e amor como resultado da
aproximação da divindade. A maioria da humanidade através de diferentes eras
escolheu ser limpa “naturalmente”, como evidenciado pelas mitologias terrenas e
escrituras. Ao passo que havendo um componente físico na destruição da
humanidade, o processo mais doloroso é no interior das dimensões do cosmos,
conhecido como inferno – Gehenna – onde as almas desencarnadas continuam a
sofrer suas próprias aflições e desejos, até estarem limpos e reciclados pelos
poderes destrutivos da natureza.
Antes
deste processo de purificação no inferno, a humanidade deve ser aniquilada
através de catástrofes físicas. Enquanto o texto bíblico explica que os
Elohim não destruiriam a humanidade como no passado, encontramos outros
desastres naturais ocorrendo em exponencial escala no mundo de hoje, tais como tsunamis,
terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e tempestades devastadoras. Muitos
milhares de pessoas já têm morrido e sobreviventes são forçados a suportar
grande tribulação por conta de destruição e pobreza.
Isto é um tremendo sofrimento ao nível
físico, ainda que almas que desencarnam continuem em outros níveis de matéria,
energia e consciência com as mesmas preocupações, aborrecimentos, sofrimentos e
ódios que tinham quando estavam fisicamente vivas. Entretanto, nas dimensões
inferiores da natureza, que podem ser observadas quando se vai dormir e sonhar,
tais sofrimentos são bem mais intensos do que experienciado em nosso mundo
físico.
Tais cataclismos são um suave prelúdio para
mais e piores catástrofes que têm sido mencionadas pelos profetas e instrutores
de todas as grandes religiões e tradições espirituais, e que se encontram
simbolicamente ocultas na história de Noé. Se desejarmos evitar a destruição
profetizada, mencionada em todos os escritos das grandes religiões, então
devemos aprender e praticar esta misteriosa ciência. No entanto, poucos têm de
fato entrado para o caminho da vida, que é o caminho seguido por Jesus, Buddha,
Muhammad e os grandes guias espirituais. Para trilhá-lo necessita-se de
tremenda coragem, uma vez que é requerida a completa destruição da impureza psicológica
do indivíduo. Muitas pessoas “espiritualistas” querem viver no novo céu e nova
terra mencionados no Livro das Revelações, mas ignoram que isto é primariamente
um símbolo – uma referência a um puro estado da mente. No sentido de habitar o
novo mundo, a mente e o coração devem estar limpos. Isto é impossível realizar
sem o conhecimento da ciência secreta de Noé, pois aqueles que são reciclados
pela natureza não ganharam nada, exceto sofrimento, e não serão privilegiados a
fazer parte da população do novo-purificado mundo.
E somente depois que nossa medida de internação
psicológica tenha sido erradicada pelo dilúvio de práticas espirituais que os
Elohim podem estabelecer um novo céu e uma nova terra, significando: uma nova
vida para o praticante da genuína religião, com o céu representando um puro
estado de consciência e a terra a pureza psicológica e mental – o templo do
divino.
“Aprendam,
pois, a parábola da figueira (ou Gopher): quando já os seus ramos se renovam e
as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim, também, vós: quando
virdes todas essas coisas, sabei que está próximo, às portas.”
“Em
verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará
o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.”
“Mas
a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, bem os anjos do céu, nem o Filho,
senão somente o Pai.”
“Pois
assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem.
Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam
e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E não o
perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a
vinda do Filho do homem.” –
Mateus 24: 32-39
[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
Siga o Link: Qual é o Significado de Noé e a Arca? (I)
Fonte:
http://gnosticteachings.org/faqs/scripture/3394-what-is-the-meaning-of-noah-and-the-ark.html
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
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[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
Siga o Link: Qual é o Significado de Noé e a Arca? (I)
Fonte:
http://gnosticteachings.org/faqs/scripture/3394-what-is-the-meaning-of-noah-and-the-ark.html
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
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