A história de Noé e sua Arca tem
sido contada como uma história infantil, por tantos séculos, que hoje em dia
ninguém suspeita dos reais significados nela embutidos. Ao invés disto, se
parece com todas as histórias infantis: como algo doce e tolo. Contudo, a
história de Noé foi escrita na Bíblia por Moisés não como distração para bebês,
porém como parte da sagrada ciência por ele codificada em seus livros. Moisés,
um homem que esteve face a face com Deus, não desperdiçou seu tempo com
bobagens. Escreveu a história de Noé a fim de ensinar algo importante àqueles
que desejavam ter as experiências que ele tinha. Encontrar Deus não é uma
proeza fácil.
“…quando [após Deus ter falado, ele] desceu
do monte, não sabia Moisés que a pele de seu rosto resplandecia. Olhando Arão e
todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele de seu rosto;
e temeram chegar-se a ele.” –
Êxodo 34.
Caso você não conheça a história de Noé, ela
é contada no primeiro livro de Moisés, chamado Gênesis / Bereshit, capítulos
6-8. Resumindo, ela explica como a divindade, vendo a degeneração da
humanidade, decide destruir todas as coisas viventes, salvo os poucos que são
puros, conduzidos por Noé. Ele é mandado a construir “uma arca” [um barco] na
qual coloca sua família e dois de cada animal, onde eles sobrevivem a um
dilúvio universal.
Moisés não foi o único a contar a história. A
história de Noé é mais velha do que a Bíblia.
Estudantes contemporâneos acreditam que os
livros de Moisés foram compostos no século VI a.C. Entretanto, a história é
contada em livros com mais de mil anos antes da Bíblia.
De: As Instruções de Shuruppak,
Suméria, 1700 a.C ou antes:
“Dia
após dia, permanecendo constantemente a...........Alguma coisa que não foi um
sonho apareceu, conversação ........., ......... feito um juramento pela
invocação do céu e terra. Em Ki-ur, os deuses ...... uma parede. Zi-ud-sura,
permanecendo ao lado da parede, ouviu: “’Flanco, permanecendo ao meu lado
esquerdo, ......... Flanco, dir-lhe-ei palavras; preste atenção às minhas
palavras, preste atenção às minhas instruções. Uma inundação se precipitará
sobre a ......... em todo o ........ Uma decisão foi tomada em que a semente da
raça humana é para ser destruída. O veredito, a palavra da divina assembléia,
não pode ser revogada. A ordem anunciada por An e Enill não pode ser anulada.
Suas realezas, seus tempos foram extintos; seus corações devem ficar tranquilos
quanto a isto....” [...]
“Todos
os vendavais e tempestades foram levantados ao mesmo tempo, e o dilúvio se
abateu sobre a ....... Após o dilúvio ter inundado a terra, e ondas e vendavais
tivessem castigado o imenso barco por sete dias e sete noites, Utu, o Sol,
surgiu iluminando céu e terra. Zid-ud-sura pode fazer uma abertura no imenso
barco e o herói Utu entrou no enorme barco com seus raios. Zid-ud-sura, o rei,
prosternou-se ante Utu. O rei sacrificou gado e ofereceu inumeráveis ovelhas...”
“Zi-ud-sura,
o rei, prosternou-se ante An e Enlil. An e Enlil trataram Zid-ud-sura
bondosamente ......., garantiram-lhe vida como um deus; eles deram-lhe vida
eterna. Naquele tempo, devido a preservar os animais e a semente da raça
humana, eles estabeleceram Zi-ud-sura, o rei, em um país além-mar, na terra
Dilmun, onde nasce o sol.”
Esta [outra/seguinte] história também se
encontra preservada nas Escrituras Indus como antiga, ou mais antiga do que a
Bíblia:
“… havia um poderoso e grande Rishi de nome
Manu. Ele era o filho de Vivaswan e era comparado em glória a Brahma. E em
muito excedia seu pai e avô em força, em poder, em fortuna bem como em
austeridade religiosa.
E havia
água por toda parte e as águas cobriram o céu e também o firmamento ....... o
peixe diligentemente puxou o barco pela enchente por mais de um longo ano e
então ....... rebocou o barco pelos mais alto pico do Himavat. E, Ó Bharata, o
peixe então disse àqueles no barco para amarrá-lo ao pico do Himavat.” – O
Mahabharata, Livro 3: Vana Parva: Markandeya-Samasya Parva: Seção 186.
Há mais: a história do “grande dilúvio” foi contada não somente pelos
Hebreus, Cristãos, Sumerianos e Indus, mas também pelos Gregos (Deukalion), os
K’iche, Maias, La Courte Oreilles Ojibwa e Muisca – povos de muitas culturas,
em muitos continentes e muitas eras.
Muitos interpretam as referências do mundo
como evidências de que a história de Noé aconteceu fisicamente, e transmitem de
modo literal uma explicação histórica de um dilúvio universal. Como em todas as
histórias ancestrais há elementos literais. Noé foi uma pessoa. Civilizações
foram destruídas, e alguns habitantes – aqueles escolhidos pelos guias divinos
– foram salvos. Não obstante, isto não é de maior importância na história.
Histórias antigas descrevem pouco amparo ao nosso sofrimento nestes momentos. O
valor da história é muito mais profundo do que possa ser encontrado numa
interpretação literal. Para chegar aos verdadeiros significados, o leitor deve
saber como ler o código.
SIMBOLISMO E MITO
Todas as escrituras genuínas são alegóricas e
simbólicas. Não são documentos literais da história, muito embora algumas das
imagens, personagens e personalidades descritas nos textos sagrados, realmente
tenham existido. Contudo, suas performances nos contextos das sagradas
escrituras servem como âncoras de princípios espirituais que o devoto de
qualquer religião busca desenvolver nele mesmo, como parte do caminho que
conduz ao completo desenvolvimento. A Arca de Noé traz oculta esta ciência mística, em valores
simbólicos.
A Bíblia é uma coleção de manuscritos. A
primeira parte, o Velho Testamento, é traduzida da tradição judaica. No judaísmo,
aquela coleção de manuscritos é chamada de Tanakh. Especificamente, a história
da Arca está na Torah – os cinco livros de Moisés. Além do mais, no judaísmo,
há muito mais escrituras, e nem todas estão disponíveis ao público. Em outras
palavras: há níveis de ensinamentos. Por outro lado, o cristianismo rejeitou a
maioria daqueles manuscritos. Estamos destacando isto porque Jesus, como judeu
e um mestre do Hebreu e dos ensinamentos secretos do judaísmo, não foi seguido
por seus estudantes como um exemplo. Eles acentuadamente evitaram o
conhecimento necessário no sentido de compreenderem suas próprias tradições. Um
cristão que conhece Hebreu e Kabbalah compreende muito melhor Jesus e o
cristianismo.
Os ensinamentos secretos do judaísmo são
belamente documentados numa escritura chamada “O Livro do Esplendor” [Sepher há
Zohar]. Sobre a natureza simbólica das escrituras o Livro diz:
“Rabi Simeon anota: “Decepção sobre o homem
que diz que a Torah veio para relatar histórias, simples e claramente, e
fábulas simplórias sobre Esau, Laban e assemelhadas. Se fosse assim, mesmo nos
dias atuais, poderíamos produzir a Torah de matérias simplistas, e talvez mesmo
mais interessantes de que aquelas. Se a Torah existiu para exemplificar
assuntos terrenos, os legisladores do mundo detêm entre eles coisas até
superiores. Sendo assim, os deixem segui-los e produzir deles a Torah da mesma
maneira. Deve-se ter em conta que todos os itens na Torah são de uma natureza
superior e dos mais elevados segredos.”
“Vinde e contemplai: - o mundo acima e o
mundo abaixo são medidos com uma só medida. Os filhos de Yisrael abaixo
correspondem aos elevados anjos acima. Está escrito sobre os elevados anjos:
“Fazes a teus anjos ventos...” [e a teus ministros, labaredas de fogo]-(Salmos
104:4). Quando eles descem bem abaixo estão vestidos com as vestimentas deste
mundo. Se não tivessem adquirido as vestes para este mundo, seriam incapazes de
aqui existirem, e o mundo não conseguiria dar-lhes abrigo. Em sendo assim para
os anjos quanto mais é para a Torah que criou esses mensageiros e todos os
mundos existentes que são devidos a ela. Uma vez que foi trazida para baixo,
aqui neste mundo, não estivesse vestida com todas as envolventes vestes do
mundo – que são as histórias e fábulas simplistas – o mundo não teria como
tolerá-la.”
Contudo, o que é importante é a mensagem por
trás do véu.
Aqueles que procuram somente por
interpretações literais da escritura tornam-se confusos, porque a Bíblia não é
um texto histórico explícito. Escrituras foram escritas para comunicarem
conhecimento espiritual e o melhor caminho para comunicar aquele tipo de
conhecimento é numa linguagem espiritual, que é a linguagem da metáfora,
alegoria e simbolismo. Seria absurdo acreditar que tudo na América é vermelho,
branco e azul como sua bandeira; ainda assim é isto que está sendo feito por
aqueles que leem literalmente documentos espirituais. Uma bandeira é um
símbolo. Assim são os personagens e histórias na escritura.
Aqueles que buscam somente evidências físicas
dos eventos descritos na Bíblia são tolos como alguém tentando encontrar os
corpos de Humpty Dumpty [o ovo antropomórfico de “Alice no País das Maravilhas”]
ou Jack and Jill. Contos infantis são projetados para ensinar e não para serem
lidos como histórias literais. Escrituras são também projetadas para ensinar,
porém em um nível mais elevado do que histórias infantis. Os personagens de
histórias infantis representam qualidades, eventos, modos de comportamentos;
assim também são os personagens de escrituras, estes muito mais ainda
representam estágios de desenvolvimento espiritual.
Os acontecimentos mencionados na Bíblia,
evocados talvez de eventos do passado, a maioria deles, dos personagens e
lugares, nunca terão existido em primeiro plano. Insistindo: cada elemento da
Bíblia é primordialmente simbólico e não literal.
Muito embora alguns cientistas acreditem ter
encontrado a arca física usada por Noé no Velho Testamento, isto não é
plausível, uma vez que nunca houve um barco de madeira usado por um homem de
nome Noé, para escapar de uma enchente. A arca é um símbolo. O que menos é
destacado na história da Bíblia é justamente o conteúdo de maior significado
ali embutido. Além do mais, se alguém tenta interpretar escrituras literalmente
torna-se fácil ver-se que pouco disto se faz lógico, de sentido prático, sendo
com frequência completamente contraditório. Isto enfatiza o fato de que a
Biblia não é para ser interpretada literalmente.
Alguns exemplos da natureza simbólica da
escritura inclui o espaço de vida dos personagens bíblicos, com importantes
figuras vivendo em qualquer lugar, com idades entre 150 a 900 anos. Noé é contado
ter vivido 500 anos [segundo a bíblia em Português Noé viveu 950 anos] – um fato por si só miraculoso – antes ele geraria filhos,
que também viveriam até longuíssimas idades. Embora nos ensinamentos esotéricos
aprendamos que nas primeiras eras, antes que a humanidade degenerasse no
barbarismo, o tempo de vida dos seres humanos fosse mais longo do que é hoje,
ainda assim esses números apontam para alguma coisa simbólica, não literal.
Isto remete ao estudo da numerologia dentro
do judaísmo, conhecido como Kabbalah. Conhecendo Kabbalah, podemos interpretar
estas idades como algo representativo de estágios no desenvolvimento
espiritual, dramatizado através dos personagens bíblicos como Noé, sua esposa e
seus filhos. Estes números são portadores de significados espirituais, uma vez
que a Bíblia é um livro de instrução espiritual, e não, como muita gente pensa,
documentação literal abarcando largos tempos de vidas físicas para
individualidades históricas.
Ainda que seja desconhecido para a maior
parte da humanidade, o fato é que literatura religiosa e mística foi sempre
escrita para pequeno grupo especialmente educado, e, por seu turno, os pequenos
servidores abastecidos daquela literatura perceberam que poderiam ajudar os não
educados. Aqueles, por falta de especial entendimento, não tiveram ideia de que
haveria mais significados do que estavam contando. De fato, há muito níveis de
entendimento em cada história escritural. Simbolicamente, dizemos existir sete
níveis de significados para cada conto escritural, ainda que, mesmo a exposição
seja simbólica, metafórica.
Antes que possamos analisar um importante
significado da história de Noé, vamos resumir aqui para aqueles que não estejam
familiarizados com ela.
SINOPSE DOS CAPÍTULOS 6 AO 9 DA GENESIS
“Como a
humanidade se desenvolvesse da linhagem de Adão, Eva e seus filhos, e
progressivamente degenerasse através da crueldade, malignidade e barbarismo, por
conseguinte, Deus arrependeu-se de havê-la criado ao lado de peixes do mar, dos
animais da terra e pássaros do céu.
Contudo, Noé e sua família encontraram graça aos olhos de Deus, pois
enquanto a terra tornava-se farta com violência e corrupção, Noé, sua família e
três filhos, Shem, Ham e Japheth, formavam as gerações preferidas do Senhor.
Assim sendo, Deus disse a Noé que destruiria a terra, e o instruiu a
construir uma arca de tábuas de cipreste, calafetada com betume ao comprimento
de trezentos côvados, com cinquenta de largura e trinta de altura. A arca teria
uma janela ao longo de três níveis ou pavimentos para a casa de Noé, sua
família, os filhos de suas esposas, e um macho e femea animal de cada espécie
da terra, incluindo gado, pássaros e répteis. De cada animal puro, Noé foi instruído a tomar
sete pares, mas de cada animal impuro, somente dois. Também foi-lhe dito tomar
sete pares de pássaros aéreos.
Deus disse a Noé que causaria chuva de inundar a terra por quarenta dias
e quarenta noites, e toda a vida na terra seria extinta. Noé tinha 600 anos
quando as chuvas começaram no décimo sétimo dia do segundo mês do ano. Noé e
sua família embarcaram na arca sob o dilúvio que engoliu terra e céu, tendo as
águas subido 15 côvados sobre a terra. O dilúvio permaneceu sobre a terra por
150 dias.
Finalmente, Deus enviou vento para secar as enchentes, lembrando-se de
Noé, sua família, a arca e os animais que estavam nela. As chuvas diminuíram e
as enchentes baixaram, depositando a arca no décimo sétimo dia do sétimo mês
sobre as montanhas de Ararat. As águas continuaram a decrescer até o nono mês,
quando os cumes das montanhas puderam ser vistos.
Noé
então enviou um corvo e uma pomba a fim de que vissem se havia terra seca, e
não tendo encontrado lugar para descansar voltaram à arca. Após sete outros
dias, Noé enviou de novo a pomba à procura de terra seca, e quando a pomba
voltou trazia no bico uma folha de oliveira, tendo Noé entendido que as
enchentes tinham descido.
No
primeiro dia, do primeiro mês, do ano seiscentos e um, Noé removeu a cobertura
da arca e viu o solo enxuto. Deus, porém, falou-lhe dizendo para ele trazer sua
família e animais da arca para serem fecundados e multiplicarem-se sobre a
terra. Cheio de gratidão, Noé construiu um altar oferecendo-Lhe holocaustos, e
a fragrância agradou a Deus, que lhe disse nunca mais destruir a humanidade
como havia feito por meio do dilúvio.
Deus, então, firmou um pacto com Noé, sua família, seus sucessores, e
animais da terra, em que Ele não destruiria a terra conforme fizera antes e
como uma prova de sua promessa, pôs no céu um arco íris representando Seu pacto
com o homem.”
Para começar a entender como a história de
Noé é simbólica, examinemos a palavra “arca.” Primeiramente, não há referência
de um barco nas escrituras originais hebraicas. Em Inglês [... agora traduzido para o Português], a
Bíblia diz:
“Faça
uma arca de madeira cipreste…” -
Gênesis/Bereshit 6:14.
Na interpretação popular isto tem sido
entendido como um barco. Ainda no Hebreu, na escrita original é dito: “Faça um תבה tebah de madeira cipreste...”
– Genesis/Bereshit 6:14.
Tebah תבה significa “tronco, caixa,
recipiente,” ou “casca, corpo.” Em resumo, tebah indica um container. Em
Hebreu, há muitas palavras para barco ou navio, porém tebah não é uma delas.
Obviamente, a palavra tebah é um tanto mais antiga do que a palavra arca. Então, de onde veio a palavra Arca?
Obviamente, a palavra tebah é um tanto mais antiga do que a palavra arca. Então, de onde veio a palavra Arca?
Embora a palavra arca não apareça nas
escrituras hebraicas (Tanakh ou Torah), aparece nas traduções latinas da Bíblia
como “arca,” que, por sua vez, se
traduz em diferentes palavras, incluindo:
1. Um tronco,
ambas como uma caixa e o tronco do corpo humano, e;
2. Também como caixão, ataúde, como aquele no qual José [do Egito], no Velho
Testamento, foi colocado quando morreu.
Naturalmente que na Bíblia há vários tipos de
“arcas”. Em cada caso, a “arca” é um container que protege alguma coisa
sagrada. Não é literalmente navio ou barco, ao invés, é como a “casca” de uma
semente: ela protege a dádiva da vida nos elementos interiores.
A palavra “arca” é obviamente relacionada com
“arcano, arcanum” que significa algo
escondido, um segredo, conhecido somente por aqueles especialmente informados.
Por conseguinte, a Arca de Noé refere-se a alguma coisa desconhecida
[encoberta] ao nível público da religião. O conhecimento do arcano vem sendo
reservado àqueles que foram adrede preparados para usá-lo. A fim de que se
entenda aquele segredo e o que significa, precisamos dar uma olhada nas
implicações da história e nos significados das palavras hebraicas nela
utilizadas.
COMEÇA A
HISTÓRIA DE NOÉ
A história de Noé começa no Capítulo 6 do
Livro da Gênesis.
“E viu,
הוהי Iod-Chavah, o Senhor que a maldade [רע rah: poluição] do homem [de Adão]
se havia multiplicado na terra e que era continuadamente mau todo o desígnio de
seu coração;”
“Então
se arrependeu o Senhor, הוהי Iod-Chavah, de ter feito o homem (Adão) na terra e
isto lhe pesou no coração.”
“Disse
o Senhor, הוהי Iod-Chavah: Farei desaparecer da face da terra o homem (Adão) que criei, o homem e o animal,
os répteis, e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.”
“Porém
Noé (Noach, Noah) achou graça diante do Senhor, הוהי Iod-Chavah.” -
Gênesis 6:5-8.
Então esta história verdadeiramente começa
com Adão.
ADÃO E EVA
ADÃO E EVA
O primeiro drama na Bíblia é a história de
Adão e Eva (Gênesis 1-4), que primeiro viveram num estado de bem-aventurança e
conheciam pessoalmente a divindade, ainda que mais tarde escolhessem comer do
“fruto proibido” da Árvore do Conhecimento” do “Bem e do Mal”. Aquelas
importantes palavras são escritas tob ve
rah em Hebreu, significando “bondade e impureza”. Implicam que a Árvore do
Conhecimento é dual: pode ser usada para o benefício da pureza, ou em dano pela
poluição ou impureza. Adão e Eva deixaram o Eden porque quebraram o mandamento
dado a eles pela divindade; deste modo tornaram-se poluídos pela רע rah: impureza. Assim é, como eles perderam a capacidade de andar e falar
com Elohim.
Conforme mencionamos, a importância dessas
histórias encontra-se na maneira como se aplicam a nós, agora. Apesar de Adão e
Eva deterem significados relacionados com o passado ancestral, o brilho de
Moisés é claramente visto através da divina graça em como contadas com tanta
profundidade as histórias multifacetadas.
Adão e Eva se relacionam pessoalmente
conosco aqui e agora. Adão representa nossa mente, nosso estado psicológico.
Eva “a mãe da vida”, que traz coisas vivas para o mundo, representa nossos
órgãos sexuais. Eva, nossos órgãos sexuais, oferece o fruto proibido à nossa
mente, Adão. Quando “comemos dele”, deixamos o “Eden”, uma palavra hebraica que
significa “bem-aventurança”. Deixar o Eden, significa deixar para trás o estado
de ser em que alguém conheceu o Elohim pessoalmente, diretamente. Sem dúvida,
este é um estado de todos nós agora. Se alguém proclama conhecer Deus, achamos
que ficou insano, ainda que [o conhecimento de Deus] fosse o estado primordial
da humanidade.
CAIM E ABEL
Após a história de Adão e Eva vem aquela de
seus “filhos” Caim e Abel. Sua história representa o nosso conflito entre a
pureza inata da psique (representada por Abel) e os sempre desejos
insatisfeitos que temos (Caim). Nossos desejos “matam” a pureza da psique (Caim
mata Abel). Agora, Abel, aquela parte de nós, não cessa de existir; por
“morrer” é representado em como se torna quase completamente despojado, aprisionado,
sobreposto, pela extensão do desejo. Em outras palavras, quando o desejo nos
comanda psicologicamente, Abel é deixado “morto.”
Nós deixamos nossos desejos (Caim) matar
nossa consciência (Abel).
“Caim levantou-se contra Abel, seu irmão, e o
matou.” – Genesis 4
Então, o que acontece em seguida na Bíblia? A
história de Noé...
Façamos uma revisão. Isto é um resumo dos
capítulos 1 ao 4 da Gênesis, do ponto de vista que estamos examinando:
1. Primeiro: Adão e Eva (mente e órgãos
sexuais) sucumbem à tentação de deixar o estado de bem-aventurança.
2. Segundo: Caim (desejo) “mata” Abel (a
inata pureza da mente) tornando-a impotente.
3. Terceiro: A Divindade nos vê em nosso
estado corrompido: divorciados do Eden (o estado de bem-aventurança no qual
conhecemos a Divindade diretamente), dominado pelo desejo (Caim), aspirando
mais ainda por impureza (ער rah). Uma
vez que nossa divindade interior nos ama e nos quer ajudar, ela lamenta por
nosso ser em tal estado. Vemos assim que isto não é tão difícil de entender.
Nosso atual estado de ser é aquele de “Adão e
Eva” no deserto; sofremos, não podemos falar com Deus face a face, de fato não
podemos sequer acreditar em divindade. No entanto, se aprendermos como corrigir
o erro e superar a tentação de Eva, poderemos voltar ao Eden: um estado de
felicidade e percepção espiritual. Este é o ponto da história de Noé.
A
LIMPEZA DA TERRA
Então vamos ler esta passagem de novo, porém,
primeiro, entendamos o símbolo da palavra “terra.” A “terra” representa aquilo
que abriga a nossa psique; a terra é nosso corpo, nosso “reino”, nosso próprio
mundo ou propriedade. Vivemos em nossa terra, o corpo; ainda que o corpo não
seja exatamente físico. É também o corpo que habitamos quando sonhamos,
imaginamos, devaneamos ou fantasiamos. Quando sonhamos, habitamos um tipo de
corpo que não é o físico; aquele corpo é também nossa “terra”. Em suma, chamamos
aquela matéria nossa “terra.”
A BACANAL ACONTECENDO SEMPRE EM
NOSSAS MENTES
“E יהוה Iod-Chavah
(nossa divindade interior) viu que a maldade (ער rah: poluição) de
(nossa mente) era grande no (corpo) e que era continuamente mau todo desígnio
de seu coração.”
“Então
se arrependeu יהוה Iod-Chavah o Senhor de ter feito o homem (a mente) na
terra (o corpo) e isto lhe pesou no coração.”
“E יהוה Iod-Chavah disse o Senhor: Farei desaparecer da face da
terra o homem (a mente corrompida) que criei (imagem do corpo); o homem (a
mente) e o animal (ego terreno), os répteis (elementos pervertidos em nossa
mente) e as aves dos céus (pensamentos distraentes que voam em fantasias)...”
GÊNESIS 6
Psicologicamente, esta história faz sentido
agora. Nenhum de nós é “ovelha dócil” ou “anjo inocente”. Nossas mentes estão
profundamente corrompidas com orgulho, sensualidade, raiva, inveja, cobiça,
etc. Tudo o que existe por conta de escolhas que tenhamos feito: tentação pelo
desejo – permitimos deixar crescer aqueles elementos em nossa psique e
estiveram crescendo por séculos. Então, exatamente como acontece em larga
escala com a natureza, quando uma região se torna doente, é necessária a
limpeza a fim de não permitir que se alastre a impureza. Nossa própria
divindade interior deve também nos limpar. Deste modo, a limpeza não é
agradável. Este é o significado por trás de muitas histórias nas escrituras: a
história de Lot, Moisés, Adão e Eva, Jó, Babilônia, Egito... todas representam
como as nossas mentes – um estado de escravidão psicológica aos elementos
impuros – têm de ser purgadas, limpas e destruídas, a fim de que o puro
elemento: a consciência, possa ser libertada.
A
PRESERVAÇÃO DE NOÉ
“Porém
(Noach, Noah, Noé) achou graça diante de יהוה Iod-Chavah.” – Gênesis 6:8
Assim, dentre todas as degenerações dentro em
nós, a divindade vê um elemento que vale a pena ser salvo: Noé.
O nome Hebreu נח Noé tem duas letras:
- A primeira letra נ Nun, representa um peixe.
- A segunda letra ח Chet é a raiz da palavra
Chai, “Vida.”
Em todas as versões da história da enchente
por todo o mundo, devido à larga extensão da corrupção, todas as coisas vivas
tiveram de ser destruídas. Desta maneira, para que a vida continuasse, aquilo
que era puro estava preservado acima das águas. Nas versões indus da história,
um deus na forma de um peixe guia as almas puras a um cume de uma montanha para
a salvação.
“... o
(Deus na forma de um) peixe arrastou diligentemente o barco através da enchente
por mais de um longo ano e então... depositou o barco sobre o pico do Himavat.
E, Ó Bharata, o (divino) peixe então disse àqueles do barco para amarrá-lo ao
pico do Himavat.” – O Mahabharata, Livro 3: Vana Parva: Markandeya-Samasya Parva: Seção 186.
É extremamente interessante que o nome Noé
encubra estes verdadeiros elementos: o peixe e a própria vida.
O peixe é um símbolo essencial em todas as
religiões, especialmente o Cristianismo. O símbolo precursor do primitivo
cristianismo não foi a cruz – mas sim um peixe. Ainda assim, poucos sabem por
que. Jesus, ele próprio, destacou sua importância quando citou Jonas e a
história do grande peixe (o nome Jonas também tem a letra נ Nun, o peixe nele). Um dos grandes milagres de Jesus é aquele dos
pães e peixes, outro importante evento simbólico. Há, na verdade, profundos
mistérios esotéricos relacionados com o peixe, mistérios completamente
ignorados pelas modernas interpretações das escrituras.
Segue Parte 2
[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
Siga o link: Qual é o Significado de Noé e a Arca? (II)
Fonte:
http://gnosticteachings.org/faqs/scripture/3394-what-is-the-meaning-of-noah-and-the-ark.html
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
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Segue Parte 2
[POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO]
Siga o link: Qual é o Significado de Noé e a Arca? (II)
Fonte:
http://gnosticteachings.org/faqs/scripture/3394-what-is-the-meaning-of-noah-and-the-ark.html
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
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