segunda-feira, 5 de maio de 2014

Energia, Matéria e Consciência (III)


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  Isto tudo remete a um interessante mito emergido durante o período Assírio ou Babilônico há milhares de anos, acerca da deusa de nome Ishtar. Ishtar é a equivalência Assíria ou Babilônica de Vênus ou Isis. Assim como temos em muitas outras mitologias como de Isis, Osiris, ou como nas histórias de Persephone ou Pandora, Ishtar desceu ao submundo em busca do amor, seu marido. Ao chegar ao submundo, mesmo sendo uma deusa, ela é obrigada a submeter-se às normas.

  Este mito é muito profundo com significados em vários níveis, porém está relacionado com nossa conversa de hoje:

   “Ishtar, a filha do Pecado [a Deusa Lua], enviou seus pensamentos para a terra do não retorno, a terra das trevas. Enviou seus pensamentos, Ishtar, a filha do Pecado, para a casa das sombras, a morada de Irkalla, a casa sem saída para aquele que lá entrasse. Para a estrada, onde ali não existe volta. À casa sem luz, para aquele que lá entrasse. O lugar onde o pó é a nutrição deles, o barro seu alimento”.

  A maioria dos filósofos e estudiosos que estudaram esta escritura entendeu que este submundo é aquele que os cristãos chamaram de inferno, e, no entanto, não é. Este mundo, a cujo interior ela estava descendo, é a matéria física, o corpo físico. Quem mais come pó todos os dias de suas vidas senão Adão e Eva, expulsos do Éden?
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“E, יהוה אלהים [Jehovah Elohim, o Ser Interior] chamou Adão [o cérebro do corpo], e perguntou-lhe: “Onde estás?”

  E ele respondeu: eu ouvi a tua voz no Jardim [do meu corpo] e porque estava nu, [sem o Shekinah que o abandonou pela fornicação]; tive medo e me escondi.

  E ele perguntou-lhe: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore [do conhecimento: sexo], de que te ordenei que não comesses? [como um animal].

  Então disse o homem [o cérebro]: A mulher [os órgãos sexuais do corpo] quem me deste para estar comigo, ela me deu da árvore [do sexo] e eu comi [como um animal].

  E, יהוה אלהים disse para a mulher: O que é isto que tu fizeste? E a mulher respondeu: A serpente [Lucifer, Luce-fer, a “portadora de luz”; energia] enganou-me, fazendo-me comer [como um animal].

  E, יהוה אלהים disse para a serpente [a portadora de luz, energia]: Porque tu fizeste isto, malditas és entre todos os animais בהמה [animais, como escravos do desejo instintivo], e dentre todos חי [animal] animais do campo rastejarás sobre o teu ventre [instintivamente] e עפר [pó, refugo] será teu alimento por todos os dias de tua vida.

  E porei inimizade entre ti e a mulher [órgãos sexuais] e entre ti זרע (semem) e ela זרע (semem); e ferir-te-á a cabeça (cérebro) e tu lhe ferirás o calcanhar.

  E à mulher (órgãos sexuais) disse: Sobremodo multiplicarei teus sofrimentos e tua concepção; em dores darás à luz teus filhos; e o teu desejo será para teu marido [o cérebro] e ele te governará.
 
 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher [os órgãos sexuais] e comeste da árvore [do sexo] de que te ordenei dizendo que tu não comesses [como um animal]: maldita é a terra [o corpo físico] por tua causa; em sofrimento comerás dela por todos os dias de tua vida.

  Cardos e abrolhos ela produzirá para ti; e comerás a erva do campo.

  Em suores de teu rosto comerás do pão até que retornes à terra; pois dela fostes formado: porque és pó e ao pó tornarás”. – Genesis 3.

  Assim o mito de Ishtar representa arquétipos em nossas consciências que descem para dentro do corpo físico. A história continua:

  “Ishtar chegando ao portão da terra do não retorno dirigiu-se ao porteiro:

  - Porteiro, ei, abre o portão! Abre o portão para que eu possa entrar! Se não abrires o portão para deixar-me entrar, quebrarei a porta, arrancarei a fechadura, destruirei os umbrais, forçarei as portas! Trarei os mortos para devorarem os vivos! E os mortos irão exceder os vivos!

  O porteiro abriu sua boca e falou para a senhora Ishtar:

- Desiste, ó senhora, não o destrua. Irei anunciar teu nome a minha rainha Ereshkigal. O porteiro entrou e falou a Ereshkigal:

  - Ho! Está aqui tua irmã, Ishtar... Hostilidade dos grandes poderes...

  Ereshkigal ao ouvir isto, foi como alguém que cai de uma tamargueira e fica tremendo; como alguém que corta um junco e se agita: “O que moveu seu coração [sede da inteligência], o que excita seu fígado? [sede das emoções] Ho…., desejaria esta morar comigo? Comer barro como alimento, beber pó como vinho?”

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  Estas são duas deusas, são dois aspectos do mesmo arquétipo. Noutras palestras conversamos sobre como deusas têm diferentes formas. Pandora tem aspectos positivos e negativos. Isis, Kali, Durga, etc., representam diferentes facetas da mesma força. Persephone e Hekate são duas faces da mesma força, etc. A Divina Mãe é a deusa em cima no paraíso e a deusa embaixo no inferno. Realmente, ela tem muitos, muitos aspectos, uma vez que ela é o corpo de toda a existência.

  No mito, a deusa que manobra a matéria física, que é a Mãe Natureza, diz:

- A deusa celestial está vindo aqui!

A Divina Mãe no inferno [Persephone, Hekate], (ainda) diz: 
- Deixa-a entrar!

  Ishtar tem, então, de atravessar sete portões.

  - Entra, Ó Senhora, deixa Cuthan dar-te as boas vindas. Deixa o palácio da terra do não retorno regozijar-se com tua presença!

  Ele a permite entrar pelo primeiro portão, abrindo-o totalmente, e toma a grande coroa de sua cabeça:

  - Por que, ó porteiro, retiraste-me minha grande coroa de minha cabeça?

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!

   Ao segundo portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela os seus brincos.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me meus brincos?

   - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!

  Ao terceiro portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela o seu colar.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me meu colar?

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal! 

  Ao quarto portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela os seus ornamentos de seu peito.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me meus ornamentos de meu peito?

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal.

  Ao quinto portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela a cinta de seu corpo, guarnecida de pedras preciosas.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me minha cinta de meu corpo, guarnecida de pedras preciosas.

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!

  Ao sexto portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela as suas lantejoulas das mãos e pés.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me minhas lantejoulas de minhas mãos e pés?

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!

  Ao sétimo portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela sua tanga.

  - Por que, Ó porteiro, retiraste-me minha tanga?

  - Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!

  Assim que passou pelo sétimo portão, ela se encontra completamente exposta. Então ela vê a Rainha do Mundo Inferior, e lutam.

  Agora que Ishtar desceu ao interior da terra do não retorno, Ereshkigal a vê e fica irada pela sua presença. Ishtar, sem refletir, atira-se sobre ela [com raiva].”

  Isto pode soar como um típico mito, mas conduz uma grande verdade: involução. Em nosso desenvolvimento cósmico quando nossa luz interna desdobra-se em manifestações, ela precisa descer e ser modificada por todos os diferentes níveis de matéria e energia através dos quais penetra no seu descenso. O raio da criação se lança desde os reinos logóicos, descendo através de Átmico, Búdico, Causal, Mental, Astral, Vital e Físico: sete níveis, sete dimensões, sete aspectos de nossa psicologia.

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  Aquela centelha é desnuda devido ao karma [dualismos, pares de opostos, causa/efeito - R/R] porque esta é a lei. Quando aquela centelha chega como energia para ativar o corpo físico, está fraca e despojada de poderes. Está pequena, exposta e em conflito.

  Quando Ishtar chega naquele mundo inferior, a rainha daquele mundo aflige-a com males, enfermidades, doenças e problemas.

   Ereshkigal abriu sua boca e falou a Namtar, seu mensageiro, ordenando-o:

  - Vái Namtar, aprisione-a em meu palácio. Manda contra Ishtar sessenta doenças para puni-la. Doença de vista contra seus olhos, doença contra sua face, doença contra seu pé, doença do coração contra seu coração, doença da cabeça contra sua cabeça, contra tudo de seu ser, contra seu corpo inteiro!

  Depois que a senhora Ishtar tinha descido à terra do não retorno, o touro não cobriu a vaca, o asno não se aproximou da fêmea, nenhum homem chegou-se a uma donzela na rua, o homem dormia no seu quarto e a mulher sozinha." ....

  Ishtar, a luz dos reinos superiores, torna-se aprisionada, condicionada pela matéria e energia devido à causa e efeito. Em outras palavras, esta história representa o que a história de Adão e Eva exemplifica: em virtude do mau uso da matéria, energia e consciência, tornamo-nos condicionados. Em ambos os casos está inteiramente implícito: é sexual.

  A situação de Ishtar representa a situação de nossa mais Profunda Divindade. Nosso espírito está dentro de nós, afligido com todos os problemas por ter um corpo físico, afligido com karma. Eis o que é aqui “normal.” É algo anormal em nosso caso devido ao karma [as oposições, a ignorância em como administrá-las, balanceá-las - R/R] ser tão pesado. Em outros locais cósmicos a situação não é muito dramática. Para nós no planeta Terra é muito dramática e dolorosa porque nosso karma (*) é muito forte.

  Precisamos aprender como mudar esta situação. O método é tomar consciente controle de nossa energia, manobrar nossa matéria e energia conscientemente. Precisamos aprender sobre os tipos de energias que temos. Precisamos experimentá-los, prová-los, manipulá-los.

  Falamos sobre sete tipos de energia, ainda que não seja uma lista abrangente. Há inumeráveis formas de energia, mais do que podemos listar. Estes sete tipos concernem bem estar. Essas são formas de energia que precisamos manipular, que precisamos modificar, tomar o controle e dominarmos espiritualmente ou dominarmos nas relações com qualquer tipo de religião.

(*) - Em relação ainda, à causa e efeito, siga o link abaixo onde, em cujo texto, são dadas explicações por Mestra Nada sobre transcendentes mudanças da lei do carma para a humanidade, em reunião dos Poderes Planetários e Grande Fraternidade Branca Universal. [Rayom Ra]

http://arcadeouro.blogspot.com/2014/04/recordar-e-preciso-sobre-carmas-provas.html

                                                                          ///////                                     
                         Siga os links:

                          Parte (I)   : Energia, Matéria e Consciência (I)
                             Parte (II)  : Energia, Matéria e Consciência (II)
                             Parte (IV)Energia, Matéria e Consciência (IV)
                             Parte (V)  :Energia, Matéria e Consciência (V) 
                             Parte (VI) : Energia, Matéria e Consciência (VI) - Final
 


                                                          [Segue Parte IV]


                                            Energy, Matter and Consciousness
Fonte:

Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

Rayom Ra 
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