Há uma
grande diferença entre o método científico de trazer as pessoas à encarnação e
a maneira perfeitamente cega, e, muitas vezes, atemorizada e certamente
ignorante, pela qual nós as expelimos da encarnação. Eu procuro hoje abrir a
porta do Ocidente a um método mais novo e mais científico de manipular o
processo de morrer, e procurarei ser perfeitamente claro.
O que
tenho a dizer não despreza, de nenhum modo, a moderna ciência médica com seus
paliativos e competência. Tudo que defendo é uma sã aproximação à morte; tudo o
que procuro fazer é uma sugestão que, quando a dor tenha passado e sobrevindo a
fraqueza, a pessoa que está morrendo tenha permissão para se preparar, mesmo se
aparentemente inconsciente, para a grande transição. Não esqueçam de que é
preciso força e forte sustentação no equipamento nervoso para produzir dor.
Será
impossível conceber-se um tempo em que o ato de morrer seja um triunfante final
da vida? Será impossível visualizar o tempo em que as horas gastas no leito de
morte possam ser apenas um glorioso prelúdio para uma saída consciente? Quanto
ao fato de o homem dever livrar-se da desvantagem do invólucro físico, possa
ser para si e para os que o cercam a alegre e por muito tempo esperada
consumação? Não poderão vocês visualizar o tempo em que, em vez de lágrimas e
medo, e a recusa de aceitar o inevitável, a pessoa que está por morrer e seus
amigos combinassem mutuamente a hora e que nada, a não ser a felicidade, caracterizasse
a passagem? Que nas mentes daqueles deixados para trás o pensamento da tristeza
não entre e que os leitos mortuários venham a ser considerados como ocasiões
mais felizes do que os nascimentos e casamentos? Digo-lhes, que antes que se
passe muito tempo isto se tornará assim para os inteligentes da raça, e, pouco
a pouco, para os demais.
Vocês
dizem que por enquanto somente há crenças relativas à imortalidade e nenhuma
evidência segura. No acúmulo do testemunho, nas certezas internas do coração
humano, no fato da crença, na persistência eterna como uma ideia nas mentes dos
homens, existe segura indicação. Mas a indicação dará lugar à convicção e ao
conhecimento antes que outro século se tenha passado, pois um acontecimento
ocorrerá e uma revelação será dada à raça que transformará a esperança e a
crença em conhecimento. No meio tempo, que uma nova atitude ante a morte seja
cultivada, e uma nova ciência da morte seja inaugurada. Que ela deixe de ser a
única coisa que nós não podemos controlar e que, inevitavelmente, nos
derrotará, e comecemos a controlar nossas passagens para o outro lado e a
compreender algo da técnica da transição.
Antes
que eu me aprofunde em maiores detalhes neste assunto, gostaria de fazer
referência à “trama do cérebro”, que está intacta na maioria, mas é não
existente para o vidente iluminado.
No
corpo humano, como sabem, temos um corpo vital subjacente, interpenetrante, que
é a contraparte do físico, sendo maior que o físico e ao qual chamamos o corpo
duplo ou duplo etérico. É um corpo de energia composto de centros de força e
nadis ou condutores de força. Estes são subjacentes ou a contraparte do sistema
nervoso – os nervos e os gânglios nervosos. Em dois lugares no corpo vital
humano há orifícios de saída para a
força da vida. Uma abertura está no plexo solar e a outra está no cérebro, no
vértice da cabeça. Protegendo ambas está uma trama de matéria etérica,
densamente tecida, composta de fios entrelaçados de energia vital.
Durante
o processo da morte, a pressão da energia vital, chocando-se contra a trama,
produz finalmente uma perfuração ou abertura. Por esta, a força vital se
derrama à medida que a potência da influência abstrativa da alma aumenta. No
caso dos animais, das crianças, e de homens e mulheres que estejam inteiramente
polarizados nos corpos físico e astral, a porta de saída é o plexo solar e é
aquela trama que é perfurada, assim permitindo a saída. No caso dos tipos
mentais, das unidades humanas mais evoluídas, é a trama no alto da cabeça na
região da fontanela que é rompida, assim novamente permitindo a saída do ser
racional pensante.
Nos psíquicos, e no caso dos médiuns e
videntes inferiores – pessoas clarividentes e clariaudientes – a trama do plexo
solar é permanentemente rompida desde cedo na vida e facilmente, por isso, elas
entram e saem do corpo, enquanto em transe, como se chama, funcionando no plano
astral. Mas
para estes tipos não há continuidade de consciência e não parece haver relação
entre a sua existência no plano físico e os acontecimentos que eles relatam
enquanto no transe, dos quais eles habitualmente permanecem totalmente
inconscientes no estado vigil. Toda a performance está abaixo do diafragma e se
relaciona primariamente com a vida sensorial animal. No caso da clarividência
consciente e no trabalho dos psíquicos e videntes superiores não há transe,
obsessão ou mediunidade. É a trama no
cérebro que é perfurada, e a abertura naquela região permite o influxo da luz,
da informação e da inspiração; ela confere também o poder de passar ao estado
de Samadhi, que é a correspondência espiritual para a condição de transe da
natureza animal.
No
processo da morte, estas são, portanto, as duas principais saídas: o plexo
solar para o ser humano polarizado astralmente e focalizado no plano físico,
por conseguinte, da vasta maioria, e o centro da cabeça para o ser humano
polarizado mentalmente e orientado espiritualmente. Este é o primeiro e mais
importante fato a se ter presente, e ver-se-á facilmente como a inclinação de
uma tendência da vida e o foco da atenção da vida, determinam o modo de saída
na morte. Pode-se também ver que um esforço para controlar a vida astral e a
natureza emocional e para se orientar para o mundo mental e para as coisas
espirituais, tem um importante efeito nos aspectos fenomênicos do processo da
morte.
Se o
estudante estiver pensando claramente, tornar-se-lhe-á aparente que uma saída
diz respeito ao homem espiritual e altamente evoluído, ao passo que a outra diz
respeito ao ser humano de grau inferior que mal avançou para além do estágio
animal. Que então do homem comum? Uma terceira saída está agora em uso
temporário; bem abaixo da ponta do coração se encontra outra trama etérica
cobrindo um orifício de saída. Temos, por conseguinte, a seguinte situação:
1. A
saída na cabeça, usada pelo homem do tipo intelectual, pelos discípulos e
iniciados do mundo.
2. A
saída do coração, usada pelo homem (ou mulher) bondoso, bem intencionado, que é
um bom cidadão, um amigo inteligente e um trabalhador filantropo.
3. A
saída na região do plexo solar, usada pelo homem emocional, não inteligente,
que não pensa, e por aqueles cuja natureza animal é forte.
Este é
o primeiro ponto da nova informação que lentamente se tornará conhecimento
comum no Ocidente durante o próximo século (Séc. XXI). Muito dele já é
conhecido pelos pensadores do Oriente e está na natureza de um primeiro passo
na direção de uma compreensão racional do processo da morte.
O
segundo ponto a ser alcançado é que pode haver uma técnica de morrer e um
treino dado durante a vida que conduzirá à utilização daquela técnica.
No que
se refere ao treino ao qual um homem pode submeter-se, darei algumas deixas que
conduzirão a um novo significado a muito da obra que está sendo agora realizada
por todos os aspirantes. Os Irmãos Mais Velhos da raça que guiaram a humanidade
através de longos séculos estão agora ocupados preparando pessoas para o
próximo grande passo a ser dado. Este passo trará uma continuidade de
consciência que afastará todo temor da morte e ligará os planos físico e astral
em tal íntima relação que na realidade constituirão um só plano. Assim como uma
unidade tem que ser alcançada entre os vários aspectos do homem, também uma
similar unificação tem que ter lugar na conexão com os vários aspectos da vida
planetária. Os planos têm que ser sintonizados da mesma forma que a alma e o
corpo. Isto já foi em grande parte realizado entre o plano etérico e o plano
físico denso. Agora está sendo levado rapidamente à frente entre o físico e o
astral.
No
trabalho que está sendo feito pelos pesquisadores em todos os departamentos do
pensamento e da vida humana, esta unificação se está processando, e no treino
agora sugerido aos aspirantes sérios e sinceros, há outros objetivos além de
simplesmente produzir o alinhamento da alma e do corpo. Todavia, não é posto
ênfase neles, devido à tendência do homem de enfatizar indevidamente os
objetivos errados. Poder-se-ia indagar se seria possível dar um simples
conjunto de regras que pudessem ser seguidas agora por todos os que procuram
estabelecer tal ritmo, que a própria vida não fosse somente organizada e
construtiva, mas quando o momento de abandonar invólucro externo chegasse, que
não houvesse nenhum problema ou dificuldade. Dar-lhes-ei, portanto, quatro
regras simples que se ligam com muito do que todos os estudantes estão fazendo
agora:
1.
Aprendam a se manter focalizados na cabeça através da visualização e meditação,
e através da firme prática da concentração; desenvolvam a capacidade de viver
crescentemente como o rei sentado no trono entre as sobrancelhas. Esta é uma
regra que pode ser aplicada aos assuntos da vida cotidiana.
2.
Aprendam a prestar um serviço do coração e não uma insistência emocional na
atividade dirigida à manipulação dos assuntos alheios. Isto envolve,
anteriormente, a tal atividade, a resposta a duas perguntas; Estarei prestando
este serviço a um indivíduo como um indivíduo, ou o estarei prestando como um
membro de um grupo para um grupo? Será meu motivo um impulso egóico, ou estarei
sendo conduzido pela emoção, pela ambição de brilhar e pelo amor a ser amado ou
admirado? Estas duas atividades resultarão na focalização das energias vitais
acima do diafragma e assim negarão o poder atrativo do plexo solar. Daí, aquele
centro se tornará crescentemente inativo e não haverá tanto perigo em perfurar
a trama naquela localização.
3.
Aprendam, ao irem dormir, a retirar a consciência para a cabeça. Isto deveria
ser praticado como um exercício definido ao adormecerem. Não se deveria
permitir ser arrastado ao sono, mas tentar preservar a consciência intacta até
que haja uma passagem consciente para o plano astral. O relaxamento, a
cuidadosa atenção e uma direção firme para o alto, para o centro da cabeça,
devem ser tentados, pois até que o aspirante tenha aprendido a ficar firmemente
consciente de todos os processos em marcha ao adormecer e a preservar ao mesmo
tempo sua positividade, há perigo neste trabalho. Os primeiros passos devem ser
dados com inteligência e repetidos por muitos anos, até que a facilidade no
trabalho da abstração seja realizada.
4.
Registrem e observem todos os fenômenos relacionados com o processo da
retirada, quer sejam seguidos no trabalho da meditação, quer ao adormecer.
Ver-se-á, por exemplo, que muitas pessoas despertam com um começo quase
doloroso, assim como caíram adormecidos. Isto é devido ao fato de saírem de
consciência através de uma trama que não esteja adequadamente clara, através de
um orifício parcialmente fechado. Outros podem ouvir um ruído bastante alto na
região da cabeça. Isto é causado pelos ares vitais na cabeça, dos quais não
estamos habitualmente conscientes, produzido por uma sensibilidade interna da
aura, que cria a consciência dos sons sempre presentes, mas não habitualmente
registrados. Outros verão luz ao adormecerem, ou nuvens coloridas, ou bandeiras
e faixas na cor violeta, todos os quais sendo fenômenos etéricos. Esses
fenômenos, que não são de real importância, estão relacionados com o corpo
vital, com emanações prânicas e com a trama de luz.
O
desempenho desta prática e o acompanhamento destas quatro regras por um período
de anos farão muito bem para facilitar a técnica do leito de morte, pois o
homem que terá aprendido manipular seu corpo ao adormecer, terá uma vantagem
sobre o homem que nunca tenha prestado qualquer atenção ao processo.
Com
relação à técnica de morrer, somente me é possível por agora fazer uma ou duas
sugestões. Não lido aqui com atitudes dos observadores em expectativa, lido
somente com aqueles pontos que tornarão mais fácil a passagem da alma que
parte.
Que se
faça silêncio no aposento. Este é frequentemente o caso, naturalmente. Deve-se
lembrar de que a pessoa que está morrendo pode estar habitualmente inconsciente.
Esta inconsciência é aparente, mas não real. Em novecentos casos dentre mil a
consciência cerebral está ali, com plena consciência dos acontecimentos, mas há
completa paralisia da vontade para expressar, e completa incapacidade para
gerar a energia que indicará vitalidade. Quando o silêncio e a compreensão
reinarem no aposento do doente, a alma que parte pode apossar-se de seu
instrumento com clareza até o último minuto e pode fazer a preparação devida.
Mais
tarde, quando mais se conhecer a respeito da cor, somente as luzes alaranjadas
serão permitidas no aposento do doente que está por morrer, e estas somente
serão instaladas com a devida cerimônia quando não houver, com certeza, nenhuma
possibilidade de recuperação. A cor laranja ajuda a focar na cabeça, assim como
o vermelho estimula o plexo solar e o verde tem efeito definido sobre o coração
e as correntes de vida.
Certos
tipos de música serão usados quando muito mais a respeito do som for
compreendido, mas não há nenhuma música por enquanto que facilite o trabalho da
alma em abstrair-se do corpo, embora certas notas no órgão serão suficientes.
No exato momento da morte, se soar a própria nota da pessoa, ela coordenará as
duas correntes de energia e finalmente romperá o fio da vida, mas o
conhecimento disto é muito perigoso para transmitir por enquanto e somente mais
tarde poderá ser dado. Eu indicaria o futuro e as linhas segundo as quais o
estudo oculto futuro correrá. (*)
(*) “Mais
uma vez se demonstra a orientação segura e definida do movimento Nova Era rumo
aos destinos mais conscientes da humanidade. O livro que tenho em mão registra
como data de sua publicação o ano de 1951. Logicamente sua preparação recua em
mais anos. Mestre D.K. fala-nos de luzes e sons. Porém, na época em que o livro
foi escrito, estes itens não existiam na forma tecnológica aprofundada e de tão
fácil manuseio como hoje experimentamos.
E embora os desenlaces definitivos das almas
não sejam mais comumente nos leitos dos próprios lares como tradicionalmente
acontecia, pois com a criação de unidades de emergências em clínicas e
hospitais, os pacientes lá ficam internados, e lá muitas vezes vêm a morrer,
também, em ocasiões, quando nada mais é possível a medicina realizar, e os
doentes tenham condições financeiras para arcar com as despesas – mesmo dos
planos de saúde - eles são conduzidos aos quartos particulares onde aguardam
pela morte. Nestes casos, será possível aos familiares e amigos organizar o
pequeno rito para o desenlace.
O que, também, nos chama a atenção,
respeita ao fato de que atualmente as músicas eletrônicas especialmente
elaboradas têm alcançado excelentes qualidades para as diversas finalidades
esotéricas, ou mesmo religiosas. E trazem sons maravilhosos que os instrumentos
tradicionais não conseguem produzir nem alcançar, tornando assim a meditação, a
concentração, a harmonização, as terapias, os exercícios corporais e a sintonia
com determinadas notas bem mais fáceis e possíveis. Com isto, na hipótese acima
bastante viável - pois eu mesmo já participei de algo para um paciente, no resguardo
de quarto hospitalar – é até possível a nota pessoal do doente em vias de
desencarnar ser ouvida pelo próprio órgão de audição física. Vemos, assim, essas
e outras linhas de visão futura que foram reveladas há algumas décadas, a se
concretizarem no presente”. (Rayom
Ra)
Constatar-se-á,
também, que a pressão sobre certos centros nervosos e sobre certas artérias,
facilitará o trabalho (Esta ciência do morrer é mantida sob custódia, como
muitos estudantes sabem, no Tibet). A pressão sobre a veia jugular e sobre
certos grandes nervos na região da cabeça e sobre um particular ponto na medula
oblongata mostrar-se-á útil e eficiente. Uma definida ciência da morte será
inevitavelmente elaborada mais tarde, mas somente quando o fato da alma for
reconhecido, e sua relação com o corpo tiver sido cientificamente demonstrada.
Frases
mântricas serão também empregadas e claramente elaboradas na consciência da
pessoa agonizante por aqueles em torno dela, ou empregadas deliberada e
mentalmente pela própria pessoa. Cristo demonstrou seu uso quando exclamou
alto: “Pai, em Tuas mãos entrego meu espírito”. E temos outro exemplo nas
palavras: “Senhor, agora deixa Teu Servo em paz”.
O firme
uso da Palavra Sagrada entoada a meia-voz num tom especial (ao qual o
agonizante responderá, como se verificará), poderá mais tarde constituir também
uma parte do ritual de transição acompanhado pelo ungir com óleo, tal como
preservado na Igreja Católica. A extrema unção tem uma base científica oculta.
O alto da cabeça do homem que morre também deveria ser colocado simbolicamente
na direção do Oriente e os pés e mãos deveriam estar cruzados. Somente o
sândalo deveria ser queimado na sala e nenhum incenso de nenhuma outra espécie
permitido, pois o sândalo é o incenso do Primeiro Raio, ou destruidor, e a alma
está no processo de destruir sua habitação.
Isto é
tudo o que posso comunicar no momento sobre o tema da morte para apreciação do
público em geral. Mas conjuro todos vocês a levarem o estudo da morte e de sua
técnica tão longe quanto possível e a prosseguirem na investigação oculta deste
assunto.
[Um
tratado Sobre Magia Branca]
Rayom Ra
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