quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sonâmbulos



       A ciência vem transformando o mundo. Indiscutíveis os processadores da tecnologia moderna, na qual estamos todos engolfados, que a cada dia mais se comprimem nos cérebros de bilhões de pessoas como fórmulas matemáticas. Necessário, hoje, exercício de intensa abstração para nos isolarmos, ao menos por pouco tempo, da grande, maciça e aturdente máquina das comunicações, rolante 24 horas por dia.

  Quanto mais a nos isentarmos dos cruciantes percalços nos transportes de massa, dos fatigantes engarrafamentos urbanos, dos caríssimos convênios da medicina e suas automáticas exigências, da obrigatoriedade dos jogos eletrônicos para os filhos, da permissão aos bailes de sons ensurdecedores sem nenhum gosto musical. Enfim, do inteiro acercamento das intensas atividades calcadas no emaranhado da vida moderna e dos inventos úteis e inúteis, necessários e desnecessários, saudáveis e perversos. 

     Por outro lado, difícil imaginarmos sete bilhões de pessoas sobrevivendo nas grandes, médias e pequenas cidades do mundo sem o auxílio da ciência em seus mais elementares princípios da diversidade tecnológica, e sem um mínimo da informática. Já foi o tempo em que povos e nações viviam muito mais da tradição empírica, legado natural da sabedoria dos antigos. No entanto, não conseguiam melhores resultados para certos problemas emergentes, hoje bem mais descartáveis com as modernas soluções científicas. E aí reside um paralelo já enraizado na psique de bilhões de pessoas; um tipo de teia cada dia mais aprisionante.
       Os despertos, mas absolutamente impotentes, dão-se conta dos astronômicos valores a simplesmente escorregar e desaparecer das soberanias e prioridades vitais das nações, rumo às insaciáveis bocas dos intocados monopólios internacionais. Triunfantes, poderosos e imbatíveis prenderam-se desde há tempos às necessidades e usos das invenções face às dificuldades dos povos, e isto foi diligentemente trabalhado mediante uma visão prática.
        O ciclo das invenções descortinaria também outro fator humano obliterante das necessidades básicas: o consumismo compulsivo. E o mundo viria se transformar num mega laboratório onde os grupos das indústrias, direta ou indiretamente ligados a governos nos mais variados tipos de contratos, financiariam profissionais da tecnologia ou seriam financiados pelos próprios governos para as pesquisas em todas as áreas de atividades. Deste modo, a ambição levaria a ciência a se transformar num grande balcão de negócios, para, mediante tecnologia fácil e rentável, produzir em série de todos os designs, açulando às demandas para índices sempre crescentes.
       O permanente e insatisfeito desejo de possuir mais, de valorizar-se por vaidade, de lucrar, ou pura e simplesmente pela atração das novidades, em bilhões de pessoas veicularia o psiquismo ao consumismo, como xifópagos.      
       Desnecessário dizer-se que em pouco mais de duzentos anos, o imperialismo dos países industrializados, exportando insumos e tecnologia básicos, sinalizados pelas vias da revolução mecanicista começada na Inglaterra, obteria muito mais divisas e domínio mundial do que os grandes impérios do passado houvessem conquistado ao saquear por séculos ou milênios aos povos mais fracos ou indefesos. Este avanço industrial teve três fases distintas, ou três subciclos, começados no século XVIII, alcançando novo impulso pela metade do século XIX até o século XX, finalmente deslanchando com importantes eventos tecnológicos, antes embrionariamente desenvolvidos durante a segunda guerra mundial, trazendo a cibernética e seus implementos da informática a um nível de altíssima necessidade hoje vivenciado. 

       Evidente que o atual momento mundial teve seu nascedouro nos estertores dos governos feudais, de nações que passariam por revoluções e mudanças radicais, embora nem todos os povos estejam ainda libertos das sufocantes classes parasitárias e do feudalismo claramente praticado que nunca terminaram. E, também, a revolução industrial traria bênçãos e tormentos, soluções e escravismos, riquezas e misérias. Os grupos econômicos – aliados dos governos organizados para enriquecer - a partir daqui, começariam corporativamente não só a locupletar de forma gigantesca, como também a explorar as riquezas naturais e produções agrícolas das demais nações, principalmente nos continentes empobrecidos, pois quem não se dobrasse aos modelos da nova economia, quem não negociasse com suas melhores reservas naturais, continuaria na miséria com todos os seus males.

    Apesar destas aberturas, e promessas condicionais, alguns governos que cederam suas reservas minerais e produtos do campo, que aceitaram a invasão das Holdings para gerir in loco os capitais dos investimentos delas, permitindo-lhes enviar os generosos lucros aos seus quartéis-generais no exterior, somente ajudariam a enriquecer aqueles grupos internacionais e os privilegiados traidores de seus povos, pois continuando mergulhados em frequentes crises econômicas e graves problemas sociais, veriam a paz interna crescentemente subtraída, perdendo cada vez mais de suas soberanias, e, ao contrário do esperado, atraindo mais misérias.

      Com o correr dos séculos a ciência laboratorial – e mesmo recentemente a homeopatia – se tornariam imprescindíveis às populações. Mas a pseudociência ligada a pseudo necessidades – e sendo essas necessidades verdadeiras prisões psicológicas cunhadas nos grilhões ilusórios dos bens materiais – se fortaleceriam incrivelmente nas recentes décadas, interagindo com o psiquismo das ávidas massas humanas, fechando um círculo habilmente alargado de um sistema mundial muito bem calcado pelas chamadas forças negras invisíveis. Estas forças e poderes das sombras, que muito mais do que se possa comumente imaginar, há milhões de anos vem tratando de obstruir os avanços sociais e espirituais das raças são, exatamente, os inspiradores que dominam e manipulam a bel prazer os insaciáveis e desumanos governos de todos os tempos.

          Quem não ouviu falar disso ao menos uma vez?

       Você já se perguntou se poderia viver sem a parafernália de produtos eletro eletrônicos, de alimentos fast, de gostosas guloseimas ricas em gorduras enxertadas de elementos químicos chamados nutrientes? Perguntou-se, alguma vez, dos incontáveis litros das dezenas de marcas de refrigerantes e bebidas alcóolicas, consumidas semanalmente? Seriam esses e outros produtos digeríveis, de fáceis e rápidas aquisições em qualquer mercado ou loja do ramo, os principais geradores das causas que acabam por constituir a romaria aos consultórios médicos, onde paramos para receber nova lista de drogas, sem ficarmos mentalmente curados?

       Essas são somente umas poucas muletas em que se apoiam os nossos mais acirrados hábitos que, inconscientemente nos condicionam, nos atrelam e desviam de nossas próprias vontades e discernimentos, sem que sintamos. E há muitas outras com suas consequências cada vez mais complexas.

     Evidentemente não devemos ser de nenhum modo ofensivamente radicais, fanáticos pela revolução dos hábitos já arraigados na psique de bilhões pelos processos corrosivos inseridos nas sociedades consumistas. Seria nadar todos os dias contra fortíssima correnteza, tornando-nos, ao final de tudo, excluídos de um convívio social necessário e orgânico. Obviamente nem todos estão perdidos neste mar de águas turvas, porém, ainda assim, em diversas proporções, não conseguem libertar-se.

       A libertação completa - é bem verdade - filosoficamente muito mais profunda do que o simples aprendizado de regras, exige o permanente trabalho em função de outros elementos da alma, outros despertares de energias e forças, obtidas não sem intensas abstinências e conscientes negações, com práticas diárias e até sacrifícios.

       Os teóricos que me desculpem, mas nessa escalada da alma, sem absoluta entrega e práticas condizentes, chegarão estes com seus intelectos brilhantemente envernizados, e com todas as admirações e aplausos, aos devaneios do lugar nenhum. Descravizar vai infinitamente além do discursar, assim como o que escrevemos agora representa muito pouco em relação a tudo, pois a injunção de um planejamento mundialmente estabelecido que nos põe de joelhos exige que lutemos em termos práticos pela libertação.

       Mas neste particular, para quem deseje ouvir, há os alertas das mentes mais aclaradas e libertas, que através de exercícios mentais adequados, e mudanças de hábitos, sem se afastarem das pessoas e do mundo, transformaram suas vidas conseguindo escapar do maior domínio dos vícios aprisionantes. E isto nos chama a dar uma olhada no que os esotéricos, budistas, yogues, espíritas e ativistas de outras linhas do espiritual, nos têm a dizer e talvez ensinar. E isto, do mesmo modo, certamente, irá requerer que nós mesmos por esforços e discernimentos próprios, nos tornemos livres, e não ao inverso de tudo, também escravos das regras sistematizadoras destas sociedades filosóficas ou religiosas. Amém.
      Vamos agora adequar o final desta pequena resenha, colocando de outra maneira, com o mesmo cuidado para não inchar o texto com enfadonhos dados históricos, estatísticas suspeitosas ou repetições ipsis litteris dos compêndios acadêmicos universais.
                                                                     *  *  *
      Sabem esotéricos e estudantes do ocultismo em geral, que não existe na evolução da vida planetária coincidências, acasos, oportunismos ou fatalidades que venham gerar mudanças absolutas na história. Os povos realizaram suas próprias sagas balizados pelos padrões ou matrizes do processo evolucionário, embora com percalços e desvios por estupidez, egoísmos e belicosidades,  mas não determinaram, exatamente por isto, as mudanças básicas que não devessem aos seus tempos acontecer.

       Ou seja, ao longo da história e até os dias de hoje, os desvios no caminho evolucionário que ensejaram acontecimentos desnecessários, atraindo misérias e sofrimentos, são capítulos que acabaram por se tornar pesados fardos para as raças, povos e sociedades envolvidas, mas precisaram, e precisam ainda no presente, ser suportados até o final sob o peso de suas erradas escolhas, suas desastradas participações e omissões. Aos homens é estabelecido trabalhar sobre valores segundo os avanços das sociedades, mas em operosidade aos projetos elaborados pela Grande Fraternidade Branca Universal.

       Os sociólogos, antropólogos e historiadores que estudam e analisam as curvas evolucionárias das raças, dos grupamentos étnicos e populações em geral, necessitam perceber melhor o quanto um organismo diretor subjacente age na inconsciência humana, estimulando a edificar sociedades segundo necessários programas organizacionais, aprendendo por eles mesmos a desenvolver projetos por mais rudes e primitivos que sejam seus equipamentos mentais. Esse norteador está pulsante nos átomos e células de seus equipamentos físicos e espirituais e torna-se a alma de seus coletivos.

        Os povos de todos os continentes e lugares isolados trazem também nas memórias atávicas de suas células um outro processador de milhões de anos de existência ativa, agindo subjetivamente para um sentido evolucionário dos seus corpos raciais quando ainda em fases de aperfeiçoamentos físicos, ou inversamente, quando seus tempos esgotaram e raças e subraças estejam descendo a curva involutiva. Todo esse processo genético é observado e auxiliado pelos manús e seus colaboradores – que são os mentores raciais - uma vez que as raças precisam evoluir por esforços próprios, materializando os projetos que lhes cabem realizar e os transformando diante das necessidades. Tendo bem realizado aquelas tarefas básicas, genericamente avançam para outros patamares no amplo quadro evolutivo da espécie humana.

        Isto não acontecendo por perdas de qualidade, anarquias e dissoluções de valores morais, os diretores raciais e conselho cármico farão os ajustes através da lei cármica aplicada a coletivos. Estes ajustes variam segundo as necessidades. No passado, por aqueles mesmos motivos, cidades impenitentes e civilizações inteiras foram destruídas.

        Os avanços da ciência hoje em constantes pesquisas e conquistas, e para o que vem rapidamente se desenvolvendo, ainda não valorizaram o ser humano. Poucos dominam, submetem e comandam as vontades de muitos. Dizer-se que a antiguidade religiosa, principalmente o cristianismo, travou a ciência, é não conhecer um pouco da história, e nem um pouco do planejamento da Hierarquia Planetária.

       A igreja manteve-se longamente nos seus princípios, estreitezas e crimes praticados porquanto não era ainda o momento da explosão científica. O pesado carma da humanidade, principalmente na Europa, onde a Igreja mais se instalou com seus poderes, e o momento cósmico da Terra naquele período, não permitiam ainda radicais mudanças de governos e sociedades. Se assim fosse possível unicamente por um planejamento geográfico mal sucedido no âmbito da expansão da igreja, o oriente, por seu turno, já teria começado a revolução das pesquisas, dos inventos, e dos avanços tecnológicos, pois sua história foi diferente da Europa. Mas tal não aconteceu naquele período de mais de dois mil anos, uma vez que tanto o oriente quanto os povos de todos os quadrantes da Terra não tinham ainda alcançado a necessária maturação de seus carmas que lhes permitissem mudanças mais amplas e significativas de suas sociedades.

       Entretanto, no tempo certo, a fim de saírem das cortinas das trevas, a Hierarquia Planetária forçou os avanços da ciência segundo o calendário astrológico apropriado que era favorável a tais acontecimentos. Imediatamente muitas almas de outros planetas mais adiantados mergulharam na Terra em coletivos, de acordo com seus raios de conhecimento, com o intuito de incrementar a ciência em todas as suas diversidades. Não foram absolutamente os homens unicamente materialistas da Terra, avessos aos dogmas religiosos, os responsáveis pelos avanços naturais da ciência. Mediante ação dos Mestres do mundo as vozes sentenciosas das colunas sacerdotais corrompidas se calaram, perdendo autoridade despótica. Em seguida, iniciava-se no mundo uma nova era de invenções, serviços e produções mecanizadas, com as consequentes demolições das estruturas milenares retrógradas.

       Outras portas aos poucos foram se abrindo por mentes mais lúcidas. Porém, o homem não mudou como deveria e as forças negras de outrora se recrudesceram naquelas mentes de vontade poderosa no mal. As lutas entre as trevas e a luz tomaram novas formas em níveis perigosamente tecnológicos segundo os tempos. Novas e mais poderosas estruturas se consolidaram no mundo que hoje enfrenta problemas globais muito mais cruciais.

       Temos ciência, tecnologia e um campo imenso a desenvolver para o benefício humano e erradicação de todas as misérias. No entanto, bilhões de almas não reagem aos tempos, preferindo andar sonâmbulos pelo mundo, atraídos e hipnotizados por toda a sorte de prazeres, violência e crimes, enquanto uma grande comoção mundial se avizinha. Os despertos agem, mas os sonâmbulos não reagem e o Armagedom ainda ameaça estendendo suas mãos sobre o jovem terceiro milênio.

Rayom Ra
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