domingo, 28 de agosto de 2011

Recordar é Reviver V – 14 Lições de Filosofia Yogue



                                                         Clarividência no Espaço
                                                   
       Há vários meios pelos quais o psíquico ou o ocultista desenvolvido pode perceber pessoas, coisas, cenas e sucessos muito distantes do observador e muito além do alcance da visão física. Somente dois desses meios se enquadram no título dessa lição; os outros métodos pertencem aos planos mais elevados da vida, e estão além do poder dos que não sejam adeptos e ocultistas muito adiantados. Os dois métodos aludidos entram, estritamente falando, sob o título de clarividência no espaço, no plano astral e, portanto, formam uma parte desta lição. O primeiro desses métodos consiste no que descrevemos como clarividência simples, mas é uma escala aumentada na razão direta do desenvolvimento da faculdade em focalizar objetos longínquos e pô-los à vista por meio do que os ocultistas conhecem como tubo astral, o qual será descrito nos parágrafos seguintes. O segundo método consiste na projeção do corpo astral, consciente ou inconsciente, e observar praticamente a cena no seu próprio local, por meio da visão astral. Este método será também descrito um pouco mais adiante, nesta lição.

       Descrevemos os raios de luz astral que emanam de todos os objetos e por meio dos quais a visão astral se torna possível. E sob o título Clarividência Simples, dissemos como pode o clarividente observar objetos próximos por meio de sua visão astral, da mesma forma que o faz mediante a sua visão física, usando, num caso, os raios de luz astral e, no outro, os raios luminosos. Mas, assim como uma pessoa é incapaz de perceber um objeto distante por meio de sua visão ordinária, ainda que os raios luminosos não estejam interrompidos, da mesma forma o clarividente simples é incapaz de  ver objetos longínquos por meio da visão astral, ainda que os raios luminosos astrais sejam contínuos.

       O homem no plano físico, para ver o que está além da sua visão normal, deve fazer uso do telescópio. Da mesma forma sobre o plano astral, deve fazer entrar em operação alguma coisa que ajude à simples visão astral, com o fim de receber uma impressão clara de coisas longínquas. Essa ajuda, porém, vem do interior de seu próprio organismo astral e consiste de uma faculdade astral peculiar que age como a lente de um telescópio e dá magnitude aos raios recebidos de longe, tornando-os suficientemente grandes para poderem ser distinguidos pela mente. Tal poder é telescópio de fato, se bem que realmente o é por uma variação dessa faculdade microscópica notada no que temos denominado clarividência simples.

       A faculdade telescópica varia muito com os psíquicos; alguns são capazes de ver apenas a poucas milhas, enquanto que outros recebem facilmente impressões de todas as partes da Terra, e alguns têm podido, às vezes, perceber cenas de outros planetas. (*) Tal visão telescópica astral é obtida geralmente por meio do que os ocultistas chamam telescópio astral, o qual é análogo ao telegrafo astral, corrente astral, etc., todos os quais são unicamente variações do tubo astral.

       (*) Bem lembrado pelo Yogue Ramacharaka. Este fenômeno nos meios ocultistas é mais comum do que se pensa. Numa reunião de que participei, o Mestre que nos orientava com sua equipe de iniciados no espaço, nos disse certa vez que viajaríamos mentalmente, cada um para o seu planeta de origem, no qual vivíamos antes de descermos à Terra. Fui instantaneamente levado ao planeta Júpiter, onde revi cenas de sua topografia atual, viajando sobre a superfície com relativa velocidade e vislumbrando cenas as mais diversas.
       Esta constatação, no entanto, não é apanágio único e exclusivo de ocultistas calejados, que conhecem o que dizem há milhões de anos, por experienciações próprias. A ciência veio surpreender ao afirmar que é possível tocarmos, em segundos, com o pensamento, um astro distante no outro lado do universo através da energia comum que a tudo permeia. A essa energia os ocultistas chamam, dentre outros nomes, de Aether, Éter ou Akasa, sendo isto sim, o imenso oceano etérico que se espraia sob, dentro de, e sobre todas as coisas criadas, a tudo interligando e com tudo comunicando.
        Ponto mais uma vez para a milenar sabedoria oriental oculta, hoje debochada pelos sabichões da ciência materialista, que em assuntos de matéria, dimensões quânticas ou fenômenos ocultos, somente engatinha. (Rayom Ra) 

       O tubo astral é produzido pela formação de uma corrente de pensamento no plano astral (mantendo-se reunido por uma forte provisão de prâna projetado com o mesmo pensamento), corrente que torna mais fácil a passagem das vibrações astrais de todas as classes, quer sejam vibrações de pensamento telepáticas, ou vibrações luminosas astrais, ou vibrações sonoras astrais. É colocar o observador e o observado – o transmissor e o receptor, ou as duas pessoas, em harmonia – numa íntima condição de rapport ou comunicação. O tubo astral é o meio pelo qual se torna possível uma grande variedade de fenômenos psíquicos.

       No caso de visão telescópica astral ou clarividência do espaço, o clarividente, consciente ou inconsciente, estabelece um tubo astral que o põe em conexão com a cena distante. As vibrações luminosas astrais chegam a ele mais facilmente por esse método e as impressões externas são inibidas ou interceptadas, de modo que a mente receba somente as impressões do ponto focalizado. Essas impressões chegam ao clarividente e são ampliadas pela sua faculdade telescópica, e são, então, percebidas claramente pela sua visão astral. Essa faculdade telescópica, recordai-vos, atua simplesmente como as lentes através das quais passam os raios da luz astral, e por esse motivo as impressões são ampliadas a um tamanho suficientemente grande para serem distinguidas pela visão astral, da mesma forma que os raios ordinários de luz são aumentados para a visão comum pelas lentes do telescópio.

       A analogia é muito expressiva e vos ajudará a formar uma idéia clara do processo. O tubo astral é geralmente formado pela vontade do clarividente ou por seu forte desejo, o qual tem quase a mesma força. Algumas vezes, se as condições são favoráveis, um pensamento trivial qualquer pode causar a formação da corrente astral, e o clarividente verá cenas impensadas e até desconhecidas para ele. O pensamento fútil pode ter formado uma relação com outras pessoas psíquicas ou ter sido atraído por certas direções por algumas das mil e uma coisas psíquicas sob a lei da atração e associação; mas a vontade do operador é geralmente suficiente para cortar a conexão estabelecida descuidadamente e substituí-la rapidamente por outra com a pessoa ou lugar desejado.

       Muitas pessoas têm essa faculdade bem controlada; outras a possuem por intervalos, indo e vindo a elas espontaneamente; outras são desprovidas dela, exceto quando estão sob a influência mesmérica, etc. Outras têm encontrado na bola de cristal ou objetos similares um meio fácil para criar o tubo astral, usando o cristal como uma espécie de ponto de partida. A contemplação por meio do cristal é simplesmente clarividência do espaço com o uso do tubo astral; e as cenas percebidas pelo observador são vistas por esses meios.

       Temos apenas o espaço suficiente para indicar os princípios gerais desse grande assunto e dar ao estudante uma idéia inteligível das várias formas de fenômenos psíquicos. Sentimos não ter a oportunidade de relatar os interessantes exemplos de poder clarividente que têm sido apresentados por eminentes escritores sobre o assunto e que estão bem testemunhados sob o ponto de vista científico. Em todo caso, não nos propomos provar-vos a existência da clarividência – devemos supor que sabeis que é um fato ou, pelo menos, que não sois antagônicos à idéia. O espaço de que dispomos deve ser dedicado a uma breve descrição e explicação desse fenômeno, e não a uma tentativa de provar a sua realidade aos céticos. É uma questão que, depois de tudo, cada homem deve provar à sociedade pela sua própria experiência e que, finalmente não pode ser demonstrada por nenhuma prova exterior.

       O segundo método de ver as coisas muito distantes de nós consiste na projeção do corpo astral, consciente ou inconscientemente e, na prática, observar a cena no lugar mesmo em que se desenrola, por meio da visão astral. É este um método mais difícil e mais raro que o do tubo astral ordinário que acabamos de descrever, embora muitas pessoas viajem no astral e percebam cenas que elas creem ver em sonhos ou com os olhos da imaginação.

       Descrevemos o corpo astral em uma lição anterior. É possível para uma pessoa projetar seu corpo astral ou viajar nele, a qualquer ponto dentro dos limites do planeta, se bem que muitos poucos são conscientes de que podem viajar assim, sendo necessário que o principiante pratique muito e com grande cuidado. Uma vez no local, pode o viajante astral ver o que está se passando a seu redor, sem estar limitado à pequena cena, à qual está restrito aquele que usar o tubo astral. O corpo astral segue seus desejos ou sua vontade e vai onde lhe ordena. O ocultista preparado deseja simplesmente estar em certo lugar e seu corpo astral dirige-se para ali com a rapidez da luz ou mais rapidamente ainda.

       Naturalmente o ocultista inexperiente não tem esse grau de controle sobre o seu corpo astral e é mais ou menos inapto ao seu manejo. Algumas pessoas viajam frequentemente em seu corpo astral durante o sono; um número menor viaja inconscientemente nas horas de vigília e poucas têm adquirido o conhecimento que as habilita a viajar conscientemente e por vontade própria em qualquer momento.

       O corpo astral está sempre unido ao corpo físico por um tênue fio astral, como de seda, e a comunicação entre os dois é assim mantida. Teremos mais o que dizer sobre o assunto do corpo astral na lição décima, a qual tratará do plano astral. Mencionamo-lo agora simplesmente com o fim de explicar que o que se clarividência é, algumas vezes, efetuado com ajuda, ainda que isso seja uma forma mais elevada de poder psíquico do que as outras formas de clarividência, das quais temos falado até agora.
                                  
                                                [ William Walker Atkinson (Yogue Ramacharaka) ]   


Rayom Ra

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