Isto tudo remete a um interessante mito
emergido durante o período Assírio ou Babilônico há milhares de anos, acerca da
deusa de nome Ishtar. Ishtar é a equivalência Assíria ou Babilônica de Vênus ou
Isis. Assim como temos em muitas outras mitologias como de Isis, Osiris, ou
como nas histórias de Persephone ou Pandora, Ishtar desceu ao submundo em busca
do amor, seu marido. Ao chegar ao submundo, mesmo sendo uma deusa, ela é
obrigada a submeter-se às normas.
Este mito é muito profundo com significados
em vários níveis, porém está relacionado com nossa conversa de hoje:
“Ishtar, a filha do Pecado [a Deusa Lua],
enviou seus pensamentos para a terra do não retorno, a terra das trevas. Enviou
seus pensamentos, Ishtar, a filha do Pecado, para a casa das sombras, a morada
de Irkalla, a casa sem saída para aquele que lá entrasse. Para a estrada, onde
ali não existe volta. À casa sem luz, para aquele que lá entrasse. O lugar onde
o pó é a nutrição deles, o barro seu alimento”.
A maioria dos filósofos e estudiosos que
estudaram esta escritura entendeu que este submundo é aquele que os cristãos
chamaram de inferno, e, no entanto, não é. Este mundo, a cujo interior ela
estava descendo, é a matéria física, o corpo físico. Quem mais come pó todos os
dias de suas vidas senão Adão e Eva, expulsos do Éden?
“E, יהוה אלהים [Jehovah Elohim, o Ser Interior] chamou Adão [o cérebro do corpo], e perguntou-lhe: “Onde estás?”
E ele respondeu: eu ouvi a tua voz no Jardim
[do meu corpo] e porque estava nu, [sem o Shekinah que o abandonou pela
fornicação]; tive medo e me escondi.
E ele perguntou-lhe: Quem te fez saber que
estavas nu? Comeste da árvore [do conhecimento: sexo], de que te ordenei que
não comesses? [como um animal].
Então disse o homem [o cérebro]: A mulher [os
órgãos sexuais do corpo] quem me deste para estar comigo, ela me deu da árvore
[do sexo] e eu comi [como um animal].
E, יהוה אלהים disse para a mulher: O que é
isto que tu fizeste? E a mulher respondeu: A serpente [Lucifer, Luce-fer, a
“portadora de luz”; energia] enganou-me, fazendo-me comer [como um animal].
E, יהוה אלהים disse para a serpente [a
portadora de luz, energia]: Porque tu fizeste isto, malditas és entre todos os
animais בהמה [animais, como escravos do desejo instintivo], e dentre todos חי
[animal] animais do campo rastejarás sobre o teu ventre [instintivamente] e עפר
[pó, refugo] será teu alimento por todos os dias de tua vida.
E porei inimizade entre ti e a mulher [órgãos
sexuais] e entre ti זרע (semem) e ela זרע (semem); e ferir-te-á a cabeça
(cérebro) e tu lhe ferirás o calcanhar.
E à mulher (órgãos sexuais) disse: Sobremodo
multiplicarei teus sofrimentos e tua concepção; em dores darás à luz teus
filhos; e o teu desejo será para teu marido [o cérebro] e ele te governará.
E a
Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher [os órgãos sexuais] e
comeste da árvore [do sexo] de que te ordenei dizendo que tu não comesses [como
um animal]: maldita é a terra [o corpo físico] por tua causa; em sofrimento
comerás dela por todos os dias de tua vida.
Cardos e abrolhos ela produzirá para ti; e
comerás a erva do campo.
Em suores de teu rosto comerás do pão até que
retornes à terra; pois dela fostes formado: porque és pó e ao pó tornarás”. –
Genesis 3.
Assim o mito de Ishtar representa arquétipos
em nossas consciências que descem para dentro do corpo físico. A história
continua:
“Ishtar chegando ao portão da terra do não
retorno dirigiu-se ao porteiro:
- Porteiro, ei, abre o portão! Abre o portão
para que eu possa entrar! Se não abrires o portão para deixar-me entrar,
quebrarei a porta, arrancarei a fechadura, destruirei os umbrais, forçarei as
portas! Trarei os mortos para devorarem os vivos! E os mortos irão exceder os
vivos!
O porteiro abriu sua boca e falou para a
senhora Ishtar:
- Desiste,
ó senhora, não o destrua. Irei anunciar teu nome a minha rainha Ereshkigal. O
porteiro entrou e falou a Ereshkigal:
- Ho! Está aqui tua irmã, Ishtar... Hostilidade
dos grandes poderes...
Ereshkigal ao ouvir isto, foi como alguém que
cai de uma tamargueira e fica tremendo; como alguém que corta um junco e se
agita: “O que moveu seu coração [sede da inteligência], o que excita seu
fígado? [sede das emoções] Ho…., desejaria esta morar comigo? Comer barro como
alimento, beber pó como vinho?”
Estas são duas deusas, são dois aspectos do
mesmo arquétipo. Noutras palestras conversamos sobre como deusas têm diferentes
formas. Pandora tem aspectos positivos e negativos. Isis, Kali, Durga, etc.,
representam diferentes facetas da mesma força. Persephone e Hekate são duas
faces da mesma força, etc. A Divina Mãe é a deusa em cima no paraíso e a deusa
embaixo no inferno. Realmente, ela tem muitos, muitos aspectos, uma vez que ela
é o corpo de toda a existência.
No mito, a deusa que manobra a matéria
física, que é a Mãe Natureza, diz:
- A deusa
celestial está vindo aqui!
A Divina Mãe no inferno [Persephone, Hekate], (ainda) diz:
A Divina Mãe no inferno [Persephone, Hekate], (ainda) diz:
-
Deixa-a entrar!
Ishtar tem, então, de atravessar sete portões.
- Entra, Ó Senhora, deixa Cuthan dar-te as
boas vindas. Deixa o palácio da terra do não retorno regozijar-se com tua
presença!
Ele a permite entrar pelo primeiro portão,
abrindo-o totalmente, e toma a grande coroa de sua cabeça:
- Por que, ó porteiro, retiraste-me minha
grande coroa de minha cabeça?
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal!
Ao
segundo portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela os
seus brincos.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me meus
brincos?
- Entra,
Ó senhora, pois tais são os decretos de Ereshkigal!
Ao terceiro portão ele a permite entrar,
abrindo-o totalmente, removendo dela o seu colar.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me meu
colar?
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal!
Ao quarto portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela os seus ornamentos de seu peito.
Ao quarto portão ele a permite entrar, abrindo-o totalmente, removendo dela os seus ornamentos de seu peito.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me meus
ornamentos de meu peito?
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal.
Ao quinto portão ele a permite entrar,
abrindo-o totalmente, removendo dela a cinta de seu corpo, guarnecida de pedras
preciosas.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me minha
cinta de meu corpo, guarnecida de pedras preciosas.
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal!
Ao sexto portão ele a permite entrar,
abrindo-o totalmente, removendo dela as suas lantejoulas das mãos e pés.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me minhas lantejoulas
de minhas mãos e pés?
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal!
Ao sétimo portão ele a permite entrar,
abrindo-o totalmente, removendo dela sua tanga.
- Por que, Ó porteiro, retiraste-me minha
tanga?
- Entra, Ó senhora, pois tais são os decretos
de Ereshkigal!
Assim que passou pelo sétimo portão, ela se
encontra completamente exposta. Então ela vê a Rainha do Mundo Inferior, e
lutam.
Agora que Ishtar desceu ao interior da terra
do não retorno, Ereshkigal a vê e fica irada pela sua presença. Ishtar, sem
refletir, atira-se sobre ela [com raiva].”
Isto pode soar como um típico mito, mas
conduz uma grande verdade: involução. Em nosso desenvolvimento cósmico quando
nossa luz interna desdobra-se em manifestações, ela precisa descer e ser
modificada por todos os diferentes níveis de matéria e energia através dos
quais penetra no seu descenso. O raio da criação se lança desde os reinos
logóicos, descendo através de Átmico, Búdico, Causal, Mental, Astral, Vital e
Físico: sete níveis, sete dimensões, sete aspectos de nossa psicologia.
Aquela centelha é desnuda devido ao karma [dualismos, pares de opostos, causa/efeito - R/R] porque esta é a lei. Quando aquela centelha chega como energia para ativar o
corpo físico, está fraca e despojada de poderes. Está pequena, exposta e em
conflito.
Quando Ishtar chega naquele mundo inferior, a rainha daquele
mundo aflige-a com males, enfermidades, doenças e problemas.
Ereshkigal
abriu sua boca e falou a Namtar, seu mensageiro, ordenando-o:
- Vái Namtar, aprisione-a em meu palácio. Manda
contra Ishtar sessenta doenças para puni-la. Doença de vista contra seus olhos,
doença contra sua face, doença contra seu pé, doença do coração contra seu
coração, doença da cabeça contra sua cabeça, contra tudo de seu ser, contra seu
corpo inteiro!
Depois que a senhora Ishtar tinha descido à
terra do não retorno, o touro não cobriu a vaca, o asno não se aproximou da fêmea,
nenhum homem chegou-se a uma donzela na rua, o homem dormia no seu quarto e a
mulher sozinha." ....
Ishtar, a luz dos reinos superiores, torna-se
aprisionada, condicionada pela matéria e energia devido à causa e efeito. Em
outras palavras, esta história representa o que a história de Adão e Eva
exemplifica: em virtude do mau uso da matéria, energia e consciência,
tornamo-nos condicionados. Em ambos os casos está inteiramente implícito: é
sexual.
A situação de Ishtar representa a situação de
nossa mais Profunda Divindade. Nosso espírito está dentro de nós, afligido com
todos os problemas por ter um corpo físico, afligido com karma. Eis o que é
aqui “normal.” É algo anormal em nosso caso devido ao karma [as oposições, a ignorância em como administrá-las, balanceá-las - R/R] ser tão pesado. Em
outros locais cósmicos a situação não é muito dramática. Para nós no planeta
Terra é muito dramática e dolorosa porque nosso karma (*) é muito forte.
Precisamos aprender como mudar esta situação.
O método é tomar consciente controle de nossa energia, manobrar nossa matéria e
energia conscientemente. Precisamos aprender sobre os tipos de energias que
temos. Precisamos experimentá-los, prová-los, manipulá-los.
Falamos sobre sete tipos de energia, ainda
que não seja uma lista abrangente. Há inumeráveis formas de energia, mais do
que podemos listar. Estes sete tipos concernem bem estar. Essas são formas de
energia que precisamos manipular, que precisamos modificar, tomar o controle e
dominarmos espiritualmente ou dominarmos nas relações com qualquer tipo de
religião.
(*) - Em relação ainda, à causa e efeito, siga o link abaixo onde, em cujo texto, são dadas explicações por Mestra Nada sobre transcendentes mudanças da lei do carma para a humanidade, em reunião dos Poderes Planetários e Grande Fraternidade Branca Universal. [Rayom Ra]
http://arcadeouro.blogspot.com/2014/04/recordar-e-preciso-sobre-carmas-provas.html
///////
Siga os links:
[Segue Parte IV]
(*) - Em relação ainda, à causa e efeito, siga o link abaixo onde, em cujo texto, são dadas explicações por Mestra Nada sobre transcendentes mudanças da lei do carma para a humanidade, em reunião dos Poderes Planetários e Grande Fraternidade Branca Universal. [Rayom Ra]
http://arcadeouro.blogspot.com/2014/04/recordar-e-preciso-sobre-carmas-provas.html
///////
Siga os links:
Parte (I) : Energia, Matéria e Consciência (I)
Parte (II) : Energia, Matéria e Consciência (II)
Parte (V) :Energia, Matéria e Consciência (V)
[Segue Parte IV]
Energy, Matter and Consciousness
Fonte:
Tradução
Inglês/Português: Rayom Ra
Rayom Ra
[Leia mais Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em
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