1. O conhecimento que hoje detemos da alma não esteve sempre ligado a contextos de magias e fatos sobrenaturais?
R. Magias e fatos sobrenaturais são assim
referidos pelas pessoas céticas, materialistas ou agnósticas, como sendo
produtos da imaginação. Nesse exame e classificações superficiais, nota-se
sempre o desprezo daqueles que pautam seus pensamentos pela completa descrença
de uma ciência sutil e sensível, porém tão poderosamente ligada à realidade
concreta que se não existisse seria impossível a própria vida. É natural que
isso aconteça, uma vez que nos ciclos de evolução da vida no planeta Terra esteja
previsto o conhecimento gradual da matéria e dos reinos da natureza.
E isso vem
revelar também o momento atual do desenvolvimento da ciência humana porque o
homem moderno ocidental emerge de um ciclo de crenças para o descobrimento de
novas causas e aprofundamentos das experiências científicas, estando agora
liberto dos dogmas e perseguições da mente tacanha de um despotismo religioso
perverso e maléfico que encarcerou o pensamento por mais de mil anos.
Antes desse período somente algumas
civilizações demonstraram o brilho do pensamento sensível e a indissolúvel
integração com a alma, embora sempre fossem observados os ciclos do
nascimento-evolução-apogeu-decadência-morte, quando após, os impulsos evolucionários
atingiam um ocaso definitivo.
Num planeta como a Terra em permanente
transição há sempre dissensões, justamente por que a visão lançada ao mundo se
polariza tanto na mente concreta como nas considerações filosóficas, religiosas
ou de cunhos somente abstratos. Mesmo por que atravessamos ainda a longuíssima
idade do ferro ou idade negra, segundo a filosofia oriental, iniciada há mais
de 5.000 anos quando Krishna abandonou seu corpo físico, e devendo durar
432.000 anos.
2. O
que é realmente a alma?
R. Definir a alma é como tentar definir um
oceano e o que ele guarda nas profundezas, quando conhecemos somente uma porção
superficial de suas águas.
Vamos ilustrar esse trabalho com a
citação de três definições de alma das dezenas encontradas no livro Tratado
Sobre os Sete Raios, por A.A. Bailey, em que é dito:
“A
palavra alma emprega-se também para designar a soma total psíquica – o corpo
vital, a natureza emocional e a substância mental, mas é também mais do que
isso, uma vez que se chegou à etapa humana; constitui uma entidade espiritual,
um ser psíquico consciente, um filho de Deus que possui vida, qualidade e
aparência, uma manifestação única; em tempo e espaço, das três expressões da
alma que acabamos de definir:”
1. “A alma de todos
os átomos que compõem a aparência tangível.” – [portanto
o corpo físico biológico – Rayom Ra].
2. “A alma pessoal
ou a soma total sutil e coerente, a que chamamos Personalidade, composta dos
corpos sutis etérico ou vital, astral ou emocional e o mecanismo mental
inferior. Esses três veículos têm semelhanças com os do reino animal no que
respeita à vitalidade, sensibilidade e mental potencial; com o reino vegetal no
que se refere à vitalidade e à sensibilidade e com o reino mineral no que
respeita à vitalidade e sensibilidade potencial.” – [portanto o ego inferior – Rayom Ra].
3. “A alma é também
o ser espiritual ou união da vida e da qualidade”. – portanto, o ego superior”.
E, “Quando se estabelece a união das três
almas, assim chamadas, temos um ser humano.” – [portanto, a perspectiva do Homem Total – Rayom Ra].
Temos a considerar que a inclusão de o corpo
físico biológico nessa composição tríplice da alma, é devido ao fato de que a
matéria possui qualidade de energia intrínseca à sua própria condição e
natureza. Temos dito que a personalidade é composta de quatro corpos básicos, o
físico, o etérico, o emocional e o mental, o que é tradicionalmente admitido,
uma vez que nessa acepção a forma física biológica é um veículo considerável e
importante, sem o qual a alma em seus diferentes aspectos não atuaria na Terra
como ego potencializado na forma. No entanto, sabemos que o corpo físico,
composto basicamente de elementos sólidos, líquidos e gases, não tem volição
alguma e não se manifesta a não ser ao comando da mente atuante sobre as
diversas áreas do cérebro.
Recordamos aqui uma das definições de anima
mundi ou alma universal, extraída da página 84 de nossa obra, O Monoteísmo
Bíblico e os Deuses da Criação: (*) “Há,
necessariamente, uma ação inteligente e seletora agindo em todas as espécies,
identificada pelo inato impulso do Logos ou Deus de nosso Sistema Solar vivente
na alma universal. Essa alma universal, anima
mundi, responsável por continuamente
imprimir em todos os átomos de todas as células dos seres viventes, a mensagem
da vida qualificada do segundo aspecto do Logos, é o véu ou manto que se
estende e se entremeia no oceano etérico do universo, e que vem também
coexistir e sustentar, nas formas organizadas, a mensagem evolucionária. Na
realidade, anima mundi já nasceu com o Logos, mantendo-se em permanente
sintonia com a cronologia planetária reguladora dos avanços cíclicos das
múltiplas vidas de todos os mundos".
(*) Clique para ver nossa obra citada:
3. Como entender melhor o que seja anima mundi?
R. Anima mundi, podemos
considerar como a própria existência da Mãe do Mundo, por que dela emergem
todas as almas que povoam os sete mundos. Em Akaza ou Aether dos gregos, anima
mundi, a substância original imaculada em seu princípio de existência, está associada
à Mãe Cósmica ou Virgem Maria sendo o impulso que realiza no éter. Essa
substância virginal, conhecida pelos orientais por Mulaprakriti, permaneceu e
permanece em seu manancial, saída de Parabrahman ou Deus Incognoscível, como o
princípio do Deus feminino.
O éter considerado pelos
ocultistas e acusado pela ciência material, mesmo em sua mais refinada e remota
possibilidade, é ainda matéria. O éter penetra a todas as dimensões do universo
e a todas as formas inanimadas ou animadas, enquanto o véu da Mãe Cósmica, a substância
primordial, a Virgem Maria, nele se segmenta sem perder seus princípios
virginais, dando-lhes a vida de Parabrahman, o eterno e infinito princípio, sob
cuja existência os três aspectos do Logos vieram à objetividade para manifestar
o sistema solar.
Dessa maneira, não há
como entender que uma vida sequer, por menor e insignificante que possa
parecer, esteja ausente da consciência desse Criador dos mundos, embora haja
miríades de formas, aspectos e qualidades nas vidas. Anima mundi impregnando os
átomos de todas as vidas com sua presença é o pensamento, a alma universal que as
une e as impulsiona a realizar e a desenvolver estados de consciências nos mais
variados graus e possibilidades.
Essa necessidade de
permanente influxo é a característica de todo o universo tanto em seus
movimentos de contração e expansão, como em permanente rotatividade de seus
mundos em torno de diferentes eixos, e todos os eixos em rotatividades em torno
de um só eixo.
Todas as analogias de
forças, energias, princípios, leis cósmicas e poderes atuantes em nossa cadeia
planetária, no planeta, nos reinos e particularmente no homem, acontecem em
maiores e imensuráveis proporções bem como em insignificantes porções em todo o
cosmos. Assim, a alma de todas as coisas, anima mundi, jamais cessa de atuar,
girando sempre como uma só alma em permanente expansão, integrando as miríades
de outras almas segundo suas relações individuais e de grupos, com suas formas
de matéria em todos os sete reinos conhecidos pelos ocultistas e nos sete
mundos de nosso sistema solar.
4. Nos três aspectos do Logos a alma universal é característica do
Terceiro Logos, como entendê-la qualificada pelo Segundo Logos?
R. Para entendermos
alguns aspectos da criação isso somente é possível mediante o pensamento
meditativo-reflexivo ao exercício da intuição, o que difere do pensamento
materialista dos homens de ciência e seus seguidores. Sempre que nos propomos a
analogias em certos assuntos esotéricos, com o pensamento excessivamente
materializado, não conseguimos ir além de alguns pontos que logo em seguida nos
vêm mostrar incoerências pela maneira objetiva com que foram abordados.
Esse é um dos fatores mediante o qual os
amantes da ciência concreta e da tecnologia não entendem o ocultista, e à
priori o condenam e a toda a sabedoria milenar. Nesse particular é necessário
que o estudante do ocultismo perceba as dificuldades das transmigrações das
próprias analogias a um exercício da intuição visto as analogias, por mais
sutis que sejam, estarem ainda num patamar de referências concretas da mente intelectual
objetiva sobre o ritmo mais lento de percepções do cérebro.
Nunca é fácil a
abordagem sobre o Criador e a criação e todos os mestres da filosofia hermética
que se propuseram e se propõem a entender e a transmitir esses ensinamentos,
recaem nas limitações da própria mente objetiva e nas dificuldades de
transcender aos signos e simbolismos da escrita e fala para a comunicação das ideias.
Entendemos que os três
aspectos do Logos, embora diagramados como três departamentos diferentes em que
o Primeiro Logos é imanifesto e o Segundo e Terceiro sejam objetivos, estejam inter-relacionados
tanto em ação ou movimento, trabalhando em contínua polarização e magnetização
de energias-formas e energias-vidas sob a original ideação do incognoscível
Parabrahman. Embora as matrizes das
miríades de formas tenham sido projetadas e trabalhadas sobre a matéria
pregenética pelo Terceiro Logos, e a própria presença transcendente de anima
mundi seja a imanente mensagem do Criador, como a alma de todas as coisas na
sua deificação feminina, ela ligou-se ao mundo objetivo através a ação do
Segundo Logos. O Segundo Logos, ao exarar de Si à matéria primordial atuou como
um divino cimento que ao mesmo tempo em que a tudo vivificou com alma,
impregnou definitivamente a ideia ou nota subjacente do emergente sistema solar
em todos os átomos que agregam à Vida, que então passaram de energias-formas a
estados de consciências.
Assim, anima mundi não é
mais nem menos do que o Segundo e Terceiro Logos, porque nasceu com o Logos desde
sua totalidade imanifesta, precisando, no entanto, investir a nota
característica da mensagem evolucionária da consciência objetiva do Logos,
embora pré-existente na mente de Parabrahman. Nos projetos e etapas da criação
objetiva de universos ou sistemas solares há o antes e o depois com duas
distintas caracterizações, devido a fatores inerentes a uma só natureza
espírito-matéria – características do Segundo Logos – serem de um modo quando
não manifestados, e a espírito e matéria serem de outro modo depois da
manifestação.
5. Espírito, matéria e alma universal em que patamares estão?
R. Inicialmente devemos considerar que ao
tentarmos abordar suas origens e essencialidades não trabalhamos com elementos
senão com ideias e abstrações, portanto em nosso estágio evolutivo, com imensas
limitações. Já dizia H.P. Blavatski: “matéria
é espírito no ponto mais baixo de sua atividade cíclica e espírito é matéria no
plano mais elevado”.
Como vimos anotando,
espírito e matéria num estado anterior à encarnação objetiva do sistema solar
representavam uma só condição, ou seja, espírito-matéria. Já antes da concepção
do universo, espírito e matéria apareciam como qualidades inerentes ao Segundo
Logos. A ação ou presença do Segundo Logos transmite o Espírito do Universo ao
círculo de sua existência. Mesmo sendo o Espírito do Universo, a ação do
Segundo Logos impregna sua qualidade na matéria, ou seja, a Presença da
atividade magnetizadora que vai qualificar a matéria segundo as características
do sistema solar, ou para a finalidade a que foi criado.
O Espírito que se
manifesta no universo tem o princípio positivo; a matéria tem o princípio
negativo e tomando essas duas polaridades o Terceiro Logos deu formas ao
sistema solar, segundo a ideação, trazendo consigo a alma universal, para
glorificar a matéria com a vida. Entretanto, a vida é o próprio Espírito em
todas as formas de consciência por conduto do Segundo Logos, mas vem se
manifestar na matéria diferenciada pela mediação de anima mundi, que é a alma
universal impregnada pela Inteligência ou Mente Universal do Terceiro Logos.
Assim, a mensagem criação-evolução sintetizada em cada átomo das miríades de
pequenas vidas e reinos inteiros caracterizará todos os propósitos intentados
por Parabrahman quando da Ideação de nosso sistema solar.
Dessa maneira, tanto
Espírito quanto Alma, Matéria ou Anima Mundi estabelecem relações de igual
importância, pois do Espírito do universo flui seu complemento a Alma Incriada
e Pura em direção ao Terceiro Logos a fim de se conceber como Anima Mundi,
retornando ao Segundo Logos adicionada da visão Inteligente da Mente Universal
do Terceiro Logos, para qualificar a matéria com a qualidade objetiva
criação-evolução como Segundo Logos. Vemos, portanto, que anima mundi é em
última instância bipolar, pois ora atua como a Mãe ou Cristo no Segundo Logos,
ora como a Mãe ou o Criador na figura do Terceiro Logos denominado também de a
Mente Criadora.
Podemos então
sintetizar da seguinte maneira:
- Espírito = Alento
Incriado + Alma Incriada.
- Anima Mundi = Alma
Incriada + Inteligência Ativa = Alma Universal.
- Matéria = Mãe do
Mundo
.
Vejamos, ainda,
algumas definições:
“Espírito e Matéria são dois polos ou aspectos
sob os quais o Logos se manifesta. Como Ser absoluto que é a Divindade Suprema
é por sua vez Espírito e Matéria. A Matéria é a Mãe do Mundo, assim como O
Espírito é o Pai. A vida do Logos aparece como Espírito; seu Maia (Ilusão) como
Matéria.” (Annie Besant).
“A natureza inferior do Logos, a
material, é origem ou matriz de todos os seres, ao passo que sua natureza
superior, a espiritual, é o elemento vital que os anima e sustém.” (Helena P. Blavatski).
“Todos os seres que vêm à existência,
sejam animados ou inanimados, são produto da união da Matéria com o Espírito”
(Bhagavad Ghita).
“Anima Mundi – a Alma do Mundo – A essência
divina que a tudo preenche, penetra, anima e informa, desde o átomo mais
diminuto de matéria até ao homem ou o deus”. (Helena P. Blavatski).
6. Qual é outra explicação da natureza da alma?
R. A alma, sabemos,
possui a definição clássica nos meios ocultistas como sendo o produto da
interação do Pai espírito, com a Mãe matéria. Essa também é a definição ou
resultado da aparição da consciência no mundo em suas miríades de gradações.
Portanto, alma e consciência são termos semelhantes com significações no mesmo
sentido, mas as situações em que as analisamos e as observamos diferem em razão
do processo evolucionário que o Logos imprime e anima mundi setoriza nos reinos
e espécies. O Logos não é alma e nem somente consciência, mas essencialmente
espírito e matéria que se manifestam no universo sob alguns atributos como:
vontade, sabedoria, inteligência, energia, força, alma, consciência com que
move o círculo de sua existência e avalia seus produtos dentro da Sua própria
Vida.
Isso pode parecer
proposital para produzirmos mais um inexplicável paradoxo e com isso escaparmos
de uma definição humana e falha, aplicada ao Logos, ou Deus Criador de nosso
sistema solar. Quando afirmamos que a consciência do Logos é a totalidade do
sistema solar como é seu corpo de manifestação, entendemos que todas as coisas
estão no controle de sua mente, inteligência e vontade; logo em sua oniabarcante
Vida. Porém, se procurarmos entender que a consciência do Logos é de natureza bem
mais elevada do que essa manifestada no sistema solar teremos outros elementos
para novas reflexões.
Ninguém escapa da
consciência do Logos enquanto no sistema solar sob seus processos
evolucionários. Mesmo quando os aspectos humanos de nosso eu sou se dissolvam
no Eu Sou pelos resultados de nossa evolução espiritual, e esse último esteja
mergulhado na identidade com o Criador, ainda assim Sua consciência será
indevassável. Por outro lado, a consciência do Logos Criador está ainda em
elaboração para alcançar um status superior dentro do corpo do próprio
Parabrahman, embora seja essa consciência criadora a mesma durante os trilhões
de anos em que o sistema solar se manifeste em três encarnações. Essa ilação
conduz à abstração de que a consciência do Logos está no espaço-tempo e fora
dele, mas enquanto no tempo não real seus produtos crescem e evoluem dentro de
um processo elaborado a fim de que sendo esses produtos Seu corpo de manifestação
e consciência, cresçam do relativo para Sua realidade manifestada.
Portanto, como a
definição mais aproximada de espírito e matéria está além de nossa verdadeira
compreensão, onde energia e força permeiam essas idealizações nos mundos
objetivos do sistema solar, admitimos em simples palavras que a alma do mundo
seja somente um instrumento finito para a realização de um acontecimento futuro
e infinito, alocado num determinado espaço sob e sobre uma linha de frequências
que conduzem às noções relativas de passado, presente e futuro. Nessa visão, a
natureza da alma, embora de duração finita, tem origens no pensamento infinito
do Deus Supremo, vindo abrir-nos o leque para dentro e para fora do espaço-tempo,
escapando ainda mais de nossas tangíveis conjeturas mente-cérebro.
7. Dentro
de nossas conjeturas mente-cérebro como ainda situar a alma?
R. Como dissemos
anteriormente, a alma é uma totalidade anterior à manifestação objetiva do
sistema solar que, através da natureza magnética do Segundo Logos, imprime a ideia da criação-evolução em cada átomo de todas as formas de vida ou energias-vidas.
Anima mundi é o duplo aspecto da alma universal presente em toda a natureza,
sob cuja interação setorizada nos reinos e grupos de espécies vem ainda assim transmitir
a ideia global da necessidade evolucionária da consciência de um conjunto maior
de vidas.
Os grupos de espécies
minerais, vegetais, animais e humanos possuem características segundo seus
raios principais dimanados do Logos e essas características básicas permanecem
durante todo o processo evolucionário das espécies, independentemente das ações
cíclicas dos raios provindos do próprio Logos Solar ou de outros sistemas
solares. A alma universal por si mesma é uma Entidade ou Grande Vida,
sintetizando, portanto, energia, força, mente, pensamento, ação, movimento,
inteligência, vontade, amor e outros atributos. E esses aspectos ao adentrarem
e impulsarem os círculos de existências dos reinos da natureza e os chamados
reinos elementais, provocam nas suas aparências e intrarrelações a extrema
complexidade de quando vistos e analisados somente de baixo para cima.
8. Como entender melhor a Alma sendo infinita, mas confinada a um plano de
criação finito?
R. Como dissemos, o
Logos existe no não tempo, se manifesta objetivamente por sete dimensões e nos
mundos circunscritos ao espaço-tempo. A consciência do Logos é sobremodo
superior à sua própria ação no círculo de existência chamado sistema solar,
visto o Logos Solar representar somente um dos muitos Logos existentes no corpo
imensurável de Parabrahman, mas estar ligado a todos aqueles demais Logos.
Entendemos Parabrahman como
a fonte universal de os sistemas solares cujas manifestações representem as
objetivas encarnações dos Logos de Sua abrangência no tempo real e no
espaço-tempo. Sabemos
que o universo manifestado
é considerado um símbolo, uma projeção plasmada do universo real, que a
ciência
material já começa a entender e chamar de holograma a este universo
manifestado em que nos encontramos. A consciência tanto de um
sol, planeta, mineral, vegetal, animal ou homem está impregnada da
mensagem de
anima mundi como uma realidade a ser trabalhada, embora saibamos que
tudo o que
nos rodeia são simplesmente formas, efeitos de uma causa maior
necessariamente
manifestada, porém temporária e ilusória.
Os orientais já diziam há milênios que o mundo é Maia, a ilusão alimentada pelos sentidos que agem finitamente nas manifestações-vidas de todos os reinos. Embora isso esteja acontecendo e saibamos dessa realidade “não real” é necessário que dentro do espaço-tempo exercitemos a consciência de Maia, conhecendo o não real e o tomando pelo real, conhecendo o efeito da causa e o tomando pela causa, até que avançando sobre esses reflexos atinjamos a raiz da verdadeira consciência que se sobrepõe a todas as falsas aparências. E isso se aplica a um sistema solar, a uma constelação, a uma galáxia, a um grupo de galáxias e a todo o macro universo suspeitado.
Os orientais já diziam há milênios que o mundo é Maia, a ilusão alimentada pelos sentidos que agem finitamente nas manifestações-vidas de todos os reinos. Embora isso esteja acontecendo e saibamos dessa realidade “não real” é necessário que dentro do espaço-tempo exercitemos a consciência de Maia, conhecendo o não real e o tomando pelo real, conhecendo o efeito da causa e o tomando pela causa, até que avançando sobre esses reflexos atinjamos a raiz da verdadeira consciência que se sobrepõe a todas as falsas aparências. E isso se aplica a um sistema solar, a uma constelação, a uma galáxia, a um grupo de galáxias e a todo o macro universo suspeitado.
Entretanto, não sabemos
se o infinito que nos acena seja também parte de um mesmo jogo de causas e
efeitos finitos em patamares mais elevados, sendo também assim, não reais, tomados falsamente por
realidades. Se as analogias menores repetem as maiores, e nossa mente finita
atinge uma possibilidade de ideia do infinito, poderemos então entender que
muitos véus de “Maias” serão necessários ser ainda levantados depois desse
sistema solar ter existido.
9. Existe então uma realidade da alma?
R. Entendemos que essa
realidade seja a mônada existente em poderes desde os mundos superiores de
nosso sistema solar. A mônada está ligada à causa primeira que foi a ideação do
sistema solar na mente do Logos Criador, vindo a mônada renascer nesse universo
pela projeção do Primeiro Logos ainda que o Primeiro Logos seja imanifesto.
Reproduzimos aqui uma de
nossas referências às mônadas, constante da página 81 da obra O Monoteísmo
Bíblico e os Deuses da Criação:
“As ordens de vidas,
chamadas espíritos ou mônadas, nascidas do Primeiro Logos, que dos mundos
superiores ligam-se às vidas menores, elementais, e às suas respectivas formas
de matéria, têm por objetivo experimentar fluxos de energias, forças e
sensações, e assim acumular experiências nos processos de trocas.”
As mônadas trabalharam
junto com as Hierarquias Criadoras quando da construção do sistema solar e também
formam uma hierarquia. As mônadas, no entanto, têm suas limitações quanto a atuar
diretamente na matéria e dela obter as necessárias experiências, necessitando
assim do auxílio das demais Hierarquias atuantes nos mundos abaixo do seu, a
fim de construir uma estrutura através da qual se possa manifestar. Dessa
maneira, as mônadas são também o Logos e como tal detém o conhecimento e a
principal mensagem levada por anima mundi a todas as vidas e formas de vidas do
sistema solar.
A realidade da alma é a
própria realidade da vida do ângulo em que a observemos, seja do sensível ou
inteligível. A alma é real na medida em que o real existe em nossos sentidos e
pensamentos e deixa de sê-la na medida em que nos abstraímos de sua presença
pela razão pura ou intuição, tocando o âmago de cada coisa pensada ou meditada,
rasgando, portanto, véus.
10. Então pela inerência da alma e sob a visão dela, Deus pode existir e
não existir?
R. Nossa visão é a visão
da alma condicionada à personalidade num determinado momento. Há várias
maneiras de explicar a existência de Deus como há várias outras de tentar explicar sua
inexistência. A visão ateísta não é a razão da alma em seu estado distinto e
independente, mas sim do ateísmo que é uma criação do condicionamento humano. A
alma está tanto na razão da matéria quanto na do espírito. O animal possui
mente e raciocínio, mas está preso aos fortes liames do instinto sem distinguir
razão alguma a não ser de suas próprias necessidades. No entanto, a alma nele
está presente com especiais atributos e os atributos são independentes, podendo
estar no animal sem dele pertencer. Portanto, a personalidade crer na
existência ou não de Deus é ora considerando a alma como parte de Deus ora não,
mesmo que tratemos de explicar a alma por “não ser”, porque assim é sua
realidade finita no infinito.
11. Como entender melhor a origem da mônada e sua atuação no sistema solar?
R. Temos dito que as
mônadas habitam as dimensões superiores do sistema solar formando uma
hierarquia a fim de enriquecer sua natureza. Nessa presença, elas participam da
construção do sistema solar porque sendo originárias do próprio Logos, são,
portanto, o Logos. Para nova ilustração reproduzimos o que é dito das mônadas
da página 120 da obra O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação:
“As mônadas
procederam do Primeiro Logos, como já nos referimos, e são também chamadas de ‘Chispas
do Fogo Supremo’“. A elas assim se refere A.E. Powell sobre a Doutrina Secreta,
relativamente ao “catecismo oculto”.
“- Levanta tua cabeça, Ó, Lanu! Vês uma
ou inumeráveis luzes acima de ti, ardendo no céu escuro da meia-noite?
-
Eu percebo uma chama, Ó, Gurudeva: vejo inumeráveis e inseparáveis centelhas
que nela brilham!”
A chama é Ishvara em Sua
manifestação como Primeiro Logos; as chispas não separadas são as mônadas
humanas e outras. Há de se notar especialmente as palavras “não separadas”,
pois significam que as mônadas são o próprio Logos.
As mônadas, espíritos
puros ou também centelhas divinas são conscientes e oniscientes da alta
expressão de seu plano de existência, sendo poderosas nas vibrações de seus
próprios raios. Quando o sistema solar veio à manifestação as mônadas se
colocaram no mundo Adi (ver Considerações Sobre a Criação) e ali iniciaram seu
trabalho de auxílio à construção. Devido suas naturezas, as mônadas não puderam
descer senão somente ao mundo imediatamente abaixo chamado de anupadaka, de onde
foram auxiliadas pelas Hierarquias Solares a construir veículos através dos
quais pudessem auferir experiências nos demais mundos inferiores ou planos de
existência.
Entendemos, porém, que
as mônadas devem contar bilhões pelo que deduzimos do número de habitantes no
planeta Terra, considerando o fato de que cada ser humano desenvolvendo os
atributos de sua personalidade e alma estará ligado a uma mônada que é
justamente sua mais alta expressão de vida. No entanto, como vimos dizendo, a
evolução da humanidade terrena não é homogênea, havendo inserções
extra-planetárias e participações alienígenas sobre o processo criador do
Logos. Por conseguinte, isso nos leva a concluir que houve e há populações
anômalas ao processo mônada-alma-personalidade, considerando-se, portanto,
seres de outras categorias no processo evolucionário chamado O Grande Plano da
Criação.
12. Como entender melhor esta última referência?
R. Esta análise não
é estranha ao conhecimento ocultista. No processo evolucionário a que vimos nos
referindo no qual bilhões de mônadas humanas participam, começado na Terra há
18 ou 20 milhões de anos no período lemuriano, a população cuidada pelas Hierarquias
Criadoras Lunar e Solar veio se desenvolvendo em cinco grandes raças, estando
destinada a se desenvolver plenamente em sete. Ao curso desse processo muitas
dificuldades aconteceram aos mestres raciais, chamados manús, responsáveis
diretamente pela evolução de corpos, tendo havido avanços em civilizações como
também retrocessos e extinções de etnias e ramos étnicos. Houve, com toda a
certeza, guerras contra seres alienígenas que aqui permaneceram e ainda
permanecem, e cruzamentos ou experiências genéticas deles com povos de vários
ramos étnicos para finalidades diversas.
Entendemos que a mônada
é independente de seus veículos aos quais utiliza para a evolução, mas não
sabemos a quantos ela desconecta de seu processo evolucionário por ter perdido
o controle sobre seus destinos. A sensação de aversão e perplexidade que temos
sobre as ações criminosas e ignominiosas de homens e mulheres em certas
famílias, ou grupamentos populacionais, nos faz refletir da origem humana ou
não daquelas criaturas.
Acresce que, na
realidade, muitos milhões de pessoas são egressas recentemente do reino animal,
tendo conseguido individualizar-se durante o período atlante, emergindo de um
processo grupal instintivo para a condição animal-homem, sendo ainda imaturos,
não estando o suficiente desenvolvidos para em verdade encarnar uma alma
diretora. Esses sempre foram os alvos prediletos dos alienígenas para
experiências genéticas, de cujo seio fizeram emergir populações sem quaisquer
ligações com mônadas.
Acreditamos, por essas
breves explicações, que há na Terra muitos milhões de seres humanos verdadeiramente
sem alma no sentido restrito do termo, embora isso não se verifique no sentido
lato pela universalidade de anima mundi que a todas as vidas se liga, como
vimos explicando.
13. No processo terreno da individualização como entender melhor que
milhões ainda não encarnaram uma alma diretora?
R. O processo
evolucionário nos estágios animal-homem, posteriormente homem-animal e
finalmente homem reflexivo – que nada tem a ver com as teorias darwinistas – é
longo e sinuoso, ocorrendo sempre naturais avanços, atrasos ou mesmo involuções.
Ainda na decorrência do
reino animal, as espécies operam experiências sob fatores como vitalidade, sensibilidade
e mente potencial, indissociados das fortes ligações da alma instintiva que
também é nota predominante entre animais. A passagem da alma instintiva animal adicionada
com os elementos germinais da mente racional se dá de modo quase abrupto,
tirando a alma de condições reguladoras de grupamentos com que convivera por
milhões de anos, para a situação de um ser humano individual que dali em diante
será investido de outros atributos, ainda nebulosos para a primitiva
compreensão.
Naturalmente que por
muitas gerações o animal-homem atuará sob intensa ação e atividade instintiva a
nortear-lhe os passos e não sob a direção mais próxima da mente racional ainda
em demorada consolidação. Por milhões de anos o animal-homem passará por
transformações evolucionárias atingindo o status de homem-animal e finalmente
de homem-reflexivo.
Ao processo de avanço,
anima mundi imprime sua presença sob intermediações das Hierarquias Criadoras
que equacionam situações e ajustes para melhores resultados em meio às
famílias, grupamentos, ramos étnicos e troncos raciais. O suporte ao alojamento
dessas almas imaturas naqueles segmentos étnicos mais atrasados revela parte do
modelo terreno evolucionário levado a cabo pelas Hierarquias Criadoras,
ajustado não somente para situações de nosso planeta como também, em maior
escala, para a totalidade de nossa cadeia planetária.
O modelo, no entanto,
embora elaborado para as necessidades evolucionárias não funciona em mesmos
graus para todos os seres recentemente chegados ao reino humano, tendo em vista
certas circunstâncias de indevidas e pregressas inserções do humano ao animal e
por outras características inadequadamente desenvolvidas pelos próprios
representantes de algumas espécies. Esses fatores virão contribuir para que
grupamentos ou grandes destacamentos de almas de idênticas sintonias
vibratórias formem populações avessas ao progresso e à disciplina inspirada e
trabalhada no invisível pelas Hierarquias. Esses contingentes, de tempos em
tempos, veem-se aumentados pelas incorporações de outros milhões de almas em
mesmos calibres, retardatárias de ciclos evolutivos anteriores que reencarnam
na Terra e assim mutuamente se coadunam em seus propósitos, constituindo-se em
categoria bem maior de almas adernadas ao processo evolucionário natural, vindo
trazer muitos problemas ao mundo através dos séculos ou milênios.
Como resultado desse
posicionamento, elas não se libertam dos laços instintivos que as mantém
prisioneiras, continuando a viver ao imperativo de atitudes hostis,
egocentrismos, violência, práticas mágicas tribais, guerras, crimes, vícios e
sob outra ordem de fatores nefastos ao desenvolvimento da consciência, perdendo
tempo precioso para ativar os canais que ligam suas energias primitivas para um
mínimo aceitável de convergência de seus quatro corpos inferiores. Dessa
maneira, ao não fundamentar essas bases de edificação de uma personalidade a
ser consolidada e treinada em tempo hábil, não reunirão ainda condições para a
posterior ligação com o ego superior ou alma diretora.
No entanto, as etapas
evolucionárias não se concretizando num ciclo planetário ou noutro, essas
populações primitivas ou de centros civilizados, mas adernadas ao processo
natural, constituirão, em futuro, a triste romaria de milhões em processos
raciais involutivos e desagregantes, desaparecendo definitivamente do cenário
humano tanto em corpos quanto em almas, após todas as chances que lhes foram
oferecidas e desperdiçadas.
14. Que fatores conduziram anteriormente os representantes de espécies
animais para um momento negativo animal-homem e homem-animal?
R. Principalmente a
violência e crueldade do homem com as espécies. Sabe-se que a individualização
de animais é um processo que reúne fatores emergentes estimulados nas últimas
fases da vida animal para prove-los de melhores condições de atingir o reino
humano. Os animais domésticos são os mais bem preparados para avançar de seus
estágios devido aos cuidados dispensados pelos seus donos e aficionados,
individualizando-se assim naturalmente e aguardando nas dimensões astrais seu
momento de ingressar nas raças humanas como animais-homens. As espécies com
colorações idênticas e corpos astrais de mesmos segmentos vibratórios formarão
populações afins no reino humano.
Normalmente, eles se
tornam individualizados por terem se esforçado no sentido de desenvolver a
inteligência quer em suas vidas naturais ou em lares humanos quer atrelados aos
seus trabalhos administrados pelo homem ou, ainda, treinados e adestrados para
finalidades boas ou más. Quando as correntes instintivas da mente animal ativam-se
até certa voltagem, as barreiras dos mecanismos cérebro-mente se rompem
permitindo o despertar de seu corpo causal, dando-se então a individualização
da alma animal para animal-homem. Os animais domésticos exercitam essas
correntes ao amar intensamente seus donos e tentar adivinhar-lhes os
pensamentos e desejos. Desse modo, o homem é para o animal o seu mestre.
Esse processo, em
contrapartida, vem também acontecer pelos atos cruéis do homem em direção aos
animais que os levam a individualizar-se pela força da aversão, temor e ódio ao
gênero humano. Consequentemente, esses registros fortes e negativos virão
compor quadros excludentes e trabalhar as energias animais de modo contrário ao
ideal, tornando-os produtos problemáticos para as sociedades nos grupamentos
afins em que mergulharão. Essa herança no passado os trouxe para
individualizações mais rápidas do que em certos grupamentos dóceis e obedientes,
resultando, em muitos casos, em tribos e etnias selvagens e destruidoras,
avançando mais tarde noutros segmentos raciais em que reencarnaram em comunidades
inimigas da sociedade, voltadas a todos os tipos de vícios e violência,
incapazes para o trabalho.
Noutra ponta do processo
evolucionário pré-humano, houve aqueles grupamentos que desde tempos anteriores
à materialização do globo terrestre já incorporavam sensações separatistas de
orgulho e superioridade em suas formações embrionárias de consciência,
segregando-se dos demais grupos de suas espécies, formando ao longo do processo
evolutivo humano castas usurpadoras e déspotas.
15. Como se classificam as mônadas?
R. As mônadas se
classificam em sete tipos que são suas vidas de raios. Num determinado momento
da encarnação de um ego, os corpos físico, emocional e mental estarão cada um
detendo um raio específico que os farão reagir segundo suas respectivas
inclinações. A cada encarnação esses raios podem variar, e de fato terão de
variar, exceto o das próprias mônadas que permanecerão respectivamente os
mesmos no transcurso total de suas vidas no sistema solar.
16. Como se estrutura o ego superior?
R. Vamos reproduzir o
pensamento de H.P.B. em como ela vê a constituição do ego superior:
- “Eu: A consciência no
homem do Eu Sou Eu, ou seja, o sentimento da qualidade ou condição do Eu sou. A
filosofia esotérica ensina a existência de dois Egos no homem: o mortal ou
pessoal, e o superior divino e impessoal. Ao primeiro o chama Personalidade, e
ao segundo Individualidade”.
-
Ego Superior ou Interno - É o Manas, o quinto princípio, assim chamado,
independentemente de Buddhi. O princípio mental é o Ego espiritual, somente
quando se haja unificado com Buddhi. É a Individualidade permanente, o Ego que
se encarna. É o Ego divino, impessoal, individual e imperecível.
Vejamos o que
conseguimos analisar dessas definições. Do ego como personalidade já sabemos
ser constituído dos quatro corpos inferiores, o físico denso, o físico etérico,
o emocional e o mental concreto. O ego superior, no entanto, é aquele chamado
normalmente de a Alma na sua acepção mais elevada e formada dos corpos Atma,
Buddhi e Manas Superior. Atma é a vontade pura, Buddhi é a razão ou intuição
pura e Manas Superior é a pura mente abstrata.
Esses veículos ou corpos
de manifestação do homem, no conjunto são chamados de ego superior ou Alma,
considerando-se, entretanto, que a Alma é uma totalidade no homem, e, portanto,
podemos, dessa ideação cósmica, retirar sempre novas ilações. Como, por
exemplo, a Alma no homem como a individualidade e no cosmos como anima mundi
são eternas no tempo finito, e os princípios superiores da individualidade do
homem, de volta ao âmago da mônada ou espírito deixarão de existir voltando a
ser unicamente espírito ou a própria mônada.
17. Que são: vontade, razão e mente abstrata?
R. Na realidade são
atributos dimanados da mônada que é tríplice em sua manifestação desde o seu
próprio plano, sendo também reflexos da triplicidade do Logos incorporados na
mônada quando trabalha com os aspectos cósmicos, Vontade-Sabedoria-Atividade.
Da Vontade do Logos, o reflexo
ou desdobramento de seu primeiro e imanifesto aspecto, chamado “vontade
espiritual”, rebate o aspecto Atma do ego superior no próprio plano ou mundo de
Atma. Da Sabedoria do Logos, característica de seu Segundo aspecto, modelado
pela nota principal do sistema solar nessa sua segunda encarnação, denominada
de amor, rebate a “intuição ou razão pura” de Buddhi. Da Atividade do terceiro
aspecto do Logos ou Mente Universal, rebate a “Mente” em seus dois movimentos,
abstrato e concreto, no mundo de Manas. A mente abstrata representa muito mais
o ego superior do que o inferior, por que é um plano ou mundo de ideias que se
refletem das sementes dos arquétipos ou modelos que nascem primordialmente com
a Mente Universal. Essas sementes crescem e maturam em Manas Superior e, em
ciclos apropriados, são arrojadas sobre as mentes humanas ou manas inferior, fluindo e
pervagando-as em figuras de arquétipos, para serem materializadas segundo as
culturas e conhecimento das áreas do saber humano.
Esses três principais
atributos e seus reflexos, em verdade, clamam por muitas definições, visto
mergulharem nos mundos de múltiplas variações e características especiais e,
segundo as visões e avaliações humanas das filosofias herméticas, estarão
limitadas às decodificações imperfeitas do cérebro.
Desse modo podemos relacionar
Vontade como a necessidade incorporada no Logos em se manifestar, criar, suster
e fazer evoluir seus produtos do sistema solar com todos os seus atributos de
Espírito, Alma e Consciência. Essas inerências passam a se desdobrar em
princípios de Atma, Buddhi e Manas, a fim de que sua Qualidade Única disperse,
impregne e concretize no espaço-tempo, girando no círculo de Suas múltiplas atividades
sem perder o sentido da Unidade. Razão e mente abstrata, nada mais são que
atributos do Logos desdobrados nos mundos abaixo das atividades das mônadas que
não criam por não possuírem o desejo de criar, porém existem por estarem na
razão e mente do Logos. E como vivências das perspectivas humanas superiores
transformam-se em necessária oposição ao não real dos desejos e mente concreta do
homem nos mundos inferiores.
18. Como entender melhor o mental abstrato situar-se mais para o ego superior
do que para o inferior?
R. Sabem os esotéricos
que o plano ou mundo mental estabelece uma relação simbólica de limites entre
os egos inferior e superior. Todos os esforços da humanidade em se aplicar nos
rumos da evolução, de aprender, somar e exercitar valores significativos,
principalmente de amor, tolerância e serviços ao próximo, se imantam num
gigantesco contexto de energias e forças que representam o momento do planeta.
Essa grande egrégora é responsável pela edificação de uma estrutura ou ponte
interna entre o ego inferior de parte da humanidade e seu ego superior para a
ascensão de grande percentual de massa humana planetária para a quarta, quinta e sexta
dimensões.
Esse imenso esforço
coletivo teve seu começo desde os idos lemurianos quando Sanat Kumara, vindo de
Vênus, trouxe consigo o Cetro de Iniciações e organizou a Hierarquia da
Fraternidade Branca Universal para que regulasse a evolução de cada ser humano
no panorama vibratório planetário.
Essa estrutura ou ponte
entre o mental inferior e o superior é chamada pelos orientais de antakarana e
vem colocando os planos de ambos os egos em constantes aproximações, trazendo
com isso novas visões, ideias e ideais para as aspirações humanas. Dessa forma,
a ponte uma vez construída em definitivo para os seres que a estejam alcançando
consciente ou inconscientemente, possibilitará um diálogo melhor e mais próximo
com a sabedoria da alma ou ego superior. Esse fato virá acelerar os avanços
espirituais do homem moderno numa razão e andamento muito mais rápidos e
eficientes do que até então conhecidos.
19. O que isso de fato representará?
R. Esse passo ou avanço já
representa os preâmbulos da conquista da meta mais próxima perseguida pela
humanidade há milhões de anos e que somente poucos em relação à grande massa
humana do planeta tinham antes alcançado.
O fato de todas as almas
nesse estágio vibrarem consoantemente entre si, estando a construir a ponte ou
o antakarana, logo estarão também uníssonas conscientemente com a super-alma,
representando o coletivo Atma-Buddhi-Manas e a grande via da libertação do
carma mundial de os ciclos obrigatórios das reencarnações dolorosas. Essa meta,
já próxima de ser alcançada por grande coletivo humano, introduz à era dourada de
longa duração a ser desenvolvida e trabalhada pela humanidade em tempos de paz
e de verdadeira ciência.
Entretanto, os tempos
atuais da ebulição da mente e emoções do globo planetário, em suas depurações e
provas, vêm requerendo grandes mudanças não somente em valores mentais e
espirituais, como em estrutura física. O planeta se prepara para mais uma de
suas iniciações e para entrar em conluio harmonioso e prolongado com a alma
coletiva humana, num patamar superior e destacado no panorama da cadeia
planetária a que a Terra pertence.
20. Como se estrutura o antakarana?
R. Inicialmente
podemos dizer que o antakarana dos orientais não é uma figura simbólica nem metafórica, mas
um elemento existente na alma ou psiquismo superior que necessita ser
vitalizado a partir da potencialidade da mente intuitiva de cada
individualidade, a fim de ressurgir como a firme e indestrutível ponte entre o
ego inferior e o superior.
A construção elaborada
pela humanidade é um produto de grande soma de energia e vontade coletivas,
levada a cabo através de todas as aspirações superiores, sistematicamente
trabalhadas pelas mentes de intelectos acurados e pelas sublimações de almas
avançadas. As personalidades de vanguarda, animadas pela vontade desperta de
realizar, através de um conjunto operativo de atividades mundiais, abrem
veredas para as demais almas dispostas aos diversos processos investigativos de
autoconhecimento, aspirações religiosas e científicas.
A estrutura do antakarana (*)
está indissociada do fio sutratma, dos átomos-mestres ou permanentes e do corpo
causal do ego. Sabemos que as Hierarquias Criadoras edificaram os corpos de
manifestação das mônadas a partir do mundo de Atma, anexando a uma ligadura ou
fio sutratma um átomo básico com poderes de atrair e magnetizar outros átomos
de seu mundo e assim constituírem corpos sutis segundo a ideação cósmica para o
homem. Esse processo foi repetido por todas as Hierarquias de cada respectivo
mundo ou dimensão do sistema solar, e assim as estruturas do ego superior e do
ego inferior foram constituídas, mas permanecendo em estado de repouso até que
o homem viesse à encarnação como ser terreno e, gradativamente, passasse a
dinamizar esses corpos e assim começasse a se reconstruir segundo seu
conhecimento da matéria e de sua própria vida.
Desse modo o antakarana
é um elemento que liga a mente inferior, através de uma unidade especial
chamada unidade mental – vitalizante da mente concreta – ao átomo de manas construtor
da mente abstrata, passando a formar um triângulo com o corpo causal ou loto
egóico de constituição também tríplice.
Ver nossa obra O Antakarana: https://arcadeouro.blogspot.com/2019/02/o-antakarana-r.html
21. Como entender melhor o que seja fio sutratma?
R. Sutratma é a versão
sânscrita de a ligadura permanente entre os três aspectos principais e gerais
do homem em manifestação, ou seja, mônada, ego superior e ego inferior.
Sutratma, morfologicamente, é aglutinação de os termos sutra, que quer dizer
fio, e atma, significando a mônada ou o espírito.
Sutratma, em suas outras
e diversificadas traduções é também conhecido como, o Fio do Espírito, o Ego
Imortal, ou a Individualidade que se reencarna em homem nos diversos ciclos de
existência na Terra e no sistema solar. É um fio prateado que vem ligando o
corpo de Atma até o coração físico do homem, carregando com ele todos os átomos
permanentes imantadores dos corpos espirituais do ego como uma totalidade, ou
seja; Atma, Buddhi, Manas, Astral, Etérico.
Diz-nos A.A. Bailey: “Os estudantes deveriam aprender a distinguir entre sutratma e antakarana,
entre o fio da vida e da consciência. O primeiro constitui a base da
imortalidade, o segundo da continuidade. E há aqui uma sutil diferença para o investigador. Um fio (o sutratma)
vincula e vivifica todas as formas em um todo atuante e incorpora em si a
vontade e o propósito da entidade que se expressa, quer seja um homem, um Deus
ou um cristal; o outro (o antakarana) incorpora a resposta da consciência
dentro da forma, até chegar a uma série de contatos, cada vez mais extensos,
dentro do todo ambiental. Um é a corrente direta da vida imutável,
ininterrupta, que pode ser considerada simbolicamente como uma corrente direta
de energia vivente que aflui desde o centro à periferia, desde a fonte de
origem a expressão externa ou aparência fenomênica. É a vida. Esta determina o
processo individual e é o desabrochar evolutivo de todas as formas”.
“Portanto, o Sendero da vida se estende desde
a mônada até a personalidade, por conduto da alma e é o fio da alma, sendo um e
indivisível. Imparte a energia da vida e se ancora finalmente no centro do
coração humano e em algum ponto focal central em todas as formas de expressão
divina. Nada existe e nada permanece senão a vida. O fio da consciência
(antakarana) é o resultado da união da vida com a substância, ou das energias
básicas que constituem a primeira diferenciação em tempo e espaço, o qual
produz algo diferente que somente emerge como uma terceira manifestação divina,
após haver acontecido a união das dualidades básicas”.
“O fio da vida, o cordão prateado sutratma é,
e ao que ao homem concerne, de natureza dupla. O fio da vida propriamente dito
é um dos dois fios que constituem o sutratma e está ancorado no coração, ao
passo que o outro encarnando o princípio da consciência, está ancorado na
cabeça”.
22. Como acontece a relação do antakarana com o corpo causal?
R. O corpo causal é também tríplice em sua manifestação e é formado de três segmentos com três pétalas cada um. O centro desse lótus é chamado de a “joia do lótus” e se encontra fechado até que todas as pétalas do lótus estejam totalmente abertas, quando então abrirá também suas três pétalas transbordando energia, luz e glória aos filhos de Deus.
R. O corpo causal é também tríplice em sua manifestação e é formado de três segmentos com três pétalas cada um. O centro desse lótus é chamado de a “joia do lótus” e se encontra fechado até que todas as pétalas do lótus estejam totalmente abertas, quando então abrirá também suas três pétalas transbordando energia, luz e glória aos filhos de Deus.
O antakarana somente
conseguirá realizar sua total função numa sequência de iniciações humanas, pois
é necessário suportar as energias das pétalas do lótus que vão se abrindo e
atuando de cima para baixo. Essa ação do corpo egóico ou causal é de tríplice
relação de suas pétalas com os corpos do ego superior e também tríplice nas
relações com os corpos do ego inferior.
A relação desses dois
egos, mediados pelo antakarana e ligados ao corpo egoico, nos remete ao
conhecido axioma oculto; “como é em cima é embaixo e como é embaixo é em cima”,
visto atma-budhi-manas, a Alma Espiritual, tocar com seus fios de energia
respectivamente às pétalas chamadas do sacrifício, da sabedoria e do
conhecimento, do lótus egoico, juntamente com os fios de energia dos corpos
etérico, astral e mental em processo dual, ou seja: atma/etérico, buddhi/astral,
manas superior/manas inferior.
Quando o iniciado
alcança a plena consciência e vivência no corpo causal, este corpo sofre o
processo de desintegração juntamente com os atributos temporários que os
sustentaram e o homem passa a viver no corpo de atma em direta relação com a
mônada. Esse estágio é tremendamente doloroso para os iniciados, pois requer
pelo menos três vidas em que os valores conquistados e acumulados em milhões de
anos venham se extinguir e ele sofre as dores da cruz, e brada aos céus: “Pai,
por que me abandonastes?”
23. Chegar ao estágio de desintegração do corpo egóico representa então
para o homem o niilismo?
R. Exatamente ao oposto,
por que dali em diante nasce o homem novo e imortal, realizado na Terra e
desperto totalmente na mônada com quem é dali em diante Uno. Todas as
realizações na Terra, tendo passado pela ação de anima mundi, foram vivências
em Maia, a ilusão quase eterna. Os desejos do Homem Total não se comparam a
nenhum desejo do homem em evolução porque ele extinguiu de seu corpo astral, os
desejos, substituindo-os pelas energias de buddhi e tornou extintos os desejos
mentais pela incineração do corpo causal que arrebatou em sua ígnea ação destrutiva
seus registros de imperfeições. O Homem Total nessa situação torna-se um Deus,
sem passado nem futuro, mas no ser real eterno, enquanto existir no sistema
solar.
Mas ainda que tenha
alcançado esse estado, não é tudo, pois tudo não existe no processo evolutivo
do cosmos. Haverá iniciações maiores em âmbitos de planetas, cadeias
planetárias, sistemas solares, galáxias e mais ainda o que sequer suspeitamos,
sempre sob orientações de Hierarquias Criadoras Maiores, prepostos de Deus em
dimensões ainda desconhecidas em que Deus existe.
Rayom Ra
Nenhum comentário:
Postar um comentário