domingo, 6 de março de 2022

Mistérios Gnósticos: O Filho do Homem - [2]

tree of life

  Figura 01

  Penetremos nos mistérios gnósticos do Filho do Homem, relacionados com a Sefira Tipheret. Estudemos o primeiro gráfico onde vamos encontrar as dez Sefirot na Árvore da Vida, mais o Ain Soph Aur, a luz ilimitada, que em palestra anterior explicamos estar ela relacionada com o Cristo Cósmico.

  Começarei este discurso com a invocação a Deus, o Mestre do Universo, o Criador e Pai, Que contém o todo, Que é o todo no Um e o Um no todo. Pois a plenitude de todas as coisas é a Unidade, em Unidade; nem é um termo inferior em relação a outro termo, uma vez que os dois são um.

  “Tenha em mente este pensamento, Ó Rei, durante toda esta minha exposição. Em vão é buscar distinguir o Todo e o Um, designando a multiplicidade das coisas no Todo e não na sua Plenitude. Tal distinção é impossível, pois o todo existe mesmo separado da Unidade; e se a Unidade existe é porque está na Totalidade; porquanto ela de fato existe e nunca cessa de ser Um, pois de outro modo a Plenitude estaria dissolvida.

  "No seio da terra existem impetuosos mananciais de água e de fogo, tais como são as três naturezas do fogo, água e terra procedentes de uma origem comum. Baseados nisso é possível conjeturarmos acerca de uma fonte comum de matéria, trazendo abundantemente tudo e recebendo sua existência do alto. Sendo assim o céu e a terra são governados por seus criadores, ou seja: através do sol, o causador fundamental dos fluxos para baixo e da matéria que se eleva e que elabora para ela própria o universo, provendo tudo para todas as coisas, e ele, pródigo nos benefícios de sua radiância. É ele que distribui energias beneficentes não somente para o paraíso ou as distribui através do ar, mas também para a terra até as profundezas dos seus abismos.

  “Se há uma substância inteligente é porque necessariamente tem de haver a verdadeira substância do sol, cuja luz a partir daí é o veículo. Entretanto o que possa vir a ser sua constituição e fonte primária, só ele sabe. A essas podemos somente entender por indução, uma vez que estando ocultas de nossa visão nos seria necessário estarmos próximos a ele e análogos com sua natureza. Entretanto aquilo que ele nos permite contemplar não é conjetura, mas a visão esplêndida que ilumina o mundo universal e supernal.

  “No meio do universo está situado o sol, como o portador das coroas ou mesmo como habilidoso condutor que dirige e mantém a carruagem do mundo, conservando-a em seu curso. Ele mantém facilmente as rédeas daquilo, como também a vida, a alma, o espírito, a imortalidade e o nascimento. A tudo diante dele administra – ou melhor – com ele. Após esse manuseio ele dá formas a todas as coisas, dispensando aos imortais a sua permanência eterna.

  “A luz de sua parte exterior flui para o paraíso, nutre os espaços imortais do universo. O restante – encerrando e iluminando a inteireza das águas, a terra e o ar – torna-se a matriz onde a vida germina, onde são iniciados os pássaros, e as metamorfoses que transformam criaturas, como por um movimento espiral, e daí causando-lhes passar de uma porção do mundo a outra, de uma espécie a outra, e de uma aparência a outra, mantendo o equilíbrio de suas mútuas metamorfoses, como na criação de entidades maiores. Pois a permanência de corpos consiste na transmutação. Porém, as formas imortais são indissolúveis e corpos mortais se decompõem; tal coisa faz a diferença entre o imortal e o mortal”. – Asclepius

  Em cabala quando nos direcionamos ao Cristo Cósmico, estamos nos direcionando ao Ain Soph Aur que é a primeira emanação do Ain Soph, o espaço abstrato absoluto. O Ain Soph Aur é “luz ilimitada”; é o que chamamos o raio de criação que emerge do Ain Soph e desce através das dez sefirot da Árvore da Vida, alcançando Malkuth na base da Árvore da Vida. O raio penetra as camadas inferiores da Terra – Malkuth – a fim de alcançar a nona esfera, onde se encontra o núcleo ou o coração da Terra. Então o raio de criação começa no Absoluto e termina nos infernos. É assim que temos de ver a jornada da luz criativa que denominamos o Ain Soph Aur.

  Pelo estudo da Árvore da Vida entendemos o raio de criação como sendo o Cristo em termos gregos, e aquele Cristo é a unidade que chamamos uma “unidade múltipla perfeita”. Aquela unidade múltipla é o Ain Soph Aur, o Absoluto Solar, que também chamamos o Glorian ou utilizando-nos de outra terminologia, o raio de Okidanokh, que emerge do Absoluto. Esse Ain Soph Aur, essa luz do Absoluto Solar é universal e cósmica – é o Krestos Cósmico – relacionado com outras forças ou luzes sintetizadas em uma luz na sétima e zero dimensões, que é a morada do אאלהים Aelohim.

  A letra א um dos Aelohim significa “sem” e אלהים Elohim significa “deuses e deusas”. Isso quer dizer que אאלהים Aelohim é uma Seidade além de qualquer deus ou divindade. Desse modo Aelohim – que chamamos uma Seidade – é o Cristo Cósmico universal dentro do Espaço Abstrato Absoluto. A primeira emanação dessa luz que penetra o universo está representada no primeiro triângulo da Árvore da Vida, controlada pela sefira Kether, “a coroa”, que na cristandade é chamada “o Pai”.

  O primeiro triângulo representa a sagrada tri-unidade, três em um, significando que essa luz, o Ain Soph Aur divide-se em três unidades, vindo com isso formar quatro unidades. Essas quatro unidades formam o que chamamos o Tetragrammaton ou יהוה, os quatro nomes letrados de Deus, os quais em hebreu são pronunciados Iod-Hei-Vav-Hei, cujos significados se encontram no sagrado nome יהוה Johovah ou Iod-Havah, a representar a primeira emanação do sagrado nome formado pela luz em seus aspectos imanifestado e manifestado.

  Bem, quando a trindade ou unidade trina manifestada torna-se uma dualidade, é representada pela Sefira Daath, localizada sob o primeiro triângulo. Essa dualidade é o que chamamos Abba e Aima Elohim [Pai e Mãe, Deuses e Deusas]. Então Abba e Aima Elohim são as dualidades do Tetragrammaton ou ao que chamamos יהוה Iod-Hei-Vav-Hei. 

  Do paraíso e terra – cordeiro e ovelha – daquela dualidade Iod-Hei-Vav-Hei em Daath, emergem os sete fôlegos ou os sete raios ou os sete cornos do cordeiro, relacionados com as sete sefirot da Árvore da Vida. Desse modo em gnosticismo entendemos que Cristo é uma unidade múltipla e perfeita no espaço abstrato absoluto, que chamamos o Ain Soph Aur. Essa luz manifestada no universo é a trindade ou tri-unidade [3] que com o Ain Soph [1] formam [3 +1= 4], o Tetragrammaton ou os quatro nomes letrados de Deus.

  Vemos aqui Cristo como um, como três, como quatro e do quatro formando a dualidade pai-mãe, e dessa dualidade que o Livro do Gênesis chama “paraíso e terra”, dessas duas forças ou pai-mãe [cordeiro e ovelha], emergem os sete raios ou fôlegos do Absoluto, que o Livro de Revelação chama “os sete cornos do cordeiro”.

  Então contemplemos como um, como três, como quatro, como dualidade e como sete.

  Os sete raios vêm desde acima alcançando e penetrando até o centro desta Terra tridimensional, que é o mundo físico, no qual vivemos e onde damos vida a todos os seus reinos. Acima da Terra física [Malkuth] encontramos o mundo de Yesod, a quarta dimensão que a Biblia chama de Éden. Assim o Éden está situado na quarta dimensão.

  Acima de Yesod encontramos as sefirot Hod e Netzach, relacionadas com a quinta dimensão. E acima delas encontramos as outras sefirot, relacionadas com a sexta dimensão e que são Tiphereth, Geburah e Chesed. E mais além, na sétima dimensão, encontramos Kether, Chokmah e Binah, relacionadas com o Glorian, o qual, com o Ain Soph Aur na dimensão zero ou do Absoluto, formam o Tetragrammaton, conforme já explicado.

  Nessa linha expositiva – voltando um pouco – acima das sefirot Hod e Netzach e da quinta dimensão, encontramos a causalidade na sexta dimensão. É aqui onde temos Chesed, Geburah e Tiphereth ou em outras palavras: a montanha de Deus, El, o Espírito, a Alma Divina e a Alma Humana.

  Para alcançarmos a montanha de Deus, a que Moisés alcançou quando entrou em Tiphereth, há muito trabalho a fazermos; isso falando alquimicamente. Quando Moisés atingiu o nível de Tiphereth ele então recebeu o relâmpago, o raio de Ain Soph Aur que desceu ao interior da Trindade, conforme explicado em anteriores palestras, visto que abaixo de Ain Soph Aur encontram-se as três sefirot, Kether, Chokmah e Binah relacionadas com a trindade em muitas religiões. Então através de Chokmah, chamada “a criança” ou “o Filho”, é como aquele raio desce para e através de Daath onde vamos encontrar a união de Binah como pai e mãe.  

  Portanto é assim que Cristo como um raio do Divino Incognoscível desce de Kether para Chokmah, e se torna a criança da Divina Mãe Kundalini [Binah], que na cristandade é chamada Maria, no antigo Egito foi Isis, na mitologia grega foi Hera, Rea e Cybele e que tem recebido muitos nomes. Em Daath ela está unida com o Espírito Santo [Binah] e do útero virginal o raio desce para a Alma Humana – Tiphereth – que no esotericismo, em Alquimia, em Cabala, chamamos “o Filho do Homem”.

  O Filho do Homem é um fôlego, uma força, uma energia ao qual precisamos compreender. É a luz, a força de que estamos aqui falando – o Cristo Universal que em sânscrito é chamado Prana. É um magnetismo, eletricidade, som... Eis porque o Evangelho de João chama-o “o Verbo”, dizendo: “No princípio era o Verbo [Logos] e o Verbo [Logos] estava com Deus, e o Verbo [Logos] era Deus [Theos]. – João 1:1

  Em gnosticismo estudamos o Logos que em grego é “Verbo” [palavra]. Dai que o primeiro Logos é o Pai, o segundo Logos é o Filho e o terceiro Logos é o Espírito Santo. Esses são Kether, Chokmah e Binah. Na Índia são chamados Brahma, Vishnu e Shiva. Diferentes religiões têm diferentes representações desses mesmos arquétipos, dessas forças universais ou “fôlegos” [respirações, sopros] do Absoluto.

  Em hebreu quando falamos sobre fôlego podemos significa-lo de muitas maneiras: Neshamah é fôlego, mas também é Ruach relacionada com o vento e o espírito. Há outra importante palavra para fôlego [sopro] que estudaremos nessa palestra, que é Abel. Em hebreu, הֶבֶל, Abel é a criança de Adão e Eva. Abel ou Habel também significa “sopro”. Na verdade a língua hebraica é muito rica em denominar diferentes tipos de fôlegos. Na cabala dizemos que Neshamah é a alma Divina, enquanto Ruach é a alma intelectual. Abel ou Habel é aquele sopro que representa a alma humana. É muito importante assim entendermos a fim de compreendermos a Bíblia e o modo como o Cristo – que é chamado Vishnu na Índia, Quetzalcoatl na doutrina Nahuatl mexicana e Krestos na Grécia – é uma força universal, um fôlego [respiração] com muitos nomes.

  Atualmente as pessoas acham que Cristo é um título exclusivo para o mestre Jesus de Nazaré, vindo há 2000 anos à Terra Santa e sendo também o Filho do Homem. Porém para nós, gnósticos, Moisés é o Filho do Homem, Muhammad é o Filho do Homem, Quetzalcoatl é o Filho do Homem; qualquer um que encarne o Cristo Cósmico torna-se-á o Filho do Homem. Então o Filho do Homem é o aspecto humano daquela força universal.

O SINAL DE CRISTO E O SINAL DE SATAN

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  Figura 02.

  Conforme vemos no gráfico temos uma variação de uma pintura de Leonardo Da Vinci, Salvator Mundi – “O Salvador do Mundo”. Existem muitas variações feitas por pintores que também veremos. Colocamos esta aqui, muito interessante. É o Senhor, o Filho do Homem, fazendo com sua mão um sinal denominado em gnosticismo “Paz Inverencial”, significando “Paz a Vós”.

  Minha paz esteja em todos os corações; não nos esqueçamos de que paz é luz. Não nos esqueçamos de que paz é uma Essência emanada do Absoluto. É luz emanada do Absoluto. Essa luz é a luz do Ancião dos Dias. Cristo disse: ‘deixo-vos a paz, minha paz vos dou’. - João 14:27, Samael Aun Weor.

  Então paz é energia; é luz que emana de Kether que a toma de Ain Soph Aur e a projeta na Árvore da Vida. Quando o Senhor disse: “Minha paz vos dou”, ele dizia de sua luz. Desse modo a luz do Senhor e a luz do Pai é paz. Este [a pintura] simboliza um sinal manual: “paz a vós”. Observemos os três dedos apontados para cima. Eles representam Pai, Filho e Espírito Santo. É também um sinal do pentagrama para cima.

 

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  Figura 03.

  Os dois dedos apontando para baixo representam os dois pés da estrela de cinco pontas. Se fizermos o sinal manual oposto, com dois dedos para cima e três para baixo, representará a parte superior do pentagrama apontada para baixo, que vem a ser um símbolo da luz decadente, de Satan, o demônio. Dois dedos para cima e três dedos para baixo significam oposição a Cristo. Hoje em dia usam-no assim para “paz”. Porém esse não é um sinal de paz; o sinal de paz é aquele mostrado na imagem do Senhor, com três dedos para cima. O outro é a estrela decaída, que em outras palavras é o demônio.

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    Figura 04.

  Precisamos entender isso do mesmo modo como quando santificamos ou abençoamos alguma coisa, onde devemos sempre usar os três dedos, uma vez que é a trindade quem estará canalizando através do nosso espírito, alma, mente e fisicamente. Vemos então que essa famosa pintura de Leonardo Da Vinci mostra as três forças primária: Kether, Chokmah e Binah a mostrar que Jesus é um veículo do Cristo Cósmico, um de seus raios.

  Quando entramos em meditação e Samadhi a fim de experienciar o redentor do mundo, que é cósmico, não vemos qualquer personagem por lá, somente luz: é a força. Por isso o Cristo Cósmico falou através do corpo de Jesus: “Eu Sou a luz do mundo”, significando ser ele um veículo daquela luz.

AS QUATRO DIREÇÕES E OS QUATRO RIOS DO ÉDEN

  O Filho do Homem, segundo a Árvore da Vida, está relacionado com a sefira Tiphereth, esotericamente chamada “o Leste”. Na cabala estudamos os quatro pontos cardeais do seguinte modo: o Norte relacionado com a sefira Chesed. O Sul relacionado com a sefira Geburah. Chesed é nosso espírito. Geburah é nossa alma espiritual ou divina. Portanto a sefira Tiphereth é “o Leste”, a alma humana, e mais abaixo na sefira Malkuth, bem na base da Árvore da Vida, é onde vimos encontrar “o Oeste”. É assim como devem ser vistos os quatro pontos cardeais a fim de compreendermos as forças do Senhor.

  Esses quatro pontos cardeais estão relacionados no Gênesis com os quatro rios do Éden: Pison, Gihon, Hiddekel e Eufrates. Importante entender a relação existente entre os quatro pontos cardeais e os quatro rios do Éden a fim de compreendermos a orientação na Bíblia de que o Filho do Homem vem do Leste.

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    Figura 05.

  Quando imaginamos o planeta Terra colocamos o norte no topo, o Polo Norte; e o sul bem abaixo, o Polo Sul; o Leste está à direita e o Oeste à esquerda. Então quando as pessoas leem: “Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem” (Mateus 24:27), imediatamente reconhecem que o “Leste” está no Oriente Médio ou na região que abrange aproximadamente a Ásia Ocidental, daí que se constroem muitas teorias em torno disso.

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  Figura 06.

  Se alguém quiser se apresentar como o Filho do Homem tem de dizer que nasceu no Oriente Médio. Eis porque um suposto Filho do Homem engana facilmente as pessoas que não conhecem Cabala.

  Entendemos também que o corpo físico é uma Terra menor que a chamamos “a terra filosófica”. O norte está em nossa cabeça, o sul em nossos pés. Olhando às costas e não à frente de nossa fisicalidade, o Leste estará sempre à direita e o Oeste à esquerda, assim: o norte acima de nossa cabeça e o sul abaixo de nossos pés e com braços abertos; o Leste à direita e o Oeste à esquerda. É desse modo que devemos entender isso cabalística e alquimicamente.

  E ainda segundo as dez sefirot na Árvore da Vida, o Leste é a sefira Tiphereth e o Oeste é a sefira Malkuth, as quais estão ambas na coluna central. Tiphereth, o Leste, alinha-se com a coluna direita da Árvore da Vida e Malkuth, a Terra, estando à Oeste, alinha-se com a coluna esquerda da Árvore da Vida. Por isso precisamos saber como aquelas forças ou elementos estão também relacionados com o corpo físico.

OS SETE METAIS 

  As camadas subterrâneas da Terra (ou de qualquer planeta ou estrela) representam o reino dos minerais (litosfera). O reino dos metais é a barisfera que envolve um núcleo de inacreditável densidade e tremenda inércia. Precisamos fazer clara distinção entre o reino mineral e o reino dos metais. Dentre os minerais o grupo de metais é cosmicamente um grupo separado. Pouco além do reino dos metais existe um tipo tanto raro de matéria que detém contato íntimo com o Absoluto (com o Ain Soph Aur). Devemos compreender profundamente que o Poderoso Divino habita por trás do reino dos metais. O Raio da Criação começa no Absoluto e termina no inferno; entretanto o que existe para além do inferno? Está claro que para além do inferno, atrás do reino dos metais, o Absoluto é encontrado”. – Samael Aun Weor.

  Fisicamente temos três sistemas nervoso, chamados: sistema nervoso central, sistema nervoso grande simpático, sistema nervoso parassimpático. Falando fisicamente nossos três sistemas nervosos estão recebendo e transmitindo as três forças primárias do universo, que são energia, eletricidade.

  As sete principais minas de metais de qualquer planeta formam o sistema nervoso daquele planeta. Então para além do sistema nervoso, para além dos metais, encontramos o Ain Soph Aur, o Absoluto. Daí que a luz que vem do Ain Soph Aur termina exatamente na nona esfera de qualquer planeta, que chamamos de inferno, palavra provinda do latim infernos (inferior). Por isso a natureza da luz do Sol pode ser compreendida a partir desse ponto de vista. A luz do Absoluto, do Incognoscível Divino para a Trindade Sagrada, e para os sete raios, desce e se desenvolve em diferentes graus que explicamos, estando relacionados com os sete principais metais de qualquer planeta, especialmente o Sol.

  “Quando os raios estelares alcançam nossa Terra produzem cores, sons e elementais metálicos que então condensam dentro dos metais. Elementais metálicos que evoluem se tornam plantas elementais; plantas elementais se transformam em animais elementais; então os animais elementais finalmente se tornam humanos [suas divinas centelhas-mônadas despertam a fim de encarnar pela primeira vez dentro deles], que eventualmente se tornarão anjos, a fim de voltar de novo ao seu Pai que os engendrou.

  “Toda essa descida e subida das centelhas virginais [de luz] através dessa jornada de matéria está simbolizada pelo sonho da escada de Jacó.

  “O que é ferro”? É a alma de ‘Marte-Samael’ evoluindo lá.

  “O que é cobre? É a alma de ‘Venus-Uriel’ evoluindo lá.

  “O que é chumbo? É a alma de ‘Saturno-Orifiel’ evoluindo lá.

  “O que é ouro? É alma do ‘Sol-Miguel’ evoluindo lá.

  “O que é prata? É a alma da ‘Lua-Gabriel” evoluindo lá.

  “O que é estanho? É a alma de ‘Júpiter-Zachariel evoluindo lá.

  “Todo esse fluxo e refluxo de vida ressoa em toda a natureza com o gongo chinês.

  “Ante a chegada da noite cósmica todas as centelhas (de luz ou de Mônadas) convertidas em chamas retornam aos seus Pais estelares, e seus Pais estelares retornam ao interior do Logos Imanifesto para submergirem em ilimitadas bênçãos do Absoluto, onde não existe nenhuma lágrima ou dor, onde todos somos um, onde todos somos ‘aquela Seidade’ ‘inominada’; ‘aquela’, ‘aquela’ ‘aquela’”.

  Cabalísticamente dizemos: o primeiro, em outras palavras, o número zero, é o Absoluto. Este é o Cristo Cósmico, o Ain Soph Aur. Então as três Forças Primárias que formam a Sagrada Trindade cristalizam dentro desses sete metais principais. Se tomarmos as três forças primárias e mais o Ain Soph Aur, teremos o famoso Tetragrammaton, o sagrado nome de Deus, Iod-Hei-Vav-Hei ou Jehovah dentro de cada raio cósmico. Desse modo podemos reconhecer que Jehovah é – falando simbolicamente de um modo arquetípico – luz e fogo.

A LUZ DE CRISTO

    Aquela força-luz chamada Sagrada Trindade desce para dentro de qualquer planeta e manifesta sua potencial criatividade através dos sete principais metais. Nós também temos esses metais em nossa fisicalidade, muito embora a luz do Senhor brilhe em nós segundo nossos níveis.

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  Figura 07.

  Eis porque em muitas pinturas da transfiguração de Jesus uma luz está brilhando através dele para nos mostrar a força do Sol; tal é a manifestação humana dessa luz divina que também aconteceu com Moisés quando ele desceu do Monte Sinai:

  Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto, e temeram chegar-se a ele”. – Êxodo 34-30.

  Do mesmo modo se lermos as escrituras de outras religiões, i.e., no Mahabharata, vemos como Krishna transfigurou-se diante de Arjuna mostrando sua própria luz como um esplendor [“esplendor” em cabala é Tiphereth, também traduzido como “beleza”, mas sua real tradução é “esplendor”]

 “Visto não poderdes Me ver com vossos atuais olhos; dou-vos olhos divinos. Contemplai Minha opulência mística!”. Então falou Sanjaya: Tendo o Rei assim dito, o Senhor Supremo de todos os poderes místicos, a Personalidade do Divino, expôs Sua forma universal para Arjuna”.

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  Figura 08.

 “Arjuna viu naquela forma universal, bocas ilimitadas, olhos ilimitados, visões maravilhosas ilimitadas. A forma estava decorada com muitos ornamentos primorosos e armas levantadas e apontadas. Ele usava guirlandas e vestes celestiais e muitos aromas divinos exalavam de Seu corpo. Era tudo magnífico, brilhante, ilimitado, todo-expansivo”. – Bhagavad Gita 11:9-11.

  A Suprema Personalidade de Deus disse: Todo aquele que fixa sua mente em minha forma pessoal, estando sempre ocupado em me adorar com grande e transcendente fé é considerado por Mim como o mais perfeito. Porém aquele que se devota totalmente ao não manifesto, que se situa mais além da percepção dos sentidos, no onipresente, no inconcebível, no imutável, fixo e inamovível – na concepção impessoal da Verdade Absoluta – estando no controle dos vários sentidos e agindo equitativamente com todos; tal devoto, empenhado com o bem estar de todos, por fim Me alcançará”. – Bhagavad-Gita 12: 3-5.

  Assim encontramos em muitas religiões, quão diferentes seres humanos alcançaram o nível de o Filho do Homem, transfigurados, e externando suas luzes. Isso não é exclusividade de Mestre Jesus; foi por ele mostrada devido à missão que cumpria. Antes dele outros grandes profetas mostraram a mesma transfiguração. Eis porque ao estarmos falando sobre alquimia tratamos da transmutação de metais.

O SOL 

  Na Idade Média havia muitos alquimistas a proclamarem-se capazes de transmutar chumbo em ouro. Ouro é o mais elevado metal dentre todos. Ao falarmos sobre ouro sempre nos remetemos ao Sol. Se estudarmos astrologia veremos que as pessoas nascidas sob o signo de Leão têm o ouro como seu metal. Por isso situamos que o metal que se encontra nos veios ou minas do Sol é o ouro. Eis também porque vemos aquela vibração, aquele magnetismo, aquela luz como o mais poderoso. Porém a Terra também brilha no espaço, ainda que em nível menor. Assim o magnetismo, a eletricidade, a luz de diferentes estrelas são exatamente o magnetismo, a eletricidade do sistema nervoso, chamados minas ou reino dos metais daqueles planetas, entre este mundo físico e o Divino Incognoscível, o Ain Soph Aur.

  Ao desenvolvermos a clarividência veremos essa luz brilhar em todas as partes dos planetas, em todos os reinos. Em virtude disso Mestre Samael Aun Weor ensinou que para nos tornarmos um veículo daquela luz – que é Cristo – precisamos construir corpos solares. Em grego corpos solares são chamados To Soma Heliakon (σῶμα ἡλιακόν). Eles brilham como ouro. A grande meta dos alquimistas é transformar todos os corpos solares em puro ouro, metálico. Estudem “Os planetas Metálicos da Alquimia” escrito por Mestre Samael Aun Weor, e entendam melhor este assunto.


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  Figura 09.

  Desse modo segundo o grau de purificação alquímica com que trabalhamos, com o intuito de transformar os nossos corpos internos: o corpo físico, o corpo vital, o corpo astral, o corpo mental, o corpo causal, a alma divina e o espírito, em puro ouro – nessa classificação – viremos nos tornar uma expressão viva dos sete metais da Terra, um veículo solar do Senhor, o Cristo. Isso que é chamado de “o Filho do Homem”. Os primitivos cristãos sempre diziam com grande devoção: “Nosso Senhor Jesus Cristo, o Sol”.

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  Figura 10.

  De novo lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá luz da vida”. – João 8:12.

  Refletindo sobre isto veremos que a luz da vida deste planeta vem do Sol. Sem o Sol, sem a luz do Sol, este planeta será um planeta morto. Jesus por si mesmo diz: “Eu sou a luz do mundo”, e a luz do mundo é a luz do Sol. O Sol desce e brilha em Tiphereth. Observemos o que a Revelação diz no primeiro capítulo, quando o Filho do Homem aparece para Iōannēs (grego) ou João (Português). O nome Iōannēs contém as sete vogais esotéricas IOUAMES, relacionada com os sete metais.

  Iōannēs disse: “Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro. E no meio dos candeeiros, um semelhante a filho do homem. com vestes talares, e cingido à altura do peito com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saia-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força. – Revelação 1: 12-16.

  O Livro de Revelação expõe extensivamente sobre o número sete e a luz do Sol. Lembremo-nos de que o Sol é o governante da constelação de Leão. Em hebreu Leão é chamado אַרְיֵה ou “Arieh”. Isso nos traz à recordação nossa atual raça raiz (Ariana), uma raça de Leão, do fogo. No capítulo 49 do Livro do Gênesis, Jacó abençoa todos os seus filhos e quando chega a Judá, ele diz:

  Judá, teus irmãos te louvarão: a tua missão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti.. Judá é leãozinho, da presa subiste, filho meu. Encurva-se, e deita-se como leão; e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos. Ele amarrará seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à videira mais excelente; lavará as suas vestes no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os seus olhos serão cintilantes de vinho, e os dentes branco de leite”. – Gênesis 49: 8-12.

  “Yehuda é a constelação de Leão, relacionada com o Sol – é o leão. Qualquer uma que se desempenhe com a transmutação de forças é um leão de Judá. Dentre a hierarquia de adeptos cristificados a mais elevada é aquela de Leáo ou os leões de Judá, que são os judeus. Não estamos nos referindo aos judeus do Oriente Médio ou àqueles que vivem noutras partes do mundo que se autodenominam judeus. O Livro de Revelação estabelece no capítulo 2:3 e 3:9:

  Conheço a tua tribulação, a tua pobreza, mas tu és rico, e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus, e não são, sendo antes sinagoga de Satanás. Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus, e não são, mas mentem”.

  Cabalistica e alquimicamente falando um judeu é um Hillel Ben Shahar, “uma criança glorificada do amanhecer, uma criança de Leão”, alguém que sublima a luz solar, que trabalha com as forças de Judá. Ainda, aqueles que não sublimam o esplendor solar de Tiphereth depositado em Yesod, os órgãos sexuais, desobedecem às regras de Moisés que, como Filho do Homem, disse:

  “Também o homem quando se der com ele emissão do sêmem, banhará todo o seu corpo em água e será imundo até à tarde [Klipoth]. Se um homem coabitar com mulher e tiver emissão de sêmem, ambos se banharão em água e serão imundos até à tarde [Klipoth]. Assim separareis os filhos de Israel [Tiphereth] das suas impurezas, para que não morram nelas, ao contaminar [Tiphereth] o meu tabernáculo, que está no meio deles”. – Levítico 15: 16, 18, 31.

Desse modo aquele que desobedece se torna individual e coletivamente uma sinagoga de Satan.

  O Livro de Revelação diz que quando Iōannēs viu todas essas coisas maravilhosas e como a luz solar estava despertando as sete igrejas ou as sete Ecclesias, subitamente ele se tornou num Ecclesiastes, em outras palavras: num pregador. Então Qoheleth em hebreu é o pregador que põe em atividade suas sete igrejas, os sete chakras, os sete alentos ou Iōannēs; e após isso a Revelação estabelece:

  Vi na mão direita daquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi também um anjo forte, que proclamava uma grande voz: Quem é digno de abrir e de lhe desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. Todavia um dos anciãos me disse: não chores, eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”. – Revelação 5:1-5.

  Podemos pensar que o Leão da tribo de Judá seja um judeu do Oriente Médio. Não e ainda sim. É isso o que encontramos ao observarmos coisas com olhos espirituais. Observemos a Árvore da Vida; no meio dela encontramos Tiphereth e Tiphereth é o Leste. Nesse caso será o Filho do Homem vindo do Oriente Médio? Sim, falando cabalisticamente. É agradável vermos coisas desse ponto de vista. Tiphereth é o centro real da Árvore da Vida. E em qualquer livro de Cabala é reconhecido que Tiphereth, “esplendor” está relacionado com o Sol, que é o centro de nosso sistema solar. Significa que o inteiro esplendor, toda a luz de Ain Soph Aur e a Trindade, brilham no centro real, em nosso próprio coração.

  Eis porque o Leão também está relacionado com o coração. Desse modo quando é dito que o Leão de Judá venceu a fim de abrir os sete selos, Iōannēs está cabalisticamente afirmando que o Leão de Judá está vindo de Tiphereth, no meio da Árvore da Vida, do Leste. Entretanto se não conhecermos Cabala, podemos pensar que o Filho do Homem é alguém que vem da Ásia Ocidental, a região Leste do Mediterrâneo, o Oriente Médio.

  É por isso que na internet e em muitas diferentes partes do mundo têm aparecido sabichões a afirmar que vieram do Oriente Médio, falando literalmente, e a se dizerem Filho do Homem. Se conhecermos Cabala, veremos que essas pessoas estão querendo nos enrolar uma vez que o Oriente Médio é Tiphereth, e a luz solar vem de Ain Soph Aur, de cima de Tiphereth, que como um raio cai na Terra, em Malkuth, a Oeste, a verdadeira base da Árvore da Vida. Desse modo Cristo é “o raio que vem do Leste, mesmo dentro do Oeste”.

  Mestre Samael Aun Weor que nos trouxe esta doutrina - estando a agonizar perto de sua morte - as pessoas perguntavam-lhe o que aconteceria com a gnose. Como ela iria continuar? Então ele disse durante seu processo de agonia:

  “Eu gostaria de descansar por um tempo, talvez eu farei isso, uma vez que tenho minha alma gêmea e a qualquer hora eu posso alternar-me com ele, meu “irmãozinho,...... uma vez que ele é ele”.

  Comentou ser ele um rapaz com 18 anos, muito espiritualizado que tinha seus próprios pais e duas irmãs. Vivia muito feliz com sua boa família e todos o amavam muito. Obviamente que ao nos referirmos a nossa alma gêmea temos de nos posicionar na sefira Tiphereth. A alma gêmea de um Mestre como Samael Aun Weor, totalmente cristificado, não pode ser Nephesh visto que Nephesh é uma alma animal.

  Sem dúvida que a alma humana é Tiphereth, a alma gêmea. Entretanto aqui na Terra apareceu outro espertalhão a declarar-se a alma gêmea de Mestre Samael, falando fisicamente. Porém aquele que entende de cabala vê logo que a alma gêmea está em Tiphereth. Unicamente entrando naquele nível, em Samadhi ou através da iniciação, é possível vermos quem seja aquela alma gêmea que trabalha em Tiphereth. Daí, “Ele” vem através de Tiphereth! Na atualidade existem muitas profecias que descrevem Cristo vindo como um destruidor a fim de julgar a humanidade; e até agora a humanidade continua esperando, certo?

  Jesus lhes respondeu: em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel”. – Mateus 19:28.

  Então aparecerá no céu de [Tiphereth] o sinal do Filho do Homem; todos os povos [do oeste] da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens [de Tiphereth] do céu com poder e muita glória”. Mateus 24:30.

  O Filho do Homem virá julgar todas as tribos da Terra; das nuvens do paraíso ele emergirá. O paraíso começa acima em Tiphereth, as nuvens do paraíso ocultam o mistério do raio que vem do Leste. Pois o que vemos por trás das nuvens do paraíso? Vemos o Sol, certo? Exatamente agora o Sol está brilhando aqui. Entretanto quando nosso céu está nublado ele oculta o Sol; do mesmo modo é com o Filho do Homem, Tiphereth, o Sol, o Cristo – a força solar nas nuvens do paraíso. Então é esse o raio ou força solar que vem do Leste e desce no Oeste dentro daqueles que conhecem o mistério de Daath

  Não significa conhecer intelectualmente o que aqui explicamos, mas conhecer com praticidade o mistério de Daath. Trabalhar com Daath significa: alcançar o nível de Tiphereth [Aloah va Daath], tomar o caminho direto e então receber a força de Cristo. Daí que a doutrina do Mestre continua não fora, mas dentro da pessoa.

  Cabalistas hebreus e Rabis sabem muito bem que o mantra do Mundo Causal [Tiphereth] foi, é, e sempre será, Aloah Va Daath. Meditar nessas palavras é o mesmo que bater nas maravilhosas portas do grande templo”. – Samael Aun Weor.

ABADDON-APOLLYON

  O capítulo nove do Livro de Revelação expõe: “O quinto anjo tocou a trombeta e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ele abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça da grande fornalha, e com a fumaceira saindo do poço escureceu-se o sol e o ar. Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra. E tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego Apoliom"– Revelação 9:1-3, 11.

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  Figura 11.

  Conforme lemos, uma estrela, Stela, cai do céu, ou seja: as forças solares do paraíso caem sobre a Terra. Tal estrela do paraíso é a sefira Geburah que se precipita ao fundo de um abismo, ao exato centro da Terra ou de qualquer outro planeta. E daquele fundo, do abismo da Terra, que é o fundo do universo, vemos o Anjo do Abismo se levantar.

  Atualmente quando nos referimos àquele Anjo do Abismo dizem-nos ser ele um demônio. A Revelação não diz dele um demônio, mas um Anjo do Abismo cujo nome é Abadom [hebreu] e Apoliom [grego]. Quem é Apoliom? Apoliom é Apolo-Leão, o Leão do Sol [Apolo é um Deus Sol] que vai para o centro da Terra a fim de dar vida ao planeta. Isso acontece durante a Semana Santa. O Senhor nasceu no Leste e está crucificado na Terra, no Oeste; e ele desce ao exato centro. O credo cristão estabelece:

 Creio em Deus, o Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor, concebido do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria, padeceu sob Poncio Pilatos, foi crucificado, morreu, e foi sepultado. Desceu aos infernos. No terceiro dia ressuscitou da morte. Ascendeu aos céus e está sentado à direita de Deus, o Pai Todo-Poderoso. De lá virá julgar vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Sagrada Igreja Gnóstica, na Comunhão dos Santos, no perdão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna, Amém”.

  Ele morreu e desceu ao inferno. Está claro; o inferno é o centro da Terra. E de lá se elevou outra vez; ressuscitou e ascendeu de volta ao paraíso! Essa é a transição de Apolo, a luz crística solar no planeta, mas também no individuo que está caminhando na cruz alquímica; na trilha. “De lá virá julgar vivos e mortos”.

  “Vi O céu aberto [Daath, o Éden Superior] e eis um cavalo branco [Akash]. O seu cavaleiro [o Fohat] se chama Fiel e Verdadeiro, e [o Fohat] julga a peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo [Fohat]; na sua cabeça há muitos diademas [Kethers]; tem um nome escrito que ninguém conhece senão ele mesmo. Está [o Fohat] vestido com um manto tinto de sangue [o sangue é o veículo de fogo], e [o Fohat] o seu nome [e Daath] se chama o Verbo de Deus [O Logos de Deus na garganta]; e seguiam-no os exércitos [ou elementos tattvicos] que há no céu, montando cavalos brancos [forças akásicas], com vestiduras [dentro do corpo físico] de linho finíssimo, branco e puro. Sai de sua boca uma espada afiada [Daath, Conhecimento], para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro [Thelema, Força de Vontade], e pessoalmente [em Yesod, o Éden Inferior] pisa o lagar do vinho do furor da ira [Chai] de Deus Todo-Poderoso [El Shaddai]. Tem no seu manto e na sua coxa, um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES]”. – Revelação 19:11-16.

  Esse é o motivo de estar no Livro de Revelação que Apolo como Apoliom é o anjo do Abismo que vem para destruir, ou seja: julgar e fazer guerra. Entretanto as pessoas ignorantes esperam por alguém que virá destruir, julgar e guerrear como um Napoleão que surgiu e deixou o seu nome.

  Ouçam com muita atenção. A luz solar proporciona vida, mas também a destrói. É precisamente isso que acontece no planeta Terra quando a luz vem de cima e penetra fundo até o centro da Terra, e a cada ano ela está passando por transformações – a Paixão do Senhor – indo ao inferno e ressurgindo. Eis o que seja a Ressurreição ou a Páscoa como chamamos nos Estados Unidos, que a cada ano cai em Março, e algumas vezes em Abril. Por quê? Por estar relacionada com o movimento elíptico do Sol. O Sol se move elipticamente do Norte para o Sul e do Sul para o Norte, em relação ao movimento da Terra. Exatamente agora está ao Norte e estamos recebendo muita luz. Porém em nosso inverno, o Sol está ao Sul, estando por isso muito frio por aqui, e o Senhor precisa vir e nascer ao Norte para que recebamos a luz.

  É esse precisamente o movimento do Sol em relação à Terra: de Norte para Sul de Sul para Norte. Falando fisicamente o Norte é a cabeça. Quando dizemos isso estamos colocando a sefira Chesed no topo de nossa cabeça. E o Sul, Geburah, está descendo para Oeste, ao inferno. É esse o motivo ao se dizer que o Sul é inferno por ser muito quente. Quando isso acontece o Leste passa a ser o lado direito da Árvore da Vida e o Oeste passa a ser o lado esquerdo. Existe o movimento dos quatro pontos cardeais relacionados com a Cabala. Sabendo disso passamos a entender o que está escrito em diferentes partes da Bíblia.

JOÃO, O FILHO DO HOMEM 

  Continuemos com o Filho do Homem. O Filho do Homem é a união do Divino com o Humano: a alma humana que temos. Entendamos que ao dizermos humano não estamos nos referindo ao corpo físico; aqui muitas pessoas chamam uns aos outros de “seres humanos”. Entretanto se pusermos fisicamente qualquer pessoa chamada ser humano junto à outra pessoa que tenha construído corpos interiores astral, mental e causal, veremos uma grande diferença. A pessoa com corpos internos, corpos esses relacionados com os sete corpos do homem – que Paulo de Tarso na Bíblia chama de Soma Psychikon ou Soma Pneumatikon em grego – é verdadeiramente um ser humano a quem chamamos um Iōannēs ou João.

  Eis porque o Evangelho de João ou de Iōannēs é o Evangelho do verdadeiro ser humano. Exatamente porque o Livro de Revelação estabelece que aquele que escreve aquilo e viu o Senhor, foi Iōannēs, uma vez que Iōannēs é IOUAMES: as sete vogais, os sete metais, os sete fôlegos. De outro modo podemos crer no Senhor, podemos amar o Senhor com todo o nosso coração, mas somente edificando Iōannēs interiormente podemos conhecer o Mistério do Verbo. Conforme está justificado no primeiro capítulo de João 14-17.

  E o Verbo se fez carne [em Iōannēs] e habitou entre nós [nós aqueles iniciados que alcançaram aquele nível], cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória [Tiphereth], glória como do unigênito do Pai. João testemunha a respeito dele e exclama: Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem a primazia, porquanto já existia antes de mim. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

  Essa é a chamada Iniciação Venustica, que é quando o iniciado toma o caminho direto. Quando isso acontece, João, Iōannēs, está presente e Jesus representando o Filho de Deus está também presente no batismo, no Jordão da vida. O Paraíso está aberto, o Espírito Santo aparece, Binah aparece em Daath e sua glória habita em Jesus. Então Jesus junto com Iōannēs se torna o Filho do Homem.

  Eis porque João, Iōannēs, dá testemunho de Cristo. Significa que qualquer um que alcance o nível de Tiphereth pode ver a verdade nua do que aqui estamos falando. O Iōannēs interior vê e toca naquilo com sua própria alma. Mas não é aquilo que estamos lendo na Bíblia ou sobre aquilo que estamos ouvindo numa cerimônia, não: o Iōannēs interior experiencia aquilo com seus sentidos internos, com seus olhos internos e diz: ”Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo a primazia, porquanto já existia antes de mim”. Em outras palavras: aquele(a) que alcança o nível de um ser humano autêntico reconhece que aquilo que o/a impele a alcançar aquele nível é a luz crística no trabalho sexual alquímico a que ele/ela se desempenha.

  Assim alquimicamente falando: “Este é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem a primazia, porquanto já existia antes de mim. Porque todos nós [alquimistas] temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés [que é também Tiphereth, o corpo causal, o corpo da força de vontade]; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”.

JESUS E O FILHO DO HOMEM 

  Bem, Jesus Cristo precisa ser explicado. Yeshua significa “Salvador” e Cristo é um fogo. Quando alcançamos aquele nível ou a quinta dimensão dos mistérios maiores, nos tornamos Iōannēs (João) e então recebemos dentro de nós aquela graça, aquela luz, aquele Cristo; daí precisarmos começar o desenvolvimento interior de nosso Jesus Cristo. Isso é algo que Mestre Samael e Mestre Jesus explicaram no livro Pistis Sophia, a Bíblia Gnóstica. Ele se chama Tiphereth, “a criança da criança”.

  Quem é a criança ou o Filho? É a sefira Chokmah. Lembremo-nos de que Kether, Chokmah e Binah são Pai, Filho e Espírito Santo. Assim Chokmah é a criança, o Filho; porém quando Chokmah desce para Tiphereth – nossa alma humana – então ela se torna a criança da criança ou em outras palavras: o Filho do Homem.

  Ao lermos o livro bíblico de Ezequiel veremos que ele também é chamado o Filho do Homem. Ezequiel explica cabalisticamente no primeiro capítulo como se tornou o Filho do Homem, uma vez que o Filho do Homem é alguém que encarnou o Cristo. Contudo muitos palhaços se autodenominam o Filho do Homem segundo as profecias. O Filho do Homem pode ser somente aquele que através da iniciação interna alcança a sefira Tiphereth e ingressa pelo caminho direto para o Absoluto.

  Então entre aqueles Filhos dos Homens existem muitos níveis. Jesus de Nazaré é o mais alto na hierarquia dos Filhos dos Homens. Ainda, Muhammad é um Filho do Homem, Buda é um Filho do Homem, Krishna é um Filho do Homem, Moisés é um Filho do Homem, Quetzalcoatl é um Filho do Homem, Samael Aun Weor é um Filho do Homem; qualquer um que receba a iniciação Venustica é um Filho do Homem, um veículo do Senhor. Somente através da Alquimia Sexual pode alguém chegar àquela iniciação.

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   Figura 12.

  Eis porque os cristãos primitivos sempre diziam com grande devoção: “Nosso Senhor Jesus Cristo, o Sol”, apontando para o centro da Árvore da Vida”.

  Então agora entendemos o que o Evangelho de Iōannēs exemplifica, porque Iōannēs é Tiphereth, aquele que está junto ao Senhor. E conforme vemos nas pinturas, esse dicípulo, Iōannēs, está sempre repousando a cabeça no coração de Jesus. Tanto Yeshua, o Filho do Homem quanto Tiphereth, a alma humana – Iōannēs – repousam no coração uma vez que é onde a alma humana se une com Cristo.

  Isso acontece através da iniciação. Motivo pelo qual Iōannēs tem de ir abaixo, para Yesod. É desse modo que Yesod, que reúne as águas na Cabala, simboliza os órgãos sexuais de Tiphereth, e por isso que João, Iōannēs, o Batista, está em Yesod embora Iōannēs esteja também em Tiphereth. Observemos que Iōannēs é escrito com dois “enes” ou forças psíquicas: a força solar sexual em Yesod e a força solar crística de Tiphereth no coração, precisam ambas trabalhar juntas numa verdadeira união harmoniosa com Malkuth, que é o Oeste, visto que sem o Oeste (a mulher) o Leste (o homem) não pode se desempenhar do trabalho alquímico solar.

AS VAIDADES

  “Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém. Vaidade de vaidades! Diz o Pregador; vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol?

A Eterna Mesmice

  Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre. Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar onde nasce de novo. O vento vai para o sul, e faz o seu giro de novo; volve-se e revolve-se, na sua carreira e retorna em seus circuitos. Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr. Todas as coisas são canseiras, tai que ninguém as pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvido de ouvir. O que foi, é e o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há pois, novo debaixo do sol”.Eclesiastes 1: 1-9 

  O trabalho inteiro solar está em Eclesiastes maravilhosamente escrito por Salomão, filho de Davi. [Soliman, homem solar]. “Palavras do pregador”, que escrevemos em algumas traduções as quais são lidas: “Enunciados do Pregador”, porque a palavra hebraica “Debarim” significa “palavras” (plural). Contudo antes de entrarmos no desvelamento do parágrafo anterior do Eclesiastes, e a fim de que vocês possam entender melhor, deixem-me explicar porque Moisés escreveu cinco livros.

OS CINCO LIVROS DE MOISÉS

    O Oeste, a sefira feminina Malkuth, é onde o Gênesis começa. Qualquer alma que queira criar Iōannēs interiormente tem de começar com o Gênesis. Ou que necessite criar Paraíso e Terra precisa ter um corpo físico, uma vez que o Oeste, Malkuth, recebe toda a luz solar do alto. E somente em Malkuth pode Cristo gerar Iōannēs interiormente. Vejamos então o Oeste, Malkuth, que é chamado de junção de forças. Os gnósticos dizem “não espere qualquer coisa do Leste, mas sim do Oeste”, porque o Oeste junta todas as forças. O Oeste é nosso corpo físico e entre o homem e a mulher, a mulher é o Oeste. Malkuth é também feminina. Então o Gênesis começa em Malkuth.

  Quando saímos de Mizrahim [traduzido como Egito, o qual é Malkuth], vamos então para Êxodo. O Êxodo está relacionado precisamente com as águas de Yesod; saindo do Egito para o Êxodo em direção à Terra Prometida, Yesod, a quarta dimensão. O Livro do Êxodo é chamado em hebreu Shemoth, significando “nomes”.

  De Yesod adentramos na base esquerda da coluna, que é Hod, “Gloria”, relacionada com o sacerdócio de Levitico. Daí, quando falamos sobre Levitico vamos para a esquerda porque aquele que entra no sacerdócio de Levitico é governado por Binah, localizada exatamente acima, ali no topo da coluna esquerda. Tal qual uma criança de Levi entramos no deserto que é Netzach, onde Moisés realizou todas aquelas maravilhas. Por isso que Moisés é chamado o governante de Netzach, o rei de Netzach, porque a consciência, a alma humana, controla a mente. Números é o nome daquele livro escrito por Moisés.

  Finalmente após Números vem Debarim, Tiphereth, Deuteronômio conforme é chamado esse livro dentre os cinco livros de Moisés. Porém em hebreu é chamado Debarim, “palavras” ou “enunciados”, uma vez que aqui, no Leste, em Tiphereth, é onde o Verbo é feito carne.

  Bem, após esta pequena elucidação entenderemos porque Salomão disse: “Enunciados do Pregador”: a alma é quem ensina porque a luz do Senhor brilha através dele. Como Jesus, Salomão é um filho de Davi, que representa Malkuth. Quando nossa Nephesh, a alma animal se tiver purificado, o resultado disso é Soliman, Salomão, Sol e Lua purificados. O Sol acima em Tiphereth é um Rei em Jerusalém, significando um Malachim, Tiphereth, em seus próprios corpos solares. Também o Malachim, a alma, em Jerusalém. Também o Malachim, a alma que alcança aquele nível, que pode ensinar e ajudar a Lua, o povo em Malkuth. Rei de Jerusalém, paraíso em Jerusalém.

AS SETE VAIDADES

  Vaidade de vaidades” diz o pregador, “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.

  Saibam como dizer vaidade em hebreu: é הֶבֶל, Habel, traduzido para o Inglês [e também para o Português] como Abel, o Filho de Adão e Eva. Muitas vezes temos dito que Abel ou Habel é a alma humana, em Cabala. Porém Habel também significa “fôlego” [respiração, alento, hálito, sopro, etc]. Desse modo a tradução real podia ser aqui “fôlego de fôlegos”, pois tudo é “fôlego”, uma vez que no começo dissemos que fôlego é Neshamah como também é Ruach.

  Mas o fato é que ninguém neste mundo pode ficar vivo sem Habel, o fôlego. Podemos parar de nos alimentar por três meses, como fez Mahatma Gandhi. Entretanto não podemos parar de respirar por um minuto; as pessoas que seguram seu fôlego por um par de minutos ficam pretas e azuis. Necessitamos de Habel, a respiração! Entendamos então que quando dizemos fôlegos, isso é Habel.

  Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol?”.

  Bem, vejamos a Árvore da Vida. Voltemos a encarar isso a fim de entendermos essa “vaidade”. Mestre Samael citou Pistis Sophia, a Alma Ávida, Habel, como o fôlego provindo do Absoluto.

  O Glorian é um fôlego do Absoluto profundamente incognoscível nele próprio”.

  Aquele fôlego é chamado Ain Soph Aur, Cristo. Esse é o fôlego do Absoluto. E aqui encontramos escrito em hebreu “vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. A palavra hebraica para tudo também significa “templo”. O corpo físico é um templo, Malkuth é cabalisticamente chamada Jerusalém. Quando lemos sobre Jerusalém na Bíblia não pensemos tratar-se da Jerusalém no Oriente Médio, pois se trata do planeta inteiro.  Essa é a Jerusalém. A Jerusalém paradisíaca é diferente; é um tipo de matéria que surge após a transformação alquímica quando seguimos o caminho da cristificação. Motivo pelo qual está escrito “o templo é vaidade”. Ou podendo ser: “o templo é fôlego, alma”. Visto que sem o fôlego de Deus não podemos estar vivos. Lembremo-nos de que a primeira coisa que fazemos quando chegamos a este mundo é respirar; então estamos vivos. Aquele fôlego é Habel. E “lembremos de que quando Deus fez Adão, Ele soprou dentro de suas narinas o fôlego da vida e Adão se tornou uma alma vivente”, porque Habel é fôlego-alma.

  A palavra Habel significa “fôlego, vaidade”, mas também significa “vapor, força, passar o tempo com coisas vãs; perder-se...”, então quando lerem na Bíblia sobre Abel, o filho de Adão e Eva, estudem Cabala e Alquimia a fim de entender aquilo.

  Por favor, não caiam no absurdo de pensar que Caim e Abel foram dois rapazes, como fazem aquelas pessoas.. É estupidez pensar desse modo! Naturalmente dizem “eles cometeram incesto com suas irmãs para multiplicar-se, certo?” Ridículo pensar assim. Tristemente há muitas pessoas que pensam assim. “Éden” – dizem – “foi um belo jardim la no Oriente Médio”, certo?”. O jardim para somente Adão e Eva, um homem e uma mulher”. Não! Não foi assim. Pensar desse modo é como voltar ao nível da Idade Média. Estamos agora no nível das ciências da Cabala e Alquimia.

  Temos de estudar a Bíblia seriamente uma vez que muitas pessoas não levam a Bíblia a sério. Elas leem-na como quem lê revista em quadrinhos. Se a lermos assim literalmente não fará qualquer sentido. “E Caim conheceu sua esposa”, diz o Gênesis 4:17. nesse tempo havia somente Adão e Eva, uma vez que Caim matara Abel. Então onde Caim encontrou sua esposa? Talvez dos extraterrestres? E seguiram e seguiram. Ignorantes fanáticos não sabem que o Gênesis é um amálgama de informações alquímicas que precisamos entender a fim de não cairmos em interpretações errôneas.

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  Figura 13.

  Observemos Vishnu como o Glorian; Kether, Chokmah, Binah; Pai. Filho e Espírito Santo, representando o fôlego do Absoluto.

  “Vaidade (1) de vaidades (2) diz o pregador, “Vaidade (1) de vaidades (2), tudo é vaidade (1)”. 1 + 2 +1 + 2 + 1 = 7.

  Aqui encontramos “Vaidade de vaidades”. “Vaidade” é um, mas quando dizemos “vaidades”, significam dois falando cabalisticamente, porque “vaidades” é plural. Logo “vaidade (1) de vaidades (2) são três. O pregador repete: “vaidade de vaidades”, dando seis. Então ele julga aqui: “tudo é vaidade!”, todas as forças são vaidade. Todas as forças são Habel.

  Habel, o fôlego do Absoluto, está no reino mineral, no reino das plantas, no reino animal e no reino humano. Isso é Habel. Porém ele está sonolento porque Caim, a mente intelectual, sempre mata Habel, o fôlego da vida; utilizamos nosso fôlego da vida com coisas fúteis. Matamos a vida de nosso corpo com futilidades. Os gnósticos seguem o caminho de Abel, o fôlego, conforme encontramos escrito no Gênesis.

  O primeiro passo no aprendizado do trabalho com o fôlego é o pranayama a fim de transmutar nossa energia sexual com Habel, nosso fôlego – a ciência da respiração. Entretanto enquanto não soubermos o significado de Habel ignoramos que a ciência da respiração está relacionada com Abel. Abel esteve trabalhando com aquela ciência, com as forças solares do fôlego da vida, uma vez que tudo é fôlego. O Espírito, Ruach, é fôlego. A alma divina, Neshamah, é fôlego, daí que a alma humana é também fôlego. Tudo é Abel.

  Quando trabalhamos na Alquimia criamos corpos-alma; em outras palavras: corpos-fôlego, sutis, puros: “To Soma Psychikon”, a alma-essência, como Paulo de Tarso os chamou. Os corpos solares são feitos do fôlego solar. Eis porque aqueles corpos são sutís, solares, metálicos.

  Om Mani Padme Hum. Quando OM, o Glorian, quer criar o homem solar, AUM cria um MANI, um humano verdadeiro, através de PADME em Yesod, significando através da flor do lótus que simboliza sabedoria, Chokmah. A sílaba HUM, de humano, indica indivisibilidade; essa indivisibilidade é alcançada por Habel, nossa consciência humana, na qual todos os fôlegos ou almas, Ruach, Neshamah e Nephesh, são um só fôlego que expressam através do “Humano”, o MANI, o manas altruístico, a mente de iluminação. Porém a fim de criar o humano tomamos o fõlego de Malkuth, nossa fisicalidade. Tudo é fôlego – o templo de Deus que é nosso corpo.

  Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. – Coríntios 6: 18, 19.

  É isso que Paulo de Tarso diz. Então não forniquemos; ao invés, transmutemos a força sexual com nosso fôlego. Então nos tornaremos uma alma humana. E o Espírito Santo virá inspirar o “Neshamah” através de nossas narinas, o tipo superior de fôlego. E nos tornaremos uma alma vivente, um sopro vivente. É Cabala e Alquimia que estamos desvelando, uma vez que se faz necessário entender isso para compreendermos.

  Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol?”.

  O que existe sob o Sol? Podemos dizer Yesod e Malkuth, uma vez que Tiphereth está acima deles, mas não! Ouçam. Sob o Sol está Klipoth [inferno, a noite]. Por quê? Bem, digam-me onde o Sol nasce e onde o Sol se põe? Usemos a lógica. O Sol se põe a Oeste. Sim, porque ele desce em Malkuth. Quando trabalhamos alquimicamente o Sol se eleva do Oeste. É isso o que o Livro do Eclesiastes coloca. Então o que está sob o Sol, significando sob o movimento solar, que dissemos vindo do Norte para o Sul e do Sul para o Norte?

  Com relação à vida diária aqui em Malkuth, o Sol se eleva a Leste e se põe a Oeste. Tudo na Terra está relacionado com o movimento solar, por isso é dito: “tudo é fôlego, tudo é vaidade, o templo é fôlego, vaidade”, uma vez que as vaidades da vida, todas as coisas que são agradáveis à vista, à luz solar, formam ilusões dentro de nós. Porém o que há sob o Sol então ou o movimento do Sul para o Norte, do Leste para o Oeste que abrange todas as sefirot? É simplesmente Klipoth. E o que realmente fazem as pessoas na Noite Klipoth? Fornicam.

  Nessa linha, o Rei Salomão diz: “o que ganha um homem que fornica e trabalha para ganhar dinheiro, tornando-se um milionário, fazendo isso e aquilo no mundo físico, e a todo o labor que ele realiza sob o Sol?”. Se não estiver transmutando a energia, por que estaria ele exatamente na Terra?

  Lembremo-nos de que Klipoth é o centro da Terra, e de lá a luz solar se levanta todos os anos na Páscoa, e desce de novo na Roda do Sansara. Para cima e para baixo, acima e abaixo, acima e abaixo; evolução, involução. Que proveito realmente obtemos disso enredados naqueles mecanismos? Eis porque Salomão o Rei pergunta: que proveito realmente obtemos dessa recorrência? Cada vida que chega se identifica com dramas, crenças e teorias. Todos morrem e de novo nascem.

  Geração vai, e geração vem: mas a terra permanece para sempre”.

  Estamos aqui neste drama recorrente desta raça Ariana. As pessoas estão temerosas: o fim do mundo está chegando, dizem. Não é o fim do planeta, porém o fim desta raça raiz. Visto que a Terra permanecerá para sempre, a Mãe Divina permanece enquanto todas as coisas vêm e vão. Talvez amanhã morramos; talvez em uma semana, um mês ou ano? Quem saberá quando virá morrer? Então que proveito realmente obtemos de todo este recorrente drama? Ficarmos preocupados com o dólar? Sim, pois possuirmos dinheiro é necessário para a nossa sobrevivência nesta selva que houvemos criado. Entretanto como fazermos nossas almas tirarem proveito disso se não fizermos o trabalho que precisamos fazer?

  Levanta-se o sol [de Tiphereth, o Leste, em Malkuth], e [Tiphereth também] põe-se o sol [ao Oeste, Malkuth], e [o Espírito Solar] volta [Yesod, sexo] ao seu lugar onde nasce de novo”.

  Isto está muito bem explicado aqui, para quem conhece Cabala. Se não conhece deve dizer, sim, o Sol se levanta ao Leste e se põe ao Oeste, mas por que Salomão está escrevendo sobre isso? Não. Ele está escrevendo sobre Cristo porque ele é um Rei de Ouro. E lembremo-nos de que no tempo de Salomão o ouro era comum, pois ele foi feito de ouro. Eis porque um dos três sábios trouxe ouro. Pois aquele ouro é a transmutação das forças metálicas em nós.

  Pregadores que assistimos na TV dizem: “no princípio o Senhor precisou de dinheiro a fim de realizar o seu trabalho aqui, por isso os Reis do Leste trouxeram ouro, como se dissessem: ‘isso é para a organização que você irá abrir’”. Explicam assim deste modo. Porém o ouro é um símbolo do ouro do Espírito; em Alquimia transmutamos chumbo em ouro. É esse o significado. Por isso que Salomão disse: “O vento [o Espírito Solar, Ain Soph Aur] vai para o sul, e faz o seu giro para o norte”.

As forças que vão de Ain Soph Aur para o Polo Norte da Terra vão para o Sul. Cientificamente sabemos sobre isso.

  “Volve-se e revolve-se, na sua carreira [solar] [Ain Soph Aur] e retorna aos seus circuitos”.

  Espírito em hebreu é Ruach que também significa “vento”. Aqui, porém, estamos tratando de Espíritos solares. Esses entram no Polo Norte como Papai Noel e isso também, belamente, com a Aurora Boreal: as luzes do Norte, a aura do Norte. Papai Noel está ali, mas não o gordinho vendendo Coca-Cola. O significado dele é a luz do Norte. A luz solar que entra ao Norte ou o vento solar como dizem os cientistas da atualidade; o vento solar, a migração do Sol, o magnetismo do Sol, o clarão que vem do Norte: o Papai Noel.

  Nós que sabemos disso acreditamos em Papai Noel, não em Papai Noel-Coca-Cola, mas em Papai Noel alquímico, cabalista, que é algo arquétipo. As pessoas transformaram essas coisas em vulgaridades, infelizmente em negócio. Triste, mas verdadeiro. Então é isso o que o vento ou o Espírito realiza.

  “Todos os rios correm para o mar [Yam]”, e que é o mar de Malkuth: Yesod. Todos os rios correm para lá, mas quais rios? Pison, Gihon, Hiddekel e Eufrates; os quatro rios do Éden! Eles vêm de cima, as águas do espaço que vêm para o mar da Terra [o corpo]. Esses são os rios daquilo que ele está falando. Yam em hebreu significa “mar” ou “oceano”.

  Então todos os rios do Éden correm para o mar, “e o mar não se enche, ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr” São para o iniciado; porque todas aquelas forças que vêm de cima, do Paraíso, vão para dentro de nosso sistema e se transformam em energia sexual. E se as transmutamos elas retornam para dentro do Paraíso. Se não fizermos isso nos tornaremos num homem rudimentar trabalhador de Klipoth, sem tirar qualquer proveito.

  O vigilante diz: “Quero aproveitar do que Deus me envia diariamente. Ele me envia os quatro rios do Paraíso, da parte superior do Éden para dentro de meu corpo, como força solar. Então estarei transmutando a força sexual e estarei criando com a Alquimia alguma coisa melhor”. O restante dos bilhões de habitantes da Terra somente acredita nisso ou naquilo. Quando eles vão para a cama fornicam, chegam ao orgasmo e expulsam o Senhor de dentro deles próprios. Que proveito eles obtém de fato sem o ouro do Espírito solar?

  Porém estamos lhes ensinando como obter bons resultados com essa energia a fim de ficarem ricos no Paraíso. Lembremo-nos de que o Cristo no corpo de Jesus disse: “juntem seus tesouros no Paraíso”, significando a transmutação. Aquele ouro sobe para nosso pessoal Paraíso, nossa cabeça. Se acumularmos nosso tesouro ali no mundo externo e tivermos morrido, não levaremos um único centavo do dinheiro que tenhamos economizado. Muitos milionários hoje fazem guerras para acumular mais dinheiro, mas ao final de tudo eles morrem e não levam um simples centavo. Entretanto aquilo que fizermos interiormente, espiritualmente, psicologicamente, levamos conosco e esse é o tesouro no Paraíso.

OS SETE ENUNCIADOS DO SENHOR

  Em palestra anterior falamos sobre os sete enunciados, as sete palavras do Senhor na cruz do trabalho alquímico que precisamos realizar.

  Todas as coisas são canseiras”, “tais que ninguém as pode exprimir”, porém o Senhor pode. Quando encarnamos o Senhor ele pode dizer: “Estou com sede”. E Ele diz: “Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem”, através daquele que tenha encarnado o Senhor e esteja se desempenhando do caminho da cruz. E todos os sete enunciados são repetidos na alma pelo Senhor que está dentro de Tiphereth.

  Então ouçam. O grande mestre Aberamentho, Jesus Cristo, que veio há 2000 anos para a Terra Sagrada, verbalizou sete enunciados. Pela primeira vez foi dado à humanidade conhece-los, embora Jesus não fosse o primeiro a verbaliza-los. No passado muitos os verbalizaram. No presente muito os estão verbalizando. No futuro aqueles que entrarem no caminho os irão verbalizar.

  Os olhos não se fartam de ver, nem os enchem os ouvidos de ouvir. O que foi e o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol”.

  Entenderam este parágrafo? Lembremo-nos de que a palavra “que” (what) oculta o significado daquilo que lemos aqui. Quem entendeu isso? “Me” é o Espírito Santo. “Que” é a Mãe Divina, a Mãe Natureza. Na Cabala “que”, ma em hebreu, está relacionada com o mundo físico e “Me”, que é “quem” (who) em hebreu, está relacionado com o mundo espiritual. Então Salomão escreve aqui bem claramente: ele não está questionando – está afirmando!

  Ele diz: oque” foi, neste mundo físico. “E “o que foi e o que há de ser”, na matéria. Temos reencarnado muitas vezes, em “Que”. “E o que se fez, isso se tornará a fazer” na Roda de Recorrência ou na Roda do Samsara.

  “Que” é sempre ativo; é a Mãe Natureza, isso é Ma, “que”. “Quem” é o Espírito Santo e “Que” é Maria, a Mãe Divina, em hebreu “ma” e “me”. Eis como isso está cabalisticamente oculto. Então quando em Cabala nos referimos à matéria física, dizemos “Que”.

  Aqueles que traduziram a Bíblia de modo que as pessoas pudessem apreciar a palavra de Deus não conheciam esse significado cabalístico. Então quando eles liam: “O que foi e o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer”, presumiram outras coisas uma vez que ignoravam que Salomão falava de modo alquímico.

  Então “nada há, pois, novo debaixo do sol”. Pessoas que seguem diferentes religiões sempre caem nisto porque “O que foi e o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer, etc”. Então o “Que” é a Roda do Samsara, o retorno e a recorrência do Sol.

  Então “Que proveito tem [o fornicador] o homem de todo o seu trabalho [Lilith e Nahemah], [em Klipoth] com que se afadiga debaixo do sol?”. “Nada há, pois [pois está na noite], debaixo [do pesado ciclo] do sol”.

  Bem, alguém pode dizer: estou cansado de ser uma recorrência sob o Sol, agora eu quero estar com o Sol. Então ele terá de galgar a montanha de Deus. Foi isso que Moisés fez. E o que todos nós devemos fazer! Não é questão de acreditar: é questão de trabalhar com a luz solar que é o Cristo.

O CORDEIRO DE DEUS

salvador 

  Figura 14.

  Esta é a pintura modificada de Da Vinci, representativa do Salvator Mundi – Salvador do Mundo – Por que Jesus com chifres? Bem, são mostrados somente dois, mas o Livro de Revelação indica que ele tem sete!

  Então vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tinha sido morto. Ele tinha seis chifres, bem como sete olhos que são os sete espíritos de Deus enviados por toda a Terra”. – Revelação 5:6.

  Jesus tem somente dois aqui a fim de ressaltar que a sua atual encarnação de o Filho do Homem é do signo de Áries, o Carneiro. O Carneiro astrologicamente pertence ao signo de Áries. Iōannēs viu isto desde o começo do Livro de Revelação, um cordeiro com sete chifres. Subsequentemente o Livro de Revelação menciona o cordeiro muitas vezes, referindo-se ao Cristo encarnado. Isto porque ao final desta raça Ariana, o cordeiro vem trabalhando com Áries: o Carneiro, que é Geburah-El ou Gabriel em Yesod encarnando em Maria, Malkuth, a ovelha.

  Este é o Carneiro, o Salvador, trabalhando como um guerreiro, uma vez que Geburah-El é o guerreiro, o quinto Sol ou Espírito, segundo as profecias, visto que os sete chifres do carneiro são os sete raios cósmicos ou as sete forças metálicas: Gabriel, Rafael, Uriel, Miguel, Samael, Zacariel e Orifiel.

  Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor”. – Revelação 5:12.

  Temos de elevar o poder do cordeiro. Lembremo-nos de que aqueles chifres são de um cordeiro e não de um bode, que são diferentes.

  Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda; então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. – Mateus 25: 31-34, 41.

  Lembremo-nos dos pastores que estiveram nos campos na hora em que Jesus nasceu, trabalhando com ovelhas. Eis porque Jesus é chamado o pastor, uma vez que ele é um carneiro. É o Senhor do Fim que vem como um carneiro, um guerreiro das forças de Marte. Ouçam:

  Então se alguém vos disser: eis aqui o Cristo ou: ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: eis que ele está no deserto! Não saiais: Ei-lo no interior da casa! Não acrediteis Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. – Mateus 24: 23-28.

  Que isto esteja muito claro: temos de morrer psicologicamente. Lembremos-nos dos sete enunciados na cruz relacionados com a aniquilação no ego de nossos defeitos e vícios. O trabalho de Alquimia para destruir psicologicamente um ego, um pecado, defeito ou vício é muito difícil. Vem acompanhado com oração e arrependimento; e se não estivermos verdadeiramente arrependidos o perdão não vem. O arrependimento está relacionado com o carma. Entretanto quando compreendemos um ego, o único que pode destruir um ego é Apolo, o anjo do Abismo, Apollyon, a luz solar no centro da Terra e no centro de nossa energia sexual.

  Transmutemos a força sexual de modo que Apolo, o rei de Tiphereth, a força solar crística, como Apollyon, destruirá nosso ego e então purificará nossa psique. Apolo, o Sol, é o anjo do Abismo e não um demônio do Abismo. Iríamos preferir que gafanhotos fossem os demônios do Abismo. Mas se aplicarmos as forças de Apolo, Apollyon, o destruidor, iremos nos purificar até que unicamente a luz de Apolo, o Sol, irradie em nós.

  Entendam o que está escrito porque o Livro de Revelação é muito enigmático. Há muitas explicações sobre isto, pois cada asserção na Cabala é explicada em diferentes níveis.

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  Figura 15.

  Mestre Huiacocha disse:

  Àquele que sabe, o Verbo dá-lhe poder. Ninguém enunciou isso, ninguém enunciará, exceto um [Salomão, Soliman, o homem solar] em quem o Verbo está encarnado. A substância do Verbo é poder, é onipotência”.

  Então a luz do Senhor encontra-se relacionada com o magnetismo da Terra. A Terra tem também aquela força. A Terra elemental tem o seu Rei, que é Melquisedek. Vamos terminar com a seguinte oração, a fim de entendermos o que seja Cristo no verdadeiro centro da Terra. Oremos ao Chamgam, Melquisedek.

  “Ó invisível Rei, que tendo tomando a terra por apoio, fizeste dos abismos um fulcro para enchê-lo com Tua onipotência. Tu cujo nome faz tremer as abóbodas dos mundos com Tua onipotência. Tu a causa dos sete metais a fluir pelos veios da rocha; monarca das sete luzes; remunerador dos trabalhadores subterrâneos: vem, conduze-nos pelo desejado ar ao reino do esplendor [Tiphereth]. Nós guardiões e trabalhadores incessantes na busca e espera pelas doze pedras da Cidade Sagrada [os doze signos zodiacais, das doze tribos de Israel], dos talismãs ocultos, do polo da magnetita que circula através do centro do mundo! Salvador, Salvador, Salvador, tem piedade daqueles que sofrem, expande nossos corações, liberta e eleva nossas mentes, amplia nosso inteiro ser! Ó estabilidade e movimento! Ó dia coberto com noite! Ó escuridade velada por esplendor! Ó Mestre que nunca retém o salário de Teus operários! Ó alvura da prata! Ó esplendor do ouro! Ó coroa de vivos e melodiosos diamantes! Tu Que trazes os céus no Teu dedo como um anel de safira! Tu Que concebeste debaixo da terra, no reino das pedras, a maravilhosa semente das estrelas: vive, reina, e sê o eterno dispensador da riqueza da qual a nós tiveste feito os Teus guardiões!” Amém!

POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO 

  Fonte: https://glorian.org/learn/courses-and-lectures/gnostic-mysteries/gnostic-mysteries-the-son-of-man

  Tradução Inglês / Português: Rayom Ra

http://arcadeouro.blogspot.com

Ver O Filho do Homem (1) :https://arcadeouro.blogspot.com/2021/07/o-filho-do-homem.html


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