segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Realizar Evocando a Vontade - O Tibetano

"Extratos da Regra Quatro de “As Catorze Regras para a Iniciação Grupal”

  REGRA QUATRO: Que o Grupo se ocupe de apagar os dezoito fogos e de que as vidas menores retornem ao depósito da vida. Devem realiza-lo evocando a Vontade. As rodas menores nunca devem girar no tempo nem no espaço. Somente a Roda Maior deve girar e avançar.

  O homem comum vive e tem o seu ser no mundo de significados; o iniciado e o Mestre têm seus enfoques no mundo do Ser. São todo vontade iluminada pelo amor, o qual os vincula com o mundo de significados, sendo capazes de desenvolver uma atividade inteligente que os relacione com o mundo da forma e isso indica vida.

  O desejo do iniciado é agora entrar em atividade e também expressar o amor. Essas qualidades são partes integrantes de sua equipe e expressão, porém jazem abaixo do umbral da consciência (analogia superior das atividades automáticas do corpo físico, que realizam seu trabalho sem o homem ter consciência disso). Dirige seus esforços até algo que significa muito pouco para os que leem estas palavras; os dirige até o conhecimento do Ser, incomovido, imutável e vivente, que somente pode ser compreendido no conceito que encerra os términos “não é isto nem aquilo”. Não é pensamento ou desejo; é nada. Tão pouco o expressam as palavras “eu sou”, nem “eu não sou”, senão: “Eu Sou Esse Eu Sou”. Tendo explicado isso, sabem o que quero significar? A vontade de ser se tem encontrado a si mesma através da vontade ao bem.

  Portanto, os dezoito fogos devem se apagar; as vidas menores (personificando o princípio forma, desejo e pensamento), soma total da criatividade, baseada no amor magnético, retornam ao depósito da vida e só deve permanecer aquilo que as fez vir à existência, a vontade central, conhecida pelos efeitos de sua radiação ou alento. Esta dispersão, morte ou dissolução, em realidade, é o grande efeito produzido pela Causa central; em consequência o mandato é:

DEVEM REALIZAR EVOCANDO A VONTADE

  Esse tipo de morte é sempre produzido pelo grupo, porque desde o primeiro momento constitui a inequívoca expressão da atividade da alma – conscientemente influenciada pela Mônada ou Pai – sendo uma atividade grupal que decide o retorno das vidas menores ao depósito geral, desde o momento em que se evidencia que a experiência na forma haja cumprido seu propósito e a forma tenha chegado a tal grau de elasticidade e capacidade que, praticamente, tenha alcançado a perfeição, que culmina definitivamente na quarta iniciação.

  Ao finalizar o grande ciclo de vida da alma, sobrevivido durante eons, se acerca o momento em que deve terminar a apropriação da forma e a experiência nos três mundos. O discípulo encontra seu grupo no ashram do Mestre; então, conscientemente e com plena compreensão domina a morte – o tão temido inimigo da existência. Descobre que a morte é simplesmente um efeito produzido pela vida e por sua vontade consciente, e o método para dirigir a substância e controlar a matéria. Isto chega a ser conscientemente possível por haver desenvolvido a percepção de dois aspectos divinos: atividade e amor criadores, e, estando agora focalizado no aspecto mais elevado, sabe que ele é a Vontade, a Vida, o Pai, a Mônada, o Uno.

  Ao finalizar o estudo da Regra Quatro devemos considerar duas coisas:

  - O método de evocar o aspecto Vontade.
  - O processo para reconhecer o aspecto Vida, a Mônada, o Pai nos Céus.

  O resultado de ambos está descrito nas palavras finais desta regra:

  3. As rodas menores nunca devem girar no tempo nem no espaço. Só a Roda maior deve girar e avançar.

  Aqui temos um ponto que desejaria aclarar, uma vez que abre a porta até novos conceitos, ainda que, todavia, não seja possível defini-los de forma tal que a massa possa compreendê-los, inclusive os discípulos que leem estas palavras não o conseguiram plenamente. Somente quem haja recebido a terceira iniciação os interpretarão corretamente.

  A literatura esotérica se refere repetidas vezes aos fatores tempo e espaço como se existisse uma diferença básica entre os mundos onde ambos regem e os aspirantes e iniciados atuam livremente. Constantemente se recorda ao aspirante que o tempo é de natureza e manifestação cíclica e que o “espaço é uma entidade”. Deve haver necessariamente alguma compreensão para estes termos se quisermos que aquilo que a vontade controla (quando evocada) penetre à consciência conhecedora do pensador.

  Espaço e substância são termos sinônimos; substância é o conjunto de vidas atômicas com as quais estão construídas todas as formas, Esse tema está abordado extensamente em Um Tratado Sobre o Fogo Cósmico. Constitui uma verdade científica e ocultista. Sem dúvida, substância é um conceito da alma e somente conhecida realmente pela alma. Portanto, depois da quarta iniciação, quando se tenha completado o trabalho da alma e desapareça o corpo da alma, só resta o que se há realizado na substância como contribuição – individual, grupal e planetária – na soma total da manifestação. O único que permanece é um ponto de luz, consciente e imutável, percebendo dois extremos da expressão divina: o sentido de identidade individual e o sentido de universalidade. Ambos estão fundidos e mesclados no UNO, do qual o divino Hermafrodita é o símbolo concreto – a união em um dos pares de opostos, positivo e negativo, masculino e feminino. Este é o estado de ser que denominamos monádico, onde não se percebe diferença entre ambos (tratarei de levar essas ideias ao nível de inteligência do aspirante) porque se sabe que não existe identidade separada da universalidade nem se pode apreciar o universal, independentemente do conhecimento individual, e esta compreensão da identificação de parte do todo, tem seu ponto de tensão na vontade de ser, qualificada pela vontade ao bem e desenvolvida (desde o ângulo da consciência) pela vontade de saber.

  Na realidade, são três aspectos da divina vontade que existe em forma perfeita no Logos Solar e tem seu meio de expressão através do Logos planetário. Portanto, dita vontade atua de sete maneiras por intermédio das qualidades viventes dos sete Logos planetários, que se expressam por meio de sete planetas sagrados. Eles dedicam seus esforços em levar todas as formas de vida dentro da órbita de Suas influências, na medida em que hajam demonstrado reconhecimento e comprovado suas existências. Em consequência, é evidente que em cada um dos sete planetas sagrados predominará um aspecto da divina vontade.

  Este é o significado de Espaço – campo onde os estados de Ser são levados à etapa do reconhecimento. Quando se tenha alcançado essa etapa e o Conhecedor, a alma, esteja plenamente consciente e possua total percepção, então se introduz um novo fator que também afeta o espaço – ainda que de forma distinta – porém se relacionando com a Vida monádica. Esse fator é o Tempo. O tempo está relacionado com o aspecto vontade e depende da vida dinâmica, autodirigida, que mediante a periódica ou cíclica aparição, produz e demonstra a persistência do enfoque dinâmico da intenção.

  Do ângulo da Vontade ou o Pai, essas aparições no tempo e através do espaço são uma parte tão insignificante da experiência da Entidade vivente em Sua vida em planos que não são o físico, emocional nem mental, que se os considera como não vida. Recordar-lhes-ei que para entender isso se deve compreender a totalidade na luz da parte; ao Macrocosmos na luz do microcosmos. É tarefa difícil e necessariamente muito limitada.

  O discípulo sabe ou está aprendendo que ele não é isto ou aquilo, senão a Vida mesmo. Não é o corpo físico ou sua natureza emocional, nem em última análise (frase muito esotérica), a mente ou aquilo a que ele conhece. Está aprendendo que isso também deve ser transcendido e superado pelo amor inteligente (o qual só é possível depois de desenvolver a mente) e começa a conhecer-se como alma. Posteriormente, chega o terrível “momento no tempo” quando, pendente no espaço, descobre que ele não é alma. Então, que é? Um ponto da divina vontade dinâmica focado na alma, chegando à Consciência do Ser pelo emprego da forma. Ele é Vontade, o regente do tempo, o organizador do espaço. Isso faz, tendo sempre presente que tempo e espaço são “joguetes divinos” e se pode utilizar ou não da vontade.

  Poderíamos expor as duas últimas frases desta regra, da seguinte maneira: a evocação da vontade envolve a identificação com o propósito maior. As pequenas vontades das pequenas vidas devem fundir-se com a vontade maior do todo. O propósito individual deve identificar-se com o propósito grupal, que constitui a medida do propósito do Todo ou Vida Una, que as pequenas vidas podem captar em qualquer momento dado, em tempo e espaço. Neste sentido, esotericamente compreendido, o tempo é um acontecimento – que a filosofia tateando para chegar a uma expressão da consciência iniciática, assinala agora.

  Ao final e literalmente, quando se tenha alcançado o fim da senda da evolução e materializado o plano em tempo e espaço, restará somente o propósito divino e a Vida omni envolvente. Isso se deve aos giros da grande Roda da Vida que faz girar as rodas menores, em tempo e espaço. Uma vez que, portanto, o ser humano é impulsionado primeiramente por este desejo, depois pela aspiração de alcançar uma meta visualizada, logo pela vontade egoísta que lhe revela a natureza da vontade: a persistente dedicação a algum propósito considerado desejável, a que dedica todos os seus esforços. Tendo esgotado todas as metas tangíveis, a vida interna obriga o homem a ir até o intangível e a qualidade de sua vontade começa a mudar. Descobre então uma vontade maior que a sua, e lentamente começa a identificar-se com ela; vai de etapa a etapa, de um propósito alcançado a outro superior; cada passo o afasta de sua pseudo vontade e o cerca a compreensão do significado da vontade divina ou propósito.

  Poderia dizer-se, a fim de trazer ao claro o método empregado para realizar o anteriormente dito, que levando a cabo o plano, o discípulo conhece a natureza do propósito; porém, o propósito em si somente pode captá-lo quem está desenvolvendo a consciência monádica. Não é a consciência monádica conforme conhecem os seres humanos, senão este estado de captação que não é consciência nem conhecimento, segundo entende o místico, nem identificação como denomina o ocultista, senão algo que aparece quando os três são reconhecidos e registrados no tempo, dentro da órbita do espaço.

  Tendo dito isso, lhes perguntaria se com isso são mais inteligentes, e de que terá valido escrever estas palavras se não as entendem.

  Escrevo por duas razões. Primeira, porque minhas funções e deveres (como Mestre de Sabedoria) consistem em introduzir ideias na mente do homem e fazer descer ao reino das palavras certos conceitos que estão surgindo, de modo a começar a exercer influência em nível superior dos pensadores, os quais são responsáveis por precipitar profundamente as ideias na consciência humana. Segunda, escrevo para a geração que, ao finalizar-se este ciclo, virá expressar ativamente o pensamento, iniciará a armação, a estrutura e a trama da nova era, a qual começará com certas premissas que hoje constituem o sonho dos mais exaltados sonhadores e que desenvolverá a civilização da era aquariana. Esta era futura será predominantemente de integração, idealismo e consciências grupais, assim como a era pisciana foi de desenvolvimento e ênfase da personalidade com enfoque e consciência na personalidade.

  O egoísmo, tal como o entendemos hoje, desaparecerá gradualmente, porque a vontade do indivíduo se fundirá voluntariamente na vontade grupal. Portanto, é evidente que isso poderia muito bem acarretar uma situação ainda mais perigosa, porque o grupo constituiria uma combinação de energias focadas, e a não ser que ditas energias estejam direcionadas até ao desenvolvimento do Plano (que coordena e torna possível o propósito divino), teremos a consolidação gradual das forças do mal e do materialismo sobre a Terra. Não falo por falar; estou tratando de demonstrar a necessidade de se consagrar indefectivelmente, a quem esteja espiritualmente orientado, à tarefa de desenvolver a vontade ao bem na Terra e também demonstrar a absoluta importância de fomentar a boa vontade entre as massas.

  Se isso não for feito até ao término da terrível depuração global, levada a cabo até agora, a etapa final será pior do que a primeira (1). O egoísmo individual será substituído pelo egoísmo grupal, que, em consequência, será mais poderoso por sua dedicação, enfoque e resultados malignos. As pequenas rodas podem continuar girando em tempo e espaço, obstaculizando o girar da Grande Roda que – também em tempo e espaço – é a roda da humanidade. Tanto o Homem Celestial como o ser humano estão desenvolvendo esta roda de qualidades e atributos divinos.

  (1) Nota de Rayom Ra: “Esta referência do mestre D.K., nos traz à lembrança o fato de que, na atualidade, as energias que conduzem a uma etapa grupal estão cada vez mais evidentes em todos os reinos. Vemos a miúde, e mais claramente pelas reportagens em TVs sobre a vida animal, em como esse instinto grupal atua cada vez mais arrasadoramente nas ações predatórias das espécies, a usarem de estratégias coletivas a fim de conquistar suas presas, sejam estas fortes ou fracas. Há claras metodologias inteligentemente concatenadas e desempenhadas entre as espécies para atingirem seus objetivos de sobrevivência. Isso vem se tornando cada vez mais eficiente; prova de que algo a mais acontece no mundo animal.
  Entre os homens de todas as sociedades do mundo, o procedimento grupal ou corporativista em áreas das representatividades vitais da vida das nações, e na generalidade de todas as profissões, atinge requintes e meticulosidades para crescentes atos criminosos incrivelmente bem engendrados e assustadores.
  Os objetivos são sempre os mesmos sob as rédeas do egoísmo impiedoso, na visão de que as riquezas e os bens materiais obtidos de qualquer maneira e acumulados em grandes escalas – fontes do deslumbramento – compensarão a todos os riscos profissionais, morais e de liberdade a que os grupos afanosamente se submetam. Mesmo criminosos instintivamente violentos, cruéis assassinos, sem a menor piedade e consciência, que vivem camuflados em suas comunidades, não se furtam a arriscar tudo, organizando cuidadosos planos de assaltos e roubos a céu aberto, ou em qualquer outro local onde haja a oportunidade, causando inúmeras vítimas fatais, que para eles são meros números frios de uma contabilidade macabra.
  Não foi por acaso que o grande missionário Francisco Cândido Xavier alertou da moratória dada por Jesus, um dos regentes da Terra, em que as populações e mentores governamentais de todas as nações deveriam se posicionar no sentido de que passassem a conviver com justas e honestas relações de mútuos auxílios e pacíficas convivências.
  De outro modo, a continuar essas situações hoje verificadas de ódio, mortandade, exploração e escravidão econômica de nações poderosas em fechados conluios sobre as nações mais necessitadas e reféns de sistemas mundiais, inúmeras comoções e catástrofes planetárias, de maiores magnitudes, serão liberadas já a partir de 2019 para os devidos drenos das energias negras e egoísticas, raízes de tantos males às famílias humanas.
  Esse alerta de Jesus, pela mediunidade de Chico Xavier, vem encontrar respaldo nas antigas profecias da Franco Maçonaria, onde a partir de 2019 acontecimentos importantes de ordem mundial se precipitarão pela Terra, e os anos subsequentes serão igualmente marcantes, principalmente 2022, ano do armagedom.
  Porém, Jesus alerta objetivamente que esses acontecimentos catastróficos irreversíveis começarão em 2019, inclusive, caso as nações mais responsáveis pelo estado atual de destruição dos valores humanos não retrocedam de seus objetivos egoísticos”.

  O aspecto vontade da divindade só pode expressar-se por meio da humanidade, pois o quarto reino da natureza está destinado a ser o agente da vontade para os três reinos subhumanos. Portanto, foi essencial que a humanidade desenvolvesse o espírito includente, e a tendência para a identificação espiritual, como passo preparatório para o desenvolvimento da resposta ao propósito divino. É essencial que os discípulos do mundo desenvolvam a vontade ao bem, para que o comum da humanidade possa expressá-la. A vontade ao bem dos conhecedores do mundo é a semente magnética do futuro. A vontade ao bem é o aspecto Pai, ao passo que a boa vontade é o aspecto Mãe, e por relação de ambos se poderá erigir uma nova civilização, baseada em sólidas linhas espirituais (ainda que totalmente distintas).

  Recomendo que guardem este pensamento em suas consciências, porque significa que em futuro imediato haverão de nutrir dois aspectos do trabalho espiritual, pois disso depende a esperança de uma longínqua felicidade e a paz mundial. Devem chegar ao novo grupo de servidores do mundo e desenvolver nele a vontade ao bem e também simultaneamente às massas, levando-lhes a mensagem de boa vontade.

  A vontade ao bem é dinâmica, poderosa e eficaz; está baseada no conhecimento do plano e na reação ao propósito, tal como o sentem os iniciados em contato consciente com Shamballa, ou os discípulos que similarmente formam parte da Hierarquia, que, porém, ainda não podem fazer contato com o Propósito central ou Vida. Não havendo recebido a terceira iniciação, desconhecem em grau maior à vibração monádica. Para eles seria tão perigoso fazer contato com Shamballa (antes da terceira iniciação, quando todas as tendências da personalidade ainda não tenham sido eliminadas) como seria ensinar às massas as técnicas da vontade, o que seria mais eficaz sua egoística vontade. A pior dificuldade estriba em que o discípulo destruiria a si próprio e o homem comum se prejudicaria.

  A exegese da Regra Quatro é necessariamente breve, pois seu significado é tão profundo que requer ser estudado cuidadosamente frase por frase e, ainda assim, está muito fora da compreensão da maioria dos leitores. Sem dúvida, será de valor para os discípulos reflexionar sobre seus distintos significados (há vários) e implicações esotéricas.

  Fonte: Tratado Sobre Los Siete Rayos – Los Rayos y Las Iniciaciones, Tomo V Siete Rayos – Por Alice A. Bailey / Mestre Djwal Khull

  Tradução Espanhol/Português: Rayom Ra

Rayom Ra
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