Na Terra e no Céu irrompe uma vastíssima
tempestade de pensamento que, em grandes correntes, luta e se lança à conquista
da unidade espiritual do planeta.
O pensamento pode transmitir-se por ressonância
quando os centros cerebrais sejam susceptíveis de oscilações que possuam
idênticas características, pois ressonância significa sintonização no mesmo
estado vibratório. Significa simpatia, afinidade. Então, os dois centros
psíquicos podem influenciar-se mutuamente, através de um meio comum que receba
e transmita as suas vibrações. O pensamento é uma vibração, porém, reduzida a
sutilíssima e evoluidíssima forma dinâmica, em vias de superar a dimensão
espaço-tempo. A psique humana é capaz de vibrar e de entrar em ressonância, de
transmitir e registrar normalmente correntes psíquicas, porque é assim que se
forma, se projeta, se comunica e se recebe o pensamento, que, como a luz,
circula por toda a parte na atmosfera humana e além dela. Assim se transmitem
estados de ânimo, sentimentos, além de conceitos. Existe sempre, para todos os
inspirativos, uma necessidade de solidão, que funciona como isolante. E também
de oração, que é elevação de espírito, que põe a psique em estado de
receptividade e auxilia a elevação da tensão nervosa necessária para atingir os
planos superiores de consciência, mais sutis, e que representam correntes de
alto potencial.
O centro genético das emanações nouricas está
situado numa dimensão de caráter abstrato, onde se encontram os princípios
universais. A fonte não vibra, não irradia vibrações no sentido por nós
conhecido, sejam elas embora de pensamento; não transmite ondas-energia na
dimensão espaço-tempo, mas emana um quid [ou seja, algo indefinível]
absolutamente imaterial, um impulso, uma potência que não se pode definir com
os atributos das dimensões do nosso universo. Dessa sua dimensão mais elevada,
a emanação deve descer; essa potência deve precipitar-se sobre a dimensão do
pensamento humano e a chamada recepção não pode realizar-se senão em virtude
dessa descida. A noure assume a forma vibratória de pensamento só depois de
concluído o processo de transformação involutiva na consciência do médium.
Noutros termos, para exprimir a emanação
originária como pensamento, dentro do concebível humano, importa operar uma
redução de dimensão; essa descida a terra significa que aquela potência tem de
percorrer um regresso involutivo: é esta a condição para que ela possa
manifestar-se, de modo inteligível, na dimensão humana. Essa redução de
dimensão e esse regresso involutivo são um processo de íntima transformação da
substância e realiza-se atravessando várias dimensões de diversas fases
evolutivas para chegar ao termo de sua transformação, à nossa dimensão e fase
de evolução. O caminho não é, pois, percorrido em sentido espacial, mas sim em
sentido evolutivo.
A evolução é progressividade de
sensibilização. A percepção e a concepção do universo são, portanto, relativas
à sensibilidade individual, e mudam, dilatando-se, com o progredir desta.
Amplia-se a visão do universo à medida que a consciência evolui. Também o
concebível é progressivo e a visão da verdade é relativa à potência individual
e não pode ser atingida senão por sucessivas aproximações.
A dilatação de consciência é essencial no
processo de aproximação dos dois extremos, através do qual a criatura volta ao
Criador. Como as leis de afinidade se encontram na base de todos os fenômenos,
para a recepção nourica, que é comunicação com centros super evoluídos e exige a
ascensão espiritual até aquele nível, importa adquirir, por ascensão de
espírito, a capacidade que lhe permita responder às sutis emanações nouricas. O
progresso e o fortalecimento da minha inspiração provêm inteiramente do meu
progresso espiritual, porquanto a sabedoria mais profunda é dada pela evolução.
Hamlet
dizia: "ser ou não ser, eis a questão". Eu digo: "subir para
saber, eis a questão"
Adaptado
de “As Noures” do filósofo e espiritualista italiano Pietro Ubaldi (1886 -
1972).
Nota de
Rayom Ra: Segundo o que sabemos, o filósofo-escritor Pietro Ubaldi, autor da
obra “A Grande Síntese”, teria sido, numa de suas encarnações, o discípulo Pedro,
de Jesus de Nazaré.
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