quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O que são as Noures



 Cada um sente, mais ou menos distintamente, revelar-se em si uma nova capacidade de sentir o pensamento, de perceber à distância. E isso já não se perde no fantástico, mas aparece como intuição, pressentimento de um real estado futuro, que transmite e regista correntes de pensamento, noures.

  Na Terra e no Céu irrompe uma vastíssima tempestade de pensamento que, em grandes correntes, luta e se lança à conquista da unidade espiritual do planeta.

  O pensamento pode transmitir-se por ressonância quando os centros cerebrais sejam susceptíveis de oscilações que possuam idênticas características, pois ressonância significa sintonização no mesmo estado vibratório. Significa simpatia, afinidade. Então, os dois centros psíquicos podem influenciar-se mutuamente, através de um meio comum que receba e transmita as suas vibrações. O pensamento é uma vibração, porém, reduzida a sutilíssima e evoluidíssima forma dinâmica, em vias de superar a dimensão espaço-tempo. A psique humana é capaz de vibrar e de entrar em ressonância, de transmitir e registrar normalmente correntes psíquicas, porque é assim que se forma, se projeta, se comunica e se recebe o pensamento, que, como a luz, circula por toda a parte na atmosfera humana e além dela. Assim se transmitem estados de ânimo, sentimentos, além de conceitos. Existe sempre, para todos os inspirativos, uma necessidade de solidão, que funciona como isolante. E também de oração, que é elevação de espírito, que põe a psique em estado de receptividade e auxilia a elevação da tensão nervosa necessária para atingir os planos superiores de consciência, mais sutis, e que representam correntes de alto potencial.

  O centro genético das emanações nouricas está situado numa dimensão de caráter abstrato, onde se encontram os princípios universais. A fonte não vibra, não irradia vibrações no sentido por nós conhecido, sejam elas embora de pensamento; não transmite ondas-energia na dimensão espaço-tempo, mas emana um quid [ou seja, algo indefinível] absolutamente imaterial, um impulso, uma potência que não se pode definir com os atributos das dimensões do nosso universo. Dessa sua dimensão mais elevada, a emanação deve descer; essa potência deve precipitar-se sobre a dimensão do pensamento humano e a chamada recepção não pode realizar-se senão em virtude dessa descida. A noure assume a forma vibratória de pensamento só depois de concluído o processo de transformação involutiva na consciência do médium.

  Noutros termos, para exprimir a emanação originária como pensamento, dentro do concebível humano, importa operar uma redução de dimensão; essa descida a terra significa que aquela potência tem de percorrer um regresso involutivo: é esta a condição para que ela possa manifestar-se, de modo inteligível, na dimensão humana. Essa redução de dimensão e esse regresso involutivo são um processo de íntima transformação da substância e realiza-se atravessando várias dimensões de diversas fases evolutivas para chegar ao termo de sua transformação, à nossa dimensão e fase de evolução. O caminho não é, pois, percorrido em sentido espacial, mas sim em sentido evolutivo.

  A evolução é progressividade de sensibilização. A percepção e a concepção do universo são, portanto, relativas à sensibilidade individual, e mudam, dilatando-se, com o progredir desta. Amplia-se a visão do universo à medida que a consciência evolui. Também o concebível é progressivo e a visão da verdade é relativa à potência individual e não pode ser atingida senão por sucessivas aproximações.

  A dilatação de consciência é essencial no processo de aproximação dos dois extremos, através do qual a criatura volta ao Criador. Como as leis de afinidade se encontram na base de todos os fenômenos, para a recepção nourica, que é comunicação com centros super evoluídos e exige a ascensão espiritual até aquele nível, importa adquirir, por ascensão de espírito, a capacidade que lhe permita responder às sutis emanações nouricas. O progresso e o fortalecimento da minha inspiração provêm inteiramente do meu progresso espiritual, porquanto a sabedoria mais profunda é dada pela evolução.

  Hamlet dizia: "ser ou não ser, eis a questão". Eu digo: "subir para saber, eis a questão"

  Adaptado de “As Noures” do filósofo e espiritualista italiano Pietro Ubaldi (1886 - 1972).

  Nota de Rayom Ra: Segundo o que sabemos, o filósofo-escritor Pietro Ubaldi, autor da obra “A Grande Síntese”, teria sido, numa de suas encarnações, o discípulo Pedro, de Jesus de Nazaré.

  Fonte: smiguelterapias@gmail.pt

                                                                                    Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br

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