terça-feira, 13 de setembro de 2016

Repasses no Tempo


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  O que é a realidade? Essa intrincada questão sobreviveu através dos tempos ancorada no fundo das consciências de pensadores. Maia ou não, a realidade é a dura matéria, é a fome e sede, é desejo e sexo, é a vida de um corpo e sua morte inevitável. Viver todos os dias é viver a realidade dos sentidos. Sofrer e amar, odiar e superar os próprios limites estão dentro das capacidades de cada um de nós – são as nossas mais comuns vidas como seres humanos, como homens e mulheres! 

  Por milhões de anos o homem vem rolando pelas terras, girando incessantemente com sua casa, seu planeta. Por incontáveis gerações o panorama da vida vem descerrando diante de olhos jovens e surpresos, de velhos e desencantados, as mesmas paisagens que limitam cada história. Nômades vão e voltam; conhecem lugares e pessoas e a nada se prendem, mas sobre suas cabeças o Sol é aparentemente o mesmo todos os dias e o céu é imutável em seu invariável infinito.

  Esta realidade cansa, repete-se até a exaustão dos sentidos e após certo tempo parece-nos insignificante e pretendemos ignorá-la, embora jamais consigamos. No entanto, esse mesmo Sol e o mesmo céu – inolvidáveis – os dias e as noites que testemunham e registram as dores, as lágrimas, os dramas e o sangue derramado, se calam para algo muito mais vibrante, agudo, pulsante, às vezes tenebroso – a realidade da alma, tão tangível dentro de cada um quanto é lá fora uma árvore ou pedra. É impossível negá-la, nos escondermos dela, escaparmos ou nos isentarmos de sua perene e infindável presença. Ela é a nossa dança, o ritual triste e aprisionante dos dias e noites, o cerimonial mecânico e incompreendido que nenhuma palavra humana de ordem pode mediar. Nenhum poder a modifica a não ser que assim realmente desejemos. Mas mudá-la é atrair mais sofrimento; é restaurar à vida a esperança de um fim sem final, um Maia remido sem astros nem poeiras! Que é então a realidade da alma?

  Se bem eu sei, a contagem do tempo em termos humanos difere em significado dos cálculos ocultistas. Logo ao início de a Genesis do Velho Testamento é dito: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra, e todo o seu exército. E havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito” – Gênesis 2.  Nas interpretações esotéricas os dias da criação não foram dias comuns, porém dias divinos de períodos imensos que não tiveram propriamente começo nem terão fim por que são de um Moto Contínuo.

  Admitamos que a história do mundo conforme reza o Velho Testamento, se prenda unicamente à vida de nosso planeta. A genesis bíblica relata a criação de toda a natureza e por fim de Adão e Eva como os protótipos de todas as raças humanas. Evidente que essa genesis é um capítulo a parte da história universal, visto sabermos que a Terra para os ocultistas detem outra história e para a ciência outra diferente. As descobertas fósseis remetem cada vez mais a um passado muito mais distante quando do aparecimento de o continente lemuriano. Por outro lado, no contexto esotérico, as duas primeiras raças humanas tiveram início num tempo muito anterior à condensação física de toda a natureza planetária, tendo existido milhões de anos antes do surgimento da primeira raça com ossos no plano físico da Terra.

  Teria a história do homem físico começado na Lemúria há 20 milhões de anos? A datação contraria às remontagens da arqueologia e às conclusões antropológicas que descobrem fósseis com idades bem mais recuadas, segundo seus modernos métodos de aferições. Alguns estudiosos do esoterismo sustentam que o homem lêmure pisara o solo ainda inexplorado sob recentes vapores das lavas vulcânicas e sobre cinzas sedimentadas após tantas ebulições. Teria respirado o ar ainda misturado ao exalante enxofre e hidrogênio, tendo acima as nuvens carregadas de forte eletromagnetismo polarizado das tempestades, das energias vagantes dentre um e outro roncar de trovões, sob os clarões de coriscos e raios que ligavam a terra ao céu.

  Já vimos em nossa obra “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação”, como se deram as criações das duas primeiras raças não físicas conhecidas como Polar e Hiperbórea, cunhadas pelos deuses, ou modernamente para nós pelas Hierarquias Criadoras. Voltando no tempo, e sob o prisma da visão esotérica da criação, que não se faz meramente por suposições nem somente partindo de achados arqueológicos, a vida de todos os reinos teve início e vem evoluindo em várias fases dos diversos estágios anteriores ao surgimento da matéria como hoje a conhecemos. Todo o sistema solar foi construído segundo regras e sabedoria de um Deus Criador, chamado pelos gnósticos e esotéricos de Logos Solar. Esse Logos manifestado em três aspectos, variando para quatro no sistema Ofita, idealizou o sistema solar segundo um planejamento minucioso desde um propósito de povoar o universo. Nosso Deus Criador provém do corpo de um Deus ainda maior, chamado pelos mesmos gnósticos e esotéricos de Logos Cósmico, e esse fabuloso Deus Maior é portador de muitas outras experiências, que poderíamos chamar técnicas, para manifestar sistemas solares sobre cuja engenharia e seu verdadeiro significado nada sabe a ciência dos homens materialistas.

  O memorial ocultista, no entanto, no quadro da criação, armazena informações e conhecimentos da origem e evolução da Vida em aspectos muito mais adiantados do que reúne concretamente a ciência sobre a matéria e seus desdobramentos, pois a ciência humana começou realmente a avançar sobre os segredos da matéria há somente algumas décadas. Os ciclos evolucionários da Terra, queiram os céticos ou não, são programados e administrados pelas Hierarquias Criadoras no sentido de fazer cumprir um cronograma ainda maior e mais abarcante dentro do próprio sistema solar. Esse fato para a ciência oficial terrena é sequer suspeitado por que ela trata somente da matéria como causa e fonte de toda a existência, e se recusa oficialmente a ainda admitir os princípios e leis confirmados pela física quântica que dariam origem a tudo quanto existe ou existiu antes da manifestação do grande universo, conhecido na versão científica como a explosão do big-bang.

  Nosso planeta não é um corpo isolado que tenha vindo casualmente à existência ou que tenha sua criação explicada por processo imaginoso da ciência, cercado de várias outras aceitas hipóteses, menos a verdadeira. A criação de um planeta destinado a ser o campo de evolução das vidas e reinos segue a engenharia sideral do Criador incorporada em grandiosas mentes de Hierarquias Criadoras. Essas Hierarquias, nas tradições esotéricas do passado, detiveram vários nomes, como Elohim, Arhats, Barhishads, Devas, Mônadas e outros. Um planeta como a Terra não é criado para agir sozinho, como dissemos, e, portanto, a Terra não nasceu para ser uma casa solitária. As Hierarquias são chamadas de Criadoras exatamente porque estão ao desempenho de alavancar o Plano do Logos Criador para o nosso sistema solar e sob Sua orientação e poderes assim trabalharam e continuam a trabalhar. E o Logos não manifesta seu pensamento a nada que não incorpore um objetivo lógico dentro do mecanicismo das leis conjuntas que Ele determinou atuar.

  Essa idéia precisa ser fixada nas mentes dos esotéricos de forma inalienável e inabalável, por que com o tempo e com a aquisição de outras lições a semente germina e brota dando frutos que encherão os galhos da árvore do conhecimento. O pensamento esotérico difere em muito do pensamento concreto de um materialista, embora possam os esotéricos serem matemáticos, físicos, engenheiros, químicos, médicos, biólogos ou pertencer a qualquer outra atividade profissional que trate com dados e elementos concretos. O entendimento da lógica espiritual está dentro de uma visão da alma que para se manifestar não encontra barreiras no pensamento da personalidade. Os céticos materialistas e ateus ao longo de suas encarnações perderam essa capacidade de observar sem os olhos físicos e criaram blindagens conscientes ou inconscientes em seus labirintos do raciocínio a fim de não aceitar causas sem antecedências tangíveis.

  Assim, não somente a Terra foi auxiliada na sua edificação pelos Deuses da Criação ou Hierarquias Criadoras como essas Hierarquias auxiliaram à manifestação de todo o sistema solar que se respalda sobre dez cadeias planetárias tendo cada uma sete planetas. Novamente sugerimos aos leitores que consultem a obra “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação” onde ali damos uma pequena idéia de como se constitui cada cadeia planetária e da natureza da matéria de seus respectivos planetas nem sempre físicos, diferindo, portando, do que somente admite a astronomia. A cadeia do planeta Terra está ao desenvolvimento de seu quarto grande período de manifestação, ou encarnação, e cada encarnação da cadeia envolve sete períodos de evolução da vida em sete reinos.  Na realidade, são dez reinos, considerando-se três reinos elementais no arco involutivo dos mundos superiores, e sete a partir do mineral, contando-se seis no arco evolutivo trabalhados pelos sete giros da Vida, de planeta a planeta, por toda a cadeia.

  Esses giros são conhecidos por rondas e nelas todos os reinos experimentam evoluções desde mundos de matéria mais refinada até ao mundo físico concreto onde agora se concentra praticamente a Vida integral da cadeia. A ronda, ao alcançar o sétimo planeta, terá completado um giro, que em termos de datação terrena levará talvez alguns milhões de anos, e grande percentual da Vida manifestada na cadeia virá se preparar para um novo giro e novas aquisições. Ao complemento da sétima ronda chegará ao final mais uma encarnação da cadeia. Daí que os ocultistas entendem e obtém maiores e mais profundas informações do enigma da vida e do tempo de existência da Terra e do próprio sistema solar do que entende e admite a ciência materialista. (1)

  (1) O campo de evolução que conhecemos em nosso sistema solar compreende sete planos de existência, chamados também de mundos e que são:

              MUNDOS OU PLANOS                  MUNDOS OU PLANOS                            CORPOS DO
                    (SÂNSCRITO)                                 (PORTUGUÊS)                                        HOMEM

        1. ADI                                         MUNDO DIVINO                            “DOMÍNIO DE DEUS”
                         2. ANUPADAKA                        MUNDO MONÁDICO                     MÔNADA OU  ESPÍRITO                                                                                                                                                                                    
              3. ATMA                                      MUNDO ESPIRITUAL                    ATMICO OU ESPIRITUAL
                  4. BUDDHI                                  MUNDO INTUICIONAL                   BÚDICO OU INTUICIONAL
       5. MANAS                                   MUNDO MENTAL                            MANAS OU MENTAL
                                                                             A) Mental Abstrato
                                                                             B) Mental Concreto
             6. KAMA                                    MUNDO EMOCIONAL                    ASTRAL OU EMOCIONAL
        7. STHULA                                 MUNDO FÍSICO                              )1. ETÉRICO OU VITAL
                                                                                                                  )2. FÍSICO OU DENSO
                                                                                                                                              (Rayom Ra)

   “O Terceiro Logos, A Mente Universal, atua sobre a matéria do espaço – Mulaprakriti, A Celestial Virgem Maria, modificando do equilíbrio estável para instável às três qualidades da mesma Tamas (inércia), Rajas (movimento) e Sattva (ritmo), pondo-se, por conseguinte, em movimento contínuo em relação com as outras. O Terceiro Logos cria assim os átomos dos cinco planos inferiores, Atma, Buddhi, Manas, Kama e Sthula (Adi e Anupadaka já existiam antes de o Logos surgir no cenário do futuro sistema solar – Nota de Rayom Ra). 

  Fohat os eletrifica, dando-lhes vida e separa a substância primordial, ou matéria pregenética (Mulaprakriti), em átomos. (...) Há três etapas na formação desses átomos:

  1) A fixação dos limites dentro dos quais a vida do Logos vibrará. Isso é conhecido como a “Divina Medida”, ou “Tamatra”. 

  2) A demarcação dos eixos de crescimento do átomo; as linhas que determinam sua forma correspondem aos eixos dos cristais.

  3) Pela intensidade da vibração e da relação angular dos eixos entre si se determina a superfície ou parede do átomo.

  Sob a atividade diretora do Terceiro Logos, se despertam nos átomos de cada plano novos poderes e possibilidades de atração e repulsão, de maneira que se juntam em moléculas; dessas moléculas simples se formam outras mais complexas, até que em cada um dos cinco planos haja seis subplanos inferiores, havendo assim o total de sete em cada Plano. A matéria dos subplanos assim formados não é, todavia, a existente agora. O que produz novas integrações nas formas de matéria com as quais estamos familiarizados, são as energias atraídas mais fortemente e coesivas pelo Segundo Logos, ou seja, o aspecto Amor-Sabedoria. Ademais, as correntes dos átomos, conhecidas como espirilas, não são constituídas pelo Terceiro Logos, senão pelas Mônadas (...).  As espirilas alcançam ao curso da evolução, normalmente uma em cada ronda. Muitas das práticas de Yoga são dirigidas a produzir um desenvolvimento mais rápido das espirilas. (...) A essa Obra do Terceiro Logos se denomina correntemente a Primeira Onda de Vida ou A Primeira Emanação.

  A Segunda Grande Onda de Vida Divina, procedente do Segundo Logos ou Segunda Pessoa da Trindade, desce à matéria vivificada pelo Terceiro Logos e essa descida é geralmente conhecida como A Segunda Emanação. (...) Lenta e gradualmente, esta irresistível corrente de vida flui através dos diversos Planos e reinos, permanecendo neles por um período igual em duração a total encarnação de uma cadeia planetária, que compreende muitos milhões de anos. (...) A Onda da Vida depois de reunir material do Plano Causal (O Plano Mental Abstrato ou Superior - R/R) combina então o que nesses níveis corresponde à substância e com estas constrói formas em que habita e isto se chama O Primeiro Reino Elemental.

  (...) Depois de evolucionar através de diferentes formas durante um completo período da cadeia no citado reino (sete rondas –R/R) a Onda da Vida que constantemente pressiona para baixo se identifica com estas formas a tal ponto que, em vez de ocupá-las e abandoná-las periodicamente, está em condições de retê-las permanentemente e fazer-las partes de si mesma. (...) Depois de passar um período inteiro da cadeia neste estado, a constante pressão para baixo produz a repetição do processo. Uma vez mais a vida se vai identificando com suas formas e vai tomando residência nos níveis do Mental Inferior. Logo toma formas de matéria astral e se converte no Terceiro Reino Elemental. Depois de permanecer todo um período da cadeia no Terceiro Reino Elemental, a vida de novo se identifica com tais formas e assim pode animar a parte etérica do reino mineral, chegando a ser a vida que vivifica este reino e em sucessões aos reinos vegetal e animal. 

  (...) A Terceira Emanação procedente do Primeiro Logos (A Terceira Grande Onda de Vida) origina a formação de entidades individuais ou seres humanos “. (AEP)

  No quadro acima, podemos ainda destacar o sentido de o arco de descida das emanações até o reino mineral. Neste reino, a Segunda Onda se estabiliza para depois recomeçar em sentido do arco de subida até atingir o final do período evolutivo do reino animal quando muitos representantes das espécies estarão prontos para individualizar-se em animais-homens. A individualização somente acontecerá quando a Terceira Grande Onda descer até o reino animal e estimular em definitivo o despertar do corpo causal de cada representante de espécies na condição de avançar ao reino hominal, formando assim novos seres humanos que por milhões de anos continuarão no arco de subida até atingir os reinos superiores. Os três reinos superiores, por oportuno, já pertencem ao âmbito do homem espiritualmente evoluído, chamados por AAB de “O Reino das Almas”, sob o qual a ênfase é dada ao desenvolvimento completo do fator intuitivo, “O Reino Planetário”, em que a criação é a ferramenta de trabalho no planeta, em consonância direta aos ditames do Plano Evolutivo, e “O Reino Solar” para aqueles que operam ao nível da Mente Universal do Logos.  
 
  No processo evolucionário da cadeia centrado no planeta Terra, as três primeiras rondas trabalharam especialmente a matéria astral e etérica, sendo somente a partir da quarta ronda que o aspecto matéria sólida começou a se concretizar. Nesse particular, vejamos o que nos diz AEP:

  “A Terra ao início da quarta ronda encontrava-se numa condição de terrível revolvimento: a natureza toda convulsionava de maneira gigantesca, montanhas despencavam, vulcões roncavam ou entravam em súbitas e violentas erupções, ondas gigantes cobriam regiões inteiras da Terra em avalanches de lavas misturadas à rochas, a exemplo de montanhas que se encontrassem jogando-se de um lado a outro como em disputas. O fogo surgia em todos os lugares; tornados, tormentas e vendavais açoitavam a todo instante. Por 200 milhões de anos essas convulsões continuaram ininterruptamente, prosseguindo após, periodicamente, com longos intervalos.

  Por 300 milhões de anos os espíritos da natureza estiveram ocupados em trabalhos, dando formações aos minerais, vegetais e animais de tipos inferiores.  Eles também haviam aproveitado formas em conchas, resultantes das sobras das três rondas precedentes tentando formatá-las em novos tipos de organismos viventes. Os resultados se revelaram em monstros híbridos e estranhos de todos os tipos de gerações, metade humanas metade animais. Formas reptilianas diversas começaram a surgir. Poderia dizer-se que tinham sido produtos da “mão aprendiz da natureza”, pois esse trabalho dos Devas inferiores, os espíritos da natureza, não tiveram a assistência e poderes guiadores dos Senhores Lunares.

  Quando os incessantes revolvimentos estavam próximos de terminar alguns dos Senhores Lunares, ou Barhishads, vieram para ver se a Terra estava pronta para a criação do homem. Todas aquelas formas inferiores foram então varridas do cenário terreno, presumivelmente para desobstruir as vias para o surgimento do homem em formas superiores de vida”.

  Entendemos todo esse tempo como de pré-atividade no mundo etérico-astral, anterior ao surgimento das duas primeiras raças humanas - a Polar e a Hiperbórea – nascidas dos Chhâyâs ou duplicações dos corpos astrais e etéricos dos Senhores Lunares ou Pitris. Pelas contas da ciência oficial, calcula-se que o princípio do período Pré-Cambriano, teria ocorrido há mais ou menos 4.5 bilhões de anos quando da criação da Terra. No entanto, pelas revelações esotéricas entendemos o período pré-cambriano, se assim o classificássemos, há no mínimo 7 bilhões de anos.

  As duas primeiras raças se desenvolveram com envoltórios formados pelo fogo e pelo éter. Consideram os esotéricos que o planeta em formação apresentava na ocasião condições ambíguas em relação à sua matéria mais densa. O Plano ou Mundo Etérico, dos tempos Pré-cambrianos até a era Cenozóica-Paleoceno de 65.5 milhões de anos para cá, esteve em constantes transformações e sendo provável a matéria concreta no mundo físico se ter consubstanciado definitivamente nalgumas partes do planeta, em períodos diversos embora permanecesse interligada à matéria etérica numa escala vibratória até hoje não percebida pelos olhos humanos. Os relatos de os trabalhos levados a efeito pelos espíritos da natureza antes da chegada dos Pitris Lunares se davam entre ambos os planos uma vez que ambas as matérias não haviam ainda se separado completamente para as suas formatações atuais. (2)

  (2) 1. “A constelação solar que vos serve de morada, além de sua expressão física, possui também seu duplo etérico, que significa a “matriz” oculta de todo o sistema. A Terra como um planeta que gira dentro desse sistema, também possui, por sua vez, o seu próprio corpo etérico, mais individualizado à sua forma, às suas necessidades e responsabilidades no Cosmo. O éter do corpo físico da Terra infiltra-se e interpenetra todas as coisas que nela existem, sejam as montanhas, os mares, rios, minerais, florestas, vegetais, animais, insetos, vermes, pássaros ou seres humanos. Assim como existe o duplo etérico da floresta material, na forma de outra floresta luminosa, semelhante a um cenário de celofane – onde vivem os espíritos dos silvícolas, julgando-a seu campo de caça. – há também o duplo etérico de cada pinheiro, arbusto ou lâmina de capim! A reprodução é exata, perfeita e hermética; é uma outra Terra, com todos os seus pertences, sem faltar a figura etérica do esvoaçante grão de areia! Serve de morada a fadas, gnomos, sílfides, salamandras, ondinas, nereidas e outros tipos de elementais e energias ainda ignoradas na própria tradição esotérica.

  O condor que voa sobre os Andes ou o verme que se arrasta no seio da terra úmida são apenas a materialização objetiva, aos vossos olhos, do mesmo condor e do mesmo verme que vivem e palpitam no seio recortado do éter que lhes atenda à forma idiossincrásica. Quando por efeito da morte da aranha ou de uma águia, a sua forma se desintegra no mundo físico, a ave ou a aranha prosseguem no verdadeiro mundo de sua origem – o éter astral! E como ainda não dispõem de discernimento da consciência, nem chegam a notar a diferença vibratória do novo “habitat” prosseguem no seu voo ou na sua teia de seda etérica, no panorama etérico e ainda mais belo e vibrátil! (Ramatís – Mensagens do Astral pg. 267-268). “

  2. “Logo que entramos neste reino da Natureza, estamos num mundo invisível e intangível. Aqui não servem os sentidos comuns e, por tal razão, esta parte do Mundo Físico está praticamente inexplorada pela ciência material.

  O ar é invisível, mas a ciência sabe que existe. Por meio de instrumentos apropriados pode medir-se a velocidade do vento e, pela compressão, o ar pode tornar-se visível como ar líquido. Não é tão fácil obter o mesmo resultado com o éter. A ciência material admite-o como necessário para a transmissão da energia elétrica com fios ou sem fios. Viu-se obrigada a enunciar como postulado, a existência de uma substância mais sutil do que a conhecida, chamando-a ÉTER. Não sabe realmente que o éter existe, porque a técnica científica não encontrou ainda um recipiente capaz de confiná-lo, por ser substância ilusiva à atual análise laboratorial. Não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que atualmente dispõem. Para o clarividente exercitado o éter é tangível, como os sólidos, líquidos e gases da Região Química são para o homem comum, e vê as forças vitais darem vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas, nelas fluindo por meio dos quatro estados do éter (O éter químico, o vital, o luminoso e o refletor – Nota de Rayom Ra)”. (Max Heindel – Conceito Rosacruz do Cosmos)

  3.  “Vou defender a tese segundo a qual a luz, seja de que espécie for, é um fenômeno elétrico: tanto a luz solar, como a de uma candeia ou a de um pirilampo.
  Suprimamos a eletricidade do mundo, e teremos acabado com a luz; tiremos do mundo o éter luminicio e deixarão de cruzar o espaço as ações elétricas e magnéticas. Tal  é a nossa tese. Não é coisa de hoje nem de ontem: tem já atrás de si uma longa história. Investigações como as levadas a cabo por mim, não são senão um elo de uma longa cadeia (Heinrich Hertz)”.

  Sobre os achados arqueológicos e as datações antropológicas temos que a revista Science vem recentemente de publicar sobre a descoberta de restos fósseis de um tiranossauro no hemisfério sul, num sítio geológico de pelo menos 105 milhões de anos. Roger Benson, co-autor de um estudo sobre o achado, assim se manifestou: "Embora tenhamos um único osso, ele prova que há 110 milhões de anos, pequenos tiranossauros como este poderiam ter vivido em qualquer parte do planeta"

  Outra notícia de descoberta recente nos vem da Universidade de Leicester, na Inglaterra, sobre um fóssil ainda mais antigo que teria vivido nos oceanos há 425 milhões de anos, batizado pelos pesquisadores de Colymbosathon Ecplecticos, tornando-se assim o mais antigo fóssil encontrado até o momento.

  Ao surgimento e evolução da primeira raça – a Polar – as condições do planeta continuavam a sofrer mudanças, conforme ainda relata AEP:

  “Durante extensas e desconhecidas eras pelas quais a primeira raça viveu, a Terra passava a estabilizar-se em condições mais firmes, os cataclismos eram locais e não mais gerais. Novas terras emergiam lentamente à superfície de desertos aquosos, estendendo-se para além dos promontórios do primeiro continente, formando o vasto cenário do segundo continente como ferradura de cavalo, que se chamaria Hiperbóreo ou Plaksha. Ocupava a área hoje do nordeste da Ásia, juntando-se Greenland e Kamschatka, indo em direção do sul pelo grande mar que se espraiava onde hoje se estende o deserto de Gobi com suas extensões de areia. Spitzbergen formava parte junto com a Suécia e Noruega, estendendo-se ao sul-sudoeste sobre as ilhas britânicas. A Baia de Baffin era então terra que incluía as ilhas agora lá existentes”.

  Temos de fato incertezas acerca de tempos e datas do surgimento da vida animal e humana no cenário terreno. É-nos difícil imaginar que num cenário de ebulições do planeta com vulcões, tempestades de fogo e água fervente, lavas vulcânicas e cinzas quentes se espalhando, abismos se abrindo e tragando superfícies, e a natureza vegetal inexistindo, que animais pré-históricos pudessem ter nesses tempos sequer surgido. Parece-nos, desse modo, que há 425 milhões de anos, pelas descrições esotéricas, o planeta pelo seu lado físico era só parcialmente habitável. Precisamos então reestudar nossos parâmetros temporais.

  Se a recente descoberta do Colymbosathon Ecplecticos data realmente de 425 milhões de anos, ele pertenceria à Era Paleozóica, em que, segundo nossa ciência oficial, começam a surgir os primeiros vertebrados aquáticos. Há mais ou menos 350 milhões de anos, segundo ainda a ciência, os aquáticos se metamorfoseiam para anfíbios; haveria muitas plantas e répteis que viriam gerar os dinossauros, havendo a hipótese da existência de um só continente chamado Pangéia. Como se sabe, essa é a hipótese criada em 1917 pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener, segundo a qual há 200 milhões de anos havia somente uma formação continental, chamada por ele de Pangéia, banhada por um único oceano chamado de Pantalassa. Discute-se também que essa data poderia ser de 540 a 250 milhões de anos na Era Paleozóica.

  Por acontecimentos desconhecidos, o continente se fragmentou dando origem às formações de dois outros continentes, chamados Gondwana e Laurásia. Gondwana seria formado pelas atuais América do Sul, África, Austrália e Índia enquanto Laurásia teria se constituído de América do Norte, Europa, Ásia e Ártico. Essa hipótese de um homem de ciência nos parece um rascunho das afirmações ocultistas sobre a existência de o continente da Lemúria e posteriormente Atlântida, quando neste último não havia ainda separações continentais, o que ocorreria alguns milhões de anos depois por periódicos cataclismos que afundariam terras e sobrelevariam outras submersas. Um fato que a ciência afirma é o da extinção dos dinossauros, que teria acontecido há mais ou menos 65.5 milhões de anos, após a Era Mesozóica, começada há 245 milhões de anos. Nossas dúvidas se estendem tanto ao fator cronológico quanto aos elementos vida x condições ambientais num plano de desenvolvimento da flora e fauna nas suas vidas de reinos. 

  Considerando, no entanto, ao fato de a primeira raça física ter estado na Terra há 20 milhões de anos, conforme relatos esotéricos precisamos adequar mais corretamente o tempo, em vista de esses dados nos terem levado a algumas interpretações dúbias ou erradas. Vejamos o que diz esse texto:

  “A Terra tinha mudado lentamente. “A Grande Mãe trabalhara sob ondas (...) Ela houvera trabalhado intensamente para a terceira raça e sua cintura e cordão umbilical apareciam sobre as águas. Era o cinturão o sagrado Himavãt que se estendia ao redor do mundo” (A Doutrina Sagrada)”.

  “O mar ao sul de Plaksha cobria o deserto de Gobi, Tibet e Mongólia e das águas do sudeste a cadeia do Himalaia emergia. Lentamente a terra emergiu do pé do Himalaia em direção ao Ceilão, Sumatra, Austrália, Tasmânia e Ilhas de Leste, do oeste para Madagascar e parte da África, incluindo-se também Noruega e Suécia, leste e oeste da Sibéria e Kamschatka. Esse vasto continente era Lemúria o celeiro da raça na qual a humanidade estava destinada a aparecer. Seu antigo nome era Shâlmali. O continente equatorial da Lemúria na época da maior expansão praticamente envolvia o globo estendendo-se desde as Ilhas de Cabo Verde a umas poucas milhas da costa de Sierra Leone, no sudeste através da África, Austrália “Society Islands” pelos mares até um ponto distante de um grande continente de ilhas, em tamanho aproximado a América do Sul, que se estendia ao remanescente do Oceano Pacífico, incluindo “Cape Horn” e partes da Patagônia”. (AEP)

  Vamos entender então que o continente lemuriano teria surgido na Era Paleozóica e desaparecido há 700.000 anos antes do Eoceno Terciário. Entretanto, supomos que parte da raça lemuriana desapareceria com o continente, mas parte dela seria preservada a fim de servir de estoque para dar a formação à quarta raça-raiz chamada Atlante. E isso começaria de fato, já no continente Atlante, há mais ou menos 20 milhões de anos na decorrência da quarta subraça lemuriana, quando já havia a separação dos sexos e logo depois Sanat Kumara chegava de Vênus. (3)
      
  (3) 1. “Chegou a hora decisiva da Iniciação na Terra. A natureza e a parte seleta da humanidade estavam preparadas. Na Terra a Estrela Polar de Lemúria anunciava a vinda de Sanat Kumara. O majestoso Senhor despediu-se de seu povo, de seu planeta e da bem-amada Vênus, com mais três Kumaras. Então elevou-se na atmosfera acompanhado pela sua corte de anjos e mestres. Da aura de Vênus ergueu-se a enorme estrela de quíntuplas pontas e pairou sobre aquele globo. Os venusianos tinham conhecimento das atividades cósmicas do excelso Kumara através da aparição desse astro, o que já havia sido anunciado. Todos os corações estavam concentrados na estrela e aguardavam sua mensagem, naquela hora máxima. Vagarosa e majestosamente elevavam-se os imponentes Kumaras, seguidos pela corte, derramando suas bênçãos sobre o planeta Vênus. A estrela afastava-se e os Senhores do Amor dirigiam-se à aura da Terra. Todos os habitantes de Vênus prosternaram-se e cantavam um maravilhoso hino de amor e bênçãos que se tingiu com as tristezas da despedida, envolvendo no manto do Amor Sagrado a forma que desaparecia no firmamento

   Ao se aproximarem da Terra escura, que girava sobre seu eixo e quando já à vista dos trinta construtores da cidade da “Ilha Branca”, estes, altamente emocionados, caíram de joelhos, felizes e agradecidos por haverem terminado, no tempo exato, o magnífico Templo destinado a receber o venerável Santo. Os Kumaras desceram com dignidade e donaire; neste instante, elevou-se, no alto do Templo, a Chama da Trindade. Assim começou o longo trabalho do Senhor do Mundo, ativando nos corações dos humanos a Luz espiritual, a Chama Trina, que os mantinha com vida. O primeiro Kumara espiritualizava (punha em movimento) a Chama Azul, o segundo Kumara, a Chama Dourada, o terceiro a Chama Rosa. Neste instante sagrado para toda a humanidade, Sanat Kumara penetrou nesta Chama Tríplice em um único foco de Luz que jaz no coração de cada emanação de vida pertencente à evolução da Terra. (Sanat Kumara – FEEU – Fascículo No 12)”.

  2. “O Logos Planetário de nosso plano terrestre, um dos Sete Espíritos perante o Trono, encarnou-se fisicamente e, sob a forma de Sanat Kumara, O Ancião dos Dias e o Senhor dos Mundos, desceu para este planeta físico denso e tem permanecido conosco desde então. Devido à extrema pureza de Sua Natureza e ao fato de que é (do ponto de vista humano) relativamente sem pecado e, portanto, incapaz de reagir a qualquer coisa do plano físico denso, Ele não pode adotar um corpo físico denso, como o nosso, e tem de atuar no seu corpo etérico. Ele é o maior de todos os Avatares, ou Seres que virão, pois é um reflexo direto daquela grande Entidade que vive, respira e age através de todas as evoluções deste planeta, mantendo tudo dentro de sua aura, ou esfera magnética de influência. Nele nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser, e nenhum de nós pode ultrapassar o raio de sua aura. Ele é o Grande Sacrifício que deixou a glória dos altos lugares e, para o bem da evolução dos filhos dos homens tomou para si uma forma física à semelhança do homem. Ele é o Vigilante Silencioso no que concerne à nossa humanidade imediata, embora, literalmente, o Logos Planetário no plano superior da consciência na qual ele atua, seja o Vigilante Silencioso no que diz respeito ao nosso esquema planetário.

  O terceiro reino da natureza, o reino animal, atingira a um grau de evolução relativamente alto e o homem animal possuía a Terra; ele era um ser com um corpo físico poderoso, um corpo astral ou o corpo de sensações e sentimento, coordenado, e um rudimentar germe da mente que poderia algum dia formar um núcleo do corpo mental. Abandonado a si mesmo por longos éons, o homem animal teria finalmente progredido até passar do reino animal para o humano, e se teria tornado uma entidade racional funcionante, consciente de si própria, mas quão lento o processo teria sido pode ser evidenciado pelo estudo dos boximanes da África do Sul, dos Vedas do Ceilão e dos cabeludos Ainus do Japão.

  A decisão do Logos Planetário, de adotar um veículo físico, produziu um estímulo extraordinário no processo evolutivo, por Sua encarnação e pelos métodos de distribuição de força que empregou, Ele produziu, num breve ciclo de tempo e que de outra maneira teria sido inconcebivelmente vagaroso. O germe da mente no homem animal foi estimulado. (...) A sede central dessa Hierarquia é Shamballa, no centro do deserto de Gobi, chamada nos livros antigos a “Ilha Branca”. Ela existe em matéria etérica, e quando a raça dos homens na Terra tiver desenvolvido a visão etérica, sua localização será reconhecida e sua realidade admitida”. (AAB)

  3. “Todos os retardatários tinham sido trazidos; não havia mais nenhum representando do reino animal capaz de ascender ao humano. A “porta” seria “fechada” para qualquer outro imigrante do reino animal para o reino humano; somente quando não houvesse nenhum outro candidato capaz de alcançar o nível humano, sem a repetição de um tremendo impulso que podia isto acontecer uma vez no Esquema Evolutivo, no seu ponto mediano. Um grande evento astrológico ocorreu com a posição de planetas e as condições magnéticas da Terra tornaram-se as mais favoráveis possíveis, e esse foi o tempo escolhido. Isso aconteceu há 16.5 milhões de anos. Nada permaneceu para ser feito, exceto aquilo que eles mesmos tinham a fazer.

  Então, com um poderoso ruído da macia descida de incalculáveis alturas, cercada de fluxos de massas ígneas que tomavam a todo o céu, de línguas de fogo que rebrilhavam sobre o espaço aéreo, a Carruagem dos Filhos do Fogo (A Nave – R/R) dos Senhores da Chama de Vênus estancou pairando sobre a Ilha Branca no deserto de Gobi.  A verde e radiante Terra com fragrantes flores oferecia-se à sua melhor maneira para dar as boas vindas ao Rei – o grande Ser conhecido como o Rei do Mundo, Sanat Kumara, com seus três assistentes e o remanescente de seu corpo de trabalhadores”. (AEP)  
 
 O processo evolutivo dos lêmures avançou a cada subraça e a par de construir uma civilização, edificando cidades, abrindo estradas e tendo os Pitris Lunares e Sanat Kumara a ajudar no seu aprimoramento físico, eles passaram a receber ensinamentos especiais. Da quarta subraça lemuriana, os melhores tipos foram trabalhados para vir formar a futura raça atlante milhões de anos depois, enquanto a grande maioria da quarta subraça evoluía para a quinta subraça e nesse andamento a Lemúria cumpriria mais tarde seu ciclo evolutivo de sete subraças, sendo sucedida no enfoque principal das raças, pela quarta raça, chamada Atlante

Capítulo I do Livro "No Arco das Iniciações, por Rayom Ra disponível para leitura em [Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd].

                                                                     Rayom Ra
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