quarta-feira, 12 de junho de 2013

Princípios e Personalidades [Reflexos do que Somos] (I)

   “A generalidade do ego que o mundo esotérico conhece, circunscreve o tradicionalmente abordado sobre a sua constituição endógena, ou seja, a estrutura fundamentada pelos corpos e suas funções, como também as polarizações, as atomicidades, a aura e aspectos externados pelo eu personalidade ao longo das vidas terrenas. Sabemos que a riqueza do conhecimento chega ao mundo através da sabedoria experienciada por personalidades nas lidas da vida e pela ânsia do saber.

       Nenhuma conquista do homem teria significativamente existido, não fosse pelas personalidades mergulhadas no ocultismo, dedicadas única e exclusivamente às pesquisas das formas, energias, forças e poderes espirituais que resultaram em incrível soma do conhecimento nos mais variados tipos e meios. 

       A ciência do ontem foi o pai-mãe da ciência do hoje. As civilizações gloriosas do passado, onde o conhecimento do oculto aplicado diretamente às vidas das populações pelos sagrados sacerdotes e homens sábios, foram responsáveis por imprimirem nas almas imaturas as energias que se faziam necessárias para futuros despertares de valores maiores para todos.

       Hoje o mundo científico materialista representa para os homens comuns de nossa era o modelo do conhecimento universal. O ceticismo isola e renega o passado, introduzindo na Terra outra história, diferente daquela de longuíssimas eras e civilizações abrigantes de muitos milhões de almas. Omitem, necessariamente, a praticidade do conhecimento oculto introduzido nas antigas sociedades, que, depois, quando as trevas desciam engolfando tudo, foi novamente velado e guardado.

       Neste momento uma Nova Era se apresenta para mais um empuxo nas vidas, lado a lado com a eletrônica, atomismos, quantismos, voos espaciais e tantas outras atrações, muitas já conhecidas nos evos do antanho por diversos outros caminhos. Os raios cósmicos e as chamas são as mais recentes reintroduções do saber, direcionados para o conhecimento mais profundo e substancial de egos e reinos.

       Há incontáveis gerações em ignotas civilizações, a ciência dos raios e uso das chamas já eram manipulados, embora por poucos eletivos e luminares homens. Agora, nesta Era de Aquário, voltam em obediência à lei cíclica de todas as coisas, porém na espiral de cima.

       De mestre Djwhal Khul retiramos pequeno trecho sobre raios e personalidades e outras pérolas a mais do conhecimento, que assim apresentamos”:
                                                                                                                        (Rayom Ra) 

   
     Há, todavia, um ponto que merece consideração e que poderia ser tocado sob a forma de uma pergunta. O estudante poderia bem inquirir sobre o assunto da maneira seguinte:

    Algumas pessoas abordam o problema do Ser através de uma apreciação mental; outras, através da compreensão do coração; algumas são motivadas através da cabeça; algumas fazem coisas ou evitam fazê-las porque sabem mais do que sentem; algumas reagem ao seu ambiente mentalmente, em vez de emocionalmente.

     O ponto onde procurar a iluminação é se o caminho para alguns não é servir porque eles conhecem mais do que amam a Deus, a Quem, afinal de contas, é apenas o mais íntimo ser deles.

      Não é este o caminho do ocultista e do sábio, em vez do caminho do místico e do santo? Quando tudo é dito e feito, não é uma questão, primariamente do raio em que se está e do Mestre sob quem se serve no próprio aprendizado? Não é o verdadeiro conhecimento uma espécie de amor intelectual? Se um poeta pode compor uma ode à beleza intelectual, por que não podemos nós expressar apreciação por uma unidade que é concebida da cabeça em lugar do coração? Os corações estão suficientemente bem em seus caminhos, mas não são adequados ao áspero uso do mundo.

     Pode alguém fazer algo mais do que aceitar sua presente limitação enquanto procura tal transcendência como a que é sua pela Divina Lei da Evolução? Não haverá (por comparação) tal coisa como um complexo de inferioridade espiritual da parte dos que são sensíveis (e talvez supersensíveis) no fato de que, enquanto suas vidas intelectuais estão cheias de interesse, não foi possível fazer o deserto de seus corações florir como a rosa?

    Em outras palavras, considerando que alguém sirva em sua aceitação da Fraternidade na Presença do Pai, que diferença faz se o postulado fundamental é para ele um assunto da cabeça em vez do coração?

     Eu responderia a tal questionário: Não é uma questão de raio ou mesmo da distinção básica entre o ocultista e o místico. No indivíduo completo, tanto a cabeça quanto o coração precisam funcionar com igual força no tempo e no espaço, todavia, e durante o processo de evolução, os indivíduos se distinguem por uma predominante tendência em qualquer vida; é somente porque não vemos o quadro todo, que nós traçamos estas separações temporárias. Numa vida o homem pode ser predominantemente mental e para ele o caminho do Amor de Deus seria inadequado.

     O Amor de Deus enche plenamente seu coração e em grau considerável sua aproximação oculta se baseia na percepção mística de vidas passadas. Para ele o problema é conhecer Deus, com o propósito de interpretar aquele conhecimento em amor a tudo. Amor responsável, demonstrado no dever pelo grupo e pela família, é por isso para ele a linha de menor resistência. O amor universal irradiando-se para toda a natureza e todas as formas de vida, seguir-se-á a um mais desenvolvido conhecimento de Deus, mas isto será parte de seu desenvolvimento em uma outra existência.

     Os estudantes da natureza humana (e isto todos os aspirantes deviam fazer) fariam bem em ter presente na mente que há temporárias diferenças. As pessoas diferem em:

     a) Raio (o que afeta predominantemente o magnetismo da vida).
    b) Aproximação à verdade, quer o poder condutor mais forte seja o caminho
         oculto, quer seja o místico.
     c) Polarização, decidindo o propósito emocional, mental ou físico, de uma vida.
     d) Status de evolução, conduzindo às diversidades vistas entre os homens.
     e) Signo astrológico, determinando a tendência de qualquer vida particular.
     f) Raça, submetendo a personalidade ao especial pensamento-forma racial.

     O subraio onde um homem se encontra, aquele raio menor que varia de encarnação a encarnação, dá-lhe grandemente sua tonalidade para esta vida. É sua coloração secundária. Não se esqueçam, o raio primário da Mônada continua-se através do aeon. Não muda. Ele é um dos três raios primários que finalmente sintetizam os filhos dos homens.

     O raio do ego varia de ronda em ronda, e, nas almas mais evoluídas, de raça para raça, e compreende um dos cinco raios de nossa presente evolução. É o raio predominante em relação ao qual vibra o corpo causal de um homem. Ele pode corresponder ao raio da Mônada, ou pode ser uma das cores complementares à primária.

     O raio da personalidade varia de vida para vida até que tenha percorrido toda a gama dos sete subraios do raio Monádico.

     Por isso, ao lidar com as pessoas cujas Mônadas estejam num raio semelhante ou complementar, verão que elas se aproximam com uma simpatia recíproca. Precisamos lembrar, todavia, que a evolução precisa estar muito avançada para o raio da Mônada influir extensamente. Assim, a maioria dos casos não estão nesta categoria.

     Com os homens medianamente avançados, que estão lutando para alcançarem o ideal, a semelhança do raio egóico produzirá compreensão mútua e a amizade seguir-se-á. É fácil para duas pessoas no mesmo raio egóico compreenderem o ponto de vista recíproco e elas se tornam grandes amigas, com inabalável fé uma na outra, pois cada uma reconhece a outra agindo como se fosse ela própria agindo.

     Mas quando (acrescentando à similaridade egóica do raio) se tem o mesmo raio da personalidade, então se tem uma daquelas raras coisas, uma perfeita amizade, um casamento bem sucedido, um inquebrantável elo entre dois. Isto é raro, na verdade.

     Quando se trata de duas pessoas no mesmo raio da personalidade, mas com o raio egóico dissemelhante, é possível haver aquelas amizades breves e repentinas afinidades, que são tão efêmeras quanto uma borboleta. É preciso ter estas coisas presentes na mente e com seu reconhecimento vem a habilidade em ser adaptável. A clareza da visão traz como resultado uma atitude circunspeta.

     Outra causa de diferença pode ser devida à polarização dos corpos. A não ser que também isto seja identificado ao lidar com as pessoas, seguir-se-á uma falta de compreensão. Quando se usa o termo “um homem polarizado em seu corpo astral” – realmente se pensa num homem cujo ego trabalha, principalmente, através daquele veículo. A polaridade indica a clareza do canal. Permitam-me ilustrar.

     O ego do homem comum tem seu habitat no terceiro subplano do plano mental. Se um homem tiver o veículo astral grandemente composto da matéria do terceiro subplano astral e o veículo mental, na maior parte no quinto subplano, o ego centralizará seu esforço no corpo astral. Se ele tiver o corpo mental com matéria do quarto subplano e o corpo astral com matéria do quinto subplano, a polarização será mental. Quando se fala do ego controlando mais ou menos um homem, realmente se pensa que ele empregou em seus corpos matérias dos subplanos superiores.

     Somente quando o homem tiver quase completamente eliminado a matéria do sétimo, sexto e quinto subplanos de seus veículos o ego controlará com interesse. Quando ele tiver empregado certa proporção do quarto subplano, o ego estenderá o seu controle; quando houver certa proporção do terceiro subplano, então o homem estará no Caminho; quando a matéria do segundo subplano predomina, então ele é um iniciado e quando ele tem matéria somente de substância atômica, ele se torna um Mestre. Por isso, o subplano em que o homem está é de importância, e o reconhecimento de sua potencialização elucida a vida.

     A terceira coisa que é preciso lembrar é que mesmo quando estes dois pontos são admitidos, a idade da experiência da alma frequentemente provoca falta de compreensão. Os dois pontos acima não nos levam muito longe, pois a capacidade de sentir o raio de um homem ainda não é para a raça atual. Uma suposição aproximada e o uso da intuição é tudo que é possível por agora. Os poucos evoluídos não podem compreender completamente os muito evoluídos e, num grau menor, o ego avançado não compreende um iniciado. O maior pode entender o menor, mas o inverso não é o caso.

     Relativamente à ação daqueles cujo ponto de realização transcende de muito o de vocês, posso apenas pedir-lhes para fazer três coisas:

     1. Não Julgar. A visão deles é maior. Não se esqueçam de que uma das maiores qualidades que já terão alcançado os membros da Loja é sua capacidade de visualizar a destruição da forma como não importante. Eles se ocupam é com a vida em evolução.

     2. Entendam que todos os acontecimentos são provocados pelos Irmãos com um sábio propósito em vista. Iniciados de graus inferiores, se bem que agentes absolutamente livres, enquadram-se nos planos de seus superiores, assim como vocês fazem em seu caminho inferior. Eles têm suas lições para aprender e a regra do aprendizado é que toda experiência tenha que ser comprada. A apreensão vem da punição que segue um ato mal interpretado. Seus superiores estão atentos para transmutar para o bem situações geradas pelos erros dos que estão em situação inferior no ponto do desenvolvimento.

     3. Lembrem-se também que a Lei da Reencarnação conserva oculto o segredo da presente crise. Grupos de egos chegam juntos para esgotarem certo carma envolvido com dias passados. Os homens erraram pesadamente no passado. A punição e a transmutação são a tarefa natural. A violência e a crueldade no passado amadurecerão seu pesado carma, mas está nas mãos de todos agora transmutar os velhos enganos.

     Tenham também em mente que os princípios são eternos, as personalidades temporais. Os princípios devem ser encarados à luz da eternidade; as personalidades do ponto de vista do tempo. O problema é que, em muitas situações, dois princípios estão envolvidos, um dos quais é secundário. A dificuldade jaz no fato de que (sendo ambos princípios) estão ambos certos. É uma regra para uma orientação segura lembrar sempre que usualmente os princípios básicos (para sua sábia compreensão e adequada utilização) apelam para o uso da intuição, enquanto que os princípios secundários são mais puramente mentais. 

     Os métodos, por conseguinte, necessariamente diferem. Quando se apoiam nos princípios básicos, os métodos mais prudentes são o silêncio e uma confiança alegre em que a Lei trabalha, o evitar toda a intromissão da personalidade exceto os comentários amorosos e sábios e uma determinação em ver tudo á luz da eternidade e não do tempo, acoplados com um esforço constante em seguir a lei do amor e ver somente o divino nos seus irmãos, mesmo se num campo oposto.
                                       [Um Tratado Sobre a Magia Branca]
Rayom Ra
 

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