terça-feira, 4 de junho de 2013

Corpo Mental (II)


       O ritmo de nossas atividades exige-nos soluções rápidas, objetivas e eficientes a fim de que não permaneçamos na fila. Os valores com que convivíamos a algumas décadas trazidos de gerações, hoje, em grande parte, já não são os mesmos. A tônica materialista das realizações práticas, tecnológicas, especulativas e ambiciosas choca-se cada vez mais com a essência espiritual de todas as coisas.

       Vivemos momento integral do materialismo. A mente concreta do homem de nosso tempo está a poucas décadas de alcançar a sua máxima dilatação. Os resultados do materialismo que assola o mundo de modo absolutamente dominante se voltarão contra o próprio homem, e não haverá outra solução senão continuar a interiorizar-se na própria matéria, a fim de encontrar o fio de Ariadne.

       Explicamos. A curva máxima descendente da “onda de vida” da qual pertencem o homem e os três outros reinos, já foi cumprida nesta ronda – a mais material de todas. Aquilo em que vivemos neste mundo de infinitas descobertas dos recursos da matéria e de suas variáveis transformações é unicamente a face de formas estabelecidas por matrizes. A matéria não existe de fato como iludida pelos sentidos. Mas no todo é responsável por muitas importantes funções do sistema planetário.

       A matéria é dentre outras coisas vários véus ou revestimentos do esquema solar e planetário – para o momentum de trilhões de vidas -  sendo a matéria em si mesma um condicionamento de energias. E as vidas que aqui permanecem submersas num campo dual de forças, precisam trabalhar arduamente sobre as energias da matéria a fim de liberá-las e adequá-las para um objetivo maior. E nesta operosidade, as vidas também libertam suas essências espirituais de seus estados inerciais temporários.

       E nestes tempos de novas definições já se anunciam crises sobre crises cada vez mais intensas, resultantes das lutas diárias entre o “eu-matéria” x “eu-espírito”, ou mente concreta x mente espiritual, lutas estas que atestamos em nós próprios.

       Muitos desajustes e estados alienantes ainda advirão num curto espaço de tempo. Estas crises estiveram previstas pelos Mestres desde tempos imemoriais, quando somente os sábios discutiam os destinos da Terra e dos homens. O aprofundamento de egos na matéria traria, como trouxe, além dos problemas da cegueira espiritual, a mudança da polaridade mental. Para a salvação das unidades de consciência que ainda não se cristalizariam completamente nos princípios negativos da matéria, a sensibilidade embotada precisaria aflorar para ser estudada pelo próprio homem e exposta aos enganos da ciência terrena. O homem interno necessitaria expor as mazelas do homem-matéria para este ser curado espiritualmente.

     O que está fora está dentro e o que está dentro está fora” é uma máxima hermética a demonstrar duas faces da mesma coisa, mas essencialmente sendo uma só. Para diluirmos esta fórmula não precisamos nos internamos na filosofia do pensamento comum rebuscado, como enganados fizeram homens do passado e fazem-no, ainda, no presente, os intelectuais sem a sabedoria dos antigos. Na atualidade, não cabe mais alongar-se sobre aquilo que não é possível na filosofia viver. Intelectualizar hoje é interagir. Esta é a filosofia mais adequada e produtiva, que colocará aberto para o mundo o hermetismo dos antigos sábios.

       A filosofia improdutiva deve ser evitada por investigadores de mentes espirituais. Os amantes de tal filosofia de validade vencida demonstram unicamente estarem deslumbrados pelos imperfeitos reflexos de todas as coisas, pondo-se a decantá-los e ampliá-los pelas versáteis e superficiais vias do intelecto. Do mesmo modo, a psicologia necessita das sólidas bases onde os verdadeiros ocultistas trabalham sobre o ser integral. O homem-mônada e o homem-alma, tocados a todo instante por mentes espirituais, encontram-se desprezados e impedidos para o mundo ocidental pelo cerco materialista estabelecido nas inócuas conceituações e conteúdos errados da psicologia.

       Já vimos, do ponto de vista esotérico, quando do tema corpo astral, quão intensas são as relações mente-emoções. As frequências vibratórias da matéria constitutiva destes veículos, em certos níveis sintonizam-se, pois ao menor pensamento, o complexo emocional responde com idênticas vibrações.

       As melhores relações entre estes dois corpos se dão nos tipos mais evoluídos de personalidades. Assim, uma pessoa que polarize os pensamentos no primeiro subplano do mental concreto terá a tendência natural de vibrar emoções entre o segundo e o terceiro subplanos do astral, contados de cima para baixo. Grandes pensadores, ou expoentes das raças, homens dotados de melhores visões, desempenharam e desempenham suas atividades intelectuais através da polarização de seus pensamentos no primeiro subplano do mundo mental concreto, em relação direta com o primeiro subplano do mental abstrato, e este relacionado com o primeiro subplano do astral.

       A mente superior é preponderante no ego evoluído. Se o homem meramente racional consegue inibi-la, o homem lúcido deixa-a fluir e assim consegue o brilho adicional com que se destaca e impressiona. Nem todos podem contar ainda com a permanente ação da mente superior ou abstrata. Ela existe em todos, porém não está livre e fluente para todos.

       No corpo mental abstrato ou superior, localiza-se e vibra através da matéria do primeiro subplano, o átomo mental permanente. Já o corpo causal ou egóico no homem permanece, em princípio, vibrando no terceiro subplano deste mesmo mundo. A unidade mental vibra no primeiro subplano do mental concreto. É sempre bom ressaltar que os corpos do homem são constituídos de matéria atômica, e/ou essência elemental dos planos ou mundos do universo de nosso sistema solar, existindo a ressonância de vibrações entre a matéria de cada corpo e a dos subplanos daquele respectivo plano onde o corpo foi formado.

       O corpo causal registra todos os sucessos da vida presente e vidas pregressas do ego. No homem evoluído, atuam-lhe as qualidades do corpo búdico, proporcionando-lhe receber pelas vias da mente abstrata a corrente Intuicional.

       O corpo causal é interessado nas apropriações dos melhores valores terrenos pelo ego, sendo o processador de um arquivo de milhões de anos. Nele imprimem-se todos os sucessos das diversas encarnações do ego e por ele são projetadas as situações cármicas que ainda precisam ser vivenciadas. Na sua tessitura somente valores superiores podem agregar-se. Hiatos nos registros causais revelam qualidades ainda não condicionadas no ego, e promovem suas deficiências na Terra. Assim, as obtenções destes itens motivarão as futuras encarnações do ego.

      Com este escopo, há pessoas que vêm ao mundo em busca, às vezes, de bem trabalhar uma única qualidade durante todo o tempo de sua encarnação. Este fato pode ser explicado pela alusão a uma personalidade que numa vida teve raro brilho para o mundo, e noutra vida virá vivenciar situações obscuras, dedicadas a uma só e solitária tarefa. No processo evolutivo de vidas humanas não são os sucessos mundanos das personalidades que contam verdadeiramente. Muitas pessoas agraciadas com homenagens, comendas, estátuas e favores especiais nada conseguiram para a sua realidade espiritual. E nisto existe uma longuíssima lista de famosos em todas as atividades, cujos nomes frequentemente explorados pela mídia vêm servir para fins lucrativos.

       O leme do ego é a mente. E quando o ego esteja dissolvido na Alma, a mônada ou espírito puro verdadeiramente se revelará para o mundo. E terá alcançado uma de suas metas neste sistema solar.

Rayom Ra
 
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