terça-feira, 31 de março de 2009

Sob a Poeira das Estrelas IV

Observando-se a cronologia dos povos da antiguidade, oficializada pela história universal, nos deparamos com inúmeras hipóteses acerca de suas atividades e modus vivendi do que unicamente com provas incontestes. Isto por que é somente possível recompor o mosaico histórico humano a partir de provas documentais ou concretas laboriosamente buscadas por investigadores ou heróicos arqueólogos. O trabalho, assaz interessante, encerra artística e talentosa meticulosidade para realinhar fatos ligados às provas encontradas, mas logicamente não pode garantir, de maneira absoluta e inquestionável, a virtual remontagem da história em perfeita escala cronológica, sem hiatos ou interregnos. Ademais, as provas arqueológicas encontradas em muitas escavações, serviram, em diversos casos, somente para despertar fecunda e entusiasta imaginação nos estudiosos e pesquisadores. Imensos e verdadeiros sítios arqueológicos, que poderiam melhor elucidar, encontram-se sob extensas camadas de pedra, terra ou areia, ou afundados sob escombros de prédios soterrados, escondendo eras de sofrimento humano, sem permitir que conheçamos sequer vestígios de suas existências. Insuspeitadas civilizações podem perfeitamente estar sob as profundezas dos mares e oceanos, ou debaixo de camadas de macios terrenos de florestas americanas, asiáticas ou australianas, acobertadas por troncos e raízes. Fatores naturais como inundações, terremotos, incêndios, erupções vulcânicas e maremotos as teriam feito desaparecer, sepultando-lhes definitivamente a memória a profundidades inalcançáveis pelos atuais métodos de pesquisas.
Provas até agora rescaldadas não podem ainda demonstrar incontestavelmente que a saga dos povos da antiguidade e dos períodos pré-históricos e antediluvianos, tenha ocorrido exatamente como é apresentada. Sabemos muito pouco dos avoengos. Precisaríamos utilizar outros métodos para obter novas informações e melhor compor elementos reveladores de nossas distantes e verdadeiras origens. Porém, que métodos poderiam ser esses para revolucionar a história? Para a ciência palavras semeadas não bastam, exceto as hipóteses aventadas a partir de provas materiais. Não obstante, nestes casos e curiosamente, as hipóteses fazem também a história passível de recair em fantasias ou romantismos, pois nem sempre a investigativa dos homens é suficientemente fértil na direção certa.

       A cronologia histórica se baseia nas provas antropológicas dos mais antigos fósseis de que temos notícias, datados de 14.000.000 de anos, descobertos em 1932 na Índia, pertencentes à espécie Ramapithecus. Essa espécie primata teria vivido durante o período Mioceno Superior. Em 1961, na África, descobriu-se o Kenyapithecus Wickeri do mesmo período. O Homo Sapiens - o homem de Cro-magnon – segundo se afirmava, somente deixaria registros de sua passagem há 35000 anos, sendo supostamente o mais próximo representante de uma espécie primitiva que teria gerado o homem civilizado. Mas segundo afirmam outros e dissidentes paleontólogos e antropólogos, o homem moderno não teria vindo do Homem de Cro-magnon, e sim do Homem da Galiléia. Em 1987, nas cavernas de Qafzeh e de Kebara, no Monte Carmelo, foram encontrados fósseis que revelaram tanto o Neanderthalensis como seu evoluído Cro-magnon, terem vivido há 70, 80, 100 ou mais mil anos e o Homem de Cro-magnon, que se supunha mais refinado do que o Neanderthalensis, teria vivido antes do próprio Neanderthalensis! Ou ambos teriam vivido juntos, logo a linha evolucionária do homem moderno seria outra, nada a ver com o Neadentharlensis ou com o Cro-magnon. As novas e estonteantes descobertas viriam ser corroboradas pelos achados posteriores no Sítio da Galiléia. E tem mais, o neuroanatomista Terrence Deacon concluiria que o Neanderthalensis não tinha nada de idiota, pois seu cérebro era maior do que o nosso!


              {Trecho do Livro: O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação, de Rayom Ra}

Rayom Ra

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