terça-feira, 31 de março de 2009

Sob a Poeira das Estrelas II

Um dos aspectos que se auto-afirmou vindo materializar-se definitivamente por conta da evolução mental dos povos, foi o fundamento da astronomia como inegável ciência independente, não sectária, respaldada pela matemática e geometria e estribada por leis da física. Já a astrologia ganharia o desprezo de profissionais dos muitos segmentos da ciência oficial. Salvo por poucos e antigos astrônomos não ortodoxos, a astrologia simplesmente nunca existiu, embora hodiernamente seja ensinada em cursos legalizados e tenha grande aceitação por quem segue ou acredita nas revelações esotéricas.

Apesar de peremptoriamente negada, a astrologia praticada pelos sábios sacerdotes da antiguidade trazia comprovadas previsões, apreciadas por reis de muitas nações e por pessoas de diferentes classes sociais que rodeavam as cortes. Além do mais, ficou patenteado que a astronomia-astrológica dos antigos portava nas suas fimbrias uma ciência embrionária que, muitos milênios depois, se organizaria com aparelhos de insuspeitada tecnologia, iniciada por uma era de invenções em que surgiriam o astrolábio (muito embora os sumérios já o conhecessem, conforme achado arqueológico), a luneta, o quadrante, o sextante, o telescópio e muitos outros. Mas apesar do extraordinário impulso acontecido no estudo dos astros, corroborado por cálculos e fórmulas matemáticas, era com evidente constrangimento que os céticos astrônomos curvavam-se à veracidade de afirmações dos precursores de sua ciência, cujas condições de observação do céu eram totalmente desprovidas dos recursos tecnológicos que eles ali agora destacadamente possuíam.

Como então os precursores da astronomia puderam ter aquelas percepções maravilhosas? E como faziam os cálculos astronômicos senão precisos, com incríveis aproximações? As previsões de eclipses solares e lunares, as entradas periódicas das estações, os calendários anuais com 365 dias tais como organizados por acádio-sumérios, chineses, egípcios, maias, astecas, indus e outros povos, de onde teriam surgido?

Lendas burlescas, estereotipadas, profundamente infantilizadas foram divulgadas nos dois últimos séculos por estudiosos da astronomia, a fim de desmerecer a inteligência e extraordinária percepção dos sacerdotes, reis e sábios da antiguidade - todos iniciados - que investigavam e detectavam os fenômenos produzidos pelos astros. Mas ao invés de depreciá-los, o que exatamente se provou foi o contrário pela estupidez dos propagadores das fábulas. Aliás, esse pensamento depreciativo sobre os antigos estende-se também, em alguns casos, às outras ciências que eles tão bem souberam manipular, como nas construções de magníficas cidades e das pirâmides do Egito. Quando os homens do pensamento objetivo não conseguem explicar, por exemplo, como os antigos chegaram à exata cifra 3,14159, análoga ao PI (grego), representando a razão constante entre o comprimento da circunferência e seu diâmetro, tantas vezes repetida nas relações geométricas da figura da grande pirâmide de Gizeh, a ciência acadêmica simplesmente se cala ou finge ignorar. O que as ciências sabem é que a grande pirâmide de Gizeh foi construída há aproximadamente cinqüenta e cinco séculos, mas as ilações matemáticas dela tiradas servem para estabelecer e revelar com exatidão, muitas e importantes efemérides astronômicas já conhecidas da antiguidade mais recuada.

Outro interessantíssimo dado, exarado das medidas da grande pirâmide pelos sérios pesquisadores, relaciona-se com as suas faces. Cada face da grande pirâmide mede exatamente 9.131 pés. Se multiplicarmos esse valor por 4 (os 4 lados da pirâmide) obteremos a cifra 36, 524, que multiplicada por 10 dará igual a 365,24, número hoje entendido pelos cálculos astronômicos como a expressão mais exata de um ano solar. Há dezenas de outras importantes relações geométricas e matemáticas aplicadas à astronomia nos cálculos feitos com as muitas medidas encontradas na grande pirâmide, todas exatas, que os céticos astrônomos fariam bem em verificar deixando de lado seus preconceitos.

Lembro-me bem, quando jovem estudante, das palavras de meu professor que se aproveitara de uma historieta folclórica, para explicar à turma como se teriam originado os rudimentos da matemática. Dizia o sábio professor que um pastor reunia pedras para controlar o rebanho de ovelhas. Cada pedra corresponderia a uma cabeça; assim ao final do dia ao trazer o rebanho de volta ao curral, em sobrando pedra, ele concluiria que alguma rês teria se extraviado, fora roubada ou comida por animais famintos. A lenda nada tem a ver diretamente com a astronomia, mas retrata uma idéia caótica de que as ciências teriam surgido singelamente das necessidades domésticas e por obra do acaso.

Outra história sobre as descobertas da antiguidade ilustra com precisão o conceito propositalmente ingênuo que alguns orgulhosos astrônomos da era cristã atribuíam às suas narrativas, - ainda hoje repetidas, - para tentar explicar como a astronomia teria surgido. Com isso, certamente pretendiam creditar a si próprios os méritos de terem tornado a astronomia uma ciência totalmente racional, infinitamente acima da crendice popular de antanho, que propagava ser a abóbada celeste sustentada por colunas e o firmamento a refletir-se dessa abóbada para a Terra. Diziam, pois, os estudiosos da astronomia que os povos da Mesopotâmia, por exemplo, observando o céu, catalogavam estrelas e constelações, tirando dos seus aparentes movimentos todas as relações que mais tarde formariam o seu primitivo conhecimento astronômico.

Ora, sabemos que de uma só região não é possível deter-se a exata observação do firmamento. Além disto, há épocas em que a observação é profundamente prejudicada pelas más condições atmosféricas. Ademais, a Mesopotâmia, nesse caso, embora oferecesse visão privilegiada do céu em grande parte do ano, ainda assim não permitiria por si só que todo o conhecimento estelar compendiado pelos sacerdotes estivesse exclusivamente sobre suas cabeças. Como então explicar, por exemplo, a perfeita noção que detinham do cinturão formado pelas constelações austrais e boreais e do zodíaco com seus signos e divisões, obtida a olho nu? Segundo historiadores, os sumérios já teriam mapeado essas constelações, e, mais tarde, os gregos, absorvendo esse conhecimento, não só o ampliariam como criariam extensa e genial mitologia, cujas lendas e simbolismos se perpetuariam na memória. Por outro lado, a criação de um verdadeiro tratado mitológico, não contemplaria os gregos com a originalidade da mitologia, pois os mesmos sumérios formulariam antes dos gregos lendas e simbolismos afim de também manter vivas suas descobertas astronômicas.

         {Trecho do Livro: O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação, de Rayom Ra}

Rayom Ra

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