A fim de que possamos compreender o tópico de
hoje, que é energia, necessitamos relembrar que em palestra anterior falamos
extensamente sobre consciência.
Consciência é aquilo que nos dá o ser. Cada
coisa viva tem consciência no seu nível. Temos consciência de humanoides, mas
nossa mente, nossa psique está quase indistinguível comparada ao reino animal,
uma vez que ainda nos pautamos pelo instinto e desejo. A única diferença entre
nós e os animais é que conseguimos razonar. Possuímos lógica, intelecto. Temos
corpo humanoide, porém psicologicamente não somos tão diferentes de outras
criatura viventes neste planeta, especialmente do reino animal.
Não nos distanciamos muito para além do nível
animal. Basta observarmos o mundo ao nosso redor; notarmos nosso comportamento.
Este mundo está sendo consumido, destruído por nosso instinto, pelo
comportamente animalesco, pelo instinto de posse, roubo, pela violência
interminável, pela luta por território, luta por sexo, dominação instintual de
um grupo sobre outro... Ainda, a concentrada destruição e o envenenamento de
nosso próprio alimento, ar e água, e a dizimação de todas as espécies, menos a
nossa. Em nosso instintivo direcionamento por segurança e sobrevivência,
estamos matando a nós próprios e ao planeta. Isso é cruel, básico –
comportamento animal. Não é o comportamento de seres elevados. Todos
gostaríamos de ter um elevado nível de ser, e todos pensamos sobre nós próprios
como seres elevados e evoluídos, mas a realidade – quando somos honestos e
olhamos a situação de nosso planeta neste instante – é que temos de encarar o
fato de que nosso nível de consciência é muito baixo.
Nossos interesses como humanidade são: poder,
sexo, dinheiro, materialismo e sensações. Queremos ganhar muito, acumular
muito, nos destacarmos o máximo que consigamos antes de morrer. Estamos
convencidos de que somente vivemos uma única vez e durante esse tempo queremos
dominar os outros, sermos reconhecidos, nos divertirmos o quanto seja possível
e partirmos no esplendor da glória, não importando o que isso nos venha custar.
Essa é nossa moderna ética. Evidentemente, estamos completamente enganados e
mal orientados.
Ao invés disso, se tomarmos o poder da lógica
que temos, o poder de razonar e os usarmos juntamente com nossa consciência, sem filtros, nosso intelecto pode
se tornar uma ferramenta incrivelmente poderosa.
Podemos tomar alguns exemplos de quão poderosa
essa ferramenta possa ser, olhando para pessoas como Buda Shakyamuni, Jesus,
Moisés, Padmasambhava e Milarepa. Há também muitos exemplos de grandes
humanoides iluminados que foram muito além do nível animal.
Nossa meta ao aprendermos meditação,
aprendendo sobre o estado de ser, é nos tornarmos elevados, escapando do nível
animal, transformando-nos em algo mais que “animais intelectuais”. Essa é de
fato a meta por estarmos aqui vivos: chegarmos a alguma coisa a mais. Para
tanto, isso nos requer primeiramente reconhecermos o que somos agora.
Conforme sabemos, qualquer ação requer
energia. Nesse exato instante estaremos consumindo uma grande quantidade de
energia através daquilo no que estivermos prestando atenção. Onde colocamos
nossa atenção despendemos energia. Há uma troca que acontece não somente daquele
que está despendendo energia, mas também daquilo para onde a energia esteja
sendo direcionada. A ciência moderna já estabeleceu (mesmo que a humanidade não
entenda isso) que quando observamos alguma coisa, mudamos aquela coisa. Isso é
conhecido da física. Está provado, e as pessoas comuns do planeta não entendem
absolutamente nada disso.
Pensamos estar dentro de um “cone de
silêncio”, um lugar de isolamento psicológico no qual podemos fazer qualquer
coisa que queiramos e nossas ações em pensamento e emoção não nos afetem e nem
a ninguém. Erradamente acreditamos poder pensar o que quisermos, sentir o que
quisermos, olhar e observar aquilo que quisermos, fantasiarmos, e não haverá consequências
decorrentes dessas ações. Estamos errados. O uso da atenção é um uso de
energia; é uma ação; e toda ação traz consequências.
E por quê? Porque energia e matéria são
exatas duas formas da mesma coisa. Isso é também conhecido da ciência. Einstein
explicou isso bem, mas de novo, ninguém entende este fato (podemos entender
isso intelectualmente, mas não compreendermos conscientemente: isso é revelado
em nossas ações. E nossas ações provam que não compreendemos totalmente o
fato).
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA E A
ÁRVORE DA VIDA
(A Árvore da Vida é um mapa de energia,
matéria e consciência)
A Árvore da Vida
representa níveis e mais níveis de energia e matéria, de cada modalidade conceitual
do mais denso (delineado na base inferior) ao mais sutil (no topo). Os mais
elevados níveis do topo da Árvore da Vida representam as mais sutis energias e
formas de matéria em existência e em não existência (em estado potencial).
Figura 1
O Potencialmente Imanifesto é chamado o
Absoluto, Brahma e Shunyata em sânscrito, o Ain Soph em hebreu. É aquela imanifesta e incriada luz. É alguma
coisa que aspira ser e será, segundo causas e condições. Quando se desdobra,
quando a luz explode daquele estado potencial desce como um raio através da
criação, multiplicando-se em todas as coisas existentes, desde vastos universos
até abaixo em níveis subatômicos. Aquelas formas manifestadas são representadas
pelas estruturas das dez sefirotes (joias). A Árvore da Vida simboliza em como,
a partir dos mais simples e elevados níveis para baixo por todo o trajeto, até
ao mais denso e complexo, aquele raio está condensando e materializando cada
vez mais profundamente em direção ao inferior ou níveis infernais da natureza.
Tudo aquilo está dentro de nós; somos tão somente um espelho daquilo tudo, um
mero captador dos reflexos. Eis porque o oráculo grego dizia: “Conhece-te a ti
mesmo e conhecerás o universo e seus deuses”. Tudo está refletido dentro de
nós. Somos um embrião ou semente que contém muitas expressões potenciais.
Nós, humanoides, temos a capacidade de nos
tornarmos muito mais do que de fato somos. Podemos nos tornar um Deus, ou em
termos crísticos, um anjo, ou em termos búdicos, um buda, ou um mestre, ao que
quisermos denominar. Seremos uma entidade que escapou do estado humanoide para
nos tornarmos algo maior. Chegar a isso nos terá demandado muito do
conhecimento e energia. Não pode ser feito através do desejo. Nem através de
teorias ou crenças, mas unicamente através de ações conscientes.
Ademais, isso pode nos levar a nos tornarmos
terríveis diabos, demônios. Esses tipos de humanoides decaídos estão se
tornando muito comuns em nosso planeta e estão puxando o mundo cada vez mais
para baixo, pela decadência e degeneração.
E o que determina aquilo em que nos
transformaremos? Nossas ações. Quem ou quê produz ações? A consciência. Como
produzimos ações e consequências? Através da atenção que influencia a matéria e
a energia.
Para nos tornarmos criaturas elevadas,
melhoradas, isso somente pode acontecer pela ação da consciência sobre a
matéria e energia. Nada mais pode ser feito nessa relação. Somente nossa
consciência pode realizar isso. Não podem o corpo, nem a mente, nem os nossos
pensamentos, ou mesmo as crenças ou ideias. E nem podem os nossos
comportamentos exteriores. Mas sim os interiores, que são os responsáveis por
criar aquele estado. São esses que nos fazem crescer ou decrescer através dos
diferentes reinos da natureza.
Se pararmos um momento para considerar,
olhando a Árvore da Vida como níveis de densidades, pensaremos na física, a
física básica, e nos perguntaremos: é mais fácil subir ou descer? Se estivermos
numa montanha é mais fácil subi-la ou desce-la? Estando num rio turbulento é
mais fácil irmos pelo seu fluxo ou contra ele? Espiritualmente, aplica-se o
exato mesmo princípio. Não importa acreditarmos que subiremos contra a
corrente; a crença nada muda. Teremos de nadar duramente.
O fluxo de energia, de forças na natureza em
nosso nível, está fluindo para baixo. Olhemos nossa sociedade: para onde ela
está indo? Cada um quer acreditar que estamos a caminho de uma era de ouro,
porém ao observarmos os fatos podemos ver facilmente que não estamos. Vejamos
de verdade os fatos deixando de lado as crenças. Deixemos de lado nossas
esperanças, sonhos e aspirações, olhando de frente a realidade, e então veremos
nitidamente a terrificante verdade.
A humanidade não está ascendendo. Não estamos
nos tornando melhores, ao contrário, estamos ficando piores. Está provado
estatisticamente. Vejamos o que as instituições oficiais estão dizendo: as
Nações Unidas têm dito que há mais escravidão agora do que jamais havido na
história. Não temos água limpa em nenhuma parte do planeta. Não temos ar puro.
Os alimentos estão em decadência. As florestas são varridas. Animais estão
morrendo. Oceanos estão morrendo. O planeta inteiro está decadente. Não há
exceções. Crenças não podem mudar esses fatos; unicamente ações podem.
Se quisermos sair da corrente que caminha em
direção da destruição, e sermos diferentes para realmente termos uma chance
fundamental em nossa experiência de ser, isso não será fácil. O mundo todo está
contra isso. O mundo quer que nos tornemos degenerados como todos os demais. O
mundo nos quer amando a degeneração, abraçando e comemorando o ódio e a
luxúria, entregando-nos ao medo pela televisão através de filmes, e a todas as
coisas desses modelos. A cultura nos quer hipnotizados por nossos traumas, os
amando, sofrendo com eles. A sociedade não quer de nós mudanças. Em nenhum
lugar de nossa mídia, nos entretenimentos e em todas as coisas que amamos,
adoramos e agora seguimos, não encontramos alguém representando as virtudes da
alma. Não vemos nos programas de televisão sobre sermos pacientes, em como
realmente amarmos outra pessoa; como sermos generosos, castos, altruístas. Ao
invés disso, todos os programas são em como cometer crimes: como matar, roubar,
mentir e assassinar.
Tudo em nossa mídia – tudo disso – é a
celebração e exploração da violência e
de terríveis crimes. É tudo o que assistimos e consumimos diariamente. Como
pode uma era dourada emergir se ninguém está aprendendo fazer uma era como
aquela? Uma era dourada se define pelo caráter das pessoas: bondade,
generosidade, paciência, humildade, amor, castidade, pureza, simplicidade. Ao
invés, aprendemos mais e mais somente dos modelos da esperteza; em como um
matar outro, superando-o, humilhando-o, derrotando-o, sendo sarcásticos e
cruéis. É o que aprendemos da televisão, cinemas e internet.
Para irmos de encontro a esta corrente, não
somente esta que está fora de nós, mas também aquela que está dentro de nós,
isso nos tomará inacreditável energia. Ainda mais que não temos tanta energia.
Estamos cansados na maior parte do tempo, infelizes, sofrendo. Ainda que saibamos
que de algum modo deve existir uma resposta. Eis porque estamos procurando
espiritualmente. Alguma parte de nós aspira por mudança e sente que deve haver
um caminho, e há. Há um caminho, há esperança, e está dentro de nós e não fora
de nós. É a própria consciência. Ela é a chave que pode mudar tudo para nós.
NOVO
ALERTA & PERCEPÇÃO EM ALERTA
Nas palestras anteriores explicamos que
consciência é um estado de ser; é percepção e um alerta: um estado cognitivo. É
existência neste momento.
Nosso ser neste momento possui qualidades,
poderes, energia. Estamos aqui, agora e presentes – espero – e não distraídos –
espero – cônscios do que esteja sendo discutido – espero. Isto é consciência. Simplesmente
isto. Ainda que isto não seja tudo o que possa ser.
Lembremos de que a Árvore da Vida mostra a
parte exterior da natureza e também a parte interior. Ela mapeia para nós todo
o potencial infinito da consciência.
Justamente agora, enquanto ouvimos sobre este
assunto e contemplamos este objeto, estamos em nossos corpos físicos. Isto é
representado na árvore pela sefira Malkuth, que em hebreu significa “reino”. É
a mais inferior das dez sefirotes, as dez esferas de alto a baixo. Ainda,
enquanto a contemplamos e escutamos a palestra, estamos cônscios do corpo?
Enquanto escutamos estamos cônscios de nossos ouvidos e como eles funcionam?
Enquanto olhamos estamos cônscios de nossos olhos fisicamente e como eles
funcionam? Conforme sentamos, ou ficamos em pé, estamos cônscios do calor e
temperatura e de outras qualidades que o corpo percebe através dos sentidos?
Esses poucos detalhes estão constantemente percutindo a consciência através da
percepção. Estamos cônscios de tudo isso? Além disso, estamos cônscios de como
as palavras que estamos dizendo atingem a mente e causam reações, pensamentos
associativos? (“isso” faz-me lembrar “disso”). Estamos nós cônscios também de
todas aquelas ações psicológicas? Podemos estar cônscios de tudo aquilo ao
mesmo tempo, a cada momento, sem perdermos suas trilhas?
Se vocês estiverem fazendo isso agora do que
estou destacando –bom – pois é o que devemos todos estar fazendo durante o
tempo todo. Para despertarmos a consciência devemos constantemente estarmos
aqui e agora, usando a consciência na sua completa capacidade e trazendo-a para
fora, expandindo-a, treinando-a, ensinando-a, fazendo-a crescer – o que nos
toma energia. Vocês descobrirão em exatos poucos minutos, a partir de agora,
como estarão distraídos e não mantendo o fluxo daquilo que eu estiver falando;
se darão conta e dirão: “eu estava distraído, do que ele estava falando agora?
O que acontece mesmo? Deixe-me conectar”. Isso é devido à falta de atenção e falta de
energia. Essas duas coisas são o que precisamos mudar em nós: falta de atenção
e falta de energia. Precisamos de energia, mas precisamos também de atenção.
Já discutimos sobre atenção. Então, que é
energia? A Árvore da Vida nos mostra tudo de energia que há na existência e na
não existência (potencial). Temos já mencionado que possuímos um corpo físico,
representado pela sefira Malkuth. Vemos que é somente uma fração do que é
mostrado nesta imagem. Tem muito mais.
IMPORTÂNCIA
DA ENERGIA
A palavra energia vem do grego, que significa:
“atividade, ação, operosidade”. Originalmente, o termo era usado em filosofia
para referir a um senso de realidade. Atualmente, só usamos este termo quando
tratamos de carregar nosso telefone celular, ou abastecer nosso carro ou casa,
ou para a crise energética que todas as nações estão experienciando. Raramente
pensamos da energia como alguma coisa pessoal, especialmente na relação com a
psicologia ou espiritualidade, porém, sem dúvida, isso é a mais importante forma
de energia ou aspecto do ser. Em como está relacionada com nosso estado de ser.
Muitos estudantes que aprendem da meditação
vão a templos e monastérios. Vão em grupos às escolas. Aprendem a sentar-se em
determinadas posturas, fazem certos tipos de exercícios e se consideram “meditantes”,
ainda que nada consigam. Eles podem meditar por dez, vinte ou trinta anos,
podendo parecer “experts”, porém em suas experiências íntimas, simplesmente
sentam-se em postura imóvel por uma, duas ou três horas e não conseguem nada;
não mudam nada fundamental e profundamente. Podem até ter uma concentração
muito boa, serem capazes de aquietar sua psique e ficarem serenos, mas não vão
além disso. Em resumo, estão perdendo tempo. O que estão fazendo não é
meditação real. Estão unicamente sentados imóveis. Sentados imóveis não faz a
alma expandir, não expande a percepção da realidade. É para isso que serve a
energia. A energia nutre a consciência e então ela se expande. Meditação não é
exatamente sentar-se imóvel. A meditação real é percepção e entendimento da
realidade em todos os níveis da Árvore da Vida, e não a perfeita fisicalidade.
A maioria das pessoas que aprende meditação
nesta Era, especialmente no Ocidente, pode até aprender a sentar-se e em como se
concentrar; elas podem falar e falar, mas não aprendem como conservar e usar a
energia. Aprendem concentração, e é tudo. Não podemos desenvolver a consciência
se não conservarmos e trabalharmos com a energia. E elas se comportam como
aqueles que compram um carro muito bonito, mas não sabem como abastece-lo. O
carro permanece diariamente estacionado e elas vão e sentam-se no seu belo
carro, o amam, e todos vêm olhá-lo e admirá-lo, mas elas não podem dirigi-lo
porque o carro não tem combustível. Elas não vão a parte alguma, ficando no
mesmo lugar. Isso é triste, porém extremamente comum. Muitos dos “experts” em
meditação são como aquelas pessoas. São “experts” em concentração, mas não
sabem nada sobre a meditação real porque seu combustível é insuficiente para
pularem acima de seu nível. E pior, convencem-se de que “é só uma questão de
tempo” para alcançarem a libertação, ignorando que a libertação não tem nada a
ver com o tempo.
É muito fácil irmos montanha abaixo, mas é
muito difícil subirmos. Nos toma energia. Se não temos energia o que
acontecerá? Eventualmente rolaremos montanha abaixo.
Anteriormente falamos sobre graus ou estados
de consciência. Isso é realmente importante para nos fazer lembrar da relação
com energia. A consciência se encontra ora ligada ou desligada. Isso significa
que alguém está ora acordado ora adormecido. Não estamos falando sobre o corpo
físico estar adormecido; falamos sobre percepção, nossa consciência. A maioria
das pessoas deste planeta nesse momento está com seu corpo físico ativo, porém
sua consciência está adormecida. As pessoas não estão completamente cônscias
delas mesmas, estão num estado de sonho, muito embora seus corpos físicos
estejam se movimento daqui para lá. Elas dormem e todos nós também.
Estar desperto toma energia; é estar aqui e
agora. Estar desperto necessita-nos estarmos aqui e agora, inteligentemente,
observando ativamente. Saber-se sentado numa cadeira não é a mesma coisa que
estar observando. Esta é a diferença. Saber-se sentado num café, pedindo café,
não é o mesmo que estar se observando enquanto se faz aquilo. Saber-se sentindo
raiva não é o mesmo que estar observando a raiva. São duas coisas diferentes.
Em outras palavras, estarmos adormecidos é
estarmos passivos e mecânicos, indo com o fluxo, e sabemos para onde o fluxo nos
levará se nos mantivermos um passo atrás, e realmente ficarmos a observar a
realidade de nossa paisagem interior e a de nossa paisagem exterior. Somente
indo com o fluxo não teremos nenhum ganho da vida exceto dor. Morreremos com
nenhuma de nossas questões respondidas e com nosso objetivo ainda obscurecido.
Estarmos despertos toma-nos esforço, energia
e memória. Eis porque nas imagens dos estágios de concentração meditativa vemos
um monge no caminho, e na base vemos um fogo voraz (embaixo no canto). Isso
representa o quanto de energia e esforço nos é tomado a fim de começarmos o
treino para a meditação. Toma-nos incrível quantidade de energia. Assim que
começamos a aprender, nossa consciência vai ficando mais forte, e pouco a pouco
aquelas chamas absorvedoras vão ficando menores até que estando despertas e
conscientes tornam-se naturalmente sem resistência.
A habilidade natural da consciência é estar
presente aqui e agora: é perceber e compreender. Ela não faz isso agora porque
vimos hipnotizados por um longo tempo; privados da energia; dominados por todos
os nossos medos, desejos, traumas, anseios e sofrimentos e por todos os nossos
maus hábitos psicológicos. Nós a temos colocado a dormir.
Devido a que o despertar da consciência nos
vem requerer enorme quantidade de energia, necessitamos ser cautelosos em como
a usarmos. Querendo que nossa meditação seja efetiva, frutuosa e resulte na
percepção e compreensão da verdade, precisaremos então ter boa reserva de
energia disponível para a consciência.
Podemos unicamente perceber através de nossos
sentidos se haverá energia que possamos usar. Todos os sentidos consomem e
transformam energia, estejamos tratando dos sentidos físicos ou espirituais.
Quando estamos realmente cansados – esgotados da energia – nossa habilidade em
perceber e compreender declina.
Alguma vez dirigiram um carro estando
sonolentos? Não se torna muito mais difícil e complicado enxergar? Tentamos
puxar toda a nossa energia para dentro de nossos olhos a fim de enxergarmos a
estrada, mas os olhos param de trabalhar. Ficamos querendo cair em sono porque
toda a nossa energia está chegando a zero, estamos quase esgotados. O mesmo
sucede com nossa consciência. Devido aos nossos hábitos comuns gastamos
constantemente energia. Não sabemos como economiza-la; então é chegada a hora
de aprendermos. Quanto mais energia conseguirmos economizar mais dela podemos
dedicar a ações benéficas.
TIPOS
DE ENERGIA
Falemos sobre alguns tipos básicos de energia
de modo a colocarmos isso tudo em perspectiva:
Cósmica (Logoica)
Espiritual (Atmica)
Consciente (Búdica)
Força de Vontade (Causal)
Intelectual (Mental)
Emocional (Astral)
Vital (Etérica)
Mecânica (Física)
Olhemos esses tipos na Árvore da Vida.
Primeiro, há uma fonte última de todas as
coisas: O Absoluto. A energia no nível está relacionada com os gunas, que são
as qualidades primordiais relativas ao movimento.
Seguinte, a primeira trindade chamada o
Logos:
- Kether
- Chokmah
- Binah
No budismo chamam a isso Trikaya, que tem
três partes principais: Dharmakaya, Sambhogakaya e Nirmanakaya, Os cristão
chamam-nos Pai, Filho, Espírito Santo.
Próximo, a segunda trindade de energias:
- Chesed: nosso mais profundo Ser, Atman,
Espírito, Energia do Espírito
- Geburah: Buddhi, a Divina Alma, a Valquíria,
a Divina Consciência, a Energia da Consciência
- Tiphereth: Manas, a Alma Humana, o
Guerreiro, a Força de Vontade, a Consciência Humana, a Energia da Vontade.
Próximo, a terceira trindade:
- Netzach: Intelecto, o Pensamento, o Corpo
Mental, a Energia Mental
- Hod: Emoção, o Astral, a Energia Emocional
- Yesod:
Energia Vital, o Corpo Vital
E, finalmente, o “container” que segura tudo:
- Malkuth, o Corpo Físico, no reino da
energia mecânica.
Todas essas energias estão fluindo em nós
exatamente agora. Elas não estão fora de nós, não estão em algum lugar distante,
não estão acima no teto, nem sobre nossa cabeça. Estão aqui e agora e em nós.
Aqui e agora em nosso corpo físico, porém muito mal somos cônscios de estarmos
num corpo físico. Provavelmente, em nossa vida, raramente ficamos atentos a
acusar como nossos globos oculares percebem, como nossos ouvidos ouvem, como
nossas mãos trabalham, como nossa língua funciona. Mal conhecemos nosso corpo,
simplesmente o aceitamos. Mecanicamente
o usamos e vamos seguindo com seus impulsos, sem nenhuma consciência do quão maravilho é esse corpo.
Ainda que realmente o corpo seja impermanente
ele é uma concha e não a nossa identidade. É moradia temporal, estando a ser
utilizado pelas energias que o estão ativando. Primeiramente, a vitalidade,
Yesod. O corpo físico é capaz de ser ativado por causa das energias que o emponderam.
A principal é a vitalidade, uma vez que se a retirarmos do corpo físico ele
morre. E acerca do aspecto emocional? Todos nós o experienciamos, mas não somos
cônscios disso. Quando sonhamos viajamos, experienciamos, agimos no nível de
Hod, nesse corpo emocional que alguns o chamam de corpo astral. Essa não é uma
dimensão física, não é uma energia física. É energia emocional. Quando sonhamos
estamos no reino da natureza. Podemos estar sonhando e inconscientes de nós
mesmos. Talvez, uma vez ou outra estejamos cônscios de que sonhamos: “Aqui
estou e estou sonhando. Isso não pode ser real”. É real, é exatamente não
físico. Do mesmo modo, sucessivamente em níveis mais sutis, há um mundo do
pensamento, um mundo da vontade, um mundo de Buddhi, um mundo de Atman e um
mundo do Espírito. Esses são mais e mais aspectos sutís de nossa psicologia.
ESTADO
DE MEDITAÇÃO
No estado de meditação podemos experienciar
quaisquer dos mundos. Não é somente o estado de consciência que experienciamos
no aqui e agora, mas também estados de consciência fora de nosso corpo físico.
Alguém que saiba como acessar o estado de meditação está aprendendo como separar
a consciência dos sentidos físicos. Em outras palavras: quando realmente
aprendemos a meditar colocamos nosso corpo em posição de descanso. Deixamo-lo
tranquilo, relaxado, parado. Nós retiramos nossa atenção dos sentidos, ou seja,
retiramos a energia dos sentidos. Assim deixamos de pensar, escutar, ver,
cheirar, saborear e tocar – tudo isso.
Se aprendermos efetivamente
a fazer isso, nosso corpo físico basicamente dormirá. Do mesmo modo fazemos
quando tiramos uma soneca; então descansamos e o recarregamos como a uma
bateria. Ao meditarmos ou aprendermos sobre o estado de meditação, estaremos
focados exatamente na fisicalidade, ou a deixando para trás? Estaremos
condicionados pelas sensações físicas? Pelas sensações energéticas? Pelas
sensações emocionais? Pelo pensamento? Pela vontade?
Muitas pessoas que tentam
aprender meditação se prendem à respiração. E isso é tudo o que elas sabem
fazer; ficam fixadas nas sensações físicas da respiração. Permanecem nisso,
sendo tudo o que conseguem de suas práticas não entendendo que a observância à
respiração é somente um exercício preliminar. Isso não é meditação; é uma
prática de concentração. Para realmente meditar a pessoa precisa abandonar toda
a fisicalidade. Deve abandonar toda a energia vital, a emoção, o pensamento, a vontade, a consciência
e o espírito, indo cada vez mais alto. Qualquer coisa viva pode fazer isso. Não
há nada de anormal ou antinatural com essas coisas. Tudo o que devemos fazer é
nos despirmos dos filtros condicionantes da consciência até que consigamos
alcançar o nível mais elevado possível, segundo aquele gráfico. O estado de
meditação é acelerado ou alcançado rapidamente quando começamos a nos despir
dos filtros condicionantes. Todos eles são energéticos.
Entendemos que muitas pessoas estudiosas da
espiritualidade de fato se identificam com esses diferentes níveis. São
fascinadas por eles. Há pessoas que se auto proclamam “trabalhadoras da
energia”. São fascinadas pelo corpo vital (Yesod) e estão perdendo seu tempo.
Outras são fascinadas e hipnotizadas pela noção da projeção astral (Hod).
Identificam-se demais com isso e estão perdendo seu tempo. Outras mais
identificam-se em demasia com anjos, demônios e outros seres extraterrestres e
com todos os demais tipos dessas coisas e estão perdendo seu tempo. Esses
níveis da natureza são parte de nós, mas não são nossa verdadeira natureza.
Algumas pessoas são fascinadas por chakras.
Ouçam-me: estarem fascinadas por chakras é o mesmo que um encanador estar
fascinado por acessórios. É tudo o que são. Não há nada de especial com
chakras. São exatamente pontos de conexão entre diferentes aspectos em nós.
Eles movem energia de um lugar a outro. Grandes transferidores. Não sejamos
fascinados por eles. São apropriadamente úteis e necessitamos deles para aquela
função. Mas não há espiritualidade neles nem entre eles.
Temos muitos chakras através de nós. Chakras
não são físicos, são multidimensionais. São conduítes ou transformadores de
energia que a movem de um nível a outro. A maioria das pessoas fala sobre os
sete chakras, porém são muitos mais que sete. Há uma enormidade para se contar.
Um chakra é simplesmente um lugar para onde as correntes convergem, Se
estudarmos nossa anatomia esotérica encontraremos muitos milhares de conduítes
de energia. Se observarmos na acupuntura chinesa ou tibetana ao mapeamento dos
meridianos através do corpo, veremos como é espantosa essa existência com
tantos conduítes de energia. Em sânscrito eles são chamados nadis.
Existe número muito vasto de nadis e em
qualquer lugar onde um nadi cruza com outro há um chakra. Do mesmo modo que
temos sentidos em nosso corpo físico, também os têm nossos corpos internos e
aqueles sentidos estão relacionados com os chakras. Há sentidos como intuição
ou como memória profunda com habilidades em perceber coisas não físicas. Nenhum
deles é anormal. São todos partes de um ser naturalmente em funcionamento. Em
nosso caso, estamos tão condicionados que esses não funcionam. Em essência,
entre cada uma dessas esferas – os chakras – passa energia. É tudo o que fazem:
trabalhar a passagem da energia. Da maneira, como fazem, isso concerne a nós.
Por exemplo, o chakra do coração é muito
importante. É um centro energético relacionado com nosso coração físico. Está
naquela região de nosso corpo. É um belo transformador de energia. Porém,
quando estamos irados ou estamos sensuais aquele centro processa exatamente
aquela energia que estamos dando a ele. Vemos assim que o chakra em si mesmo é
um exato transformador. Os chakras não nos despertam, unicamente eles
transformam energia. Se nosso coração está saturado com depressão, raiva,
desespero ou medo o chakra cardíaco passa a irradiar aquela exata qualidade de
energia do momento. É tudo o que ele estará fazendo: passando aquela energia de
nosso corpo emocional através do corpo vital para dentro de nosso corpo físico.
Nosso estado de ser é projetado através dos chakras. Ainda que sejamos
inconscientes disso, mesmo assim podemos amar “os chakras”.
E aqui está o que precisamos aprender: tudo o
que fazemos transforma energia, então vamos aprender como fazer isso
conscientemente de modo que nossa consciência possa despertar e expandir
Conforme podemos ver do físico (Malkuth) ao
vital (Yesod), as coisas ficam muito sutis bastante rápidas. Do vital ao emocional
os pensamento (Netzach) ficam então mais
sutis. Do pensamento à vontade (Tiphereth), ainda mais sutis. Da vontade à
consciência (Geburah), ainda mais sutis. Passo a passo isso está em nós; porém,
podemos perceber esses níveis nesse momento? Ademais, podemos trabalhar com
eles aqui e agora? Podemos atrelar essas forças exatamente agora e usá-las?
Podemos muda-las?
Quando realmente levamos a sério o trabalho de
nossa vida espiritual essas são as nossas ferramentas. E qual delas podemos acessar?
Qual delas podemos usar? De quais somos conscientes? A maioria das pessoas não
tem uma pista sobre qualquer coisa disso. E mais: essa é a base da vida espiritual
e a base da meditação. Todas essas coisas estão dentro de nós e as estamos
usando inteiramente de acordo com nosso estado de ser.
Quando estamos zangados, em desespero ou
depressivos, o que cada estado de ser faz com essas energias? Cada estado de
ser transforma a partir da energia. Nosso estado de consciência direciona nossa
matéria e energia a agir, criando então consequências. Assim: se estamos tendo
pensamentos negativos e emoções negativas, nos sentindo invejosos, querendo
satisfazer a inveja pela obtenção daquela coisa que desejamos, é isso que afeta
nosso nível de ser? Como é isso de afetar nosso estado espiritual? Como é isso
de afetar outra pessoa? Isso é uma transformação de energia e ainda
permanecemos muito raramente despertos sobre o fato. E desejamos saber porque
estamos naquele estado em que nos encontramos. Isso se dá, em virtude de sermos
transformadores de energia em qualquer nível. Somos também o resultado de
nossas transformações.
Fisicamente estamos respirando, bebendo e
comendo matéria a fim de extrair sua energia. Absorvemos alimento e nosso corpo
o destrói. O corpo extrai a energia para auto-sustentar-se por mais umas poucas
horas. É tudo o que conseguimos retirar do alimento. Então, em poucas horas
precisamos comer novamente. Bebemos água e nosso corpo a destrói; ele retira da
água o que pode expelindo o restante. Isso nos mantém vivos por mais algumas
horas. Quando respiramos nosso corpo destrói aqueles elementos. Ele retira o
que necessita e podemos viver até nova respiração. Dá para entendermos que
nossos sentidos também estão fazendo a mesma coisa? Tudo o que podemos ver,
ouvir, experienciar, tocar, cheirar, pensar e sentir está em nós realizando o
mesmo processo: estamos ingerindo sensações.
Exatamente naquilo em que o corpo se torna é
o que ele consumiu; nossa consciência se torna no que ingeriu. Se nutrirmos a
consciência com lixo, então iremos permanecer a um nível baixo do ser. Se
quisermos elevar o nível do ser necessitaremos ingerir melhores sensações.
Ademais, precisamos economizar energia. E como? Pela escolha de como e quando
usarmos a energia. Ao invés de estarmos fazendo coisas mecanicamente é melhor
fazermos coisas conscientemente. Desse modo, estaremos escolhendo quando e como
despender energia, ao invés de prontamente despende-la a esmo, instintivamente.
Pela tomada do consciente controle do uso
da energia podemos então deter o controle consciente de nossa experiência de
vida. Ao invés de deixarmos a ira desgastar nossa energia através de
pensamentos raivosos, emoções e atitudes, podemos diminuir aqueles impulsos e
redirecionar aquela energia no sentido de ações benéficas. Similarmente,
devemos aprender a fazer isso em todas as áreas de nossa vida. Nesse
significado é buscarmos onde despendemos a maior parte de nossa energia, e
mudarmos.
Quais são nossos maus hábitos? Não exatamente hábitos físicos do corpo
(Malkuth). Que tal nossos maus hábitos sexuais? Emocionais? Mentais? Ouçamos
nossa consciência: ela nos guia a encontrar aquelas atividades que devem ser
mudadas. Iniciemos aqui e agora com o que podemos perceber diretamente a
qualquer momento: nós mesmos.
Figura 2
Os
cinco centros sâo: intelecto, emoção, motor, instinto, sexo. Esses centros são
transformadores de energia. São máquinas que recebem e transformam a energia
que os damos.
Nosso centro intelectual está relacionado com
nosso cérebro físico. O cérebro é exatamente uma máquina, um transformador de
energia. Não é nossa identidade. Sabemos que cientistas pensam
[hipoteticamente] que tomando nosso cérebro e o congelando passaremos a viver
para sempre. Eles estão totalmente enganados. É como pensar que congelando o
carro de alguém iremos salvar seu motorista. O cérebro não é o motorista. O
cérebro é um volante que está unicamente retendo energias e influenciando
aquilo que esteja vindo da psique. A psique não é física, ela é interna, esteja
sob influências provindas de um aspecto superior ou inferior. Os pensamentos
que fluem através de nosso cérebro, de nosso centro intelectual, vêm do corpo
mental (Netzach). O centro emocional, relacionado com o coração, também é,
exatamente, um transformador de energia. Tudo o que ele pode fazer é registrar
aquilo acontecendo no corpo astral (Hod, o corpo emocional) e nos dispor, aqui,
fisicamente, a fim de que experienciemos. Ao sentirmos impulsos emocionais estaremos
acusando aquela máquina a nos passar informações provindas de alguma outra
parte de nossa psique.
Observemos o modo como uma pessoa utiliza
esses cinco centros. Pessoas intensamente intelectuais tendem a desenvolver
fortes problemas mentais. Elas exaurem a energia do intelecto. Abusam disso e
acabam indo para a loucura. Pessoas que abusam do centro emocional se tornam
emocionalmente traumatizadas e emocionalmente exaustas. Desgastam-se
completamente. Interrompem o fluxo natural. É como termos um carro de corrida e
estarmos excessivamente utilizando seu motor, resultando em que o explodiremos.
O mesmo se dá com esses centros. Prostitutas que abusam dos centros instintuais
e sexuais, envelhecem muito rápido. Seus organismos inteiros decaem muito
rápido porque abusaram daquela energia. Todos somos culpados em abusarmos
daqueles centros visto sermos inconscientes deles e certamente não os
compreendermos.
Ademais, devido aos nossos maus instintos
eles mutuamente se roubam energia. Por exemplo: se nosso emprego nos demanda
excessivamente do intelecto e estamos constantemente analisando dados, então
quando nosso cérebro fica cansado e não descansamos, ao invés disso, tomamos
café ou ingerimos outra fonte de energia, acontecerá de o cérebro ir roubar
energia de outros centros, particularmente do corpo físico. Eis porque os tipos
intelectualizados tendem a ser muito fracos fisicamente, mas emocionalmente
inexperientes. Eles somente podem entender outros intelectuais. Daí, se um tipo
de pessoa intelectual se casa com um tipo emocional, eles constantemente
brigarão, pois um não compreende o outro.
A meta, enquanto estivermos no aprendizado de
como acessar a meditação é:
- Aprender sobre esses centros e como eles
usam a energia
- Equilíbrio dos centros
- Armazenar e economizar energia
No que concerne às normas aplicadas para
todas as coisas que explicamos, inclusive aos chakras, a todos os corpos e a
todas as sutilezas das energias, isso inclui:
- O corpo da vontade
- O corpo mental
- O corpo astral
- O corpo vital
- O corpo físico
Tudo o que está passando em nós nesse exato
instante vem através desses cinco centros. Então vejamos:
Querendo saber sobre nosso corpo astral, comecemos
por observar e gerenciar o centro emocional de nossa vida física. Se quisermos
experienciar projeções astral, vamos estar despertos e cônscios aqui e agora,
armazenando energia emocional. Se quisermos saber de sonhos lúcidos, de experiências
fora do corpo, de estarmos despertos em estado de sonho, então necessitamos
economizar energia emocional em nossa vida física.
A razão de não nos lembrarmos de nossos sonhos
deve-se a nosso centro emocional estar esgotado. Recordações de sonhos, sonhos
cognizantes, projeções astrais são todos nutridos com energia emocional. É
encontrarmos onde a gastamos e pararmos com o desperdício. Nós nos desgastamos
com maus programas de televisão nos identificando com emoções, músicas, fofocas,
com vidas alheias, etc. – com qualquer coisa que nos desperte e nos retire
emoções. Também, quando ficamos irados ou tristes, doidos ou envoltos por qualquer
outra emoção com que nos identificamos e que nos hipnotiza. São nessas coisas
que emocionalmente nos desgastamos.
Então economizemos.
Se quisermos compreender a escritura, a entender
coisas difíceis de nossa vida e ao que estamos tratando nessa palestra, então
precisamos economizar energia intelectual. Não nos desgastemos com leituras
infrutíferas ou estudando conceitos que são perdas de tempo. Usemo-la no
conhecimento que seja de benéfico a nós e a outros. No geral, devemos aprender
como começar economizando todas essas energias colocando-as em bom uso num
caminho benéfico.
Precisamos aprender simultaneamente como a
consciência trabalha. Obviamente, necessitamos aprender a estarmos aqui e
agora, a estarmos presentes. Não exatamente na classe, não quando meditamos uma
vez ou outra, mas durante todo o tempo. Estarmos presentes nos demanda energia
– muita energia. Parte do aprendizado em estarmos presentes nos conduz
diretamente à relação do observador com o que é observado. Existe uma profunda
relação entre nosso estado de ser com o que estamos experienciando e com o que
estamos percebendo. Isso afeta diretamente a qualidade da energia em nossa
vida. Assim que estivermos cônscios da
própria auto observância precisaremos manter o observador na mente, que é a
consciência, bem como o que é observado. Do que é observado significamos aqui
todos os fenômenos e não exatamente coisas físicas. Qualquer coisa que possamos
observar começamos por estarmos cônscios de suas relações.
Eis aqui do porquê disso ser importante. Para
qualquer lugar a que direcionemos a atenção gastamos energia. Se quisermos
expandir nossa percepção então precisaremos expandir nossa energia sabiamente,
obtendo um retorno nela, algo de volta. Desejaremos que esse gasto nos
beneficie e a outros. Quando estamos a observar algo, a nossa consciência
íntima está também percebendo. Isso é óbvio. O que não nos é óbvio é que o ato
da observância muda aquele fenômeno e nos muda também. Achamos que ao observar
uma ação cinematográfica com toda aquela violência aquilo não nos afetaria.
Estamos redondamente enganados. Tudo o que vemos muda algo em nós.
A humanidade se encontra no seu próprio nível
de consciência devido a estar hipnotizada pelo fenômeno. Estamos sempre
reclamando sobre a situação do mundo, esquecendo-nos de que todos nós sofremos
o exato mesmo problema: não vemos a nós próprios. Não vemos que nosso estado de
ser foi edificado por nós. Nossos pais não nos construíram esse caminho.
Fizemos por nós próprios o que agora somos.
Observemos como estamos sempre buscando o que
não temos. Sempre invejando o que outros têm e nós não; sempre invejosos,
querendo, desejando e sempre reclamando. Todas essas experiências nos estão
criando sofrimento, esse nível de experiência. É essa a relação entre o
observador e a coisa observada. Somos inconscientes dos filtros entre o
observador e a coisa observada.
Adentramos sempre num argumento com nossa
esposa ou amigo e nos sentimos completamente justificados de que estamos
certos. Não estamos vendo o filtro da raiva, do nosso orgulho, do medo. Não
vemos as outras pessoas como elas são, nem porque elas dizem o que dizem ou
sentem o que sentem. Estamos vendo unicamente nossa ira e o que a ira quer que
vejamos. É um exemplo comum. Estamos constantemente engajados no mesmo fenômeno
viciado. Desse modo, para começarmos uma vida espiritual, para realmente
mudarmos, precisamos trabalhar com energia nessa nova via. E ela começa com
nossa auto observância.
Essa auto observância precisa ser de um
constante esforço a todo momento. Não pode ser uma tarefa de meio expediente.
Se quisermos galgar a montanha ou nadarmos corrente acima precisaremos de muita
energia para o empreendimento. O que estaremos inclinados a sacrificar?
OS TRÊS FATORES
Os três fatores que
estão sempre em curso são:
- Nascimento
- Morte
- Sacrifício
Se quisermos dar
nascimento a uma nova vida espiritual a um novo nível do ser, se quisermos
crescer fora do nível animal e nos tornarmos algo novo, então alguma coisa tem
de morrer. A cada morte há um nascimento. Quando fazemos nossa refeição aquele
alimento morre e o que surge dele é a nutrição. Aquele alimento é sacrificado.
Geralmente não pensamos sobre isso dessa forma, mas é dessa forma. Quando
bebemos água as energias e substâncias naquele copo são sacrificadas. Elas
morrem para nos dar vida. Então, nascimento, morte e sacrifício são
acontecimentos em toda transformação de energia de cada nível.
Se quisermos uma nova
vida espiritual, aprendermos a acessar o estado meditativo; se quisermos
crescer fora do nível animal, escaparmos do sofrimento, temos então de desistir
dos maus hábitos. Precisamos sacrificar nossa ira, o orgulho, os desejos, a
luxúria e veleidades. À todas essas coisas que nos mantém hipnotizados. Para
nos tornarmos algo novo temos de parar de ser o que hoje somos. Não é questão
de crença; é questão de ação que começa com a auto observância, e de
aprendermos de nós próprios. Precisaremos reunir fatos sobre nós próprios, não
crenças ou teorias. Temos de começar observando o modo como as coisas realmente
são. Sermos honestos.
A segunda parte é
aprendermos a economizar energia de todos os modos possíveis, mas
especificamente com aqueles cinco centros. Tendo desenvolvido esses hábitos e
desejos que possuímos, tais como hábitos intelectuais, emocionais ou hábitos
motores, terão sido de coisas físicas que as realizamos, ou habilidades motoras
que foram coisas que o corpo aprende.
Existem também hábitos
instintuais entranhados em nós, e naturalmente hábitos sexuais que estão
relacionados com o modo como usamos a energia sexual. Podemos desistir dos
comportamentos inferiores em benefício de reposições de comportamentos de uma
ordem superior? Em que tempo estaremos inclinados a fazer? Quanto estaremos inclinados
a ceder a fim de estarmos despertos? Podemos suportar o primeiro treino, a ética,
que nos requer castidade, o evitamento do orgasmo? Através do sacrifício do
prazer do orgasmo aquele desejo pode morrer e no seu lugar vir nascer a
castidade, a pureza, o despertar. Eis porque todas as religiões requerem pureza
sexual. É exatamente porque a energia sexual e a matéria quando retidas e
transformadas, radicalmente transformam a consciência.
Se quisermos nascer em novo nível, crescermos
de nosso nível de experiencia para mundos espirituais, isso virá requerer
inacreditável sacrifício. Eis porque ao estudarmos a história de todos os
profetas e santos podemos ver o quanto eles se deram, o quanto estavam
desejosos de desistir, de renunciar e o quanto de morrer. Essa é a questão que
temos de colocar a nós próprios.
Se não quisermos mudar, então esse ensinamento
não é para nós. Se estivermos inclinados a realmente querer conhecer a
divindade pessoalmente, falar face a face com seres divinos; se quisermos
escapar do lado estreito e limitado da vida que a sociedade nos está
oferecendo, precisamos desistir do que nos está atrelando a isso. Precisaremos
economizar energia de todas as maneiras que pudermos. Economizar energia não é,
contudo, suficiente: necessitamos também saber como usá-la.
Inicialmente, todo tipo de energia tem suas
próprias qualidades e poderes. A energia física, que é energia mecânica,
somente pode mudar fisicamente. Não importa o quanto de energia despendamos
fisicamente, porque não podemos mudar os níveis superiores com energia física.
Então, todas aquelas pessoas indo para as aulas de Yoga pensando que se
tornarão mestres ao fazerem poses, estão profundamente enganadas. Mexendo seus
corpos físicos ao redor não vão despertar a consciência. Somente trabalhando
com a consciência é que se desperta a consciência.
Se quisermos mudar nossa qualidade emocional
ou astral não podemos fazer isso pela manipulação da matéria física. Temos de
manipular a matéria astral para mudar o corpo astral.
Se quisermos mudar a maneira de pensar
modificando o corpo físico, não dominaremos isso. È óbvio, não? Não importa
estarmos sentados ou em pé, nosso pensamento será o mesmo até que mudemos o
pensar para novo nível do pensamento.
Isso significa que se quisermos ter boa
qualidade de energia espiritual, então precisaremos de boa qualidade de
nutrição espiritual. Se quisermos ter boa qualidade de vida emocional, então
necessitaremos alimentar nosso centro emocional com boa qualidade de energia. É
simples. Exatamente como a saúde de nosso corpo físico. A saúde de nosso
coração e mente é afetada por aquilo que nos nutre.
ACUMULANDO
ENERGIA
Há muitas práticas espirituais que nos ajudam
a acumular energia. Essas são as mais profundas. A pureza sexual é a mais
importante. Essa é a mais importante energia que possuímos. O modo como a
usamos nos afeta mais que qualquer outra energia em toda a nossa vida. A
energia sexual tem muito mais potência, mais poder e mais alcance que nosso
corpo físico possa acessar. Eis
porque todas as religiões começam o ensino de seus novos estudantes com a
energia sexual, ao evitamento do orgasmo. Isso é chamado castidade,
brahmacharya, coito interrompido, karezza, etc. Quando o orgasmo é evitado a
energia sexual pode ser transmutada a fim de nutrir a consciência; daí,
saturando-a com energia de qualidade muito elevada, resulta que a mudança seja
bem rápida.
Em seguida seria o uso de sons, palavras
sagradas, mantras e orações. Também há exercícios respiratórios tipo pranayama.
Ritualisticamente, as bênçãos de alimentos como Eucaristia ou Tsok. Daí,
há variados movimentos de exercícios como Yantras, Runas, Ritos para
Rejuvenescimento e tipos de práticas yoga.
Todos esses são meios para acúmulo de
energia. Muitas pessoas fazem todas essas coisas porque gostam disso, mas não
sabem para que servem. Acumularmos energia não tem serventia se não estivermos
trabalhando com a consciência. Todos esses exercícios existem para nutrir a
consciência, fortalecendo-a. Desse modo, quando os iogues estão aprendendo
pranayama e os monges estão aprendendo a cantar, esses exercícios são
destinados a darem carga a consciência a fim de fortalece-la com energia para
que consigam realizar seus trabalhos espirituais.
Nós também aprendemos esses tipos de
técnicas. A cada uma dessas classes passamos exercícios a fim de que possam
fazer até a próxima palestra. Servem para ajuda-los a compreender sobre o que
apresentamos. Haverá duas nesta semana.
EXERCÍCIOS
1. Todos os dias desenvolvam a Auto-observância
a cada momento. Observem a energia que é tomada para prestarem atenção. Ao
final de cada dia, reflitam quão conscientes estiveram naquele dia.
2. Todos os dias façam
esse exercício meditativo preliminar. Deitem de costas com seus joelhos
dobrados. Cuidadosamente relaxem os três cérebros (corpo, coração, intelecto) e
permaneçam perfeitamente imóveis.
Então imaginem que a energia do Sol entra através de seu plexo
solar, fazendo-o vibrar e rotacionar da esquerda para a direita, como os
ponteiros de um relógio que esteja a sua frente. Sonorizem ou mentalizem o som
“U” estendido (como em “youuu”). Não se importem com o que os distrairão, e
voltem a concentrar-se na visualização. Façam diariamente por 30 a 60 minutos.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) P. – Com a auto-observância estou tentando
apreender o que exatamente eu suponho fazer. Se eu estou zangado devo supor que
seja o momento de dizer: eu sei que estou zangado?
R. – Auto-observância é a reunião de
fatos. É tudo. É ser um observador. Quando nos tornamos cônscios de que estamos
zangados, observamos isso. E observamos nos cinco centros. Direcionemos-nos
para ver o que está causando isso. Veremos a raiva produzindo pensamentos.
Estará estimulando nossos pensamentos a uma certa direção. Também às nossas
emoções a sentirem certas opções. E o corpo a agir. Consequentemente, nos impulsionam
a nos comportarmos de algumas maneiras. E assim mudamos nossas percepções.
Quando estamos com raiva vemos tudo através da raiva. A auto-observância é
simplesmente esse processo de separar o observador de seus pensamentos, de suas
emoções e impulsos. É aqui que começamos a nos tornar cônscios de que o nosso
corpo não é verdadeiramente quem somos. Nossos pensamentos não são quem nós
somos nem são nossos sentimentos. O mesmo se dá com nossos impulsos. Quem somos
nós? Isso tem a ver com algo que seja experienciado repetidamente, e outras
vezes mais, onde comecemos perceber aquele sentido de separatividade. É um
sentido interior de separatividade.
2) P. – Pode
falar-nos um pouquinho sobre julgamento?
R. – Auto-observância é a primeira parte de um profundo trabalho
que tem três fases. Auto-observância é a fase um. É onde adquirimos informação.
Falamos no início sobre quão desesperadora é
nossa situação, porém mal arranhamos a superfície. Na verdade, estamos
oscilando na beirada, não somente como um mundo, um planeta ou uma civilização,
mas como indivíduos. Nenhum de nós tem qualquer ideia de quando irá morrer.
Podemos comparar nossa situação como numa guerra, onde estamos sob ameaça. E
verdadeiramente estamos falando espiritualmente, sob uma grave ameaça. Se
estivéssemos em tempo de guerra saberíamos que a qualquer instante o inimigo
podia agir e nos varrer do mapa. Nosso sentido de alerta estaria completamente
diferente daquele que temos agora.
Vejamos o modo como estamos agora vivendo.
Vivemos um tipo de flutuação de uma coisa a outra. “Oh, hoje irei trabalhar. À
noite irei assistir um jogo na casa de amigos ou farei isso ou aquilo”. É algo
como estar à deriva. Se nós como um país estivéssemos em guerra, ninguém
estaria se comportando desse modo. Estaríamos demasiadamente cônscios de quão
precioso é cada momento e do potencial de ameaças ao nosso redor e em cada
esquina.
Espiritualmente estamos nesse estado, contudo
não somos cônscios disso. Se estivéssemos cônscios então saberíamos
intensamente que precisaríamos de constante vigilância, mas nesse caso o
inimigo não está fora de nós, porém em nosso interior. O inimigo é o ego. Ele é
nossos desejos, nossos maus hábitos, as tendências de escaparmos interiormente
para um estado de sonho, de sermos hipnotizados e estarmos no piloto
automático. Ele é todas as nossas invejas, medos, gulas e ganâncias de todas as
coisas que temos ao redor. Esse é o inimigo. Não somente aquele [da guerra
física] perante o qual possamos morrer em um dado momento sem mesmo sabermos.
O primeiro passo é nos comportarmos como se
não soubéssemos onde o inimigo está nem onde o inimigo atacará, porém sabendo
que estamos sob ameaça. É termos
aquele nível de vigilância na observância a um ser. Com isso começamos a obter
informações. É estarmos procurando espiões, necessitando provas, evidências.
Precisando reunir um número de evidências. É sobre isso que trabalha a
auto-observância. É estarmos aprendendo como a nossa mente, o coração e o corpo
funcionam e buscando por evidências de quem esteja manipulando nossos
comportamentos. Quando a ira vier a tona comecemos por observá-la e estaremos
reunindo informações. Essa é a fase um.
A fase dois é quando avaliamos a informação.
Isso é feito separadamente durante a auto-observância. Tem uma prática
meditativa que ensinará como peneirarmos essa informação, mas que não pode ser
feita através do intelecto, nem da emoção, dos sentidos físicos ou da
especulação, porém será feita através de nossa consciência.
É um processo assaz diferente. Temos de
acessar um estado de meditação onde revemos todos os dados que tenhamos
acumulado naquele dia. É como assistindo a um filme, mas estando a observar
esse processo objetivamente, como se fosse a uma outra pessoa. Uma vez estando
a informação observada objetivamente então realmente começamos a aprender
coisas novas.
Nossa consciência reúne informações e
entendimentos e começamos a compreender aquela ira. Feito isso, conscientemente
enfraquecemos o ego e ele perde poder sobre nós. Eventualmente, poderemos ver a
coisa como ela é; assim ela não pode nunca mais nos manipular. Em essência
teremos nos libertado dela. Isso se dá quando a terceira fase venha ocorrer que
é execução, quando a ira pode ser destruída.
São as seguintes as três fases:
Fase 1: Reunindo informações sobre os espiões
Fase 2: Julgando os espiões
Fase 3: Executando os espiões
Hoje estamos tratando da primeira fase –
reunindo informações – e nessa fase não podemos julgar porque não conhecemos
todos os fatos. Então: não julguemos! Observemos tão somente.
3) P. – Então nos atemos aos fatos?
R. – Nas primeiras duas palestras enfatizamos constantemente:
fatos, fatos, fatos. Nada de adivinhações, teorias, especulações ou crenças.
Não estamos dizendo “talvez isso ou talvez aquilo”. Não! Isso é veneno. Queremos
estritamente evitar adivinhações, especulações, teorizações.
Na primeira fase, auto-observância, estamos
somente reunindo fatos. Por exemplo: “vim para casa, minhas crianças disseram
isso. Fiquei doido. Tenho esse tipo de pensamento. Tenho esse tipo de emoção.
Meu corpo sente-se assim. Fiquei estressado. Fiquei tenso. Comecei a agir”.
Aqueles são fatos. É o que podemos trazer para nossa meditação. Mais tarde,
então, meditamos sobre tais fatos e repassamos os acontecimentos. Observamos
cada cena como se fôssemos um oficial de polícia que vai à casa reunir todas as
informações sobre o que lá aconteceu. Uma vez estando todos os fatos reunidos
então os levamos a julgamento. Aí, o juiz examina os fatos, e o problema é
conduzido para a execução.
FONTE:https://gnosticteachings.org/courses/meditation-essentials/3774-meditation-essentials-03-energy.html
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:https://arcadeouro.blogspot.com/2019/01/bases-fundamentais-da-meditacao-2.html
Tradução Inglês / Português: Rayom Ra
POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO
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