quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Águas e Fogo

 
Filete que nasce de alta montanha, 
Riacho que chora e vem percorrer,        
Desce, e mais desce, e mais outro arrebanha,
Outro, e mais outro, e mais águas crescer.

Brilho que desce d’estrela distante,
Espaço ele rasga e nada a impedir,
Pousa solene, viajor, viajante,
Na noite silente em mundo a dormir.

E as águas do rio a correr, desbravar,
Terra deserta ou floresta sem fim,
Em queda se lança e depois navegar,
E rolando e rolando e assim vai assim.

Brilho que imparte d’estrela d’além,
Em raios milhões e por tudo espraiar,
Lagos e mares – por terra também,
Em prados, campinas, em chão ao luar.

Ao sol ressecante ou no frio invernal,
Desliza, sussurra um canto de amor,
Suave, gracioso, apesar sobernal,
Águas moventes suportam a dor. 

Segue o bom vai o mau seu destino a ser,
Ao olhar estelar sob luz d’alvorada,
Segue o mau sua besta o sinal de haver,
Vai em paz - o outro vai - com a sua domada.

Rio que acaba no encontro com o mar,
Manto em beleza – holocausto de morte,
Luz de uma estrela na terra a aportar,
Caminho do astral – oferta da sorte.

 Por Rayom Ra 

                    Rayom Ra                                                                             http://arcadeouro.blogspot.com.br 
 


 



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