Falo
agora aos aspirantes que, através da concentração e da meditação, estão
ganhando poder no pensamento. Falo aos pensadores do mundo que, através de sua
aplicação concentrada e devoção aos negócios, à ciência, à religião, ou aos
variados modos da atividade humana, orientaram à mente (não às emoções, mas à
mentalidade) para alguma linha de constante ação que é, necessariamente, uma
parte da atividade divina, no sentido amplo.
Está
certo aqui, no uso do pensamento, que a diferença entre a magia negra e a
branca possa ser vista. O egoísmo, a grosseria, o ódio e a crueldade
caracterizam o trabalhador na substância mental, cujos motivos estão, por
muitas vidas, centrados em torno de seu próprio engrandecimento, focalizados em
sua aquisição pessoal de posses e dirigidos inteiramente para a conquista de
seu próprio prazer e satisfação, pouco importando o que isto possa custar aos
demais. Tais homens são felizmente poucos, mas o caminho para tal ponto de
vista é fácil alcançar e muitos precisam guardar-se de que não trilhem
impensadamente o caminho para a materialidade.
Um
crescimento gradual e firme na consciência e responsabilidade do grupo, a
submissão dos desejos do eu pessoal e a manifestação de um espírito amoroso,
caracterizam aqueles que estão orientados para o lado da vida do todo divino.
Pode-se dizer que os seres humanos caem em três grupos principais:
1. A
vasta maioria que não é nem boa nem má, mas simplesmente não pensa, estando
inteiramente submersa na maré evolutiva, no trabalho de desenvolver uma
verdadeira consciência de si mesma e o necessário equipamento.
2. Um
número pequeno, muito pequeno, que está trabalhando definida e conscientemente
no lado da materialidade – ou se preferirem que assim me expresse – no lado do
mal. Eles são poderosos no plano físico, mas seu poder é temporal, não eterno.
A lei do universo, que é a lei do amor, está eternamente contra eles, e fora do
mal aparente surgirá o bem.
3.
Considerável número, que são os pioneiros “no
reino da alma”, que são os expoentes das ideias da Nova Era e os
custodianos daquele aspecto da Sabedoria Eterna, que será proximamente revelada
à humanidade. Este grupo é constituído dos homens e mulheres inteligentes e
altruístas em todo campo do esforço humano, dos aspirantes e discípulos, dos
iniciados que emitem a nota para os vários grupos e tipos, e da própria
Hierarquia Oculta. A influência deste grupo de místicos e conhecedores é
extraordinariamente grande e a oportunidade para trabalhar em cooperação com
ele neste tempo é mais fácil alcançar do que em qualquer outra época da
história da raça.
O
primeiro grupo não pensa; os outros dois grupos estão começando a pensar e a
empregar as leis do pensamento. É com o uso do pensamento pelo aspirante que eu
procuro lidar. Encontrar-se-á muito sobre o pensamento em Um Tratado Sobre o fogo Cósmico, mas pretendo dar algumas ideias
práticas e sugestões que ajudarão ao aspirante médio a trabalhar como devido.
Lembremos
antes de tudo que nenhum aspirante, não importa quão sincero e devotado, esteja
livre de falhas. Estivesse ele livre, seria então um Adepto. Todos os
aspirantes ainda são egoístas, ainda inclinados à irritabilidade e às
manifestações de gênio, ainda sujeitos à depressão e até, às vezes, ao ódio. Em
ocasiões, aquelas manifestações do gênio e do ódio podem ser consequências do
que nós chamamos justas causas. A
injustiça de parte dos outros, a crueldade com os seres humanos e animais e os
ódios e vícios de seus semelhantes, despertam reações correspondentes e
provocam neles muito sofrimento e atraso. Uma coisa precisa ser sempre
lembrada: se um aspirante despertar ódio
num companheiro, se despertar suas manifestações de gênio e deparar-se com o
desgosto e o antagonismo, é porque ele próprio não está inteiramente inofensivo;
há ainda nele sementes do distúrbio, porque é uma lei da natureza que nós recebemos o que doamos, produzindo
reações em conformidade com nossas atividades, sejam elas físicas, emocionais
ou mentais.
Há
certos tipos de homens que não ficam sob esta categoria. Quando um homem tiver
alcançado uma etapa de alta iniciação, o caso é diferente. As ideias cujas
sementes ele procura espalhar, o trabalho que ele é fortalecido a realizar, a
iniciativa pioneira que se esforça por levar adiante, podem – e muitas vezes
conseguem – despertar daqueles que não sentem a beleza de sua causa e a
correção da verdade que enuncia, um ódio e uma fúria que o perturbam muito e
pelos quais ele não é pessoalmente responsável. Este antagonismo vem dos
reacionários e dos devotos da raça, e dever-se-ia lembrar que ele é grandemente
impessoal mesmo que focalizado nele como o representante de uma ideia. Mas com
estas elevadas almas eu não lido e sim com os estudantes da Sabedoria Eterna
que estão aprendendo não somente que eles raramente pensam, e quando o fazem
estão muitas vezes errando, pois eles são forçados à atividade do pensamento
por reações que têm sua sede em sua natureza inferior e estão baseados no
egoísmo e na falta do amor.
Há três
lições que todo aspirante precisa aprender:
PRIMEIRA
– Todo pensamento-forma que ele constrói, constitui-se sob o impulso de alguma
emoção ou desejo; em casos mais raros pode ser construído na luz da iluminação
e incluir, por isso, alguma intuição. Mas com a maioria, o impulso motivador
que põe em atividade a matéria mental, é emocional ou de um potente desejo:
seja bom ou mal, egoísta ou altruísta.
SEGUNDA
– Deve-se ter em mente que o pensamento-forma, assim construído, ou permanecerá
em sua própria aura ou encontra seu caminho para um objetivo palpável. No
primeiro caso, ele fará parte de uma densa parede de tais pensamentos-forma que
o cercam inteiramente, ou constituem sua aura mental, e crescerá em força à
medida que ele lhe dê atenção, até que se torne tão grande que fechará a
realidade para o estudante. Ou será tão dinâmico e potente que o fará vítima do
que construiu. O pensamento-forma será mais
poderoso que seu criador, de maneira que este se torna obsedado por suas
próprias ideias e conduzido por sua própria criação. No segundo caso, seu
pensamento-forma encontrará o caminho para a aura mental de outro ser humano ou
para algum grupo.
Vocês têm
aqui as sementes do trabalho mágico maléfico e a imposição de uma mente
poderosa sobre uma mais fraca. Se ele encontrar o caminho para algum grupo,
análogas formas impulsivas – encontradas na aura do grupo – unir-se-ão a ele,
tendo a mesma medida ou onda vibratória. Então, a mesma coisa ocorrerá na aura
do grupo, tal como ocorreu no círculo-não-se-passa individual. O grupo terá em
torno de si uma parede inibitória de pensamentos-forma ou será obsedado por
alguma ideia. Aqui temos a chave para todo o sectarismo, para todo o fanatismo
e para algumas formas de insanidades, tanto grupal como individual.
TERCEIRA
– O criador do pensamento-forma – neste caso um aspirante – permanece
responsável. A forma permanece ligada a ele por seu propósito vivo, portanto, o
carma dos resultados e o trabalho final da destruição daquilo que ele terá
construído, deve ser seu. Isto é verdadeiro para cada idéia incorporada, tanto
a boa quanto a má. O criador de todas elas é responsável pelo trabalho de sua
criação.
Mestre
Jesus, por exemplo, ainda terá que lidar com os pensamentos-forma que nós
chamamos de Igreja Cristã, e terá muito a fazer. Cristo e Buda ainda têm algum
trabalho consumidor para desenvolver, embora não tanto com as formas que
incorporam seus princípios enunciados, como com as almas que evoluíram através
da aplicação daqueles princípios.
Com o
aspirante, todavia, que está aprendendo a pensar, o problema é diferente. Ele
ainda está inclinado a usar a matéria do pensamento para incorporar sua
apreensão errônea das ideias reais. Está ainda apto a expressar seus gostos e
desgostos através do pensamento. Está ainda inclinado a usar a matéria mental
para possibilitar seus desejos da personalidade. A isto todo aspirante sincero
tem de testemunhar. (1)
(1) “Estes enunciados do Mestre D.K. causam-nos preocupações.
Não é de hoje que lemos com frequência acerca de premissas da magia astral e
mental. Há ideias emitidas por homens
dos meios ocultistas, insistentemente repetidas, que acabaram por tornarem-se “axiomas
tão verdadeiros” que não se ouse contrariá-los.
Os princípios evolucionários naturais
quando tratados erradamente pelos homens que se achavam formidáveis, pelo fato
de possuírem certa gama de conhecimento teórico e discurso convincente – mas nem
sempre fiel indicativo de proveitosas realizações - daí a escreverem livros de magia e ganharem
títulos, induziram a fazer crer que foram dominadores. Seus trabalhos, como não
pudessem mesmo trazer bons resultados, ou encaminhassem para a outra margem da
magia, levaram, no mínimo, a conflitos.
Sabemos que tanto o sucesso quanto o
fracasso rondaram sempre estudantes e praticantes de filosofias, religiões ou do
ocultismo em seus gerais ou restritos segmentos, dependendo muito, estes
resultados, daquilo onde os interessados estiveram envolvidos. E através dos
tempos, também “magos”, nos refluxos de seus pensamentos-forma, demonstraram
terminar suas vidas em estados bem diversos do que apregoavam”. [Rayom Ra]
Sente-se
muita preocupação entre muitos de vocês quanto à guarda dos pensamentos e à
proteção das ideias formuladas. Alguns pensamentos são ideias revestidas de
matéria mental e guardam seu habitat no plano mental. Tais são as concepções
abstratas e os fatos raramente percebidos da vida interna mística ou oculta que
passam através da mente do pensador. Eles não são tão difíceis de guardar, pois
suas vibrações são tão altas e leves que poucas pessoas têm o poder de
revesti-los adequadamente de matéria mental, e aqueles poucos são tão raros que
o risco de tais conceitos serem promulgados de maneira imprudente não é muito
grande.
Então
há as comunicações envolvidas no ensinamento oculto. O círculo daqueles que os
alcançam está de certo modo se alargando e esses pensamentos-forma
frequentemente tomam, para si próprios, matéria astral do desejo, no coração do
estudante, em verificar, corroborar e compartilhar com o grupo, cujo
conhecimento e tão vital quanto o seu. Algumas vezes isto é possível, e outras
vezes não. Se proibido, qual é o método de proteção então? Grandemente uma
recusa em permitir que a matéria do plano astral adira ao pensamento-forma
mental. Combater a questão no nível do desejo e impedir que aquele tipo de
matéria seja formulado. Onde não existe o desejo de falar e onde a aspiração é
impedir a reunião do material em torno do núcleo, outro pensamento-forma é
construído, que intervém e protege.
Ainda
outro tipo de pensamento forma surge – o mais prevalente e o que causa a maior
perturbação. São esses os fatos da informação, do material detalhado, das notícias
– se assim preferirem chamá-las - a base do que pode degenerar em mexericos,
que concernem ou ao seu trabalho administrativo ou de outro tipo, e das que
dizem respeito às outras pessoas. Como vocês impedirão suas mentes de
transmitir para outra, fatos como estes? São fatos que têm sua origem na
ocorrência do plano físico, e nisto está a dificuldade. Os fatos internos da
vida oculta e aqueles que se originam no plano mental não são tão difíceis de
ocultar. Eles não chegam ao seu caminho senão quando as vibrações que você
emite estejam sintonizadas suficientemente para eles, e, como uma regra, quando
assim é, um caráter de suficiente estabilidade e sabedoria acompanha paripassu.
Mas não
é assim como um fato no plano físico. Que deve ser feito? Os outros pensamentos
descem do alto; estes últimos tentam elevar-se do plano físico e crescem em
vitalidade pelo conhecimento dos muitos - frequentemente dos muitos
imprudentes. Uma espécie começa nebulosamente no plano mental e somente o tipo
superior da mente pode formulá-la e revesti-la de matéria com precisão
geométrica, e tal mente habitualmente tem a sabedoria que recusa revesti-la na
matéria do plano astral. Não é assim com o fato do plano físico. Ele é uma
entidade vital, envolvida em matéria do plano astral e do plano mental quando
você o encontra e com ele entra em contato pela primeira vez. Você irá vitalizá-lo
ou contê-lo?
Contenha-o por um impulso e onda de amor
pela parte implicada, que envolva o pensamento-forma e o envie de volta para o
emissor, levado nas asas de uma onda de matéria do plano astral, forte bastante
para movimentar-se em todas as direções, talvez desintegrar-se, mas quase
certamente devolvê-lo inofensivamente a quem o enviou. Desvitalize-o pelo amor,
faça-o em pedaços pelo poder de um contra-pensamento-forma de paz e harmonia.
Ou,
outra vez, pode ser verdadeiro, alguma ocorrência ou ação má ou triste de algum
irmão equivocado. Que deve então ser feito? A verdade não pode ser
desvitalizada ou desintegrada. A Lei da Absorção o ajudará aqui. Em seu coração
você absorverá o pensamento-forma que encontrar e lá o transmutará pela
alquimia do amor. Permitam que eu seja prático e ilustre, pois o assunto é de
importância.
Algum
irmão chega a você e lhe conta um fato sobre outro irmão – um fato envolvendo o
que o mundo chamaria do malfeito da parte daquele irmão. Você que sabe tanto
mais que o homem comum da rua, compreenderá que aquilo que é chamado malfeito
pode ser apenas o cumprimento do carma, ou ter sua base num bom motivo
construído erradamente. Não acrescente nada à conversa, não leve adiante a
informação. Deste modo, no que a você concerne, o pensamento-forma, construído
em torno do fato, terá alcançado o que vocês chamam um beco sem saída.
Que
fazer então? Construa uma corrente
contrária de pensamentos que (numa onda de amor) você enviará ao seu
aparentemente errante irmão: pensamentos de bondosa assistência, de coragem e
aspiração, e de uma sábia aplicação das lições a serem aprendidas do fato que
ele realizou. Não use a força, pois os pensadores fortes não devem influenciar
indevidamente outras mentes, mas enviar uma suave corrente de sábio amor
transmutador. (2)
Temos
aqui três métodos, nenhum estritamente oculto, pois serão fornecidos ao alcance
de muitos:
1. O pensamento-forma mantido em níveis mentais,
i.é., a inibição da matéria do plano astral.
2. O pensamento-forma rompido e desintegrado
por uma corrente de força-amor bem dirigida.
3. O pensamento-forma sendo absorvido pela
formulação de um contra-pensamento de amorosa sabedoria.
(2) “Aqui se encaixam alguns conceitos de reais
praticidades, esposados pela Nova Era, tão criticada por alguns seguidores
unicamente do ocultismo formal e tradicional.
As frequentes mentalizações e verbalizações
dos apelos para formações de tubos de proteções em torno dos solicitantes, as
técnicas invocadoras para as armas mentais de domínios do Eu Sou agindo sobre
as auras de pessoas ou objetos, os apelos para as chamas atuarem em torno e
através de situações conflitantes ou perigosas; contra as formas-pensamento
astrais-mentais, contra elementais criados pela magia negra e contra todas as
demais situações desconfortáveis de ameaças conhecidas ou ocultas, exercem, as
mencionadas práticas oficialmente instituídas pela Grande Fraternidade Branca
Universal, efeitos salutares e rápidos que batem com as recomendações de Mestre
D.K., nestas suas exposições ocultistas.
A Chama Violeta, por exemplo, conduz na sua
inerência o poder de consumir tudo o que seja feio, desagradável e prejudicial,
ou mesmo em determinadas práticas mentais especialmente dirigidas, transmuta
para o belo. As chamas conhecidas num passado quase imemorial, onde seus
poderes eram secretos e utilizados somente por sacerdotes iniciados nos
mistérios, hoje se espalham livremente por todo o mundo, nesta Nova Era em que
o planeta Terra adentra.
Os praticantes isolados obtêm naturalmente
bons resultados, sendo necessárias disciplina e práticas constantes. Outros,
sem facilidades para exercícios individuais, obtêm do mesmo modo resultados
formidáveis em correntes esotéricas de grupos ou fraternidades, onde os
coletivos geram e melhor dirigem ondas mais consistentes das chamas, ou
incorporam com maior facilidade as novas energias de Aquário para as múltiplas
situações solicitadas.
Note-se que o Mestre D.K. – cabalista-mago
do passado, de grande conhecimento e sabedoria - é também um dos mentores da
Nova Era, onde contribui com a elaboração de muitos rituais e revelações de
apelos e decretos para a salvaguarda da humanidade, nestes tempos de constantes
ações usurpadoras pelos poderes negros”. (Rayom Ra)
INIBIÇÃO – DESINTEGRAÇÃO – ABSORÇÃO
Há três
principais penalidades que se ligam ao uso errado da substância do pensamento e
deles o aspirante deve aprender a salvar-se e a evitar suas atividades.
Finalmente isto tornará o processo da salvação desnecessário.
1. Um
potente pensamento-forma poderá agir como um boomerang. Ele pode voltar carregado
com acelerada velocidade àquele que o enviou para a sua missão. Um forte ódio,
revestido de matéria mental, pode voltar para o seu criador carregado com a
energia da pessoa odiada, e pode daí trabalhar devastadoramente na vida do
aspirante. Não odeiem, pois o ódio volta sempre para a sua origem. Há uma
profunda verdade no antigo aforismo: “As maldições, como as galinhas, vêm para casa dormir”.
Um potente desejo pela aquisição material, finalmente voltará trazendo inevitavelmente aquilo que tenha sido desejado, somente para achar, na maioria dos casos, que o aspirante não tem mais desejo veemente de posse, mas a considera como um incubo, ou, nesse meio tempo, já possui mais do que necessita e está saciado, não sabendo o que fazer com tudo o que ganhou.
Um
potente pensamento-forma incorporando uma aspiração pela iluminação espiritual
ou pelo reconhecimento ao Mestre pode trazer tal fluxo de luz que chegue a
cegar o aspirante e torná-lo, consequentemente, o possuidor de tal riqueza de
energia espiritual, para a qual não se acha preparado, e que ele não pode usar.
Novamente, ele pode atrair para o aspirante um pensamento-forma de um dos
Grandes, e assim impulsioná-lo mais para o fundo do mundo da ilusão e
astralismo. Daí a necessidade da humildade, de um anseio em servir e de um
resultante “esquecimento de si próprio”, se alguém pretender construir
verdadeira e corretamente. Tal é a Lei.
2. Um
pensamento-forma pode também agir como um agente venenoso e envenenar todas as
fontes de vida. Pode não ser potente bastante para se projetar para fora da
aura de seu criador – muitos poucos pensamentos-forma o são - e encontrar seu objetivo
numa outra aura para ali reunir forças e assim voltar de lá de onde veio, mas
ele pode ter uma vitalidade própria a devastar a vida do aspirante.
Um
violento desgosto, aborrecimento corrosivo, ciúme, constante ansiedade, a
saudade por alguma coisa ou por alguém, podem agir tão potentemente quanto um
irritante ou veneno que inutilize a vida inteira, causando ao serviço torná-lo
fútil. A vida inteira é amargada e desvitalizada pelo aborrecimento, ódio ou
desejo corporificados. Todos os relacionamentos com outras pessoas se tornam
igualmente fúteis, ou mesmo definidamente daninhos, pois o estudante aborrecido
ou suspeito estraga o círculo familiar ou seu grupo de amigos por sua atitude
interior envenenada, governada por uma ideia.
Sua
relação com a própria alma e a força do contato com o mundo de ideias
espirituais ficam paralisadas, pois ele não pode prosseguir, sendo contido pelo
veneno em seu sistema mental. Sua visão se torna distorcida, sua natureza
corroída e todas as suas relações bloqueadas pelos pensamentos cansativos,
irritantes, a que ele mesmo deu formas, e que têm uma vida tão poderosa que
podem envenená-lo. Ele não pode se livrar sozinho deles, pouco importando quão
arduamente o tente, ou quão claramente o veja (ou teoricamente sinta) a causa de
sua perturbação. Esta é uma das formas mais comuns de dificuldades, pois ela
tem a base na vida pessoal egoísta e é muitas vezes tão fluídica que parece
desafiar a ação direta.
3. O
terceiro perigo contra o qual o aspirante precisa guardar-se é o de se tornar
obsedado por suas próprias ideias corporificadas, sejam elas temerariamente
certas ou basicamente errôneas. Não se esqueçam de que todas as ideias certas
são temporárias em natureza e deverão finalmente tomar o seu lugar como acertos
parciais, e dar lugar à verdade maior. Um homem pode ter alcançado alguns dos
princípios menores da Sabedoria Eterna tão claramente, e ficar tão convencido
de sua correção, que o todo maior é esquecido, e ele constrói um
pensamento-forma sobre a verdade parcial que ele viu, a qual pode provar ser
uma limitação e mantê-lo prisioneiro impedindo-o de prosseguir.
Ele
fica tão certo de sua possessão da verdade que não consegue ver a verdade de
ninguém mais. Pode estar tão convencido da realidade de seu próprio conceito
corporificado do que a verdade possa ser que esquece suas próprias limitações
cerebrais, e que a verdade chegou a ele através de sua própria alma,
consequentemente colorida pelo seu raio, sendo subsequentemente construída na
forma por sua mente separativa pessoal. Ele vive apenas para aquela pequena
verdade; não pode ver nenhuma outra; ele força seu pensamento-forma sobre
outras pessoas; ele se torna o obsedado fanático e, assim, mentalmente
desequilibrado, mesmo que o mundo o considere são.
Como um
homem guardar-se-á destes perigos? Como ele construirá corretamente? Como
preservará aquele equilíbrio que o capacitará a ver verdadeiramente, julgar
corretamente e assim preservar seu contato mental com sua alma e com as almas
de seus semelhantes?
Primeiro
e acima de tudo pela constante prática da inofensividade. Isto envolve a
inofensividade no falar, no pensamento e consequentemente na ação. É uma
inofensividade positiva, envolvendo constante atividade e vigilância; não é uma
tolerância fluídica e negativa.
Em
segundo lugar, por uma guarda diária das portas do pensamento e uma supervisão
da vida do pensamento. Certas linhas de pensamento não serão permitidas; certos
velhos hábitos de pensar serão expelidos pela instituição do pensamento
construtivo criador; certas ideias preconcebidas (registrem o valor esotérico
desta frase) serão relegadas para a retaguarda, de modo que os novos horizontes
sejam visualizados e as novas ideias possam entrar. Isto incluirá uma
vigilância diária, horária, mas somente quando os velhos hábitos tiverem sido
superados é que o novo ritmo será estabelecido. Então o aspirante descobrirá
que a mente está tão focalizada nas novas ideias espirituais que os velhos
pensamentos-forma não conseguirão reter a atenção. Eles morrerão de inanição. Há
encorajamento neste pensamento. O
trabalho dos três primeiros anos será o mais árduo. Depois disto a mente
reclamará pelas ideias e não pelos pensamentos-forma.
Em
terceiro lugar, recusando viver no mundo dos próprios pensamentos e penetrando no
mundo das ideias e da corrente dos pensamentos humanos. O mundo das ideias é o
mundo da alma e da mente superior. A corrente dos pensamentos humanos e das
opiniões é aquela da consciência pública e da mente inferior. O aspirante
precisa funcionar livremente em ambos os mundos. Observem isto cuidadosamente.
O pensamento não é que deva funcionar livremente, o que envolve mais a idéia da
facilidade. Mas que ele deva funcionar como um agente livre em ambos os mundos.
Através da constante meditação diária ele faz o primeiro. Através da ampla
leitura, do acolhedor interesse e compreensão ele realiza o segundo.
Em
quarto lugar, ele precisa aprender a libertar-se de suas próprias criações do
pensamento e deixá-las livres para realizar o propósito para o qual ele
inteligentemente as criou. Este quarto processo se divide em duas partes:
1. Pelo
uso de uma frase mística ele rompe o elo que mantêm uma ideia corporificada em
sua aura de pensamento.
2.
Libertando a mente da ideia, uma vez ele a tenha enviado para sua missão, ele
aprende a lição do Bhagavad Gita e “trabalha
sem apego”.
Estes
dois pontos variarão de acordo com o crescimento e status do aspirante. Cada um
tem, por si mesmo, de formular sua própria “frase
de separação” e cada um tem que, por si mesmo, sozinho e sem ajuda, aprender
a se desligar dos três mundos em que trabalha, em seu esforço para impulsionar
sua idéia do trabalho a ser feito.
Ele tem
que ensinar a si próprio a retirar sua atenção do pensamento-forma que
construiu, onde aquela ideia está corporificada, sabendo que assim como ele
vive como uma alma e a energia espiritual se derrama através dele, também seu
pensamento-forma expressará a ideia espiritual e realizará sua obra. Ele é
mantido unido pela vida da alma e não pelo desejo da personalidade. Os resultados
tangíveis são sempre dependentes da força do impulso espiritual animando sua
ideia, a qual está corporificada em seu pensamento-forma. Sua obra está no
mundo das ideias e não nos efeitos físicos. Automaticamente os aspectos físicos
responderão ao impulso espiritual.
FONTE: Um Tratado Sobre Magia Branca - Mestre D. K.
Rayom Ra http://arcadeouro.blogspot.com.br
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