INTRODUÇÃO E CAPÍTULO I
SAMAEL AUN WEOR
SAMAEL AUN WEOR
Escrevi este livro a fim de que vocês o
estudassem. Por favor, leiam-no com muita atenção; foi escrito para vocês... E,
na verdade, saber ler é algo muito difícil. Ler um jornal é fácil, portanto,
este livro é diferente.
Comumente, quando estamos lendo, há um
tradutor dentro de nós: o “eu”, o ego, o “eu pessoal” que traduz tudo segundo o
seus próprios conceitos, ideias, opiniões, etc. Por conseguinte, saber o que se
lê não é algo muito fácil. É necessário compreender aquilo que existe dentro de
nós, alguma coisa que não é exatamente o corpo físico.
Possuímos um corpo de carne e ossos: isto é
óbvio. Qualquer um pode aceitar este fato; contudo, somente uns poucos podem
entender que possuímos uma psicologia que torne possível modificar-nos. Temos
de compreender esta psicologia se desejamos de fato uma transformação. Aqueles
que aceitam a existência de sua própria psicologia, obviamente estão começando
a se auto-observarem. Quando alguém observa a si mesmo é sinal de que está
tentando realizar uma autotransformação.
A Vida, em verdade, da forma como se sucede
não é muito atrativa. Nascer, crescer, ficar velho e morrer são coisas, todas
elas, muito aborrecidas. Trabalhar para poder existir e existir
psicologicamente num caminho miserável não vale a pena. Não unicamente aqueles
que têm dinheiro e vivem psicologicamente de maneira miserável, porém do mesmo
modo, aqueles que não o têm. Isso acontece porque há duas vias para chafurdar
na lama: na lama da miséria e na lama da riqueza. Ambas as vias são
psicologicamente degradante.
Por conseguinte, viver-se dessa mesma maneira
é existir sem uma razão, não sabendo por que e para que viver sem um objetivo
psicológico. Que somos nós? Qual a razão de nossa existência? Por que vivemos?
Assim, tantos problemas e no final de tudo o quê? Cada um de nós é exatamente
uma máquina que transforma energias...isso somente acontece porque as energias
dos planetas, energias planetárias de nosso sistema solar, não podem passar
diretamente para nosso planeta. E isso ocorre devido a que nosso plano é
diferente; sendo um mundo governado por 48 leis, um mundo completamente
diferente de outros de nosso sistema solar.
Observando os planetas deste ponto de vista
fica-nos óbvio que este sistema solar precisa de canais a fim de permitir a
passagem de energias cósmicas diretamente para as camadas de nosso organismo
planetário. Não é suficiente permitir que as energias passem. As energias
precisam ser transformadas através de muitos canais. Assim, somente uma energia
transformada e adaptada pode tornar-se apropriada ao planeta Terra.
Consideremos que a Terra seja um organismo
vivo que necessita existir e para existir necessita de energias cósmicas. E
assim como necessitamos de energias a fim de existirmos, do mesmo modo as
necessita a Terra para existir e viver. E mais: as energias que a Terra recebe
para sua existência vêm de outros planetas do nosso sistema solar. Eu repito:
uma vez que nosso planeta Terra é diferente dos outros planetas a energia
precisa ser transformada a fim de ser apropriada para alimentar a Terra. Essa
energia não pode ser transformada se não existirem os canais para que a energia
passe através deles.
Felizmente, esses canais existem e foram
feitos pelo Sol, sendo eles a vida orgânica que como fina película foi
estabelecida nas camadas terrestres pelo Logos. Consequentemente, a película de
vida orgânica formada por plantas, animais e humanos é necessária a fim de
permitir que a energia seja transformada e passe para as camadas interiores da
Terra. Unicamente dessa maneira pode a Terra existir; do contrário não poderia
existir como um organismo vivo. Por conseguinte, nós, como humanoides, somos
exatamente simples máquinas através das quais a energia cósmica precisa passar.
Cada um de nós recebe cargas de eletricidade
e magnetismo que são inconscientemente transformadas e retransmitidas
automaticamente para as camadas interiores da Terra. Essa é a única razão para
a nossa existência.
Observemos o quanto de amargo existe no
tocante a que exatamente se possa permitir a nossa Terra, nosso planeta, viver
e rotacionar em torno do Sol. Sentimos-nos tão importantes, quando na realidade
somos somente simples e pequenas máquinas transformadoras de energia. Daí que a
razão de nossa existência é simplesmente permitir a este planeta nada mais que
existir. Essa é a razão de nossas pequenas vidas...infelizes dias...trabalhar para
comer; viver somente para as necessidades Naturais. Daí, que a Natureza sequer
se incomoda sobre nossas ideias ou crenças. Tudo o que a Natureza quer e
precisa é receber o necessário alimento, a nutrição energética que tem de
passar através de nossos corpos. Isso é tudo.
Sobretudo, observemos o modo como vivemos!
Gritando em casa ou nas ruas, sofrendo sob a pressão de um tirano na fábrica ou
no escritório, pagando impostos a fim de existirmos como cidadãos, pagando
aluguel, etc. Absolutamente tudo disso é feito de tal forma que o planeta possa
existir a fim de fazer parte do conjunto de mundos e que possa estar vivo.
Tantas mães que sofrem, quantos adolescentes
não têm dinheiro suficiente para viver, quantas são as mães que não têm leite
para amamentar seus bebês. Tantos velhos com suas experiências, tantas crianças
começando a receber insultos – todos esses existem a fim de que o planeta
permaneça vivo.
Esta verdade é dura e cruel, melhor dizendo,
impiedosa; ainda somos isso e nada mais. Se ao menos fôssemos seres humanos,
então seríamos alguma coisa, mas nem mesmo isso somos. Somos, exatamente,
animais intelectuais, suportando a infelicidade de nossa existência. Sim,
animais intelectuais é o que somos. Isso pode parecer muito pessimista.
Quando estamos felizes em festa achamos que a
vida tem seus momentos de alegria; entretanto, isso acontece porque não sabemos
o que realmente seja a felicidade. Confundimos momentos de prazer com autêntica
e legítima felicidade. Obviamente, estamos caminhando numa trilha errada.
O que permanece após o prazer? Somente
desilusão e decepção. Quanto tempo se passa entre um homem e uma mulher para
acharem que estão se amando casados e mais tarde dão-se conta de que estavam
somente fascinados? Aquilo não era amor; contudo, pensavam que era, mas não
era. Amor se confundia com paixão. Então, uma vez esteja a paixão animal
satisfeita, o que permanece no casal é o ódio, a saturação, a decepção. Isso é
tudo.
Com o tempo, tudo se transforma numa rotina.
Eles falam somente das contas bancárias, roupas que precisam ser lavadas, o que
precisam para o café da manhã na hora de irem para o trabalho, etc. Algumas
vezes, damos um passeio a fim de acharmos uma saída do aborrecimento, ou vamos
a um encontro e acabamos num vergonhoso estado de embriaguez.
Assim, dessa maneira, a vida vai passando até
o momento em que ficamos velhos. Uma vez velhos nos sentimos como os veteranos.
Nos satisfazemos em estar com nossos netos, alegramos-nos em sermos chamados de
“vô e vó” e gostamos de contar-lhes as histórias de nossas tristes
experiências, das quais nos sentimos muito orgulhosos. Nossa vida está cheia de
comentários como: “no meu tempo, o presidente fez isso e aquilo, etc”.
Recontamos nossas lutas em batalhas de que participamos e, possivelmente, temos
ainda nossos ferimentos da guerra que nos fazem orgulhosos... Pura lástima! E
usuais conversas: “nosso irmão morreu”, “nosso primo perdeu a fortuna”, ou
“aqueles tempos eram melhores”, etc. Daí, finalmente vem a morte... Então, o
que resulta de nossa infeliz vida é a morte.
É isso o que conseguimos após tanto termos
trabalhado e sofrido. Felizmente, o Sol é compassivo; alguma coisa secreta
existe em meio a sua criação; isso é também verdade. Assim, o Sol criou esta
humanidade como simples e pequenas máquinas que ajudam sua criação. Isso é
Natureza, porém é também verdade que o Sol quer criar algo mais.
O Logos não criou esta Natureza, ele não cria
somente por diversão uma vida orgânica num mundo que se move ao redor dele sem
um objetivo lógico. Seria ilógico ter criado este planeta por nada. Criar algo
sem um objetivo seria o absurdo dos absurdos. Penso que mesmo vocês não fariam
isso. Não podemos criar ou inventar algo para sofrer por isso, gastar uma vida
naquilo e depois o destruir.
Por conseguinte, devemos entender que esta
criação tem um objetivo. A Inteligência Solar cobra um preço pela criação dessa
película de vida orgânica sobre a face da Terra. A Inteligência Solar quer
obter alguma coisa disso – tem um interesse nisso.
O objetivo da Inteligência Solar é obter uma
colheita dos seres humanos solares. É, verdadeiramente, um tremendo e duro
experimento no tubo de provas da Natureza. É isso que a Inteligência Solar
quer: criar Seres Humanos Solares.
Diógenes e sua lanterna vieram à minha mente
neste momento. Certo dia, Diógenes andava pelas ruas de Atenas com uma lanterna
à mão, tentando encontrar um homem verdadeiro que ele não tinha até então
conseguido encontrar. Procurava no interior das casas: quartos, corredores,
quintal dos sábios cidadãos de Atenas. “O que você está procurando, Diógenes?”,
perguntavam-lhe todos. “Um homem...!”, ele respondia”. “As estradas e os fórum
públicos estão cheios de homens”, diziam. Ele respondia, “aqueles não são
homens, são bestas, uma vez que comem, dormem e vivem como bestas!”
Com essa finalidade, ele visitou as casas de
cientistas, artistas e em todos os lugares ele ia fazendo a mesma coisa. Óbvio
que ia fazendo mais e mais inimigos uma vez que visitava seus lares. Todos ao final sentiram-se muito ofendidos
por Diógenes. Ainda que ele estivesse certo não encontrou um único homem.
Muitos queriam acreditar que ele encontrara alguém em algum lugar. Os
seguidores de Marat acharam que ele tinha encontrado um dentro de uma caverna e
esse homem seria Marat. Absurdo! Na verdade ele não tinha encontrado qualquer
Homem. Se Marat fosse um homem, bom para ele, ainda que encontrar um homem Real
(Ser Humano Solar) seja de fato difícil.
Diógenes morava num barril e lá ele comia e
dormia. Ele não tinha mesmo uma casa. Contam que antes de Diógenes morrer foi
visitado por Alexandre o Grande. Alexandre foi um dos que tinha colocado a
Europa e a Ásia de joelhos. Então, um homem simples como Diógenes, que morava
num barril, assim mesmo rejeitou Alexandre o Grande.
Alexandre o encontrou deitado sob o sol já em
agonia. Quando Diógenes viu tanta companhia junto a ele, levantou-se um pouco e
concedeu olhar para Alexandre. Quando Alexandre gentilmente perguntou-lhe se
queria algo, Diógenes disse: “Sim, preferia que você não ficasse entre mim e o
sol”. Alexandre ficou tão chocado mediante aquilo que não teve outra escolha
senão ir-se embora. Um humilde homem como Diógenes desprezara Alexandre o
Grande. Isso é algo que nem todos conseguem fazer, não é assim?
Homens autênticos, que sejam em verdade Seres
Humanos no mais completo sentido da palavra, são muito raros de serem achados.
Felizmente, o Sol depositou nas glândulas sexuais a semente necessária a fim de
criar o Homem Autêntico. Essa semente pode se desenvolver se cooperarmos com o
Sol. Então, não mais seriamos simples máquinas falantes como atualmente, uma
vez que nos transformaríamos em Homens reais – em Reis e Rainhas da criação.
Assim sendo, ressaltar que esta humanidade é
feita por Homens ou Humanos é um exagero. Entendo que o Homem ou Ser Humano
seja o Senhor, o Rei, a Rainha da criação. A Bíblia estabelece: o Homem foi
feito para governar o animal e a espécie vegetal, governar o oceano, o ar e o
fogo. Desse modo, se um não é um Rei, se a outra não é uma Rainha da criação,
então não são Homens ou Humanos autênticos.
Qual de vocês pode governar os elementos? Que
possa provocar uma tempestade? Apaziguar um fogo? Ser capaz de ativar os
vulcões da Terra ou fazer a terra tremer, produzir um terremoto ou acalmá-lo?
Se não somos Senhores da criação, então não somos Homens, uma vez que na Bíblia
está escrito que o Homem é o Rei da Criação.
Então, somos Reis ou não? Se somos vítimas das
circunstâncias, se um terremoto mata milhares de pessoas, como tem acontecido
no mundo todo, o que pensar? Somos vítimas das circunstâncias? Onde estão os
Seres Humanos? Se os elementos podem destruir-nos do mesmo modo como destruímos
um formigueiro com nosso pé, então, onde estão as qualidades do Homem verdadeiro
que todos afirmam a elas possuirmos? Mesmo na presunção de sermos Humanos na
realidade somos nada mais que simples animais intelectuais, sentenciados à
tristeza da vida. E ainda que a semente do Homem verdadeiro possa
transformar-nos em Homens Solares. Esta semente do Homem verdadeiro existe dentro
de nossas glândulas. Sim, tal semente pode transformar-nos em Homens Solares.
Ela pode germinar dentro de nós uma vez que cooperemos com o Sol e suas ideias
solares. O Sol criou esta Raça Raiz não unicamente para ser de utilidade na
economia da Natureza, mas também com a clara intenção dela se transformar numa
colheita de Homens Solares.
Em tempos de Abraão o profeta, o Sol
conseguiu bela colheita de Homens Solares. Nos primeiros oito séculos da Cristandade outra pequena safra foi obtida; na Idade Média mais um pouco.
Presentemente, o Sol vem desenvolvendo um último esforço. Vem trabalhando este
último esforço. E uma vez que esta humanidade perversa do século atual se tenha
tornado inimiga das ideias Solares, veio ficar terrivelmente materialista e mecânica,
cem por cento lunar. Isto porque o Sol está a realizar um último esforço
tentando obter mais uma pequena colheita de Homens Solares. Adiante, tendo
realizado essa pequena colheita, o Sol destruirá esta Raça Raiz uma vez que ela
não será mais útil a este experimento.
Qual é a utilidade desta raça? Já não há mais
razão para a existência desta raça. Não é mais de utilidade para o experimento
Solar. Esta humanidade é feita de pessoas que não têm interesse nas ideias
Solares. Esta Raça Raiz pensa somente em suas contas bancárias, carros novos,
em atores e atrizes de Hollywood. São pessoas que somente querem paixões,
prazeres sexuais, drogas, etc.
Obviamente, esta humanidade não pode ser de
utilidade para o experimento Solar. Pessoas assim têm de ser destruídas e é
isso que o Sol estará fazendo. O Sol destruirá estas pessoas e criará uma nova
Raça Raiz num novo continente que emergirá do fundo do oceano. Muito em breve
os atuais continentes estarão no fundo dos oceanos. Os palácios de governos,
edifícios municipais, ricas mansões serão tocas de focas e peixes. Esta é a
realidade! Novas terras emergirão dos oceanos nas quais, obviamente, existirão
novas pessoas, especial e diferente raça que poderá ser útil ao experimento
Solar. Esta é a realidade; estou anunciando isto em tempos de angústias, em
tempos em que o povo não acredita no final do mundo, em tempos em que as
pessoas dizem; “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”, tempos em que
pessoas unicamente se preocupam com suas contas bancárias, modas, fofocas,
drogas e lascívia. Em consequência, anuncio isso com a intenção de chama-los à
reflexão.
É possível para a semente Solar germinar?
Sim, tal qual a borboleta nasce dentro da crisálida, do mesmo modo a semente
existe a fim de fazer o Homem verdadeiro nascer dentro de nós próprios. Porém,
primeiro de tudo é necessário se ter ajustado para se tornar um ser Humano. Se
o ajuste para se tornar um ser Humano não existir o Humano não poderá nascer dentro
de nós. A semente existe ainda que possa ser perdida e isto é normal uma vez
que é muito difícil germinar. Portanto, necessitamos desenvolver esta semente.
Podemos fazer isto se cooperarmos com o Sol. Daí que esta presente humanidade
tem três por cento de consciência desperta e noventa e sete por cento de
consciência em sono. Eis porque está em tal estado crítico. Pessoas em geral
querem ver, ouvir, tocar ou experimentar a grande realidade dos chamados mundos
superiores a fim de lembrar de suas passadas encarnações, conversar com os
Anjos, etc.
Contudo, infelizmente, como temos já
alertado, as pessoas têm três por cento de consciência desperta e noventa e
sete por cento de consciência em sono.
Dessa maneira, aquele que queira experimentar
a grande realidade dos mundos interiores, tais como: mundo astral, mundo
mental, mundo espiritual, etc., precisa tornar-se um Humano Solar com a
consciência desperta. Para chegar a isso precisa ter a resolução de morrer psicologicamente
de momento a momento. Isto é indispensável.
Antes de tudo é necessário saber que há um “eu”
pluralizado ou ego interior em cada um de nós. Tal “eu” é Seth da mitologia egípcia
que é uma conjunção de “demônios vermelhos”, conforme tratado pelos antigos
sacerdotes da terra dos faraós. Daí, essas entidades submersas que personificam
o ego ou Seth, como já destacamos, são os semblantes de nossos particulares defeitos.
Nossa consciência está engarrafada, armadilhada, sonolenta em meio a cada uma
dessas entidades. Por conseguinte, nossa consciência atua de acordo com esse
condicionamento, o que significa dizer que ela definitivamente avança ao longo
do caminho do erro.
Isso se dá porque a natureza de nossa
consciência é infelizmente egóica. Se desejarmos acordar a fim de vermos,
ouvirmos, tocarmos ou experimentarmos qualquer coisa das dimensões superiores,
como conversarmos com Humanos Solares ou Mestres da Fraternidade Branca, então
torna-se necessário destruir Seth totalmente, o ego, os demônios vermelhos, os
eus psicológicos. Somente através dessa aniquilação a consciência pode
tornar-se emancipada, liberada e radicalmente desperta.
Quando a consciência encontra-se desperta,
então é possível ver-se o Caminho Secreto. Dessa maneira, podemos nos colocar
em contato com a Humanidade Solar Divina que mora nas Terras Jinn. E podemos
então, além de relembrar nossas passadas encarnações, visitar outros planetas
habitados ou falar face a face com o Anjo Solar do Mahamanvantara, etc. Desse
modo, amado leitor, somente com a consciência desperta temos o conhecimento
direto. Daí que, enquanto não conseguirmos o conhecimento direto, seremos nada
mais que ignorantes intelectuais a repetir como um papagaio o que os outros
dizem. Isso é tudo.
Necessitamos experienciar com nossa
consciência tudo que estudamos. Necessitamos beber diretamente da fonte da
Sabedoria Solar. Eu, Samael Aun Weor posso ensinar-lhes e estou ensinando-lhes
o que eu sei, o que experienciei, o que tenho vivido, não somente na presente
encarnação, mas também nas encarnações passadas. Ademais, posso falar-lhes de
maneira direta e sincera sobre os acontecimentos de passados dias cósmicos. Por
conseguinte, posso testemunhar do que eu diretamente experienciei, do que eu vi
e ouvi. Isto não é um crime.
Compreender cada um de nossos defeitos não é
o suficiente. Faz-se necessário sabermos como eliminá-los. Krishnamurti
fala-nos sobre compreensão. Ele está certo porque é necessário compreender cada
um de nossos erros. Se, por exemplo, alguém queira eliminar o defeito da raiva,
então necessita compreender aquele particular “eu”. Necessitamos entrar na
meditação, no reflexo de nossa particular raiva a fim de conhecermos seus mais secretos
impulsos. Uma vez que muitas são as fontes da raiva a pessoa pode ficar raivosa
por este ou aquele motivo. Por exemplo: alguém pode estar com raiva porque
outra pessoa feriu sua autoestima ou por causa de ciúme ou por uma frustração
emocional ou por uma reação quando ouviu certa palavra desagradável. A raiva
tem muitas faces. Uma vez que alguém tenha compreendido o impulso secreto de
qualquer explosão de raiva num dado momento, precisa ser assistido por uma
força superior.
Esta força superior está no íntimo de cada um
de nós. Trata-se do Fogo Solar Serpentino que pode ativar nosso poder solar que
está contido, como nos ensinam os indus, no interior do chakra Muladhara
situado no cóccix. Estou me referindo enfaticamente à Devi-Kundalini, o Fogo
Serpentino Solar, que pode ativar nossos poderes solares. Necessitamos trabalhar
com ela a Kundalini. Sim, necessitamos ser assistidos por ela; necessitamos
pedir-lhe; suplicar-lhe para eliminar o tal “eu” da raiva, como alguém que se
compreendeu em profundidade, que estudou a profunda meditação e o reflexo.
O procedimento é o mesmo para qualquer
defeito psicológico, trauma, etc. Para tanto, não é somente necessário
compreender o impulso secreto de uma explosão de ciúme ou da origem de certo
ódio. É necessário ir-se mais além para sermos assistidos por um poder
superior. Isto é a Kundalini. A mente não é capaz de eliminar um defeito. A
mente pode rotular o defeito com muitos nomes; pode mover o defeito de um nível
a outro; ainda assim não pode desintegrá-lo; não pode reduzi-lo à poeira.
Desta maneira, se pretendemos reduzir à
poeira este ou aquele defeito, personificado nesse ou naquele “eu”, então além
de compreensão, necessitamos eliminação. A fim de eliminarmos necessitamos ser
assistidos pela Devi Kundalini. Devi Kundalini é o Fogo Serpentino Solar que
pode ativar nossos poderes solares. Ela é aquela Serpente ígnea ou Serpente de
Bronze que curou os israelitas no deserto (ler o Livro dos Números na Bíblia,
capítulo 21 versículos 8, 9).
CAPÍTULO
1
O NÍVEL
DE SER
Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?
Para que vivemos? Por que estamos vivendo?
Inquestionavelmente, o infeliz “animal intelectual”
erradamente chamado de um ser humano não somente ignora, porém mais ainda, ele
ignora que ignora. O pior disso é a estranha e difícil situação na qual nos
encontramos; ignoramos o segredo de nossa tragédia e ainda estamos convencidos
de que conhecemos tudo. É suficiente enviar um “mamal racional” para o meio do
deserto do Sahara – um daqueles que se autoproclamam influentes na vida – e
deixa-lo por lá, longe de um oásis, observando de um aeroplano o que acontece.
Os fatos falarão por si mesmos: o “humanoide
intelectual”, embora ele se vanglorie de ser poderoso e acredite-se um ser
humano real, voltará a ser imensamente frágil. O “animal racional” é cem por
cento estúpido. Ele pensa o melhor dele próprio, pensa poder desenvolver seu
potencial através do jardim de infância, das boas maneiras, do ensino elementar
e secundário, por diplomas e universidades, pelo prestígio do papai, etc.
Infelizmente, a despeito de tanta educação,
boas maneiras, títulos e dinheiro, sabemos muito bem que qualquer dor de
estômago nos aflige e no fundo continuamos a ser infelizes e miseráveis. É
suficiente lermos a história universal para descobrirmos que ainda somos os
mesmos bárbaros do passado, e ao invés de nos aperfeiçoarmos nos tornamos
piores.
O século atual com sua magnificência, guerras,
prostituição, sodomia mundial, degeneração sexual, drogas, álcool, crueldade
exorbitante, extrema perversidade, monstruosidades, etc., é o espelho através
do qual devemos nos ver; ali não existe uma boa e suficiente razão para
comemorarmos o alcance de um estágio superior de nosso desenvolvimento.
Acharmos que o tempo significa progresso é absurdo;
infelizmente, os “doutos ignorantes” continuam engarrafados no “Dogma da
Evolução”. Em todas as páginas sombrias da “negra história” encontramos as
mesmas atrozes crueldades, ambições, guerras, etc.
Não obstante a nossa “super civilizada”
contemporaneidade, ainda estamos convencidos de que aquilo que ouvimos [e
vemos] sobre guerras é secundário e não tem nada a ver com a nossa tão
decantada “moderna civilização”.
Na verdade, o que é importante é o modo de
ser de cada pessoa. Algumas pessoas são bêbadas, outras abstêmias, algumas
honestas e outras escandalosas; há de tudo na vida. A população é a soma de
todos os indivíduos. A população é o que o indivíduo é; seja o governo, etc...
A população, então, é a extensão do indivíduo e torna-se impossível mudar o
povo e a população se o indivíduo não muda a si mesmo.
Ninguém pode negar ao fato de que há
diferentes níveis sociais. Há pessoas frequentando igrejas, pessoas em bordéis,
fazendeiros, empresários, etc. De igual maneira, há diferentes Níveis de Ser. O
que quer sejamos interiormente: nobres ou mesquinhos, generosos ou miseráveis,
violentos ou pacíficos, castos ou libidiniosos, atraímos as várias
circunstâncias da vida.
A pessoa lasciva sempre atrairá cenas, dramas
e mesmo tragédias lascivas nas quais ela estará envolvida. Um bêbado sempre
atrairá bêbados e será sempre visto em bares ou tabernas – isso é óbvio... O
que o avarento atrairá? O egoísta? Quantos problemas? Prisão? Infelicidade?.
Entretanto, pessoas frustradas, cansadas do sofrimento, querem mudanças, virar
a página de suas histórias... Pessoas miseráveis! Elas desejam mudar e não
sabem como; elas não conhecem os métodos: estão confinadas a um beco sem saída.
O que lhes aconteceu ontem lhes acontece hoje
e lhes acontecerá amanhã; sempre repetirão os mesmos erros e nem tiros de
canhão os farão aprender as lições de vida. Todas as coisas repetem-se
naturalmente em suas vidas, e dizem as mesmas coisas, e reclamam das mesmas
coisas. As aborrecidas repetições de dramas, comédias e tragédias continuarão
enquanto carregarmos em nossos íntimos todos os indesejáveis elementos de
raiva, cobiça, lascívia, inveja, orgulho, preguiça, gula, etc.
Qual é o nosso nível de moral? Melhor
dizendo: qual é nosso Nível de Ser?
A
repetição de todas as nossas misérias, cenas, infortúnios e contratempos
continuarão indefinidamente enquanto o Nível de nosso Ser não mudar
radicalmente. Todas as coisas, todas as circunstâncias que nos acontecem no
palco deste mundo são exclusivamente o reflexo do que portamos interiormente.
Com boa razão então, podemos solenemente declarar que o “exterior é o reflexo do interior”.
Quando alguém muda intimamente e aquilo que
muda seja radical, então as circunstâncias, a vida e o exterior também mudam.
Há não muito tempo, desde 1974, venho
observando um grupo de pessoas que invadiram uma área estadual privativa. Aqui
no México, tais pessoas recebem o estranho nome de “Paraquedistas”. São
vizinhos da colônia rural de Churubusco; estão muito próximos de minha casa e
por isso tive a oportunidade de estuda-los bem de perto.
Ser pobre certamente nunca será um crime;
contudo, seu sério problema não reside na pobreza; ao invés disso em seu Nível
de Ser. Eles brigam entre si diariamente, ficam bêbados, insultam-se, tornam-se
assassinos de suas próprias companhias com quem compartilham seus infortúnios,
e vivem em tendas imundas onde odeiam a liberdade ao invés de amar.
Algumas vezes tenho ponderado ao fato de que
se algum deles eliminasse de seu íntimo o ódio, a raiva, a luxúria, a
difamação, a embriaguez, a crueldade, o egoísmo, a calúnia, a inveja, o
conceito, o orgulho, etc., ele prezaria outras pessoas e pela simples Lei da
Afinidade Psicológica, se associaria com pessoas mais refinadas e
espiritualizadas. Esses novos relacionamentos trariam-lhe uma mudança econômica
e social. E isso seria a via de fuga do “chiqueiro”, o “esgoto imundo” para
esse indivíduo...
Por conseguinte, se realmente desejamos uma
mudança radical, a primeira coisa que devemos entender é que cada um de nós
(negro ou branco, amarelo ou moreno, ignorante ou erudito, etc.) está num ou
noutro Nível de Ser. Qual é nosso Nível de Ser? Alguma vez já refletiram sobre
isso? Seria impossível passarmos para outro nível se ignorássemos o nível em
que atualmente nos encontramos.
Fonte: Tratado de Psicológica Revolucionária – Introdução e
Capítulo I
Por Samael Aun Weor
Tradução Inglês / Português: Rayom Ra
Rayom Ra
http://arcadeouro.blogspot.com.br
Rayom Ra
http://arcadeouro.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário