O
SENTIDO DA VIDA
Este planeta inteiro e todas as formas de
vida nele contidas é uma grande pirâmide de coisas vivas, porém nós não estamos
no pináculo. O organismo humanoide é somente um degrau. Sinto muito
desapontar-lhes de suas ilusões sobre os seres humanos como as coisas maiores
no mundo. Eles não são. O organismo humanoide é um navio. É o que ele é. Não o
teremos por muito tempo. Deveríamos tê-lo por alguns dias a mais, ou meses, ou
anos. Ninguém sabe quanto tempo temos de vida.
O organismo humanoide é um vaso que canaliza
e transforma forças, do mesmo modo que cada um dos demais corpos recebe, transforma
e transmite energia. Os minerais fazem isso: também as plantas e os animais. O
organismo humanoide não é diferente. Mas nós raramente tocamos nesta verdadeira
potência de transformar energia. Isso por que nossas mentes são verdadeiras
bagunças. Psicologicamente, somos um desastre. A fim de aproveitarmos o poder
total do organismo humanoide, temos de usá-lo sabiamente, mas com as mentes que
possuímos não fazemos isso sabiamente. Ao invés, abusamos dele até que morra e
o resultado é que nossas almas, habitantes dos corpos, recebem as consequências
desse abuso.
Eis porque, não faz muito tempo, um grande
encontro aconteceu nos mundos internos entre aquelas divindades que são
responsáveis por guiar a humanidade, e todas as evidências foram colocadas à
mesa. O julgamento deu em que esta humanidade falhou. Então, o final dos tempos
está diante de nós. É uma simples verdade já predita em todas as religiões do
mundo. Estamos no começo deste final por que a humanidade falhou.
Exatamente como no reino mineral um pequeno
número daquelas sementes embrionárias da consciência teve suficiente força e
sabedoria para graduar-se alcançando o reino animal. Mesmo uns poucos do
reino animal tiveram a força, a sabedoria e o desenvolvimento para emergirem de
animais e se tornaram humanoides, ou animais intelectuais. Porém, agora, nesse
útero, muito poucos têm a força e a sabedoria para deixarem de ser animais e se
tornarem anjos, verdadeiros mestres. Muito poucos
A maioria das sementes na humanidade já está
perdida – está por demais corrompida e degenerada. Então, a natureza, em seu
grande amor por todas as coisas vivas, absorverá aquelas sementes por meio de uma de suas
faces Kali Ma, Durga, Persephone, Hecate, a Morte-Mãe Divina, que estão à
frente dos mundos infernais. Ela tomará todas aquelas almas decaídas, sementes
que falharam, e as reciclará, purgando-as de todas as suas impurezas de modo
que um dia, em muitos milhares de anos futuros, possam tentar de novo, estando
outra vez puras. Isto que é o inferno: reciclagem de energia pela natureza.
Este planeta inteiro já está afundando naquilo.
Quando aquelas forças descem da Árvore da
Vida, conforme vemos, as coisas começam a ficar mais complicadas. A uma
determinada altura, ao Absoluto, ao Ain Soph, a Kether, a vida é muito simples.
É uma só, unida. É Deus. Nível a Nível, descendo as sefirotes, a vida vai se
tornando mais complexa. As Três Leis se tornam Seis Leis, Doze Leis, por toda a
descida, até que alcancemos o mundo físico, que deve ter Quarenta e Oito Leis
modificando a existência desse mundo. Podemos ainda sentir a simplicidade
da vida (de 48 leis) se sairmos da cidade. Se formos para o interior as coisas
se tornam mais amenas, mais simples, sem complicadores. Mas quando entramos
para a cidade fica tudo muito complicado, muito confuso, pesado, muito denso.
Assim é por que as pessoas com suas mentes complicadas refletem as leis que as regulamentam
e todas as mentes dos humanoides residem no inferno, por que nossas mentes são
cheias de raiva, luxuria, ambição, gula e mais coisas. Essas são todas forças
mecânicas complicadas que reverberam em nosso meio ambiente e quanto mais caírmos
vítimas delas, mais as fortalecemos; por consequência, tornamos também a vida
bem mais complicada. E desde que ficamos todos juntos nas cidades, e nos
infectando mutuamente, a vida vai afundando cada vez mais. As leis estão
afundando em um plano abaixo, acima de Malkuth, dentro do abismo onde cada
nível do inferno se torna pior, mais e mais denso, mais e mais complicado – uma
vez que todas aquelas pressões estão lá a fim de purificar as almas; de
purga-las.
Dessa maneira, aquilo que em nosso mundo
achamos tão bom, maravilhoso e admirável está realmente afundando e será
destruído pela natureza, purgada. Nada permanecerá. Nada.
Para além deste profundo útero da humanidade,
a umas poucas sementes será dado o correto direito de serem iniciadas a um novo
nível de vida. Não todas as sementes. Não é um direito dado automaticamente a
todas as almas, uma vez que para alcançar um novo nível, cada um tem de escapar
da natureza mecânica. Aquele que se move dentro da natureza consciente, para
verdadeiramente se tornar Adão, um homem feito à imagem de Deus, que pode
comandar as plantas, os animais e os minerais, que possa criar vida, possa
organizar a vida, ajudar os outros; esse é um mestre, é Adão, um ser humano
real. É um processo através do qual aquele alcança a perfeição, estágio por
estágio. Não é nada fácil.
Os cientistas sabem que somente usamos uma
pequena fração do que o corpo realmente tem dentro dele. Eles divergem em suas
avaliações. O próprio cérebro é somente usado por nós entre três a cinco por
cento de sua capacidade. Alguns avaliam em dez por cento, mas achamos que é
menos dado ao comportamento do que podemos observar. E acerca de nossas
glândulas? Há muitas coisas em nossos corpos que ignoramos, muitos poderes,
muitas habilidades. Temos ouvido histórias de algumas pessoas que aprenderam
como usá-los, visto que podemos aprender como fazer isso.
OS
CORPOS DA ALMA
Nosso corpo físico, na cabala, é chamado
Malkuth. Isso significa “o reino”. Temos um corpo físico segundo o reino a que
pertencemos. Todos nós temos corpos humanoides. Estamos no reino humanoide.
Nosso próprio Malkuth é humanoide, não é ainda humano. Esse corpo tem sua
fisiologia. Ele tem uma coluna espinhal. Tem três sistemas nervosos. Tem um
sofisticado e muito belo conjunto de órgãos e sistemas que recebem energia, a
transformam e a transmitem. Entretanto, não temos controle sobre ele. Tudo
dentro de nós acontece automaticamente, mecanicamente, sem qualquer
conhecimento ou intervenção de nossa parte. O que queremos, de fato, é comer,
beber, dormir e ter sexo sem, entretanto, sabermos por quê.
Entretanto, o corpo físico é somente um
aspecto do que nos faz uma entidade viva. O corpo físico existe por que tem um
aspecto que chamamos de corpo vital, o corpo de energia. Ele pode ser chamado
de corpo etérico, ou o corpo de Chi, ou Prâna. É o corpo em que os
acupunturistas trabalham ou as pessoas com Chi kung. Eles trabalham com esse
corpo de energia que potencializa o corpo físico. Esses dois não podem estar
separados em termos de existência. O corpo físico e o corpo vital são realmente
um em duas partes. E o que é interessante aqui: dissemos-lhes anteriormente que
a vida veio descendo através de dimensões e o corpo vital está na quarta
dimensão. Não está aqui na terceira dimensão, diretamente. Ele é
multidimensional no sentido de que esta energia é a que potencializa nosso
corpo físico. Ao sentirmos nosso braço ou perna adormecer, estaremos sentindo
uma separação entre esses dois aspectos: o vital e o físico. Quando uma
amputação remove um braço ou uma perna e a pessoa ainda sente seu braço ou
perna, ela está sentindo o corpo vital que ainda está lá.
O corpo vital está na quarta dimensão, que chamamos Éden. É nesse onde está toda a nossa energia e forças. Superior a isso, na
quinta dimensão, temos o corpo astral e o corpo mental relacionados com Hod e
Netzach na Árvore da Vida. O corpo emocional, o corpo astral, está relacionado
com nossas emoções e sentimentos. Está relacionado com o coração. O corpo
mental é o corpo do pensamento relacionado com o cérebro, a mente.
Acima disso, existe o que é chamado um corpo
causal, o corpo da força de vontade, o corpo da consciência, da vontade
consciente. Infelizmente, nenhum de nós já tem esses corpos de forma completa.
Temos sombras deles, embriões.
Ao longo do processo de nossa evolução
através dos três reinos menores, a natureza esteve elaborando esses corpos
internos para nós. Nossa alma – a nossa essência, a nossa centelha de
consciência – foi um excerto da sefirote de Tiphereth. É a vontade consciente,
porém simples. Àquela centelha, quando inicialmente emerge na natureza, lhe é
dada o corpo mental, o corpo astral, o corpo vital e o corpo físico. Esses são
presentes da natureza. A Mãe Divina diz: “Eis aqui os vasos que você necessita,
os veículos de que necessita. Essa é sua mente, seu coração, seu corpo”. Nós os
denominamos protoplásmicos, pois eles são uma modificação de forças na natureza
que agora nos são ofertados. Eles não nos pertencem.
No curso de milhões de anos aquela essência
habita os corpos protoplásmicos, toma corpos físicos e gradualmente evolui como
um mineral, uma planta, um animal até, eventualmente, ganhar o direito de
entrar no reino humanoide. Aquela (essência) humanoide – vocês e eu – com seus
velhos corpos entra em corpos físicos humanoides, os presentes da natureza, e
carrega neles todas as nossas memórias,
todas as nossas histórias, todos o nosso conhecimento neles. Bem, pelo
menos isso é como seria se fôssemos uma inocente humanidade que estivesse no
caminho do Jardim do Éden quando pela primeira vez emergimos em corpos humanos.
Mas não somos mais uma inocente humanidade. Descobrimos o desejo. Ficamos
seduzidos com o poder, com a luxúria. E no curso de milhares de anos criamos
egos, infectando esses corpos protoplásmicos com todo o nosso carma.
Vemos então que esses corpos protoplásmicos
são vasos para nossas almas. Porém, esses corpos são nossas mentes. O que
pensamos, os pensamentos que sentimos, fluem de nosso corpo mental
protoplásmico lunar. As emoções e sensações que sentimos em nossos corações
fluem de nosso corpo astral protoplásmico lunar. As energias de nossos corpos,
os instintos, os estímulos que nos impelem fluem de nosso corpo vital lunar,
dentro de nosso corpo físico lunar. Tudo isso é estimulado por todos aqueles
comportamentos, hábitos e desejos que foram desenvolvidos através de nossas
passagens pelos três reinos inferiores. Então, somos animais dentro de um carro
sofisticado, dirigindo por aí como malucos.
Um Mestre é alguém que conquistou tudo isso;
conquistou e aprendeu como transformar em alguma coisa diferente. A chave está
dentro do corpo. Cada corpo tem uma coluna espinhal. O corpo físico tem uma
coluna espinhal. O corpo vital tem uma; idem, o corpo astral, o corpo mental e o
corpo causal. Vemos que todos esses corpos são reflexos de um no outro através
de diferentes dimensões. A natureza trabalha sobre modelos.
A
COLUNA ESPINHAL E KUNDALINI
A
espinha é onde tudo em nós está organizado. Essa é a nossa Árvore da Vida. Essa
é a nossa Árvore do Conhecimento. É a nossa espinha. Nossos sistemas nervosos,
nosso cérebro, nossas habilidades em perceber, ver, tocar, andar, correr,
comer, fazer cada coisa; tudo flui dentro e fora de nossa coluna. Não podemos
ficar vivos sem uma espinha; não podemos funcionar. É o pilar central de nosso
templo. Entretanto, realmente não a compreendemos, o que realmente ela seja, o
que pode fazer, o que está oculto no interior dela.
A Mãe Divina cria esses corpos para nós – nos
dá esses vasos. Então, recebemos instruções em como usá-los. Essas instruções
estão codificadas em nossas religiões. Estão em nossas consciências se
soubermos como recuperá-las. Não temos de obtê-las de um livro. Podemos
obtê-las diretamente de nossa Mãe Divina.
O que nos deparamos quando examinamos aqueles
reinos é que os reinos mineral e vegetal usam toda a energia neles mesmos, de
um modo bastante balanceado e eficiente, a fim de apressar seus
desenvolvimentos. O reino animal, também, nesse mesmo modo, seguindo o curso de
seu desenvolvimento, usa suas energias segundo as leis nele aplicadas.
Porém, há uma grande mudança que acontece na
transição entre esses reinos. No reino mineral há sempre uma troca de forças –
positiva e negativa. Os minerais combinam-se e recombinam-se a fim de criar
novos componentes, novos elementos. E vemos isso em todos os diferentes modos
em que mensuramos forças nos minerais – eletricidade e magnetismo, acidez, e
aqueles tipos de forças que sempre têm uma polaridade positiva e uma negativa.
Vemos o mesmo no reino vegetal. Nele vemos a emergência da sexualidade em
muitos níveis, de assexuados a sexuados, mas nesse reino também vemos que
quando sexuais vão somente a certo grau.
Assim, vemos que, por todos esses reinos, a
sexualidade começa mais ou menos simples e avança através de mais e mais formas
sofisticadas de combinações, até chegar ao reino humanoide.
No reino humanoide deste planeta nós
esquecemos a lei cósmica. Ao reino animal é dada a lei do instinto e eles
seguem as instruções de seu mais profundo íntimo ao obedecer aquele instinto.
Eles somente usam suas forças sexuais segundo seus instintos, que na maioria dos
casos é para a propagação. Eles somente usam o processo para procriar um filho,
é isso. Não o usam todos os dias para diversão.
Daí que quando aquelas almas graduam-se
alcançando o reino humanoide são dadas a elas novas leis. Tornando-se humanoides
aquelas forças precisam ser operadas e transformadas. Aquelas leis estão
relacionadas com a castidade. A ciência daquelas leis é chamada Tantra ou
Alquimia. É o método pelo qual um organismo humanoide usa todas as energias e
forças geradas nos órgãos sexuais, as transforma, as eleva pela coluna sexual
da espinha a fim de nutrir o cérebro e o sistema endócrino, a fim de
desenvolver plenamente o cérebro.
Isso é o mais antigo e belo segredo que uma
vez foi chamado a Arca, nas tradições judaico-cristãs. A Arca é realmente A Aron
Kadosh “a caixa sagrada”. Essa Arca é Tantra, ou Alquimia. É a ciência de tomar
aquelas forças e combinando um homem com uma mulher, combinam aquelas forças,
retendo-as, a fim de transformá-las e enviá-las para cima da espinha.
O que é aquela energia? Por que ela é
necessária? Aquela energia é a Mãe Divina. Em cada nível da vida, em cada
reino, ela cria através do sexo. O grande poder da Mãe Divina é o seu útero. É
isso que a faz ser o que ela é, do nível cósmico ao nível atômico. O poder da
mãe está em sua habilidade de fazer um filho, criar vida.
Porém, a Mãe Cósmica não pode fazer isso
conosco na medida em que permaneçamos um animal. Se permanecermos como um
animal, ela pode somente criar animais através de nós. Assim era, do porque no
passado ser dada uma pista à alma que trabalhava seriamente no desenvolvimento
espiritual. Uma vez despertada a consciência, uma vez alcançado certo grau
espiritual de qualquer tradição, era dada a chave, o conhecimento secreto, o
mais elevado tantra: a transmutação sexual, a castidade científica. É o
primeiro mandamento – não fornicar, mas tomar aquelas forças, usá-las;
entretanto sob a vontade divina, não na vontade animal; era tomar aquelas
energia interiores e dá-las a Mãe Divina. Com isso, ela podia criar alguma
coisa acima do animal.
“Jesus
respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como um homem nascer, sendo velho? Porventura pode
tornar a entrar no ventre de sua mâe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade na verdade te digo que aquele que não
nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido
da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito.. Não te maravilhes
de te ter dito: Necessário vós é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e
ouves à sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo
aquele nascido do Espírito”. João 3.
Se quisermos nascer de novo, precisamos tomar
o espírito e a água. Aquele espírito é o Daemon, espírito em grego. Aquele
espírito é o poder criativo da Mãe Divina. A água é sexual, o mayim em hebreu;
as águas do Gênesis, criação. Aquelas águas são sexuais.
A Mãe Divina cria minerais através de suas
forças sexuais. Ela cria plantas através de suas forças sexuais. Ela cria
animais através de suas energias sexuais. Ela cria mais animais sexuais como
nós através de nossa sexualidade animal. Mas como ela pode criar um anjo? Como
ela pode criar um Mestre, um Buda? Através da luxúria? Obviamente, não. Como
viria um Deus através da luxúria, raiva ou orgulho?
Se nossa tradição de luxúria e fornicação é
tão grande, então por que estamos em tamanha prostituição? Viemos de milhões de
anos com luxúria e inveja. Não criamos mais quaisquer anjos e os poucos
emergentes decorreram por que tinham conhecimento secreto. Eles conquistaram a
si mesmos, auto purgando-se de toda aquela sujeira.
A energia sexual é a própria Mãe Divina. É o
seu poder: chamamos isso kundalini. Chamamos isso a Mãe Divina Kundalini. Devi
Kundalini, a Deusa Kundalini. Algumas pessoas falam disso como sendo exatamente
uma energia na natureza. Mas não é. Não é uma energia mecânica. Não podemos
liga-la e desliga-la como a um interruptor. Não podemos engana-la. Há grande
número de pessoas achando que se for a certo ashram e pagar determinado valor
em dinheiro, pode despertar seu kundalini em duas semanas. Isso é óleo de
cobra: mente e frauda. Não podemos enganar a Mãe Divina. Ela nos conhece há
milhões de anos; conhece nossos caminhos. Ela somente nos dará o que merecermos
– nada mais, nada menos.
Pois, para ela nascer em
nossa espinha será para nos dar Seu poder. Podemos imaginar isso? Podemos
sinceramente acreditar que merecemos manobrar o poder da Mãe Divina?
Perguntemos-nos: merecemos? O que faríamos se nos fosse dado tal poder, com
nossas mentes como são agora: o que faríamos com ele? Alimentaríamos nossa
luxúria? Nosso orgulho? Transformaríamos-nos em pessoas importantes?
Tentaríamos ser famosos; obtermos poderes no mundo; conseguirmos dinheiro? Sim.
É exatamente aquilo que faríamos.
Por que a Mãe Divina nos daria aquele poder
quando houvéssemos provado que não temos interesse em ajudar o planeta, em
ajudar os outros, nossos irmãos e irmãs dos demais reinos? Queremos matá-los a
todos; conquistá-los, queremos consumir tudo que alimente nossos desejos. Não
nos importamos com nada exceto com nossos desejos, então por que ela nos daria
aquele poder?
Ainda assim, há milhares de livros; há grupos
e escolas que ensinam podermos despertar nosso kundalini e obtermos aquele
poder, sendo nós, exatamente, o que somos agora. Bem, direi a vocês um segredo que
desejaria esconder-lhes: sim, é possível obterem aquele poder naquilo que eles
ensinam e que esteja relacionado com o kundalini, porém, estará invertido. Não é o poder divino. Lembremos-nos de que
todas as forças da natureza estão polarizadas – são energias polarizadas.
Então, do mesmo modo que podem elevar-se pela espinha, podem também fluir para
baixo.
O fluxo para baixo da energia é a cauda do
demônio. Eis por que demônios são descritos com caudas. A cauda representa os
seus poderes animais ativos e inflamados pela luxúria, orgulho, inveja, etc.
Podemos ter facilmente aquele tipo de poder, bem fácil. É tão simples quanto
lermos um par de livros, aprendermos um par de técnicas, e, instantaneamente,
podermos então trabalhar com aqueles poderes por que todos nós estamos muito
próximos da ponta de assim nos tornarmos, por direito: demônios despertos,
devido aos nossos egos, aos nossos desejos, orgulho e luxúrias.
Entretanto, subir não é fácil – é muito
difícil. Cada simples passo ao longo da coluna espinhal é acompanhado de
testes, ordálias. Precisamos nos pôr a provas, temos de conquistarmos a nós
próprios. Nada nos espaços superiores nos é dado de graça. Se algo nos vem
muito fácil é porque nada vale. O que seja de valor é custoso; ou seja,
conquistar o status de um Anjo exige pagarmos um preço e aquele preço é a
eliminação de tudo dentro de nós que seja contrário ao estado angélico.
O positivo, o kundalini que flui para cima,
deve passar através de cada vértebra da espinha. Cada simples vértebra de nossa
coluna espinhal representa testes – testes psicológicos; testes de desejos,
orgulhos, luxúrias, medos, invejas, gulas, cobiças e de todos os elementos que
temos interiormente. Quando passamos em um teste recebemos aquela força. Passo
a passo podemos galgar os trinta e três degraus. Temos ouvido sobre os trinta e
três anos da vida de Jesus, os trinta e três degraus dos Franco Maçons. Aqueles são símbolos dos degraus que temos de
escalar na espinha, trazendo aquela energia de volta a Deus, nos purificando de
todos os nossos elementos animais.
Elevar o kundalini é um processo sexual; é
onde nascemos de novo. O que seja nascer é a alma. Tudo o que é nascido é pelo
sexo. Cada coisa viva nasceu do sexo.
Para entrar naquele processo de nascimento
precisamos ter uma esposa. Uma pessoa solteira não pode fazer isso por que
sozinha não pode ter um filho. Uma pessoa solteira não pode engendrar uma
criança, fazer nascer uma criança. Isso requer um casal. Como é em cima é
embaixo. O anjo nasce da castidade, do tantra. Eis porque nas antigas
tradições, o mais secreto, o símbolo sagrado de toda religião é um casal unido
em um ato sexual; mesmo na cristandade, no judaísmo – que eles agora renegam,
entretanto a evidência está lá nas escrituras; podemos aprender sobre isso nos
websites gnósticos. O mais antigo símbolo que estava oculto no Santo dos Santos
do Templo de Salomão era de dois anjos unidos em um abraço sexual. Os judeus
sabem disso. Eles ficam quietos. Quando os romanos viram aquilo disseram que
destruiriam o templo por que pensaram que era depravação. Viram pelo modo como
eram suas mentes, como se aquilo fosse degenerado como às suas próprias mentes.
Não viram como algo sagrado e puro.
Aquele símbolo sexual codifica o segredo que,
um homem e uma mulher trabalhando em cooperação sexual e castidade científica
de forças unidas, conjugam, as transformam e a Mãe Divina as toma criando-lhes
vida interna. O que é físico é físico; o que é espiritual é espiritual. Ao
conduzirmos nossa energia sexual e a transformarmos em espiritual, fazemos
nascer espiritualmente. Isso cria a alma.
INICIAÇÃO
E CRESCIMENTO ESPIRITUAL
O que acontece então é que passando pelas
ordálias, satisfazendo os testes que a Mãe Divina nos apresenta, pouco a pouco
elevamos a força do kundalini na coluna espinhal. Despertamos os chackras ao
longo da coluna. Despertamos todos os poderes ocultos do ser humano real. Em
outras palavras, começamos a voltar ao Éden, a recuperar nosso lugar de onde
decaímos.
Há uma espinha em cada corpo. Há uma espinha
no corpo físico. Quando aquela energia alcança o topo, recebemos uma iniciação;
graduamos-nos para um novo nível. É a Primeira Iniciação dos Mistérios Maiores,
o kundalini ou a serpente do corpo físico. Naquele momento, uma conexão é feita
com a alma, com nosso espírito, com o profundo íntimo, e nosso Ser interno se
torna um Mestre. Conforme vemos, nosso profundo íntimo, nosso Ser, vem
trabalhando com nossa Mãe Divina ao longo de todos esses milênios a fim de
elevar aquela centelha consciente através de todos os reinos, finalmente
alcançando o reino humanoide, a alma humana; e a pessoa em um corpo humanoide,
por último aproveita aquela energia e alcança alguma coisa. Aquele profundo
íntimo se torna um Mestre – não a pessoa humana, não o corpo físico, não a alma
– o profundo íntimo se torna um Mestre, nosso Mestre interno. Isso é nosso
Atma, nosso Chesed, nosso Buda interno.
Entretanto, isso é somente o início. O mesmo
processo tem então de acontecer no corpo vital. Aquelas energias têm de se
elevar pela coluna espinhal do corpo vital, e trinta e três degraus de testes e
ordálias têm de se passar. E novamente com o corpo astral e novamente com o
corpo mental e o corpo causal. Cinco serpentes.
Não já vimos um Buda com cinco serpentes sobre sua cabeça? Esse é o
significado.
Há cinco serpentes relacionadas com esses
cinco corpos. Há mais serpentes que essas, porém para nossa palestra de hoje
estamos falando somente de cinco Serpentes de Fogo, relacionadas com cinco
Iniciações dos Mistérios Maiores. A razão é que a pessoa que opera para elevar
aquelas energias da Mãe Divina dentro dela e alcança a Quinta Iniciação dos
Mistérios Maiores, torna-se propriamente um Mestre, um Mestre verdadeiro – não
um Mestre completo, porém um Mestre que está começando – uma vez que elevou as
forças da Mãe Divina para iluminar o seu corpo físico, iluminar sua energia, seu
coração, sua mente, e fazer valer e sustentar sua vontade consciente. Essa
pessoa tem a Mãe Divina interiormente. Ela é, por fim, uma criança da Mãe
Divina. Nos mundos internos ela é um Buda, realmente um anjo, mas não está pronta por que o ego ainda está vivo.
Vemos assim que este processo por inteiro é
imensamente operativo. Há grande número de desafios, muitas ordálias, mas que
não estão próximas de eliminar o ego – isso vem depois. Isso trata somente do
retorno ao Éden e da criação da alma. Em outras palavras: em cada uma dessas
serpentes transcendemos os corpos protoplásmicos, especialmente no terceiro
topo: Hod, Netzach e Tiphereth.
Quando a serpente do kundalini está de pé no
corpo astral, o que está realmente acontecendo é que nossa Mãe Divina está
criando um novo corpo para nós, a menos que já tivéssemos um. Ela cria um corpo
astral solar. Isso, esotericamente, e numa iniciação, é o primeiro aparecimento
de Cristo. Cristo primeiro aparece em nós quando criamos o Cristo Astral, o
corpo astral solar. Esse é um corpo de ouro. É um corpo que é criado da
castidade científica, criado da purificação das forças sexuais, unido com
prece, aspiração, sabedoria e inteligência da Mãe Divina. Isso é representado em
todas as religiões, quando Athena tem as armas fabricadas na forja por Vulcão
para dá-las a Teseu ou Perseu. Aquelas armas representam os corpos solares – a
armadura, o escudo, o capacete. Esses são aqueles corpos solares. É a carruagem
de Ezequiel; o merkabah dos cabalistas; é o soma heliakon dos gregos, o sahu
dos egípcios. É a barca de Ra que atravessa os lagos da paz. É a alma. Esse é
um antigo mistério.
Cada um desses corpos é exatamente um vaso,
um veículo como o nosso corpo físico, porém melhor, por que não é feito da
fornicação, do pecado. Foram todos feitos de átomos divinos. São corpos de
incrível beleza, esplendores e poderes. Eles são adquiridos por uma razão, não
por diversão e distração, nem para que possamos ir ao plano astral investigar
as vidas de outras pessoas, espiar nossos vizinhos, ou vermos se o que
suspeitamos de nossas esposas é verdade. Esses corpos são necessários por que a
fim de eliminarmos o ego completamente necessitamos dessas armas – necessitamos
de proteção, de armamentos. Se tentarmos penetrar em nossos mundos infernais
com nossos corpos protoplásmicos – que estão infectados do ego – não teremos
nada com que nos defender, nenhuma proteção – visto que os corpos
protoplásmicos estão doentes. Os corpos solares são perfeitos – bem..., em seus
caminhos para a perfeição. Os corpos solares são aperfeiçoados nas iniciações
das Serpentes de Luz, que vêm depois.
Um Mestre é aquele que alcançou as Iniciações
dos Mistérios Maiores relacionados com a sefira Tiphereth e recebeu a espada. A
espada é simbólica. Já ouvimos sobre a espada flamígera que guarda a entrada do
Éden. A espada flamígera de qualquer grande Deus ou Anjo é o kundalini. O que a
espada representa? Força de Vontade.
Exatamente agora, nossa vontade como
humanidade está em conquistarmos aos demais, apunhalando os outros pelas
costas, roubando e mentindo; nutrindo nossa luxúria. Nossa vontade está toda em
servir nossa própria vontade. Mas a Mãe Divina dá uma espada flamígera a um
Mestre que a servirá, tornando-se um expoente da Vontade Divina. Kundalini é a
espada. Isso é algo que é conquistado, que não é dado de graça. É o que a Mãe
Divina quer. Eis por que existimos. É
para criarmos a alma, voltarmos para Deus, e avançarmos em nossa evolução.
Através das Iniciações dos Mistérios Maiores
o iniciado transcende as leis mecânicas da natureza. Todos nós, neste momento,
somos totais vitimas das leis mecânicas da natureza. Detemos pouco ou nenhum
controle sobre o que acontece em nossas vidas, em nossas comunidades e cultura.
Não podemos controlar a nós próprios e nem à natureza. Pensamos que podemos,
porém uma pequena tempestade ao longo de nossas vidas vem nos demonstrar outra
coisa, ou alguém dorme na direção de uma máquina e mata um número de pessoas,
ou destrói uma área da natureza por negligência ou estupidez. Sequer podemos
controlar nossa natureza interior; somos escravos de nossa natureza animal.
Um Mestre comanda a natureza. Temos todos
ouvido sobre Mestres como Krishna e Moisés realizando milagres; de Jesus
trazendo a morte de volta à vida. Todos os profetas no desempenho de milagres;
todos os santos, todos os Budas podem voar pelo ar, andar sobre as águas,
comandar as chamas, acalmar as tempestades, abrir a terra. Isso por que o poder
do kundalini na coluna espinhal de cada corpo os transforma em um sacerdote, um
mago, um magista. Magi, ou mag, significa “sacerdote”.
O triângulo de Netzach, Hod e Yesod na Cabala
é chamado de Triângulo Mágico, ou o Triângulo do Sacerdócio por que é aqui que
o verdadeiro sacerdote trabalha em benefício de outros. O verdadeiro sacerdote
trabalha não em benefício dele próprio. Ele faz isso no exercício de sua
vontade sobre as esferas mais baixas; os poderes da vontade consciente estão em
Tiphereth, na sexta dimensão. Através da consciente vontade divina ele usa os poderes
do consciente pensamento através do corpo mental em Netzach, na quinta
dimensão. Através da consciente vontade divina ele usa os poderes do corpo
astral – emoção consciente, emoção divina – em Hod. Através da consciente
vontade divina ele usa o corpo vital e o corpo físico: Yesod e Malkuth. A Magia
é desempenhada nessas esferas. Essas esferas são onde, pela consciente vontade,
o mais profundo íntimo trabalha através de Sua alma humana, que somos nós, a
fim de beneficiar outros, guiar as almas.
Toda a natureza é organizada. Os minerais são
em grupos, as plantas são em grupos ou famílias: os animais são em famílias e
cada família é guiada. Cada família tem um guia. Esse guia, em sânscrito, é
chamado um Deva, um Anjo, uma inteligência que é responsável por aquela família
a fim de guia-la. Mesmo famílias humanoides têm guias, mas nós os ignoramos.
Aqueles que estudaram As Ilíadas hão de lembrar-se de que a família de Priam
tinha seus totens, as estátuas de seus deuses da família (deuses penates), a fim
de protegê-los quando eles precisavam abandonar Tróia. Aquelas estátuas
representavam o anjo guardião daquela família. Todos temos disso. Nossas
famílias têm disso e nós como indivíduos temos disso, mas não os ouvimos.
Persistimos e insistimos em seguir nossa estupidez, e nossos guias, nossos
guardiões, tentam nos ajudar, porém há um limite para o que eles possam fazer.
Causa e efeito é ainda a lei. Se atirarmos em nós próprios, morreremos.
Um Mestre toma seu lugar no ranking daquelas
hierarquias que operam na natureza. Um Mestre guia seres em outros níveis
abaixo do seu. Seu próprio e profundo íntimo, seu Ser pessoal pode ter relações
com certos reinos e se alcançarmos os degraus de mestrado, nosso Ser se
colocará em certa posição de ajudar outras almas em diferentes reinos – talvez
no mineral, no vegetal, no animal, talvez no humanoide ou no angélico. Existem
Mestres que guiam e ensinam os anjos.
Nosso verdadeiro caminho evolucionário não é
o de ficarmos ricos. Não é tentarmos encher nossas casas com montes de tralhas
e então morrermos. Não é esse o motivo de estarmos aqui. Estamos aqui para
emergirmos da concha de nossos corpos como anjos, e subirmos no caminho
evolucionário dentro do círculo consciente da humanidade – deixando o círculo
inconsciente, nos tornando conscientes, e então irmos ajudar aos inconscientes.
Essa é a nossa tarefa.
Ao longo desse processo, em milhões de anos,
nossa Mãe Divina é quem nos está ajudando, tentando nos dar a habilidade de
fazermos isso. Mas sempre escapulimos dela. Afastamos-nos dela, a ignoramos,
blasfemamos. Fazemos isso fisicamente, psicologicamente. Não nos esqueçamos de
nossa Mãe. Não estou falando de nossa mãe terrena. Falo de nossa Mãe interior.
Voltemos-nos a Ela. Ela nos guiará. Ela é a única que nos toma de nosso nível
infantil de um simples mineral nos conduzindo até ao nível de um deus. Se
quisermos transcender o sofrimento Ela é a única que nos tomará pela mão por
todo o caminho, e nunca nos abandonará. Mesmo agora que a abandonamos ela
aguarda. Ela espera por nós psicológica e espiritualmente, porém enroscada em
nossa espinha em nosso chackra Muladhara. Tudo potencialmente Dela está ali
adormecido, aguardando ser despertado.
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