sábado, 22 de outubro de 2016

A Metamorfose ou Transfiguração do Bodhisattva




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  A Transfiguração Bíblica ou Metamorfose está associada com a sephirah Hod (Gloria) que se relaciona com o desenvolvimento do Bodhichitta. Quando nos remetemos aos evangelhos, sempre nos remetemos à Árvore da Vida, que é a Kabbalah, a qual é uma ferramenta para se compreender não somente os evangelhos, mas a Bíblia inteira, uma vez que as escrituras cristãs estão enraizadas na Kabbalah. Daí, as sephirot inferiores da Árvore da Vida, que chamamos o “Quaternário Inferior”, estarem relacionadas com os quatro evangelhos. Temos falado sobre Malkuth começando com Lucas e sobre Yesod relacionada com Mateus; agora estamos entrando em Hod relacionada com o evangelho de Marcos, chamado o evangelho do fogo, simbolizado por um leão.

  Quando falamos sobre fogo precisamos trazer à memória o seu exorcismo, a maneira em como invocamos o gênio do fogo a fim de nos assistir na compreensão da luz. Lembremos-nos que o evangelho de Marcos começa assim: “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. O princípio do evangelho de Jesus Cristo está, portanto, em Hod que é o evangelho do fogo.

  No esoterismo, quando invocamos o gênio do fogo, pronunciamos os nomes dos três gênios, que são Miguel, Samael e Anael. Declaramos, “Miguel, gênio do Sol e do raio; Samael, rei dos vulcões e terremotos; Anael, príncipe da luz astral! Assisti-nos em nome de Cristo, pelo poder de Cristo, na majestade de Cristo!”.

  É assim como os cabalistas invocam o exorcismo do fogo relacionado com Hod (que significa gloria) e que está relacionado com a transfiguração (ou metamorfose) escrita nos evangelhos.
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  Quando explicamos esses evangelhos do Caminho do Bodhisattva, sempre observamos os três cérebros por que o corpo físico, de fato, tem três cérebros que temos de dominar: o cérebro intelectual, o cérebro emocional (localizado na área entre o coração e o umbigo) e o cérebro-motor-instintual-sexual (localizado na área das genitálias, no cóccix). Nos três cérebros encontramos os três aspectos ou três fogos de que estamos falando aqui, que estão relacionados com Hod.

  Miguel é o nome daquele arcanjo que rege o Sol, o centro do sistema solar. Miguel significa “Aquele que é como Deus”. Naturalmente, “Aquele que é como Deus” é a mente solar. Lembremos-nos que quando falamos sobre corpos solares que temos de criar – que o Bodhisattva tem de elaborar, desenvolver em Yesod – representamos, segundo os Sete Dias de Gênesis, que Netzach, a sephirah da mente, está relacionada com o quarto dia de Gênesis no qual temos de criar o Sol (nosso próprio Miguel individual), que está naturalmente relacionado com a mente, a mente solar. Mencionamos em palestra anterior como no Livro de Daniel, os três homens (Shadrach, Meshach e Abed-nego) foram testados no fogo da fornalha de fogo ardente de Nebuchadnezzar, e como não foram queimados; porém quando Nebuchadnezzar viu a fornalha de fogo ardente e nela os três jovens dentro do fogo, ele disse:

  “Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: é verdade ó, rei. Tornou ele e disse: Eu, porém vejo quatro homens soltos que andam passeando dentro do fogo sem nenhum dano; e o aspecto do quarto e semelhante a um filho dos deuses”. – Daniel 3:24,25

  Então, aqui encontramos o mesmo significado – “o quatro é (Mente Solar, Miguel, que é) como o filho de Deus”. Nebuchadnezzar é referido, naturalmente, como aquele particular Hélios de prévia palestra, relacionado com Mateus. Identificamos que Hélios é o Sol em grego; partindo de Hélios vem a palavra Helium, um dos principais elementos no Sol, a força solar. Eis por que concluímos que dentro do nome Elias (Elijah) está Hélios, no interior do qual se encontra escondida a força solar que precisamos trabalhar a fim de criarmos a mente do verdadeiro ser humano.

  Assim, na Bíblia inglesa, o homem verdadeiro é chamado “Homem” (Man). Temos de compreender que quando pronunciamos a palavra “Homem” não estamos nos referindo ao gênero sexual masculino – estamos nos referindo à “mente”, por que a palavra homem provém do sânscrito manas, significando “mente”. Motivo pelo qual em sânscrito, quando alguém tem uma mente solar – quando alguém é filho de Deus – é chamado Manu; Manu é um filho de Deus, um homem solar. Desse modo, a mesma palavra é usada em inglês a fim de descrever um ser que seja um homem. Porém, aqui, precisamos também enfatizar a palavra “human” que, conforme sabemos, tem igualmente a palavra “man” no final - “hu-man”; entretanto, há outra palavra que sempre ressaltamos, que é a palavra h-u-m, hum, pronunciada “hyoom”, palavra sânscrita relacionada com o vento, com o espírito.

  Em hebreu, por exemplo, quando falamos sobre o espírito ou do vento, dizemos Ruach. Eis o motivo por que em Gênesis encontramos a palavra Ruach Elohim, traduzida como “o Espírito de Deus”, também nos evangelhos encontramos Jesus falando sobre o vento e é o Ruach que sopra: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”. João 3:8.

  E eles usam, naturalmente, a palavra Ruach no Oriente para descrever “vento”. O mesmo se dá com a palavra hum – vento ou espírito. Mas quando unimos hum com manas, dizemos “hum-manas”. Explicamos que a palavra “hum-man” significa “o Espírito relacionado com a Mente”, ou “a Mente sob a guia do Espírito”.

  Aqui, precisamente, encontramos a outra palavra – Bodhichitta – com que vinhamos descrevendo em anteriores palestras; citamos que chita significa “mente”. Porém, precisamos entender que a mente de que estamos tratando aqui não é a mente que todos têm, aquela mente concreta que usamos para raciocinar. Realmente, chita quando unida com a palavra bodhi, significa “uma mente que tem sabedoria”. Assim é por que em Pistis Sophia Desvelada uma mente iluminada está descrita como “sabedoria do coração” – e assim é por que Mestre Samael Aun Weor transcreve o significado da palavra Bodhichitta – “Coração-Sabedoria” – uma vez que chita de que estamos tratando aqui é o Nous.

  Em muitas palestras explicamos que no ventrículo esquerdo do coração temos o átomo da mente abstrata, chamado Nous; então, esse é chita. E, naturalmente, quando aquele chita está unido com bodhi, então temos Bodhichitta, e lembramos que bodhi, que significa “sabedoria”, também se encontra explicado na Kabbalah e relacionado com a terceira sephirah, Chokmah, que em hebreu do mesmo modo significa “sabedoria”.

  Nesta visão, este é o mistério de como Chokmah – Cristo que é uma energia – transforma o indivíduo, ou melhor dizendo, cria ou gera o embrião áurico, o Bodhichitta.

  Dessa maneira, a transfiguração ou metamorfose, de acordo com os evangelhos, está relacionada com dois grandes profetas que estão sempre cabalisticamente associados com a sephirah Yesod, que é a sephirah relacionada com a água. Lembremos-nos que há dois personagens que aparecem em cada lado da transfiguração ou metamorfose de Jesus: um é Moisés e o outro é Elias. Assim, aqui temos que visualizar e compreender quem é Moisés e quem é Elias.

  Lembremos-nos que anteriormente explicamos que os grandes profetas, especialmente Moisés e Elias, são Eons, ou Aeons como dizem, que significam veículos da Luz Crística, eles são Mestres Cósmicos; em outras palavras, eles existem. Sabemos que Moisés é um grande Aeon, um grande Mestre; Elias e Jesus são outros Aeons, outros grandes Mestres e representam em cada um de nós algo que temos de desenvolver. Essa é a razão pela qual cada um deles trouxe ao mundo sua própria sabedoria, sua própria missão, e isso está belissimamente sintetizado na transfiguração ou metamorfose do Bodhisattva, relacionada com Hod que aconteceu não somente com Jesus, detentor da honra de ter o título de Cristo, por ele ter representado o processo crístico em meio a todos os profetas ou Bodhisattvas. Repetimos novamente: o processo crístico do Bodhisattva e sua iluminação estão descritos nos Quatro Evangelhos e estão representados na vida de Mestre Aberamentho que as pessoas chamam nesses dias e era de Jesus Cristo, que tendo vindo há dois mil anos representa o Caminho do Bodhisattva, o qual abre as portas para todos no sentido de que se tornem iluminados.

  Então, estamos aqui explicando como essa iluminação acontece: Moisés é precisamente aquele Mestre que foi o primeiro profeta a aparecer, segundo o caminho na Bíblia, estando escrito nos evangelhos:

“Desde os dias de João Batista até agora o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele. Porque todos os profetas e lei profetizaram até João. E, se quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. – Mateus 11:12-15.

  João testemunha a respeito dele e exclama: Este (o Logos Solar) é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude (solar), e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés (através de todos os apóstolos e todos os profetas); a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo (o Logos Solar) – João 1:17-17

   Mas de que lei estamos aqui falando que foi dada por Moisés e todos os profetas?

  É a Lei que temos de seguir e que temos de descobrir trabalhando em Yesod. Lembremos-nos que Moisés nasceu das águas. O nome Moisés, em hebreu “Moshe” é escrito com três letras: Mem, Shin e Hei – estas fazem um nome cabalístico que significa, ou dá, sabedoria a quem tiver nascido de Mem, que na Kabbalah significa água; e de Shin, que na Kabbalah é fogo; e de Hei que é o útero; e aquele útero é a nona esfera da qual os Mestres emergem. Por conseguinte, Moisés é a força de vontade. É por isso que Moisés trabalha duramente no Egito e também em Mediã tomando conta do rebanho; das ovelhas. Ao alcançar a quinta iniciação dos Mistérios Maiores, em Tiphereth, Moisés obteve o nível de Ser Humano e subindo ao topo da montanha lá encontrou Deus.

  O Monte Sinai é o símbolo das dimensões mais altas. Tudo o que encontramos na Bíblia ou no Velho Testamento acerca de um monte ou montanha é um símbolo das dimensões mais altas; e não somente na Bíblia, mas também em muitos livros sagrados. Naturalmente, os profetas, os grandes Mestres usam o nome de uma montanha a fim de explicar esotericamente. Mesmo na Grécia encontramos o Monte Olimpo, onde é citado lá ser o lugar em que vivem os deuses; porém, aquele Monte Olimpo, claro está, não é tridimensional; é um símbolo de sexta dimensão e naquele Monte é precisamente onde Moisés encontrou a sarça ardente, o símbolo do Espírito Santo, aquele aspecto do fogo (Deus) no interior da matéria.

  Quando estivermos falando os nomes dos três gênios do fogo, falamos de Miguel, Samael e Anael. Samael é o rei dos vulcões e terremotos cuja essência está dentro daquele fogo chamado de magma, que é a luz astral dentro da matéria. É por isso que quando falamos da Árvore da Vida, da sarça ardente, vemos, precisamente, aquele fogo dentro da sarça, dentro da matéria. Aquele fogo é Cristo. Assim, também, quando subimos na atmosfera encontramos o Sol, a energia solar, que é a luz que emerge das nuvens quando há tempestades. A luz que vemos nas tempestades é a luz solar, eletricidade, a força na atmosfera, que também é Cristo e vem de Miguel (o Sol) dentro da atmosfera terrestre. Contudo, aquele Miguel que está na atmosfera da Terra tem de estar também em nós como o Corpo Mental Solar que temos de criar, que é Manas, a Mente do Hum-man (uma vez que o quarto corpo é a Mente Solar e Miguel é aquele Filho de Deus).

  Temos então de compreender aqui, à nossa visão, como esses três gênios se relacionam: o terceiro é Anael, o príncipe da Luz Astral, que trabalha pelo coração. Alquimicamente, dentro de nosso corpo físico, entre os três cérebros, Samael trabalha no magma de nossa pessoal força sexual que é a matéria que inclui o fogo solar em nossas glândulas sexuais, enquanto Miguel é precisamente a luz que brilha no Homem Solar – aquela luz que é a sabedoria provinda daquele Homem Solar representado em Elias ou Elijah. E Anael, que representa o raio positivo de Vênus, está relacionado com o amor, com o centro emocional superior.

  Esses três gênios representam os três aspectos através dos quais invocamos o fogo a fim de que trabalhe em nós, simbolizados em Elias – a cabeça ou a mente. Eis por que Elias é o mensageiro do Sol ou o profeta do Sol. E eis o porquê do significado de Eli-Jah ser “Meu Deus é Jah”; que é Kether, a coroa.

  Dessa maneira, quando dizemos: “Meu Deus é Jah”, estamos dizendo que somos um Hum-Man, que nosso manas, nossa mente que é solar, está a serviço de nosso particular Jah, que é Hum, o Espírito, o Ruach. E isso é precisamente o que Elias representa, ou Elijah no Velho Testamento, que é João, o Batista no Novo Testamento.

  Moisés representa a força de vontade que está nascendo da transformação sexual; as águas de Gênesis, ou as águas do Jordão, ou as águas do rio Nilo no Egito, que são somente uma referência ao poder sexual criativo Yesod, de que Moisés emergiu. Moisés foi salvo das águas; ele foi retirado das águas. Porém, Moisés representa, naturalmente, nossa própria e particular imagem, nosso próprio e particular Buddhata que cresce, que se desenvolve sob o comando da força de vontade.

  A força de vontade está relacionada com a glândula pineal. A glândula pineal está relacionada com o chackra sahasrara, chamado o chackra da coroa. Em hebreu, a primeira sephirah é chamada Kether, a coroa. Então, naturalmente, a Mônada, o Espírito, Deus, aquilo que é nosso próprio Ser, trabalha através da glândula pineal a fim de controlar as águas em Yesod. É por isso que encontramos ali na coluna do centro da Árvore da Vida, Kether trabalhando de cima através de Daath, que é o conhecimento, dentro de Tiphereth, que é a alma humana, cujo assentamento se encontra na glândula pineal. Então, encontramos aqui como Kether ou o chackra sahasrara trabalha através da Árvore do Conhecimento relacionado com Yesod, a força sexual, através da força de vontade que é Tiphereth. Entretanto, Tiphereth – a força de vontade nascida das águas – é Moisés. E é Moisés que liberta às Doze Tribos de Israel – que é o trabalho psicológico que o Bodhisattva tem de desempenhar a fim de criar, de elaborar o Bodhichitta.

  Lembremos-nos de nossa colocação em palestra anterior em que o Bodhichitta está relacionado com o que é chamado em grego To Soma Psuchikon, que é aquele corpo que emerge em Yesod. Temos quatro éteres: vital, químico, luminoso e refletor que são os quatro éteres localizados no corpo etérico – a parte superior do corpo físico. Quando entramos nesse conhecimento temos de aprender como dividir, como separar aqueles éteres a fim de criarmos To Soma Psuchikon dos gregos. Psuchikon significa “psique, alma” e ikon significa “imagem”, icon, Psuchikon.

  Daí que Icon é precisamente a imagem, que em hebreu é chamada Tzalem; aquela Tzalem ou imagem, icon de Deus, que está em Yesod. Em outras palavras, está dentro das glândulas sexuais. E aqui é precisamente onde encontramos a raiz de muita confusão, por que é obvio que fisicamente fomos criados de um ato sexual, que é Yesod. E eles pensam que a “imagem de Deus” é física uma vez que emergimos do sexo. Porém, ignoram que de fato a “imagem de Deus” de que a Bíblia fala em Gênesis 1:26 – “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” – não é o corpo físico. É através de Daath, através do conhecimento da transmutação que tal imagem e semelhança emergem, pois o “Soma Psuchikon”, que é a Imagem-Alma é psicológica – Psuchikon são duas palavras, psyche e icon.

  Desse modo, então encontramos que a “imagem de Deus” de que estamos aqui tratando, encontra-se relacionada com os dois éteres superiores, chamados éter luminoso e éter refletor, e que é precisamente isso o que estará nascendo em Yesod quando separamos as águas inferiores das águas superiores. Esse é o processo, um longo processo, visto ser Moisés aquele que lá aparece desde o começo. O rio Nilo, onde a princesa do Egito encontra a criança Moisés, é precisamente a força sexual. Retirando Moisés, salvando-o das águas, significa tomando-o, salvando aquele icon, aquele Tzalem, e o desenvolvendo através da iniciação; que é um processo que na Árvore vai de Yesod para cima; sendo isso o que Moisés representa. Mas esse desenvolvimento desse Moisés das águas de Yesod é impossível sem o comando de Kether, a coroa, sem o comando da força de vontade.

  “Possa você ser um comigo” ou “Faço minha vontade uma com a tua”, veem? Esse é exatamente o processo do Bodhichitta que vem sendo elaborado com os dois éteres superiores. Assim é por que João, o Batista, surge com os dois éteres superiores. E é por que João, o Batista, aparece no Rio Jordão – um rio, por que está relacionado com água, que é sempre Yesod. Por conseguinte, João, o Batista, representa o homem-já-feito, aquele feito da força de vontade, feito da Lei de Moisés. E aqui está, exatamente, o que em palestra anterior o orador esteve explicando sobre as Perfeições (paramitas); como temos de começar a desenvolvê-las, pois temos de obedecer à Lei, compreender, entender a Lei de Moisés que é a mesma lei encontrada no budismo, ainda que com outros nomes.

Claro que a Lei de Moisés está relacionada com os Dez Mandamentos dados ao povo para segui-los. Dez Mandamentos, através dos quais estarmos desenvolvendo as virtudes, os elementos, a fim de propiciarmos ao Bodhichitta surgir em Yesod.

  Quando falamos sobre Yesod ou das Quatro Bestas ou Querubins de Ezequiel, Yesod (as águas) está sempre representada pela imagem da cabeça de um ser humano por que Yesod é a imagem do Deus de quem estamos falando. O leão, que é Marcos, está em relação com Hod (fogo); a águia está em relação com Netzach (ar); a face do homem em Yesod (água); e o touro com Malkuth (terra) – esses são os Quatro Querubins, as Quatro Bestas Sagradas que em hebreu são chamadas Chaioth-ha-Kadosh – as bestas sagradas que estão amparando Kether, que é precisamente aquele Ser que temos dentro de nós que comanda e controla nossa própria psique.

  Assim, em outras palavras, temos de imitar Moisés a fim de seguirmos a Lei. Moisés segue a condução de Deus, a vontade de Deus, exatamente na seguinte direção: do Egito, que é Malkuth, ele parte para Yesod; de Yesod vai para o Monte Sinai, que é Tiphereth, e além, onde ele encontra Daath, a sarça ardente; e Kether, que é a cabeça da Sagrada Trindade, ou Trimurti, ou o primeiro triângulo da Árvore da Vida que aparece através de Daath.

  E de Daath, Kether diz a Moisés: “Eu Sou O Que Sou”, ou, em outras palavras, Eheie Asher Eheie. “Desça ao Egito, desça para o mundo tridimensional, em Malkuth, e liberte meu povo”. Esse povo são as pessoas de Ish-Ra-El, que tem muitos significados:
  Is: Isis, a força feminina,
  Ra: a força solar/Deus no Egito,
  El: é Deus em hebreu.
  Ou outros dizem: Ish (fogo) é o Iod, que é Kether trabalhando através de Sarai (a princesa Kundalini) As e Ra (Ida e Pingalâ) a fim de El (Deus) surgir no corpo físico: Israel.

  Há doze partes de Is-Ra-El, doze partes que temos de tirar de Klipoth. Lembremos-nos que debaixo de Malkuth temos o inferno que na Kabbalah é chamado Klipoth. Esse (Klipoth) é a Árvore da Vida invertida, no interior da qual encontramos a alma inteiramente encarcerada, em meio a todos os nossos defeitos e vícios. O Bodhichitta, o embrião áurico, tem de nascer com todos os seus poderes conforme Moisés mostrou no Livro do Êxodo. E, naturalmente, aqueles poderes emergem quando ele liberta todas as partes de seu Ser, que é chamado Israel. Moisés desempenha todas as maravilhas e milagres diante do faraó enquanto trata de seu povo. Pouco a pouco ele desempenha todas aquelas maravilhas a fim de caminhar pelo deserto, para a Terra de Promissão.

  A Terra de Promissão está em Yesod. Porém, nesse caso, a fim de explicarmos melhor, temos dado ênfase a que a Terra de Promissão são os dois éteres superiores: o éter luminoso e o éter refletor. O Egito está relacionado com os éteres inferiores (o éter químico e o éter vital). Lembremos-nos de que o éter químico está relacionado com o metabolismo do corpo físico, que é Malkuth, e o éter vital está relacionado com o poder criativo sexual no corpo físico – então, aqueles dois éteres são inferiores, relacionados com Malkuth. A Terra de Promissão está em Yesod, que são os outros éteres acima a fim de que possamos separar os éteres superiores dos inferiores, ou separar as águas das águas. E essa é uma tarefa que unicamente pode ser realizada com a força de vontade; em outras palavras: que unicamente pode ser realizada com Moisés.

  Eis por que quando isso é realizado com toda a consciência, quando toda a essência é libertada por Moisés, então temos Moisés Sabaoth, Elohim Sabaoth ou, precisamente, o Exército de Deus unido como um Bodhichitta. É por isso que Moisés é chamado “o libertador”. Ele tem de libertar a consciência; Moisés é a força de vontade. Em outras palavras, força de vontade é necessária não somente a fim de criar o homem verdadeiro, como também a fim de libertar a Essência (consciência). E eis por que em gnosticismo dizemos “Nosso lema é Thelema” – força de vontade, uma vez que sem Thelema, sem força de vontade, é impossível criar o ser humano ou libertar a Essência.Aquela ação, aquela força de vontade, é exercitada no ato sexual. 
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Assim é por que a Lei de Moisés está representada nas duas tábuas de pedra; ele aparece com duas pedras; ele diz: “Essa é a Lei de Deus”; em outras palavras, esta é a Vontade de Deus. No simbolismo vemos isso: A Lei de nossa própria particular Mônada; nosso próprio particular Deus tem de ser desempenhada com duas tábuas de pedra – uma é o homem e a outra é a mulher, unidos no ato sexual a fim de realizarem a Arca da Aliança: esse é o segredo da Arca da Aliança, ou da Arca de Noé – o desempenho do ato sexual. Porém, não como os animais, por que um verdadeiro cabalista, um verdadeiro mago, um verdadeiro Mestre, extrai o Tzalem, o Icon de Deus, dele ou dela próprios, de suas glândulas sexuais a fim de elaborar com os dois éteres superiores o Bodhichitta interior.

  Assim, essa é a tarefa de Moisés. Em outras palavras, nós temos de criar, de gerar nosso próprio particular e individual Moisés, precisamente isso. Eis por que Moisés está em relação com a Nona Esfera, com o cérebro inferior onde encontramos as forças de Lucifer, que, conforme explicamos, é o fogo dentro da matéria, a energia solar no interior da matéria. Na mitologia grega, Lucifer é chamado Prometeu; é aquele que rouba o fogo do Sol, a luz solar, e a coloca na Terra, dando-a aos homens. Bem, aquele fogo está nos órgãos sexuais e é chamado Lucifer em Latim, Prometeu em grego e por isso que Mestre Samael Aun Weor ressalta que a sabedoria de Moisés, a doutrina de Moisés é a doutrina de Lucifer, o Portador da Luz. Dessa maneira, pela libertação desse fogo solar interior podemos criar o verdadeiro homem: com a força de vontade.

  Lembremos que “chita” – a mente de que estamos falando aqui – não é a mente que todos temos: mas é uma mente que é abstrata, que temos de criá-la, de gerá-la; a mente que temos agora é uma mente bestial, que está associada com a “Marca da Besta”. Em outras palavras, a mente protoplasmática que temos nesses dias e época, que todas as pessoas utilizam-na, é uma mente que encontramos no reino animal, no reino das plantas, no reino mineral, em diferentes níveis de evolução. Porém, a mente de que falamos em como criá-la é a mente superior.

  Na teosofia, fala-se de duas mentes: a manas inferior e a manas superior. A manas superior é precisamente esse Moisés de que estamos tratando aqui. A manas superior é Tiphereth (Tiphereth-Moisés), a alma humana, a força de vontade que está sendo gerada de Yesod em diferentes níveis. Porém, o desenvolvimento, a iluminação da sabedoria que precisamos desenvolver intimamente está elaborada dentro de outro profeta. Aqui está como unimos dois seres em um – Elijah. Elijah é exatamente aquele manas inferior – mas não inferior no sentido de como a temos, mas no sentido de que está abaixo de Moisés – é outro tipo de mente, que é Netzach, chamada a mente solar, e conforme explicado no início, está representada pelo Sol.

  No quarto dia Deus criou o Sol, que é Miguel, “Aquele que é como Deus”, aquele que é o quarto corpo na fornalha de Nebuchadnezzar, que diz: “O quarto deles é como o Filho de Deus”. É aquela mente que é invejosa, que quer servir somente a hum. Mas é Elias que diz: “Meu Deus é Jah”, uma mente que está ao serviço único do Espírito. Então prestemos atenção aqui às duas mentes: Elijah e Moisés. As duas mentes, porém divinas: a superior e a elaborada no processo de metamorfose ou transfiguração ou transformação ou permuta, diríamos, que somente ocorre quando trabalhamos com o Bodhichitta.

  Está citado que João, o Batista, aparece no Jordão, que é Yesod, o Rio Jordão – as águas, e que ele é a reencarnação de Elijah, o Profeta. Elijah está encarnado na individualidade que é o verdadeiro homem. Mas o verdadeiro homem, aquele icon, aquele To Soma Psuchikon, é precisamente João, o Batista.

  “A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele. E é mais fácil passar o céu e a terra, do que cair um til sequer da lei”. – Lucas 16:16-17.

  Isto significa que todo aquele desenvolvimento de Moisés fazendo o inteiro trabalho, culmina em João, o Batista; em outras palavras, até Elijah (IAO) brilha em Yesod como João, o que é um processo psicológico.

  Quando estudamos Moisés e Elijah na Bíblia, encontramos o caminho pelo qual temos de prosseguir naquele desenvolvimento. Moisés é o libertador e explica o processo cabalisticamente através dos Dez Mandamentos. Porém, Elijah é aquele desenvolvimento ao qual chamamos aquela iluminação que emerge do íntimo; é aquele Buddha. Também recordamos aqui que na Quarta Iniciação dos Mistérios Maiores, a Mônada, o Espírito, recebe o título de Buddha.
  
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  O Buddha é Hélios, o Sol que brilha; é Elijah que trabalha duramente, e duramente contra os Baalim. E aqui se encontra a exata referência em que encontramos como o manas inferior sob a orientação de Deus tem de trabalhar na elaboração daquela luz interior, trabalhando contra aqueles Baalim.

  Quando lemos o Velho Testamento encontramos a história de Elijah. Elijah está contra Jezebel, “Ela que se autodenomina uma profetiza”, como dito no Livro da Revelação. E se desejamos ler sobre isso: “Ela que se autodenomina uma profetiza” lá está, exatamente, na Quarta Igreja do Livro da Revelação – Thyatira, que se associa com o coração e onde encontramos, naturalmente, os procedimentos a fim de desenvolver aquele coração, aquele Sol de que estamos aqui tratando, que é aquela luz. Compreendemos tudo isso? Hod é luz, a Luz astral; Cristo é a Luz Solar; e Hélios, Elias ou Elijah é o mensageiro, ou seja, o Bodhichitta. O Bodhichitta precisa crescer no interior da atmosfera Bodhichitta. Ou seja, Jesus de Nazaré, Jesus Cristo, o Filho do Homem tem de crescer dentro do ambiente psicológico de Elijah, que se encontra representado por qualquer homem que tenha trabalhado com essa metamorfose simbolizada em João, o Batista; João, o Batista, poderia ser qualquer iniciado, qualquer Buddha que alcançasse aquele nível.

  Então, quem é Jezebel? No Velho Testamento, Jezebel representa a mente animal. Jezebel simboliza esta humanidade citada na Bíblia por outro nome. Vemos João, o Batista, lutando contra Herodes, o rei casado com Herodias, o mesmo símbolo. Assim, Herodes representa aquela Jezebel, a mente animal, e Herodias representa a humanidade. A mente intelectual, a mente animal que possuímos, está casada com a humanidade, com esse tipo de sociedade ou civilização feita de intelecto, de mente animal, que é Jezebel “Que se autodenomina uma profetiza”, porém não é. E, naturalmente, Jezebel adora Baal. Em hebreu, “Baal” significa “Senhor, Instrutor”, mas há outra palavra que é “Adonai” significando “Mestre” – semelhante, não? Adonai é o nome sagrado de Deus em Malkuth, segundo a Árvore da Vida, enquanto que Baal (que é sempre negativo) está relacionado com Klipoth, o Malkuth inferior. Então, Jezebel trabalha e venera os Baalim. Quem são os Baalim? São aqueles que veneram com suas mentes intelectuais o Baal – a natureza mecânica relacionada com Klipoth.

  Desse modo, aqui encontramos que os Baalim estão associados com a besta de que trata o Livro da Revelação, a besta que emerge do Abismo de Klipoth; ela tem sete cabeças e dez chifres. As sete cabeças são: luxúria, raiva, orgulho, inveja, cobiça, preguiça e gula. Este é o nome da besta que tem dez chifres, que significam as Dez Sephiroth Invertidas. Então, a besta é as Dez Sephiroth Invertidas em Klipoth. Aqueles dez chifres ou raios negativos de Klipoth dão forças à besta de sete cabeças que todos carregamos intimamente, que no Livro dos Reis, relacionada com Elijah, está sintetizada em Jezebel.

  Jezebel, conforme citada lá, tem quatrocentos e cinquenta Baalim ou profetas de Baalim que Elijah aniquila; está anotado que Elijah os queima ou os mata em um monte. Ao lermos no Livro dos Reis o capítulo XVIII, ali está explanada com muitos detalhes a batalha entre Elijah e os quatrocentos e cinquenta profetas de Baalim, que é batalha que teremos de ter interiormente. Quatrocentos e cinquenta dá a soma de (9), que é Yesod. Em outras palavras, é o caminho em que a mente trabalha com as forças negativas ou da fornicação – com a degeneração sexual – significando assim que é Baal.

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  Desse modo, Elijah é a mente solar. Quando o iniciado alcança aquele nível, quando ele tem criado os corpos astral, mental e causal e já é um ser humano completo (um Buddha), ele tem de lutar contra os Baalim – essa é a primeira tarefa. É por isso que João, o Batista, é decapitado, uma vez que a cabeça representa precisamente aquela Jezebel, ou aquele Herodes, aquela Herodias, ou aquela Salomé. Salomé representa o conhecimento do bem e do mal que temos de desenvolver, mas em um processo psicológico. Então, vemos aqui o quanto Elijah está intimamente desenvolvido. Assim, Elijah é a mente solar que brilha no Quarto Dia de Gênesis e está unicamente a serviço de Jah, o Deus Interno.

  Mas, naturalmente, temos de ser muito ciosos com nossa particular herança individual. Quando falamos de Hod, estamos aqui falando de nossa particular herança individual. Na Árvore da Vida, no mundo de Yetzirah, Hod está no mundo de Beni-Elohim. “Beni-Elohim” significa “as crianças dos deuses e deusas”. Há tantas crianças na Terra quanto Elohim no Céu. Assim, cada um de nós tem seu próprio particular individual Elohim, Mônada, ou Espírito, aquele Adonai de que estamos tratando aqui. Mas, naturalmente, cada um de nós tem sua própria herança, sua própria luz.

  Precisamos compreender, entender, que cada Mestre tem uma luz diferente. É suficiente lermos o Corão a fim de vermos a luz e a sabedoria de Mohammed. Porém, se estamos indo para os evangelhos ou entrando no Pistis Sophia, que é a Bíblia Gnóstica vemos que a sabedoria de Mestre Aberamentho – é outra luz. E quando lemos os livros de Mestre Samael Aun Weor vemos outra luz. Ao lermos o Bhagavad Gita de Krishna, vemos outra luz. Assim, vemos a mesma sabedoria, porém mostrada com diferentes luzes; o budismo, por exemplo, dispõe-nos a sabedoria de Buddha; ou o Zend Avestha a sabedoria de Zoroastro. Cada Mestre desenvolve uma diferente luz por que temos diferentes heranças; heranças cósmicas de Cristo.

  Cristo, conforme colocamos, é a unidade múltipla perfeita, a luz astral. É por isso que vemos Jesus transfigurado em Hod, na luz astral no Monte, que é exatamente a quinta dimensão; a luz astral mostra a sua luz. A metamorfose ou transfiguração acontece com todos os Mestres; significa em como o Mestre se transfigura de acordo com sua sabedoria, o conhecimento de sua herança.

  Nesse mundo físico somos batizados com certo nome que nosso pai ou mãe resolveram escolher aleatoriamente. “O nome desse aqui é Pedro”. “Não, não, vamos chamá-lo José”, ou “Ricardo”, ou qualquer nome. Mas, de qualquer forma, o nome é somente um acidente da vida, e sobrenomes também. O nome real que temos está no Espírito. Cada um de nós tem seu próprio nome particular e individual e aquele nome encerra a sabedoria de nossa própria herança. Assim é que quando lemos o nome de Samael Aun Weor e compreendermos o seu significado esotérico, então realmente encontramos a herança do Mestre Samael Aun Weor. Em hebreu, Aun Weor significa “força e luz”. Vemos como o Mestre tem força, poder e luz para ensinar. E Samael é o “rei do fogo, dos vulcões e terremotos”; ele é um Mestre muito forte. Assim, no significado da palavra, do nome de seu particular Ser, está oculta a sabedoria e isso é precisamente o que temos de entender. Cada um de nós tem que desenvolver isso; essa é nossa própria e particular herança solar.

  Assim é por que Mestre Samael sempre enfatizou: “temos de seguir nosso próprio Ser”, isto é, desenvolver nossa própria herança, a própria sabedoria de acordo com o nível, o grau de nossa objetiva razão e isto está precisamente alocado em Hod. Vemos que Hod é exatamente a luz astral e é precisamente o lugar onde encontramos o eidolon, o corpo astral que temos criado. E esse corpo astral é chamado nosso próprio particular e individual Jesus Cristo. Assim é por que quando entramos na sabedoria do Filho de Deus, o Beni-Elohim em Hod, está a sabedoria de Jesus Cristo, a sabedoria do fogo, e em Hod é onde a encontramos.

  João, o Batista, é o verdadeiro Ser Humano que está batizando com água, que é seu Daath, o conhecimento que estamos dando aqui; uma vez que isso é Elijah – João, o Batista é Elijah pregando, mostrando a sabedoria de seu próprio Deus interno. Ele batiza com água: mas lá se levanta um dentre muitos a quem não conhecemos; Ele é aquele fogo e luz que está vindo desenvolver aquela sabedoria particular dentro de nós próprios e que é nosso próprio particular Hod, nosso Jesus Cristo Astral que está nascendo das águas e que na transfiguração é o Filho do Homem.

  Estão seguindo-me? Espero que sim, por que estamos entrando na sabedoria dos evangelhos.

  Os evangelhos se relacionam com o Caminho do Bodhisattva, o desenvolvimento daquilo interior. E eis por que na Terceira Iniciação dos Mistérios Maiores é a primeira vez que recebemos o nome de nosso próprio particular Deus individual, pois quando recebemos aquela iniciação, recebemos o nome, o nome real, o verdadeiro nome que temos tido desde o começo da criação, desde o começo da Eternidade. Aquele é nosso nome. E assim é por que dissemos que Mestre Aberamentho é o sagrado nome do Mestre Jesus, a quem o povo chama Jesus de Nazaré ou Jeshua Bem Pandira, ou Jeshua Bem Pander; entretanto, aquele nome está ajustado com o tempo, de acordo com as escrituras. Porém, seu nome real é Aberamentho. Assim, cada um de nós tem um nome sagrado em Hod, e aquele nome é a palavra, a Força Astral que atrai aquela herança particular do Cristo Cósmico. Cristo não é um individuo, é uma força universal, é uma energia que desce, desenvolve, desdobra-se em diferentes dimensões e brilha em Hod, a luz astral, e coagula no corpo físico como matéria sexual e brilha na cabeça como a mente solar.

  Assim é que quando falamos sobre o Anjo Anael, o príncipe da luz astral, compreendemos a doutrina do Mestre Samael que estabelece que a fim de desenvolvermos o Filho do Homem dentro de nós, para desenvolver aquele Filho de Deus, aquele Cristo Interno, precisamos fazer isso através das Iniciações Venustas, Vênus. As Iniciações Venustas estão associadas com o desenvolvimento daquele Cristo, daquele amor no coração, que é o Nous. Por causa disso, o Nous (que está no ventríloquo esquerdo do coração) controla o fogo ascendente das águas de Yesod, ou em outras palavras, citaremos Moisés que é a força de vontade; que é alquimicamente controlado ou recebe a condução da Mônada através do átomo Nous no coração.

  O átomo Nous no coração é precisamente o que sempre temos de seguir por que através do átomo Nous a força de vontade exerce domínio sobre o corpo físico. E, naturalmente, é através de Nous, através do coração, que Elias também recebe comandos e condução no trabalho psicológico.
Assim é por que o trabalho do coração é Meditação. Somente através da meditação realmente conseguimos contato com nosso individuo pessoal particular Filho de Deus. Por que é em Hod onde encontramos o Beni-Elohim. Esse Filho de Deus é o Nous que está desenvolvendo através da iniciação.

  Portanto, quando o Filho do Homem alcança a Hod, então acontece a transfiguração daquele particular corpo astral; essa é a transfiguração daquela Mônada dentro do corpo astral. E, naturalmente, aquele Nous que está sendo desenvolvido ali é o autêntico Bodhisattva; lembremos-nos de que aquele “sattva” está relacionado com o conhecimento e “bodhi” é Chokmah (sabedoria), é o Filho de Deus. Eis por que em muitos livros cabalísticos escritos por iniciados, Mestres Iluminados, eles chamam o átomo Nous de “O Filho de Deus”. Entendamos que o átomo Nous está relacionado com o Corpo Astral Solar, que se torna completamente transfigurado quando compreendemos a Lei de nosso Deus particular individual, e quando ensinada aquela Lei ao povo com bastante zelo.

  Por conseguinte, encontramos isso, precisamente, entre os grandes Mestres, como o Mestre Samael Aun Weor. Ele diz: “estou exatamente aqui ensinando a sabedoria de meu Deus”. Porém, ele está utilizando seu próprio particular Elias, sua própria mente iluminada, por que ele é um Buddha, um iluminado. E está utilizando sua força de vontade, ação, a fim de fazer isso. Isso é Moisés e Elias. Entendem isso? Precisamos gerar, criar, nosso pessoal particular Moisés, nosso próprio particular Elias interior, e colocá-los a serviço de nosso coração, que é o átomo Nous, o Filho de Deus.

  E é assim mesmo, pois quando Jesus está passando pela iniciação, quando está para ser transfigurado, significa que tudo daquela sabedoria virá aparecer diante dele; e ele toma três discípulos: não toma nem dois, nem um, mas três, por que cada um representa alguma coisa interior que devemos desenvolver. Ele toma Pedro. Explicamos em anterior palestra que Pedro, o Apóstolo, está associado com a glândula pineal. Pedro é a força de vontade; é aquela força de vontade que desenvolvemos e para o quê o Átomo Nous dá-nos aa chaves do Reino dos Céus. O que quer que façamos – abrir ou fechar – será aberta ou fechada nos Céus. Céus, naturalmente, é nossa cabeça e Pedro está aqui na glândula pineal. E Pedro, a glândula pineal, através dos hormônios, controla os hormônios sexuais em Yesod. E eis por que vemos que sem Pedro ninguém pode passar pela Transfiguração. Pedro, naturalmente, nesse caso, está associado com Moisés, que é a força de vontade dentro da alma, Tiphereth.

  Porém, temos outro discípulo que é chamado João, o mais jovem de todos os apóstolos. E noutra palestra explicamos que João está relacionado com a glândula timo. A glândula timo está atrás do coração. Assim é por que João é sempre representado descansando sua cabeça no coração de Jesus. Compreendamos que a cabeça, o cérebro, o cérebro intelectual é o veículo físico da mente, daquele manas. João representa a essência, o Buddhata, que é governado pela Lua, uma vez que a glândula timo é governada pela Lua. E a Lua está relacionada com Yesod. Daí, que quando encontramos aquele João, ele é precisamente aquele Buddhata, a essência que está sendo desenvolvida. É devido a isso que João é também chamado, a Palavra unida com Jesus. E eis quando Jesus está na cruz:

  Vendo Jesus sua mãe, e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante o discípulo a tomou para casa”. – João 19:26,27.

  Esse é o mistério da transformação daquela glândula timo com o coração, por que Jesus é o átomo Nous no coração, enquanto João é a glândula timo. A transfiguração está relacionada com o Bodhichitta, que nesse caso é João, o Buddhata.

  Lembremos-nos que na transfiguração aparece Elias, porém Elias é o espírito de João, o Batista. Então, Elias aparece após a decapitação de João. Quando lemos o Evangelho, encontramos como João, o Batista, foi preso e decapitado. Ele morre. Ou seja, o homem mundano, terrestre, já está psicologicamente morto. Precisamos entender que quando falamos da morte estamos falando sobree a morte psicológica – o processo psicológico dentro da iniciação. Então, Elias aparece lá uma vez que a entidade física que foi João, o Batista, que se envolve com Herodes, Herodias, Salomé e tudo aquilo, já está morto, porém seu espírito Elias está lá, significando que a transformação do Buddhata já aconteceu e está transfigurado em Bodhichitta. João, a Essência, ofereceu a seu Deus particular individual – aquele nível, aquela sabedoria. Eis por que Jesus aparece após aquela transfiguração, e ensina sobre a Lei de Moisés com bastante zelo (que é Elias ou Elijah) relacionado com seu Deus interior, seu Ser Interno, seu Pai Interno.

  O outro discípulo que é levado ao Monte com João e Pedro é Jacobo (Tiago), que é irmão de João. Tiago, conforme explicamos, está associado com o pâncreas – aquela área do estômago, junto ao coração, onde temos toda a nossa animalidade negativa, os apetites que temos de superar. Quando lemos a Epístola, a carta de Tiago, encontramos ali como James se pronuncia contra as coisas negativas do coração e da língua. E Jesus explica no Evangelho que: “pois do que há em abundância no coração, isso fala a língua”. Mateus 12:34. Essas são as emoções negativas que precisamos superar a fim de elaborarmos o sábio coração individual particular, o Bodhichitta interior.

  Vejamos que Tiago ressalta que a língua sempre expressa emoções negativas. Temos muitas emoções negativas que têm de ser erradicadas; por exemplo, o medo é uma dessas emoções.

Eis por que quando Mestre Jesus entra no barco (símbolo da alma)”, seus discípulos o seguem. E eis que no mar se levantou uma grande tempestade (emocional), tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo (não ativo). E os seus discípulos (através do trabalho esotérico alquímico), aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que pereceremos. E ele disse-lhes: Por que temeis homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos (pensamentos da mente) e o mar (emocional), se seguiu uma grande bonança”. Mateus 8:23-26.

  Ainda, infelizmente, estamos sempre temerosos e expressamos muito esse temor nessa área do estômago onde temos muitas das emoções negativas. Medo, inveja, autoestima, raiva e aquelas emoções que nos tornam em indivíduos negativos, através das quais despendemos grande quantidade de energia.

Então, quando superamos isso, temos transfigurado as nossas emoções inferiores em emoções superiores. Vemos, em outras palavras, que a transfiguração está associada com a metamorfose por que Hod está associada com o coração, com as emoções superiores. No entanto, a fim de transfigurar, temos de adquirir a herança de nosso pessoal e particular Deus no corpo astral (em nosso particular corpo astral que temos criado), temos de superar as emoções negativas. Se não conquistarmos nossas pessoais particulares emoções negativas individuais não criamos o corpo astral, que é nosso pessoal particular individual Jesus Cristo, nosso particular individual Messias, o Filho de Deus, o Filho do Homem, que tem de vir e aparecer-nos com fogo.

  Eis por que no Evangelho de Lucas, quando Jesus aparece, ele vem de Yesod após derrotar Satanás e suas tentações. Ao passo que o evangelho de Marcos diz: “Ele esteve com as bestas selvagens e os Anjos vieram e o serviram”. Os Anjos de Hod são o Beni-Elohim que o servem a fim de desenvolver. Porém, após isso ele sai e começa coletar seus discípulos no Mar da Galileia e a ensiná-los que a fim de se tornarem discípulos de Cristo precisam ser um pescador.

  O que é ser um pescador? Cabalisticamente, precisamos saber que o peixe simboliza Nun, e que Nun é precisamente aquela semente dentro da qual está a Imagem de Deus. Aquele Nun é o esperma no homem e o óvulo na mulher. Quando extraímos aquele fogo, aquele Icon, aquele Tzalem, aquela Imagem de Deus, nos tornamos pescadores. Não é como as pessoas pensam que os primeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo foram pescadores no Mar da Galileia. Poderiam ser, por que gostamos também de pescar, mas não significa literalmente que eles foram pescadores. Significa que estiveram trabalhando com as águas, por que para serem pescadores precisavam ir às águas em um bote, pois não é possível pescar em terra. É necessária água e aquela água é Yesod – o Mar da Galileia, o Rio Jordão, o Rio Nilo, qualquer tipo de água.

  Então Jesus disse em Marcos 1:17: “vinde após mim e eu os farei que sejais pescadores de homens”.

  Ou seja: Jesus disse: “Bem, agora que vocês já estão conquistando Yesod e por isso são pescadores desde que estejam pescando de suas próprias águas sexuais, agora quero torná-los pescadores de homens”. Em outras palavras, pescadores de manas ou chita, Bodhichitta. Assim ele encontra Pedro, que é a glândula pineal e o irmão de Pedro, que é André, relacionado com as glândulas suprarrenais; ambas (pineal e suprarrenal) estão relacionadas com a energia sexual, as águas ou energia, uma vez que os rins controlam as águas do sexo como também a glândula pineal. Por conseguinte, ele encontra João, que é a glândula timo relacionada com o que já explicamos, que é o governo da Lua, e isso é como João, aquele Buddhata, desenvolve em nosso íntimo, a psique.

  Isso é precisamente a importância de sabermos sobre Daath (Alquimia sexual) a fim de nos transfigurarmos naquele Monte e obter a sabedoria. Baseados nisso é exatamente o que queremos – queremos compreender a sabedoria de Deus, queremos compreender o conhecimento de Deus, mas temos de compreender que dentro do corpo astral está a Mente Solar (que é como Deus), que é Elias brilhando e Elias é um que compreende a linguagem de Deus. Precisamos gerar; temos de criar aquilo interiormente. De outro modo, caímos em triste engano de seguirmos nossa própria particular Jezebel, uma mente que lê os evangelhos e os interpreta literalmente; e aquela Jezebel está dentro da cabeça de milhões de pessoas denominando-se a si própria uma profetiza. De todos os modos, ela não compreende a Kabbalah, visto que para compreender a sabedoria de Deus temos de ser um cabalista. Temos de desenvolver nosso próprio Elias. Nossa própria mente tem de estar a serviço de Deus. E para fazermos isso, temos de seguir a Lei de Deus, que é nosso próprio Moisés individual, significando que temos de usar nossa força de vontade para criarmos dentro de nosso Elijah. E quando isso é criado, então nos transfiguramos na Terceira Iniciação dos Mistérios Maiores da Luz, que é o Caminho do Bodhisattva.

  Eis por que essas duas mentes – a superior (Moisés, Tipheret), e a inferior (Elijah, Netzach) – estão uma em cada lado de Jesus, que é Nous, aquela mente divina que controla a ambos. Eis porque quando eles descem da transfiguração, Pedro diz:

  “Mestre, bom é que estejamos aqui, e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Pois não sabia o que dizia por que estavam assombrados. E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é meu filho amado; que a ele ouvi”.

  Isso é precisamente o que temos de fazer: nossa própria particular mente, nossa própria particular força de vontade tem de seguir sempre os fogos do coração, do início até o fim. Isso é o que Kether diz, veem? Kether diz isso através da nuvem, que é o Mistério por que a nuvem simboliza sempre o mistério; ‘Este é meu filho amado no coração, no ventrículo esquerdo do coração, ouçam-no!’ Então, não ficaremos confusos por que aquilo é Intuição – a Voz de Deus. E esse Elias está seguindo aquilo, se Moisés está seguindo aquilo temos de fazer isso também. E quando criarmos esses elementos dentro de nós tem de ser sempre através do coração. Isso é, precisamente, a iniciação. A intuição é através do coração por que os fogos do coração controlam os fogos de Moisés e os fogos de Elijah, que é a mente e a força sexual.

  Aqui vocês entendem por que sempre colocamos ênfase na castidade, visto que sem a castidade, sem a castidade científica não podemos gerar qualquer coisa. Lembremos que a castidade não é abstinência sexual, mas o modo em como pomos em atividade a energia sexual através do Pranayama, ou através do Sahaja Maithuna seguindo a Lei, as regras, em outras palavras, os Dez Mandamentos. E para tanto, podemos acessar o website e estudar os Dez Mandamentos (que na realidade são Doze) a fim de entendermos como segui-los e compreende-los, por que esse é o caminho a fim de criarmos nosso próprio particular Moisés.

  Contudo, se estamos completamente despertos então não necessitamos ouvir nenhuma palestra por que seguiremos nosso próprio particular Deus, a Lei de nosso próprio Deus, como Moisés fez, ficando face a face com Deus e Deus ficou falando com ele. Mas para isso, precisaremos ir conscientemente para a Sexta Dimensão onde Daath está, a fim de ouvirmos a Voz de nosso próprio Deus. Desse modo, quando formos guiados pelo nosso próprio Deus, não haverá problemas. Mas antes deste despertar, eis por que existe o Deuteronômio, a segunda lei, a lei escrita, para aqueles que ainda estão adormecidos.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

  1. P.- Qual é o significado da abertura do Mar Vermelho?

  R. – Moisés ao abrir o Mar Vermelho e levar todos os israelitas através dele para a Terra de Promissão é o começo do trabalho, no qual precisamos rejeitar a paixão dos fogos do Mar Vermelho – esse é o símbolo – a animalidade, os fogos concupiscentes do sexo que todos temos; separar a castidade da luxúria e entrar no processo da transformação. Esse é o começo, e, naturalmente, se compreendermos a necessidade da meditação a fim de transformarmos a paixão. O faraó e todos os seus soldados simbolizam todos os nossos elementos psicológicos que no caso, na história de Elijah, são os Baalim que temos de conquistar, matar. Porém, isso se dá intimamente, não externamente, por que tudo, todas as histórias na Bíblia são simbólicas. E assim é quando Jesus aparece como Bodhisattva, transfigurado no Astral uma vez que todo esse trabalho já estava feito. Nós já passamos pelo Mar Vermelho, já fomos decapitados sete vezes a fim de que o Elijah pudesse aparecer. Sem a decapitação não há como alguém passar pela transfiguração. A decapitação acontece através do fogo, sete vezes. Desse modo, João é decapitado sete vezes, pois João representa, como dissemos, I-E-O-U-A-M-S –  as sete vogais. Então, quando alguém é decapitado – e isso por que passou através de aniquilação e transfiguração budista – a metamorfose acontece.

  No começo, naturalmente, quando o iniciado está recebendo a Terceira Iniciação da Luz (das Iniciações Venusticas), quando a terceira serpente de luz está se elevando no corpo astral, ele transfigura e compreende acerca da Lei de Moisés e sobre Elias, seu próprio particular Sol. Porém, mais tarde, ele precisa qualificar aquela Terceira Iniciação e, a fim de qualificá-la, ele tem de aniquilar completamente o ego. Pois, a fim de o corpo astral brilhar completamente, temos de tê-lo sem desejos. Todos os elementos íntimos animalescos precisam ser aniquilados. É um longo processo. Assim é por que temos sempre de trabalhar com emoções negativas transformando-as, começando com o desejo sexual, indo até o fim. Eis por que avançamos pouco a pouco, necessitando de muita paciência. Paciência é necessária nesse trabalho.

  2. P. – Qual é o simbolismo de Moisés golpeando a pedra com uma vara?

  R. – Bem, durante o processo, quando utilizamos a força de vontade a fim de extrairmos as águas da rocha de Yesod, algumas vezes fazemos algo com luxúria, por que ainda temos ego ali. E, naturalmente, a consequência é a reprimenda por Deus. Lembremos-nos da história em que os israelitas estão pedindo por água, e Moisés traz-lhes a água através da rocha. Aqueles israelitas são as partes inferiores de nossas consciências; eles estão ainda em processo. Então, a força de vontade sempre trabalha!

  Infelizmente, quando a força de vontade está enclausurada dentro do ego, ela é chamada de desejo. E no começo, muito embora no processo de transformação, os alquimistas tiram a água da rocha, infelizmente com luxúria. Por que temos luxúria... É isso que Paulo de Tarso diz. Começamos como animais e terminamos como espiritos. Primeiro é o animal, então o espírito. Daí, quando começamos a fazer isso, e como ainda somos mais animais do que espírito; obviamente começamos como animais, porém estaremos transmutando e transmutando, até que sutilizemos o ato sexual e a energia. Naturalmente, nosso Deus não estará satisfeito quando trabalhamos na transformação da energia sexual com luxúria. Porém, se a luxúria está ali, o que podemos fazer? Meditemos exatamente nisso, compreendamos e eliminemos. Alguns gostarão de praticar Sahaja Maithuna, Magia Sexual, sem luxúria, assim como se pudessem retirar a luxúria, dizendo: Ok, minha luxúria, saia de mim imediatamente por que estarei praticando a Magia Sexual. Mas isso é impossível, pois a luxúria estará presente. E é algo que teremos de suportar; eis por que temos de meditar contra nosso Baalim. Temos de ser zelosos com nossa própria sabedoria, com nosso próprio Deus e pouco a pouco eliminarmos todas aquelas entidades degeneradas que habitam no interior de nossa psique.

  3. P. – Quando falamos sobre herança tem alguma coisa a ver com nossas vidas passadas?

  R. – A questão é se a herança espiritual estã relacionada com vidas passadas, ou da forma em como estamos reencarnados? Não! A elaboração da memória, o despertar da consciência relacionada com vidas passadas, que é a subconsciência, é somente a memória de nossas encarnações passadas, que vêm quando despertamos; quando meditamos de nossos próprios egos; então desenvolvemos aqueles poderes. Entretanto, a herança de que estamos tratando aqui é a porção da Luz de Cristo por que lembra que o Senhor dá em abundância a luz Solar; ele dá, mas distribui sua luz de diferentes formas. E isso é precisamente a hierarquia. Em nossa particular Mônada, Cristo coloca a herança que temos. Porém, a herança é a potencialidade não em atividade. Se quisermos colocá-la em atividade, precisamos tomar a trilha do Bodhisattva, as Iniciações Venústicas. Então, a herança se mostra, brilha no corpo astral, por que o corpo astral é um Filho de Deus; é um Beni-Elohim, aquele que recebe a herança.

  Quando explico isso vem à minha mente os dois filhos de Isaac, que são Jacó e Esau; Jacó-Tiphereth, recebe a herança de acordo com a descida na Árvore da Vida, e Esau-Netzach, que naturalmente é um símbolo do mente. Isso, nesse aspecto, é a mente que ainda tem ego.

  Esau é um caçador, ele é a mente que gosta sempre de caçar a fim de conquistar títulos, diplomas a fim de ter fama – isso é exatamente aquela Jezebel, aquele Esau dentro de nós que diz: “vou fazer isso, aquilo, ser famoso, ganhar dinheiro, poder”. E eis por que Esau sempre vende seu direito (sua herança do fígado) por “um prato de lentilha”, significando “por abobrinha”. A mente está sempre identificada com essa sociedade. A mente diz: “eu quero me tornar um ídolo americano”, ou “eu quero ser um ídolo asiático” ou qualquer coisa relacionada. A mente quer sempre ser famosa, ou ser um mestre. A mente pensa: Eu quero dizer que sou mestre tal-e-tal, venerem-me. Certo? Ela sempre diz “Eu sou isso, sou aquilo...”.

  Compreendamos que a mente mitomaníaca é precisamente a mente que temos de conquistar; é Satan.  Em outras palavras, a mente está sempre vendendo seus direitos de nascença, sua herança. Eis por que a herança cai em Jacó-Tiphereth, que é representado em Hod (o cerimonial mágico do coração), quem é o outro filho, veem?

  Precisamos receber nossa herança na mente, porém saibamos que a mente, precisamente, nos traz muita confusão. Os gêmeos Jacó e Esau, segundo a Bíblia são Jacó-Tiphereth, o corpo causal que está igualado com Hod (o corpo astral) e o corpo mental – Jacó e Esau. A mente Esau que do mesmo modo é Cain está representada de muitas maneiras.

  Desse modo, nossa Mônada particular individual, Deus, não dará nossa herança enquanto o diabo estiver vivendo dentro de nós, pois Deus nunca dá poderes ao diabo.  Se tivermos luxúria, raiva, ódio, preguiça, gula em nós é bom nem sonharmos que viremos receber nossa herança. Primeiro, temos de elaborar o corpo astral, e aniquilarmos com os Baalim, aqueles desleais, sem fé, os descrentes que estão dentro de nós. Só então poderemos receber nossa herança. Antes disso, trabalhemos duramente a nós próprios, transfiguremos-nos; o que é uma permuta, uma metamorfose que temos de desempenhar.

  Esse é o mistério da Transfiguração ou Metamorfose do Bodhisattva, que está representado em Jesus de Nazaré quando ele, particularmente, individualmente se transfigura diante de seus discípulos. Mas aquilo que aconteceu não somente com Jesus, aconteceu com Krishna, com Buddha, com Moisés; aconteceu com muitos Mestres. E quando aquela transfiguração acontece então a sabedoria, o conhecimento de nosso particular Mestre brilha, e é assim como iremos encontrá-lo.

  Queremos ver a luz da transfiguração de Moisés? Bem, leiamos a Torah que é sua Luz. Daí que cada Mestre é um livro vivo através do qual ele nos mostra sua própria luz. Entretanto, o melhor é elaborarmos nossa própria luz particular individual, para transfiguramos-nos a nós próprios e esse é o processo: uma metamorfose através da iniciação.

POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO

FONTE ORIGINAL:
http://gnosticteachings.org/courses/path-of-the-bodhisattva/574-the-metamorphosis-or-transfiguration-of-the-bodhisattva.html 

Tradução Inglês/Português: Rayom Ra 

Rayom Ra
     http://arcadeouro.blogspot.com.br  

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